UNIVERSIDADE
DE
SAO
PAULO
INSTITUTO
DE
GEOCIÊNCIAS
TAFOFLORA DAS CAMADAS
NOVA
IORQUE,
DEPÓSITOS
NEÓGENOS
DO
RIO
PARNAíBA,
MUNtCiPtO
DE NOVA
IORQUE (MA),
BRASIL.
Patricia
de
Souza
Cristalli
Orientadora:
Profa.
Dra.
Mary
E. C.
Bernardes de Oliveira
D¡SSERTAÇAO
DE
MESTRADO
Programa
de
Pós-Graduação
em
Geologia
Sedimentar
DEDALUS-Acervo-lGC
ililil iltil ilililtil iltil ilil iltil ilil ]til ilil ilil tilililt
SAO
PAULO1997
ABSTRACT,,..,
INDICE
DE
QUADROS
E
TABELAS...
RESUMO.
AGRADECIMENTOS
r
-
rNrnoouçÃo
rr -
ASpECTos
c¡ocnÁrIcos
e,
csolÓctcos
DA Ánpe
BsruoADA.,...
.. ,.03II.1.
AspectosGeográfrcos...,.
03II.2.
AspectosGeológicos...
0611.2.1. Localização da Bacia do Parnaíba
-..
06II.2.2,
Contexto Tectono-Sedimentar.-.-...,.....
,.
.
'06Il.2.3.Camadas Nova
lorque...
I IIII
-DOCUMENTÁRIO PALEONTOLÓGICO DAS CAMADAS
NOVA IORQUE."....
15rV
- MATERTAL E METODOSDE PREPARAÇÃO
¡
¡.NÁlISr
DOS FITOFÓSSEIS..16V-ANÁLISE
TATONÔMICA
DA
ASSEMBLÉI
TITOT'OSSILIFERA'''...'...'..,...24
...VIII
....,..x
...,...xI
..,...)ilI
VI
-
SISTEMÁTICA
DA
TATOFLORA...VI.1
- MAcNoLIoPIJYTA - Classe Magnoliopsida...VI.2
- MAGNoI.IoPHYTA - ClasseLiliopsida...
.vI.
3 - MAGNOLIOPHYTA-
Indeterminadas...X
-CONSIDERAÇÕES FINAIS
X.
BIBLIOGRAFIA
...34
,... .69
...73
\Tr-TNTERPRETAÇOES PALEOCLMÁTIC4S...
.,.
'
"
102VIL1. A
metodologia paleobotânica nas interpretaçõespaleoclimáticas
l02
vII.2.
Interpretações paleoclimáticas segundo a composição florística datafoflora.... .
1 04VIL3.
Interpretações paleoclimáticas segundo as variaçõesfrsionômicas
'
106vrrl
-CONSIDERAÇÖES
PALEOFITOGEOGRÁFICAS
12sIX
-CONSIDERAÇOES SOBRE
A
IDADE
DA
TAFOFLORA
t43
..145
..147
INDICE
DE
FIGURAS
Fig. IL
I
- Mapa de localização da cidade de Novalorque
e Represa Boa Esperança.
..
'04Fig.
II.2
- Mapa geológico de Nova Iorque....,...
.,....
.. ,..
.... 05Fig.
II.3
- Unidades geotectônicasda
Província Sedimentar doMeio-Norte.
'
07Fig.
IL4
-
Síntese tectono-sedimentar das bacias da Província sedimentar do Meio-Norte...08Fig.
IL5
- Coluna estratigráfrca da Bacia doParnaíba.
... . ... . ...
. .'.
08Fig.
II.6
- Coluna estratigráfica das camadas Nova Iorque, segundo dados de Borges(1936) em relatório de coleta para o afloramento à margem do Rio Parnaíba,
próximo
a'l,lova York"
(MA)
.
......-'....""""12
Fig.
IV.1
- Representação das principais medidas lineares e angularesutiliz4das
lS
Fig.
IV.2
-Mapa
de localização dastafofloras neotropicais
utilizadas na análisepaleoclimática...
... ..
..
....
20Fig,
IV.3
- Planilha de dados hipotéticos para uma determinadatafoflora.
.
"
21Fig.
IV.4
- Critérios fisionômicos utilizados porWolfe
(1993). ..,... .
.
""22
Fig.
V.l
- Padrões típicos de degradaçãofo1iar...
.
.
"
29Fig.
VI.l
-Morfografia
foliar do Parataxon FNNY-(Laurales),1 '
"
36Fig.
VI,2
-Morfografia
foliar do ParataxonFNNY-(Malvales)
L
41Fig.
M.3
- Morfografìafoliar
do Parataxon FNNY-(Ebenales)1 ,
"
48Fig.
VL4
- Morfografra foliar do Parataxon FNNY-(Fabales). 1.. .. . .
"
52Fig.
W.5
- Detalhe de nervação do espécimeNY-49
(DGM-216)
54Fig.
VI,6
- Morfografras foliares dos parataxa FNNY-(Fabales). 2 e FNNY-(Fabales).3...56Fig.
M.7
-Morlografia
foliar do Parataxon FNNY-(Fabales)4.
.
'59Fig.
VI.8
-Morfografia
foliar do Parataxon FNNY-(Fabales) 5..
.... "
61Fig.
M.9
-Morfografia
cárpica do Parataxon FNNY-(Fabales)6 .
..
62Fig.
vI,10
-Morlografia
foliar do ParataxonFNNY-(Sapindales).I
cl
cedrela sp.l
.. .... ...64Fig.
VI.l
t
-Morfografia
foliar do Parataxon FNNY-(Sapindales).2 cf.cedrela sp.2
...
66Fig. VL 12 - Morlografra foliar do Parataxon
FNNY-(Liliales).
1
70Fig.
VI.13
- Morfografras foliares dos parataxaFNNY-(Ind).I;
(lnd)
2; (Ind) 3 e(Ind)
4
76Fig, VL
l4
- Morlografias foliares dos parataxaFNNY-(Ind)
5,FNNY-(Ind)
6 eFig.
VI,15
- Morlografias foliares dos parataxaFNNY-(Ind).7...
,
..
,83Fig.
VI.l6
- Morfografias foliares dos parat¿ìxaFNNY-(Ind).8...
...85Fig. VI.
l7
- Morfografias foliares dos parataxaFNNY-(Ind).9
eFNNY-(Ind).
I 1... ...91Fig.
VI
18 - Morfografias foliares dos parataxaFNNY-(Ind).10,
(Ind).12;(Ind)
13 e(Ind).14
...,.
.,.....
....e6Fig.
VI
l9
- Morfogralias foliares dos restos irreconhecíveis e dos parataxaFNNY-(Ind)
15;(Ind)
16; (Ind).17Fig.
VIII.l
- Reconstituição paleofitogeográficado
Miocenocom
baseem
dadosflorísticos de tafofloras
documentadas.,.
...131Þ-ig
VIIL2
- Reconstituição paleofitogeográfica do Pliocenocom
baseem
dadosflorísticos de tafofloras documentadas.. . .. . .. . , ...,....,...,...
t37
Fig.
VIII.3
- Reconstituição paleolitogeográfica do Plioceno com base em aniílisepaleoclimática associada a dados florísticos de tafofloras documentadas... 138
Fig VIll.4
- Reconstituição paleoiitogeográfica do Pleistoceno com base em dadosflorísticos de tafofloras
documentadas...
...142101
INDICE
DE
ESTAMPASEstampa
I
- Parataxon FNNY-(Laurales).1cf' Laurophyllum
sp. ...-.-..Estampa
2 - Parataxon FNNY-(Laurales).l
cf.Laurophyllum
sp....
...Estampa
3 - ParataxonFNNY-(Malvales)
I
.
.,
Estampa
4 - Parataxon FNNY-(Ebenale s).1 cf. Diospyros sp.; FNNY-(Fabales)l
e (Fabales).óEstampa
5 - Parataxon FNNY-(Fabales).2; FNNY-(Fabales) 3 e FNNY-(Fabales)5
'Estampa
6 - Parataxon FNNY-(Fabales).4; FNNY-(Sapindal es)-l ou Cedtela spl;
FNNY-(Sapindal es).2 cf. Cedrela sp 2 e Parataxon
FNNY-(Ind)
1
"'
Estâmpa
7 - Parataxon FNNY-(Liliales) .1cf' Smilø
sp.;FNNY-(Ind)
16;FNNY-(Ind).2eFNNY-(Ind).3
.
"
'71
Estampa
8 - ParataxonFNNY-(Ind).4
e ParataxonFNNY-(Ind)
5...
.
"
"77
Estampa
9 - ParataxonFNNY-(Ind).5; FNNY-(Ind).6
eFNNY-(Ind).7
' ' "
84Estampa
l0
- ParataxonFNNY-(Ind).8
e ParataxonFNNY-(Ind).9,
87Estampa 1 1 - Parataxon
FNNY-(Ind).
10;FNNY-(Ind).1
1;FNNY-(Ind)
12;FNNY-(Ind)13eFNNY-(Ind).1s
""'
" '
94Estampa
l2
- ParataxonFNNY-(Ind).
14 e restos foliaresirreconhecíveis.
'
100...37
..,...38
,'',..'42
...53
...57
INDICE
DE
GRAFICOSGráfico
V.I
- Percentual de folhas por classe de tamanho (Classes segundoRaunkiaer).
24Gráfrco V.2 - Percentual de folhas com aparência t
autenzada.
25Gráfico V.3 - Percentual do grau de folhas
inteiras
26Gráfìco
V.4
- Percentual do grau de degradação porinvertebrados
27Gráfico V.5 - Percentual do grau de degradação por
microorganismos
27Gráfico V.6 * Percentual das laminações presentes nas
amostras
29Gráfico
VII.
I
-
Visualização das variáveis nosEixos
1 e 2 da primeira análisemultivariada
I 16Gráfico
VIL2
- Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 2 da primeira análisemultivariada
116Grafico
VII.3
- Visualização das tafofìoras nos EixosI
e 3 da primeira análisemultivariada
il6
Gr'áfico
VIL4
-
Visualização das tafofloras nos Eixos 2 e 3 da primeira análisemultivariada
116Gráfico
VII.5
-
Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 4 da primeira análisemultivariada
116Gráfico
VII.6
-
Visuaiização das tafofloras nos Eixos 2 e 4 da pnmeira análise multivariada
117Gráfico
VII.7
-
Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 5 da primeira análisemultivariada
117Gráfico
VILS -
Visualização das tafofloras nos Eixos 2 e 5 da primeira análisemultivariada
117Gráfico
VIL9
-
Visualização das variáveis nosEixos
I
e 2 da segunda análisemultivariada
123Gráfico
VIl.l0
-
Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 2 da segunda análise multivariada 123Gráfico
VII.
I 1-
Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 3 da segunda análise multivariada 124Grálìco
VII.12
-
Visualização das tafofloras nosEixos
I
e 4 da segunda análise multivariada 124Gráfico
VIL
I3
- Visualização das tafofloras nos EixosI
e 5 da segunda análise multivariada 124INDICE
DE
QUADROS
E
TABELAS
Quadro 1 - Composição macro e microflorística da
tafoflora
neógena das camadasNova Iorque
(MA)
.
...,,...33Quadro 2
-
Síntese da análise foliar das ordens comparadas ao espécimeNY-3.
...
44Quadro 3 - Distribuição estratigráfica da Ordem Malvales na Área Neotropical. ...46
Quadro 4 - Distribuição das espécies de Fabales na Área Neotropical.
..,...,...
.. .
51Quadro 5 - Distribuição geogrâfica e climática atual das famílias afins aos vegetais presentes na tafoflora de Nova
lorque...
...126Quadro 6 - Composição florística de tafofloras miocenas documentadas na Á¡ea Neotropical em comparação com a de
Nova
lorque...,..,,.
...729Quadro 7 - Composição florística de tafofloras pliocenas documentadas na Á,rea Neotropical Quadro 8 - Distribuição estratigráfìca das prováveis famílias inferidas na tafoflora das camadas Nova
Iorque....,.
...,.143Tabela
I
- Conjunto de dados das tafofloras utilizadas na Análise Multivariada.(AdaptadodeWolfe,
1993)...
...111Tabela 2
- Auto
valores e porcentagens dos latores elaborados na primeira análisemultivariada...
...,... 1 13 Tabela 3 - Coordenadas das vinte e nove variáveis e suas respectivascontribuições
i na formação dos eixos na primeira análisemultivariada...1l3
l Tabela4'
Coordenadas das quatorze tafbfloras e suas respectivas contribuiçõesna
ì ì formação dos eixos na primeira análise multivanada....114
l Tabela 5
- Auto
valores e porcentagens dos fatores elaborados na segundaanálise
lmultivariada.
.
...114Tabelaó-Coordenadasdasvinteenovevariáveisesuasrespectivascontribuições
na segunda análise multivariada.
....
..,...115
iTabelai
- Coordenadas das quatorze fafofloras e suas respectivas contribuiçõesna
:segunda análise multivari ada. . .. .
.
. .. . ... ... . .... ,... . . I I 5l3s
REST.IMO
Através
de
estudos
morfológico,
sistemático
e
tafonômico
acuradosde
fitofosseisprocedentes das camadas Nova Iorque (cobenura cenozoica da bacia sedimentar do Parnaíba, no
Estado do Maranhão), é descrita e registrada a única
tafoflora
neógena documentada do NordesteOcidental brasileiro. Tenta-se estabelecer sua composição taxonômica e ambiente deposicional,
inferir sua
idade
e
suas
possíveis interpretações
paleoclimáticas, paleoecológicas
e paleogeográficas.Trata-se
do
resgate de documentário paleontológico cujojazigo
encontra-se atualmentesubmerso nas águas da represa formada pela barragem de Boa Esperança.
A
assembléiaconsta
de 83
espécimesdepositados,
desde 1936,
na
Seção
dePaleontologia
do
DNPM
-
Rio
de
Janeiro.
A
maioria
foi
preservadacomo
compressõescarbonosas. Através de aná'lise sistemática,
vinte
eoito
espécimes puderam ser identificados emseis ordens: Fabales (dez
folíolos
emcinco
parataxae
um
fruto),
Laurales(oito
folhas em umnarataxon), Sapindales (seis folíolos em dois parataxon), Malvales (uma folha em um parataxon),
:.benales (uma
folha
emum
paf,ata(on) eLiliales (uma folha
emum
parataxon).Além de
55espécimes em 17 parataxa e um grupo de restos foliares irreconhecíveis.
Através de aniálise florística detecta-se a presença de floresta pouco fechada, próxima de
um corpo aquoso e provavelmente a uma certa altitude que não ultrapassaria os 800 metros, num
clima regional de umidade não muito alta.
Os
dadospalinológicos obtidos
por
Lima
(no
prelo)
sugerema
eústência
de
umavegetação rasteira,
tipo
campo, sob condições climiiticas quentes e provavelmente secas dada apresença de grande quantidade de gramineas e compostas.
A
aparentecontradição
entre as
an¿{Llisesflorísticas
macro
e
microfitofossilíferas éinterpretada no texto.
A
an¿íúisetafonômica revela
que os
fitofosseis das
camadasNova Iorque
sofrerampequenos transporte
e
ataquebiológico,
antes da deposição.A
grande maioria das folhas teriaatingido direta
ou
rapidamenteum
corpo aquoso. Permite estabelecer aindao
ambiente lacustreAtravés
de
an¿fisemultivariada
de
caracteresmorfológicos
e
biométricos foliares
dequatorze tafofloras da América Neotropical foram realizadas inferências paleoclimáticas.
A
floramiocena do leste da Colômbia e as pliocenas das camadas Nova
Iorque-MA
e deOuriçanguinhas-BA
sugeremter
estado sujeitasa maior
equabilidade de condições climáticas(Tropical),
sendoque a primeira e a última em condições mais úmidas. Infere-se para a
tafoflora
deNova
Iorque,paleoecologicamente, uma vegetação de caráter não decíduo, de dossel parcialmente fechado e a
presença de, no máximo, dois estratos: um arbóreo e outro arbustivo.
Do
ponto
devista
paleogeográfico pode-seinferir
que,
duranteo
Plioceno,a
FlorestaAtlântica
se estendesseaté
o
Maranhão.A
áreahoje
é
dominadapor flora de
caatinga masocorrem ainda refirgios na
forma
deflora
residual dos'brejos"
considerada como dependênciasmediterrâneas da Floresta
Atlântica
também denominada de FlorestaTropical
Ripária com suasmatas de galeria e capões.
A
idade
pliocena
é
sugerida
pelos
palinomorfos Striasyncolpites
rwaardi, Psilauicolporite,çdivisus
e Echitricolporites mcneillyi,
cujas presençasforam
detectadas porABSTRACT
The Neogene tafoflora of Nova
Iorque
beds(06'45'56"5144'03'00"M4-Brazil)
whithinof
Parnaiba basin cover, are considered
to
be the only record ofNeogene tafofloraof
meridional partof
NortheastemBrazil. The
purposeof
this
studyis
establishits
taxonomic composition
andenvironmental
deposition,
infer
its
age and
the
possible palaeoclimatic, palaeoecologic andpalaeogeogf aphic interpretations.
This
work
is the ransomofthe
palaeontologic documentation which has been flooded bythe Boa Esperança barrage,
The assemblage has 83 specimens deposited, since 1936, at the Departament National
of
Mineral Production(DNPM-RI),
sectionof
Palaeotology. The mostof
them has been preservedas compression. Sistematic analysis detected the presence
of
Lauraceae, Malvaceae, Ebenaceae,Fabales, Meliaceae and Smilacaceae.
This
assemblage sugests an openforest,
not far from
thedrainages and situated in slopes which were no more than 800m height.
The
taphonomic analysishas shown
that the
leavesof
Nova Iorque
bedshad linle
, rsnsport and biological attack beforethe
deposition. They werequickly
depositedin
lacustrine sediments.A
multivaried
analysisof
morphological and biometric
charactersallows
paleoclimaticinferences
for
the Neotropical A¡ea.The
comparisonof
fourteen tafofloras resultsin
a Tropicalclimate
for
Nova Iorque, Colombia and
Ouriçanguinhas-Bd
the
last
two
in
more
umidconditions. The Nova Iorque's vegetation has a canopy partialy close,
without
deciduos andtwo
strata: arborescent and the shrubs.
This conclusion permits the inference that during the Pliocene, the
Atlantic
Forest was asfar as the Maranhão' State.
At
the present time, this a¡ea is dominated by the Caatinga, but occursremainders
oftropical
forest - the"brejos" -
considered as mediterranean dependencesof
AtlanticForest,
AGRADECIMENTOS
Os agradecimentos respeitam uma sucessão dos acontecimentos mais significativos.
A
primeira responsável pela realização desse mestrado corresponde a minha orientadorana graduação
Prof
Ana Flora Mandarim-de-Lacerda, não somente pelo amor a esse trabalho, mastambém pela sugestão
de
sua realização, obtençãode
um
material de estudo,apoio,
carinho,grande amizade.
A Profl
Dr.
Mary
Elizabeth C, Bemardes de Oliveira aceitou-me de braços abertos comoorientadora
e
amigae
fomeceuo
melhorde
si
para ajudar-me sempre que fosse possível ou necessário.A
minha
especialfamília pelo grande
apoio
desdeo
início à
toda
confiançaem
mimdepositada
para
a
realização desse mestrado.A
familia
distanteem muito
colabora
quandoameniza todas as dificuldades emocionais que as grandes distâncias ocasionam. Esse apoio me
foi
muito edificante e extremamente necessário.
Nesse sentido, tão fundamental é o apoio do companheiro. Não somente realizou a função
edificante da minha família como também
proporcionou
o
amadurecimentode
uma relação talqual depende toda uma vida. Antes mesmo
do
mestrado terminar, eu otive
permanentemente aomeu lado.
À
você, meu geólogo, omeu
mais profundo agradecimento.Por
permanecertão
longeda
minhafamília,
a
obtenção de bolsade
estudo através doConselho Nacional de Desenvolvimento
Científico
e
Tecnológico(CNPq)
foi fator
decisivo naviabilização desse empreendimento.
Ainda em seqüência cronológica, meus sinceros agradecimentos:
Ao
Departamento Nacionalda
Produção
Mineral (DNPM)
nas pessoasde Prof.
Dr, Diógenesde
Almeida Campose
Déa ReginaBouret
Campospelo
empréstimoda
coleção emestudo.
À
Frésia Ricardi Branco, Luís EduardoAnelli,
Femanda de Freitas Torello, Paulo RobertoF. Alburquerque, Alexandre Sales Feitosa e demais colegas da pós-graduação assim como todos
os colegas da graduação, pela oportunidade de um agradável ambiente de trabalho que permite o
bem estar
pessoal, Essescolegas também
muito
colaboram
com
informações
geológicas,burocráticas e mesmo ótimas sugestões.
Ao
Profl
Dr.
Oscar Rösler
por todo
o
apoio
que me
proporcionou
um
grandeamadurecimento profissional, com sugestões, conversas proveitosas além de sua participação no
trabalho de campo.
Ao
Prof
Dr.
ThomasFairchild e
Prof
Dr.
SetembrinoPetri por
conversasfrutíferas
e apoio cientifico.À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão de
auxílio à pesquisa de campo e material de consumo
Ao
Prof
Francisco Pinheiro Lima Filho pela participação no trabalho de campo e por suas sugestões na GeologiaRegional e da área de estudo.Ao
Prof
Dr.
Marcello Guimarães Simões pelo auxílio prestado para o desenvolvimento daanálise tafonômica.
À
Prof. Eliana Zandonade pelo auxílio prestado na confecção da aniilise multivariada queproporcionou a realização da análise paleoclimática.
Ao Herbário do
Instituto
de Biologia da USP na pessoa do Prof.Dr.
José Rubens Pirani que me permitiutotal
acesso ao acervo do herbário.Ao Instituto
de Geociências da USP pelopróprio
curso de Pós-Graduação em GeologiaSedimentar e pela utilização de sua infraestrutura. O Departamento de Mineralogia e Petrografia
pela a utilização do laboratório de
Raio-X,
a Grâfica, o Laboratório de Informática e em especialo Departamento de Paleontologia e Estratigrafia possibilitaram esta dissertação.
I
-INTRODUÇÃO
O
objetivo
dessa pesquisaé,
atravésde
análisesmorfológica,
sistemáticae
tafonômicaacuradas
de
frtofósseis procedentesda cobertura
cenozóicada
bacia sedimentardo
Parnaíba,descrever
e
registrara
únicatafoflora
neógena documentadado
Nordeste Ocidental brasileiro,bem como,
tentar
estabelecer seu ambiente deposicional,inferir
sua idade
e
suas possíveisinterpretações paleoclimáticas, paleoecológicas e paleogeográfi cas.
O
presente estudo trata do resgate de documentário paleontológico agora inacessível porestar imerso,
pelo
represamentodas águas
do
rio
Parnaíba, decorrenteda
barragem BoaEsperança, situada 8OKm a jusante.
Essa
tafoflora
procede das, informalmente,
denominadas camadasNova
lorque,
domunicípio homônimo, no Estado do Maranhão.
Ainda
que nem sempre bem preservado dadoo
longo
tempo de armazenamento após acoleta (cerca de 60 anos), esse material fossilífero possibilitou
o
reconÏecimento da presença deLeguminosae (Fabaceae), Myrtaceae, Malvaceae e Smilacaceae.
Normalmente,
os
microfitofosseis apresentam
grande
abundância
no
registropaleobotânico, possuem relativa resistência à destruição, são indicadores tanto temporais quanto
florísticos
e
possuem características constantespara
cada
espécie.Entretanto,
constituem-sedifrculdades encontradas
em
seu estudo:
a
contaminação
por
grãos
de
pólen
e
esporostransportados de longas distâncias, a redeposição de formas mais antigas, as variações divergentes
de uma espécie e o não reconhecimento de hiatos deposicionais
(Dorf,
19ó4)Por outro
lado, os macrofitofósseis, devidoa
nalvleza relativamente delicada, de folhas,flores
e
frutos,
podem
ser
transportados
apenasa
limitadas
distânciasantes
de
sof¡eremdecaimento, ruptura mecânica e seleção hidrodinâmica. Com a característica de serem depositadas
relativamente próximas a suas origens
e
de apresentaremmorfologia
adaptativa como resposta,quase imediata,
às
condições ambientais,as lolhas
constituem
importantes elementos parainferências paleoclimáticas, Permitem comparações
e
estabelecimentode
afinidades botânicasmais acuradas
com taxa
viventesdo
que palinomorfos,
dadas sua complexidadee
morfologia<liversificada, que fornecem grande número de caracteres diagnósticos. Entretanto, independente
das afinidades taxonômicas, as folhas podem ser utilizadas para inferência de fatores ambientais
Os vegetais são bons indicadores climáticos devido a sua dependência direta de elementos
tais como temperatura e umidade, elementos esses chaves
no
processo fotossintético.Por
essemorivo, acredita-se que
a
fisionomia das folhasreflita o
ambiente climático(Bailey
&
Sinnott,1916;
Wolfe,
l97l;1979:1985;
1990; Christophel&
Greenwood, 1989).Vegetações,
com
composições florísticas diferentes,terão
uma composição fisionômicasemelhante quando
sob
o
mesmotipo
climático
(Wolfe,
1978).
Parafins de
comparações ereconstruções, todas as tafofloras neógenas sul-america¡as são de interesse nesse estudo. Desse
modo, todos os trabalhos disponiveis para consulta são utilizados.
Por todas essas possibilidades,
o
estudo dos macrofitofósseis das camadasNova
Iorquefoi
considerado relevante.Sabe-se que são grandes as limitações interpretativas decorrentes da inacessibilidade ao
afloramento
original
e dafalta
de conhecimento acercado
tipo
de coleta realizada, Entretanto,II-ASPECTOS
GEOGRÁFICOS
EGEOLÓGICOS
DA
ÁREA ESTUDADA
IL
l.
Aspectos geográfrcosA
coleção de fìtofósseis procede da antigavila
de"Nova
York",
então situada na latitude06"45'56"S
e longitude44"03'00"W
e pertencente ao município de Pastos Bons, porção sudestedo
Maranhão.Hoje,
cidade emancipada, localiza-se maisao norte
na latitude
06%4'80"5
elongitude
44"03'00"W
devido a construção da barragem Boa Esperança(Fig
II
l)
Segundo
Borges
(1936),
o
jazigo
fossilífero
situava-sena
maxgem esquerdado
rio
Parnaíba próximo ao ancoradouro de pequenas embarcações,
A
região está incluída,
hodiernamente,na faixa
semi-árida
ocorrente
no
nordestebrasileiro. Campbelt et
al.
(1949) consideram-na dentro da área de clima subtropical com estaçõeschuvosa
e
secabem distintas.
O
"inverno",
período
essencialmentechuvoso,
estende-se deoutubro a abril, concentrando 97% da pluviometria anual (Hidroservice, 1965).
A
vegetaçãoé
escassa,ocorrendo
adensamentosnas
chapadasmais altas, nas
áreascobertâs por solo derivado de basaltos e em cabeceiras de riachos (Cunha, 1966),
Do ponto de vista geomorfológico, a aerofotointerpretação de Cunha (1966) conclui que a
região se encontra numa fase de rejuvenescimento, com o relevo acentuado e escarpas numerosas,
embora estas não constituam a feição dominante.
O rio
Parnaíba possuía, então,forte
correnteza,calha estreíta
e
um curso quase sem curvas. Os riachose
cursosd'água
menores, mesmo queintermitentes, teriam seus leitos encaixados em vales profundos e estreitos.
Em
áreasmarginais
a
rios,
há
ocorrênciasde
arenitos formando
chapadas baixas.Dispostos em forma de terraços,
foram
interpretados como testemunhos de que outrora existiuum ciclo
estável com condições de deposição,Agora
estariam sendo recortadospor
nova faseerosiva. Cunha (1966) relata também que seriam freqüentes lagoas e baixadas onde as águas das
chuvas acumulavam-se
e
cuja
origem poderia estar ligada
à
impermeabilidadedas
camadas sotopostas.A
área situada entre Pastos Bons eNova
York
foi
caracterizadapor
cunha (1966) comoum
planalto,
com
elevaçõesem torno de 400
a
450
metros,
contrastandocom
uma
partetopograficamente baixa, integrada ao vale do rio Parnaíba, O nível do
rio
Parnaíba, na antigaVila
Oceano
Atlântico
1"
100
200KmLegonda
E
Divisa interestatualZ
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Z
B.tt"a"*cidade de Nova Iorque e da Represa da Boa Esperança.
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20Km T.l
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Drenagem [']
Represa Boa Esperançal
l
Sedirn"ntos quatemárioso
AfloramentoFig. II.2 - Mapa geológico de Nova Iorque.Constitui-se numa compilação_da fotointerpretação da área
entre pastos Bons õ Nova Iorque (Cunha, 1966) com o mapa topográfico do Ministério do Exército
II,2,
Aspectos geológicos11.2.1. Localização da Bacia do Parnaiba
Fazendo
parte
da
Província
Sedimentardo
Meio-Norte
e
abrangendo quasetoda
asuperficie dos estados do Maranhão, Piauí e, restritamente, Tocantins, Pará e Ceará, a bacia do
Parnaíba possui atualmente um contorno poligonal alongado, com o diâmetro maior orientado no
sentido NE-SW. Limìta-se a leste e oeste com
o
embasamento cristalino, a norte com a bacia doGrajaú e Anficlise das Alpergatas e ao sul com a bacia do Espigão-Mestre (Góes, 1995)(Fig.
II
3)Os limites atuais da bacia são erosivos e refletem as reativações tectônicas das estruturas
do
seu
substrato.sua
área
remanescenteé
de
cerca
de
400.000Km2.Seu
embasamento éconstituído pela junção dos crátons São Luís-Oeste
Africano,
Amazônico edo
São Francisco epelas faixas de dobramento Tocantins- Araguaia, Gurupi e
Rio
Preto, estabilizadas na passagemProterozóico Superior/Paleozóico
Inferior
(Góes, 1995),A
bacia em questão restringe-se à deposição dos grupos Serra Grande, Canindé e Balsas(Figs
IL4
eIL5).Os
depósitos mesozóicos (Formação Sambaíba, Grupo Balsas) marcamo
finaldessa sedimentação (Góes, 1995).
Na
região de Pastos Bons(MA),
depósitos fluviais cenozóicos da planície de inundaçãodo
rio
Parnaíba, designados camadasNova lorque,
recobrem localmente a bacia, assentando-se,ao
quetudo
indica, discordantemente sobreos
sedimentos permianosda
Formação Pedra deFogo,
Grupo Balsas. Localizam-se, aproximadamente, na fronteira da baciado
Parnaíba com aAnficlise das Alpergatas.
II.2.2.
Contexto Tectono-SedimentarA
evolução tectono-sedimentar das seqüências paleo-mesozóicas da Província Sedimentardo
Meio-Norte
apresenta íntima relação com a composição e a trama estrutural de seu substratopré-cambriano, em resposta aos esforços resultantes
da
deriva continental. Bacias evoluíram aII)]ÀDES BAçIAS E SUÁS RESPECT¡//\S UNIDADES LITOÊSIRATIGR,C¡IC-AS ..::::T.. ESPIGÁO-MESIRE
H
TËR¡¡]CA :::::TJT: PRE,RlFTFigura
II.4:
Síntese tectono-sedimentar das bacias da Província Sedimentar doMeio-Norte.
Extraído de Góes (1995)
cßoN0 FORmßçáo
Ti'
LITOLOGIF
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lJ.l T SRMBÊIBÊ J I:E c]o
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No
Paleozóicoinferior,
a partir do estágio de estabilização da Plataforma Sul-Americana,instalou-se a bacia do Pa¡naiba, a norte do paleocontinente Gondwana (Góes' 1995)
O
primeiro
ciclo de
sedimentação, praticamente eo-mesossiluriano, correspondente aoGrupo Serra Grande,
foi
interrompido pelos efeitos da Orogenia Caledoniana, resultando em umadiscordância regional
(caputo
&
Lima,
1984; Góes etal.,
1989). Equipara-se à seqüência Betade Soares et
al.
(1974) (Fig,IL5).
Finalizando
a
fase talassocráticae
correspondendoà
seqüência Gamade
Soarese/
a/,(1974),
têm-se
a
sedimentaçãodo
Grupo
Canindé
(meso-devonianaa
eocarbonífera).
Oencerramento desse
ciclo
é marcado por uma notável discordância regional associada aos efeitosda Orogenia Eo-Herciniana (Eo-Carbonífero).
A
sedimentaçãofoi
retomada duranteo
Neo-Carbonífero
com a
deposiçãodo
GrupoBalsas, prolongando-se até o Triássico. Essa seqùência superior, de natureza geocrática (Almeida,
1969), consiste,
à
semelhançado proposto
por
soareset
al.
(1974),
emdois
subconjuntos: aseqüência
Delta
correspondente à deposição das formações Piauí, Pedra de Fogo eMotuca e
aseqüência
Delta-A,
depositada apartir
do Triássico, como
soerguimento generalizado das áreascratônicas e de cinturões orogênicos no frnal do ciclo Herciniano (Góes' 1995)
No
intervalo
cronogeológico Juro-Neocomiano,os
eventos precursoresà
desagregaçãodo
Gondwana propiciaramo
abatimentoda região central da Provincia
Sedimentardo
Meio-Norte, com
a
formação
de
um
sistemade
n/s
interiores,
constituindo-sea
Anficlise
dasAlpercatas. (Góes, 1995).
A
Anficlise das
Alpercatas
foi
proposta
por
Góes (1995)
baseadana
expressãogeomorfológica da Serra das Alpercatas, com orientação
ENE-WSW,
no Estadodo
MaranhãoSua identifrcação destaca
a
singularidade desta unidade geotectônica devido aoforte
alçamentode suas bordas
e
seu preenchimento vulcano-sedimentar correspondente às formaçõesCorda
ePastos Bons (siliciclásticas) e Mosquito e Sardinha (magmáticas). (Figs,
II
3 eII
4)No
Aptiano-Albiano,
o
deslocamentodos pólos da deriva
continental para nordeste dacosta brasileira propiciou
o
amplo soerguimento de toda área central da Província Sedimentar doMeio-Norte,
concomitantemente, deu-se,a norte, a
formação da baciado
Grajaúe
a
sul,a
doAs
isópocas das formações cretáceas demonstrama
inexistênciada
baciado
Parnaibacomo unidade geotectônica a esta época @etri
&
Fúlfaro, 1983)A
baciado
Grajaú
compreendea
deposição das formações cretáceas Grajaú,codó
eItapecuru (Góes,
]995).
As formações cretáceas do sul da Província Sedimentar doMeio-Norte
constituem o preenchimento da bacia do Espigão-Mestre.
Condições tectonicamente estáveis no desenvolvimento da bacia do Parnaíba propiciaram
a deposição de uma coluna sedimentar simples e relativamente pouco espessa'
Entretanto, em virtude dos sedimentos serem predominantemente afenosos e apfesentarem
poucos fósseis,
a
caractenzaçãode
unidadeslito
e
cronoestratigráficas torna-sedificil, e
emdecorrência disto,
a
subdivisão da coluna estratigráficaé
sempre questionada e váriastêm
sidoproposras (cunha, 1986).
A
subdivisão mais recente é apresentada por Góes (1995) (Fig.II.a).
Como cobertura cenozóica
da Província
Sedimentardo Meio-Norte,
encontram-se asformações do Grupo Barreiras e as camadas Nova Iorque posicionadas no Terciário.
O
tectonismo cenozóico,no
Estadodo
Maranhão, pareceter
sido relativamente brando,traduzindo-se
por
deformações de pequena intensidadee
ajustamentos verticais.A
altura médiados chapadões maranhenses varia de 300 a 500 metros, raramente atingindo 700 metros (Mendes
&
Petri,
1971). Na parte oriental da bacia, os levantamentos foram mais enérgicos, resultando naerosão dos terrenos cenozóicos e mesozóicos e a consequente exposição de camadas paleozóicas.
os
depósitos cenozóicos
do
interior
constituem
manchas isoladas,
que
sugeremrepresentar restos de uma capa outrora contínua.
A
frequente ocorrência da Formação Barreirasparece indicar que a mesma se estenderia originalmente bem mais a leste (Mendes
&
Petri, 1971)'Na
baciado
Grajaú, ocorrem
coberturas cenozóicas constituídasde
argilase
arenitoscaulínicos, sotopostos ao
Grupo
Barreiras, em disCordância erosiva e jazendo sobre as camadascretáceas da Formação
ltapecuru.
segundo schobbenhaus etal.
(1984)
estas coberturas podemrepresentar a base do Grupo Barreiras, sendo conelacionáveis à Formação Infrabarreiras de Kegel
(1957). Keget (op.
cit.)
considera a ocorrência, em muitos lugares, de camadas de argila ou areiaargilosa caulínica,
na
baseda
"Formação"
Barreiras,por
vezescom
seixosde
quartzo. Estedepósíto
ora
é
relativamente espessoe
atribuídoao
Barreiras,ora é
restrito
a
apenas algunsmetros, ou encontra-se ausente. Essa
litologia
caulínica entreo
Barreiras eo
embasamento podefaltar, ou por não se ter formado, ou por
ter
sido erodida. Dada a diversidade nas composições deleno
e sílica, diferenças climáticas e talvez temporais podem ser registradas11.2.3 Camadas Nova Iorque
As
camadasNova
Iorque
constituem-seem
unidadelitoestratigráfica
informal,
assimdesignadas por Borges (1936) ao observar um afloramento de
trinta
e cinco metros de extensão'situado à margem esquerda
do rio
Pamaiba,próximo
ao ancoradouro da antigavila
de'lJova
York".
Descreve-as comofolhelhos
argilosos/arenosos recobertospor
conglomerad6se
afgilavermelha, como será transcrito abaixo.
No
relatório de coleta" Borges (1936) descreve para Novalorque
cinco camadasA
maisinferior
apresentava-se como um folhelho argiloso de 0,5m, com grande quantidade de peixes ealgumas fothas.
A
camada sobreposta, tendo cerca de 0,3m, corresponderia a um folhelho arenosocinza-escuro
que se
torna
cit¡za-cluo quando exposto. Esta
camada
conteria folhas
emabundância e poucos peixes, de onde, provavelmente' provem a coleção em
estudo A
camadasupefior, constituindo-se novamente
por um
folhelho argiloso, é descrita como contendo grandenúmero de peixes de pequeno porte, mas também algumas folhas. Esta camada seria verde-escuro
ou azulada, tornando-se cinza-clara quando exposta e teria 0,8m de espessura. Acima destas três
camadas de folhelho, ter-se-ia uma camada conglomerática com seixos regulares bem cimentados,
camada €ssa bem visivel por
todo
o barranco de Nova Iorque, com os seus 2,5m de espessuraA
camada mais superior seria uma argila avermelhada arenosa, cuja espessura
atingiria
3,6m
(FigrL6),
Essas camadas possuíam uma direção E-O e um mergulho
1l"N
, dados que Borges (1936)considerou gerais. embora à jusante tenha encontrado direção
No-35'-SE e
mergulho
12" NEAlémdopequenotrechofossilífero,asduascamadassuperioresdominamportodoo
afloramento, não havendo, tanto a montante como a jusante da antiga
vila,
em vários quilômetrosde margens, senão argila vermelha
Mello
Franco (1936) revela quefora
designado, juntamente com Josalfredo Borges' paraproceder ao estudo
do
material ca¡bonoso existente nas proximidades davila
de'lNova
York"
(MA).
Inicialmenteficou
encarregadoda parte topográfica Após
a
partida de
Borges'
os trabalhos de campo ficaram soba
sua orientação. Descreve assimo
trabalho realizado:cofes
geológicos em dois pontos na margem esquerda (barranco de
"Nova
York"), já
escolhidos' com;o. "J
o'
l.o
. o.-!d o t""oo tco^o
'"" I
oo ,""tj o:
) o .¡log o
'otaô
r".oo
f"
o
O aoo!c
'oooo(
l.'oo"."j
, o too'ôO
oL":
":
=d=
=v=
r=
I
= =dl
I
==
==d
Argila
avermelhadaarenosaConglomerado de seixos regulares.
Folhelho argiloso, verde escuro ou azulado. Grande quantidade de
peixes pequenos e
aþmas
folhas.Folhelho arenoso, cinza-escuro, muitas folhas e poucos peixes.
Folhelho argiloso, verde escuro ou azulado. Grande quantidade de
peixes e algumas folhas.
Fig.
IL6 -
Coluna estratigráfica das camadasNova
Iorque segundo dados fornecidos por Borges(1936) em relatório de coleta das amostras para
o
afloramento fossilífero à margem esquerda do"Estando
concluído este
programainsisti
na coleta de
fósseisdo
barrancode Nova York,
conseguindo, então, copioso e excelente material para estudo, constituindo-se a quasi totalidade
dos fosseis dessa proveniência, a essa coleção juntou-se uma pequena parcela colhida por Borges
Esses fosseis estão dispostos em duas camadas de um folhelho cinzento oliva, com cerca de 40cm
de
espessura cada uma.Na
camada superior,onde
o
f'olhelho se apresenta bastante arenoso,predominam as especies vegetaes,
e
nainferior,
mais argilosa, concentram-seos
peixes. Essasduas camadas são oapeadas por um conglomerado, cuja espessura orça em cerca de três a quatro
metros",
Quando da
visita
de Plummerem
1946(Plummer,
1948), essas camadas são descritâs como sílticas contendo partículas micáceas e cristais de gipsita. As folhas são consideradasexce-lentemente conservadas. Plummer fornece
com
mais precisão a localizaçãodo
afloramento, queestaria situado
l20m
à jusante do ancoradouro e quase ao nível d'água. Estaria aflorante apmasi,2m
de argila síltica,
negrae
mole
apresentando-seem
lâminas delgadas Descreve ainda aexistência de linhito preto nas margens do
rio
(Plummer, 1948)Plummer (1946,
apud
Schobbenhauset
aI',
1984)
descreve
no
Maranhão,
nas proximidadesdo
vale
do
rio
Parnaíba.as
camadasNova Iorque,
datando-asdo
Eoceno.Presumiu-se
que
os
peixes
e
folhas
encont¡adosfossem
do
Eoceno
de acordo com
A.Swoodward
(1939), ou talvez mais novos.No
seu aspecto geral, as camadas se assemelhariam àsdo Grupo
wilcox,
do Texas, que são do Eoceno, porém Plummer (1948) reconhece que somenteum estudo minucioso dos fosseis poderia determina¡ a idade desses depósitos
segundo Petri
&
Fúlfaro (1983), Kegel(1957)
provavelmente engloba as camadas Nova Iorque na Formação Serra Negra, considerada por ele de idade terciáriaO trabalho de Guimarães (1964) constitui-se
o
primeiro a considerar idade pliocena paraas camadas Nova
lorque.
Sua hipótese é levantada com base em feições geomorfológicas de todarede
de
drenagem influenciadapelo
levantamentoda
serra
do
Espinhaço.seu
trabalho relataainda que as camadas cenozóicas afloravam
no Município
de Pastos Bons, emparticular
nosarredores de
"Nova
York".
cunha
(1966), em sua interpretação aerofotogeológicada
área de PastosBons
-
Nova Iorque, localizaa
regiãoda
antigavila
de'Nova
York"'
na zonaisomórfica
11, que descrevecomo
oconente
no
fundo de
vales
ao
longo
de
cursos d'água
e
baixões.Constitui-se
de"sedimentos mal-consolidados, areno-argilosos,
planos,
nos
quais
os
talvegues são
bem entalhados,com
bordas
vivas".
Segundo
sua
interpretação, corresponderia
a
depósitoscontemporâneos
de
aluvião.
Essazona
estende-separa
fora da atual
á'reade
inundação daRepresa
Boa
Esperança,o
que
sugerea
possibilidadede localizar
afloramentos fossilíferossemelhantes aos de Borges (1936) fora da área de sua primeira ocorrência (Fig.
II.2)
Estratigraficamente,
Aguiar (1971) coloca
as
camadas
Nova
lorque
comodiscordantemente sobrepostas
à
Formação Alcântara, afirmandoque
o
Terciiirio
da
bacia doParnaíba é representado pelas camadas Nova Iorque e pelas formações Barreiras e Pirabas'
caputo (1984)
considera
as
camadasNova Iorque
discordantemente sobrepostas àFormação
ltapecuru,
litologia de
idade
neo-cretácea.Seria
correlacionadacom
a
FormaçãoAlmeirim da bacia Amazònica.
Baseando-se
no antigo
mapa aerofotointerpretativo decunha
(1966),
isto
é,
anterior àbaragem
e
represade
Boa
Esperança,e no
mapatopográfico
elaboradopelo Ministério
doExército
-
DSG (1975),foi
efetuado trabalho de campo em meadros de setembrode 1995
Naocasião,
foi
possívelverificar que os
depósitos quatefnários, abaixodos
quais poderiam estaraflorando camadas terciárias,
loram total
e literalmente submersos, Excetuando-se uma pequenaárea de superficie, não
foi
registrada a presença de argila vermelha nas redondezas não alagadaso
Terciário Indiviso (zona isomórfica
l0)
de cunha
(i966)
apresenta-se naforma
dearenitos friáveis
e
conglomeradosmelhor
consolidados.Não
foram
encontradas evidênciasesclarecedoras a respeito do sistema deposicional para as camadas. Tendo-se percorrido todos os
leitos das redondezas
(6"44'03"
S/
44"02'05"
w
até6"45'02" s
i
44"06'02"
w)
registrou-seapenas
fìícies
de
alta
energia
representadaspor
conglomerados brechóides.
De
caráterintermitente,
rios
pouco profundos
e
largos
apresentamsolos orgânicos'
aluviões
e/ouconglomerados
com
característicasde
sistemafluvial do tipo
brøided.
o
lago
da represa BoaEsperança afoga uma grande área e mesmo
no
período de "seca"(final
de setembro), época dotrabalho de campo, não
foi
possível qualquer reconhecimentodo
sistemafluvial
anteriormenteIII
-DOCUMENTÁRIO
PALEONTOLÓGICO
DAS CAMADAS
NOVA
IORQUE
As
camadas NovaIorque
apresentam além da assembléia fitofossilífera estudada, outrasformas fossilíferas tais como peixes e palinomorfos'
Uma interessante coleção
de
peixes fósseis,feita em
1936
por
JosalfredoBorges' foi
remetidaparaestudosaoDr.ArthurS'Woodward,doMuseuBritânico.Dessacoleçãoforam
descritas uma nova espécie de clupeidae,
Knightia
hrasiliensis, euffi
novo gênero e espécie decychlidae, Macracara
prisca.
o
depósitofoi
atribuído aoEoterciário
pela presençado
gêneroKnightia,que
é encontrado tanto na América quanto nâ Europa em terrenos dessa idade'Silva-Santos (1946), reexaminando
o
material, consideraque
nemtoda a
coleção foraenviada ao
Dr.
Woodward, uma vez que encontrou na mesmq além dos dois gêneros referidospor esse autor"
outros
dois.l,igtobrycon
(Characidae) e '4rløs (Siluridae)Ao
gêneroAritts
são atribuídos vá'rios fragmentos, namaioria'
de nadadeiras peitorais'com a impressão do espinho que as protege. Esses fragmentos são, entretanto, insatisfatórios para
uma determinação esPecífica.
O material atribuído ao gênero
I'ignobrycon
é descrito como uma espécie nova(L'
øltus)São
dois
pequenos espécimes infelizmente incompletos, faltandoem
ambosa
maior parte
dacabeça e as nadadeiras Pélvicas
Em
levantamento de fósseis vegetais brasileiros mesoe
cenozóicos,Duarte
&
Japiassú(1971) citam a
ocorrênciados
macrofitofósseis deNova Iorque como
de idade pliocena sem'contudo, apresentarem quaisquer
tfatamento
sistemáticoou
justificativa
paraa
idade attibuídaEm termos gerais, a ocorrência é sumariamente citada em textos sobre geologia e paleontologia
brasileiras.
Lima (no
prelo) relata
a
presençade
paiinomorfos dasfamílias
Arecaceae' Poaceae'Juglandaceae, Onagraceae
(fussiaea),
Alismataceae?, Euphorbiaceae(Alchornea)'
Aquifoliaceae(I/ex),
Compositae, Compositae (Ambrosia), Lithraceae (Cuphea)e
Malpighiaceae Além disso'algunsdosgrãosdepólenencontradosnãopossuemafinidadesbotânicasconhecidas'esão
referidos apenas como dicotiledôneas. Entre estes, encontr8m-se tipos de tricolpados, triporados'
tricolporadoseestefanocolporados.sãorelativamentecomunsesporosdefungos,massãoraras
as formas atribuíveís às briófrtas
ou
pteridófitas.A
associação é largamente dominada por grãosde pólen, especialmente os representativos das famílias Compositae' Poaceae e Onagraceae
IV.
MATERIAL
E
N,TETODOSDE
PREPARAÇÃO
E
ANÁLISE DOS
FITOFÓSSEISA
assembléia estudada contacom 83
espécimes coletadospor
JosalfredoBorges
e/ouMello
Franco,em
1936.Em
suamaioria
estão representadospor
compressõesde
folhas
deMagnoliopsida, ocorrendo
um fruto
tipo
legumee
uma folha
de
Liliopsida.
As
compressõesrepresentam 82V:o dos espécimes e apenas 7,2Vo podem ser considerados
como
impressões. Os10,80% restantes constituem compressões
mal
preservadas, possuindo a aparência de impressõesfoliares. Cerca de 24Vo dos espécimes estão completos. Grande parte dos fosseis incompletos
o
édevido
à
coleta
do
material.
Apenas 24Vo
dos
espécimes
podem
ser
consideradosincompletamente preservados por conotação tafonômica.
A
coleção proveniente das camadasNova
Iorque demonstra uma ampla variação notipo
egrau de preservação. Entre
o
material amostrado, ocorrem espécimes fragmentados que exibemimportantes feições diagnósticas, pequenos
folíolos
de
leguminosas quasecompletos
e
bempreservados, espécimes
com
preservação moderadae
rede
vascular bem presewada mas semfeições diagnósticas e espécimes que apresentam uma preservação de moderada
a
boa, mas quepossuem pouca rede vascular visível.
Em
alguns casos, é possível apenas a ìnferência a prováveisfamílias.
Com sessenta anos da coleta, o estado de preservação dos fósseis decaiu
muito
em virtudede
ressecamentodo
fothelhoe da
oxidação,
que
ocasionou, muitas vezes,a
cristalização desulfatos na superficie do fossil.
Como se tratam de amostras de coleção do Departamento Nacional da Produção Mineral,
são
numeradasde
DGM-207
a
DGM-25L
Para melhor oontrole,
os
espécimes foramprovisoriamente renumerados e são aqui referidos
como
NY-
l
a NY-73.Na
análisedo
material, observaram-se estruturas sedimentares, em cada amostra, assimcomo
a
presençade
diferentestipos
de
sulfatos,
na
tentativa
de
identificar
possiveis fáciesprocurando correlacionar a numeração
inicial
com algum significado estratigráfico da coleta. Osresultados, no entanto, não foram satisfatórios.
Amostras dos diferentes
tipos
de
sulfatosforam
maceradase
submetidasà
análise porraios
X
no laboratório de RaioX
doDMP-IGUSP
tendo demonstrado a presença de minerais dogrupo da jarosita, halotriquita e melanterita.
Os espécimes foram submetidos a exame sob estereomicroscópio
Wild MS-5,
com câmaraclara e fotografados sob estereomicroscópio Leica
Wild MZ3
MPS28.
ambospertencentes
aoLaboratório de Óptica do DPE-IGUSP.
Para melhorar
a
visualizaçãode
detalhesmorfográficos
de
impressõesrealizou-se
adeposição de
óxido
de magnésio, resultante da queima de magnésio metálico sobrea
amostra.Contudo, os resultados não foram bons, devido a quase ausência de relevo das impressões.
Após algumas tentativas, a melhora na visualização dos detalhes morfográficos
foi
obtidapela utilização de vaselina líquida. Revelou-se
ótimo
recurso de trabalho no caso onde há películacarbonosa, mormente sobre
a
venação. Praticamente, apenasos
espécimes preservados comoimpressões não se utilizaram deste recurso. Por
outro
lado, apresenta também a vantagem de nãodeixar vestígios
ou
alterações sobreos
espécimesao
secar, sendo apenas necessário novasaplicações a cada observação.
As medidas de área da lâmina
foliar/foliolar foram
realizadas pelo método da planimetriapor contagem de pontos em grade de 0,5cm.
No
casodos
espécimes completos,foi
utilizada
a
classificação baseadaem
classes detamanho foliar pelo sistema de Raunkiaer
(Mouton,
I 966).Duarte
(1972;1987),
Duarte&
Japiassú (1971), Duarte&
Mello-Filha (1980), Duarte&
Nogueira(1980;
1985), Duarte&
Vasconcelos(1980)
realizam análises paleoclimáticas atravésda classificação
de
Raunkiaer,utilizando porém,
o
cálculo de
área empregadopor
Cainet
al.(1956),
crífculo
que
tem se
provado ineficaz
para
essetipo
de
análise(Dolph, 1977). A
metodologia adotada por
Cun
etal
(1956) pode ser válida para análise fisionômica da vegetaçãoe não para análise climática, pois o método é impreciso quando
o
espécime se encontra com umaárea próxima a do limite entre classes utilizadas.
Ainda
na morfometria,foram
considerados dados lineares como comprimentodo
limbo(L),
largura máxima(l)
e a
altura da largura máxima
(h)
a partir
da
base. Essestrês
dadosfomecem uma relação de delgadeza
(L/[)
e uma relação deforma
(h/L
X
100) que permitem adeterminação do formato
foliar
de forma métrica.Apesar de
Hickey
(1973) considerar a relação de delgadeza(L/l)
na descrição de formasfoliares,
faz de
maneira subjetivaa
avaliaçãode
formas
oblongas, elípticase
ovais. Mouton
(1976) quantifica
e
delimita
essasformas.
considerandoa
relaçãode
forma
(h,{Lx
100)
nointervalo
entre
40 e 600% como definição para a forma elíptica.Neste
trabalho,
seráutilizada
a
classificaçãode
arquitetura
folia¡ de Hickey
(1973),considerando contudo a quantificação sugerida por
Mouton
(1976), procurando-se assim eliminarao máximo o caráter subjetivo dos dados,
Quando possível, mediu-se
o
ângulo
de
afilamentodo limbo foliar no
ápice(a),
quecorresponde ao ângulo existente entre as tangentes aos arcos definidos na formação de ápices
atenuados (Fig.
IV.
1)d
A
maioria
das
medidas
angulares,entretanto, refere-se aos ângulos de emergência da
nervação secundária
por
ser este
o
caráter maiscomumente preservado
nos
espécimes
destacoleção,
Esses ângulos são designados pela letragrega
beta (B),
de
modo que
pp
representa osângulos
do
terço proximal do limbo, pm do
terçomédio e Bd os ângulos do terço distal.
Também
foram
medidos
o
ângulo
deexpansão
do
limbo
foliar na
base
(0)
e
o
deemergência
da
venação
terciária
exigido
nasdeterminações
de
certos
padrõesutilizados
por Hickey (1973). Entre os padrões estabelecidos valeressaltar
os
denominados
por
duas
letrasFig.
IV.l
-
Representaçãodas
principaismedidas lineares e angulares utilizadas.
maiúsculas:
4
o
e&
referentes a ângulos respectivamente agudos, obtusosou
retos, sendo oprimeiro correspondente ao lado exmedial da nervação
(Fig.
IV.l).
Para
a
análise
sistemáticafoi
utilizada
a
literatura
paleobotânicareferente
a
Á¡eaNeotropical
e
literatura botânica específica
para
cadacategoria taxonômica
identificada.A
coleção científica do
Instituto
de Geociências da Universidade de São Paulo, depositiiria dos tiposde
Fittipaldi (1990) permitiu
uma comparação diretacom
o
material fossilífero.O
Herbário doInstituto de Biologia da Universidade de São Paulo (SPF), o Herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
(RB) e
o
Folheáriodo
Setorde
Botânicado
Departamento deBiologia
A¡imal
eVegetal
do
Instituto de
Biologia
da Universidadedo
Estadodo
Rio
de Janeiro (Folheário daUERJ) foram utilizados para comparações com material atual.
Para interpretações paleoclimáticas, a assembléia fitofossilífera de
Nova Iorque
(MA)
foi
comparada em seu comportamento fisionômico a outras assembléias tafofloristicas neotropicais
já
conhecidas.Na
aplicação
da
metodologia fomecida
por
Wolfe
(1993),
recomenda-se utilizartafofloras com 25 espécies ou mais. Entretanto, na Área Neotropical, apenas quatro tafofloras se
enquadram nessa exigência: a de Trinidad (Antilhas) com 54 espécies descritas por
Berry
Q925a);a de Ouriçanguinha-BA com
49
espécies descritaspor
Hollick
&
Berry
Q924),
a
de Matanzas(Cuba) com
42
espécies descritaspor Berry
(1939b)
e
a
da
Patagônia(Argentina)
com
28espécies descritas
por Berry
Q925c).
A
tafoflora
das camadasNova
Iorque
(MA)
totaliza
43espécimes onde
foi
possível obter os parâmetros necessários.Não sendo possível realizar uma Análise de Correspondência com apenas cinco tafofloras
optou-se pela
inclusãodas
seguintestafofloras:
Anzoategui,
Venezuelacom
2lspp.
@erry,1939c); Pirabas, Pará com
l8
spp. (Duarte, 1972); Y argem Grandedo
Sul, São Paulo com l7sps.(Duarte
&
Rezende-Martins, 1983, 1985);Loja, no
Equadorcom
14 spp.@erry,
1929); sul doEquador com
l3
spp (Berry,
1945a);Loreto,
Perucom
12spp.(Berry,
1925b);Alto
Juruá, Acrecom
12 spp.(Berry,
1937b,Maury,
1937); lesteda
Colômbiacom
11 spp.@erry,
1945b) eMono
do Chapéu, na Bahia com apenas 6 spp. (Duarte&
Nogueira, 1985) (Fig.IV.2).
Aplicando-se
a
metodologia estatísticade
Wolfe (1993)
para obtençãode
parâmetrosclimáticos a partir de assembléias foliares, foram elaboradas planilhas de dados para cada uma das
tafofloras (Fig.
IV.3)
calculando-se, posteriormente, a percentagem de oconência de cada um dos29 caracteres morfológicos considerados. Para a análise multivariada proposta, consideram-se os
aspectos fisionômicos de cada espécie independente
do
númerode
espécimes existentes, assimcomo de seu posicionamento taxonômico.
Em virtude do objetivo dessa an¡ilise, foram considerados somente os dados extraídos dos
espécimes
ilustrados,
visto que
alguns dados
apresentadosnas
descrições restringem-se aca¡acterísticas inerentes
a
gêneros/espéciescom
os
quais foram
comparados,
não
sendodiretamente observados nos fósseis.
Foi
utilizadoo
programa de computador SPAD.N
(Sistema Portable parael
Analisis deDatos Copyright
(C)
CISIA
1,987,1'991-
Version2.52)
parao
tratamento dos dados,partindo-se
de
sua
compilaçãoconforme
a
Tabela
I
obtendo-seos
parâmetros necessáriospara
astr{ÂLânzas
æ
l.G-
i
aa ' liiûdâd
Ooeano Allântrco
Oceano
Paclfco
At\2oÀteæ,
t,csto dâ -.
Nova York(MÁ)
Morro do a,llapéu.
(DA)
Fig.