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IMPLICAÇÕES DAS POLÍTICAS DE CERTIFICAÇÃO NA PRÁXIS DOCENTE NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR

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Academic year: 2021

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IMPLICAÇÕES DAS POLÍTICAS DE CERTIFICAÇÃO NA

PRÁXIS DOCENTE NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU/PR

PASINI, Juliana Fátima Serraglio (UNIOESTE)1 DEITOS, Roberto Antonio (Orientador/UNIOESTE)2

A presente proposta de pesquisa visa analisar a implementação das políticas de certificação adotadas pelo Estado no atual governo na formação de professores, como forma de solucionar a falta de profissionais formados na educação básica, bem como avaliar os cursos de formação à distância e presencial, a nível de graduação e pós-graduação, cuja habilitação refere-se às séries inicias do ensino fundamental I. Para tanto, partir-se-á da investigação da formação pedagógica e o impacto desta na formação discente, no ensino público. Assim sendo, justifica-se a escolha da presente linha de pesquisa, uma vez que, se almeja o estudo a partir da averiguação dos fundamentos e ações do Estado para compreensão da implementação das políticas de formação no município de Foz do Iguaçu/Paraná.

A atual proposta de estudo, pretende analisar o currículo dos cursos de graduação3 decorrentes da implementação das políticas de certificação destinadas aos profissionais da educação básica bem como a sua concretização.

1

Mestranda do Programa de Pós-graduação Stricto Senso em Educação na Universidade do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campo Cascavel. Integrante do GEPPES – Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e Social, além de bolsista pela CAPES, na condição de docente da rede pública municipal de ensino de Foz do Iguaçu/PR, do Projeto do Observatório de Educação “Indicadores de Qualidade e Gestão Democrática”, e do subprojeto “Avaliação da qualidade de educação básica: estudo comparativo entre Brasil e Argentina” da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/ RS em parceria com a UNIOESTE, Campo Foz do Iguaçu, UNESP, UPF e CAPES. Pesquisadora do Grupo de Pesquisas em Práticas Educativas – Mediar.

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Orientador. Doutor em Educação pela UNICAMP. Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação - nível de Mestrado/PPGE e do Curso de Pedagogia – da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Cascavel. Integrante do GEPPES – Grupo de Estudos e Pesquisas em Política Educacional e Social.

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É importante considerar que a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional aprovada em dezembro de 1996 e suas normatizações posteriores, produzidas no nível federal, previram que a partir do ano 2007 profissionais da educação só seriam contratados mediante certificação em nível superior, o que ocasionou uma interpretação errônea levando os professores acreditarem que seriam exonerados de seus cargos caso não apresentassem diplomas nesta data de corte.

Decorrente desta situação constatou-se que a preferência por cursos aligeirados ou na modalidade de educação a distância foi à opção mais viável que os professores encontraram uma vez que neste período ainda o município de Foz do Iguaçu não ofertava o curso em nível superior.

Objetivando solucionar a falta de professores formados no município e em todo o país os decretos posteriores a LDB/96 instituíram tanto no Conselho Nacional de Educação (CNE) como no Ministério de Educação e Cultura (MEC) novos espaços institucionais para a formação dos docentes (os Institutos Superiores de Educação e as Escolas Normais Superiores), além da instituição de novas diretrizes para essa formação.

Parte-se da hipótese que a escolha dos docentes refletem em um ensino insatisfatório tendo como premissa a qualidade do ensino e para tanto, pretende-se identificar as instituições que oferecem os cursos, de caráter presencial e à distância, averiguando seus resultados na práxis pedagógica, enquanto qualidade do trabalho docente nas instituições públicas de ensino, visto que o primeiro curso de formação docente foi implementado no ano de 2000 (Primeiro curso de Pedagogia).

Além de investigar os impactos na práxis docente das reformas educacionais no âmbito da formação dos professores, inicializadas no governo de Fernando Henrique Cardoso (1994) e continuadas nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, como mecanismo de avaliação do rendimento escolar, tais como: IDEB, SAEB, PROVA BRASIL.

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cria órgãos que garantam a certificação dos mesmos, promovendo a auto-regulação da profissão mediante uma política de certificação profissional.

Este estudo tem como premissa colaborar cientificamente nas discussões acerca das políticas do Estado no processo de formação docente e as repercussões da implementação das políticas de certificação no processo ensino-aprendizagem, justificando assim, a escolha da linha de pesquisa Educação, Políticas Sociais e Estado, para que haja interlocução do conhecimento teórico, oportunizando discussões acerca do tema proposto no meio de trabalho ao qual estou inserida sendo servidora pública da rede municipal de ensino e docente do curso de formação de professores, no município de Foz do Iguaçu/PR.

Diante da proposta a inserção no projeto em rede4 tem como objetivo integrar e

ampliar redes de pesquisa entre Programas de localidades diferentes do país assim como aproximar e fortalecer o diálogo entre pesquisados, gestores de sistemas/unidades escolar e diferentes segmentos da escola em busca de uma educação de qualidade.

Para tanto, analisar-se-à os documentos de associações de educadores como Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação ( ANFOPE), Associação Nacional de Política e Administração da Educação ( ANPAE), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação(ANPED) e Fórum de Diretores de Faculdades de Educação ( FOUNDIR), as alterações da LDB referente aos cursos de formação de professores, os dados fornecidos pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

A análise priorizará o entendimento acerca das mudanças realizadas desde o governo FHC ao governo Lula, visto que estas alteraram a natureza do curso de pedagogia, o currículo do curso e as exigências do perfil deste profissional, bem como a materialização de sua função na escola.

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Dispensar-se-á atenção também, à portaria nº 1.403/2003/CNE do governo Lula, que instituiu o Sistema Nacional de Certificação de Professores com o objetivo de avaliar as atividades do professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, no que se remete à implementação desta política no município de Foz do Iguaçu.

Diante desse contexto, o presente estudo pretende discutir o desdobramento das mudanças legislativas no que concerne às políticas de certificação e sua implicação e impacto na formação dos professores, e a culminância destas no processo ensino-aprendizagem e contribuição para a formação discente.

A partir dos anos 90, com a reestruturação produtiva, baseada no toyotismo, que promoveu mudanças no mercado de trabalho e na própria estrutura das qualificações profissionais provocou mudanças significativas nas políticas educacionais, exigindo, assim, um novo perfil de qualificação do mundo do trabalho, como a transformação educacional que ocorre no mundo capitalista, tal como tem sido realizada no processo ligado à formação inicial e continuada nos cursos de formação docente, no estado do Paraná, especificamente na cidade de Foz do Iguaçu.

Segundo Masson, (2009, pag.53) as implicações desse movimento de flexibilização do trabalho para a educação não podem ser analisadas de forma linear. É fundamental captarmos as mediações que possibilitem apreender especialmente as reformas a partir da década de 90, a relação dialética entre o contexto produtivo e a educação. Certamente não é possível afirmar que ocorreu uma transferibilidade dos pressupostos que viabilizaram a reestruturação produtiva para a educação. Contudo, é notável uma articulação entre as demandas do capital e as políticas educacionais atuais.

No contexto atual podemos perceber o desenvolvimento de várias propostas de ampla abrangência e impacto nos níveis e modalidades de ensino para tentar adequar a educação ao contexto produtivo. Podemos citar dentre elas as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio e cursos de Ensino Superior, aos quais se destacam a flexibilidade dos currículos e a noção de competências como fundamental na formação do sujeito.

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Masson (2009, pg.145) as flexibilizações curriculares na formação inicial e na formação continuada também surgem sendo uma garantia de adaptação dos profissionais da educação à sociedade.

Uma formação inicial flexível permite a aquisição de competências genéricas, que podem ser complementadas pela formação continuada, atendendo melhor as demandas das práticas localistas. A sólida formação teórica tende a ser substituída por uma cultura do efêmero e por decisões estratégicas subjetivas, podendo ocasionar a perda da identidade coletiva dos professores, e o desenvolvimento de projetos cada vez mais individualizados. A formação para a complexidade, para a descontinuidade e incerteza tem sido valorizada em detrimento da busca de referenciais sólidos que possam garantir um processo de ensino-aprendizagem o mais exitoso possível, nas instituições educativas

No primeiro mandato do governo Lula, o então Ministro da Educação, Cristovam Buarque, expediu a Portaria nº 1.403/2003 que tinha como objetivo instituir o Sistema Nacional de Certificação e Formação Continuada de Professores. Tal sistema implantaria o Exame Nacional de Certificação de Professores a fim de avaliar os professores em exercício nos anos iniciais do Ensino Fundamental, das redes de ensino, os concluintes dos cursos normais de nível médio e os concluintes dos cursos de licenciatura oferecidos pelas IES.

De acordo com Freitas, H. (2003, p.1111, grifo do autor), “a adoção do exame de certificação de professores, como única forma de avaliação do desempenho de professores [...], evidencia o viés regulatório presente nas políticas do atual governo.” Ao analisar essa temática Scheibe (2004, p.192) destaca que “o modelo que vem sendo formulado pelo Estado hoje para a educação, e que está na base do que se propõe para a transformação da profissionalização docente, no entanto, não conduz ao projeto educacional crítico desejado.”

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uma melhoria significativa nas condições objetivas de trabalho, os avanços poderão ser insignificantes Masson ( 2009, p.203 e 204 ).

Segundo L.C.Freitas (2010) a atual estratégia utilizada para medição de resultado dos alunos e sua associação a fatores associados (nível sócio-econômico, formação do professor, e outras) não é a forma mais adequada para se monitorar as políticas públicas, tal como se faz com a Prova Brasil e o SAEB, entre outros. Pois segundo o autor o rendimento do aluno é um processo e é afetado por variáveis externas à escola, se torna necessário medir o início do processo, o meio e o fim do processo, bem como ter uma sensibilidade das condições externas e internas associadas ao desempenho medido.

A compreensão do processo de certificação, das políticas relacionadas à formação do professor no Brasil será realizada através da tese de Scheibe (2004) com a intenção de dar continuidade à pesquisa realizada, identificando a mudança de governo como um marco inicial para uma nova proposta de mudança na educação e consequentemente na formação dos professores. Rever o processo de aceleração da formação inicial de qualidade, visto que o surgimento de instituições privadas é maior que o número de instituições públicas para formar estes profissionais.

Através da pesquisa realizada por Freitas H. (1993 ) analisar como os estágios dos cursos de formação de professores têm contribuído a prática docente, como principio articulador da teoria e da prática.

Dar-se-á atenção aos documentos da ANPED, ANFOPE, LDB-96, SNPF, SEDES, CAPES, MEC, INEP, EDUDATA dentre outros para compreender as ações realizadas pelo estado e seu impacto na educação.

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REFERÊNCIAS

FERREIRA, Naura S. C. & BITTENCOURT, Agueda B. (orgs.). FORMAÇÃO HUMANA E GESTÃO DA EDUCAÇÃO: A arte de pensar ameaçada. São Paulo: Cortez, 2008.

ERGUITA,Mariano F. El Marxismo y la Educacción: un balance. In: ALMEIDA, Malu (org).Políticas Educacionais e Práticas Pedagógicas: para além da mercantilização do conhecimento. Campinas, SP: Alínea, 2005.

ZANARDINI, Isaura M. S. & Orso, Paulino J. Estado, Educação e Sociedade

Capitalista / organização de Cascavel: Edunioeste, 2008. 249 p. — (Coleção Sociedade, Estado e Educação; n. 2).

PIMENTA, Selma G. & GHEDIN, Evandro (orgs.). Professor Reflexivo no Brasil Gênese e crítica de um conceito. São Paulo: Cortez,2010.

MASSON, Gisele. Políticas de formação de professores [tese]: as influências do neopragmatismo da agenda pós-moderna /Gisele Masson; orientadora,

Leda Scheibe.UFSC – Florianópolis,SC, 2009. In: <<

http://www.tede.ufsc.br/teses/PEED0784-T.pdf>>. Acesso em: 12 set. 2010.

Luis Carlos Freitas. Titulo do blog. In: <<http://avaliacaoeducacional.zip.net/>>. Acesso em:

FREITAS, Helena C. L. [tese]: O trabalho como articulador da teoria/prática. Orientador: Demerval Saviani.FE/UNICAMP – São Paulo,1993

http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000072049

SCHEIBE, L. O projeto de profissionalização docente no contexto da reforma

educacional iniciada nos anos1990. Educar, Curitiba, n. 24, p. 177-193, 2004. Editora UFPR 177

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