• Nenhum resultado encontrado

Como se fazem as rolhas de cortiça?

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Como se fazem as rolhas de cortiça?"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Como se fazem as rolhas de cortiça?

1M5_01

Daniel Amaral; João Fernandes; Rui Jácome; Rui Gomes; Simão Valente

(2)

Relatório do Projeto FEUP

Equipa 1M5_01

Como se fazem as rolhas de cortiça?

Supervisor: Prof. António Monteiro Baptista

Monitor: João Ferreira

Realizado por:

Daniel Fernando Rocha Amaral

Nº 201201672

João Pedro Santos Fernandes

Nº 201202854

Rui Pedro da Cunha Jácome

Nº 201207105

Rui Pedro de Sousa Gomes

Nº 201208081

Simão Pedro Almeida Valente

Nº 201208227

(3)

Projeto FEUP

i

RESUMO

A cortiça, casca do sobreiro, é o tecido natural por excelência, especialmente

na área vinícola. Este facto deve-se às suas características inigualáveis, como sejam a

leveza, a impermeabilidade, a capacidade de isolamento. Nenhum compósito artificial

garante ao produto vedado uma preservação tão completa.

Importa referir que o processo de produção de rolhas de cortiça requer um

baixo consumo energético e baixa poluição graças às qualidades naturais da mesma,

que reprimem a necessidade de grandes combustões e/ou processos dispendiosos.

Ainda, as rolhas de cortiça são 100% recicláveis, o que confere ao produto um carácter

ecológico.

Este processo envolve dois grandes pilares: a extração da cortiça e o seu

tratamento.

O seu tratamento, parte mais industrial e tecnológica, compreende nove

grandes fases: a cozedura das pranchas, estabilização, rabaneação, brocagem,

retificação, seleção, lavagem, marcação, embalamento.

(4)

Projeto FEUP

ii

ÍNDICE

1. SUMÁRIO ... 1

2. INTRODUÇÃO ... 1

3. DIMENSÃO ECONÓMICA E AMBIENTAL DA PRODUÇÃO DE CORTIÇA ... 2

4. VANTAGENS DAS ROLHAS DE CORTIÇA RELATIVAMENTE A OUTROS VEDANTES ... 3

5. PREPARAÇÃO DA CORTIÇA ... 4

5.1. Extração da Cortiça ... 4

5.2. Tratamento da cortiça ... 4

5.2.1. Estabilização em estaleiro ... 4

5.2.2. Cozedura ... 5

5.2.3. Estabilização após cozedura... 5

5.2.4. Rabaneação ... 6 5.2.5. Brocagem ... 6 5.2.6. Seleção... 7 5.2.7. Lavagem ... 7 5.2.8. Colmatagem ... 8 5.2.9. Marcação ... 8 5.2.10. Embalamento ... 9

6. TIPOS DE ROLHAS DE CORTIÇA ... 10

6.1. Rolhas Naturais ... 10

6.2. Rolhas Naturais Multipeça ... 10

6.3. Rolhas Naturas Colmatadas ... 11

(5)

Projeto FEUP

1

1. SUMÁRIO

O presente relatório foi estruturado de forma a criar um percurso pedagógico de aprendizagem sustentada. Mais especificamente, numa fase inicial é expresso um contexto social

e económico, que contribuirá para a aquisição de uma noção generalizada acerca do tema.

Posteriormente serão contrapostas as características das rolhas de cortiça e de outros vedantes, o que visará a criação de uma ideia preferencial quanto às rolhas de cortiça em detrimento das restantes.

De seguida, é explorada a preparação da cortiça, que passa pela sua extração e

tratamento, abrangendo a parte mais técnica do processo. Por fim, são apresentados os vários tipos de rolha de cortiça e os seus fins, associados à sua forma de produção.

2. INTRODUÇÃO

No âmbito da Unidade Curricular Projecto FEUP, surgiu a necessidade de realização de um estudo que visasse responder à questão “Como se fazem rolhas de cortiça?”. Para tal, o aprofundamento na área revelou-se uma necessidade de grande relevo.

(6)

Projeto FEUP

2

3. DIMENSÃO ECONÓMICA E AMBIENTAL DA PRODUÇÃO

DE CORTIÇA

A extracção regular da cortiça do sobreiro tem, hoje em dia, um papel fundamental quer para a sustentabilidade ecológica quer para a sustentabilidade económica do nosso país.

A importância ambiental do montado deve-se ao seu comportamento como barreira contra a desertificação, ao contributo para a fixação de CO2 e ao seu potencial como área de lazer.

A indústria corticeira é um dos sectores de maior importância na economia portuguesa, nomeadamente a nível de exportações, pois é o único setor onde Portugal ocupa a primeira posição a nível mundial em vários domínios:

Na produção de matéria-prima, onde produz metade da cortiça mundial;[9]  Na produção industrial, com 60% do valor da produção mundial de produtos de

cortiça transformados;[7]

(Nas exportações, com uma quota de mais de 60% do total mundial, equivalente a 806,1 milhões de euros e 168,6 milhares de toneladas em 2011.[8]

Regista-se que 90% da produção de cortiça portuguesa destina-se ao mercado externo e 10% ao mercado interno, sendo que 40% das empresas portuguesas são exportadoras. As exportações deste sector representam cerca de 0,7% do PIB português.[9]

Portugal é ainda o maior importador mundial de cortiça que utiliza para transformação e posterior exportação sobre a forma de produtos de consumo final.[8]

3.1. Contexto histórico

(7)

Projeto FEUP

3

4. VANTAGENS

DAS

ROLHAS

DE

CORTIÇA

RELATIVAMENTE A OUTROS VEDANTES

Nos últimos anos, o debate tem sido intenso em torno do modo ideal de vedar as garrafas.

De um lado temos o ritual da abertura da garrafa de vinho com um saca-rolhas que, para muitos, completa o deleite proporcionado pelo néctar de Baco. Do outro lado temos o risco de anticlímax de abrir um vinho estragado por problemas na rolha.

O tema é importante, pois o modo de tampar o recipiente influi muito na qualidade final do produto.

Rolhas de cortiça

 Origem vegetal;

 Não contribui para desflorestação, por a árvore não ser danificada;

 São totalmente recicláveis;  Baixo consumo energético;

 Capazes de resistir a variações de temperatura e pressão;

 Adaptam-se a diversos gargalos;  Preserva o sabor do conteúdo vedado;

Outros vedantes

 Derivados de petróleo;

 Fontes não renováveis e poluentes;  Baixas taxas de reciclagem;

 Elevado consumo energético;  Menor resistência a variações de

temperatura e pressão;  Maleabilidade reduzida;

 Transmissão de gostos/aromas para o conteúdo vedado;

(8)

Projeto FEUP

4

5. PREPARAÇÃO DA CORTIÇA

5.1. Extração da Cortiça

O crescimento da cortiça inicia-se nos primeiros anos de vida dos sobreiros, mas só se pode efetuar a primeira tirada ao fim de vinte a trinta anos, formando-se em seguida novas camadas até uma idade muito avançada da árvore (150 anos).

A extração realiza-se de nove em nove anos, produzindo cada sobreiro, em média, dez a doze tiradas.

O descortiçamento é efetuado no Verão, pois neste período formam-se as novas células de paredes finas e por isso a cortiça é mais fácil de extrair.

A tiragem das pranchas dá-se com o auxílio de machados, exigindo por isso dos trabalhadores muita perícia, equilíbrio e destreza física, pois o tronco da árvore não pode ser danificado sob pena do sobreiro poder vir a secar.

Após a extração, a cortiça é agrupada em forma de paralelepípedo regular, para que no final calculando a medida do volume se possa encontrar o peso não havendo necessidade de pesar a cortiça para negociar a sua venda.

A cortiça segue depois para a unidade industrial, onde será tratada.[1]

5.2. Tratamento da cortiça

5.2.1. Estabilização em estaleiro

Uma vez na unidade industrial, a cortiça é empilhada, iniciando-se a fase de

Estabilização em estaleiro. Deve manter-se armazenada durante 6 a 9 meses, facto que irá

(9)

Projeto FEUP

5

5.2.2. Cozedura

O segundo processo consiste na Cozedura de um fardo de cortiça. Em específico, os fardos são submersos em água a ferver por ação de uma prensa, onde a cortiça é cozida num período de aproximadamente 1,5 horas. Os principais objetivos desta fase são:

 Limpeza da cortiça

 Extração de hidrossolúveis (garante melhor isolamento)  Redução da densidade por aumento de espessura  Aumento da sua elasticidade

Este processo vai garantir que as células da cortiça se comprimam de forma regular, pela expansão do gás contido, resultando, também, num aumento de volume (cerca de 20%).[1]

5.2.3. Estabilização após cozedura

Posteriormente, dá-se o processo de Estabilização após cozedura, onde é necessário um período de repouso (2-3 semanas) durante o qual a cortiça adquire forma regular. Este período contribui também para que a cortiça atinja a maleabilidade e teor de humidade ideal (14%) indispensáveis ao seu manuseamento.[1]

Fig. 3: Processo de cozedura [1]

(10)

Projeto FEUP

6

5.2.4. Rabaneação

Após este período de repouso as pranchas são seccionadas (fig. 5 e 6) e selecionadas de acordo com a sua espessura, qualidade da cortiça, elasticidade, de forma a determinar o fim de cada tipo de cortiça. Este processo denomina-se Rabaneação.[1]

5.2.5. Brocagem

O processo seguinte, denominado de Brocagem, consiste em atribuir à cortiça a forma cilíndrica de uma rolha (fig. 7 e 8). Importa referir que os excedentes são aproveitados para trituração, obtendo assim granulado de cortiça, utilizado no fabrico de um tipo específico de rolhas (as chamadas rolhas técnicas) e noutros produtos de cortiça.[1]

Fig. 5 e 6: Rabaneação [1]

(11)

Projeto FEUP

7

5.2.6. Seleção

Posteriormente à brocagem, as rolhas são retificadas de forma a ficarem com o tamanho requerido pelo contratante.

Depois de retificadas, as rolhas são selecionadas em classes (fig. 9), sendo o critério de seleção o aspeto da rolha e o estado da sua superfície. Esta Seleção é executada por um operador, que é responsável não só por separar as rolhas por classe, como também por detectar as rolhas com defeito.[1]

5.2.7. Lavagem

Seguidamente, as rolhas são desinfetadas num processo designado por Lavagem. Existem várias formas de desinfetar as rolhas, das quais se destacam a lavagem com água oxigenada ou através do ácido peroxiacético (CH3CO3H).[1]

Fig. 9: Seleção das rolhas de cortiça [1]

(12)

Projeto FEUP

8

5.2.8. Colmatagem

Em algumas situações,as rolhas são colmatadas com uma mistura de pó de cortiça. Como forma de obstruir os poros na superfície das rolhas, o pó de cortiça é fixado através de uma cola constituída por resina natural e borracha natural. Este processo tem como fim melhorar a performance e o aspeto da rolha e denomina-se Colmatagem.[1]

5.2.9. Marcação

Antes de serem embaladas e transportadas, as rolhas são marcadas de acordo com as indicações do cliente, num processo denominado por Branding ou Marcação. São ainda tratadas com parafina ou silicone de forma a facilitar a sua introdução na garrafa e posteriormente a sua extração.[1]

Fig. 11: Processo de colmatagem [1]

(13)

Projeto FEUP

9

5.2.10. Embalamento

Uma vez finalizado o processo anterior, as rolhas são embaladas em sacos plásticos com S02, um anidro sulfuroso, que inibirá o desenvolvimento microbiológico nas rolhas, num processo

denominado por Embalamento. [1]

(14)

Projeto FEUP

10

6. TIPOS DE ROLHAS DE CORTIÇA

Existem 7 diferentes tipos de rolhas de cortiça possíveis de serem produzidas:  Rolhas Naturais;

 Rolhas Naturais Multipeça;  Rolhas Naturais Colmatadas;  Rolhas Técnicas;

 Rolhas de Champanhe;  Rolhas Aglomeradas;  Rolhas Capsuladas.

6.1. Rolhas Naturais

Estas rolhas podem ser obtidas através da brocagem, a partir de uma única peça de cortiça. Estas existem tanto em forma cilíndrica como em forma cónica.

As rolhas naturais asseguram a vedação do vinho dentro da garrafa (ou outro recipiente). Esta vedação, se for prolongada no tempo irá promover uma maturação no vinho (mais conhecido como o processo de envelhecimento do mesmo).[10]

6.2. Rolhas Naturais Multipeça

Estas são produzidas a partir de duas ou mais partes de cortiça natural e coladas entre si por uma cola aprovada para estar em contacto com os alimentos. São maioritariamente produzidas através de peças de cortiça com uma espessura inferior às das peças que são usadas para serem obtidas as rolhas naturais.

(15)

Projeto FEUP

11

6.3. Rolhas Naturas Colmatadas

Estas rolhas são produzidas através da colmatagem. As rolhas de cortiça possuem poros (ou lenticelas). Na colmatagem estes mesmos poros são preenchidos com pó de cortiça (obtido através de alguns desperdícios na trituração). Para a fixação deste pó, é utilizada uma cola à base de resina natural e ainda de borracha natural.

Estas rolhas, possuem uma aparência visual bastante homogénea e boas características mecânicas.[10]

6.4. Rolhas Técnicas

As rolhas técnicas são produzidas com um objetivo: engarrafar vinhos com um prazo geral de 2 a 3 anos. Têm como constituição um corpo formado por aglomerados de cortiça (que são obtidos através da trituração). Estes corpos são muito densos, e possuem discos de cortiça natural colocados no(s) seu(s) topo(s). Estas diferem no seu nome, devido ao número de discos colocados nas suas extremidades. Podem variar entre rolhas técnicas 1+1, rolhas técnicas 2+2 ou ainda rolhas técnicas 2+0. Para serem colados estes discos, são usados aglutinantes aprovados para serem utilizados em produtos que vão estar em contacto com alimentos.

Estas são um exemplo de uma rolha quimicamente muito estável e mecanicamente muito resistente. Comportam-se de maneira exemplar em relação à torção a que são submetidas nas fases de engarrafamento e de desarrolhamento.[10]

6.5. Rolhas de Champanhe

Tal como o próprio nome sugere, estas rolhas são exclusivamente fabricadas para vedar champanhe, vinhos espumantes ou vinhos espumosos (gaseificados) e ainda a sidra. Estas pertencem ao topo da hierarquia das rolhas. São ainda consideradas por alguns como fazendo parte da família das rolhas técnicas, pois são fabricadas através de uma aglomeração.

São produzidas através de um corpo de grânulos de cortiça, ao qual num dos topos, é aplicado um, dois ou ainda três discos de cortiça natural seleccionada. Estas rolhas possuem um diâmetro superior ao das rolhas normais, o que é imprescindível visto que estas são capazes de suportar pressões superiores às que as outras rolhas suportam.

(16)

Projeto FEUP

12

6.6. Rolhas Aglomeradas

São produzidas totalmente através de granulados de cortiça proveniente de subprodutos resultantes da produção de rolhas naturais. Estas podem ser fabricadas de duas maneiras: moldagem individual ou extrusão. Em ambos os métodos, a substância aglutinadora usada está aprovada para a utilização em materiais que estão em contacto com alimentos.

As rolhas aglomeradas são uma solução mais económica para uma vedação perfeita por um período que não deve ultrapassar os 12 meses.[10]

6.7. Rolha Capsulada

A rolha capsulada é uma rolha de cortiça natural (ou uma rolha colmatada), mas com particularidade de no seu topo apresentam uma cápsula, que pode ser de madeira, PVC, porcelana, metal ou vidro.

Esta é geralmente utilizada em vinhos licorosos/generosos, ou em bebidas espirituosas que quando saem para o mercado estão prontas as serem consumidas. Temos como exemplos o Vinho do Porto, Vinho da Madeira, Moscatel de Setúbal, Aguardente, Whisky, Vodka, Cognac,

(17)

Projeto FEUP

13

7. CONCLUSÃO

Através da realização do presente relatório e aprofundamento relacionado, foi possível tecer algumas conclusões quanto à cortiça, a sua utilidade e os processos de fabrico associados.

A cortiça é um material único pelas suas características de isolamento, conservação, e é 100% natural, visto resultar diretamente da casca do sobreiro.

Como exposto, Portugal assume um lugar de destaque na indústria corticeira a nível mundial, o que pode constituir um alvo de investimento nacional, como forma de promover economicamente o nosso país.

Os processos relativos à extração e preparação das rolhas de cortiça compreendem um procedimento definido, portador de um teor científico sustentado, isto é, cada etapa do processo obedece a uma necessidade específica.

Ainda, os processos explanados, que variam de acordo com as rolhas que se pretende obter, não exigem grandes gastos energéticos, o que conduz o processo de produção de rolhas de cortiça para um patamar ecológico. De referir que as diferentes rolham têm diferentes propriedades mecânicas e isoladoras a serem usadas em contextos diferentes.

Durante o estudo do tema surgiram algumas dificuldades – como seja a dificuldade de contacto com informação que não bibliográfica ou webgráfica – as quais foram minimizadas como forma de obter um resultado conciso e objetivo.

(18)

Referências

Documentos relacionados

que os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são responsáveis pela perda ou diminuição da mobilidade física em grande parte dos profissionais de

No caso brasileiro, a própria di- mensão territorial do país é um incentivo a ser explora- do dentro do modal aéreo.” Um ponto a destacar – ainda segundo o diretor ge- ral

Os livros que possuem caráter pedagógico são intitulados de livros didáticos e surgem como uma forma de apresentar e organizar os conteúdos que serão abordados no processo de ensino

Resumo : O estudo teve como objetivo identificar a percepção da enfermeira frente ao atendimento ao paciente com suspeita de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).. Trata-se

Apesar de Paulo Freire e seu modelo de educação popular desenvolvido para alfabetizar adultos na década de 1960, apesar de suas obras terem alcançado diversos países da América

Assim, o grupo avaliador, tendo como base as 101 (cento e uma) oportunidades de melhoria e alguns dos pontos fortes identificados na Auto Avaliação, deixou como recomendações

CONSIDERAÇÕE FINAIS Sugere-se a padronização do uso dos monofilamentos de semmes weinstein como instrumento fundamental na avaliação sensitiva no dermátomo do nervo

Vocês não estão aqui, sabendo que algo em seu coração está puxando, “Eu quero aquele Espírito Santo. Eu quero você, Senhor, em