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gambiarrinha -favela.tech

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Academic year: 2021

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gambiarrinha_____-favela.tech

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O Olabi é uma empresa social focada na promoção de diversidade na produção de novas tecnologias.

O Observatório de Favelas é uma organização da Maré.

crianças 10

8 a 14

anos

maré

Este relato foi criado a partir da experiência do Gambiarrinha Favela.Tech, que teve a sua primeira edição para 10 crianças de 08 a 14 anos, em dezembro de 2015 no Galpão Bela Maré, na favela da Maré, Rio de Janeiro. A nossa ideia é compartilhar a experiência que tivemos e, quem sabe, inspirar outras iniciativas que desejam trabalhar com juventude, educação, invenções tecnológicas e artísticas em territórios populares.

O Gambiarrinha é o programa para crianças do Gambiarra Favela Tech, projeto de inovação social e criatividade com o foco em estimular um novo olhar sobre a cidade, o lixo eletrônico, o fazer tecnológico e artístico.

Esta primeira edição infantil contou com 16 horas de programação e foi viabilizada pelo edital Programaê Makers Educa da Fundação Lemann. O Gambiarra Favela Tech foi criado em 2015 pelo Olabi Makerspace junto ao Observatório de Favelas, com o apoio da Fundação Ford.

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Por que gambiarra?

A cultura da gambiarra passa pelo processo de

resignificação de materiais. O termo gambiarra é usado para falar de invenções, construções e consertos

improvisados, a partir dos materiais disponíveis e de usos nem sempre tradicionais dos objetos.

A prática é característica dos espaços periféricos e leva a um entendimento mais amplo dos nossos hábitos de consumo e relação com o lixo, além de estimular meios mais criativos de produção e criação. A gente acredita que é super importante dar mais valor a essa forma de fazer, incentivando a inventividade das pessoas a partir dela.

Partimos do reconhecimento do extraordinário potencial criativo dos territórios populares, onde o improviso e a invenção são cotidianos. Ao

proporcionar o contato com a arte, a tecnologia, o lixo eletrônico, em um espaço de experimentação buscamos provocar nos jovens um outro olhar sobre o seu entorno e suas próprias práticas, empoderando- os como agentes transformadores de seus próprios territórios e realidades.

Espaço

O local escolhido para a primeira edição do Gambiarrinha Favela.

Tech foi o Galpão Bela Maré - um lugar mágico que abriga exposições de arte contemporânea e oficinas diversas na Nova Holanda, uma das favelas do Complexo da Maré, onde moram XX pessoas. Lá existe o Bela Labe que foi inaugurado na primeira edição do Gambiarra Favela.Tech e se propõe a ser um espaço de experimentação artística e tecnológica.

Para nós, o espaço ideal para trabalhar com crianças precisa ter área livre, ser arejado e aconchegante. Poucos móveis - como uma bancada para dispor os materiais e bancos/cadeiras para os participantes já são o bastante.

Não é preciso uma super conexão de internet, mas uma rede ativa

o Bela Labe também pode ser considerado um makerspace. Um makerspace é formado de ferramentas que permitem com que todo mundo possa ser capaz de criar, consertar, refazer e desmontar com as próprias mãos. As possibilidades de recursos são infinitas.

com poder razoável de download e upload pode ser útil para baixar tutoriais, buscar soluções, divulgar as ações e interagir nas redes sociais.

Mas, na verdade, qualquer lugar com espaço suficiente para caber o grupo de participantes, espalhar componentes pelo chão e bancadas pode servir para um projeto assim.

Vale até pedir emprestado um

espaço público da sua cidade e levar os materiais para lá.

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Materiais

infraestrutrura:

Os equipamentos básicos que utilizamos são fáceis de serem encontrados:

muitas das ferramentas as pessoas têm em casa, lixos eletrônicos

reaproveitáveis estão por todas as partes e algumas máquinas mais caras e complexas podem ser emprestadas de parceiros. Quando começamos, compramos alguns materiais e emprestamos com alguns amigos como o Centro de Artes da Maré.

uma mesa grande algumas cadeiras

uma caixa de ferramenta com itens básicos um soprador térmico

uma micro retífica um ferro de solda

materiais de artesanato como palitos de picolé, retalhos, arames, colas coloridas, tintas e papelão furadeira

grampeador para madeira réguas de energia

alicate

alicate de corte

jogo de chaves de fenda chave philips

fita silver tape martelo

pregos e parafusos trena

estilete

abraçadeiras

Priorizamos também a compra de materiais de segurança como luvas de couro e óculos de proteção. Isso é importante para garantir o bem- estar dos participantes.

As coisas foram compradas na Rua República do Líbano, no Saara- um verdadeiro oásis aqui no Rio para quem busca equipamentos de som e de elétrica em geral.

componentes eletrônicos básicos

baterias de 9V resistores motores DC campainhas chaves

potenciômetros botões

LEDs (monocromáticos e RGB) arduínos

kit básico de

ferramentas

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O Lixo eletrônico

A questão do lixo é eixo central do nosso programa. Você já reparou que muitos dos equipamentos elétricos e eletrônicos disponíveis no mercado têm um tempo cada vez mais curto de duração? É a tal obsolescência programada - os próprios fabricantes muitas vezes produzem os aparelhos já planejando que eles fiquem velhos rapidamente. Assim o consumidor compra logo um novo produto e substitui aquele. E, por consequência, nós, cidadãos, descartamos cada vez mais nossas coisas no lixo sem nos preocupar se elas podem ser recuperadas ou consertadas.

Metodologia

Partimos do princípio de que é importante construir um ambiente propício à fala, oferecendo sempre espaços de debate aos participantes. Isso se faz ainda mais importante na favela, onde muitas ações chegam com pretensões de salvamento e esquecem a riqueza que as pessoas têm. Por isso, desenvolvemos dinâmicas em que cada criança pode elaborar sobre seus conhecimentos, suas ideias e sobre si mesmo. E desenvolvemos o conjunto de atividades:

1.

Dinâmica de apresentação

2.

Introdução de conceitos

3.

Divisão de grupos de trabalho

4.

Prototipagem das invenções

5.

Visita ao lixo eletrônico

6.

Aprendizado de técnicas e manipulação de materiais

7.

Finalização e apresentação dos projetos Esse comportamento gera uma

quantidade enorme de lixo e as consequências para as pessoas e para o meio ambiente são graves.

Lixões e ferros velhos espalhados pelas periferias das cidades

guardam uma quantidade enorme desses materiais que podem

ser úteis e ressignificados. No Gambiarra Favela.Tech esses espaços têm grande valor! Nosso objetivo é dar vida nova às coisas encontradas no lixo e estimular os participantes a olharem de forma sustentável e criativa para os objetos descartados.

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Na prática

, funcionou assim: primeiro organizamos as dinâmicas para que as crianças se conhecessem, se envolvessem e praticassem a comunicação afetiva, o que foi fundamental para o entrosamento do grupo.

Depois, conceitos básicos para a construção de

circuitos eletrônicos foram apresentados de forma bem didática e lúdica e os pequenos conseguiram montar seus primeiros circuitos eletrônicos para acender

luzinhas de led. Nesse momento, todas as ferramentas foram apresentadas e manuseadas pelos pequenos.

Partimos, então, para a construção de projetos

coletivos. Em grupos de 3 ou 4, elas tinham que pensar numa invenção que se relacionasse com um espaço de convivência do dia a dia delas, um lugar como a escola, a casa, a rua.

Depois disso, desenvolvemos os protótipos das invenções: o grupo da rua se propôs a construir um poste lúdico para pessoas com deficiência visual; os da casa, um robô para auxiliar nas tarefas domésticas e os

Deixar as crianças livres para se entrosarem durante o processo de criação

e execução foi muito importante. Faz parte do processo de aprendizagem criativa que adotamos.

na prá tica

da escola uma cadeira que vibra e pisca luzes quando alguém se senta nela.

Os protótipos foram construídos com os recursos iniciais que tínhamos - papelão, tintas, colas e retalhos. Para finalizar os projetos fomos até o ferro velho e buscamos as peças que dariam vida aos protótipos. Na execução dos projetos os grupos iniciais se misturaram e as crianças puderam executar as obras de acordo com o que tinham mais interesse.

Por fim todos os projetos foram finalizados. Alguns, claro, não exatamente como imaginávamos no começo, afinal, gambiarras pressupõe imprevistos e improvisações.

Depois de tudo pronto, hora da confraternização! As crianças apresentaram seus inventos e se divertiram muito dançando e brincando livremente pelo espaço.

dução tecnológica, tradicionalmente de dominação masculina, é fundamental. Na seleção nós focamos em montar um time com pelo menos 40% de meninas.

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Participantes

Foram selecionadas 10 crianças de 8 a 14 anos para participar do processo formativo que durou quatro dias, quatro horas por dia. Nos preocupamos, acima de tudo, em selecionar crianças que tivessem interesse e se sentissem estimuladas pelo universo maker.

Para isso, fomos em busca de crianças em escolas e instituições parceiras, da vizinhança. Fizemos entrevistas prévias e informais com algumas crianças e pedimos que os interessados comparecessem ao Galpão com alguns dias de antecedência.

Equipe

A equipe do Gambiarrinha é bem diversas em termos de formação e tipos de conhecimentos. Ela foi composta por:

Um instrutor hacker, com amplo conhecimento em manuseio e construção de novas tecnologias.

Ele ficou responsável por elaborar e executar os projetos com

as crianças. dois produtores e pesquisadores com experiências em elaboração de metodologias e projetos de cultura com

juventude. Eles coordenaram a seleção dos jovens, a interface com o espaço, com as crianças e seus responsáveis. Também coordenaram as ações de

comunicação e produção no pré, durante e pós projeto.

três monitores, jovens que Um critério importante pra

nós também foi a diversidade, principalmente de gênero.

Empoderar meninas em ambientes de produção tecnológica,

tradicionalmente de dominação masculina, é fundamental. Na seleção nós focamos em montar um time com pelo menos 40% de meninas.

participaram da primeira edição do Gambiarra Favela.Tech. Os monitores eram jovens atentos, também moradores de favelas que ajudaram no entrosamento do grupo e puderam fazer um estágio para replicar a metodologia por aí.

um fotógrafo para o registro das atividades; dois videografistas que produziram um pequeno vídeo documentando o processo; dois auxiliares de serviços gerais que cuidaram da limpeza e organização do espaço como um todo.

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Comunicaç_____________a_o

É sempre importante contarmos para o mundo o que estamos fazendo. Isso gera novos olhares sobre a realidade, novos imaginários e, consequentemente, novas oportunidades. Construir um plano de

comunicação que garanta relacionamento com a imprensa, postagens frequentes nas redes sociais e produção de fotos e vídeos garante uma cobertura bonita de qualquer projeto e ajuda a compartilhar as experiências.

Nossa comunicação foi feita toda pela internet:

lançamos uma chamada nas redes dos parceiros para ajudar na divulgação das vagas e criamos uma linha do tempo nas nossas páginas do Facebook para ir relatando as atividades diárias. Semanas antes das oficinas, enviamos um release para parceiros e imprensa. Isso gerou mídias espontâneas - entrevistas e matérias para jornais e portais na internet - que iam sendo respondidos paulatinamente.

Financiamento

A primeira edição do Gambiarrinha Favela. Tech foi possível por meio do edital Pogramaê - Makers Educa da Fundação Lemann. A proposta do edital era fomentar espaços e iniciativas makers para crianças em conjunto com escolas e projetos de educação criativa.

Nós ganhamos um prêmio de 20 mil reais que serviu para pagar a equipe que comandou a oficina, comprar os componentes necessários, produzir os lanches diários para as crianças, contratar um transporte para levar todo mundo ao ferro velho e confeccionar esse material. Por fim, ainda conseguimos investir em equipamentos para a estruturação do Bela Labe.

É importante salientar também que além do financiamento do edital, tudo foi possível graças a uma estrutura prévia que já tínhamos, tanto pelo financiamento anterior da Fundação Ford quanto pela estrutura disponibilizada pelo Observatório de Favelas e pelo Olabi.

No Observatório e no Olabi inventamos muitas formas alternativas de financiamento.

Além de prêmios, é possível garantir orçamento para realizar projetos em editais públicos e privados, em campanhas de crowdfunding ou por meio de colaborações privadas. Estamos sempre em busca de parcerias e novas formas de patrocínio e sustentabilidade. O importante é realizar!

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você pode ver mais fotos aqui: bit.ly/2hD39Hs

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Apêndice

O Gambiarrinha Favela.Tech foi uma importante ativ- idade de impulso ao Bela Labe, o espaço maker no Galpão Bela Maré. Pretendemos consolidar um labo- ratório de invenções artísticas e tecnológicas. Para além da pretensão de se tornar uma referência de espaço no Rio de Janeiro, a presença do Bela Labe se dá em uma tentativa de diversificar as formas de produção e apro- priação tecnológica pensadas a partir da perspectiva dos territórios populares. Agende uma visita, proponha atividades, ocupe o Bela Labe!

Realização Patrocínio

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Referências

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