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C l i n i c a , do alcoolismo 69

indicio certo de tara m ó r b i d a : Xivrognerie est une maladie, un état morbide dai cerveau

Poderiamos ainda mencionar, como accidentes do alcoolismo chronico, a paralysia geral -progressiva, devida a u m a meningo-encephalite chronica cuja etio- logia é discutida, sendo todavia o álcool considerado por todos como um dos seus factores digno da maior ponderação ( C A L M E I L ; M A I R E T2) ; as hemorrhagias me- ningêas, frequentes na intoxicação alcoolica, com phe- nomenos de epilepsia jacksonianna: a d e n o m i n a d a hysíeria alcoolica. ou ataques hysteriformes em indi- viduos hystericos ou não, aggravados ou determinados pelo abuso do álcool; e a epilepsia da mesma origem, com a fórma de pequeno ou de g r a n d e ataque, con- vulsões tónicas e clonicas; etc.

Fica assim exposto o q u a d r o clinico do alcoolismo chronico, no qual se revelam e salientam a extensão e a gravidade das lesões anatomo-pathologicas e dos phenomenos morbidos a que, de u m a maneira por assim dizer certa e fatal, expõe o uso constante, habi- tual e prolongado das bebidas alcoolicas.

Sem duvida, o uso moderado de certas bebidas

1 L E G R A I N , Ilérédité et alcoolisme. Paris, 1 8 8 9 , pag. 7 3 . Posteriormente, em 1895 novamente insiste nas mesmas ideias pelas s e g u i n t e s palavras: « • • • étant constate que Ies antéeedents des buveurs sont três chargés, dans beaucoup de cas, dc tares c é r é b r a l e s . . •)). LEGRAIN, Dégénérescense sociale et alcoolisme.

P a r i s , 1 8 9 5 , p a g . XXXIII.

2 MAIRET diz ter conseguido reunir experimentalmente os s y m - ptomas e lesões anatomo-pathologicas d'esta doença unicamente por uma intoxicação alcoolica chronica prolongada. In MAIRET et VIZES, Paralysie générale. Paris, 1 8 9 8 .

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6 6 C A P I T U L O III

d'esta ordem, em especial das bebidas fermentadas é até certo ponto inoffensivo; mas é e x t r e m a m e n t e difíicil fixar o limite que não deve ser excedido sem perigo para o o r g a n i s m o S ó a experiencia indivi- dual o pôde fixar em cada caso concreto: e convém advertir que, mesmo d e t e r m i n a d a s doses apparente- mente inoffensivas, produzem por vezes u m a intoxi- cação chronica que reveste uma feição especial e a que os pathologistas dão o nome de alcoolismo latente.

Esta fórma de envenenamento alcoolico, revelada apenas por u m a ligeira diminuição de appetite, por um estado saburroso da lingua, p e r m a n e n t e ou só notado de m a n h ã , em j e j u m , e por um pequeno grau de tremor alcoolico, reconhecido somente por con- sciencioso e d e m o r a d o exame semeiologico, precede até as mais das vezes e d u r a n t e m u i t o tempo a fórma nitida. clara e manifesta da intoxicação chronica, com todo o cortejo s}'mptomatico que ficou referido.

O alcoolismo latente tem todavia importância, ainda mesmo que não exceda a phase em que poderia

1 Um adulto que beba a cada refeição meio litro de v i n h o con- s o m e d i a r i a m e n t e s e m dar por i s s o cêrca de 1 0 0 g r a m m a s de álcool. C o m o mata-bicho usual, se é um operário, ou com um ape- ritivo que toma antes do jantar, um ou d o i s c o p o s de cerveja d u - rante o dia e um cálice de c o g n a c ou de rhum ao café, v e m a in- g e r i r uma dose diaria de álcool que pôde calcular-se s e m e x a g g e r o entre 2 0 0 e 2 5 0 g r a m m a s . S e u m a t a l dose, aliás f a c i l m e n t e a u g m e n t a d a por q u a e s q u e r c i r c u m s t a n c i a s a c c i d e n t a e s , f o s s e to- mada por u m a só vez, e s s e i n d i v i d u o teria i n v a r i a v e l m e n t e um a c c e s s o de a l c o o l i s m o a g u d o , isto é, de embriaguez, t o d o s os dias.

O fraccionamento da d o s e será sufficiente para dar i n o c u i d a d e absoluta á i n g e s t ã o habitual d'aquella q u a n t i d a d e de álcool? S u p - p o m o s que n ã o ; e que o i n d i v i d u o q u e a s s i m procede prepara s e m d'isso se aperceber um futuro de alcoolico c h r o n i c o .

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Clinica, do alcoolismo 71

passar desapercebido; e até por este mesmo facto pôde ser considerada tanto ou mais perigosa do que a f ó r m a cbronica aberta e franca da intoxicação. E que o al- coolismo latente i m p r i m e sempre u m a feição e gra- vidade especial ás doenças agudas de q u a l q u e r natu- reza de que o individuo, que d'elle soffre sem o saber, possa vir a ser affectado; e é quasi s e m p r e nessas occasiões e só nellas que o clinico, muitas vezes com g r a n d e surpreza, reconhece o s u b s t r a t u m alcoolico do doente e modiíica a therapeutica em h a r m o n i a com tal descoberta, para attender á maior vulnera- bilidade organica que encontra e ás condições espe- ciaes creaclas pela intoxicação pre-existente.

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C A P I T U L O I I I

Consequências do alcoolismo

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C O N S E Q U Ê N C I A S D O A L C O O L I S M O

Viu-se no capitulo anterior que o alcoolismo produz alterações mórbidas de importancia variavel em quasi todos os territorios orgânicos; e é por si só capaz de produzir a morte. Mas o seu papel nefasto para o in- dividuo e para a sociedade de que este faz parte não se limita á ruina da saúde e porventura dos parcos meios de subsistência de que dispõe o bebedor inve- terado.

A intoxicação alcoolica sobretudo de fórma chro- nica tem um alcance individual e social mais largo e prejudicial.

A experimentação e a clinica, desde que a sua attenção foi despertada nesse sentido, têm feito a de- monstração cabal de que o alcoolismo abre as portas ás doenças infecciosas, pela diminuição de resistencia organica que o álcool i m p r i m e ao individuo; torna a sua evolução mais morosa e a convalescença arras- t a d a ; e escurece notavelmente a prognose.

Mais ainda. A descendencia dos alcoolicos é pro- f u n d a m e n t e affectada, em gerações seguidas, sendo que os filhos e os netos de alcoolicos inveterados nas- cem com estigmas de taras hereditárias, de diversa natureza, sempre nefastas.

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7 2 C A P I T U L O III

De uma e outra coisa resulta que o individuo que se entrega ás bebidas alcoolicas e a sociedade de que elle faz parte são gravemente prejudicados.

As cifras da morbilidade, como as da m o r t a l i d a d e ; as da alienação mental como as da criminalidade; as do pauperismo e as da prostituição, todas soflírem pelo effeito do alcoolismo um a u g m e n t o considerável e desolador.

A m e n o r r e s i s t e n c i a i n d i v i d u a l d o alcoolico para as doenças infecciosas tem sido, com effeito, d e m o n s t r a d a experimentalmente, por diversos expe- rimentadores que todos são concordes em collocar o álcool, como agente morbigeno, a p a r de outros ve- nenos e de toxinas microbianas.

Citaremos, por exemplo, as injecções intra-venosas de culturas de baccillos da cholera-morbus, feitas por

T H O M A S em coelhos submettidos a u m regimen alcoo- lico d u r a n t e os dois dias anteriores á experiencia; e, conjunctamente, as injecções analogas em coelhos tes- t e m u n h a s . O resultado foi concludente: o cholera assim desenvolvido fez seis vezes mais victimas no primeiro grupo do que no segundo.

Eguaes resultados conseguiram A B B O T T , R A N E I . - L E T I e V A L A G U S S A , O primeiro produzindo infecções estaphylococcicas e estreptococcias experimentaes; e os dois últimos inoculando em alguns animaes a toxina diphterica. Os animaes alcoolisados resistiram sempre menos do que os que o não estavam.

Na immunisação contra o carbunculo, D E L É A R D E

obteve resultados concordantes com estes; pois que verificou que a i m m u n i d a d e experimental se adquire menôs r a p i d a m e n t e e com êxito menos seguro nos animaes tocados pelo álcool.

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Conseqicencixs do alcoolismo 77

Todos estes trabalhos foram verificados e amplia- dos por LAITINEN que operou com a toxina diphterica, com os bacillos do carbunculo e com os da tuber- culose.

As suas experiencias foram muito curiosas e ferteis em resultados. P a r a eliminar causas de erro e obje- cções provenientes da utilisação de animaes de uma só especie fez os seus ensaios em cães, em coelhos, em cavias, em pombos e em gallinhas.

Um dos factos mais interessantes do seu trabalho é que LAITINEN não se contentou com p r o c u r a r a ve- rificação dos effeitos do álcool em face de u m a infecção a g u d a ; tentou também ver como é que o organismo alcoolisado se comporta em presença das infecções sub-agudas ou chronicas.

O resultado final foi sempre o mesmo e pôde resumir-se pelas suas p r ó p r i a s palavras: «os ani- maes alcoolisados offereceram constantemente u m a resistencia muito menor do que os animaes testemu- nhas, quer o álcool fosse administrado antes, quer d u r a n t e ou depois da toxi-infecção '».

Passando das experiencias de laboratorio para o campo clinico, encontramos numerosos dados estatís- ticos em que se revela o papel do alcoolismo, como causa de menor resistencia organica. Citaremos, por exemplo as de IMBERT2, referentes a 971 consultas cli-

1 LAITINEN, Ueber den Einflluss des Alkohols auf die Empfin- dlichkeit des thierischen Korpers fiir Infectionsstoffe, 1 9 0 0 . — Zeitschrift fiir Hygiene, 1 9 0 0 , vol. x x x i v .

2 H. IMBERT, L'alcoolisme chronique datis ses rapports avec Ies profissions. P a r i s , 1 8 9 7 .

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74 C A P I T U L O III

nicas, sendo 441 feitas por individuos do sexo mascu- lino e as restantes por mulheres.

QUADRO I . °

P R O F I S S Õ E S N U M E R O D E A L C O O L I C O S

P E R C E N T A - GEM DOS ALCOOLICOS

29 v e n d e d o r e s a m b u l a n t e s 29 IOO

6 c o r r e t o r e s ..••„• 6 LOO

4 t a n o e i r o s 4 IOO

5 c h u m b e i r o s 5 IOO

13 t r a b a l h a d o r e s 13 IOO

2 mocos de f r e t e s 2 IOO

14 t e r r a p l e n a d o r e s 13 93,57

20 90,90

11 c a l d e i r e i r o s I O 90,90

10 p a d e i r o s 9 90

10 c o s i n h e i r o s 9 90

14 c o r t a d o r e s 12 85,71

18 85,71

18 p e d r e i r o s . I ) 83,22

5 s a l c í c h e i r o s 4 80

9 c r i a d o s de l a v a n d e r i a 7 77,77 g s e r r a l h e i r o s 7 77,77 ' 14 f o g u e i r o s - m e c a n i c o s 10 7 i , 4 3

9 c r i a d o s de s e r v i r 6 66.66

3 e m p a q u e t a d o r e s 2 66,66

9 i m p r e s s o r e s 6 66,66

11 64,11

61 m a r ç a n o s 34 55,73

9 s a p a t e i r o s 5 55,55

4 p a l e f r e n e i r o s 2 50

8 policias 4 50

31 g u a r d a - l i v r o s 15 48,06

g a l f a i a t e s 4 ' 44,44

7 c a r t e i r o s 3 42,85

58 p r o f i s s ã o d e s c o n h e c i d a 33 »

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Conseqicencixs do alcoolismo 75

QUADRO 2 . °

P R O F I S S Õ E S N U M E R O D E A L C O O L I C A S

P E R C E N T A - GEM D A S A L C O O L I C A S

•3 v e n d e d o r a s de v i n h o 3 IOO

g v e n d e d o r a s a m b u l a n t e s 9 I O 9 5 e m p r e g a d o s de c e r v e j a r i a s . . . . • 4 80 75 c r i a d a s de s e r v i r 40 53.33

120 c o s i n h e i r a s 60 50

30 l a v a d e i r a s . 12 40

5 e n c a d e r n a d o r a s 2 40

5 p a r t e i r a s 2 40

14 f a n q u e i r a s 4 27,56

13 24,52

34 o b r e i r a s a o s d i a s 6 14,69

75 c o s t u r e i r a s 8 10,66

5 »

71 sem p r o f i s s ã o I O »

Estas estatísticas referem-se a um período de seis mezes e as consultas indicadas foram feitas no hospital Laènnec.

Como se vê, ha profissões em que só p r o c u r a r a m o hospital individuos alcoolicos; e em quasi todas ellas o n u m e r o de alcoolicos doentes n'aquelle periodo excede a metade do n u m e r o total de doentes. E no- tável, porém, que para as profissões em que o abuso do álcool é menos provável, a percentagem baixa logo a 40o/o nos h o m e n s e a 100/0 nas m u l h e r e s .

J A C Q U E T apresenta n ú m e r o s similhantes e egual- mente demonstrativos.

Em 3416 consultas que teve occasião de realisar, 795, isto é, 23,270/0 foram de alcoolicos; mas já em

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76 C A P I T U L O III

1328 hospitalisados, encontra 610 alcoolicos, isto é, u m a percentagem de 45,930/01.

Em cinco annos, desde 1884 a 1889, as caixas in- glezas de soccorros a doentes' M. M. Exp. Rural

Tovms and City distr., Mutual Experience Rural distr., e Foresters, tiveram respectivamente: 26,2; 24,7 e 27,6 semanas de doença por cada socio, ou seja u m a média geral de 26,2 semanas por cabeça. A associação ingleza Sons of Temperance^ cujos associados não bebem bebidas alcoolicas, teve no mesmo lapso de tempo 7,48 semanas cie doença por cada associado.

São números sufíicientemente eloquentes.

A influencia do alcoolismo sobre a t u b e r c u l o s e , esse flagello contra que hoje se estão tomando univer- salmente severas medidas de repressão, é egualmente m u i t o importante. Sejam ainda os n ú m e r o s que o d e m o n s t r e m .

B A R B I E R e J A C Q U E T dizem que 980/0 dos tubercu- losos que se apresentam actualmente á consulta são alcoolicos2; e LAGUEAU leva mais longe as suas inves- tigações :

«Durante cinco annos, diz L A G U E A U , desde 1826 a 1830, houve em P a r i s 7793 obitos por phtisica em m u l h e r e s ; e contavam-se 5065 em h o m e n s . Em 1893, tendo-se elevado o consumo do álcool de 1 ',46 a 4^36 por habitante, registram-se apenas 4125 obitos de mu- lheres phtisicas; nos homens a cifra dos obitos por phtisica attinge 65533)).

D É L É A R D E , do Instituto P a s t e u r de Lille, affirma

1 L . J A C Q U E T . Álcool, maladie, mort. P a r i s , 1 8 9 9 .

2 L A G U E A U , Com. à VAcad. de Méd. d e 2 4 de j u n h o d e 1 8 9 5 .

3 M I N J A R D , L'alcoolisme. P a r i s , 1 9 0 0 .

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Conseqicencixs do alcoolismo 77

ter verificado experimentalmente a ineílicacia, obser- vada também pela clinica, das inoculações anti-rabicas nos alcoolicos.

Até em accidentes de trabalho se revela a mesma nefasta influencia do alcoolismo. E o que mostra a seguinte estatística organisada por G . T H É R Y 1 e re- lativa aos accidentes succedidos n u m periodo de oito annos aos operários de L i l l e , assegurados na Com- panhia de seguros La Providence:

Ás q u i n t a s - f e i r a . s 1531 ás s e x t a s - f e i r a s 1333 aos s a b b a d o s 1876 aos d o m i n g o s 29 ás s e g u n d a s - f e i r a s 1997 ás t e r ç a s - f e i r a s 1679 ás q u a r t a s - f e i r a s 1432.

A mesma influencia de menor resistencia âs infec- ções se nota nos quadros geraes da m o r t a l i d a d e pelas diversas doenças.

R O G E R , por exemplo, estudando a influencia do sexo sobre o prognostico das doenças infecciosas, en- contra u m a mortalidade egual nos dois sexos para a escarlatina; um pouco maior no masculino para o sarampo e muito especialmente para a variola, em que a mortalidade é de 25,20/0 no homem e de 22,10/0 na m u l h e r . Pondo de lado as varioloides que se curam sempre e as variolas hemorrhagicas, quasi sempre fataes, R O G E R encontra para a variola discreta e cohe- rente u m a mortalidade de 23 0/0 no h o m e m , e 13,9

1 G. THÉRY, Exfloiteurs et salariés, p a g . 2 0 4 .

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78 C A P I T U L O 111

na m u l h e r ; para a confluente, respectivamente 69,4 e 59,80/0. Na erysipela, os n ú m e r o s são analogos:

5,99 no h o m e m , e 3,670/0 na m u l h e r . Esta differença explica-a elle pela impregnação alcoolica mais frequente e mais p r o f u n d a no homem : o sarampo e a escarlatina atacam de preferencia individuos de pouca i d a d e ; a variola e a erysipela observam-se jâ em individuos mais idosos onde os hábitos de alcoolismo existem, p r e d o m i n a n d o da parte do sexo masculino1.

P o r difficil que seja a resolução do problema de um modo completo, ha todavia já elementos sufficientes para nos podermos p r o n u n c i a r em sentido analogo, affirmando que, na verdade, o máximo da mortalidade se encontra entre as profissões e os individuos noto- riamente intemperantes.

Na classe dos cocheiros por exemplo, tem-se en- contrado em França como cifra de mortalidade 14,82 por mil para os cocheiros de praça e de trens de alu- g u e r ; e apenas 8,87 para os de trens particulares. P a r a os moços de fretes e de recados, a cifra é de 12,75;

e de 8,85 para os criados particulares. Estas differenças podem realmente ser interpretadas pela differença de hábitos, com respeito ao uso do álcool, como querem

W A L D O e W A C H2, se bem que se possam oppôr objec- ções f u n d a d a s a este modo de vêr-

Similhantes conclusões, mas baseadas em elemen- tos mais seguros, são as que se tiram das estatisticas organisadas por FATHAM, com dados colhidos na In- glaterra por O G I . E , segundo os quaes a mortalidade em g r u p o s de individuos da mesma edade e de pro-

1 R O J E R , Les maladies inTectieiises. P a r i s , 1 9 0 2 , p a g . 1 2 6 5 .

2 Noith. American Reviezo, n o v e m b r o de 1 8 9 6 .

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Conseqicencixs do alcoolismo 79

fissão diversa a t t i n g e nos i n t e m p e r a n t e s u m a cifra duas vezes e meia superior á m o r t a l i d a d e media geral.

S e g u n d o essas estatísticas, a media da m o r t a l i d a d e geral em 64641 índividuos é de 1000 por a n n o ; dis- tribuicla por profissões, e n c o n t r a - s e : para os eccle- siasticos, 556; para os jardineiros, 599; para os agri- cultores, 631; para os e m p r e g a d o s de cervejaria, 1521;

e p a r a os criados d'hotel e de café, 220$.

Os elementos fornecidos pelas sociedades inglezas de assistência e soccorros m u t u o s são t a m b é m con- c o r d a n t e s e d i g n o s de menção.

A United Kingdom Temperance and general Pro- vident Institution r e g i s t r o u d u r a n t e 25 a n n o s (de 1866 a 1890) 3386 casos de morte_ na sua secção de tempe- rança, q u a n d o o n u m e r o previsto pelo calculo das probabilidades era cie 4926, s u p e r i o r áquelle em 4 5 % ; ao passo que na secção geral teve 7037 obitos, n u m e r o quasi egual ao previsto que era de 7276. Ha assim u m a p e r c e n t a g e m a favor dos t e m p e r a n t e s de 2 6 , 9 % . A s cifras d a m o r t a l i d a d e p e l a t u b e r c u l o s e são p o d e r o s a m e n t e influenciadas pelo alcoolismo; e é neste capitulo que mais nefasta se faz sentir a perni- ciosa acção do álcool sobre o o r g a n i s m o . E tal a relação e n t r e um e o u t r o estado pathologico que se e n c o n t r a m com frequencia nos auctores da especialidade p h r a s e s como a de H A Y E M : «La phtisie se p r e n d sur Ie zinc»

ou como a de L A N D O U Z Y : « L ' a l c o o l fait Ie Iit de la tuberculose».

A acção phtisiogenica do alcoolismo deduz-se na realidade com toda a evidencia dos t r a b a l h o s apre- sentados por L A V E R E N N E , Â commissão da tuberculose, i n s t i t u i d a em F r a n ç a para estudar os meios práticos de combater a sua propagação e installada em P a r i s

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