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MUSA, MUSEU DA AMAZÔNIA Notas para o projeto conceitual. Viver Juntos

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MUSA, MUSEU DA AMAZÔNIA Notas para o projeto conceitual

“Viver Juntos” A Amazônia é uma região caracterizada por uma rica biodiversidade e uma grande

diversidade cultural, muito antiga, dos povos que a habitaram e a habitam. A floresta, as águas, os insetos, os peixes e os microrganismos, os seres que nela

encontramos, se alimentam crescem e reproduzem, se comunicam e participam de ciclos de vida únicos na Terra. Suas interações, lutas e cooperação, condicionam a fertilidade da terra e a exuberância do clima. A Amazônia é um verdadeiro laboratório científico natural. As complexas interações que nele encontramos reclamam ser decifradas.

Nela, no entanto os conflitos sociais devido à ocupação desordenada do território são intensos e as atividades agropecuárias e mineradoras ameaçam devastar grandes áreas de floresta. A demarcação das terras indígenas não é sempre respeitada e, em numerosos casos, ainda não está definida.

Passados quinhentos anos da chegada dos “brancos” a estas terras, ainda persistem tensões entre sua cultura e as dos povos indígenas. Tensões devidas, em grande parte, ao reduzido papel - e valor - que a educação corrente atribui às culturas indígenas.

Apesar de ser objeto de estudos e pesquisas há séculos, ainda temos um conhecimento científico reduzido do material biológico e dos recursos minerais existentes na região. Isto compromete a possibilidade de atribuir valor social ao patrimônio ecológico e inibe a capacidade de mobilizar a sociedade em defesa da sua preservação.

Este desconhecimento dificulta também a definição de como deve ser orientada a

preservação e a exploração sustentável dos recursos nela encontrados. Isto vale tanto para a Amazônia brasileira como para a que se encontra nos países vizinhos e que abrigam cerca de 40% dos seus biomas.

O dinâmico desenvolvimento industrial na região de Manaus, sustentado por uma

agressiva política de incentivos fiscais, está dissociado do aproveitamento sustentável dos insumos de origem biológica ou mineral que a região oferece e tanto menos dos

conhecimentos tradicionais dos povos da floresta.

Neste contexto, o mote “viver juntos”, mais que um imperativo de entendimento entre humanos e não humanos que aqui vivem, é, para o Musa, símbolo de um projeto de

educação e solidariedade empenhado em promover o convívio dos cidadãos na diversidade cultural, biológica, social e política da grande bacia amazônica nas suas comunidades, florestas, rios e lagos.

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Sumário “Viver Juntos” 1. Os objetivos do projeto 2. Algumas premissas 3. Os princípios conceituais 4. A rede de Museus

5. O local, a sede e a composição institucional

5.1. As trilhas, as passarelas e as estações 5.2. As exposições e oficinas

5.3. O Aquário 5.4. Arenas e teatros interativos

5.5. Os laboratórios de pesquisa e pós-graduação 5.6. O Instituto de Estudos Avançados 5.7. O centro de divulgação e comunicação

5.8. As Oficinas de Ciências, Cultura e Artes 5.9. As unidades associadas

5.10. As unidades itinerantes 6. O Público visitante

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1. Os objetivos do projeto

O Musa é uma instituição laica, de pesquisa, exposição para fins turísticos e educacionais, de divulgação científica e tem por objetivo pensar, dar valor, popularizar e aprofundar o significado histórico, social, cultural e biológico da vida que floresce, cresce e se reproduz nas comunidades e biomas das

florestas, rios e lagos da grande bacia amazônica.

Divulgará os conhecimentos acumulados ao longo de décadas em biologia dinâmica, sistemática, climas, geologia, arqueologia e antropologia,

principalmente os que vêm sendo produzidos pelos pesquisadores das instituições científicas brasileiras, sul-americanas e internacionais e, particularmente, as instaladas na bacia amazônica.

O Musa deverá promover a divulgação, a conservação e o estudo da geração permanente dos conhecimentos das culturas tradicionais, passadas e presentes, que ocuparam e ocupam a região amazônica.

Ele deverá também ser um centro de referência e expressão dos movimentos sociais que se dedicam à defesa dos direitos humanos, da democratização do conhecimento, da educação e da ciência como instrumentos de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

2. Algumas premissas.

Há dimensões educacionais que antecedem os próprios princípios conceituais do projeto: o Musa deve contribuir para promover uma educação dedicada a reconhecer, dar valor e aprender a conviver com o que é diferente. O estudo da antropologia pode contribuir para isso.

No estudo das ciências exatas, para entender a natureza da biodiversidade deverá ser dada maior ênfase ao estudo da física e da biologia dinâmica, ao estudo dos sistemas de comportamento não-linear, próprios dos estudos climáticos, e dos ecossistemas complexos.

Deveremos promover a formação de um grande número de mateiros, biólogos, físicos, antropólogos(*) que possam colaborar com o projeto Musa de

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Por outro lado, o Musa não é uma instituição de pesquisas com quadros

científicos próprios. No entanto, deverá oferecer infraestrutura de laboratório e assistência técnica para as pesquisas em biologia, meteorologia etc. de

pesquisadores visitantes e alunos de pós-graduação que venham a trabalhar em pesquisas na instituição, custeados por suas próprias instituições.

O projeto Musa, suas exposições, programas de divulgação e educação e apoio às pesquisas, por sua vez, demandará a colaboração de um grande número de pesquisadores e técnicos de alta especialização. Estimamos que este número supere em uma ordem de grandeza o dos quadros formados anualmente pelas instituições de ensino e pesquisa da Amazônia no nosso país e fora dele, particularmente nas áreas da biologia dinâmica.

A sustentabilidade a longo prazo do projeto dependerá, em boa parte, do sucesso de uma política de formação de quadros científicos que se dediquem ao projeto tanto nas áreas das ciências humanas como das exatas e biológicas. A excessiva dependência de quadros técnico-científicos visitantes, com suas raízes institucionais fora da região, tem se revelado uma das principais

características da vulnerabilidade dos projetos científicos e de divulgação até hoje desenvolvidos na Amazônia. Apenas os quadros com raízes permanentes na região têm se fixado por períodos longos e oferecido bases sólidas para a estabilidade institucional destes projetos.

3. Os princípios conceituais

O mote “viver juntos” inspira os princípios que deverão orientar o projeto conceitual do Musa: educar para reconhecer o valor da diversidade, seja ela social ou biológica, propiciando assim uma convivência solidária entre

diferentes culturas e modos de viver dos seres humanos e não humanos com a natureza.

Conceitos associados aos conhecimentos tradicionais devem encontrar espaço e valor nas atividades de pesquisa e exposição do Musa.

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No entanto, é preciso observar que eles encontram sua melhor expressão nos ambientes e contextos sócio-ambientais em que são produzidos, reproduzidos e preservados.

O Musa será um Museu de território. Ao contrário dos museus tradicionais, em que as peças, modelos e objetos estão imobilizados nos edifícios das

exposições, o Musa procurará apresentar aos visitantes a natureza, as plantas e os bichos ao vivo, lá onde eles crescem e se reproduzem, na floresta, nos igarapés.

Será necessário, assim, explorar os sistemas de comunicação, reprodução, crescimento, conflito, cooperação e mudança que se encontram na natureza. Os mesmos que permeiam os conceitos de filogenia, evolução e diversificação das espécies.

Deveremos também reconhecer a importância dos sistemas de percepção sensorial, localização espacial e temporal dos seres humanos e dos animais – os mesmos que tornam possíveis as interações entre eles e deles com os ambientes em que vivem –, propiciando, assim, que elas sejam observadas de múltiplos pontos de vista e com diferentes instrumentos perceptivos.

Convém observar que os saberes práticos de origem sensorial permitem ao homem e aos animais se moverem e se localizarem na floresta e no labirinto dos igarapés. Eles são resultado da conjugação de múltiplas percepções sensitivas articuladas e memorizadas segundo caminhos ainda pouco investigados.

Estimularemos o visitante a examinar a natureza segundo o olhar do

observado: como eu vejo o macaco, como o macaco me vê, etc. Perspectivas estas que, além de estimular nossa fantasia, podem propiciar o

estabelecimento de laços afetivos entre o sujeito e o objeto da observação. Queremos também explicar e sustentar o conceito de que na biologia um organismo não pode ser reduzido à soma de suas partes e que programas genéticos semelhantes podem dar origem a indivíduos distintos. “Os

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4. A rede de Museus

O Musa, orientado por estes princípios, se propõe criar uma rede de Museus na Amazônia, brasileira e dos países vizinhos, conectando para isso os centros já existentes que compartilham princípios conceituais e objetivos semelhantes, possibilitando assim alcançar as dimensões territoriais e culturais que o

programa sugere.

Propõe-se também a criar outros museus, particularmente nos centros de menor densidade populacional e nas comunidades cultoras dos conhecimentos tradicionais e detentoras de saberes práticos e conceituais de grande valor para o estudo e a compreensão da vida na floresta e nos ecossistemas ribeirinhos. A presença destes centros poderá, nestes municípios e comunidades, cooperar com o sistema educacional formal e contribuir para ampliar o acervo

expositivo do Musa, sua circulação e divulgação. Poderá também propiciar a formação de biólogos e naturalistas dedicados aos objetivos últimos do projeto.

O Musa compartilhará resultados e responsabilidades no financiamento, a condução das pesquisas e o desenvolvimento dos equipamentos especializados para as pesquisas na floresta. Um Conselho Científico deverá coordenar a cooperação entre os institutos e orientar o uso da infraestrutura técnica. 5. Local, sede e composição institucional

A sede central do Museu da Amazônia, o Musa, estará localizada em área de floresta primária, lagos e igarapés, nas vizinhanças da reserva Ducke (que ocupa uma área de 10 km x10 km). Será constituída por locais de visitação museologicamente equipados e laboratórios de pesquisa, um Instituto de Estudos Avançados, um Aquário e Oficinas de educação em Ciências, Cultura e Artes para uso da comunidade e dos estudantes das escolas das vizinhanças. O sitio foi escolhido levando em consideração que a reserva Ducke é a maior área de floresta nativa da Amazônia já estudada sistematicamente.

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Para realizar o projeto de museu de território, o Musa deverá criar condições de observação “in situ”, de imersão, em áreas de floresta. Para tanto, será construída uma rede de trilhas, passarelas e torres em diferentes níveis de altura – do chão à copa das árvores, que permitam aos visitantes

caminhar entre arbustos e árvores, sentir odores, umidade, gradientes de temperatura e ouvir ruídos, “conversas” e cantos das aves.

Estações de observação e repouso, equipadas com instrumentos que permitirão a explicação museologicamente sustentada dos fenômenos observados, serão construídas ao longo do percurso. Câmeras e sensores instaladas em robôs preparados para se mover na floresta permitirão a observação a distância, ainda que ao vivo e com amplificação, das plantas, animais e, particularmente, do micromundo dos insetos que povoam o território.

Os equipamentos instalados nos robôs possibilitarão a observação em

diferentes faixas do espectro óptico e auditivo, inclusive dos fenômenos que ocorrem durante a noite e podem ser vistos com dispositivos sensíveis à radiação infravermelha.

As estações poderão ser instaladas em flutuantes, para a observação dos ecossistemas aquáticos, ao longo das trilhas em terra, ou em pontos elevados ao longo das passarelas.

5.2 As exposições e oficinas interativas

As exposições museológicas serão montadas em dois tipos de edifícios: i) estações fixas e flutuantes construídas ao longo de trilhas, passarelas elevadas que percorrem a floresta e margeiam igarapés e

ii) em edifícios centrais especialmente construídos para o Musa, observando o princípio que a arquitetura deve ser pensada de modo funcional ao material expositivo previsto para ser apresentado.

Sempre que possível, as exposições e os trabalhos práticos propostos para serem realizados nas oficinas deverão buscar um fio condutor nos princípios conceituais e no mote “viver juntos” que orientam o projeto.

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etnográfico, esqueletos e reconstruções paleontológicas e geomorfológicas, sempre apresentados com suporte museológico.

As mostras nos edifícios permanentes poderão ser em parte temporárias (60 % ) e em parte permanentes (aprox. 40%). Tanto as exposições

permanentes como as temporárias, sempre que possível, deverão corresponder a temas de pesquisa realizada nos laboratórios naturais dos museus da rede Musa e dos institutos da região a ela associados.

5.3 O Aquário

No Musa será construído um aquário para o estudo e a divulgação da rica diversidade de peixes e anfíbios da Amazônia.

Ele terá a função de ser ao mesmo tempo um centro de pesquisas, de

educação, de turismo e de visitação pública. As espécies de peixes, répteis e anfíbios mantidas em grandes tanques transparentes e áreas alagadas, serão apresentadas ao visitante e serão explicadas, com suporte museológico, suas características de fisiologia da respiração, reprodução, comunicação,

orientação, hábitos alimentares, crescimento etc.

Neste aquário deverão ser encontradas espécies de peixes dos rios Solimões, Madeira e Negro. Botos, peixes boi, pirarucus e peixes elétricos, que sempre despertam grande curiosidade do público visitante, jovem e menos jovem, e que vêm sendo estudados há décadas pelos pesquisadores de institutos da região e particularmente do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia,

INPA. O aquário de Manaus ocupará uma área de 20 000 m2, com tanques

para peixes contendo aproximadamente 8 x 106 litros de água.

5.4 Arenas e teatros

Arenas, auditórios e teatros devem integrar o conjunto arquitetônico do Musa. Nos auditórios e arenas serão realizadas conferências e debates sobre os temas de interesse social, cultural e cientifico da questão amazônica e serão

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visitante, imagens de arquivo ou colhidas ao vivo pelas câmeras e sensores áudio dos robôs localizados em sítios estratégicos da floresta.

Teatros serão equipados para apresentações e dramatizações de lendas e mitos e de temas relacionados com a comunicação entre insetos e animais, vistos das diferentes perspectivas de observação entre humanos e não humanos.

5.5 Os laboratórios de pesquisa e pós-graduação

Laboratórios equipados oferecerão aos pesquisadores, visitantes e alunos de pós-graduação, meios e dispositivos para realizar estudos e pesquisas em antropologia, arqueologia, zoologia de peixes, mamíferos e invertebrados, botânica, climas etc. em áreas de floresta, igarapés e lagos.

A sistemática, a biologia dinâmica, a botânica e a comunicação entre animais e sua interação com as plantas e com os ambientes naturais receberão atenção prioritária.

Na antropologia, a etnologia dos conhecimentos tradicionais e na arqueologia, o estudo dos sítios arqueológicos da região da Amazônia central.

Na física, a astronomia, meteorologia, hidrodinâmica, e, na matemática, a não linearidade da modelagem do crescimento populacional e do comportamento dos ecossistemas complexos, sendo que na química será fundamental estudar o papel dos feromônios na comunicação entre insetos.

Uma rede de entendimento e colaboração deverá ser estabelecida entre o Musa e as comunidades indígenas, ribeirinhas e de seringueiros, de modo a propiciar a divulgação e a troca de registros de técnicas e da memória destes saberes, suas práticas e aplicações. Propõe-se, assim, o Musa a ocupar a função de centros de referência e intercâmbio de conhecimentos, técnicas e memória. O Musa deverá também criar oficinas e laboratórios equipados para preservar, reproduzir e estudar as técnicas, instrumentos e processos em uso na

preparação de alimentos, cuidados com a saúde, agricultura e pesca, caça e construção de habitações e meios de transporte.

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O Musa se propõe abrigar e dar apoio às atividades de arqueologia

propiciando a infra-estrutura para as atividades de pesquisa e catalogação, oferecendo também locais preparados para a guarda e o estudo das coleções. Estas prioridades se justificam tanto pelos numerosos sítios arqueológicos da região e pelo rico acervo de peças existentes em seus museus, como também pelas recentes descobertas que revolucionaram os conhecimentos da pré-história da região. O grande número de peças encontradas nas escavações na região próxima a Manaus são indicador de que a região foi amplamente povoada no passado, fato desconhecido até pouco tempo atrás.

5.6 O Instituto de Estudos Avançados

Associado ao Musa, em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas, será criado um Instituto de Estudos Avançados com a missão de promover o estudo e o debate de questões relacionadas com o desenvolvimento cientifico, tecnológico e social da Amazônia, tanto no Amazonas, em Manaus, como em outros centros e comunidades da região amazônica.

O modelo adotado é semelhante ao de outros IEAs, onde se reúnem grupos de trabalho temáticos ou interdisciplinares e personalidades da ciência e da

cultura são convidadas para realizar estudos, orientar grupos de trabalho e estudantes de pós-graduação e oferecer cursos e conferências.

O IEA manterá uma programação de conferências, cursos e debates

permanentes dedicados a questões relativas aos programas de pesquisa e de divulgação do Musa, da evolução do pensamento biológico, da antropologia, da ecologia e, particularmente, da realização de estudos que propiciem um conhecimento mais profundo dos ecossistemas complexos da floresta e uma melhor compreensão da ocupação do território e das culturas existentes na Amazônia.

O IEA terá como uma de suas principais missões promover o estudo e a compreensão das culturas tradicionais da Amazônia, oferecendo assim à rede Musa, referência e orientação para seus programas etnológicos e suas

exposições etnográficas.

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O Musa será também um centro de divulgação científica. As pesquisas realizadas “in situ”, nos ambientes naturais onde ele está localizado, e nos laboratórios dos institutos associados ao projeto, devem alimentar equipes de jornalismo, imagem e comunicação com idéias e fatos que serão

transformados em textos, vídeos e páginas de internet, e divulgados pelos canais de difusão do Musa. Os programas e materiais de divulgação assim produzidos terão diferentes funções:

i) educativas, dando origem a material de uso nas escolas e em programas educativos de rádio, internet e televisão;

ii) de apoio às exposições museológicas;

iii) produzir material para um “canal” internet de divulgação científica; iv) apoiar a produção de filmes e registros de som e imagens de autoria de cineastas indígenas (ver p.e. vídeo nas aldeias);

v) alimentar a rede internet de cooperação e divulgação do Musa;

vi) produzir um jornal de divulgação científica e cultural de circulação na (Pan)Amazônia, dedicado a dar visibilidade às idéias, depoimentos e notícias colhidas nos municípios, aldeias e comunidades ribeirinhas; vii) produzir material de divulgação e educação para um programa itinerante, “O Musa da águas”;

viii) apoiar um programa de produção de cinema, foto e vídeo de arte inspirado nos temas amazônicos.

5.8 As Oficinas de Ciências, Cultura e Artes

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A rica tradição lingüística e cultural amazônica deverá ser incluída nos programas educativos e nas oficinas de arte e ciência, buscando sempre preservar os princípios multiculturais presentes no projeto da rede Musa. As OCCAs oferecerão aos alunos da rede escolar e seus professores a possibilidade de realizar práticas de laboratório e oficinas de artes que, por vezes, não podem ser desenvolvidas nas escolas por falta de espaços, equipamentos e assistência técnica adequada.

Nas oficinas serão privilegiadas as atividades práticas e artísticas e as vivências diretas dos alunos no fazer científico, tradicional e cultural.

Particular atenção será dada à educação da percepção sensorial voltada para a exploração dos sons, aromas, sabores da floresta.

No programa pedagógico das OCCAs encontraremos, lado a lado, literatura, mitos e poesia e ciência. A observação direta do céu equatorial, ou a prática das técnicas de construção, agricultura, navegação, orientação e comunicação nos ambientes de floresta serão exemplos de uma pedagogia que deverá unir reflexão teórica e trabalhos práticos no estudo da biologia e da física dos biomas complexos e do macro e micro mundo que neles encontramos. É objetivo das OCCAs formar os monitores e instrutores que deverão dar apoio às atividades do Musa e dos Museus a ele associados, incentivar os jovens a seguir as carreiras científicas e culturais, oferecendo-lhes a possibilidade de participar, ao longo de sua formação, das atividades de pesquisa dos laboratórios do museu.

As OCCAs terão também uma função de inclusão social e aproximação das comunidades das vizinhanças onde eles estão instalados, com as atividades culturais e de divulgação científica do Musa e dos Museus associados.

Encontros, conferências, oficinas, teatro e cursos de extensão serão oferecidos nos seus ambientes, em dias e horários compatíveis com a disponibilidade de tempo e interesses da comunidade.

5.9 As unidades associadas

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documentos de memória oral e material. Além disso, queremos promover a divulgação da ciência e interessar os jovens a seguir as carreiras científicas voltadas ao estudo dos ambientes, da biologia, da física e da antropologia. 5.10 As unidades itinerantes

A região amazônica é recortada por uma vasta rede de comunicação fluvial. Unidades embarcadas itinerantes do Musa deverão ser construídas para estabelecer um sistema regular de transporte e comunicação entre os centros associados e permitir a circulação de material expositivo e demonstrativo, alimentando escolas e os museus das aldeias e comunidades ribeirinhas.

6. O Público visitante

As exposições serão preparadas para atender a diferentes níveis de interesse, escolaridade, idades e freqüência de visitação: a) para turistas e visitantes eventuais (que freqüentam o museu uma vez por ano); b) para alunos e

professores das escolas (que o freqüentam aproximadamente cinco vezes por ano); c) para visitantes de maior periodicidade como, por exemplo, alunos e professores de programas de aperfeiçoamento e educação continuada.

Estima-se que inicialmente deverão visitar o Musa, por ano, cerca de 300 mil turistas, 200 mil manauaras e 500 mil estudantes da rede escolar. O número de turistas e visitantes da cidade poderá aumentar significativamente a partir de uma dinâmica política de divulgação e incentivo ao turismo.

7. Proponentes e parcerias

Promovem o projeto a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do

Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas e o Instituto de Pesquisas da Amazônia, com o apoio da FAPEAM (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Amazonas), da Secretaria de Estado de Planejamento e

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8. A estrutura de gestão

Referências

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