Vinculação ao longo do Ciclo de Vida Vinculação ao longo do Ciclo de Vida
É agora claro que, não apenas para as crianças, mas para qualquer pessoa em qualquer idade é mais fácil ser feliz e desenvolver as suas aptidões pessoais qualquer idade, é mais fácil ser feliz e desenvolver as suas aptidões pessoais
quando se sente segura de ter acesso a uma (ou mais) pessoas de confiança que a ajudarão, caso se depare com dificuldades. A pessoa em quem se confia
proporciona a base segura a partir da qual o seu (a sua) companheiro(a) pode actuar.
(Bowlby 1973 p 407) (Bowlby, 1973, p.407)
A vinculação acompanha os seres humanos desde o berço à sepultura.
(Bowlby, 1980, p.129)
Vinculação na Adolescência
De acordo com Allen & Land, 1999
Vinculação na Adolescência
De acordo com Allen & Land, 1999
Adolescência como o tempo que liga dois períodos de intenso envolvimento com as experiências de vinculação:
a) receptor de cuidados dos pais
b) potencial figura de prestação de cuidados aos seus próprios filhos
1) Possibilidade de acesso ao raciocínio formal (raciocínio lógico e abstracto;
Mudanças cognitivas e emocionais
Mudanças cognitivas e emocionais que interferem com a vinculação:
capacidade de considerar hipóteses e inferências)
- Reflexão sobre a sua história, singularidade e complexidade (Soares, 2001)
- Construção de um conhecimento mais integrado sobre as experiências relacionaisç g p - Comparação das relações com diferentes figuras (reais e hipotéticas)
2) Diferenciação self-outro.
- visão mais consciente de si e da sua existência separa das interacções com as figuras de vinculação
Vinculação na Adolescência
Transformação das relações com as figuras parentais:
Vinculação na Adolescência
1) Maior valorização do sistema exploratório
Transformação das relações com as figuras parentais:
comportamentos de procura de autonomia
2) Menor dependência das figuras parentais
(libertação da necessidade de monitorização
com papel de “figuras de vinculação na
reserva”(Weiss 1982): disponíveis quando o (libertação da necessidade de monitorização
da acessibilidade e disponibilidade dos pais)
reserva (Weiss, 1982): disponíveis quando o adolescente é confrontado com situações de stress ou dificuldades (elevada correlação
t d t i * i l ã
entre procura de autonomia*vinculação segura)
3) Maior autonomia + acesso ao pensamento formal
reavaliação da natureza das relações de vinculação com os pais. Reflexão e
i d iê i
integração das experiências.
Vinculação na Adolescência Vinculação na Adolescência
E i ê i d j t t d ã út l õ i filh (W i
Exigência de ajustamentos e acomodação mútua nas relações pais-filhos (Weiss, 1982) (de acordo com Allen & Land, 1999)
- Renúncia a gratificações retiradas do papel parental de prestação de cuidados - Capacidade de suportar a avaliação crítica
- Apoio às capacidades de regulação emocional do adolescenteApoio às capacidades de regulação emocional do adolescente
- Apoio à capacidade do adolescente lidar com as emoções resultantes da aprendizagem da independência.
Vinculação na Adolescência
Transformação das relações com os pares:
Vinculação na Adolescência
1) Pares percepcionados como contexto genuíno de conforto e apoio psicológico
2) Utilização dos pares como figuras de vinculação (pressão causada pela crescente autonomia face aos pais e motivação para satisfazer as necessidades de
vinculação) vinculação)
Transferência das relações de vinculação transformação de relações de ç ç ç ç vinculação hierárquica (receber cuidados de uma figura) para relações de
vinculação com pares (receber e oferecer cuidados e apoio)
3) (etapa mais avançada) Operação conjunta dos sistemas de vinculação sexual e de vinculação Desenvolvimento de relações românticas (interesses partilhados + forte carga emocional + afecto intenso e íntimo)
Vinculação do Adulto
Congruência entre vinculação durante a idade adulta e vinculação durante a infância Congruência entre vinculação durante a idade adulta e vinculação durante a infância
Vinculação do Adulto
(sg. Weiss (1982) e também de acordo com (Hazen & Shaver, 1987; Rothbard & Shaver, 1994; West & Sheldon- Keller, 1994):
1) Similaridade de características emocionaisSimilaridade de características emocionais Independentemente da figura de 1) Similaridade de características emocionaisSimilaridade de características emocionais. Independentemente da figura de
vinculação em causa, quer na infância quer na idade adulta, mantêm-se as
propriedades das relações em termos de sentimentos associados à activação dos comportamentos de vinculação: propriedades motivacionais para dirigir a atenção e presença de protesto de separação.
2) Generalização da experiênciaGeneralização da experiência. Elementos emocionais ligados à vinculação durante a infância são expressos nas relações de vinculação na idade adulta. Em particular, a falta de confiança na disponibilidade da figura de vinculação
a falta de confiança na disponibilidade da figura de vinculação.
3) Ligação temporal. A formação de relações de vinculação com pares, na idade
adulta, evidencia-se com a diminuição dos progenitores como figuras primárias de vinculação.
Vinculação do Adulto
Diferenças entre vinculação durante a idade adulta e vinculação durante a infância Diferenças entre vinculação durante a idade adulta e vinculação durante a infância
Vinculação do Adulto
A) Sg.Weiss (1982): As relações de vinculação nos adultos:
(1) são tipicamente estabelecidas entre parespares e não entre quem recebe
( ) p pp q
cuidados (criança) e quem os oferece (pais);
(2) não se destacamnão se destacam tanto de outros sistemas comportamentais, dada a bilid d i li d
menor responsabilidade implicada;
(3) incluem, muitas vezes, relações de natureza sexualrelações de natureza sexual.
B) Sg. Hinde e Stevenson-Hinde (1986); West e Sheldon-Keller (1994a):
Durante a idade adulta, por comparação com o sucedido durante a infância, (4) para activar comportamentos de vinculaçãoactivar comportamentos de vinculação são necessários
acontecimentos indutores de stress mais fortes, pois o desenvolvimento da capacidade de representação permite fixar a figura de vinculação da capacidade de representação, permite fixar a figura de vinculação, mesmo na sua ausência física.
Vinculação do Adulto Vinculação do Adulto
C) Sg. Hinde (1997), Hinde e Stevenson-Hinde (1986) e Berman, Marcus e Berman (1994):
Enquanto durante a infância as relações de vinculação são de essência
complementar, (os comportamentos de procura de cuidados, por parte da criança, são complementados com comportamentos de oferta de cuidados por parte do são complementados com comportamentos de oferta de cuidados, por parte do adulto),
(5) durante a idade adulta as relações de vinculação comportam (5) durante a idade adulta, as relações de vinculação comportam
habitualmente relações de reciprocidade com um parrelações de reciprocidade com um par, podendo, no entanto, incluir padrões intermitentes de complementaridadeincluir padrões intermitentes de complementaridade (Hinde e Stevenson-Hinde (1986).
Vinculação do Adulto
Abordagens conceptuais e metodológicas
Vinculação do Adulto
1) Mary MainMary Main e os modelos representacionaismodelos representacionais de vinculação
• Organização da vinculação em termos de representação da vinculação
• Identificação de outra (quarta) organização da vinculação: deorganizada –desorientada
• Distinção entre estratégias condicionais primárias e secundárias
• Elaboração de uma metodologia de investigação para avaliar os modelos representacionais da vinculação: a AAI
2) Cindy HazanCindy Hazan e Philipp ShaverPhilipp Shaver e o amor românticoamor romântico enquanto processo de vinculação
E l ã d â ti t t t d i l ã d d lt
• Exploração do amor romântico enquanto processo e contexto de vinculação do adulto
• Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação para o adulto
• Esboço de um modelo normativo de formação de uma vinculação no adulto
3) Kim BartholomewKim Bartholomew e o modelo bimodelo bi--dimensionaldimensional de avaliação da vinculação
• Elaboração de um modelo prototípico da vinculação
Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação do adulto
• Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação do adulto
2) Cindy Hazan e Philipp Shaver e o amor românticoamor romântico enquanto processo de vinculação O amor romântico numa perspectiva evolucionista
O amor romântico numa perspectiva evolucionista
Processo biológico destinado a facilitar a vinculação entre dois adultos, criando g ç , assim condições para o exercício continuado da parentalidade e a garantia de desenvolvimento pleno da criança até à idade da reprodução sexual (Hazwn &
Sh 1984)
Hazan e Zeifman (1999) Shaver, 1984).
Indicação de características semelhantes entre ligações a figuras cuidadoras na infância e ligações amorosasligações amorosas (prolongadas no tempoprolongadas no tempo) no adulto:
a) semelhança de processos de desenvolvimento a) semelhança de processos de desenvolvimento b) natureza do contacto físico
c) critérios utilizados para seleccionar figuras de vinculação d) sequência de reacções que decorre da separação
e) natureza dos efeitos sobre a saúde física e mental da manutenção dos laços
Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação para o adulto Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação para o adulto
(Hazen & Shaver, 1987)
(Vinculação Segura)
(Vinculação Segura) Considero relativamente fácil aproximar-me dos outros, e depender deles.
Geralmente não me preocupo com a possibilidade de ser abandonado nem, por outro lado, com a possibilidade dos outros se aproximarem demasiado de mim O amor romântico numa com a possibilidade dos outros se aproximarem demasiado de mim.O amor romântico numa perspectiva evolucionista
((Vinculação Insegura Evitante)Vinculação Insegura Evitante) Sinto-me desconfortável quando me encontro próximo dos outros.
((Vinculação Insegura Evitante)Vinculação Insegura Evitante) Sinto me desconfortável quando me encontro próximo dos outros.
Tenho dificuldade em confiar completamente nas outras pessoas ou em depender delas. Fico nervoso quando alguém se aproxima muito de mim e frequentemente os meus parceiros
desejam ter comigo maior intimidade do que aquela com a qual me sinto confortável desejam ter comigo maior intimidade do que aquela com a qual me sinto confortável.
(Vinculação Insegura Ansiosa/Ambivalente)
(Vinculação Insegura Ansiosa/Ambivalente) Acho que os outros se mostram relutantes em estar tão próximos de mim como eu gostaria Preocupo me frequentemente com a
estar tão próximos de mim como eu gostaria. Preocupo-me frequentemente com a
possibilidade dos meus parceiros poderem não gostar de mim ou preferirem estar sem mim.
Gostava de estar mais próximo dos meus parceiros, o que faz com que muitas vezes as
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pessoas se afastem (Lyddon, Bradford & Nelson, 1993, p. 391).
Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação para o adulto Elaboração de uma medida de avaliação da vinculação para o adulto
(Bartholomew & Horowitz, 1991)
MODELO SOBRE OS OUTROS
Positivo
SEGURO PREOCUPADO
Positivo Negativo
EVITANTE EVITANTE
Negativo
DESLIGADO COM MEDO
Negativo
Domínios de avaliação da vinculação do adulto - instrumentos Domínios de avaliação da vinculação do adulto instrumentos
Relações parentais Relações parentais
E t i t
E t i t Ad lt Att h t I t i (G K l & M i 1985) Entrevista:
Entrevista:Adult Attachment Interview (George, Kaplan & Main, 1985) Instrumentos de auto
Instrumentos de auto--relato:relato:
- Inventory for Assessing Memories of Parental Rearing Behaviour (EMBU, Perris, Jacobson, Lindstrom, Von Knorring & Perris, 1984)
- Parental Bonding Instrument (PBI, Parker, Tupling& Brown, 1979)
- Inventory of Parent and Peer Attachment (IPPA, Armden & Greenberg, 1987)y ( , g, ) - Parental Attachment Questionnaire (PAQ, Kenny, 1987)
Relações Amorosas Relações Amorosas Relações Amorosas Relações Amorosas
Entrevista:
Entrevista:
- Peer Attachment Interview (Bartholomew, 1990)
Instrumentos de auto
Instrumentos de auto--relato:relato:
- Medida de Hazan & Shaver (1987)
- Adult Attachment Scale (Collins & Read 1990) - Adult Attachment Scale (Collins & Read, 1990)
- Attachment Scale Questionnaire (ASQ, Feeney, Noller & Hanrahan, 1994) - Inventory of Parent and Peer Attachment (IPPA, Armden & Greenberg, 1987)
Temas controversos no estudo da vinculação Temas controversos no estudo da vinculação
(de acordo com Mena Matos, 2002)
1. Natureza do constructo de vinculaçãoconstructo de vinculação
1.1. Vinculação: disposição interna ou construção relacional 1.2. A organização hierárquica dos modelos de vinculação 2. Ecologia das relações de vinculação
2. Ecologia das relações de vinculação
2.1. Díade ou rede de relações de vinculação 3. Continuidade Continuidade vsvs mudançamudança
3.1. Continuidade de processos e dinâmicas 3.2. Processos de assimilação e acomodação 3.2. Processos de assimilação e acomodação
3.3. A transformação como condição de segurança 3.4. A indissociabilidade entre o indivíduo e o meio.