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- A massa falida. por não ser pessoa jurídica e nem estar a ela legalmente equiparada, não é sujeito passivo de obrigação do imposto de renda.

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vel arrendado, o direito positivo brasilei-ro assegura, satisfeitos os pressupostos da lei, o chamado direito de propriedade co-merciai do locatário, que coexiste com o direito de propriedade do dono do pré-dio.

4. Evidentemente, o valor da indeniza-ção recebida pela empresa, em decorrên-cia de desapropriação de ponto de co-mércio, tem por finalidade ressarci-Ia das despesas advindas da mudança de locali-zação, incluindo, pois, entre outras, a de-molição de benfeitorias, desmontagem de maquinaria, remoção de ~ateriais, trans-porte de bens e todos os dispêndios ne-cessários à completa instalação do pré-dio para o qual se operar a transferên-cia do estabelecimento comertransferên-cial ou in-dustrial.

5. Em conseqüência, caracterizar-se-á como resultado positivo de transação eventual, conforme previsto no art. 151 do RIR/75, o excesso acaso verificado entre o valor da indenização recebida e o montante das perdas e despesas ocor-ridas com as operações decorrentes da

mudança de localização do estabelecimen-to, devidamente demonstradas pela escri-turação da empresa, na forma do art. 201 do RIR/75.

6. Por oportuno, cabe ressaltar que os benefícios fiscais instituídos pelo De-creto-Iei n'? 1 260/73 somente poderão ser aproveitados, no caso de desapropriação, quando a intervenção do Poder Público tiver por objeto bens imóveis (art. 5'?), como definidos no art. 43 do Código Civil (Parecer Normativo n'? 130, de 23 de outubro de 1975 - D.O. de ... . 11.11.75), não se podendo cogitar da ex-tensão da isenção fiscal a hipóteses não previstas na lei (CTN. art. 111, incisolI).

À consideração superior.

CST, em 5 de setembro de 1977.

Juarez de Morais

Fiscal de Tributos Federais De acordo.

Publique-se e, a seguir, encaminhem-se cópias às SS.RR.R.F., para conhecimento e ciência aos demais órgãos subordinados.

Antonio Augusto de Mesquita Neto

Coordenador do Sistema de Tributação

If'.fPOSTO DE RENDA -

MASSA FALIDA

-

A massa falida. por não ser pessoa jurídica e nem estar

a ela legalmente equiparada, não

é

sujeito passivo de obrigação

do imposto de renda.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

PARECER NORMATIVO CST N'? 49

Pretende-se esclarecer se as massas fa-lidas estão sujeitas ao tratamento previs-to nos art. 129 e 130 do Regulamenprevis-to do Imposto de Renda - RIR - aprovado pelo Decreto nQ 76186, de 2 de setem·

bro de 1975.

2. Legislação Aplicável

2.1 Os dispositivos do RIR/75, a se-rem analisados, assim estão redigidos:

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Parágrafo único - Ultim3Üa a liqui-dação, proceder -se-á em conformidade com o disposto no artigo seguinte (De-creto-lei nQ 5884/43, art_ 51, § único)_

Art_ 130 - No exercício em que se verificar a extinção, a firma ou socieda-de, além da declaração correspondente aos resultados do ano-base, deverá apresentar a relativa aos resultados do perÍOQO ime-diato até a data da extinção (DecretO-lei nQ 5844/43, art. 52, e Lei nQ 154/47, art. lQ ).

Parágrafo único - A declaração de que trata a parte final deste artigo será apresentada dentro de 30 (trinta) dias cor:tados da data em que se ultimar a li-quidação".

2.1.1 Segundo o RIR, todas as peso soas jurídicas de direito privado, inclusi-ve as em liquidação, são contribuintes do imposto, sejam quais forem seus fins e nacionalidade (art. 95), estando elas e as empresas individuais obrigadas a inscri-ção no Cadastro Geral de Contribuintes

(art. 105), e sujeitas, como regra, à tri-butação com base no lucro real, compro-vado este por meio de escrituração em idioma e moeda nacionais e pela forma estabelecida nas leis comerciais e fiscais (art. 135).

2.2 Dispõe o art. 335 do Código Co-mercial (Lei nQ 556, de 25 de junho de 1850), que são reputadas dissolvidas as sociedades comercIaIs por quebra da mesma, ou de qualquer dos sócios, mas ressalva que, em todos os casos "deve continuar a sociedade, somente para se ultimarem as negociações pendentes; pro-cedendo-se à liquidação das ultimadas" .

2.2.1 A escrituração mercantil acha-se disciplinada por dispositivos do Código Comercial e pelo Decreto-lei nQ 486, de 3 de março de 1969, este regulamentado pelo Decreto nQ 64567, de 22 de maio de 1969.

2.2.2 As formalidades de escrituração

mercantil e fiscal, válidas para o imposto de renda, estão esclarecidas, entre ou-tros, pelos Pareceres Normativos CST nQ 347/10, 170/14 e 127/15, publicados no D.O.U., respectivamente, de 29.10.70, 17 de outubro de 1974 e 24.10.75.

2.2.3 Mais especificamente, o Parecer Normativo CST nQ 191/72, publicado no D.O. U. de 17 . 07 . 72, ao interpretar as-pectos dos arts. 218 e 219 do RIR/66 (arts. 129 e 130 do RIR/75), e refe-rindo-se a liquidações não falimentares, aponta a obrigatoriedade de o liquidante "manter a escrituração de suas operações, levantar balanços periódicos, apresentar declaração de rendimentos, pagar tribu-tos exigidos e cumprir todas as demais obrigações previstas na legislação tribu-tária".

2.3 A lei nQ 5 172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional) vincula o surgimento da obrigação tributá-ria principal à ocorrência do fato gerador previsto em lei (art. 114), proibindo a exigência de tributo com base em inter-pretação analógica (art. 108, § lQ) es-tende a capacid3Üe tributária passiva à entidade que configure, pelo menos uma unidade econômica ou profissional (art. 126, 111).

2.3.1 O fato gerador, a base de cál-culo e a identificação do contribuinte do imposto de renda assim estão enunciados pelo CTN, verbis:

"Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza, tem como fato gera-dor a aquisição da disponibilidade eco-nômica ou jurídica:

I - de renda, assim entendido pro-duto do capital, do trabalho, ou da com-binação de ambos;

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Art. 44. A base de cálculo do impos-to é o montante, real, arbitrado ou pre-sumido, da renda ou dos proventos tribu-táveis.

Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se re-fere o art. 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao posssidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis".

2.4 A Lei de Falências (DecretO-Iei nQ

7661, de 21 de junho de 1945) regula inteiramente a matéria de direito falimen-tar, razão por que suas regras se sobre-põem a outras de caráter genérico, se-gundo o princípio do § 1 Q do art. 29 da

Lei de Introdução ao Código Civil (De-cretO-Iei nQ 4657, de 4 de setembro de

1942). Disciplina especificamente: a ca-racterização e declaração de falência; os efeitos jurídicos da sentença declaratória da falência; a administração da falência; a arrecadação e guarda dos bens, livros e documentos do falido; o pedido de res-tituição e embargos de terceiro; a veri-ficação e classiveri-ficação dos créditos; o in-quérito judicial referente à apuração de crime falimentar; a liquidação; a extinção das obrigações do falido; as concorda-tas; os crimes falimentares; outras dispo-sições especiais, gerais e transitórias.

2.4.1 Com a instalação do processo, inicia· se a dissolução da sociedade mer-cantil, segundo previsto no artigo 335, do item 2, do Código Comercial, bem como a cessação das atividades do fali-do, em regra, a ela seguindo·se a fase de liquidação, composta pela realização do ativo e pagamento do passivo, ao final da qual ocorrerá a extinção da pessoa jurídi. ca e da firma individual. Semelhantes, pois as fases de que tratam os artigos 129 e 130 do RIR, relativas à dissociação oro dinária, (sic) judicial, e as fases da falência.

2.4.2 Encontra·se expresso nesse diplo-ma que o síndico, sob a imediata direção e superintendência do juiz, exercerá a ad-ministração da falência (art. 59), de que prestará contas quando terminar a liqui-dação, ou tiver o devedor obtido concor-data (art. 69), sujeitas essas contas

à

aprovação judicial (art. 131).

2.4.3 Determina a lei, ainda, que após o pagamento do principal e dos juros, a sobra que houver será restituída ao falido (art. 129), OU aos sócios ou acionistas da entidade extinta.

3. CONSIDERAÇõES GERAIS 3.1 Formalizado, por via de sentença, o reconhecimento do estado falencial, pas-sará a surgir a figura da l711USa lalida, que em sentido amplo é

"a iT/3tituição legal, que se compõe para a defesa de todos os interesses em jogo, sejam os dos credores, como os do pró-prio falido, sem atender os interesses in-dividualísticos de cada um. Toma, assim, uma personallidade própria, que não se confunde com a do falido nem com a dos credores, vigiada e protegida pela lei e assistida pelo juiz oficiante da falência, sendo representada por um delegado, ini-cialmente nomeado pelo juiz, o síndico, que é, depois, o liquidatário. Nesta razão, a rigor técnico, massa falida não se pode confundir com as massa ativa e massa passiva, contidos nela, indicando os valo-res ativos, que lhe pertencem ou os en-cargos, que pesam sobre ela" (De Plácito e Silva, Vocabulário Jurídico).

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admi-nistração e disponibilidade de um terceiro, por força da lei e não por vontade dos credores ou do falido.

3.3 Segundo ensinamento da doutrina jurídica, o síndico não é representante dos credores nem do falido, pois tem uma posição processual de órgão de execução forçada, a serviço do podei' dti prestar jus· tiça. Vislumbra·se, claramente, que não gerencia nem administra em nome ou conta da empresa falida, e sim administra a falência "sob direção e superintendência do juiz", em favor dos interesses da massa. 3.3.1 Imcumbe-lhe a representação da massa, em juízo e fora dele, daí podendo opor-se aos interesses do falido, seus sócios ou acionistas, e aos individuais de cada credor, quando em contraposição aos in-teresses coletivos.

3.3.2 Do ponto de vista da legislação do imposto de renda, observa-se que, en-tre outras, são atribuídas ao síndico as se-guintes obrigações:

a) comunicar ao Cadastro Geral de Contribuintes, dentro de trinta dias de sua nomeação, a decretação da falência (Ins-trução Normativa do SRF n9 28, de 17.06.74, subitem 7.1);

b) comunicar a baixa no prazo de trinta dias após encerrada a falência (id., subitem 7.2);

c) fornecer as informações e esclare-cimentos solicitados pelas repartições da Secretaria da Receita Federal (art. 439 do RIR); e

d) cumprir outras obrigações decorren-tes da representação legal da massa fali-da (art. 563 e seu parágrafo único, do RIR).

3.3.3 Outrossim, é importante obser-var que o síndico, ao exercer a adminis-tração que lhe compete, nos limites da lei

e da autorização judicial, não passa, com isso, a dar contilJUllÇão

à

atividade social paralizada com o advento do processo, sendo de se constatar não lhe caber a obri. gação de efetuar escrituração contábil re-gida pelas leis comerciais e sim apenas a escrituração capaz de amparar a prestação de contas de sua administração (art. 69, § 19, da Lei de Falências).

3.4 Ainda convém salientar que, em-bora a massa falida se apresente no mun-do jurídico destacadamente da entidade falida e dos seus credores, tendo capaci-dade ativa e passiva para estar em juízo nos casos especificados na lei, constitui entendimento predominante na doutrina e jurisprudência o de não ser ela uma pes-soa jurídica. Por outro lado, se o legis-lador quisesse sua equiparação te-Ia.-ia manifestado expressamente, obedecendo ao comando do artigo 97 do CIN, cujo in-ciso 111 exige que a definição do fato ge-rador e do sujeito passivo constem do texto legal. A propósito, note-se que em-bora o RIR disponha expressamente no artigo 79 sobre a aplicação do tratamen-to tributário da pessoa física ao espólio, não estendeu à massa falida o tratamento conferido à pessoa jurídica.

3.5 Como se vê do RIR, são contri-buintes eleitos pelo legislador as pessoas jurídicas, caracterizadas estas sob firmas ou sociedades, registradas ou não, filiais, sucursais, agências ou representações no País das pessoas jurídicas com sede no ex-terior (art. 95 e seu parágrafo único), e as empresas individuais a elas equipara-das, para os efeitos do impost de renda (art. 100).

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no c a s o de concordata suspensiva (arts. 40, § 19, 74 e § 79 , e 183 da Lei de Falências), de estar no exercí-cio de quaisquer atividades vinculadas ao seu objeto e de agir na condição de "uni-dade econômica" a que o artigo 126, 111, do CfN atribui capacidade tributãria pas-siva, visto perder não só o direito de ad-ministrar e dispor de seus bens, como até de praticar qualquer ato que se refira, di-reta ou indidi-retamente, aos bens, interes-ses, direitos e obrigações compreendidos na falência (art. 40 e § 19, da Lei de Fa-lências). Por conseguinte, fica impossibili-tada de apurar a matéria tributável do im-posto de renda "segundo as leis comer-ciais e fiscais" e de obter a "disponibili-dade econômica ou jurídica" da renda, esta última integrada à massa falida para pagamento do passivo.

3.7 Ao estabelecerem a ordem de pa· gamento do passivo - fase integrante da liquidação - a Lei de Falências (art. 124, inciso V) e o Código Tributário Nacional (art. 188) asseguram preferência aos

en-cargos da maSsa representados por crédi-tos tributãrios, vencidos e vincendos, eri-gíveis no decurso do processo de falência.

3.7.1 Daí, deduz-se que o crédito tri-butário pode ter-se tornado exigível (1) antes da decretação da falência, contra o falido, como dívida ativa legalmente ins-crita, caso em que será cobrável imediata-mente sob configuração de título executi-vo extrajudicial (inciso VI do art. 585 do vigente Código de Processo Civil e art. 422 do RIR), ou (2) durante o processo

de falência, como encargo da massa e sob a responsabilidade solidária do síndico (art. 134, V, do CTN), devendo ser pago an-tes dos credores da falência.

4. CONCLUSÕES

4.1 A massa falida, por não ser

pes-312

soa jurídica e nem estar a ela legalmente equiparada, não é sujeito passivo da obri-gação do imposto de renda.

4.2 Conclui-se, daí, que as normas re-ferentes à dissolução, liquidação e extin-ção da pessoa jurídica, de que tratam os artigos 129 e 130 do RIR, inclusive quan-do à tributabilidade e

à

prestação de de-claração de rendimentos, não são aplicá-veis às empresas cuja existência venha efetivamente a se extinguir em virtude de falência.

4.3. O valor do capital da firma indi-vidual ou o da participação no capital so-cial que, ao final da liquidação, eventual-mente vier a ser devolvido, respectiva-mente, ao seu titular, ao sócio ou ao aci· onista, como previsto pelo artigo 129 do DL número 7661/45, será considerado restituição de capital. Em conseqüencia, a quantia que ultrapassar o valor da res-pectiva aplicação, por representar acrésci-mo do ativo ou vantagem dele auferida, sujeitar-se-á à tributação nas declarações de rendimentos das beneficiárias, (a) co-mo acréscico-mo ao lucro real, com base no artigo 222, alínea g, do RIR, ~e o sócio ou acionista da falida for pessoa jurídica, ou (b) como rendimento classificável na cédula F, ex-vi do artigo 34, alínea h, do mesmo Regulamento, se pessoa física.

À consideração superior. CST, em 18 de julho de 1977.

Carlos Ervino Gulyas Fiscal de Tributos Federais De acordo.

Referências

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