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A Teologia da Libertação em prospectiva

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Academic year: 2021

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A TeologiA dA liberTAção em prospecTivA

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A TeologiA dA liberTAção em prospecTivA

Agenor brighenti – rosario Hermano (organizadores)

congresso continental de Teologia conferências e painéis

Ameríndia

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direção editorial: Claudiano Avelino dos Santos Assistente editorial: Jacqueline Mendes Fontes diagramação: Ana Lúcia Perfoncio

Dirlene França Nobre da Silva revisão: Tiago José Risi Leme

Caio Pereira capa: Marcelo Campanhã impressão e acabamento: pAUlUs

© pAUlUs – 2013 rua Francisco cruz, 229 04117-091 • São Paulo (Brasil) Fax (11) 5579-3627 • Tel. (11) 5087-3700 www.paulus.com.br

editorial@paulus.com.br ISBN 978-85-349-3735-1 1ª edição, 2013

© pAUliNAs

rua dona inácia Uchoa, 62 04110-020 • São Paulo (Brasil) Tel (11) 2125-3500

www.paulinas.org.br • editora@paulinas.com.br Telemarketing e SAC: 0800-7010081 ISBN 978-85-356-3633-8

dados internacionais de catalogação na publicação (cip) (câmara brasileira do livro, sp, brasil)

Brighenti, Agenor; Hermano, Rosario (orgs.)

A Teologia da Libertação em prospectiva — São Paulo: Paulus/Paulinas, 2013.

Título original: La teología de la libertación en prospectiva.

vários autores

ISBN 978-85-349-3735-1 (Paulus) ISBN 978-85-356-3633-8 (Paulinas)

1. Congresso Continental de Teologia (1.: 2012 : São Leopoldo, RS) 2. Teologia da libertação - Congressos.

13-08298 CDD-261.8

Índices para catálogo sistemático:

1. Teologia da libertação: Teologia social: Cristianismo 261.8

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ApresenTAção

Um evento é sempre mais que os textos produzidos du- rante sua realização. O encontro de pessoas, as conversações informais, a convivência, as celebrações, os debates... dificil- mente podem ser registrados em textos. Por isso, entre ler um livro, resultado de um evento, o mais importante e frutífero é sempre estar fisicamente presente.

o desejo de chegar a muito mais gente

entretanto, ainda que os organizadores de um evento sempre queiram chegar ao maior número possível de pesso- as, muitos interessados não podem estar presentes, por diver- sas razões, entre elas, o número limitado de vagas. No caso do congresso continental de Teologia, procurou-se minimizar o inevitável caráter restritivo de participação, transmitindo o evento por internet, o que possibilitou uma comunicação dire- ta e em tempo real, para além das paredes de auditórios e salões de trabalho. O registro em vídeo e áudio está disponível para todos os interessados em sites amplamente divulgados.

Porém, a divulgação em vídeo e áudio não é suficiente. O desejo dos organizadores do congresso continental de Teolo- gia era oferecer à comunidade teológica a publicação de toda a reflexão feita no evento, em forma de livro. O registro escrito é ainda a forma mais duradoura de prolongar no tempo uma mensagem que se queira transmitir a outras pessoas ou gera- ções.

Também nesta modalidade de divulgação das reflexões do congresso, a comissão organizadora encontrou um obs-

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táculo: o grande volume de materiais produzidos pelo evento em conferências, painéis, oficinas de trabalho e comunicações científicas. Viu-se que seria impossível publicar tudo em um livro impresso. A solução foi optar pela publicação de parte das reflexões em forma impressa e parte em forma virtual, em três livros: um livro impresso com os textos das conferências e painéis realizados no plenário e outros dois livros virtuais com os textos das oficinas, painéis e comunicações científicas apre- sentados nos diversos espaços de trabalho em grupos menores.

com isso, democratizou-se ao máximo o acesso dos interessa- dos à rica reflexão levada a cabo no Congresso.

o enfoque dos textos responde aos objetivos e à finalidade do congresso

É de conhecimento geral que o congresso continental de Teologia foi realizado tendo como pano-de-fundo os 50 anos do concílio vaticano ii e os 40 anos da teologia da libertação, cuja origem se remete à publicação do livro de gustavo gu- tiérrez – Teologia da libertação. Perspectivas – e do livro de leonardo boff – Jesus Cristo Libertador.

os dois referenciais comemorativos deram a perspectiva do evento: reler, a partir do novo contexto em que vivemos, a tradi- ção libertadora latino-americana, tecida em torno da “recepção criativa” do vaticano ii por medellín, pelas práticas das comuni- dades eclesiais de base inseridas em um contexto de injustiça so- cial, a centralidade da palavra e a leitura popular da bíblia, a op- ção pelos pobres, o testemunho dos mártires das causas sociais e nossa peculiar reflexão teológica, em perspectiva libertadora.

com o novo impulso dado por Aparecida à tradição liber- tadora latino-americana, constatou-se que o momento atual era muito oportuno para mobilizar a comunidade teológica no continente, após anos particularmente difíceis, marcado por tensões, desencantos, falta de perspectivas, dispersão e, inclu- sive, por certa desmobilização dos teólogos e teólogas.

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A finalidade do Congresso não foi fazer um balanço da tra- jetória da teologia na América Latina e Caribe. Em grande me- dida, esta difícil e importante tarefa já foi realizada em diversos congressos nacionais e internacionais nos últimos anos. Para os organizadores do congresso, o que mais urgia na atualidade era voltar-se para o futuro, olhar longe. Consequentemente, era a oportunidade de um congresso prospectivo, para identificar os novos desafios e discernir as tarefas futuras da teologia na América latina, a partir do novo contexto cultural, social, po- lítico, econômico, ecológico, religioso e eclesial, globalizado e excludente.

o congresso continental de Teologia não foi um evento meramente acadêmico. Estiveram presentes teólogos profis- sionais e agentes de pastoral, pesquisadores dos diversos cam- pos da ciência e militantes sociais. Também neste Congresso, a teologia da libertação não poderia perder de vista seu lugar e função: como inteligência reflexa da experiência de fé das comu- nidades eclesiais, inseridas num mundo excludente das maio- rias, precisa continuar sendo instância retroalimentadora destas mesmas comunidades, perante seus novos desafios e perguntas oriunos de um mundo que passa por profundas transformações.

Textos de diferentes dinâmicas:

distintos gêneros literários

os textos produzidos no congresso são fruto de dife- rentes dinâmicas de trabalho e, portanto, estão codificados em diferentes gêneros literários. Os textos das conferências e painéis, sobretudo os apresentados no plenário, estão melhor elaborados e fundamentados, dado que o conferencista traba- lhou antes e depois do evento, dispondo assim de mais tem- po de reflexão e melhores recursos bibliográficos. O mesmo não acontece com os textos que são fruto de oficinas, pois fo- ram elaborados durante o congresso, entre os próprios parti- cipantes, com a coordenação de um especialista no tema em

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questão. Também são distintos os textos das comunicações de trabalhos acadêmicos ou científicos, os quais, além de melhor elaborados do ponto de vista da reflexão analítica, têm caráter estritamente investigativo de professores ou alunos atuando no campo acadêmico.

o conteúdo dos dois livros digitais já publicados

No Tomo i, foram publicados os textos dos trabalhos cien- tíficos, apresentados pelos seus autores no Congresso. Em di- ferentes espaços e de modo simultâneo, partilhou-se pesquisas levadas a cabo por teólogos profissionais, como também dis- sertações, teses e outras pesquisas realizadas por estudantes de teologia e de outros campos da ciência. Previamente, uma comissão científica encarregou-se de selecionar os trabalhos enviados e de inscrever aqueles que estavam em sintonia com os objetivos do Congresso. Os trabalhos científicos foram ins- critos e apresentados no congresso segundo seus quatro eixos temáticos, agrupação que se recolhe também na publicação do livro. Certamente, este foi o espaço onde apareceu maior ori- ginalidade nas reflexões, assim como o caráter prospectivo do Congresso. Vale a pena a leitura.

No Tomo II, foram publicados os textos das Oficinas e Painéis Abertos. As Oficinas constituíram o espaço de pro- dução coletiva, a partir de temas específicos. A dinâmica dos trabalhos contemplou duas horas diárias para o trabalho em Oficinas. Foram realizadas 20 Oficinas temáticas permanentes, com participantes fixos nos três dias de trabalho, com vagas limitadas e de livre inscrição. Participaram, nestas Oficinas, teólogos profissionais, agentes de pastoral e leigos engajados em movimentos políticos e sociais, em perspectiva libertado- ra. Cada Oficina teve um(a) coordenador(a), com a função de situar o tema e iniciar a abordagem do mesmo, além de um(a) moderador(a) e um(a) secretário(a) dos trabalhos. Uma comis- são, denominada Trajeto e prospectiva esteve encarregada de

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ir acompanhando e recolhendo a reflexão produzida, com a fi- nalidade de oferecer, ao final do Congresso, uma leitura trans- versal das questões emergentes. Simultaneamente às Oficinas temáticas permanentes, o congresso ofereceu painéis abertos aos participantes que não conseguiram inscrever-se nas Ofici- nas ou preferiram refletir sobre os temas propostos pelos mes- mos. Os painéis abertos eram diferentes a cada dia, de acordo com os eixos temáticos das reflexões dos trabalhos da manhã, e foram desenvolvidos seguindo as três mediações metodológi- cas da teologia latino-americana da libertação.

o conteúdo deste livro impresso:

textos das conferências e painéis apresentados no plenário

o conteúdo deste livro impresso recolhe os textos das conferências e painéis apresentados no plenário. Os conteúdos estão organizados em cinco blocos, conforme foram se desen- rolando na programação do Congresso.

No primeiro bloco, estão quatro capítulos, fruto de confe- rências, que tinham por finalidade sintonizar os participantes com o espírito e objetivos do evento: pretexto e contexto de um congresso novo, Agenor Brighenti; Novos fios para um novo te- cido, Geraldina Céspede; Fazer teologia em nosso tempo e em nosso lugar, Jon Sobrino; Interpelações das Jornadas Teológicas regionais, Socorro Martínez e José Sánchez.

No segundo bloco, estão três textos, que recolhem a refle- xão de três conferências e um painel que tinham por objetivo levantar as “novas interpelações e perguntas” oriundas do novo contexto sociocultural em que vivemos à teologia na América latina e caribe hoje: A situação sociocultural, política e econô- mica do continente no contexto mundial, Pedro A. Ribeiro de Oliveira; A irracionalidade da modernidade, idolatria e a Te- ologia da libertação, Jung Mo Sung; outro mundo possível e contexto latino-americano, Francisco Whitaker.

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o terceiro bloco de textos deste livro recolhe a reflexão de conferências em torno das diversas “Hermenêuticas cristãs”, que dão a pertinência específica da teologia latino-americana:

As Igrejas do continente 50 anos depois do Vaticano II. Ques- tões pendentes, Víctor Codina; A teologia e a igreja depois do Vaticano II. Os desafios e as perspectivas, Andrés Torres Quei- ruga; A teologia latino-americana. Trajetória e perspectivas, Gustavo Gutiérrez.

No quarto bloco de textos, estão as reflexões e debates em torno da “práxis e mística”, relativas ao labor teológico no con- tinente: Ecoteologia da libertação. A última fronteira, Leonardo Boff; A teologia da libertação das Igrejas da Ásia. Nas pegadas de gustavo gutiérrez, Peter C. Phan; Novos sujeitos e diálogos de culturas, Luiz Carlos Susin.

Finalmente, o quinto bloco de textos deste livro recolhe a reflexão de conferências que tinham por finalidade indicar

“Prospectivas para a Teologia” no continente: Novos desafios e tarefas para a teologia da América latina e caribe, João Batis- ta Libanio; Tendências interculturais para uma espiritualidade ecofeminista libertadora, Marilú Rojas Salazar; Extra victimas salus non est. Ou da vigência da teologia da libertação em tem- pos pós-modernos, Carlos Mendoza Álvarez.

A título de conclusão, está a Mensagem Final do congres- so, elaborada por uma equipe nomeada no início do evento e apresentada no final do mesmo: Perto de Deus... perto dos po- bres, numa expressão de gustavo gutiérrez em sua conferência no Congresso.

o caráter prospectivo dos textos

o congresso continental de Teologia quis ser um even- to prospectivo. É nesta perspectiva que se devem ler os textos.

pretendem contribuir com a elaboração da agenda e das tarefas futuras da teologia na América latina e caribe, a partir de uma perspectiva libertadora. Não são proposições fechadas e acaba-

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das. Constituem um passo a mais de um processo de reflexão, fruto da interação de muitas vozes, de distintos contextos. Nis- to consiste a riqueza deste livro e também seu limite. Mas isso combina muito bem com a vocação da teologia: ela não é um discurso absoluto, mas um discurso sobre o Absoluto, presente historicamente na contingência e na fragilidade daqueles que, em nosso continente, prolongam a Paixão de Jesus na paixão de um mundo excludente das maiorias.

Agenor Brighenti coordenador da comissão organizadora do congresso continental de Teologia

Referências

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