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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO SP.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____ VARA DO TRABALHO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO – SP.

VALDIR DA SILVA TORRES, brasileiro, casado, vigilante, portador da CTPS n°

2114, série n° 00022-SP, do RG nº 17.046.842-2 SSP/SP, do PIS nº 12073057111, inscrito no CPF/MF sob o n° 061.160.268-77, nascido em 11/12/1966, filho de Maria José da Silva Torres, residente e domiciliado na Rua Ovidio Abrantes, 250, Bairro Centro Alto, Ribeirão Pires, SP, CEP: 09424-150, vem perante V.Exa., por seu advogado, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, nos termos do artigo 840 da CLT em face de VOLKSWAGEN DO BRASIL LTDA, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 59.104.422/0057-04, estabelecida na Marginal Via Anchieta, KM 23,5, Bairro Assunção, São Bernardo do Campo, SP., CEP: 09823-000, pelos seguintes motivos:

1. DO CONTRATO DE TRABALHO

O reclamante foi admitido aos serviços da reclamada em 28/08/1989, exercendo as funções de rebarbador, cumpre o horário contratual de trabalho das 13:37 às 22:05 horas em regime 6x2, com apenas 30/40 minutos de intervalo para refeição e descanso, percebe ultimamente R$ 23,54 por hora de trabalho e continua laborando na reclamada.

(2)

2. DAS FUNÇÕES EXERCIDAS PELO OBREIRO

O reclamante quando da sua contratação em 28/09/1989 até dezembro/1989 estava registrado para exercer as funções de rebarbador, na fundição – ala VI;

Em 01/01/1990 foi alterado o registro da sua função para guarda, função esta que exerceu até 02/11/2001, atividade que efetuava a liberação de veículos;

A partir de 03/11/2001 passou a exercer as funções de tratador térmico, função esta que exerceu até 01/11/2002;

Em 02/11/2002 passou a exercer as funções de operador de máquinas I, função esta que exerceu até 01/06/2004. Nessas atividades operava brochadeiras na ala IV, coluna CA56, 1º andar;

A partir de 02/06/2004 passou a exercer as funções de operador de estamparia, função esta que exerceu até 30/06/2005. Nessas atividades trabalhou em prensas pesadas (produzia estampas, porta do veículo FOX, teto da Kombi, pára-choque da Kombi, longarina, caixas de estepe, etc);

Em 01/07/2005 foi alterado o registro da sua função para guarda, função esta que exerceu até 03/09/2007;

A partir de 04/09/2007 passou a exercer as funções de vigilante na ala XIII, função esta que exerce até a atualidade.

3. DO TRAJETO DA PORTARIA ATÉ O SETOR DE TRABALHO TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR – HORAS EXTRAS

APLICAÇÃO DO ARTIGO 4º DA CLT APLICAÇÃO DA SÚMULA 429 DO TST

O O hohorráráriioo dede trtraabbaalhlhoo coconnttrraattuuaall dodo rereccllaammaannttee é é dadass 1313:3:377 àsàs 2222::005 5 hohorraas s nono rereggiimmee 6x6x22..

(3)

O

Occoorrrree ququee o o ônônibibuuss frfreettaaddoo dedeiixxaa oo rereccllaammaannttee nana poporrttaarriia a dada rereccllaammaaddaa ààss 1313::0000 hohorraass,, sesennddoo ququee o o rerecclalammaannttee chcheegga a nana alalaa XIXIIIII àsàs 1

133::1100 vvesesttee o o ununififoorrmmee ananoottaannddoo o o poponnttoo eem m méméddiiaa àsàs 1313::1155 hohorraass..

AsAsssiimm,, tetemmooss qqueue o o rereccllamamaannttee jájá e

essttáá à à didissppoossiiççãão o dodo emempprregegaaddoorr ddeessddee o o momommenenttoo emem qquuee enenttrraa ppeellaa poporrttaarriiaa dda a rereccllaammadadaa e e nono rerettoorrnno o ququaannddoo sasaii dadass dedeppeennddêêncnciiaass dada emempprreessaa,, nnosos tterermmooss dodo ararttiiggoo 4º4º ddaa CLCLTT ee dada SSúúmmuullaa 442299 ddoo TTSST.T.

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 4º. Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

PARÁGRAFO ÚNICO. Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por motivo de acidente do trabalho.”

SÚMULA DO TST

“Nº 429 TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO

Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários.”

DeDesstta a foforrmma,a, fafaz z jujuss o o obobrereiirroo aoao papaggaammeentntoo dede 3030 miminnuuttooss exexttrraass poporr didiaa trtraabbalalhhaaddoo (1(155 miminnuuttoos s nana enenttrraaddaa e e 1515 miminnuuttooss nnaa sasaííddaa)),, bebemm cocommoo seseuuss rerefflleexoxoss para efeito de descansos semanais remunerados (Súmula 172 do TST), férias + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT), 13º salários (Súmula 45 do TST) e FGTS (Artigo 15 da Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).

4. DO INTERVALO PARA REFEIÇÃO E DESCANSO NORMA DE PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR

APLICAÇÃO DO ARTIGO 71 DA CLT

APLICAÇÃO DAS OJs 307 E 354 DA SDI-1 DO TST

Conforme análise dos horários de trabalho descritos no item “1” o Reclamante desfrutava de apenas 30/40 minutos de intervalo para refeição e descanso, pois tinha que comer e já voltar a laborar, o que é vedado pelo “caput” do artigo 71 da CLT:

(4)

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de seis horas, é obrigatório a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de uma hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas.

...”

Desta forma, nos termos do parágrafo 4º do mesmo artigo consolidado e das Orientações Jurisprudenciais nº 307 e 354 da SDI-1 do TST, faz jus a obreira ao pagamento de 1 hora extra por dia trabalhado e seus reflexos para efeito de descansos semanais remunerados (Súmula 172 do TST), férias + 1/3 (Artigo 142, §5º, da CLT), 13º salários (Súmula 45 do TST) e FGTS (Artigo 15 da Lei 8.036/90 e Súmula 63 do TST).

5. DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE PRODUTOS INFLAMÁVEIS – PERIGO DE EXPLOSÃO

APLICAÇÃO DO ARTIGO 193 DA CLT

APLICAÇÃO DA PORTARIA 3.214/78 – NR-16 – ANEXO 2 APLICAÇÃO DAS SÚMULAS 47 E 361 DO TST

APLICAÇÃO DAS OJs 172 e 385 DA SDI-1 DO TST APLICAÇÃO DO ARTIGO 461 DO CPC

O O obobrreeiirroo dedessddee ququee papasssosouu aa exexeerrcceer r a a ffununççããoo dede viviggiillaannttee nana aalala XIXIIIII fafazz totoddaa aa roronnddaa dodo sseettoorr (s(saalala dede mimisstuturraa dede ttiinnttaass,, poporrttaarriiaa dede mamatteerriiaiaiss,, poposstoto dede gagassoolliinnaa nanas s alalaass 1414 ee 117)7) fificcaannddoo exexppoosstto o hahabbiittuuaallmmeennttee aa ririsscco o pepelloo ararmmazazeennaammenenttoo dede prproodduuttosos ininffllaammáváveeiiss cocommoo ttiinnttaass,, tthihinneerr,, gagassoolliinnaa,, etetaannooll, , fificcaannddoo ccararaacctteerriizzaaddoo o o loloccaall cocommoo peperriiccuulloossoo,, nonoss teterrmmooss dodo arartitiggoo 191933 ddaa CLCLTT,, PoPorrtatarriiaa 3.3.212144//88 ((NNRR-- 1

166,, ananeexxoo 22),), dda a OJOJ 383855 dada SDSDII--11 dodo TSTSTT e e dadass SSúúmmuullaass 4

477 ee 336161 ddoo TSTSTT..

DeDessttaa fforormmaa,, fafazz jjuuss o o oobbrreeiirroo aoao papaggaammeennttoo dodo adadiicciioonanall dde e peperricicuulloossididaaddee dede 3030%%,, bebemm cocommoo osos seseuuss rereffllexexooss emem DDSSRR’’ss,, féférriiaass ++ 1/1/33,, 1313ºº sasalláárriiosos,, hhoorarass eexxttrraass,, ee FFGGTTSS..

NeNessttee atatoo jujunnttaa o o obobrreeiirroo umumaa prproovvaa emempprresesttaaddaa ququee fofoii rereaalilizzaaddaa nono memessmmo o loloccaall ee nanass mmeesmsmaass ccononddiiççõõeess ddee ttrarabbaallhho o ((ddooccss.. 119977)). .

(5)

ReReqquueerr o o obobrreeiirroo ququee o o adadiicciioonnaall dede peperriiccuulloossiiddaaddee sesejjaa ininsseerriiddoo nana ffoollhhaa dede papaggaammeennttoo mêmêss a a mêmêss enenqquuaannttoo o o rreeccllaammaannttee peperrmmaanneecceerr nenessssaa sisittuuaaççããoo (a(applliiccaaççããoo dada OJOJ 171722 dada SDSDII--11 dodo TSTSTT)),, sosobb pepennaa dede mmuullttaa didiáárriiaa (a(applliiccaaççããoo dodo aarrttiiggoo 446611 ddoo CCPPCC))..

6. DA MOLÉSTIA PROFISSIONAL – ACIDENTE DO TRABALHO APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 19, 20 E 21 DA LEI 8.213/91

O O obobrreeiirroo eemm totoddaass asas fufunnççõõeess anantteerriioorrmmeennttee exexeerrcciiddaass efefeettuuaavvaa momovviimmeennttooss dede cucunnhhoo rereppeettiittiivvoo e e cicirrccuullaarr e e dedevviiddoo à à agagrreessssiivviiddaaddee dadass coconnddiiççõõeess dede trtraabbaallhhoo adadqquuiirriiuu momollééssttiiaa prprooffiissssiioonnaall emem seseuuss omombbrrooss,, o o ququee nnããoo llhhee peperrmmiittee dedesseennvvoollvveerr susuaass aannttiiggaass ffuunnççõõeess ccoomm aa memessmmaa ppeerrffeeiiççããoo ttééccnniiccaa e e o o mmeessmmoo ddeesseemmppeennhhoo..

EsEsccllaarreeccee oo rereccllaammaannttee ququee ajajuuiizzoouu açaçããoo acaciiddeennttáárriiaa nana JuJussttiiççaa EsEsttaadduuaall CoCommuumm emem fafaccee dodo InInssttiittuuttoo NaNacciioonnaall dodo SeSegguurroo SoSocciiaall (P(Prreevviiddêênncciiaa SoSocciiaall)) paparraa popossttuullaarr o o bebenneeffíícciioo dodo auauxxíílliioo--aacciiddeennttee,, prproocceessssoo nºnº 232366//0077 ququee trtraammiittaa peperraannttee a a 4ª4ª VaVarraa CíCívveell dada CoCommaarrccaa dede SãSãoo BeBerrnnaarrddoo dodo CCaammppoo ((ddooccss.. 119922))..

NaNa açaçããoo acaciiddeennttáárriiaa fofoii rereaalliizzaaddaa a a peperríícciiaa méméddiiaa,, sesennddoo ququee nono llaauuddoo peperriicciiaall apaprreesseennttaaddoo emem 2121//0099//22000077 o o SrSr.. PePerriittoo c

coonncclluuiiuu qquuee o o obobrreeiirroo é é poporrttaaddoorr dede buburrssiittee susubbaaccrroommiiaall--ssuubbddeellttóóiiddeeaa dodoss oommbbrrooss bbiillaatteerraaiiss acacoommppaannhhaaddaa dede tetennddiinnooppaattiiaa dodo susupprraa--eessppiinnhhoossoo à à didirreeiittaa.. AsAs lelessõõeess dodo omombbrroo didirreeiittoo dedetteerrmmiinnaamm umumaa i

innccaappaacciiddaaddee paparrcciiaall e e peperrmmaanneennttee ququee imimppeeddee a a r

reeaalliizzaaççããoo ddee ttrraabbaallhhoo vviicciioossoo..

A A sesenntteennççaa fofoii jujullggaaddaa prproocceeddeennttee,, popoiiss fofoii rereccoonnhheecciiddoo o o nenexxoo enenttrree asas a

attiivviiddaaddeess dedesseennvvoollvviiddaass cocomm asas momollééssttiiaass adadqquuiirriiddaass.. A A sesenntteennççaa fofoii coconnffiirrmmaaddaa pepelloo TrTriibbuunnaall dede JuJussttiiççaa dede SSããoo PaPauulloo ococoorrrreennddoo o o trtrâânnssiittoo emem jujullggaaddoo ddaa aaççããoo eemm 0099//1122//22001100..

(6)

7.7. DDAA RREESSPPOONNSSAABBIILLIIDDAADDEE PPAATTRROONNAALL PPOORR DDAANNOOSS

O O DDEEVVEERR PPAATTRROONNAALL DDEE EEVVIITTAARR OOSS AACCIIDDEENNTTEESS DDEE TTRRAABBAALLHHOO APAPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDAA SSÚÚMMUULLAA VVIINNCCUULLAANNTTEE 2222 DDOO SSTTFF

Quando de sua admissão, o autor submeteu-se a todos os exames médicos pré- admissionais, sendo considerado apto e em perfeitas condições físicas para as funções e desempenhar.

Diante dos fatos acima narrados, entende o reclamante que a reclamada deve ser responsabilizada pelos danos causados ao obreiro, “a priori” pela incapacidade laboral decorrente do acidente de trabalho / doença profissional e “a posteriori” a empresa no mínimo agiu com imprudência e negligência estando ciente, dos males que a agressividade do local de trabalho estava causando ao obreiro.

A mais importante base legal que estabelece a obrigação patronal sobre prevenção dos acidentes de trabalho está no artigo 7º, inciso XXII, da Constituição Federal:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

...

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

...”

Na legislação

infraconstitucional consta a obrigação empresarial pelo cumprimento das normas sobre saúde, higiene e segurança do trabalho da seguinte forma:

CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO

“Art. 156. Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição:

I – promover a fiscalização do cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho;

II – adotar as medidas que se tornem exigíveis, em virtude das disposições deste Capítulo, determinando as obras e reparos que, em qualquer local de trabalho, se façam necessárias;

III – impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do artigo 201.”

(7)

“Art. 157. Cabe às empresas:

I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;

IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.”

A Lei nº 8.213/91, que cuida do plano de benefícios previdenciários, estabelece nos

§§ 1º, 2º e 3º do artigo 19 que:

LEI 8.213/91

“Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente e temporária, da capacidade para o trabalho.

§1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.

§2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.

§3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar e do produto a manipular

...”

As regras de Segurança e Medicina do Trabalho, regidas pelas Normas Regulamentadoras, aprovadas pela Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978, baixada pelo Ministério do Trabalho, nos termos da Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, assim dispõe:

“NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS.

1.7. Cabe ao empregador:

a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos:

I – prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;

II – divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e cumprir;

III – dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas;

IV – determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho;

V – adotar medidas determinadas pelo MTb;

VI – adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras do trabalho;”

(8)

Entende o reclamante que a matéria relativa à responsabilidade patronal deve ser analisada pela inteligência do “caput” e parágrafo único do artigo 927 do Código Civil de 2002, sendo plausível apenas observar ao caso em tela a presença do dano e do nexo de causalidade para justificar a responsabilidade civil do agente, no caso o empregador, senão vejamos:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts.186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”.

(destaques nossos)

A Reclamada foi negligente e imprudente na condução dos fatos, não respeitando as regras de segurança e medicina do trabalho a que estava legalmente obrigada.

De todo o narrado, constata-se que a Reclamada foi negligente e imprudente na condução dos fatos e, portanto, culpada pelo evento ao expor o obreiro a um risco inútil e desnecessário.

Com relação à teoria, dita objetiva ou do risco, no seu entendimento, VENOSA ensina que, “quem, com sua atividade ou meios utilizados, cria um risco deve suportar o prejuízo que sua conduta acarreta, [...] desde que não se onere a vítima a provar nada mais além do fato danoso e nexo causal”.(VENOSA, Sílvio de Salvo.

Direito Civil: responsabilidade civil, Ed. Atlas.

SP, 2004, p. 20.).

O Direito Moderno substituiu a idéia de culpa tradicional, que fundamenta a responsabilidade civil subjetiva, pela responsabilidade objetiva, que não depende da comprovação de culpa, porque a teoria subjetivista mostra-se cada vez mais insuficiente para atender às imposições do progresso da humanidade em todos os seus setores.

(9)

Assim, temos critérios que determinam a responsabilidade objetiva fixados na lei ou em razão de atividade de risco (parágrafo único do artigo 927 do Código Civil).

São casos importantes de responsabilidade objetiva, consagrados no Direito brasileiro, os a seguir mencionados:

 Art. 938 do Código Civil, que trata da responsabilidade do habitante de casa ou prédio pelos danos decorrentes das coisas que dele caírem e atingirem alguém, causando danos (Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido);

 Art. 927, parágrafo único, do Código Civil, que, na parte final, como importante novidade, trata da responsabilidade decorrente de atividade de risco normalmente desenvolvida pelo agente do dano (Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem);

 Arts. 932 e 933 do Código Civil, que tratam da responsabilidade dos pais, tutores, curadores e patrões pelos atos das pessoas por quem são responsáveis (As pessoas indicadas no inciso I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos);

 Art. 187 do Código Civil que, inovando no Direito brasileiro, determina a responsabilidade objetiva do agente que pratica abuso de direito, pelo critério finalístico deste, ampliando assim os casos de responsabilidade, tanto contratual como extracontratual, de modo a melhor amparar os direitos da vítima dos atos lesivos e causadores do dano (Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa- fé ou pelos bons costumes);

(10)

Lei de Política Nacional do Meio Ambiente – Lei 6.938/81, art. 14, §1º, que determina a responsabilidade civil do causador do dano ambiental tanto no aspecto genérico como no tocante aos danos causados a terceiros (Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade);

 Art. 21, inciso XXIII, letra c, da Constituição Federal, que estabelece a responsabilidade por dano nuclear independentemente da existência de culpa (A responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa);

 Art. 225, §3º, da Constituição Federal, que cuida da responsabilidade por danos ao meio ambiente, também independentemente de culpa (As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados;

 Código Brasileiro de Proteção e Defesa do Consumidor – CDC, que trata da responsabilidade pelo fato do produto ou serviço;

 Na legislação esparsa, a Lei de acidentes de trabalho aplica a responsabilidade objetiva para assegurar aos segurados e dependentes os benefícios previdenciários independentemente de culpa do acidentado (Lei nº 8.213/91).

Na esfera do direito do trabalho merece destaque a responsabilidade objetiva do empregador, consagrada no artigo 2º da CLT, que considera empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços.

(11)

Assim, na ocorrência de um acidente do trabalho, cabe ao empregador provar que cumpriu todas as obrigações na forma da lei. Caso não comprove, deverá arcar com todas as conseqüências reparatórias.

A reclamada agiu de má-fé e culposamente ao:

1º - expor o reclamante ao ambiente agressivo, mantendo-o executando tarefas no ambiente com movimentos repetitivos, sabidamente, agressivas e prejudiciais a saúde do obreiro;

2º - ao não proporcionar ao obreiro as condições mínimas de higiene, saúde e segurança no ambiente de trabalho (artigo 7º e incisos XXII e XXVIII da CF), decorrente das atividades que exercia no setor, tampouco atendeu as normas ergonômicas da NR 17;

Destarte, o conjunto dos atos supra mencionados, s.m.j., torna a reclamada culpada (negligência e imprudência), fazendo jus o obreiro a uma indenização (artigo 7º, XXVIII, CF) por danos materiais e morais (súmula nº 37, STJ), eis que a sua saúde não é um produto descartável para ser tratado com indiferença e descaso, como o foi pela reclamada.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

”Art. 7º: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

...

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa

...”.

8

8.. DDOO DDAANNOO MMOORRAALL

As seqüelas apresentadas pelo reclamante acarretaram-lhe prejuízos morais, vindo a interferir em seus direitos mais valiosos, como a vida privada, a intimidade, sua vida social e familiar, todos estes assegurados constitucionalmente (artigo 5º, incisos V e X, da CF).

(12)

Certo de que as moléstias de que é portador são decorrentes diretamente do trabalho realizado na reclamada, deixando o obreiro com seqüelas irreversíveis, cabe analisar o quanto estas foram agravadas pela atitude da empresa, decorrente da execução de suas atividades em locais de risco, sendo a reclamada imprudente e negligente ao obrigá-lo se ativar nas mesmas funções, sabendo que o obreiro sempre foi, assim como ainda é, portador de seqüelas acidentárias.

Como é sabido a LER/DORT é moléstia de caráter acidentário por exposição a movimentos repetitivos e não obstante a sua gradação, a mesma é progressiva.

O reclamante atingido pela redução de sua saúde resultante de acidente / doença do trabalho, sente, em seu âmago, intranqüilidade, insatisfação, desânimo, descrença, insegurança e toda sorte de incômodos e desequilíbrios psíquicos, afetando-lhe no mais íntimo de seu ser, encontrando- se efetivamente limitado em suas condições físicas, lhe sendo devida a indenização por danos morais, sendo este o entendimento de nosso tribunais:

“Dano moral e ou material em razão de infortuito laboral: Nos termos previstos no artigo 7º e incisos XXII e XXVIII da Constituição Federal compete a empregadora a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança" (inc. XXII) e, entre outros

"seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. Em assim sendo, restando demonstrado de forma cabal e inconteste que a empregadora não zelou ou propiciou condições adequadas e seguras aos seu empregados, impõe-se a condenação desta a indenização por danos morais e ou materiais ao empregado que foi vítima de infortuito ocupacional ocorrido em seu local de trabalho"(TRT 2ª Reg., 8a T., RO 00453-2006-252-02- 00-4, Rel. Lílian Lygia Ortega Mazzeu, SP, 15.01.2008, “in” www.trt02.gov.br).

(13)

“DANO MORAL DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO. BASE DE REGULAÇÃO E DE QUANTIFICAÇÃO. ANÁLISE DE CONDIÇÕES PESSOAIS, ECONÔMICAS E SOCIAIS DO ACIDENTADO. CONDENAÇÃO TEM INTUITO RESSARCITÓRIO E PREVENTIVO. A RECLAMADA DEVE CUIDAR DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E DO TREINAMENTO DOS SEUS EMPREGADOS. O valor da indenização imposta para a recorrida precisa ter o peso necessário a alertá-la para não mais descuidar de seus empregados e não expor os trabalhadores a risco, sem o competente treinamento. Isto é, a condenação visa também, além do caráter ressarcitório, a servir de medida preventiva, para que tais sinistros não reincidam.

O obreiro tem 30 anos de idade; até completar 65 anos, teria pela frente mais 35 anos de vida produtiva, não fosse o acidente que abruptamente reduziu sua capacidade produtiva e vem causando sofrimento físico e mental. Fatores como idade, condições pessoais, familiares e condição econômica devem ser sopesados para determinação das bases, e para se chegar ao "quantum" da indenização.

Recurso adesivo a que se dá provimento parcial, para elevar em mais 50 (cinqüenta) salários mínimos, correspondendo a 200 (duzentos), a indenização por dano moral, que somada aos 30 (trinta) salários mínimos por dano estético, totaliza 230 (duzentos e trinta) salários mínimos.” (TRT 2ª Reg., 10a T., RO 01069-2005-471-02- 00-2, Rel. Marta Casadei Momezzo, SP, 29.01.2008, “in” www.trt02.gov.br).

Destarte, para efeito de reparação do dano moral, o obreiro pleiteia o pagamento de uma indenização, que modestamente estima no mínimo em 50 (cinquenta) salários nominais, calculados com base na sua última remuneração.

9.9. DDOO DDAANNOO MMAATTEERRIIAALL

O dano patrimonial tem por regra básica no ordenamento jurídico o artigo 402 do Código Civil, o qual disciplina que salvo exceção legal, as perdas e danos abrangem, além do efetivamente perdido, o que razoavelmente se deixou de ganhar. Surge daí o dano emergente e os lucros cessantes.

Em razão da sua incapacidade laboral, decorrente do acidente de trabalho / doença profissional e principalmente pela conduta da reclamada que agravou sua enfermidade, pleiteia o reclamante uma pensão vitalícia correspondente ao grau de redução de capacidade laborativa sofrido por este, (com base na legislação acidentária, a saber, a lei n° 8.213/91, é de no mínimo 50% - cinqüenta

(14)

por cento, com base no salário percebido a data de sua demissão, incluindo-se o 13º salário, com as prestações vencidas a contar da data em que o reclamante foi desligado, além das vincendas), além do pagamento de convênio médico vitalício (o mesmo convênio concedido pela reclamada), visando conceder ao obreiro e seus dependentes de maneira razoável, a recuperação da situação anterior ao do seu desemprego, uma vez que é irreversível a sua incapacidade laboral, senão vejamos:

“1. DANO MATERIAL. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO. PENSÃO VITALÍCIA. CABIMENTO: "A indenização pecuniária, na forma de pensão, somente é devida quando a vítima, em virtude do acidente sofrido, tem sua capacidade laborativa reduzida ou eliminada". 2. DANO MORAL. ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO - FIXAÇÃO DO "QUANTUM": 2.1. "Presentes os elementos que configuram a responsabilidade do empregador, ou seja, a ação ou omissão, o dano, o nexo causal entre o evento e as atividades desenvolvidas pelo obreiro e a existência de culpa ou dolo do agente, é cabível a reparação pelos danos provocados". 2.2. "O 'quantum' indenizatório tem caráter satisfativo-punitivo; deve ser justo e proporcional, a fim de que se obtenha a reparação do dano causado, compensando o sofrimento da vítima e penalizando o infrator, inibindo, assim, a reiteração de atos lesivos". Recurso Ordinário a que se dá provimento parcial.” (TRT 2ª Reg., 11ª T., RO. 02132- 2005-315-02-00-1, Rel. Dora Vaz Treviño, SP, 07.08.2007, “in”

www.trt02.gov.br).

A responsabilidade patronal é notória no caso em tela, uma vez que há o dano (moléstias), o nexo causal (acidente no ambiente de trabalho / doença profissional) e culpa e dolo da reclamada (negligência e imprudência), em decorrência de todos os fatos supra narrados, o que caracteriza a responsabilidade civil, ensejadora da reparação pelos danos materiais ao obreiro, abrangendo, além do que efetivamente foi perdido, o que razoavelmente se deixou de ganhar, uma vez que o reclamante, está limitado pela sua enfermidade, sendo esta uma barreira muito grande a ser quebrada em busca de novo emprego, promoções e reconhecimento profissional, pois no atual mercado de trabalho, a competição é cada vez mais acirrada e restrita a um determinado grupo de pessoas.

(15)

O fato de o obreiro continuar laborando para a reclamada não o impede de receber as indenizações requeridas na petição inicial, pois o reclamante após ser acometido das moléstias/seqüelas relatadas perdeu várias chances de promoções efetivas e potenciais, bem como a preservação da sua profissão de metalúrgico, tanto é verdade que hoje labora como vigilante no setor de segurança da reclamada.

Conforme nossa legislação e jurisprudência, a empregadora é responsável pelos prejuízos causados aos seus empregados quando não forem adotadas medidas efetivas para evitar a ocorrência de moléstias profissionais. No caso em tela, a empregadora lhe causou além de prejuízos morais, grandes prejuízos econômicos (efetivo ou potencial, emergentes, lucros cessantes, perda de uma chance, perda da profissionalidade), tendo de ser readaptado em outra função.

A reclamada é uma empresa multinacional, sendo certo que o valor a título de danos materiais deve corresponder com o dano irreversível causado ao autor pela moléstia profissional, que vem sofrendo várias privações em sua vida pessoal, social e laboral.

Acrescenta-se, que devem ser observados os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, tendo em vista a capacidade econômica do reclamante e do porte da empresa, sendo certo que a valoração do dano, nos moldes pleiteados pelo obreiro, não irá “arruinar financeiramente o réu”, que fatura milhões anualmente.

Razão pela qual entende o reclamante pela aplicação dos seguintes dispositivos (CF, arts. 5º, V e X, 170;

CCB, arts. 186, 187 e 944; LICC, art. 5º):

(16)

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

...

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

...”

“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

...”

“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.

...”

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”

Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

Não se faz ocioso dispor os pontos relevantes que demonstram a ilicitude da conduta da reclamada no tocante às moléstias apresentadas pelo obreiro:

(17)

(1) o reclamante é portador de doença profissional / acidente do trabalho, de modo a lhe resultarem seqüelas incapacitantes;

(3) o obreiro permaneceu exposto a movimentos repetitivos em uma jornada diária de trabalho;

(4) a empresa forneceu o CAT ao obreiro;

(5) o autor teve êxito na Justiça Estadual Comum benefício do INSS de 50% devido às moléstias adquiridas;

(6) há nexo causal no tocante às moléstias adquiridas;

(7) o reclamante laborou durante muitos anos sob as mesmas condições agressivas.

A Constituição Federal, no seu art.170, insere a valorização do trabalho humano como princípio e fundamento da ordem econômica.

Desse princípio, emerge a função social da empresa, e que, na atual sociedade, passa da condição de mera produtora de bens e serviços para a de instituição detentora de responsabilidades sociais.

Dela provêm bens e serviços consumidos no mercado, muitas receitas fiscais do Estado e, principalmente, a subsistência de inúmeras famílias de trabalhadores.

Não se pode olvidar sua necessidade de obter lucro, mas isso não significa que deva ser alcançado a qualquer custo. Daí, na sua relação com os empregados, o propósito lucrativo deve atuar em harmonia com uma postura humana, alicerçando- se no respeito à dignidade, saúde e vida dos empregados, que necessitam do trabalho honesto como forma de sustento próprio e das famílias.

1010.. DDAA RREEVVOOGGAAÇÇÃÃOO DDAA AADDVVEERRTTÊÊNNCCIIAA APAPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDOO DDEECCRREETTOO--LLEEII NNºº 222299//6677 AAPPLLIICCAAÇÇÃÃOO DDOO AARRTTIIGGOO 447733,, IIVV,, DDAA CCLLTT

O reclamante no dia 10 de março de 2012 compareceu na COLSAN – ASSOCIAÇÃO BENEFICENTE DE COLETA DE SANGUE para doação de sangue colaborando para o bem comum da sociedade.

(18)

O obreiro apresentou o atestado na reclamada, porém a mesma não aceitou referido atestado e aplicou de forma indevida uma advertência formal no reclamante, o que poderá prejudicá-lo para efeito de gradação de punições e uma possível demissão por justa causa (docs. 191).

Desta forma, requer o obreiro seja revogada a advertência formal aplicada pela reclamada, nos termos do Decreto-lei 229/67 e do artigo 473, IV, da CLT.

1111.. DDOO RREESSSSAARRCCIIMMEENNTTOO DDAASS DDEESSPPEESSAASS PPRROOCCEESSSSUUAAIISS APLICAÇÃO DO ARTIGO 8º DA CLT

APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 389 E 404 DO CÓDIGO CIVIL Nos termos do artigo 8º da CLT e dos artigos 389 e 404 do Código Civil, a Reclamada deverá ressarcir a Reclamante com juros e correção monetária e ressarcir inclusive as despesas de honorários de advogado, no importe de 25% do valor da condenação.

Os honorários previstos nos artigos 389 e 404 do Código Civil de 2002 estão relacionados com os contratados entre o cliente e o seu advogado, não se trata de sucumbência, mas de ressarcimento integral do dano.

Em outras palavras, esse ressarcimento legal direcionado ao lesionado não se interage com a verba honorária imposta pela sucumbência, havendo, assim, uma plena autonomia dos honorários sucumbenciais em relação aos contratuais.

A verba honorária imposta pelo Novo Código Civil é uma indenização de Direito Material, não guardando nenhuma relação com o Direito Processual, sendo que o seu titular é o lesionado e não o seu advogado.

(19)

Diante da violação de seus direitos, não só em eventuais situações extrajudiciais como judiciais, o trabalhador deve ser indenizado pelas despesas havidas com o seu advogado, sob pena de violação da própria razão de ser do Direito do Trabalho, ou seja, de sua origem protetora.

A restituição do seu crédito há de ser integral, como bem assevera o disposto no artigo 389 do Novo Código Civil, ou seja, as perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

A decisão judicial deverá fixar, a título de indenização, os valores efetivamente contratados entre o trabalhador e o seu advogado, quando de fato houver o reconhecimento da procedência parcial ou total da postulação deduzida em juízo.

Claro está que essa indenização será um crédito do empregado, na qualidade de parte da relação jurídica processual, já que se trata de um ressarcimento das despesas havidas por ele em face da atuação profissional de seu advogado.

“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”

“Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.

...”

(20)

12. DOS RECOLHIMENTOS FISCAIS APLICAÇÃO DO ARTIGO 114, VIII, DA CF

APLICAÇÃO DO ARTIGO 876 DA CLT APLICAÇÃO DA LEI 12.350/10

APLICAÇÃO DA OJ 400 DA SDI-1 DO TST

Com relação aos recolhimentos fiscais, entende o reclamante que os descontos não incidem sobre todas as verbas postuladas (indenização por danos morais e materiais, manutenção de convênio médico e honorários de advogado).

Requer a aplicação da Instrução Normativa RFB nº 1.127 de 7.02.2011 que trata dos procedimentos a serem observados na apuração do Imposto de Renda Pessoa Física incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente.

O texto segue os ditames da Medida Provisória 497, de 28 de julho de 2010, convertida na Lei 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e apresenta uma tabela progressiva pela qual os limites de isenção e parâmetros das alíquotas mensais aplicáveis para a retenção do IR são multiplicados pelo número de meses envolvidos nos cálculos de liquidação.

Registre-se, que nos termos da Orientação Jurisprudencial nº 400 da SDI-1 do TST os juros de mora não integram a base de cálculo do imposto de renda, independentemente da natureza jurídica da obrigação inadimplida.

1133.. DDOOSS PPEEDDIIDDOOSS

Diante do exposto pleiteia o reclamante a procedência da Reclamação Trabalhista para condenar a reclamada nas obrigações de fazer e no pagamento das seguintes verbas:

(21)

a) Pagamento das horas extras pelo tempo de trajeto da portaria até o setor de trabalho, nos termos do

item “3” a apurar

a1) Reflexos das horas extras em DSR’s a apurar a2) Reflexos das horas extras nas férias + 1/3 a apurar a3) Reflexos das horas extras no 13º salário a apurar a4) Reflexos das horas extras no FGTS a apurar b) Pagamento de 1 hora extra por dia de

de trabalho pela não concessão do intervalo legal para refeição e

descanso, nos termos do item “4” a apurar

b1) Reflexos das horas extras em DSR’s a apurar b2) Reflexos das horas extras nas férias + 1/3 a apurar b3) Reflexos das horas extras no 13º salário a apurar b4) Reflexos das horas extras no FGTS a apurar

c) Pagamento adicional de periculosidade com a inserção do adicional na foilha

de pagamento, nos termos do item “5” a apurar

c1) Reflexos do adicional em DSR’s a apurar c2) Reflexos do adicional nas férias + 1/3 a apurar c3) Reflexos do adicional no 13º salário a apurar c4) Reflexos do adicional nas horas extras a apurar c4) Reflexos do adicional no FGTS a apurar

d) Indenização por danos morais, como

descrito nos itens “6”, “7” e “8” a apurar e) Indenização por danos materiais, nestes

compreendidos além da indenização, a pensão vitalícia e o 13º salário, nos

termos dos itens “6”, “7” e “9” a apurar f) Manutenção do convênio médico a apurar g) Revogação da advertência formal que foi

aplicada indevidamente, como descrito no item “10”.

h) Ressarcimento das despesas do autor com honorários de advogado, como

descrito no item “11” a apurar i) Recolhimentos fiscais, nos termos do

item “12”.

(22)

1414.. DDOOSS RREEQQUUEERRIIMMEENNTTOOSS

Requer que a reclamada junte aos autos todas as fichas médicas referentes ao reclamante, e exames médicos por ele realizados, também as ordens de serviços com os riscos, referentes aos locais onde o reclamante esteve ativado.

Nos termos do parágrafo 3º, do artigo 625-D, da CLT, informa o Reclamante que não passou pela Comissão de Conciliação previa de sua categoria. Vale ressaltar que a passagem pela mesma é facultativa, não constituindo condição da ação e nem tampouco pressuposto processual na reclamatória trabalhista, não se perdendo de vista o princípio maior colhido da Carta Constitucional de que nenhuma lesão ou ameaça a direito poderá ser excluída pela lei da apreciação do Poder judiciário, nos termos do art.

5º, XXXV, da CF (Inteligência da Súmula n.2 do TRT da 2ª Região).

Requer o Reclamante a concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, por ser pessoa pobre na acepção legal do termo, pois sua atual situação econômica não lhe permite pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, nos termos do art. 5º, LXXIV, CF, dos arts.

2º e 3º, II, e 4º da Lei 1.060/50, da OJ 269 da SDI-1 do TST, e da súmula nº 05 do TRT da 2ª Região.

Em face do exposto, pede e espera o Reclamante, seja a presente ação julgada totalmente procedente, condenando-se a Reclamada no pagamento das verbas pleiteadas, monetariamente atualizadas, computados os juros de mora, além de custas e despesas processuais.

Para tanto, requer se digne V.Exa., determinar a notificação da Reclamada, no endereço declinado para que, querendo, contestem a presente Reclamação, sob pena de sofrerem os efeitos da revelia.

(23)

Finalmente, requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente pelo depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, prova técnica médica para aferir as moléstias de que é portador e outros, se necessários.

1515.. DDOO VVAALLOORR DDAA CCAAUUSSAA

Dá à causa o valor de R$

50.000,00 (cinquenta mil reais – procedimento ordinário), para efeito de custas e alçada.

OBS: TODAS AS NOTIFICAÇÕES E INTIMAÇÕES DEVERÃO SER FEITAS, EXCLUSIVAMENTE, EM NOME DO DR. MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR, COM ESCRITÓRIO NA RUA NEWTON MONTEIRO DE ANDRADE, 29, CENTRO, SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP., CEP: 09725-370.

Nestes Termos Pede Deferimento

São Bernardo do Campo, 13 de março de 2012.

MARCO ANTONIO SILVA DE MACEDO JUNIOR OAB/SP 148.128

EDSON MORENO LUCILLO OAB/SP 77.761

Ini_Valdir Silva Torres

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