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Todos convocados para encontrar, acolher e acompanhar. Para uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão PASTORAL JUVENIL

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Academic year: 2021

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SEMANÁRIO DA DIOCESE DE COIMBRA | DIRECTOR: A. JESUS RAMOS ANO 100 | N.º 4852 | 7 DE OUTUBRO DE 2021 | 0,75 €

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NO DIA DE FRANCISCO DE ASSIS

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 será de 1 a 6 de agosto de 2023.

“O

caminho da sinodalidade é pre- cisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro mi- lénio” (Papa Francisco). Cada época tem os seus desafios próprios, e o da sinodali- dade é o do nosso tempo, indicando os ca- minhos que os membros do Povo de Deus percorrem juntos.

Ao convocar o sínodo sobre a Igreja Sinodal, o Papa, iluminado pelo Espíri- to Santo, sente-se impelido a lançar um novo estilo de Igreja como condição para a relançar com novo ânimo na realização da sua missão no mundo. Entre 2021 e 2023, temos a possibilidade de fazer uma longa meditação sobre a Igreja e sobre os desafios que sobre ela recaem, na fideli- dade à Escritura e à Tradição, tendo em conta as circunstâncias em que caminha.

As três palavras-chave, comunhão, par- ticipação e missão, são já uma orientação clara para o Povo de Deus, pois nascem de outras tantas acentuações do ensino da Igreja nas últimas décadas, do Concí- lio Vaticano II e da realização dos sínodos dos bispos, que se lhe seguiram.

A palavra comunhão remete-nos para Deus, Santíssima Trindade, mistério de amor revelado por Jesus Cristo, ao qual somos chamados e que havemos de tes- temunhar na relação com os homens e mulheres nossos irmãos. A comunidade cristã é o lugar em que se exprime essa comunhão entre nós e com Deus, é o si- nal que se espera para que o mundo creia.

A palavra participação sublinha a igual dignidade de todos os membros do Povo de Deus, chamados a ser pedras vivas da edificação do Templo do Senhor. Na diversidade de dons, carismas e minis- térios, os leigos, os consagrados e os mi- nistros ordenados, enraizados em Cristo pelo batismo e animados pelo Espírito

Santo podem e devem “rezar, escutar, analisar, dialogar, discernir e aconse- lhar na hora de tomar as decisões pas- torais mais de acordo com a vontade de Deus” (Comissão Teológica Internacio- nal, A sinodalidade na vida e na missão da Igreja, 67-68).

A palavra missão recorda-nos que a Igreja existe para evangelizar, ou seja, para proporcionar a experiência de en- contro com Jesus Cristo a toda a hu- manidade. O Evangelho que é sempre o mesmo, tem de exprimir-se de forma adequada à humanidade de hoje, o que exige ao Povo de Deus a criatividade, o ardor, a linguagem e os meios oferecidos pelo Espírito Santo.

A nossa Diocese de Coimbra entra con- fiante neste processo sinodal e manifes- ta a sua disponibilidade para percorrer os passos propostos pelo Papa Francisco.

Vamos entrar num clima de oração mais intenso, numa escuta da Palavra de Deus mais profunda e numa reflexão mais empenhada, a fim de darmos o nosso contributo à Igreja Universal e fazermos já da sinodalidade o nosso estilo e ma- neira de ser Igreja Local.

Acompanhamos a abertura do Síno- do, que terá lugar em Roma no dia 10 e depois a abertura do Sínodo na nossa Diocese, no dia 17 de outubro. Estaremos atentos para podermos ser participantes e correspondermos às indicações que o Vigário Episcopal para a Pastoral e o Se- cretariado Diocesano da Coordenação Pastoral irão dar em meu nome e da nossa Diocese de Coimbra.

Agradecemos a Deus os belos caminhos que nos oferece e a graça de nos acolher como membros vivos da Sua Igreja.

Virgílio Antunes

Para uma Igreja Sinodal:

Comunhão, Participação

e Missão

||||||||||||||||||||||||||||||||||||||| MENSAGEM BISPO DE COIMBRA

A Diocese de Coimbra promoveu na última semana um conjunto de iniciativas em torno do Plano Pastoral 2021-24, “Jovem, levanta-te! Cristo vive”: a sua apresentação aos Conselhos Presbiteral e de Pastoral e à comunicação social; a sua discussão pró-ativa nas Jornadas de Pastoral; a Assembleia de Jovens que precedeu a Missa da Solene Abertura do Ano Pastoral e a própria Eucaristia. A encerrar este ciclo, na sua homilia, D. Virgílio Antunes fez quatro “convocações”. > páginas 2 a 6

PASTORAL JUVENIL

Todos

“convocados”

para encontrar, acolher e

acompanhar

“DEUS CARITAS EST”

PARA PENSAR E VIVER A DIMENSÃO SOCIAL E CARITATIVA DA FÉ

Carlos João Diogo, Missionário Leigo dos Servidores do Evangelho da Misericórdia de Deus e Diretor Geral da Cáritas de Coimbra, em nova coluna no Correio de Coimbra. > Última ENCONTRO “FÉ E CIÊNCIA, RUMO À COP 26”

“O AMOR É ESPELHO DUMA VIDA ESPIRITUAL VIVIDA INTENSAMENTE”

Papa Francisco oferece três conceitos para

a reflexão: “o olhar da interdependência

e da partilha, o motor do amor e a

vocação ao respeito”. > Suplemento

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2 Diocese

PROPRIEDADE

Seminário Maior de Coimbra

Contr. n.º 500792291 | Registo n.º 101917 Depósito Legal n.º 2015/83

DIRETOR

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N

a homilia da Solene Abertura do Ano Pasto- ral, na Sé Nova, no dia 3 de outubro [ver página 3], o Bispo de Coimbra fez quatro “convoca- ções” - três dirigidas a todos nós, enquanto povo de Deus e Dioce- se: para escutarmos Jesus; para criarmos “condições”, pessoal- mente e em comunidade para a pastoral dos jovens; para pro- curar os caminhos de concre-

tização do Plano Pastoral. Uma última, dirigida aos jovens: para entrarem no dinamismo da gra- ça que lhes é oferecido.

Para respondermos capazmen- te a estas “convocações”, sempre

“focados” no anúncio de Jesus Cristo, D. Virgílio Antunes foi re- ferindo algumas condições, atitu- des e comportamentos, de que se destacam o “encontro”, o “acolhi- mento” e o “acompanhamento”.

No final da Missa, D. Virgílio Antunes apresentou e saudou os padres não diocesanos que co- meçam este ano a trabalhar na Diocese.

Aos jovens, o Bispo de Coimbra lembrou o próximo Dia Mundial da Juventude, agora no Dia de Cristo Rei, e convidou-os para a grande Jornada diocesana a rea- lizar na tarde desse domingo, 21 de novembro.

SOLENE ABERTURA DO ANO PASTORAL

Acolher os jovens - uma “atitude nova que somos convidados a desenvolver”

O Seminário é de toda a Diocese

Donativos recebidos para obras, conservação e formação São estes os mais recentes donativos recebidos pelo Seminário Maior de Coimbra:

Donativos para obras do Seminário:

anónimos - 2.000€; 100€; 500€; 150€; 250€; 100€; 1.255€.

Anónimo de Tábua - 400€. Padres diocesanos - 500€; 1.000€; 555€;

1.000,00€; 2.000€. Ofertórios: missas de agosto - 1.430,99€;

missas de setembro - 1.412,95€.

Donativos para a recuperação de livros do séc. XVI: 150€; 500€.

Donativos para a formação dos seminaristas:

anónimo - 40€; Instituto Secular das Servas do Apostolado - 3.500€.

Num breve apontamento que acompanha esta informação, diz o Senhor Reitor: “As obras estão a ganhar novo ritmo, o que muito nos alegra e entusiasma. Os tempos são difíceis para todos e os custos ligados à Construção Civil aumentaram, por isso, o nosso esforço ainda é maior. Continuamos a precisar muito da vossa ajuda na requalificação desta casa que pertence a toda a diocese. Todas as partilhas são estímulo a continuar- mos esta grande missão”.

Lembramos que a conta bancária para colaboração com o Semi- nário é: Caixa Geral Depósitos - PT 50 0035 0255 0005 9801 132 31.

Nomeação e recondução de ministros leigos Na celebração do dia 3 de outubro, na Sé Nova

A Eucaristia da Solene Abertura do Ano Pastoral, no dia 3 de outu- bro, foi também ocasião para a nomeação e recondução de alguns leigos em serviços ministeriais: para o serviço da Comunhão - 50 reconduções e 26 novas nomeações; para o serviço da Celebração dominical na ausência de presbítero - 42 reconduções, 1 nova no- meação; para o serviço das Exéquias - 8 reconduções, 1 nova no- meação; para o ministério de leitor - 2 novos leitores.

No final da Eucaristia, D. Virgílio Antunes agradeceu a disponi- bilidade de todas estas pessoas, quer para o serviço concreto nas suas comunidades, quer para receberem a formação que o seu exercício implica.

O Bispo de Coimbra deixou ainda uma palavra de incentivo para o crescimento e aprofundamento da ministerialidade laical na vida da Diocese, lembrando que é o próprio Papa Francisco quem tem vindo a valorizar e a alargar a mesma, numa referência à recente criação do ministério de catequista.

24

grupos de jovens

reuniram-se em As- sembleia na Sé Nova, no dia 3 de outubro, num gesto de adesão e compromisso com o novo Plano Pastoral que lhes é particularmente dedicado. Como

sinal desse compromisso, trouxe- ram os seus símbolos, diversos, presentes durante a Eucaristia, e no final receberam um símbolo comum, com o logotipo do Plano pastoral. Este símbolo comum é um suporte de velas, formado

por duas peças, similares mas diferentes, recortadas, a lembrar a diversidade, limites e mesmo imperfeições pessoais, mas que juntas, em complementaridade e com Cristo no meio, são de grande beleza e com luz mais irradiante.

ASSEMBLEIA DIOCESANA DE JOVENS NA ABERTURA DO ANO PASTORAL

Uma presença sinalizada por um símbolo especial do Plano Pastoral

Mais fotos em facebook.com/correiodecoimbra

SOLENE ABERTURA DIOCESANA DO SÍNODO

Celebração da Eucaristia na Sé Velha, presidida por D. Virgílio Antunes, no dia 17 de outubro, às 16h.

Com os serviços diocesanos de corresponsabilidade

(3)

33

Igreja a caminho

N

este início de novo ano pastoral voltado para os jovens, pensamos em tantos estorvos que tornam a aproximação de Jesus aos jo- vens e dos jovens a Jesus mui- to difícil ou mesmo impossível.

Quando não percebemos que eles estão em caminho, quando exigimos que sejam perfeitos de um momento para o outro ou quando lhes propomos modelos de integração que não estão ao seu alcance.

Convoco-vos para ouvir as pa- lavras de Jesus que nos suplica que não criemos obstáculos aos jovens que devem aproximar-se d’Ele e que precisam de encon- trar o Reino dos Céus. Mais ain- da, convoco-vos a criarmos as condições, pessoalmente e em comunidade, para que o cami- nho da aproximação seja mais fácil. O Plano Pastoral tem de ser um instrumento suscitado pelo Espírito Santo para levar a nossa Igreja Diocesana a propor meios e caminhos que levem os jovens a Jesus, porque Jesus está amorosamente desejoso de se encontrar com Eles.

O encontro dos jovens com Jesus leva-os a estar com a Ele, a ficar com Ele, a deixarem-se acompanhar por Ele. Esta é a segunda atitude de Jesus, que

a Igreja Diocesana em todas as suas pessoas e estruturas é chamada a seguir. Jesus acom- panha os caminhos de todos, nunca os deixa sozinhos com as suas alegrias ou com as suas do- res. Acompanha de forma silen- ciosa algumas vezes, com pala- vras fortes noutros momentos, com propostas e desafios fre- quentemente muito grandes.

Nunca os deixa desamparados ou caídos à beira do caminho, nunca nega o seu perdão nem a força da sua bênção ou a impo- sição das suas mãos para o dom do Espírito Santo.

O acompanhamento que a Igreja é chamada a fazer aos jovens há de ser simples e hu- milde, há incluir o perdão pelos caminhos mal andados, há de ser compreensivo diante do que corre mal, há de ser marcado pelo amor e pela misericórdia que vem de Deus. Tem de ser paciente e perseverante como o amor do pai e da mãe, que não rejeitam nem desistem e que mesmo nos momentos de fra- casso estão sempre disponíveis para recomeçar. O acompanha- mento amoroso de Jesus que a Igreja há de continuar nunca vê os jovens como um proble- ma, mas olha sempre para eles como pessoas e como um desa-

fio e uma oportunidade segun- do o plano de Deus que quer par- tilhar a sua vida com todos.

Como cristãos, como comuni- dades cristãs na sua diversida- de, precisamos de imitar Jesus que acompanha todos e cada um como se fosse uma criança vulnerável, mas capaz de depo-

sitar a sua confiança plena em quem a ama de verdade.

Todos os caminhos de acolhi- mento e acompanhamento dos jovens estão ao serviço do anún- cio de Jesus Cristo como o Senhor e salvador da humanidade, como a verdadeira Vida na qual encon- tram resposta para todos os seus anseios e interrogações. Pelo ca- minho, Jesus dá-lhes a conhecer um Deus que é amor, ajuda-os a interiorizar de forma existen- cial que os salva, que está vivo e que, por meio do Espírito, lhes dá vida, como nos sugeriu o Papa Francisco na Exortação Apostóli- ca “Cristo Vive” (nn. 111-133).

Este é o anúncio da boa nova que a Igreja tem ainda hoje para fazer aos jovens que acolhe e que acompanha. Não se trata simplesmente de ser simpática ou de ocupar o seu tempo, mas estará sempre focada no anún- cio d’Aquele que é já o Reino de Deus presente entre nós e nos indica o Reino que nos espera.

O anúncio de Jesus Cristo ou a evangelização é sempre o hori- zonte da ação pastoral, que nos foi entregue como missão para os dias de hoje. A Igreja existe para evangelizar, para propor os meios adequados para o en- contro dos jovens com Cristo, o único salvador. Esta missão

exige-nos uma clara mudança de atitude e leva-nos a escutar o Espírito de criatividade que nos impele a procurar cumpri- -la com entusiasmo, com amor, com confiança e com fé.

Aos jovens queremos assegu- rar com toda a sinceridade e humildade: a Igreja Diocesana de Coimbra em todas as suas co- munidades está disponível para vos acolher, para vos acompa- nhar e para vos anunciar Jesus Cristo, a Boa Nova de Deus.

Procurai ser como as crianças e criar dentro de vós o desejo de entrar nela, de partilhar nela as vossas alegrias, sonhos e desi- lusões, procurai o encontro pes- soal com o Cristo vivo.

Neste dia solene de abertura do ano pastoral e de apresentação do nosso Plano Pastoral, convoco a Diocese de Coimbra a procurar os caminhos de realização dos três objetivos propostos:

- envolver os jovens na edifi- cação da Igreja;

- proporcionar aos jovens o encontro com Jesus Cristo;

- acompanhar o discernimen- to vocacional dos jovens.

E convoco as novas gerações a entrar neste dinamismo de gra- ça, que nos é oferecido, repito- -lhes, com amizade: “Jovem, levanta-te! Cristo vive.”

As Jornadas Diocesanas de Pastoral, que tiveram como tema o aprofundamento dos dinamismos do próprio Plano Pastoral, foram permeadas por quatro grandes linhas de pensamento ou observação:

a ideia da Igreja como uma “minoria criativa”;

a larguíssima maioria de jovens que “surfa”

o incerto; o desafio de falar de Jesus “num

ecossistema de experiências e linguagens plurais”;

o imperativo de uma “firme resolução” assumida pela Igreja diocesana para uma mudança efetiva.

O

imperativo da “firme re- solução” em assumir um trabalho pastoral efetivo com os jovens foi apresentado já no encerramento do dia pelo Bispo de Coimbra: é preciso em- preender decididamente uma caminhada nova, que passa pela

“firme resolução” de trabalhar pastoralmente com os jovens, na certeza de que a Igreja dioce- sana mudará qualitativamente se incluir os jovens. A sustentar esta ideia, D. Virgílio Antunes evocou os bons resultados das várias iniciativas em que houve esta atitude “firme” (conselhos pastorais, equipas de animação pastoral, catequese de adultos), a existência de um “instrumen- to de trabalho” construído a par- tir do sentir da diocese (o Plano Pastoral) e a atitude pressentida de “maior abertura dos jovens de hoje” em relação a outras ge- rações. Por tudo isso, o Bispo de Coimbra ‘convidou toda a dioce-

se a tomar esta firme resolução’, para a qual, contudo, considerou ser “determinante” a mudança de atitude em relação à pastoral juvenil: deixar de a ver como um

“problema” para a ver como “ca- rinho, amor, acolhimento e sim- patia”: “Jesus nunca veria um jo- vem como um problema!” - disse.

A ideia de “minoria criati- va” (expressão de Bento XVI) foi introduzida e trabalhada pelo Cón. Nuno Santos, e retomada por Alfredo Teixeira, para situar a Igreja no atual contexto euro- peu, reforçando a consciência de que “há diferença entre a Igreja que se torna minoritá- ria e uma Igreja que também é minoria sociológica”. Essa di- ferença está na “criatividade”, na convicção de que o futuro da própria Europa depende desta

“minoria criativa” (Andrea Ric- card, cit. por Nuno Santos).

A partir dos condicionalismos socioculturais (“imprevisibili- dade”, incerteza, reversibilida- de de situações de vida…) e dos valores neles emergentes (rea- lização pessoal, sociabilidade afetiva, etc.), Alfredo Teixeira traçou algumas caraterísticas das “culturas juvenis” e “novas adolescências”, em particular a pluralidade de linguagens, prá- ticas e sociabilidades próprias,

com recusa das ofertas “insti- tucionais pré-fabricadas”, entre as quais a Igreja. Sustentado por muitos estudos sociológicos, aquele professor da Universida- de Católica de Lisboa distingue dois grandes grupos entre os jovens, o largamente maiori- tário que “surfa o incerto”, e o minoritário, embora crescente, que procura a segurança exis- tencial. Para Alfredo Teixeira a Igreja tem que falar com estes dois mundos, aceitando e inte- grando a pluralidade, com coe- rência entre o dizer e o fazer, evitando a autorreferenciali- dade e despertando a resposta pessoal, à imagem do próprio Jesus de Nazaré: ‘o maior de- safio de hoje é voltar a falar de Jesus e fazer como Jesus’.

As Jornadas, que decorreram no Colégio de São Teotónio, tive- ram também uma forte compo- nente testemunhal (painel com a leitura do Plano Pastoral pelos jovens, ao final da manhã) e de apropriação do Plano em traba- lho de grupo, numa dinâmica conduzida por Marta Neves, sob a ideia de “puzzle” - como imagem da própria ação pastoral da Igre- ja em que as peças não se encai- xam ao acaso, nem à força, mas segundo a diversidade dos dons e o contributo criativo de todos.

JORNADAS DIOCESANAS DE PASTORAL

D. Virgílio Antunes convida todos os diocesanos a assumirem a firme resolução de trabalhar com os jovens

SOLENE ABERTURA DO ANO PASTORAL

A Igreja quer acompanhar os jovens de modo paciente e perseverante, como o amor do pai e da mãe

Virgílio do Nascimento Antunes, extrato da Homilia (título do Correio de Coimbra)

Aos jovens queremos assegurar com toda a sinceridade e humildade: a Igreja Diocesana de Coimbra em todas as suas comunidades está disponível para vos acolher, para vos acompanhar e para vos anunciar Jesus Cristo, a Boa Nova de Deus.

SEMINÁRIO MAIOR

Contributo para as obras de conservação e requalificação.

PT 50 0035 0255 0005 9801132 31.

(4)

4 Grande Plano

Em ordem a Envolver os jovens na edificação da Igreja (primeiro objetivo), Cada comunidade cristã assume os desafios de:

1

ser mais próxima dos jovens, mais acolhedora, mais inclu- siva, mais aberta, mais atual e de tornar os jovens mais protago- nistas da própria ação da Igreja.

2

tornar a missa mais parti- cipada e apelativa; de pro- mover atividades, itinerários e espaços de diálogo aberto e dees- cuta autêntica e respeitadora.

3

promover mais atividades dirigidas aos jovens: en- contros de formação (litúrgica, bíblica e humana); intercâmbio entre grupos de jovens; partici- pação em encontros diocesanos, nacionais e internacionais; va- lorização dos projetos ‘Say Yes’,

‘Rise Up’, YouCat, DoCat…; cria- ção de grupos de pastoral juve- nil; valorização e integração dos jovens nas estruturas de corres- ponsabilidade, nos movimentos e nos serviços paroquiais/unida- de pastorais (catequistas, acóli- tos, coros…).

Em ordem a “Proporcionar aos jovens o encontro com Jesus Cristo”

(segundo objetivo), Cada comunidade cristã assume os desafios de:

1

estar presente nos diferentes contextos e plataformas onde os jovens se encontram (redes so- ciais, desporto, música, artes…) de forma a sensibilizar e a pre- parar para o anúncio do Evange- lho. Assume ainda o desafio de propor experiências de aprofun-

damento da fé, ou mesmo de pri- meiro anúncio, recorrendo a gru- pos juvenis da Paróquia/Unidade Pastoral, Alpha Jovem, Convívios Fraternos, Educação Moral Reli- giosa Católica e outros movimen- tos de espiritualidade juvenil.

2

criar uma equipa de pas- toral juvenil local que in- clua jovens e adultos; de criar ou apoiar a criação de espaços físicos dedicados aos jovens; de promover diferentes iniciativas e atividades para despertar e alimentar a fé em Jesus Cristo;

de propor a abordagem cristã de temas como a família, o estudo, o trabalho, o associativismo, a ecologia, a economia, a arte, a política, o voluntariado.

3

celebrar a Eucaristia dando mais espaço à participação dos jovens (grupo coral, acólitos, leitores…); de cuidar da homilia

que deve ser “uma experiência intensa e feliz do Espírito, um consolador encontro com a Pa- lavra, uma fonte constante de renovação e crescimento” (EG, 135); de promover a lectio divina com os jovens, tornando assim a Palavra de Deus mais acessível;

de propor momentos de con- templação, de retiro e conteúdos para a oração pessoal e de grupo.

Em ordem a “Acompanhar o discernimento vocacional dos jovens” (terceiro objetivo), cada comunidade cristã assume o desafio de:

1

apresentar Jesus Cristo numa perspetiva integral;

de tornar Jesus Cristo o centro permanente de toda a atividade com os jovens com um ‘novo en- tusiasmo, novos métodos e no- vas expressões’ (cf. João Paulo II, 9 de março de 1983, Haiti).

2

dar a conhecer as várias oportunidades de serviço existentes na Paróquia/Unidade Pastoral e de proporcionar a sua participação nas mesmas; de dar a conhecer e promover a parti- cipação de jovens em serviços de voluntariado, a ação social e caritativa, como uma oportuni- dade especial de descoberta da vocação e do sentido mais pro- fundo da vida; de sensibilizar e envolver os jovens na promoção de uma ecologia integral (cf. LS).

3

organizar localmente um serviço de pastoral e dis- cernimento vocacional com a missão de dar a conhecer tes- temunhos reais e felizes de casais, de padres, de consagra- dos e de leigos; de promover workshops vocacionais; de dar a conhecer exemplos bíblicos de vocação e a vida dos santos e de encaminhar os jovens para as propostas diocesanas.

Da leitura dos contributos recebidos para a elaboração do Plano Pastoral, quer dos questionários, quer dos órgãos de corresponsabilidade da diocese, o texto final do Plano sublinha alguns desafios concretos para cada comunidade/unidade pastoral.

APRESENTADO NOVO PLANO PASTORAL

Desafios concretos às comunidades cristãs

PARA RESPONDER A CADA UM DOS TRÊS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Que cada Paróquia/

Unidade Pastoral:

+ tenha um serviço de pastoral de juvenil organizado;

+ tenha um serviço de pastoral e discernimento vocacional;

+ tenha um Centro Juvenil

como espaço de encontro, for- mação, oração, convívio;

+ promova iniciativas de espi- ritualidade, como retiros, mis- sões, jornadas de voluntariado;

+ valorize grandes atividades como campos de férias, peregri- nações, caminhadas;

+ proporcione instrumentos para a pastoral juvenil como ‘Say Yes’, ‘Rise Up’, YouCat, Do Cat;

+ dê especial atenção à prepa- ração imediata para o Sacra- mento do Crisma, promovendo momentos de retiro, oração, voluntariado;

+ proporcione aos jovens a par- ticipação numa ação concreta de primeiro anúncio, como Al- pha jovem, Convívios Fraternos, ou outra experiência marcante para a vida cristã;

+ celebre anualmente a Jorna- da Mundial da Juventude;

+ invista na formação de anima- dores para a pastoral dos jovens;

+ forme pessoas para acompa- nhar jovens no discernimento vocacional;

+ assegure a integração de jovens nos órgãos de comu- nhão e de corresponsabilida- de, como Equipa de Animação Pastoral, Conselho Pastoral, Conselho para os Assuntos Económicos.

PARA A RENOVAÇÃO DA AÇÃO PASTORAL COM JOVENS

CAMINHADA PELA VIDA

Pela primeira vez em Coimbra, no dia 23 de outubro

Largo da Portagem, 14h30

(5)

5

Plano Pastoral 2021-2024

“S

ó da amizade com Deus pode nascer a verdadeira caridade, o verdadeiro voluntariado e a ecologia integral. É importan- te recordar que é da dignidade da vida humana, da vocação da humanidade ao cuidado de toda a criação e de cada Pessoa à santidade, que os cristãos ao longo dos séculos foram assu- mindo o desafio da interven- ção cívica, a defesa da vida, etc.

“Ser para os outros” não cansa,

nem se cansa, quando sabemos que, em primeiro lugar, Deus foi para nós.

Só assim podemos ultrapas- sar a barreira do egoísmo, do provisório e do efémero que se abate na nossa sociedade. A vo- cação surge plena quando nos predispomos a acompanhar e a fazer caminho. Quando esta- mos disponíveis a pensar ou- tros caminhos que não os do mundo, os populares, os mais agradáveis, e nos esforçamos

por santificar a nossa vida e a dos que connosco caminham.

O coração do Homem vive in- quieto enquanto não repousa em Deus. Hoje mesmo podemos pedir de empréstimo a Santo Agostinho, padroeiro da Diocese de Coimbra, estas palavras que são resposta para tudo o que nos perturba. As nossas Uni- dades Pastorais? As nossas Pa- róquias? Os nossos grupos e os nossos serviços? A nossa vida?

Será que repousa em Deus?

Eu rezo para que nos próximos anos, por ocasião deste Plano Pas- toral, mas por responsabilidade para com as gerações mais no- vas, nos dediquemos com ânimo a rejuvenescer a nossa Fé, trans- formar as nossas catequeses e es- truturas, para que sejamos juntos uma Igreja jovem, sem lugar para reclinar a cabeça, com esperança e espírito de missão, enamorada pela vida de Jesus, sedenta da Sua palavra e disponível para receber os caminhos que Deus lhe indicar.

Para que a Igreja de Coimbra possa dizer “O Senhor fez em mim maravilhas!”, em todos os homens e mulheres que an- davam tristes, desanimados, iludidos, confundidos e que agora vivem na Luz.

Não há como sair triste des- te encontro com Deus, quando vamos disponíveis para con- verter o coração.

Isto é ser jovem!

É ser missionário, é seguir e levar Jesus!”

“Só da amizade com Deus pode nascer a verdadeira caridade, o verdadeiro voluntariado e a ecologia integral”

Da intervenção de Ana Filipa Santos, jovem, membro do Conselho Pastoral Diocesano

“A

grande opção é ir ao encontro dos jovens e torná-los membros ativos da construção comunitá- ria, a Igreja.

São definidos

3 objetivos fundamentais:

1

Envolver os jovens na edificação da Igreja.

Os jovens integram plenamente o Povo de Deus, são uma presen- ça desejada que importa realçar, contrariando um afastamento e

até desinteresse que se verifica, especialmente da vida litúrgica.

Torná-los protagonistas da ação eclesial nas suas múltiplas áreas de intervenção é uma opção as- sumida; cultivar a proximidade com os jovens, indo ao seu en- contro, é tarefa prioritária.

Pela força do testemunho, pela influência consentida de quem partilha da mesma condição existencial, os jovens são os prin- cipais evangelizadores dos ou- tros jovens, por isso são sujeitos privilegiados da evangelização.

2

Proporcionar aos jovens o encontro com Jesus Cristo.

Somos seres de relação, relação interpessoal. Evangelizar é pro- vocar o encontro com a pessoa de Jesus Cristo, que desafia à descoberta da vida cheia de sen- tido e plena de significado, uma vida de santidade, diz o Papa.

Este encontro dá-se em dois ei- xos: o primeiro é o aprofunda- mento kerigmático, a experiên- cia fundante do encontro com Cristo, morto e ressuscitado; o

outro é o crescimento fraterno na vida comunitária.

3

Acompanhar o discernimento vocacional dos jovens.

O discernimento vocacional é um processo de busca e cons- trução da resposta pessoal de cada um ao chamamento de Deus, assumido como projeto de vida. Em liberdade e diante de Deus, este caminho é acom- panhado. Para além da família, também a Igreja tem a especial

missão de estar ao lado dos jo- vens, ajudando-os a interpretar os apelos de Deus.

Este discernimento é um exercício de autenticidade, é um desafio ao caráter único de cada jovem, cuja vida ganha em ple- nitude quando se assume como

“ser para os outros”.

Da radical vocação batis- mal nascem todas as vocações eclesiais, mesmo quando vão para além do horizonte ecle- sial, nas múltiplas concretiza- ções humanas”.

Linhas estruturantes

Da intervenção do Pe. Manuel Carvalheiro, Vigário para a Pastoral

“A

presente situação da Igreja confirma-nos na visão e na missão que definimos já em 2013*, e funda- dos no conhecimento que dela fomos elaborando com base em três motivações fundamentais:

1

o mandato de Jesus: “ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho a todas as nações”;

2

a Exortação Apostólica do Papa Francisco, “A Alegria do Evangelho”, carta progra- mática do seu pontificado, que acolhe as perspetivas dos pon- tificados anteriores, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI;

3

a situação das comu- nidades cristãs, que se confrontam com a urgência da fé no meio da crescente secularização.

Poderia ainda acrescentar um dado mais pessoal, que espero seja também eclesial: o lema episcopal que escolhi tendo em conta a missão que me foi con- fiada: “Anunciamos Cristo Cru- cificado, sabedoria de Deus”.

Acreditamos que a fé cristã che- ga por meio do anúncio, que com- preende palavras e testemunho.

Estamos conscientes de que é possível em todas as épocas e em todas as circunstâncias acolher a fé, vivê-la na Igreja e testemu- nhá-la no mundo como uma realidade libertadora e salvadora.

Estamos motivados para pro- mover a proposta do encontro com Cristo, usando a linguagem, os métodos e meios propostos pela Igreja de hoje para dar con- tinuidade ao projeto de Jesus.

Acreditamos que o encontro pessoal com Jesus, na fé, é a única realidade que, hoje, pode fundamentar a vida dos cris- tãos e dar sentido à sua parti- cipação na vida da Igreja, uma vez que as mudanças culturais fragilizaram o peso da grande cristandade de outrora.

Os jovens e a fé

O

Plano Pastoral centra- -se na evangelização dos jovens. Eles são a possi- bilidade da Igreja do presente e do futuro, pois são a faixa etária que permite a sua renovação.

São diferentes das gerações dos seus pais e avós, têm uma capa- cidade de abertura, que pode ser também um desejo de mudança

em relação ao passado.

Os jovens estão numa atitu- de crítica em relação ao mundo de que provêm e conhecem as suas fragilidades. Desejam uma novidade e mudança nas quais a dimensão espiritual têm um lugar significativo, face aos ma- terialismos e às esperanças in- fundadas com que se deparam.

* Visão da Diocese de Coimbra

“Alicerçados em Cristo, formamos uma comunidade de discípulos para o anúncio do Evangelho”.

* Missão da Diocese de Coimbra

“Diocese de Coimbra:

comunidade que vive a fé e anuncia o Evangelho como caminho do encontro pessoal com Cristo, único salvador, e com a sua Igreja”.

Os jovens conhecem as fragilidades do mundo

Da intervenção de D. Virgílio do Nascimento Antunes, Bispo de Coimbra

Estamos motivados para promover a proposta do encontro com Cristo, usando a linguagem, os métodos e meios propostos pela Igreja de hoje para dar continuidade ao projeto de Jesus.

A Diocese de Coimbra promoveu, no dia 29 de setembro, na Casa Episcopal, uma Conferência de Imprensa, que foi ocasião para a apresentação

do novo Plano Pastoral Diocesano ao Conselho Presbiteral, ao Conselho Pastoral e, através da comunicação social, a toda a comunidade

humana da Diocese de Coimbra. O Correio de Coimbra regista três “apontamentos” da mesma.

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Liturgia

6

J

esus a caminhar com os discípulos. É no caminho, na vida concreta, no quoti- diano… que Jesus se faz evan- gelho, se faz boa-nova, mestre e Senhor! Na proximidade da rela- ção surgem perguntas e respos- tas que a distância não permite.

Tiago e João pedem a Jesus não só a Vida Eterna, mas ficar à direita e à esquerda d’Ele. Pe- dem destaque, poder, ‘primeiros lugares’. A indignação dos ou- tros dez discípulos revela uma certa inveja e o mesmo desejo.

Quantos desejos de poder an- dam silenciados entre nós, a consumir-se entre gestos e pa- lavras piedosas, entre roupas e moralismos desencarnados.

O clericalismo de muitos pa- dres e diáconos, a arrogância de muitos leigos, a luta de poderes em muitas das nossas comu- nidades… já é velha e encontra neste episódio uma génese. Este

‘pecado original’ (eis o verdadei- ro e mais profundo pecado origi- nal) atravessa todos os tempos, mas precisamos de recordar que o original é Cristo, o que temos de seguir é o seu estilo, a sua en- trega, a sua humildade.

Jesus não vai recriminar os seus discípulos, ou condená- -los… simplesmente procura que eles percebem a importân- cia da entrega, a ‘gramática do cálice’, do dar-se totalmente,

dar-se todo por todos.

Em cada Eucaristia a comu- nidade cristã (padres e leigos) é convidada a retomar a ‘gramá- tica do cálice’, do sangue que se faz vinho (alegria e ressurrei- ção) e do trabalho (vinho) que se faz sangue. Somos convidados misturar no cálice Deus (vinho) e Humanidade (gota de água).

Céu e terra sentados à mesa do altar. Cada um de nós premen- temente desafiado a ser mais à imagem de Jesus e a incarnar o estilo do evangelho.

A grande questão não é ‘ser- viço ou poder’. A questão mais profundamente evangélica é o

modo como exercemos o poder que temos, como o olhamos e como o concretizamos. Jesus tinha (muito) poder, há muitas pessoas com muito poder, cada um de nós tem contextos de po- der (desde o pai ou a mãe, ao padre ou ao ministro da comu- nhão, passando pelos catequis- tas e pelos professores… médi- cos, polícias, juízes, enfermeiros, investigadores, políticos…).

Como exercemos o poder que temos! Como é que Jesus exerceu o poder que tinha. Ele disse (e mostrou com gestos concretos):

‘quem quiser tornar-se grande, faça-se servo; quem quiser ser o primeiro, faça-se escravo’. De facto, Ele apresenta-se como o que veio para servir.

Que escândalo Jesus ser ‘servo’

e ‘escravo’. Deus que veio para servir todos os homens e mulhe- res… também a mim! Um Deus que vem para me servir! Uma enorme provocação que choca com a maior parte das ideias que temos de Deus e que escuta- mos em muitas catequeses.

‘O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para ser- vir’… e nós? Um servir que pas- sa por dar a vida por todos, pela redenção de todos, para que todos tenham a vida eterna.

Como tenho usado o meu poder para dar vida, para servir, para me fazer entrega?

NEM SÓ DE PÃO | COMENTÁRIO À LITURGIA DOMINICAL

Poder ou serviço? Poder!

Nuno Santos LEITURA DO LIVRO DE ISAÍAS Is 53, 10-11

Aprouve ao Senhor esmagar o seu servo pelo sofrimento. Mas, se oferecer a sua vida como sacrifício de expiação, terá uma descen- dência duradoira, viverá longos dias, e a obra do Senhor prospera- rá em suas mãos. Terminados os sofrimentos, verá a luz e ficará saciado na sua sabedoria. O justo, meu servo, justificará a muitos e tomará sobre si as suas iniquidades.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 32

Refrão: Desça sobre nós a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos, Senhor.

LEITURA DA EPÍSTOLA AOS HEBREUS Hebr 4, 14-16 Irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Je- sus, Filho de Deus, permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, excepto no pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança ao trono da graça, a fim de alcan- çarmos misericórdia e obtermos a graça de um auxílio oportuno.

ALELUIA Mc 10, 45

O Filho do homem veio para servir e dar a vida pela redenção de todos.

EVANGELHO SEGUNDO SÃO MARCOS Mc 10, 35-45 Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, co- meçaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem en- tre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

ENTRADA Eu vos invoco, Senhor | CEC II 129 Vamos confiantes | NCT 341 Servi o Senhor com alegria | NCT 228 APRESENTAÇÃO DOS DONS A vós, Deus e Senhor | CT 56 Deus e Senhor que nos criastes | CT 63 É nossa oferta | NCT 247 COMUNHÃO O Filho do Homem | CEC I 105 Eu vim para que tenham a vida | CEC II 131 Aprendei de Mim | CEC II 174 PÓS-COMUNHÃO A quem iremos | CEC II 106 Ó glória eterna do Céu | NCT 570 Quanta paz e quanto bem | CT 141

DOMINGO XXIX DO TEMPO COMUM 17 de outubro de 2021

SUGES TÃ O D E CÂNTIC OS

H

oje corremos um grande perigo como cristãos. O perigo de viver a nossa fé como uma vergonha. Dian- te de tantas coisas que vemos e vivemos, contra a Igreja, contra a nossa fé, contra aquilo que acreditamos. Coisas essas que nos colocam em questionamen- to: quem somos, em que ou em quem devemos acreditar. Por ve- zes temos até mesmo vontade de tudo abandonar. Ou, pior do que tudo abandonar, permanecer acuado, envergonhado, como se não tivéssemos os meios para seguir em frente.

Permitimos com que o mundo nos diga o que devemos fazer, como devemos agir e ficamos perdidos sem rumo como se não tivéssemos a Palavra de Deus, a Tradição e o Magistério da Igreja para nos orientar.

Independente do nosso estado de vida, não tenhamos medo de assumir quem somos.

E quem somos? Somos cristãos porque aceitamos e cremos que

“Jesus é o Filho do Deus Altíssi-

mo” (Mc 5,7) que “entregando-se à obediência até a morte, e morte de cruz” (Fp 2,8) salvou o mundo.

E o que pode nos tirar desta vergonha? A alegria! Pois, “a ale- gria do Senhor será a vossa for- ça”. (Ne 8,10)

Só a alegria pode apagar a ver- gonha. Ela nos dá coragem para atravessar os tempos de hoje.

Ela nos faz permanecer mes- mo quando achamos que não dá mais para ficar. Ela nos leva a sorrir mesmo quando nossa cruz pesa sobre nossos ombros.

E como conseguir essa alegria?

No evangelho de São João 2,1- 12 encontramos a o texto das bodas de Caná.

Esse texto nos apresenta a intervenção de Maria diante de uma situação vergonhosa.

Numa festa de casamento, o vi- nho (que representa a alegria) acaba. Maria, atenta as necessi- dades, vai até Jesus e informa-o do que aconteceu. Ela vai confiar a vergonha de casamento Àque- le que ela sabe que pode mudar a realidade dessa festa. Jesus

deixa claro que a sua hora ain- da não chegou, porém, vendo o pedido humilde e obediente de sua mãe aos servos: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5), Ele realiza o milagre.

Encontramos aqui a resposta de como conseguir essa alegria que apaga a vergonha. Encontra- mo-la na confiança e abandono em Deus. Porém, encontramo-la através da intercessão de Maria.

Pela sua intercessão, os mila- gres podem ser antecipados. As talhas podem ser enchidas com generosidade e podem dar ale- gria em abundância.

Neste mês do santo rosário, aproveitemos a oportunidade do convite feito por Nossa Senhora de Fátima, nas suas seis aparições, e rezemos o terço diariamente, meditando na vida de Jesus, seu estilo, reações e relacionamentos, e assim, sob o patrocínio da San- tissima Virgem, caminharemos cada dia para uma vida cristã autêntica e encontraremos nossa vida renovada pelo melhor vinho, o vinho da alegria.

ESPIRITUALIDADE - PROVOCAÇÕES INTERIORES

Precisamos de Maria

Perla das Núpcias do Cordeiro, pjc

A grande questão não é ‘serviço ou poder’. A questão mais profundamente evangélica é o modo como exercemos o poder que temos, como o olhamos e como o concretizamos.

DIA MUNDIAL DAS MISSÕES

Este ano sob o tema apresentado pelo Papa Francisco: “«Não podemos calar o que vimos e ouvimos» (At 4, 20)”.

Com um guião pastoral disponível em https://www.opf.pt

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7

Opinião

1

Cada um de seu jeito, pa- rece que, de acordo com as declarações finais, todos os partidos e movimentos de independentes se consideram vencedores nas recentes autár- quicas. Porque têm a maioria das câmaras, ganharam cida- des relevantes, recuperaram antigos bastiões, mantiveram o que detinham, elegeram os seus primeiros vereadores, sei lá que mais. Enquanto subli- nhavam os objetivos alcança- dos, ninguém admitia propósi- tos falhados. Contudo, quando quase metade dos portugueses ficou em casa e não exerceu o seu direito de voto nas eleições de maior proximidade, quan- do a abstenção atinge valores de 46,32%, então, desde logo, lamento muito contrariá-los, todos perdemos.

2

Os “equívocos” que en- volveram a pretensa exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada, aparentemente feita à mar- gem do Presidente da Repúbli- ca - que é o comandante su- premo das Forças Armadas, e sobre quem impende a última palavra na matéria - são mais uma evidência do desnorte que se tem instalado no go- verno de António Costa. E, es- sencialmente, uma vergonha nacional. Quando, em boa verdade, tudo estava já acer- tado para a saída de Mendes Calado no início do próximo ano, o que terá assim tanto perturbado João Cravinho, o normalmente circunspecto ministro da Defesa?

3

Confesso a minha incapa- cidade em perceber o que se passa entre a Justiça no nosso país e os poderosos - mas só eles - enquanto arguidos. Ou os processos se delongam até à pres- crição ou, quando condenados, como agora aconteceu em três processos, com João Rendeiro, deixa-os fugir para o estrangeiro.

Já sentenciado a pena de prisão efetiva, não deveriam os tribu- nais ter agravado as medidas de coação retirando, pelo menos, o passaporte ao anterior presidente do Banco Privado Português? Bem sabemos que a Justiça é cega.

Mas, às vezes, apetece retirar- -lhe um pouco a venda de modo a poder ver o que permite a quem tem dinheiro (normalmente mal

‘ganho’) para, de recurso em re- curso, alcançar a impunidade legal. E ainda nos querem con- vencer, qual nada, que, perante a Lei...somos todos iguais!

4

No convencimento de po- der dizer tudo o que se lhe oferecer sobre o que quer que seja, António Costa ousou ultrapassar-se a si mesmo nas acusações à Galp quanto ao des- mantelamento da refinaria de Matosinhos. E não se trata, ape- nas, sendo-o embora, de con- siderações do chefe do governo sobre uma empresa privada.

É, sobretudo, uma afirmação demonstrativa do socialismo

‘moderado’ que ao primeiro-mi- nistro convém, politicamente, aparentar, mas que, entremen- tes, em momento eleitoral mais assoberbado, não consegue sus- tentar. E, depois, o esquerdista do PS é Pedro Nuno Santos…

5

O ato de abastecimento de combustível trans- formou-se num quase assalto à mão desarmada. Atin- gimos os preços mais elevados dos últimos anos. Os políticos atribuem o fenómeno à alta do custo do barril de brent, muito, ainda, acusam, os revendedores na procura de mais uns cênti- mos de lucro. Só não assumem que é a enorme carga fiscal, superior aos 60%, a maior em termos europeus, que mais contribui para a formação dos preços. Mas é mais fácil criticar terceiros do que baixar impos- tos. Mesmo alegando que estão, sobretudo, a querer contribuir para o minorar das alterações climáticas e não, como aconte- ce, a encher os bolsos que ali- mentam o governo.

6

A desastrosa saída dos militares americanos do Afeganistão - e, por arrastamento, das restantes forças internacionais que os apoiavam - foi, queira-se ou não, uma enorme humilhação para os todo-poderosos Estados Unidos da América. Que abre caminho a muito preocupante aumento da influência da Rús- sia, sobretudo da China, naque- la região do globo. É inquestio- nável a dimensão do esforço de guerra; impensável a transpo- sição para ali dos conceitos de país democrático; que a cor- rupção interna minava todos os planos da Casa Branca. Mas sair, assim, deixando à sorte da barbárie dos taliban a vida de tantos que serviram os nossos interesses, só abala, talvez ir-

remediavelmente, o prestígio da maior potência mundial, aprofunda, em definitivo, a crise de valores da civilização ocidental.

7

A não surpreendente der- rota da democracia cristã nas eleições legislativas na Alemanha, apesar da pou- co significativa vantagem, de apenas 2%, para os sociais-de- mocratas - e ninguém admitia sequer, alguns meses atrás, a vitória do centro-esquerda - já vinha sendo anunciada pelas mais recentes sondagens. A ro- tatividade partidária; a ausên- cia de carisma (e não foi ape- nas aquele sorriso de Lashet em momento de dificuldade coleti- va) do anódino candidato con- servador da CDU/CSU; o grau de confiança que o ainda ministro das Finanças de Angela Merkel, Olaf Scholz, inspira a um povo que privilegia sobretudo a es- tabilidade, ditaram uma alte- ração governativa que, estrutu- ralmente, tudo muda para tudo manter na mesma. Veremos, agora, se a coligação ‘semáforo’, tripartida entre o SPD, os cada vez mais influentes Verdes, e os Liberais, fará vencimento, a bem dos valores sociais e da coesão da Europa, até ao Natal.

A atual chanceler, na sua gran- deza, reconheçamos, enquanto estadista, merece uma transi- ção política serena.

8

A ratificação do acordo de Aukus vem demons- trar que, afinal, de um ponto de vista geostratégico, em pouco divergem as grandes

opções de Trump e de Biden. A mudança do eixo Atlântico para o Indo-Pacífico, que na moder- nidade - e no concreto das rea- lidades atuais - se constitui na grande prioridade estratégica militar, económica e logística norte-americana, será, por- ventura, sobremodo devido à crescente presença e influência da China, uma inevitabilidade.

Contudo, para além do envolvi- mento do Reino Unido e da Aus- trália (e não dando relevância aos frustrados negócios navais desta com a França), seria exi- gível, independentemente da salvaguarda e reforço do que a NATO representa, um enten- dimento político com a assim subalternizada União Europeia.

Ou, então, o celebrado regresso dos EUA não é mais do que uma falácia de Washington em re- lação aos seus mais antigos aliados do Velho Continente.

9

Saíram gorados os in- tentos de Justin Trudeau em voltar a alcançar a maioria absoluta que detinha, dois anos atrás, na governação do Canadá. Ao convocar eleições antecipadas no segundo maior país do mundo - e vendo assim frustrados os seus intentos - o reeleito primeiro-ministro, lí- der dos Liberais, terá de conti- nuar a negociar com o Partido Conservador e os pró-sobera- nistas do Bloc Québécois. Os ca- nadianos reafirmaram a sua confiança no atual executivo, mas, quase repetindo os resul- tados anteriores, recusam, tal- vez avisadamente, hegemonias político-partidárias.

H

á um livro que ouvi ler ou leio desde que me conhe- ço. Esse livro é diferente de todos os outros pelo que anun- cia e pelo que comunica, tornan- do-se uma fonte perene de luz e de esperança. Chama-se “Sagra- da Escritura” ou “Bíblia” - o livro dos livros, o mais divulgado, lido e meditado em todo o mundo e que toca o mais fundo da alma.

Não é um livro qualquer nem pode ler-se como um simples ro- mance, um compêndio científico ou uma mera história. Trata-se de um escrito inspirado por Deus que deve ser lido com os olhos da fé e devidamente interpretado segundo as orientações da Igre- ja, que com autoridade faz a sua análise certa.

É importante familiari- zarmo-nos com a Bíblia pois apresenta-nos a Revelação de Deus aos homens através de acontecimentos e palavras com a iluminação do Espíri- to Santo. Deus quis revelar-se deste modo com o seu povo - Israel - e assim comunicar-se e transmitir os seus dons. Tra- ta-se de uma comunicação à maneira humana quando lida com o mesmo espírito com que foi escrita. Como afirmou São Paulo (2 Tim. 3) “Toda a Escri- tura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para con- vencer, para corrigir, para ins- truir na justiça para que o ho- mem seja perfeito e apto para as boas obras”.

Os autores sagrados usaram di- versos géneros literários: a poesia (salmos), crónica (livros históri- cos do A.T.), os Provérbios, as Car- tas ou Epístolas (N.T.), a História (Evangelhos), as Profecias, etc.

É importante saber interpre- tar cada texto. Por vezes, apre- sentando-nos uma história es- tranha que não pode ser tomada à letra: é como uma mãe que quer transmitir uma verdade ao filho e conta uma história, interessando não tanto o seu conteúdo como a verdade que se quer comunicar. Ao fazer uma iniciação de leitura da Bíblia o melhor é começar pelo Novo Testamento, os Evangelhos, adi- cionando porventura um salmo do Antigo Testamento - tudo vi-

vido com espírito de oração. As notas explicativas no rodapé de cada página são uma preciosa ajuda à compreensão dos textos.

Com o conhecimento da Re- velação Bíblica o cristianismo atinge outro estilo, outra auten- ticidade e outra força ajudando na caminhada da vida, na rela- ção com Deus e com o próximo.

Leva-nos a descobrir a presença amorosa de Alguém que nos ilu- mina e com Quem dialogamos e nos acompanha nos reais pro- blemas da vida.

É uma verdade que hoje a maioria das famílias até possui uma Bíblia em suas casas lá bem guardada - o que é um progresso na sua divulgação, uma conse- quência das novas catequeses e orientações da Igreja, sobretudo após o Concílio Vaticano II (1965).

Nessa oportunidade ele afirmou:

“É tão grande o poder e a força da palavra de Deus que constitui vi- gor e sustento da Igreja, firmeza da fé, alimento da alma e nascen-

te perene de vida espiritual”. Não basta, porém, possuir uma bíblia:

o importante é que ela se utilize e se torne alimento por uma as- sídua leitura com a devida inter- pretação. Recentemente o Papa Francisco propôs que um domin- go em cada ano se celebre o Dia da Bíblia e também encorajou os cristãos “a pedir a Deus a força de desligar a televisão por momen- tos, a fim de se deterem na leitu- ra da Palavra de Deus” - um bom apelo para assim dar uma nota de espiritualidade à vida.

A Bíblia é um tesouro muito rico que alimenta o espírito e anima a fé. Quem faz a expe- riência da sua leitura sente o encanto da presença de Deus e aí encontra a resposta certa para tantos problemas do dia a dia.

Vale a pena experimentar: ti- rar a Bíblia lá da estante e lê-la assiduamente em espírito de oração. Ela é a Palavra que ilu- mina - a Palavra por excelência - que dá vida e fortalece.

Palavra que ilumina

Adriano Santo

Aqui e Além

Cabral de Oliveira

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Última

O

encontro diocesano de catequistas, que decorreu no passado dia 25 de se- tembro, já com a possibilidade de estarmos presentes num mesmo espaço, mas também com a op- ção de se assistir online, foi oca- sião para o Sr. Dom Virgílio fazer um convite, que aproveito para relembrar e salientar. Convidou- -nos, o Sr. Bispo, a olhar para a Catequese, não como um proble- ma, vendo nela apenas os pon- tos fracos, mas antes como uma das realidades mais felizes que Deus colocou nas nossas mãos.

Só com esta atitude de esperan- ça conseguiremos dar início a um novo ano catequético que se afigura difícil e exigente, mas cheio das oportunidades que o nosso Deus reserva para aqueles que n`Ele confiam e põem a sua esperança.

O Plano Pastoral para o triénio 2021-2024, “especialmente dedi- cado aos jovens”, “com o objeti- vo de lhes abrir novos caminhos de encontro com Cristo e poten- ciar a sua integração na Igreja”

foi apresentado numa confe- rência de imprensa no dia 29 de setembro, tendo, assim, uma larga divulgação. Penso que esta preocupação de ir ao encon- tro dos mais jovens, para que se possam sentir atraídos pela mensagem do Evangelho, cons- titui a essência da catequese.

O entusiasmo que a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa 2023 está a gerar poderá ser uma oportunidade de renovação e de um maior envolvimento de to- dos na vida da Igreja. O projeto Say Yes, que vai entrar no 3º ano do seu dinamismo, foi conce- bido de modo a que cada cate- quista se sinta a caminhar com os adolescentes, conduzindo-os por caminhos que levam ao en- contro de Jesus Cristo. Percorrer este caminho não é nada fácil, sobretudo quando se levantam dificuldades de comunicação e se erguem preconceitos de par- te a parte que, por vezes, criam barreiras que impedem um ver- dadeiro diálogo e encontro. Vou ouvindo jovens a dizer que os adultos lhes transmitem ideias de uma Igreja muito fechada aos novos tempos e às novas mentalidades e que, por isso, não se sentem acolhidos e se afastam. Deixam a catequese;

não percebem como é que faltar à Missa pode ser pecado. E per- guntam: porque razão têm que se confessar a um sacerdote?

Se Deus é Amor e, se sabemos que perdoa sempre, porque não basta pedir perdão diretamente a Deus? Qual a diferença entre estar casado e viver com a pes- soa que amamos? O importante não é o amor? Para que são pre- cisos “papéis”?

Estas e muitas outras ques- tões são-nos apresentadas quando se consegue criar o ambiente propício para que isso aconteça, isto é, quan- do os jovens não estão apenas numa atitude passiva e pouco interessada e querem, de fac- to, colocar as perguntas que os assaltam e inquietam. Quando isso acontece, nós, os adultos, temos que estar à altura da si- tuação e, numa atitude acolhe- dora e firme, teremos que ser capazes de responder de uma forma clara e com grande fi- delidade à Igreja, para que os nossos jovens tenham oportu- nidade de esclarecer as suas dúvidas e ouvir as razões pro- fundas que sustentam a vida de um cristão. Ser cristão é ser seguidor de Jesus Cristo, viver de acordo com os seus valo- res da qual a Igreja é guardiã.

Como tão bem nos diz S. Tiago, a fé comprova-se pelas obras e se as nossas ações são contrá- rias à fé que proclamamos, en- tão, a nossa fé está morta.

Creio que o grande desafio que o Plano Pastoral nos colo- ca é sermos capazes, adultos e jovens, de dialogarmos com abertura. Aos adultos, pede-se, sobretudo, acolhimento, ternu- ra e firmeza. Aos jovens pede-se frontalidade, interesse e capaci- dade de escuta.

A

Santa Sé está presente na Expo 2020 do Dubai, que decorre entre 1 de outubro de 2021 e 31 de março de 2022. O Dia Internacional para a Santa Sé será a 19 de março.

O Pavilhão da Santa Sé, con- forme um comunicado do Con- selho Pontifício para a Cultura (1 de outubro) “pretende ser um encontro entre a estética, a ciên- cia e a fé sob a bandeira da fra- ternidade e do diálogo intercul- tural e inter-religioso. Assumiu

dois encontros históricos como símbolos: o encontro entre São Francisco e o sultão Malik Al- Kāmil, ocorrido há 800 anos, e o encontro do Papa Francisco com o Grande Imam de Al-Azhar, Ah- mad Al-Tayyib, em Abu Dhabi, 4 de fevereiro de 2019”.

O mesmo comunicado subli- nha a sobriedade do pavilhão, como uma opção da Santa Sé neste tipo de eventos, e “tam- bém por se tratar da primeira Exposição Universal celebrada

num país do Médio Oriente com maioria muçulmana”.

Entre os objetos expostos - um conjunto evocativo das re- lações do islão com a mundo ocidental e com o catolicismo - está o original do manuscrito

“Observações sobre a reforma do calendário gregoriano” pelo astrónomo português Tomás de Orta († 1594).

Os visitantes são recebidos e acompanhados pela Juventude Franciscana.

SANTA SÉ NA EXPO DUBAI 2020

Tomás da Orta ilustra colaboração científica entre o islão e o ocidente

«D

eus é amor, e quem permanece no amor permane- ce em Deus e Deus nele» (1 Jo 4, 16). Estas palavras da I Carta de João exprimem, com singular clareza, o centro da fé cristã:

a imagem de Deus e também a consequente imagem do ho- mem e do seu caminho. Além disso, no mesmo versículo, João oferece-nos, por assim di- zer, uma fórmula sintética da existência cristã: «Nós conhe- cemos e cremos no amor que Deus nos tem».

“Nós cremos no amor de Deus

— deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamen- tal da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um aconteci- mento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo.” 1

Quando fui desafiado para iniciar este espaço, foi esta ci- tação que primeiro surgiu na minha mente. É precisamente daqui que quero partir: é o en- contro com o Deus-Amor, com Cristo, que transforma a nossa vida e o nosso olhar. É este en- contro que cria em nós uma in- quietação essencial que desper- ta em nós, constantemente, a vontade e a acção em direcção a todos os meus irmãos.

Sei que muitos pensarão que a palavra amor é usada em muitos contextos e para expli- car muitas coisas diferentes.

Sim, eu sei. De todas as formas prefiro correr esse risco. Iden- tificar totalmente Deus com o Amor simplifica e, ao mesmo tempo, leva-nos ao essencial.

O mundo em que vivemos leva-nos, muitas vezes, a du- vidar do amor - será que exis- te mesmo? terá alguma força sobre o mal? podemos fazer

algum bem? não será tudo em vão? quando é que finalmente poderemos ver o amor triun- far e viveremos em paz? E não quero referir-me ao mundo que vemos nas notícias - sim, esse mesmo, díspar, parado- xal, sem-sentido, em que tudo nos aparece lado-a-lado, tudo com a mesma importância -, mas sim ao mundo interior, ao mundo que cada um de nós é.

Esse mundo conforma a reali- dade de cada um e, ao mesmo tempo, é conformado por ela.

Não é possível falar de amor em abstracto. O amor precisa sempre de uma pessoa. Sem- pre. Precisa de alguém a quem amar. Precisa de outro. Eu não amo simplesmente. Eu amo alguém. O amor é concreto;

conhece ou quer conhecer pro- fundamente aquele que é ama- do. Só o amor pode realmente transformar a realidade, por- que é o único que quer sempre e sem reservas o bem do outro.

É aquele que vive sempre des- -centrado, ou melhor, centrado na pessoa amada.

Num tempo cheio de avanços no conhecimento, na ciência, na tecnologia, podemos re- conhecer que “crescemos em muitos aspectos, mas somos analfabetos no acompanhar, cuidar e sustentar os mais frágeis e vulneráveis das nos- sas sociedades desenvolvidas.

Habituamo-nos a olhar para o outro lado, passar à margem, ignorar as situações até elas nos caírem directamente em cima.” 2

Para respondermos aos de- safios do nosso tempo e poder- mos viver felizes, precisamos renovar o olhar para (re)desco- brir o caminho que nos leva em direcção ao outro, diferente de mim, para o amar e, também, para ser amado por ele.

SAY YES - APRENDER A DIZER SIM

Jovem, levanta-te! Cristo vive.

Manuela Miranda

DEUS CARITAS EST

Renovar o olhar

Carlos João Diogo

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O

Cardeal António Marto vai presidir na Capelinha das Aparições, dia 18 de outubro, à recitação do Terço com as crianças, iniciativa promovi- da pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). A oração do Ter-

ço no Santuário de Fátima - no dizer da organização - “vai ser o epicentro desta enorme jornada promovida pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre a nível global e que tem vindo a congregar, de ano para ano, milhares de crian-

ças em mais de 130 países unidas numa única prece pela paz no mundo”. Este ano está prevista a participação de 509 mil crianças e famílias de 136 países.

Em Portugal regista-se, até ao momento, a adesão a esta ini- ciativa por parte do Santuário de Fátima, da Rede Mundial de Oração do Papa, do Apostolado Mundial de Fátima, do Secre- tariado Nacional da Educação Cristã, e ainda de variadíssimos grupos e movimentos.

AJUDA À IGREJA QUE SOFRE

António Marto preside ao terço do dia 18 de outubro

1Deus Caritas Est, 1; Papa Bento XVI

2Fratelli Tutti, 64; Papa Francisco

UM MILHÃO DE CRIANÇAS REZAM O TERÇO PELA PAZ

Este ano a iniciativa da Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) vai incentivar as crianças a rezarem de mãos dadas com Nossa Senhora e sob a proteção de São José.

Dia 18 de outubro, em muitos países do mundo, também em Portugal

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