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Práticas avaliativas na ead: formação continuada para tutores de EAD em saúde do NUTEDSUFC

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Academic year: 2018

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PRÁTICAS AVALIATIVAS NA EAD: FORMAÇÃO CONTINUADA PARA

TUTORES DE EAD EM SAÚDE DO NUTEDS/UFC

SOUZA, Walézia Lopes Vasconcelos de

Especialista, Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde da Universidade Federal do Ceará (NUTED/UFC), supervisora de tutoria. E-mail: walezialopes@gmail.com

OLIVEIRA, Maria Lucijane Gomes de

Mestranda, Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde da Universidade Federal do Ceará (NUTED/UFC), designer instrucional.

E-mail: lucijane.oliveira@yahoo.com.br

SILVA, Andréa Soares Rocha da

Doutora, Universidade Federal do Ceará, professora adjunta. E-mail: andrea.soares@ufc.br

RESUMO

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pro-fissionais no referido fórum. Acredita-se que a abordagem desse tema no processo de formação continuada possibilitou a reflexão sobre o papel do tutor no processo de avaliação da aprendizagem em cursos de Educação a Distância e suas repercussões na qualidade e eficácia das avaliações nessa modalidade.

Palavras-chave: Avaliação. Educação a Distância. Educação em Saúde.

ABSTRACT

The use of Distance Learning (DL) has been steadily growing as a teaching method in healthcare education, primarily due to the use of digital technologies as facilitators of the teaching-learning process. This study highlights the evaluative practices from the DL health tutor’s perspective, reflecting on the role of this professional in the planning and execution process of the DL evaluation and identifying the challenges they face to ensure the quality of evalu-ation processes in this type of educevalu-ation. The context of the study was the Continuing Education Course for DL Health Tutors carried out by the Health Technology and Distance Learning Center at the Federal University of Ceará (Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde da Universidade Federal do Ceará – NUTEDS/ UFC) from July to December of 2014. The target audience was com-posed of the 41 participants of the Continuing Education Course, all active in DL specialized courses at the SUS Open University (Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde – UNA-SUS). This course was taught in partnership with NUTEDS/UFC. The methodology used was composed of the qualitative analysis of the participation of the tutors in the discussion forum entitled “Eval-uation of Learning in a Virtual Environment”. The speeches of the tutors were analyzed with the help of a tool called Wordle.com, through which it was possible to identify the most frequent content units in the dialogues of the people at that forum. It is believed that the approach to this subject in the continuing education process enabled the reflection on the tutor’s role in the evaluation of DL education courses and their impact on the quality and effectiveness of evaluations in this modality.

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1 Introdução

A avaliação da aprendizagem, assim como ocorre no en-sino tradicional, também constitui um desafio para aqueles que atuam na Educação a Distância (EaD). Uma aprendizagem significativa nessa modalidade pressupõe o desenvolvimento e a aplicação de atividades didático-avaliativas bem elaboradas, consistentes com os conteúdos ministrados. Todavia, nem sem-pre aqueles que atuam como especialistas na elaboração e como docentes na aplicação dessas atividades avaliativas sentem-se de-vidamente preparados para isto.

O processo avaliativo na EaD presume a utilização de metodologias diferenciadas de ensino e de aprendizagem, haja vista as especificidades existentes nessa modalidade. A pergun-ta central que norteia espergun-ta pesquisa é: Quais práticas avaliativas contribuem para a qualidade da avaliação da aprendizagem? O objetivo deste estudo é analisar as práticas avaliativas utilizadas em cursos a distância, na perspectiva do tutor da EaD em Saúde. Quanto aos objetivos específicos, destacam-se: (a) contextuali-zar a EaD em Saúde; (b) investigar, na perspectiva dos tutores, o conceito de avaliação; (c) refletir sobre o papel do tutor no processo de planejamento e execução da avaliação na EaD; e (d) identificar os desafios enfrentados para a realização de uma ava-liação de qualidade na EaD.

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2 Avaliação da aprendizagem na EaD em saúde

A EaD tem sido cada vez mais utilizada como modalidade de ensino na área da Saúde, principalmente em virtude do uso de tecnologias digitais que facilitam o processo de ensino-apren-dizagem, ultrapassando limites de tempo e espaço, ampliando a oferta de vagas sem detrimento da qualidade, possibilitando, assim, a democratização do saber. Oliveira (2007) corrobora que a EaD tem se tornado uma modalidade viável para a educação permanente dos profissionais da Saúde, tendo em vista que estes vivenciam dificuldades de acesso à formação devido à rotina fre-nética de trabalho.

Segundo Cortelazzo (2009, p. 141), “[...] os tutores preci-sam ter formação continuada para que pospreci-sam resolver questões pedagógicas e acadêmicas referentes a cada curso conforme elas vão se modificando”. Desse modo, a qualidade de cursos de EaD em Saúde também está atrelada à capacitação dos tutores que neles atuam, sobretudo no que diz respeito ao acompanhamento dos alunos e ao processo de avaliação da aprendizagem.

A avaliação do ensino e da aprendizagem é mais um de-safio para a formação docente, haja vista que os resultados terão consequências tanto para os docentes como para os discentes. Para Sant’anna (1995), a avaliação é um processo que permite identificar, aferir, investigar e analisar as mudanças comporta-mentais do aluno, do educador e da instituição. Além disso, pre-cisa ser um processo contínuo, capaz de diagnosticar as falhas e os acertos durante o processo de aprendizagem.

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on-li-ne, inclusive nos aspectos que envolvam a prática avaliativa. Se-melhantemente, Silva (2013) adverte que não devemos submeter o aprendiz a distância às mesmas falhas avaliativas cometidas no processo de ensino-aprendizagem presencial.

A avaliação da aprendizagem, como atividade processu-al, quer no contexto do ensino presencial ou a distância, pode ser realizada em momentos diversos e ter finalidades diferentes. Assim, alguns teóricos, como Luckesi (2011), Sant’anna (1995) e Scriven (1981), classificam a avaliação em três modalidades: diagnóstica, formativa e somativa, diferenciando-as de acordo com os objetivos propostos e o momento em que são realizadas.

Para Sant’anna (1995), a avaliação diagnóstica consiste numa sondagem e retrospecção, verificando os conhecimentos preliminares do aluno acerca de um determinado conteúdo, per-mitindo, caso necessário, a reelaboração do planejamento peda-gógico para a abordagem do conteúdo. Nesse tipo de avaliação, o objetivo é identificar o nível de domínio do educando sobre o conteúdo a ser estudado, além de revelar e valorizar suas ex-periências, vivências e descobertas, revelando eventuais lacunas de conhecimento, de forma a permitir avanços significativos na construção de sua aprendizagem.

Scriven (1981) postula que a avaliação formativa permi-te aprimorar o planejamento e o currículo do curso, a partir do acompanhamento do desempenho do discente ao longo do pro-cesso educativo. Esse tipo de avaliação possibilita a emissão de um juízo de valor também sobre a própria ação docente, através do julgamento das práticas avaliativas realizadas por esses pro-fissionais, permitindo o realinhamento de condutas docentes e de estratégias didáticas.

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(2011) reforça que, muitas vezes, utiliza-se apenas uma verifica-ção pontual, e não uma avaliaverifica-ção da aprendizagem (como pro-cesso global). Nesse caso, a verificação é finalizada após a apli-cação do instrumento e a obtenção de um resultado, ao passo que, numa avaliação global ideal, mais justa, dever-se-ia ir além, buscando oferecer um retorno, um feedback e uma tomada de de-cisão a partir dos resultados obtidos.

Contudo, pode-se perceber que os três tipos de avaliação se complementam, pois a avaliação diagnóstica e a avaliação forma-tiva contribuem para a elaboração e até mesmo para os resultados de uma avaliação somativa. A primeira identifica as dificuldades e as habilidades dos estudantes antes de iniciar os estudos sobre determinado conteúdo; a segunda visa identificar se os objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados pelos alunos; e a terceira classifica-os conforme o nível de desempenho atingido.

Uma compreensão adequada dos tipos de avaliação da aprendizagem permite ao docente melhor selecionar, elaborar e aplicar estratégias didático-avaliativas. Considerando que essa compreensão pelo tutor na EaD é igualmente importante para que a avaliação realizada, de fato, promova uma aprendizagem significativa, desenvolveu-se o estudo em questão.

3 Procedimentos metodológicos

O presente estudo objetiva analisar as práticas avaliativas na perspectiva dos participantes do Curso de Formação Conti-nuada para Tutores de EaD em Saúde do Núcleo de Tecnologias e Educação a Distância em Saúde da Universidade Federal do Ceará (NUTEDS/UFC).

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atuou nos cursos de especialização a distância, dos quais 83% (34) eram mulheres e 17% (7) homens. Quanto à área de forma-ção, quase todos os tutores possuíam graduação na área de Saú-de, sendo: 51% (21) enfermeiros, 20% (8) fisioterapeutas, 15% (6) psicólogos; 10% (4) odontólogos e apenas 5% (2) eram assistentes sociais. As atividades do curso eram realizadas de forma presen-cial e virtual, respectivamente no NUTEDS/UFC e no Ambien-te Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle.

As atividades virtuais ocorreram através da participação em fóruns de discussões. Os fóruns discutiam temáticas abor-dadas nos encontros presenciais, partindo sempre da(s) ques-tão(ões) norteadora(as) e/ou exibição de vídeo, leitura de texto indicado, buscando contextualizar a temática, bem como a dis-cussão. As temáticas foram definidas a partir da avaliação do de-sempenho tutorial pela gestão de tutorias e da demanda levan-tada pelos próprios tutores em atuação. Foram contemplados temas como: Organização pessoal e seus impactos na atuação tutorial; Netiqueta e qualidade do feedback aos discentes; Rela-ções interpessoais entre tutor e aluno: importância e limites; Princípios da Andragogia e da tutoria em Saúde. Para objeto de análise desta pesquisa, serão coletados apenas os dados do fórum intitulado “Avaliação em Ambiente Virtual”, por ser o tópico que trata especificamente sobre o foco principal deste trabalho.

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A coleta de dados foi realizada no fórum, no qual os tuto-res foram questionados sobre práticas avaliativas em EaD. Con-siderou-se também os resultados obtidos em nuvens de palavras através do sistema Cloudswords, no qual é possível representar as palavras mais frequentes registradas no referido fórum. As ima-gens formadas através desse sistema possibilitam uma melhor visualização das principais palavras citadas, visto que aparecem em tamanho maior que as demais, ou seja, em destaque. A título de apreciação, os dados coletados foram agrupados em três ca-tegorias, as quais foram organizadas de acordo com as questões norteadoras suscitadas, sendo elas, respectivamente: o concei-to de avaliação na perspectiva dos tuconcei-tores; o papel do tuconcei-tor no processo de planejamento e execução da avaliação na EaD e os desafios enfrentados para a realização de uma avaliação de qua-lidade na EaD.

Para verificar os resultados deste estudo, foi utilizado o método de análise de conteúdo, ferramenta para a avaliação quali-tativa no campo da Saúde, constituída, conforme Campos (2004), de um conjunto de técnicas para a análise de dados qualitativos.

4 Apresentação e análise dos resultados

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Figura 1 – O conceito de avaliação na perspectiva dos tutores

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

As unidades de conteúdo destacadas nas falas dos tutores revelaram que seu conceito de avaliação envolve, principalmen-te, os seguintes termos: avaliação, processo, ensino-aprendiza-gem, aluno, conhecimento, contínua e atividade. Dentre as res-postas dos participantes, destacam-se:

A avaliação é uma etapa importante e necessária nesse processo de ensino-aprendizagem, é através dela que poderemos indicar qualitativa e quantitativamente o de-sempenho do aluno, mas também permite fazermos uma reflexão e autocrítica da nossa própria atuação como edu-cadores. (TUTOR A).

A avaliação, por ser em si mesma uma ação de análise e de muito senso de observação e sensibilidade, para apu-rar as especificidades dos alunos na sua forma de apren-der, torna-se um processo contínuo. É uma construção de caminhada coletiva onde todos têm responsabilidades nesse resultado. (TUTOR B).

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contextuais, ou seja, fazemos muito mais do que avaliar, gerenciamos formas de facilitar o caminho do aprendi-zado do aluno, desenvolvendo formas de como colaborar para esse objetivo. (TUTOR C).

Avaliação [...] não se resume às provas e trabalhos aplica-dos para uma nota. (TUTOR D).

Acredito que o processo avaliativo é extremamente im-portante para o processo de ensino-aprendizagem. As avaliações virtuais são de extrema importância para gerar o vínculo entre os participantes e as trocas de ideias, o que fortalece e estimula a busca por informação e novos conhecimentos. (TUTOR E).

Percebe-se que, na opinião dos tutores, a avaliação é fun-damental no processo de ensino-aprendizagem, pois possibilita a promoção da reflexão e da autocrítica através da ação de análise. A avaliação deve ser vista como ferramenta de transformação, e não como algo mecânico, por isso a importância de ser proces-sual e contínua. Ademais, a partir dela, podem ser delineados os caminhos adequados que possibilitarão a aprendizagem dos alunos.

Conforme Luckesi (2000), avaliar é um ato pelo qual, atra-vés de uma disposição acolhedora, qualificamos alguma coisa (um objeto, ação ou pessoa), tendo em vista, de alguma forma, tomar uma decisão sobre ela. Cortelazzo (2009) complementa que a avaliação se desenvolve a partir de uma abordagem pro-cessual e formativa, redirecionando, quando necessário, todo o processo avaliativo.

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que busque a predominância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.

Figura 2 – O papel do tutor no planejamento e na execução da avaliação na EaD

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

Quando questionados sobre o papel do tutor no processo de planejamento e na execução da avaliação na modalidade EaD, foi identificada uma diversidade de atribuições e competências necessárias, dentre as quais as palavras-chave mais citadas, con-forme a figura anterior, foram: avaliação, processo, tutor, apren-dizagem, cursistas e atividade.

Entre as principais respostas, destacam-se:

O tutor deve dedicar-se constantemente à avaliação, ela deve ser a cada fórum, a cada interação com o cursista, a cada troca de mensagens. Muitas vezes, avaliar somen-te uma atividade pontual é difícil, precisamos avaliar de forma propositiva e construtiva. (TUTOR F).

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E a avaliação estará presente em todo o tempo de tuto-ria, tendo como principal desafio a motivação do cursista com o processo de avaliação contínua. (TUTOR G). Estimular os cursistas à reflexão que os eleve à condição de transformadores da sua prática, para que sejam multi-plicadores do conhecimento para a equipe na qual estão inseridos e que valorizem também o conhecimento prévio dos usuários, respeitando-os como cidadãos. (TUTOR H). Considero importante atentar, como também já foi dito, para os seguintes aspectos: os objetivos de aprendizagem, o enunciado da tarefa, o material didático, a evolução in-dividual do aluno (e, aqui, desde dimensões quantitati-vas, como a frequência de acessos ao AVA, até quesitos qualitativos, como o desenvolvimento das ideias). Apos-to muiApos-to nos feedbacks, na correção das tarefas; percebo que eles contribuem para uma relação mais próxima com os alunos e para a evolução deles. (TUTOR I).

As falas dos tutores, portanto, reforçam a ideia de que o tutor faz parte de todo o processo avaliativo. Tem o papel de mo-tivar os cursistas, levá-los a refletirem sobre suas aprendizagens e práticas, com o intuito de promover mudanças nos paradigmas existentes. Além disso, o tutor deve estar atento aos objetivos da aprendizagem, ao acompanhamento individual de cada aluno, percebendo sua evolução. Os tutores dão ênfase à importância de oferecer feedbacks aos aprendizes sobre as tarefas por eles re-alizadas, visando promover sua aprendizagem. Para Cortelazzo (2009, p. 141), “[...] a ação do tutor não implica um movimento unidirecional, mas uma interação social comunicativa intencio-nal que só acontece com efetividade e eficácia se houver a parti-cipação de todos os envolvidos”.

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De acordo com Luckesi (2011), o ato de planejar é uma ativi-dade intencional, pela qual se estabelece meios para a obtenção de determinados objetivos. Quanto a isto, porém, é pertinente esclarecer que o planejamento das avaliações (no sentido de ela-boração das estratégias e dos instrumentos avaliativos) na EaD convém ao professor conteudista (o especialista no conteúdo), e não ao tutor. Todavia, como a este compete o acompanhamento efetivo, a correção das atividades didático-avaliativas e o feedback

aos alunos, é fundamental que conheça em detalhes todo o pla-nejamento das avaliações, sobretudo os objetivos de aprendiza-gem, os enunciados propostos e os critérios que deverá aplicar na correção das avaliações.

Figura 3 – Desafios enfrentados para a realização de uma avalia-ção de qualidade na EaD

Fonte: Dados da pesquisa (2015).

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processo e atividade. Os desafios relacionados aos termos desta-cados são os seguintes:

Avaliar quantitativamente e qualitativamente. E aí não po-demos deixar de falar do feedback ao cursista, o qual tam-bém se refere a um tipo de avaliação; é o momento onde você pode sugerir um melhor modo de fazer. (TUTOR J). No que se refere aos desafios do avaliar, ainda que os cri-térios sejam previamente definidos, é preciso analisar as particularidades de cada um e acompanhar o crescimen-to. (TUTOR K).

O tutor deve tentar superar essa visão fragmentada das ferramentas de avaliação, de forma que analisar o aluno requer, entre outros aspectos, uma visão integradora do processo avaliativo. Particularmente, vejo e sou total-mente a favor de que o aluno seja avaliado na sua pleni-tude, fugindo do caráter excludente na avaliação quanti-tativa. (TUTOR L).

Percebo que para nós, tutores, é importante conhecer-mos os objetivos principais de cada módulo (como tem sido feito). Mas acredito que seria muito importante, para mantermos um padrão de qualidade na avaliação, a elaboração de parâmetros comuns de avaliação, para que não haja tanta discrepância entre as avaliações por cada tutor. (TUTOR M).

Os desafios são muitos e mudam de acordo com a caracte-rística da turma e do curso. Trabalhos entregues incomple-tos, em último momento, plágios. Mas acho que o feedback

rápido, atitude motivadora, conhecimento do conteúdo, incentivo a cumprir os prazos e coerência nas ações podem ajudar na qualidade da avaliação. (TUTOR N).

Quanto aos desafios, é importante não agirmos de forma punitiva, mas de forma construtiva, de forma que per-mitamos que o cursista veja na avaliação novas possibili-dades de construção e aprimoramento do conhecimento. (TUTOR O).

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ter uma visão integrada do processo avaliativo, conhecer os prin-cipais objetivos dos conteúdos dos módulos, elaborar critérios em comum e avaliar de forma construtiva, evitando uma postura punitiva.

O que se percebe é uma dualidade de perspectivas quanto à operacionalidade da avaliação. Avaliação quantitativa ou qua-litativa? Conforme Santos (2014), na educação on-line, os instru-mentos mais utilizados na avaliação quantitativa são as provas, isto é, testes pontuais que permitem o uso de escalas de medidas para a obtenção de notas. Já na avaliação qualitativa, mais co-mum em processos de avaliação contínua, os parâmetros quase sempre são subjetivos. Em função disso, para Silva (2013), na EaD, torna-se muito importante a utilização de instrumentos ri-cos, que valorizem a interação social, que estimulem à pesquisa e que desafiem os aprendizes a construir sua própria trajetória de aprendizagem.

No que diz respeito ao feedback, a possibilidade de apre-sentar ao aluno devolutivas concretas sobre o seu desempenho dá a este a oportunidade de (re)conhecer suas dificuldades, pro-movendo o aprimoramento de suas habilidades pessoais e o seu aprendizado.

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prêmio ou punição ao desempenho do seu educando. Isso requer do tutor que busque formação adequada a fim de que possua habilidade para traçar estratégias de melhoria em sua própria atuação, no desempenho de seus alunos e nos próprios processos avaliativos que desenvolve na EaD.

5 Considerações finais

Pode-se constatar que a avaliação da aprendizagem dis-cente, quer seja na educação presencial, quer seja na educação a distância, requer planejamento, estabelecimento de metas, es-tratégias para o alcance dos objetivos educacionais propostos e, principalmente, reflexão acerca dos papéis do professor/tutor e, muitas vezes, mudanças de paradigmas. Desse modo, para ava-liar com qualidade, faz-se imprescindível que a prática pedagó-gica seja dinâmica e eficaz. No caso da EaD, o tutor deve vislum-brar na ação pedagógica a possibilidade de transformar, mediar e melhorar a aprendizagem do aluno durante a efetivação do pro-cesso de ensino-aprendizagem, uma vez que nele atua de forma direta. O acompanhamento também deve ser frequente e con-tínuo, precisa valorizar as trocas ocorridas diariamente através das ferramentas utilizadas no AVA, quer seja em fóruns, chats, mensagens, etc., ou seja, a avaliação deve propiciar a construção do conhecimento de maneira diária e efetiva.

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pa-pel desse profissional no processo de planejamento e de execução da avaliação na EaD, além de identificar os desafios enfrentados na busca pela qualidade dos processos avaliativos nessa modali-dade de ensino.

Considera-se que, no caso do Curso de Formação Conti-nuada para Tutores de EaD em Saúde, a abordagem da temática em questão possibilitou aos participantes um maior conheci-mento sobre os fundaconheci-mentos da avaliação da aprendizagem na Educação a Distância, bem como uma oportunidade ímpar de reflexão sobre o seu papel para a qualidade e para a eficácia das avaliações realizadas nessa modalidade de ensino.

Referências

CAMPOS, Claudinei José Gomes. Método de análise de conte-údo: ferramenta para a análise de dados qualitativos no campo da saúde, Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 57, n. 5, p. 611-614, 2004.

CORTELAZZO, Iolanda Bueno de Camargo. Prática

pedagógi-ca, aprendizagem e avaliação em Educação a Distância. Curitiba:

Ibpex, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

LUCKESI, Carlos Cipriano. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? Revista Pátio, Porto Alegre, v. 3, n. 12, p. 1-12, fev./abr. 2000.

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RODRIGUES, Leda Maria Borges da Cunha; CAPELLINI, Vera Lúcia Messias Fialho. Educação a Distância e formação continuada do professor. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v. 18, n. 4, p. 615-628, out./dez. 2012.

SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar? Como avaliar? Cri-térios e instrumentos.Petrópolis: Vozes, 1995.

SANTOS, Neide. Desafios da web: como avaliar alunos online. In: SILVA, Marco; SANTOS, Edméa (Org.). Avaliação da apren-dizagem em educação online. São Paulo: Loyola, 2014. p. 245-265.

SCRIVEN, Michael. Evaluation thesaurus. Inverness: Edge, 1981.

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Figura 1 – O conceito de avaliação na perspectiva dos tutores
Figura 2 – O papel do tutor no planejamento e na execução da  avaliação na EaD
Figura 3 – Desafios enfrentados para a realização de uma avalia- avalia-ção de qualidade na EaD

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