• Nenhum resultado encontrado

Dicionário das Crises e das Alternativas

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Dicionário das Crises e das Alternativas"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)
(2)

Dicionário das Crises e das Alternativas

Centro de Estudos Sociais

(3)

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS autor

Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado Universidade de Coimbra

editor

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A.

Rua Fernandes Tomás, n

os

76, 78 e 79 3000-167 Coimbra

Tel.: 239 851 904 · Fax: 239 851 901 www.almedina.net · editora@almedina.net design de capa

FBA revisão Victor Ferreira pré-impressão

EDIÇÕES ALMEDINA, S.A.

impressão e acabamento

G.C. – GRÁFICA DE COIMBRA, LDA.

Palheira Assafarge, 3001-453 Coimbra producao@grafi cadecoimbra.pt Abril, 2012

depósito legal ....

Os dados e as opiniões inseridos na presente publicação são da exclusiva res- ponsabilidade do(s) seu(s) autor(es).

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia ou outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do Editor, é ilícita e passível de procedimento judicial contra o infractor.

______________________________________________________

biblioteca nacional de portugal – catalogação na publicação Centro de Estudos Sociais – Laboratório Associado

Universidade de Coimbra

DICIONÁRIO DAS CRISES E DAS ALTERNATIVAS ISBN 978-972-40-4820-8

CDU 316

338

(4)

25 de Abril

O processo de transfi guração do país que o 25 de Abril de 1974 abriu foi des- crito como “Revolução dos Três D” (Democratizar, Descolonizar, Desenvol- ver). Este é o fundamento comum dos projetos políticos com os quais nos confrontámos por mais de três décadas e meia. A expressão pode parecer hoje algo redutora por não englobar as enormes mudanças que estavam para ocorrer no campo da vida privada, das relações de trabalho e das prá- ticas culturais, mas não deixa de verbalizar princípios programáticos e uma linha de rumo que cruzaram os anos e os diferentes governos. Democratizar supunha assim abrir a gestão da coisa pública e do coletivo à voz e à vontade livremente expressa dos cidadãos, o que até ali era impossível. Descolonizar signifi cava alijar o fardo da ideia de império e do domínio dos povos colo- nizados, o que até ali era impraticável. Desenvolver impunha encontrar e expandir novos ritmos para a criação de riqueza e o bem-estar das popula- ções, o que não constava das perspetivas do velho “país habitual”, idealizado por Salazar como quieto, naturalmente desigual e indiferente às tentações da vida moderna.

A memória partilhada do 25 de Abril guardou esse rastro, que, até há pouco, governo algum se propôs contrariar. À esquerda ou à direita do bloco político que tomou conta da gestão do Portugal pós-revolucionário, com ou sem cravo ao peito, fosse qual fosse a posição diante da Constituição apro- vada em 1976, programas e orçamentos jamais ousaram afastar o horizonte de um país melhor, habitado por portugueses mais felizes, tendencialmente

«livre, justo e solidário». Só o atual contexto de crise pôs travão a esta orien-

tação, defi nindo uma nova realidade na qual a ditadura dos mercados parece

impor, com a complacência de quem governa, o retorno a uma paisagem

na qual os processos da democracia e os caminhos do desenvolvimento são

confrontados com um enorme recuo e uma subalternização neocolonial. Na

década de 1980, referindo-se a Portugal, João Martins Pereira falava da «sin-

gular intensidade do seu passado recente». No presente, perante o cenário

de resignação e pessimismo que emana da atuação das autoridades públicas,

(5)

16 Dicionário das Crises e das Alternativas

o recurso a estratégias de alternativa passa pelo exercício de uma intensi- dade democrática em ação, de uma dinâmica do possível, da qual o 25 de Abril permanece um sinal.

Rui Bebiano

A AA (agências de notação)

AAA, triplo A, é a classifi cação máxima atribuída pelas principais agências de notação de risco de crédito (agências de rating) a obrigações ou títulos de débito e às entidades que os emitem nos mercados de capitais. As esca- las usadas pelas agências são, em geral, combinatórias de símbolos e repre- sentam os sucessivos níveis em que classifi cam os títulos de dívida. O nível de confi ança máximo (prime) das três principais agências é, no essencial, o mesmo, AAA. Mede-se o risco envolvido na aquisição de títulos, desde os que merecem inteira confi ança (“investimento”) até ao que se consideram

“especulativos”, arriscados ou em default, isto é, emitidos por uma entidade incapaz de saldar compromissos. A notação refere-se, pois, à solvência do emitente e à qualidade do instrumento fi nanceiro emitido, tendo em conta informação sobre ativos e passivos, receitas, nível de endividamento e com- portamentos fi nanceiros.

A notação do crédito através de entidades de natureza mercantil, as agências, tem uma longa história, iniciada no século XIX, quando se tratava de facilitar participações em grandes investimentos de natureza infraestru- tural (grandes obras) ou produtiva. Foi, assim, um instrumento de mobili- zação de poupanças para o fi nanciamento de projetos de desenvolvimento e de empresas neles envolvidas. No entanto, a notoriedade das agências e do rating adquiriu expressão máxima em tempos recentes, no período de fi nan- ceirização das economias, quando fundos de montantes muito elevados se tornaram intervenientes na concessão do crédito e procuram rendimentos através de operações sistemáticas realizadas à escala global. Os próprios Estados passaram a fi nanciar-se através dos chamados mercados fi nanceiros e as dívidas soberanas tornaram-se objeto dessas transações. Os efeitos per- versos do papel das agências, a confl itualidade de interesses que as envolve e a arbitrariedade das suas decisões, alheias a uma regulação adequada, têm sido severamente criticados.

José Reis

Referências

Documentos relacionados

Daí que o preâmbulo, seja por indicar os fins a serem atingidos pelo ordenamento constitucional e, por isso, ser capaz de influenciar a interpretação dos seus preceitos, não pode

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

Analisou-se os acompanhamentos das refeições servidas, que no caso são arroz branco polido (n=16), arroz integral (n=16) e feijão (n=15) das Unidades a partir da realização de

Os maiores coeficientes da razão área/perímetro são das edificações Kanimbambo (12,75) e Barão do Rio Branco (10,22) ou seja possuem uma maior área por unidade de

seguir: localização do fragmento no talhão, no projeto e na fazenda, número do fragmento, tipo de vegetação, área, perímetro, tipo de solo, ocorrência de

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Dessa forma, a partir da perspectiva teórica do sociólogo francês Pierre Bourdieu, o presente trabalho busca compreender como a lógica produtivista introduzida no campo