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Academic year: 2021

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Universidade de S˜ ao Paulo

Escola de Engenharia de Lorena

Radia¸ c˜ ao C´ osmica de Fundo:

explorando a origem do

universo

Grupo:

Felipe Nanini Cavelagna

Jo˜ ao Guilherme Prado

Barbon

Jo˜ ao Manuel Valim

Gon¸calves

Rodrigo Godoy

Professora:

Dr. Rebeca Bacani

21 de Abril de 2017

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Resumo

A Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo (RCF) ´e atualmente uma das mai- ores evidˆencias do Big Bang, teoria que descreve a evolu¸c˜ao do uni- verso. Descoberta experimentalmente em 1965 [6], a RCF consiste numa radia¸c˜ao eletromagn´etica que banha todo o universo isotropica- mente, com espectro t´ermico de corpo negro `a temperatura de 2,728 K com intensidade m´axima da faixa de micro-ondas. Seu estudo permi- tiu determinar diversos parˆametros fundamentais para a cosmologia, como o fator Lambda-CDM do modelo padr˜ao [5], e ainda pode for- necer respostas de alguns dos maiores mist´erios do universo, como por exemplo, o que ´e mat´eria escura. O presente trabalho procurar´a apre- sentar alguns dos mais importantes conceitos e modelos matem´aticos que levaram `a previs˜ao da RCF. Na cobertura da parte experimental, uma abordagem da miss˜ao PIXIE mostrar´a seu aparato experimental, e os resultados que podemos tirar dela. Esses parˆametros expostos, acredita-se que venha a ser, a futura evolu¸c˜ao das tecnologias usadas nas sondas espaciais e radiˆometros detectores de micro-ondas.

1 Introdu¸ c˜ ao

1.1 Contexto hist´ orico

Pode se dizer que o primeiro passo para se estudar a fundo a RFC foi atrav´es do primeiro telefonema da hist´oria, realizado entre Arno Penzias e Robert Wilson em 1964, por obra dos laborat´orios Bell. Uma fonte desco- nhecida de ruido nesse telefonema foi respons´avel por desencadear o interesse de estudar a fundo este fenˆomeno, que mais tarde revelou-se como a Ra- dia¸c˜ao C´osmica de Fundo . Faremos, primeiramente, um acompanhamento da hist´oria da cosmologia at´e os dias de hoje, passando pela RFC.[4]

Em meados da d´ecada de 60 a cosmologia era um ramo secund´ario da f´ısica. Contudo, nomes como Sandage em ’The ability of the 200-inch teles- cope to discriminate between selected World models’ [?] come¸cou a tra¸car rumos para o futuro da cosmologia, como por exemplo a determina¸c˜ao da taxa de expans˜ao do universo. Sandege tamb´em se interessou em estudar como era dada a expans˜ao do universo, e consequentemente sua geometria.[4] Ainda na d´ecada de 60, uma quest˜ao mais fundamental dominou as discu¸c˜oes da cosmologia: como explicar cosmologicamente o in´ıcio do uni- verso? Essa pergunta foi levantada por Gamow e outros colegas que defen-

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diam o modelo de estado estacion´ario de Bond, Gold e Hoyle. Por outro lado, as pesquisas e observa¸c˜oes de Sandege ainda n˜ao conseguiam prever a origem do universo.[4]

1.2 Previs˜ ao da Radia¸ c˜ ao C´ osmica de Fundo

Voltando alguns anos, em 1946, Gamow propˆos a teoria do Big Bang como uma maneira de explicar a forma¸c˜ao de n´ucleos mais pesados que o H. Ele previu que temperaturas na ordem de 109 `a 1010 seriam necess´arias para atingir a ordem de grandeza das energias de liga¸c˜ao dos n´ucleos. Entretanto, em 1949, Fermi e Turkevich [3] pontuaram que como n˜ao existiria um n´ucleo est´avel com massa atˆomica 5, ent˜ao o n´ucleo mais pesado seria do He4. Al´em disso, o trabalho de Burbidge, Burbidge, Fowler e Hoyle [2] sobre forma¸c˜ao de ´atomos pesados provenientes do interior de estrelas deixou o modelo do Big Bang de lado por algum tempo.[4]

Em 1965 Hoyle e Tayler observaram uma grande abundˆancia de He4 re- lativos a elementos ainda mais pesados, que seria melhor explicado por uma combina¸c˜ao da s´ıntese do Big Bang e a nucleos´ıntese estrelar desses n´ucleos pesados. Em outras palavras, a teoria do Big Bang ´e necess´aria para explicar a forma¸c˜ao de n´ucleos com massa atˆomica maior ou igual a 4.[4]

Voltando ao telefonema de Arno Penzias e Robert Wilson, o laborat´orio Bell construiu um radiotelesc´opio que operava em comprimentos de onda de 7, 35 cm. Com o aux´ılio de um switch eles conseguiram fazer uma compara¸c˜ao r´apida da emiss˜ao do c´eu a partir de uma baixa temperatura. Foi ent˜ao que um ru´ıdo de intensidade de 3, 5 K e comprimento de onda 7, 35 cm foi detectado, e permaneceu durante todas as compensa¸c˜oes sistem´aticas terem sido contornadas. [4]

Nesse meio tempo, um grupo de pesquisadores de Princeton participa- vam de um congresso cient´ıfico. Bernie Burke,um dos pais da radia¸c˜ao, que participava desse congresso ouviu a respeito da teoria do Big Bang, sua im- portˆancia na radia¸c˜ao nos prim´ordios do nosso universo e a possibilidade de detectar essa radia¸c˜ao hoje. Ainda nesse congresso, ouviu falar sobre o ruido excessivo de 3, 5K, medido pelos laborat´orios Bell, atrav´es de Penzias. Existiria uma rela¸c˜ao entre esses dois fenˆomenos? Essa d´uvida foi suprimida quando Penzias fez sua liga¸c˜ao para Robert Wilson, e relatou um ru´ıdo exces- sivo no telefonema. Ao desligarem o telefone o grupo de cientistas que estava no congresso em Princeton tra¸cou a rela¸c˜ao entre o ru´ıdo da liga¸c˜ao e o ru´ıdo detectado nos laborat´orios Bell. No dia seguinte o grupo de pesquisadores

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foi visitar o aparato experimental, semelhante ao dos laborat´orios Bell, para tentar validar a hip´otese que havia sido levantada, e assim foi descoberta a Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo.[4]

1.3 Cosmologia nos dias atuais

Na d´ecada de 70, o n´umero de artigos publicados sobre a RCF come¸cou cair. Os pesquisadores que acompanhavam esses estudos at´e agora come¸cavam a partir para outras ´areas, e resolver novos problemas que estavam surgindo na ´epoca. Foi no 25 anivers´ario da descoberta da Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo que os resultados do sat´elite COBE foram disponibilizados para co- munidade cient´ıfica, confirmando de maneira precisa a temperatura da RFC, e em seguida sua evidente isotropia. Al´em disso, novos centros de pesquisa sobre cosmologia come¸caram a surgir no Jap˜ao, Canad´a, Gr˜a-Bretanha e mesmo nos EUA, o que fez com que a RFC voltasse a ser alvo de interesse de pesquisas.[4]

2 Materiais e M´ etodos

2.1 An´ alise da Radia¸ c˜ ao C´ osmica de Fundo

No intervalo de comprimento de onda de cent´ımetros a mil´ımetros, a ra- dia¸c˜ao eletromagn´etica do espa¸co ´e, em sua maior parte, composta por uma componente isotr´opica, chamada radia¸c˜ao c´osmica de fundo, ou RCF. Esta isotropia sugere que a RCF ´e um mar que cobre todo o espa¸co existente, o que significa que um observador em qualquer outra gal´axia ir´a ver a mesma inten- sidade de radia¸c˜ao em todas as dire¸c˜oes. O espectro desta radia¸c˜ao ´e muito parecido com a distribui¸c˜ao de temperatura de Planck, com T0pr´oximo `a 3K, o que sugere que a radia¸c˜ao atingiu quase que completamente o equil´ıbrio t´ermico. Dessa forma, acredita-se que a RCF viaja pr´oximo ao comprimento de Hubble do universo presente, ou seja, ela acompanha o universo desde sua primeira expans˜ao. [5]

Devido `a capacidade t´ermica da radi¸c˜ao c´osmica de fundo ser muito maior do que a da mat´eria comum, seu espectro tende a permanecer perto do es- pectro de um corpo negro. Assim, temos que o principal rastro da radia¸c˜ao do corpo negro remanescente da expans˜ao do universo ´e o espectro de tem- peratura da RCF. A Figura 1mostra as medidas do espectro desta radia¸c˜ao,

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feitas pelo sat´elite COBE, com λ0s de 500 µm a 5 mm. [5]

Figura 1: Espectro da Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo [5].

Os pontos do gr´afico s˜ao os dados obtidos pelo sat´elite, enquanto que a linha que passa por estes pontos representa o espectro de distribui¸c˜ao de temperatura de Planck para um corpo negro, `a uma temperatura T0 de:

T0 = 2.736 ± 0.017K (1)

Dessa forma, ´e poss´ıvel analisar que o comportamento do espectro da RCF se assemelha muito ao espectro de um corpo negro.

O conhecimento da temperatura da radia¸c˜ao c´osmica torna poss´ıvel o estudo de diferentes acontecimentos do universo. Em particular, o c´alculo direto da varia¸c˜ao da temperatura da mat´eria do universo, a medida que ela expande e esfria, indica que aproximadamente trˆes quartos dos b´arions se transformam em hidrogˆenio, e que o restande se transforma em h´elio e outros is´otopos leves. Este fato est´a de acordo com o que ´e sabido atualmente sobre a abundˆancia dos elementos. Desse modo, a Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo nos d´a uma excelente prova da estrutura primordial do universo. [5]

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2.2 Aspectos experimentais das observa¸ c˜ oes da RCF

Assim como outras observa¸c˜oes astronˆomicas em outros comprimentos de onda, os experimentos de microondas consistem de um telesc´opio e um n´umero de detectores no plano focal.

Entretanto, a faixa de microondas possui desafios inerentes, ao contr´ario de outras frequˆencias apresenta uma isotropia marcante.

A express˜ao a seguir d´a o erro de uma observa¸c˜ao em radio astronomia: δI

I =

 Tsky+ Tsys

Tsky

2

1 p(∆B)tobs

. (2)

em que tobs´e o tempo de observa¸c˜ao de um pixel e (∆B) ´e a largura da banda. Tsky ´e a temperatura m´edia do brilho do c´eu por pixel e Tsys representa o ru´ıdo adicional, que inclui emiss˜ao t´ermica da atmosfera, ru´ıdo de Johnson da perda nas linhas de alimenta¸c˜ao do diel´etrico, e ru´ıdo no detector. Em radio astronomia, a detec¸c˜ao ´e feita de forma coerente e cada detector toma um ´unico modo transversal do campo eletromagn´etico, que ´e convertido por uma antena em um sinal el´etrico, que depende somente do tempo. O sinal ´e portanto amplificado e digitalizado [1].

A f´ormula indica que podemos reduzir ru´ıdo escolhendo a maior largura de banda poss´ıvel, aumentando o tempo de observa¸c˜ao e aumentando o n´umero de detectores.

Podemos aplicar tamb´em as corre¸c˜oes quˆanticas com a distribui¸c˜ao de Planck no lugar da Gaussiana, o que nos leva `a seguinte f´ormula:

δI I =

 Tsky+ Tsys

Tsky

2

1 p(∆B)tobs

exp

 hν

2kB(Tsky + T sys



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2.3 PIXIE - The Primordial Inflation Explorer

No modelo cosmol´ogico do big-bang, a hist´oria do universo ´e caracterizada por est´agios dominados ora por mat´eria, ora por radia¸c˜ao. Isso implica em uma desacelera¸c˜ao na expans˜ao do universo. No entanto, esta desacelera¸c˜ao n˜ao ´e suficiente para explicar outros fenˆomenos observados, tais como o pro- blema da planicidade e o problema do horizonte. Assim, para solucionar estas quest˜oes fundamentais ´e necess´ario considerar um ´epoca na qual ocorreu uma expans˜ao acelerada do universo, chamada infla¸c˜ao.[?]

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O PIXIE ´e uma miss˜ao exploradora que tem como objetivo detectar e ca- racterizar sinais da infla¸c˜ao c´osmica. Os equipamentos utilizados envolvem um telesc´opio dobsoniano e um aparelho de espectroscopia no infravermelho por transformada de Fourier, que ir´a medir a polariza¸c˜ao linear e a distri- bui¸c˜ao de energia emitida pela Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo. PIXIE ter´a como primeiro objetivo analisar as primeiras ondas graviacionais atrav´es de um sinal obtido na polariza¸c˜ao da RCF. A detec¸c˜ao destas primeiras on- das gravitacionais causaria profundas mudan¸cas no estudo da cosmologia, evidenciando que a gravidade ´e um campo quˆantico que obedece `as leis da MQ, e contribuindo com os primeiros estudos para formula¸c˜ao de uma teoria quˆantica gravitacional. [?]

3 Resultados e discuss˜ ao

Os resultados de previs˜ao das anisotropias da temperatura e da pola- riza¸c˜ao da RCF nos permitem descrever os processos f´ısicos mais relevantes em rela¸c˜ao ao in´ıcio do nosso universo, focaremos nos m´etodos de extra¸c˜ao de informa¸c˜oes descritos nas subse¸c˜oes.

3.1 Caracter´ısticas das perturba¸ c˜ oes primordiais

Com o an´uncio da detec¸c˜ao da anisotropia da temperatura da RCF, pa- radigmas foram oferecidos por teorias distintas para a origem da estrutura no universo no in´ıcio dos tempos. Por um lado temos a infla¸c˜ao c´osmica que prediz perturba¸c˜oes iniciais gaussianas homogˆeneas e isotr´opicas com apenas o modo de crescimento adiab´atico excitado. Por outro lado temos uma classe de modelos que postula um universo inicialmente perfeitamente isotr´opico e homogˆeneo. A explica¸c˜ao de regi˜oes com padr˜oes distintos e das rela¸c˜oes entre regi˜oes disconexas do espa¸co-tempo fica por conta de uma quebra de simetria. Assim, no decorrer da expans˜ao do universo surge um ali- nhamento do campo em dom´ınios com tamanhos com´oveis cada vez maiores. Nesses modelos a contribui¸c˜ao do setor de ordenamento de campo ´e sempre subdominante, enquanto as perturba¸c˜oes cosmol´ogicas s˜ao geradas de forma cont´ınua. As perturba¸c˜oes na m´etrica contribuem para o gerar perturba¸c˜oes para a tens˜ao-energia: b´arions, f´otons, neutrinos e mat´eria escura. Nesses modelos, ao contr´ario do modelo inflacion´ario, tanto os modos de crescimento como de decaimento de perturba¸c˜oes adiab´aticas s˜ao excitados, alterando a

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forma do espectro da RCF. Podemos entender esse comportamento como se os picos se referem `a fase das oscila¸c˜oes [1].

O resultado experimental para as primeiras observa¸c˜oes favorece os mo- delos de infla¸c˜ao com modos de crescimento com um espectro invariante em rela¸c˜ao `a escala, excluindo cen´arios em que os defeitos topol´ogicos s˜ao as fontes prim´arias de perturba¸c˜ao.

3.2 Evolu¸ c˜ ao da hierarquia de Boltzmann

Para obter predi¸c˜oes precisas ao n´ıvel satisfat´orios para os desafios atuais faz-se necess´ario a compara¸c˜ao com modelos te´oricos, observa¸c˜oes da mu- dan¸ca das fases de forte acoplamento e trasnparˆencia ou o regime de free- streaming para uma vers˜ao mais real´ıstica. Isso requer um formalismo com n´umero infinito de momentos, cujo formalismo ´e regido pela fun¸c˜ao de dis- tribui¸c˜ao do espa¸co de fase dos f´otons f (x, t, ν, ˆn, ˆ) onde ν ´e a frequˆencia do f´oton e os vetores ˆn e ˆ s˜ao a dire¸c˜ao de propaga¸c˜ao e a polariza¸c˜ao do compo el´etrico, respectivamente. As perturba¸c˜oes de um espectro de corpo negro ideal s˜ao pequenas, podendo ser truncadas na primeira ordem. Al´em do mais, o espalhamento de Thomson (espalhamento eletromagn´etico de- vido aos el´etrons no material) independe da frequˆencia e assim n˜ao altera as caracter´ısticas do espectro de um corpo negro. Tendo em mente essas propriedades, a descri¸c˜ao em termos de uma perturba¸c˜ao da temperatura do corpo negro pode ser usada no lugar do formalismo, facilitando os c´alculos [1].

Uma forma de aproximar esse formalismo de forma a reduzir custos com- putacionais ´e o chamado formalismo da linha de vis˜ao, cuja ideia principal

´

e expressar as anisotropias em termos de integrais de linha de vis˜ao, que ´e escrita como uma integral temporal sobre o produto de um termo geom´etrico e um termo referente `a fonte.

Essa formula¸c˜ao apresenta ganhos por conta da hierarquia de Boltzmann poder ser truncada para baixos valores de l (n´umero quˆantico azimutal) e por conta de quando o universo se tornou transparente, n˜ao h´a mais contribui¸c˜ao do espalhamento de Thomson.

3.3 Distˆ ancia do diˆ ametro angular

O diˆametro angular ´e o diˆametro aparente de um objeto medido em graus a uma certa distˆancia e sabe-se que essa medida de distˆancia depende da

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curvatura espacial. Para o caso de uma curvatura negativa h´a um efeito de demagnifica¸c˜ao e aumenta a distˆancia do diˆametro angular e para o caso de curvatura positiva temos o efeito contr´ario.

Com evidˆencias de que o universo contaria com uma curvatura negativa, proposta desde 1982, e com os c´alculos para as perturba¸c˜oes se mostrando consistente com as observa¸c˜oes, essa determina¸c˜ao mostrou-se importante [1].

3.4 Efeito Sachs-Wolfe Integrado

O efeito Sachs-Wolfe ´e uma propriedade ca Radia¸c˜ao C´osmica de Fundo que prevˆe uma anisotropia adicional devido a varia¸c˜oes temporais no poten- cial gravitacional para um universo com mat´eria n˜ao dominante, ou seja, para o in´ıcio do universo com grande presen¸ca de part´ıculas relativ´ısticas recombinando-se e em alguma fase posterior do universo com mat´eria negra dominante. Essa parte da anisotropia ´e dada de forma linearizada ap´os o

´

ultimo espalhamento.

Para essa teoria linear, o potencial gravitacional pode ter sua dependˆencia em rela¸c˜ao ao tempo normalizada para o universo com mat´eria dominante.

A determina¸c˜ao da contribui¸c˜ao do efeito integrado de Sachs-Wolfe ´e com- plicada devido ao modesto valor do sinal em rela¸c˜ao ao ru´ıdo, mesmo para uma medida ideal [1].

3.5 Reioniza¸ c˜ ao

Atrav´es dos conhecimentos da hist´oria da ioniza¸c˜ao do nosso universo, a fra¸c˜ao da ioniza¸c˜ao inicial por recombina¸c˜ao ´e modelada assumindo homoge- neidade e utilizando equa¸c˜oes de raz˜ao atˆomica e transferˆencia radiativa. A reioniza¸c˜ao pode ser prevista por equil´ıbrio termodinˆamico com uma rela¸c˜ao exponencial com a mudan¸ca na temperatura.

Apesar de evidˆencias de que a reioniza¸c˜ao do universo se deu a partir de inomogeneidades que geraram fontes de radia¸c˜ao UV (estrelas e quasa- res), resta saber quando o universo come¸cou a ser reionizado. Promessas de nova gera¸c˜ao de radio telesc´opios s˜ao de prover mapas tridimensionais do hidrogˆenio neutro em nosso cone de luz do passado [1].

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4 Conclus˜ ao

A an´alise de um experimento de RCF de in´ıcio, ainda com poucos dados, involve muitos detalhes. ´E fundamental para a an´alise de dados experimen- tais de RCF a constru¸c˜ao de uma probabilidade para os dados obtidos. Cons- truir uma probabilidade para nossos dados garante que nosso mapa do c´eu seja gaussiano e isotr´opico no nosso modelo te´orico. Uma complica¸c˜ao para se fazer um modelo te´orico ´e devido ru´ıdos inomogˆeneos presentes no espa¸co, proveniente dos corpos celestes. Muitas varreduras de pesquisas utilizam o espa¸co de uma maneira n˜ao uniforme, evitando os planetas e o sol, que cau- sam inomogeneidade nos dados. Infelizmente essa t´ecnica de construir uma probabilidade para um modelo te´orico n˜ao suporta altas resolu¸c˜oes angula- res, porque o n´umero de c´alculos cresce rapidamente em fun¸c˜ao da resolu¸c˜ao. Novas abordagens precis˜ao ser propostas para contornar esse problema. [1]

Em virtude dos fatos mencionados acima, foi poss´ıvel fazer uma aborda- gem qualitativa de um assunto, que a priori, n˜ao est´a previsto regularmente dentro de um curso de Engenharia F´ısica. Al´em disso, vale ressaltar que fotam trabalhados conceitos importantes da f´ısica e da engenharia, no que tange a modelos f´ısicos da forma¸c˜ao do universo, valida¸c˜ao de teorias atrav´es das miss˜oes espaciais, que at´e ent˜ao s´o tinham sido previstas matematica- mente, e conhecer oque existe de mais tecnol´ogico dentro da engenharia des- sas miss˜oes. Com certeza esse ´e um tema que entrela¸ca de maneira muito forte as ´areas de engenharia e f´ısica, e por isso ´e um tema bastante relevante dentro de um curso de Engenharia F´ısica, e tamb´em dentro da disciplina Semin´arios em Engenharia F´ısica.

5 Contribui¸ c˜ oes autorais

Dividimos o trabalho em introdu¸c˜ao, hist´oria: descobertas, previs˜oes e sat´elites, experimentos e materiais e modelos matem´aticos, ficando cada membro incumbido de levantar a bibliografia de uma das partes ficando a introdu¸c˜ao com Jo˜ao Manuel Valim Gon¸calves, Rodrigo Godoy de Souza res- pons´avel pela parte hist´orica, experimentos e materiais por conta de Jo˜ao Guilherme Prado Barbon e Felipe Nanini Cavelagna com a bibliografia refe- rente aos modelos matem´aticos. A confec¸c˜ao do guia de projeto foi realizada por todos os membros e a bibliografia final disponibilizada no Dropbox e compartilhada para a leitura integral por todos os membros.

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6 Bibliografia

Referˆ encias

[1] Martin Bucher. Physics of the cosmic microwave background anisotropy. International Journal of Modern Physics D, 2015.

[2] E. Margaret Burbidge, G. R. Burbidge, William A. Fowler, and F. Hoyle. Synthesis of the elements in stars. REVIEWS OF MODERN PHYSICS, 1957.

[3] Enrico Fermi. On the origin of the cosmic radiation. APS JOURNALS ARCHIVE, 1949.

[4] R.B. Partridge. 3K: The Cosmic Microwave Background Radiation. Cam- bridge Astrophysics. Cambridge University Press, 2007.

[5] P.J.E. Peebles. Principles of Physical Cosmology. Princeton series in physics. Princeton University Press, 1993.

[6] A. A. Penzias and R. W. Wilson. A measurement of excess antenna temperature at 4080 mc/s. The Astrophysical Journal, 142:419, jul 1965.

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