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Atualidades/Jornal. Dias: 03/04 e 17 de abril. O Colapso do populismo e o Regime Militar de 1964 a O Golpe Civil Militar de 1964

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Atualidades/Jornal

Dias: 03/04 e 17 de abril

Professor Fernando Gelfuso

O Colapso do populismo e o Regime Militar de 1964 a 1985

O Golpe Civil Militar de 1964

Quando na noite de 1º de abril de 1964 o presidente da Câmara dos deputados Ranieri Mazzilli assumia o cargo de presidente da República, declarado vago pelo presidente do Senado Auro de Moura Andrade, tinha início o período mais sombrio da história recente do Brasil chamado por alguns de República Militar.

Para a maioria dos estudiosos do período, as denominações “Golpe Militar” e “República Militar” não exprimem com exatidão o significado dos dois eventos, uma vez que os segmentos militares envolvidos em todo o processo representavam apenas uma parcela das forças que derrubaram o presidente João Goulart e instalaram no país um regime de exceção. Segmentos da sociedade civil brasileira, notadamente a grande burguesia nacional ligada ao capital estrangeiro, tiveram atuação definitiva em todo o processo e acabou sendo a parte que mais se beneficiou do sistema instalado desde então e até 1985.

A ditadura instalada no país fazia parte de um contexto mais amplo que se estendia para todo o subcontinente latino-americano – o ciclo militar – e refletia o quadro mais geral da Guerra Fria. Como já havia sido anunciado no final da década de 1940, o Brasil passava a se constituir na “Fortaleza Americana” para conter a ameaça comunista, e como a maioria dos países latino-americanos, o poder era entregue aos militares formados na Escola onde se reproduzia o binômio básico da política norte-americana para o continente: segurança e desenvolvimento.

É a partir daí que devemos entender, por exemplo, “as boas intenções do governo Kennedy” para com o Brasil, demonstradas durante o governo Jânio Quadros, bem como para com todos os países do sul do continente americano – Política da Boa Vizinhança.

No plano interno, o golpe representou o desfecho final de uma crise sócio-econômico-política que no âmbito do populismo parecia inevitável.

Atender aos anseios das classes trabalhadoras contando para isso com estruturas tipicamente capitalistas parecia tarefa difícil demais para qualquer político que assumisse os destinos do país naquele momento, pois, enquanto que a grande burguesia nacional projeta seu crescimento com base no desenvolvimento econômico-industrial do país, e a burguesia internacional objetiva estender seus negócios para o profícuo mercado brasileiro explorando, ambas, a mão-de-obra dos trabalhadores “nativos”, esses acabam excluídos do processo modernizante na medida em que ficam sujeitos aos baixíssimos salários impostos por aquelas burguesias.

Ao tentar atender os trabalhadores, o Estado entra em choque com a grande burguesia que a certa altura já havia conseguido seduzir a classe média com a difusão de hábitos confortáveis e, por isso, extremamente sedutores. Esses problemas se intensificavam na medida em que crescia o contingente populacional dedicado ao trabalho nas indústrias, isto é, o operariado, pois mais ameaçadores eram então seus movimentos reivindicatórios.

O contexto interno marcado pelo avanço da democracia no âmbito da sociedade brasileira, processo iniciado nos primeiros anos da década de 1950, permitia a inserção de outros segmentos social na cena política nacional. Um exemplo desse fenômeno é o campesinato. Excluídos desde sempre das ações políticas e sociais do Estado brasileiro, os camponeses começaram a se organizar em torno de um

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pernambucano chamado Francisco Julião. As manifestações e as ocupações de terra das Ligas Camponesas colocaram em alerta os grandes proprietários de terra que temiam uma ação efetiva do governo Jango em favor da Reforma Agrária. Os latifundiários passaram a engrossar o coro dos opositores do governo popular reformista de João Goulart.

Podemos afirmar então que o “colapso do populismo” resultou da incompatibilidade que havia entre a necessidade de manutenção permanente de mobilização das massas em torno do líder populista e o crescimento estável do capitalismo.

Razões do Golpe:

O movimento militar que golpeou o populismo brasileiro resultou da crise econômica que resultou da política desenvolvimentista da segunda metade da década de 1950 e da radicalização ideológica manifestada no mesmo período e nos primeiros anos da década seguinte, o que ia contra as exigências da política externa dos EUA nos tempos da Guerra Fria.

Nesses termos podemos considerar alguns fatores específicos que contribuíram para a desestabilização da República Liberal Populista brasileira, como:

- Crise econômica e desaceleração industrial: Com o esgotamento do modelo de substituição de importações e a abertura da economia aos capitais e aos produtos estrangeiros a indústria nacional entrou em crise. Para socorrer as empresas nacionais e conceder benefícios às que chegavam o governo foi levado a tomar empréstimos que acabaram gerando uma dívida externa próxima a US$ 5 bilhões. O desequilíbrio econômico acelerava a inflação que no final de 1963 ultrapassava a casa dos 75%. Esse quadro econômico inquietava principalmente os segmentos assalariados da sociedade principal vítimas da espiral inflacionária.

- Avanço das Lutas Operárias: Com a intensificação da crise econômica e financeira multiplicaram-se os movimentos reivindicatórios da classe operária. Em 1958 ocorreram 31 greves no país enquanto que em 1962 foram 184 paralisações. A criação do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) contribuiu para que houvesse uma melhor organização dos movimentos, e isso assustou os segmentos mais conservadores da sociedade que viam nesse crescimento a possibilidade de penetração do movimento socialista internacional. Chegou-se a falar em “cubanização” do Brasil numa alusão à Revolução Socialista em Cuba que inspirava grupos da esquerda brasileira.

- Conscientização Jovem e Movimentos Estudantis: O período democrático vivenciado pela sociedade brasileira na década de 1950 contribuiu para que, por meio da formação de grupos de discussão e de entidades representativas dos estudantes, aumentasse o nível de consciência política dos jovens. Nesse contexto cresceu em importância a União Nacional dos Estudantes (UNE), entidade fundada em 13 de agosto de 1937 e referendada como órgão oficial em 1938 para representar os estudantes das instituições de ensino superior. Os seminários nacionais organizados pela UNE para discutir a reforma universitária tiveram grande repercussão não só nos meios estudantis, mas também nos meios políticos, pois os espaços de discussão dos estudantes passaram a ser vistos pelas forças conservadoras como núcleos difusores de ideias subversivas, o que era quase sinônimo de serem comunistas.

- Lutas Camponesas: O avanço dos movimentos rurais deveu-se às transformações advindas do crescimento urbano e da industrialização assistida ao longo do período que se estendeu de 1950 aos primeiros anos da década seguinte, pois com o crescimento da população urbana aumentou a demanda por produtos agrícolas. Com isso, os pequenos proprietários e antigos posseiros arruinaram-se enquanto que os trabalhadores viam intensificar a exploração a que estavam submetidos. Esquecidos pela política populista os camponeses começaram desde então a se mobilizar por meio de movimentos como as Ligas Camponesas que começaram a surgir no final de 1955. O advogado e político pernambucano Francisco Julião foi o principal líder desse movimento que se ramificou por diversos estados do país, principalmente nos do nordeste. O I Congresso Nacional dos Trabalhadores Agrícolas (CONTAG) realizado em Belo Horizonte em novembro de 1961 alarmou os grandes proprietários de terras temerosos da evolução em termos de organização e da expansão dos movimentos rurais. Quando o presidente João Goulart sancionou a Lei criando o Estatuto do Trabalhador Rural, em março de 1963, os latifundiários passaram a apoiar deliberadamente a deposição do presidente que, a propósito era também latifundiário.

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- Reformas de Base: Podemos afirmar que esse projeto reformista e nacionalista proposto pelo governo Goulart serviu para aguçar ainda mais a fúria dos grupos conservadores e estrangeiros incomodados desde longa data com o modelo populista.

REFORMAS DE BASE: Saída política reformista e nacionalista

. AGRÁRIA: democratizar acesso à terra . URBANA: combate à pobreza e habitações . EDUCACIONAL: valorização do ensino público

. ADMINISTRATIVA: desburocratização, fim empreguismo e corrupção . FISCAL: combate às desigualdade de encargos

. BANCÁRIA: acesso democrático ao crédito

- Guerra Fria: Nacionalismo, populismo ou trabalhismo em tempos de Guerra Fria posturas identificadas, ou tidas quase que como sinônimas de comunismo.

- Lei de limitação de remessa de lucros das multinacionais. - Lei de criação do 13o salário.

- Lei de criação da SUNAB (Superintendência Nacional de Abastecimento)

- Comício da Central do Brasil (13 Março 1964) (300.000 trabalhadores)

. Anúncio nacionalização refinarias de petróleo, . Desapropriação das terras às margens das rodovias, . Criação da SUPRA (Superintendência da Reforma Agrária)

- “Guinada esquerdista ou esquerdizante” isola presidente

- Marchas da “Família com Deus pela Liberdade” – Classe média, católicos, partidos de oposição...

GOLPE!!!

A REPÚBLICA CIVIL MILITAR (1964 – 1985)

Vimos ao longo dos estudos de História do Brasil que os militares protagonizaram diversos movimentos políticos desde o final da Guerra do Paraguai, em 1870, e por todo o período republicano; mas, em nenhum momento seu papel foi tão destacado como no movimento que resultou no golpe que depôs o presidente João Goulart. Isso se deveu à atuação da Escola Superior de Guerra, instituição difusora da chamada Doutrina de Segurança Nacional por meio da formação de uma elite militar e também civil no âmbito da Guerra Fria.

Reproduzindo os ideais que emanavam dos organismos de segurança dos Estados Unidos da América, National War College, por exemplo, os agentes formados na ESG e que assumiram o poder em 1964 acreditavam que a fórmula mais eficiente de combater o comunismo, ou de impedir sua expansão, era modificar as estruturas políticas do país e promover o desenvolvimento econômico.

O desenvolvimento deveria ser coordenado pelo Estado que interviria nos assuntos econômicos gerenciando seu funcionamento, planejando e implementando obras de infraestrutura, controlando preços, salários, etc. Todo o processo deveria ser financiado pelo capital internacional que seria captado junto aos bancos estrangeiros, sobretudo os norte-americanos.

Em princípio o regime militar atendia perfeitamente aos interesses da grande burguesia nacional na medida em que, apoiadora do golpe desde as primeiras horas, ela usufruiria o Estado como se ele fosse uma instituição destinada a servi-la (privatização do estado).

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Nos primeiros meses depois do golpe predominava entre os militares (pelo menos era o que se propagava) a ideia de que o poder deveria ser devolvido aos civis em pouco tempo, assim que a ordem política e a estabilidade econômica fossem restabelecidas. Ocorre que essa posição não era compartilhada por todos os militares envolvidos no processo que resultou na deposição de João Goulart, na verdade havia um grupo, os chamados “castelistas”, que advogava por esse caminho, enquanto que outro grupo, denominado “linha-dura”, mais forte no interior das Forças Armadas, defendia a implantação de um regime de força que afastasse completamente a “ameaça comunista” que pairava sobre o país.

Por isso, percebe-se que até o final de 1968, quando o grupo “castelista” deteve o controle da situação, tentou-se a implantação de uma “democracia restringida”. No final daquele ano, com a publicação do AI-5, o regime se fechou e a ditadura foi instalada sob o controle dos militares da chamada “linha dura”.

(Fernando Antônio Gelfuso)

Os Cinco Primeiros “ATOS INSTITUÇIONAIS”

- AI 1 (1964) - Suspende garantias constitucionais e direitos políticos de funcionários públicos, militares e ex-presidentes.

- AI 2 (1965) - Extingue partidos. Ato Complementar 4 institui o bipartidarismo (MDB = oposição controlada, controle sobre Legislativo e ARENA = governista, referenda decisões). Estabelece que as eleições para a residência da República serão indiretas e o controle e alteração do Poder Judiciário.

- AI 3 (1966) – Eleições indiretas para governadores, vice-governadores, prefeitos de capitais e de cidades consideradas áreas de segurança nacional.

- AI 4 (1966) - determina elaboração da constituição de 1967

- AI 5 (1968) – Suspende o habeas corpus. Concede ao presidente da República e direito de intervir nos estados e municípios; cassar mandatos e direitos políticos, além de poder para decretar estado de sítio sem aprovação do Congresso.

A mídia e o golpe militar de 64

Altamiro Borges

(O dia 1º de abril de 2014) marca os 50 anos do fatídico golpe civil-militar de 1964. Na época, o imperialismo estadunidense, os latifundiários e parte da burguesia nativa derrubaram o governo democraticamente eleito de João Goulart. Naquela época, a imprensa teve papel destacado nos preparativos do golpe. Na sequência, muitos jornalões continuaram apoiando a ditadura, as suas torturas e assassinatos. Outros engoliram o seu próprio veneno, sofrendo censura e perseguições. Nesta triste data da história brasileira, vale à pena recordar os editoriais dos jornais burgueses – que clamaram pelo golpe, aplaudiram a instalação da ditadura militar e elogiaram a sua violência contra os democratas. No passado, os militares foram acionados para defender os saqueadores da nação. Hoje, esse papel é desempenhado pela mídia privada, que continua orquestrando golpes contra a democracia.

Daí a importância de relembrar sempre os seus editorais da época:

O golpismo do jornal O Globo

“Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares que os protegeram de seus inimigos. Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais”. O Globo, 2 de abril de 1964.

“Fugiu Goulart e a democracia está sendo restaurada..., atendendo aos anseios nacionais de paz, tranqüilidade e progresso... As Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a nação na integridade de seus direitos, livrando-a do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal". O Globo, 2 de abril de 1964.

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“Ressurge a democracia! Vive a nação dias gloriosos... Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas que, obedientes a seus chefes, demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições. Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ter a garantia da subversão, a ancora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada”. O Globo, 4 de abril de 1964.

“A revolução democrática antecedeu em um mês a revolução comunista”. O Globo, 5 de abril de

1964.

Conluio dos jornais golpistas

“Minas desta vez está conosco... Dentro de poucas horas, essas forças não serão mais do que uma parcela mínima da incontável legião de brasileiros que anseiam por demonstrar definitivamente ao caudilho que a nação jamais se vergará às suas imposições”. O Estado de S.Paulo, 1º de abril de 1964. “Escorraçado, amordaçado e acovardado, deixou o poder como imperativo de legítima vontade popular o Sr João Belchior Marques Goulart, infame líder dos comuno-carreiristas-negocistas-sindicalistas. Um dos maiores gatunos que a história brasileira já registrou, o Sr João Goulart passa outra vez à história, agora também como um dos grandes covardes que ela já conheceu”. Tribuna da

Imprensa, 2 de abril de 1964.

“Desde ontem se instalou no país a verdadeira legalidade... Legalidade que o caudilho não quis preservar, violando-a no que de mais fundamental ela tem: a disciplina e a hierarquia militares. A legalidade está conosco e não com o caudilho aliado dos comunistas”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964. “Golpe? É crime só punível pela deposição pura e simples do Presidente. Atentar contra a Federação é crime de lesa-pátria. Aqui acusamos o Sr. João Goulart de crime de lesa-pátria. Jogou-nos na luta fratricida, desordem social e corrupção generalizada”. Jornal do Brasil, 1º de abril de 1964. “Pontes de Miranda diz que Forças Armadas violaram a Constituição para poder salvá-la”. Jornal do

Brasil, 6 de abril de 1964.

“Multidões em júbilo na Praça da Liberdade. Ovacionados o governador do estado e chefes militares. O ponto culminante das comemorações que ontem fizeram em Belo Horizonte, pela vitória do movimento pela paz e pela democracia foi, sem dúvida, a concentração popular defronte ao Palácio da Liberdade”. O Estado de Minas, 2 de abril de 1964.

“A população de Copacabana saiu às ruas, em verdadeiro carnaval, saudando as tropas do Exército. Chuvas de papéis picados caíam das janelas dos edifícios enquanto o povo dava vazão, nas ruas, ao seu contentamento”. O Dia, 2 de abril de 1964.

“A paz alcançada. A vitória da causa democrática abre o País a perspectiva de trabalhar em paz e de vencer as graves dificuldades atuais. Não se pode, evidentemente, aceitar que essa perspectiva seja toldada, que os ânimos sejam postos a fogo. Assim o querem as Forças Armadas, assim o quer o povo brasileiro e assim deverá ser, pelo bem do Brasil”. O Povo, 3 de abril de 1964. “Milhares de pessoas compareceram, ontem, às solenidades que marcaram a posse do marechal Humberto Castelo Branco na Presidência da República... O ato de posse do presidente Castelo Branco revestiu-se do mais alto sentido democrático, tal o apoio que obteve”. Correio Braziliense, 16 de abril de 1964.

Apoio à ditadura sanguinária

“Um governo sério, responsável, respeitável e com indiscutível apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social – realidade que nenhum brasileiro lúcido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama”. Folha de S.Paulo, 22 de setembro de

1971.

“Vive o País, há nove anos, um desses períodos férteis em programas e inspirações, graças à transposição do desejo para a vontade de crescer e afirmar-se. Negue-se tudo a essa revolução brasileira, menos que ela não moveu o país, com o apoio de todas as classes representativas, numa direção que já a destaca entre as nações com parcela maior de responsabilidades”. Jornal do Brasil,

31 de março de 1973.

“Participamos da Revolução de 1964 identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada”. Editorial de Roberto Marinho, O Globo, 7 de outubro de 1984.

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Patriotas – Revolução novamente – Militares Patriotas – 7 de

setembro – Viva 1964

In: http://homemculto.com/2013/09/06/patriotas-revolucao-novamente-militares-patriotas-7-de-setembro-viva-1964/

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31 de Março de 1964 – Um Marco Flamejante

www.alertatotal.net

Por Maynard Marques de Santa Rosa

“Nas janelas, ouvimos o apocalipse da fraternidade”.

A perplexidade de André Malraux resume o drama da Espanha, em julho de 1936, quando a média de assassinatos políticos atingia 66 crimes por dia, somente em Madri.

A Guerra Civil Espanhola foi o desfecho inevitável da tentativa frustrada das Forças Armadas de impor a ordem em uma sociedade revolvida pela subversão. Divididas, elas mergulharam na crise fratricida, que se prolongou por três anos.

O Brasil de março de 1964 encaminhava-se para cenário semelhante, fomentado pela subversão de grupos e pela propaganda revolucionária clamante de “reformas de base, na lei ou na marra”.

No Nordeste, as Ligas Camponesas flagelavam o campo. Nas grandes cidades, sindicatos e estudantes promoviam greves e manifestações descontroladas. No Sul, organizavam-se os grupos dos onze para os assassinatos seletivos de 1º de maio.

A intervenção militar foi um ato moderador de exceção, legitimado pelo consenso da maioria das forças políticas. Comprova esse fato a calma social subsequente ao 31 de Março, em que não se conhece uma única vítima provocada por reação popular.

Em contraste com a divisão dos militares espanhóis em 1936, a união das Forças Armadas brasileiras, em 1964, evitou a intervenção estrangeira e a guerra fratricida no Brasil.

O movimento renovador de 1964 trouxe de volta os ideais tenentistas de modernização do País. O espírito empreendedor que havia despertado no governo JK foi reativado, deflagrando novo ciclo transformador da infraestrutura nacional, desta vez sob a racionalidade do planejamento sistemático.

Ao adotar o planejamento estratégico, o governo revolucionário implantou uma mentalidade universalista na administração pública, combatendo as raízes de personalismo, clientelismo e corporativismo inerentes à cultura rural que ainda predominava no Brasil.

Equilibrou-se o balanço de pagamentos. A credibilidade e a autoestima nacionais foram recuperadas. Completou-se a integração rodoviária da Amazônia. Consolidou-se a industrialização. As taxas de crescimento mantiveram-se acima de 8%, elevando a economia brasileira de 46ª para 8ª economia nacional.

A normalização política foi conduzida em um clima de conciliação, que culminou com a anistia consensual. Contudo, o instituto da anistia não alcançou a eficácia do “Pacto del Olvido”, que encerrou o ciclo franquista na Espanha.

Infelizmente, a democratização trouxe de volta os atavismos da corrupção, da incompetência e da desarmonia. As paixões infladas pela ideologia fratricida têm postergado a reconciliação nacional.

Nem mesmo a realidade da “débâcle” soviética foi suficiente para convencer os espíritos reacionários de que o socialismo real é inviável. Preferiram, então, relativizar a teoria marxista com o sofisma de Antônio Gramsci, substituindo a política de luta pela guerra psicológica, um artifício que não deixa marca no corpo, mas destrói a alma.

O alvo principal da conspiração gramscista é o direito de propriedade, cada vez mais relativizado por servidões legais, sociais e ambientais. A devastação cultural que essa ideologia vem promovendo já atinge as raízes da sociedade, invalidando teses renomadas, como a de Sérgio Buarque de Holanda, que afirmava ser o brasileiro o “homem cordial”, generoso e hospitaleiro, assim contribuindo para o progresso da civilização.

É por isso que, em vão, tentam alterar a História, despojando a Revolução de 31 de Março de 1964. A construção do socialismo por artifícios antinaturais poderá produzir caos social, mas não terá solidez para resistir ao choque da realidade. E já se observam sintomas de exaustão desse ciclo sombrio. Quando soprarem os ventos da mudança, ele haverá de ruir, e grande será a sua ruína.

O marco de 31 de março continua flamejante. Irmanados, permanecemos os patriotas preparados para remover a erva daninha da ideologia fratricida e semear os valores legítimos de nacionalismo, liberdade, solidariedade, harmonia e progresso.

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EXERCÍCIOS:

01) (UNICAMP) A política econômica adotada no início dos anos 70 pelo então ministro do planejamento Delfim Neto, tornou-se conhecida como "Milagre Econômico Brasileiro". Essa política afirmava que a riqueza era comparável a um "bolo" e, enquanto tal precisava primeiro crescer para depois ser dividida.

a) Caracterize o chamado "Milagre Econômico Brasileiro". b) Explique as relações entre esse "milagre" e a imagem a seguir.

02) (UNESP) Manifestações de repúdio ao Governo Goulart precederam o movimento militar que golpeou as instituições do país a partir de 31 de março de 1964. Nos protestos veiculavam soluções salvacionistas sobre a pátria, a ordem democrática, a liberdade, Deus e a família, habilmente articuladas por forças políticas de direita, membros da Igreja Católica, grandes proprietários rurais, banqueiros e empresários nacionais e estrangeiros, que visavam a adesão do povo. Ao final de 1965, estava na praça a seguinte peça musical de Zé Queti: 'Marchou com Deus pela democracia, agora chia, agora chia (...)'.

Com base no texto:

a) esclareça o rumo que os militares, detentores do poder, imprimiram ao regime instalado;

b) a partir da expressão 'agora chia', procure indicar a quem o autor da composição dirigia sua sátira.

03) (PUCCAMP) "... Até o momento em que se constata o malogro do Plano Trienal (que tinha por objetivo controlar a inflação, retomar o crescimento econômico, restringir o crédito, conter o déficit público, limitar os ganhos salariais etc.), o governo conseguiu um relativo apoio político de expressivos setores da burguesia industrial brasileira (...). Mas, diante da incapacidade do Executivo - de um lado, em reverter a tendência de estagnação da economia e, de outro, em por fim às crescentes reivindicações e greves das classes trabalhadoras - a quase totalidade da burguesia nacional passou a conspirar ativamente contra o governo. (...)

A crescente radicalização política do movimento popular e dos trabalhadores, pressionando o Executivo a romper os limites do 'pacto populista', levou o conjunto das classes dominantes e setores das classes médias -apoiados e estimulados por agências governamentais norte-americanas e empresas multinacionais- a condenar o governo..."

O texto descreve um fenômeno que pode ser associado a fatores responsáveis, no Brasil,

a) pela Revolução de 1930.

b) pela redemocratização após 1945. c) pelo golpe de 1964.

d) pela abertura política a partir de 1980. e) pelo movimento das "Diretas-Já" em 1984.

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04) (UFRS) Deem-me um ano, e vos darei uma década.

(Antônio Delfim Netto, Ministro da Fazenda) A economia vai bem, mas o povo vai mal.

(General-Presidente Emílio Garrastazu Médici)

As duas fases anteriores fazem parte de um contexto da história do Brasil que apresentou determinadas características.

Leia os itens a seguir.

I - Processo de abertura política lenta, gradual e segura. II - Crescente centralismo político-administrativo.

III - Crescimento dos investimentos estrangeiros na economia nacional. Quais apresentam características do contexto acima referido?

a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e III e) Apenas II e III

05) (CESGRANRIO) O golpe que derrubou o Presidente João Goulart, em 1964, representou a culminância de uma crise iniciada no final da década anterior. Assinale a opção que NÃO apresenta um elemento dessa crise.

a) O apoio da maioria conservadora do Congresso Nacional ao programa de Reformas de Base. b) As resistências à posse de João Goulart, quando da renúncia de Jânio Quadros.

c) O agravamento do quadro econômico com a ascensão da inflação.

d) A politização crescente de vários movimentos sociais, como as Ligas Camponesas. e) Os movimentos de indisciplina militar de marinheiros e sargentos.

GABARITO:

01) a) Surgiu com o primeiro plano nacional de desenvolvimento, onde o PIB e as exportações aumentaram a taxas que superaram 10% ao ano. Crescimento foi obtido graças à entrada de capitais estrangeiros no país..

b) Foi um falso "milagre", pois a riqueza aumentou, mas não houve distribuição de renda.

02) a) Regime autoritário, sem democracia. Repressão, prisões, torturas. Endividamento externo, inflação, má distribuição de renda, desenvolvimentismo acelerado e horizontalizado.

b) A aqueles que inicialmente apoiaram as forças conservadoras encontradas na classe média, entre a burguesia nacional e alguns setores ligados a igreja católica.

03) C

04) E

Referências

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