FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA.
DIRECTOR
jVLOB-DMtfran
O Ex.moSnr. Conselheiro Dr. Vicente Ferreira de Magalhães.
assisa
raQ&aum&aLsrò*
OSSUS.DOUTORUS t.*ANi\U. MATBaiASftUBllBOOIOSAm r „, ... , _ . .
„„„„..-{ Physica emgeral, cparticularmenteem suas Cons. VicentelcrrciradeMagalhães.
£ apDlieaçõcs a Medicina. Francisco RodriguesdaSilva ChimicaeMineralogia. AdrianoAlvesdeLima Gordilho . . . Anatomiadescriptiva.
ANNO.
Antonio de Cerqueira Pinto Chimicaorgânica. JeronymoSodrePereira.
...
. Physiologia. Antonio Mariano doliornflm líotanica eZoologia:Adriauo Alves deLimaGordilho. . . . Kepetição deAnatomiadescriptiva.
õ.» ANNO.
Cons. EliasJoséPedroza Anatomiageral epathologica. JosedeGoes Sequeira Palhologiageral.
JeronymoSodié Pereira Physiologia.
4.*ANNO.
Cons.ManoelLadisláoAranhaDantas . Palhologia externa.
Palhologiainterna.
ConselheiroMalhias MoreiraSampaio j
Va
^™ltiá™
dc mulheresPc^
tlase ^meninos, 3."ANNO.Continuação de Palhologiainterna. JoséAntoniodeFreitas
\
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*
lca' Meaicina operatória, e
...
Matéria medica,etherapeutica.C*ANNO.
Pharmacia. Salusliano Ferreira Souto Medicinalegal.
DomingosKodrigucsSeixas Hygiene,eHistoriada Medicina.
Clinicaexternado3.*e 4." anno. Antonio Januário de Faria Clinicainternado5.* e6.' anuo. Jtozcndo Aprígio Pereira Guimarães. .}
IgnacioJosedaCunha f
Pedro Uiheiro de Araujo /SecçãoAccessoria.
José IgnaciodeBarros Pimentel. . -\ VirgilioClymaco Damazio /
Jose AlTonsoParai/.ode Moura. . . A Augusto Gonçalves Martins /
DomingosCarlos dasilva > Secção Cirúrgica.
AntonioPacilico Pereira \
DemétrioCyriacoTourinho
j
Luiz Alvares dos Santos (
RamiroAffouso Monteiro. ... •> Secção Medica.
K^asCarlosrtloni/.Sodre de Aragno . .\
Claudemiro Auguito deMoraesCaldas
O
Sr.nr.Ciacinitato fi*iníodaSilva.
«1333Sian,1DJ101Q'31IlfJi(B3u
O
Sr. l>r.Thomaz
d'A<juinoGaspar.Apreciação
dos
meios empregados na
cura dos estreitamentos
orgânicos da
urethra.
Des faitssans theorie, c'estde Fempirisme; dcs tbeories sans faies ce n?
est pas de la
sdenca.
(jii(;riELEiVA.)
S
estreitamentos da erethra são indubitavelmenteum
dospontos,
que
maistem
attrahido a attenção dos cirurgiões,quer debaixo
do
ponto de vista de sua natureza, quer sobretudo debaixo do ponto de vista do seo tratamento. Mas, si é
verdade
que
este pontotem
sidoo
objecto denumerosos
trabalhose estudos, não é
menos
certo,que
éum
d'aquelles,que
tem
sidomaisdebatido. Para provadesta asserção,esem
ter necessidadede
remontar
á Alexandre de Tralles, e áan-tiguidade, basta percorrer tudo o
que
tem
sido escripto a esterespeito desde o
começo
deste século até a época actual.Neste espaço de tempo, relativamente curto, tem-se
apresen-tado opiniões as mais diversas sobre anatureza dos
estreita-mentos
da urethra e sobre os variadosmethodos,
cada qual maispreco-nisado peloscirurgiões,
que
os inventarão.Entretanto,não tardou
muito
tempo
que
práticosprudentes reagissemcontra estes
methodos
um
pouco
aventurosos; esem
regeital-os deuma
maneira
absoluta, procurarão assegurar-se antes de tudo da natureza da'^'São para combatel-a de
uma
maneira apropriada.É
evidente,que
um
estreitamento de natureza espasmódicanão
hoje lodos estão de accordo sobre este ponto;
mas
não foisempre
assimc não está longe de nóso
tempo
em
que
Mayor
de Lausanne, esteespiritotão
engenhoso
e tãooriginal, preconisavaoemprego
do catheterismofor-rado
em
todaaespécie de estreitamentos da urethra.Mesmo
entreos estreitamentos orgmicos
a experiência mostra,que não
devem
ser submettidos todos aomesmo
género de tratamento.Ha
porexemplo
uns,que
cedem
facilmente á dilatação; ha outros,porem,
que
resistem a este
methodo
de tratamento, e reclamãomeios mais
enérgicose mais promptos.
Em
cirurgiacomo
em
medicinaum
exclusivismoemperrado pode
pro-duzir resultados deploráveis, ao passo
que
um
prudente celectismo muitopode
concorrernão só para o progresso da sciencia,como
a beneficio dodoente.
É
esta a tendência da nossa epocha, e desde a thesede sábiopro-fessor o Sr. Laugier (1838) até aultima discussão da sociedade de
cirur-gia sobre aurethrotomia (1865)
tem-se
feitonumerosos
trabalhos nestesentido. Citaremos particularmente entre os autores d'esses trabalhos os
SenhoresCiviali, Sedillot, Piliips,Mercier, Morel Lavalle, Guerin,Maison-neuve, Gosselin ele.
Não temos
a louca pretenção de assimilai estemo-desto trabalho aos de
homens
tão auetorisados e tãoeminentes na sciencia.Queremos
somente
resumiro estadoda sciencia sobre este ponto,procu-rando demonstrar, apoiado nos trabalhos de nossos mestrese nos nossos
factos clinicos, a verdade do seguinte principio,
que
supposto admittidoem
theoria, écomtudo algumas
vezes esquecido na pratica, a saber:que
otratamento dos estreitamentos da urethra
como
o das outras moléstias,deve repousar antes de tudo sobre sua natureza, e depois sobre outras
noções
—
tiradas do doente, dadoença edesuascomplicações,em uma
pa-lavra sobre as indicações e contra-indicações.
Oeeupar-nos-hemos
um
pouco
detidamentecom
aurethrotomia,porque
ó
um
methodo
ainda novo, cujas indicações são debatidas.Procuraremos
provar,
que
se ella não deveserconsideradacomo
um
methodo
exclusivo,Vdestinado a substituiros outros, pelo
menos
deve terum
lugar entre osmelhores,
porque
tem
já prestado grandes serviços, econtinnaráainda aprestarmaiores, logo
que
as indicaçõesforem mais exactas, emelhor
de-hnidas.
Começaremos
por dizerresumidamente
oque
sejaum
estreitamentoda urethra, sua natureza, e o
modo
de o conhecer.Diremos algumas
entra-Tinos na parteessencial do nossoponto,
que
é aapreciação dosdiffcrerm\methodos que
hoje seem
pregão; e para isto os consideraremos debaixode tres pontos de vista: l.o os
methodos que
nosparecem
deverser aban-donados; 2.o osque
devem
serempregados
excepcionalmente; 3.°osque
podem
ser consideradoscomo
methodos
geraes.Emfim
terminaremosre-ferindo
algumas
observações de urethrotomia obtidas por nós, e poral-guns
distinctos collegas.Dcfiiaiç&o.
—
A
exemplo do
Sr.professor Laugier, definiremos oes-treitamento daurethra
—
todaa alteração das funeções,ou dos tecidos dassuas propias paredes,
que
diminue deuma
maneira passageira,ouperma-nenteasua capacidade
—
Eliminaremos
assimascompressões,deformações, obstruções docanal daurelhrapor cerposorganisados, ou não, situadosnasua visinhaça
ou no
seu interior. Taes alterações não são verdadeiroses-treitamentos, assim
como
não o sãoas moléstiasda próstata, cuia historiasobre tudo debaixo do ponto devista do tratamento pertence antesá
reten-ção da urina, do
que
a matéria deque
nos oceupamos.As
classificações,que
setem
procurado estabelecer entre osestreita-mentos, sãoexcessivamente numerosas, edifferem
umas
dasoutras con-forme o ponto de partida dos autores:Assim, Desault admittia tresespéciesde estreitamentosdaurethra,
uma
parafora, outra para dentro, e outranaespessura das paredes. Charles Bell,
considerando-os debaixo
doponto
devistaciinico, dividiaem
dilatáveisenão
!dilatáveis.
O
Sr. Cruveillier admitte estreitamentos superficiaesou
damucosa,
profundosou
fibrosos. Algunscirurgiões, e Beclardem
particular,não
reconbecião senão estreitamentos inflammatoricse orgânicos.Parece-nos
que
amelhor
classificação é aque
se basea na naturezada moléstia.
Como
Lallemand
e outros cirurgiões os classificaremosem
espasmódicos, inílammatorios, eorgânicos. Estesúltimos são osmais
im-portantes, e os
que
setem
especialmenteem
vista,quando
se trata deestreitamentos daurethra, porque são os
que
seapresentão maisfrequen-temente na pratica.
Os
estreitamentosespasmódicostem
sido contestados, emesme
regeita-dos porcertos autores.
Na
verdade não deixão traçoalgum
depois da mor-,te, e durante avida só serevellãoporsignaesmuitas vezes equívocose poi
isso sua existência
tem
sido por mais deuma
vez regeitada.Mas
aener-gia
com
que
uma
sonda éem
certos casos apertada poruma
urethraque
immcdiatamente
a difficuidade, e atémesmo
a impossibilidade, o desap-pareoimento e a volta rápida dossymptomas,
a auzencia de toda a alte rração material
põem
a affecção fora deduvida.Exemplos
neste sentido se encontrão na obrado
St. Robert.Demais,
a priori secomprehende, que
osmúsculos que
cercão aurc-thra possão se cpntrahir, não só physiologicamentc,
mas
aindapatholo-gicamente,
como
acontececom
muitosmúsculos
de outros órgãos.Pode
baverestreitamentos espasmódicos da urethra,
não
sónaregião ditamus-culosa,
mas
até na região exponjosa,onde
setem
reconhecidomanifes-tamente
a existência de fibras lisas. Kolliker, Rcybart, Kouget.Estes estreitamentos manifestão-se nos indivíduos de
temperamento
nervoso
que
seexpõem
aos excessos da mesa, do coito, da masturbação,etc.
O
tratamento consiste noemprego
da dilatação rapidamenteprogres-siva auxiliada pelos antiphlogistos, calmantes, preparações belladonadas
c pelo cbioroformio.
Os
estreitamentos inflamatórios sãodeterminadospelainflamaçãoaguda
da
membrana mucosa
urethral, e cessãocom
a urethrite,que
os produzAs
cauzas as mais frequentes são, a blenorrhagia aguda,as injecçõesads-tringentes, os excessos de fadiga, a extracção de
um
corpo extranbo.Os
priucipaes
symptomas
são:uma
micção
dolorosa, difficil, ealgumas
vezes impossível.
A
introducção da sonda produz dores extremas, eum
escoamento
sanguíneo muitas vezes considerável.O
tratamento consistenos antiphlogisticos geraes e locaes, na dieta e repouso.
Os
estreita-mentos
inflamatórios sãoalgumas
vezes complicadoscom
estreitamentosspasmodicos, e
podem
complicar os orgânicos.Estreitamesiàos
orgânicos.—
Sãoos mais frequentes e os mais importantes detodos.Em
geralsãoconstituídospela formação deum
tecidopathologico,
que
invadeuma
porção maisou
menos
extensa das partessub-mucosas,e
mesmo
dasmalhas
do tecidoexponjoso.Debaixo
do pontodevista clinico c etyologico, deve-se distinguir duas espécies: l.a os
que
succedem
áuma
lesão traumáticada urethra;2.»osque
são o resultadode
uma
inflamaçãoaguda,ou
chronica damucosa
do canal.Os
estreitamen-tos de causas traumáticas são consecutivos ás feridascontusas, ás roturas
docanal, e ás cauterisações.
Algumas
vezes sãocausadostembem
porcálculos,caminhos
falsos, etc.podem
existirem
outroponto docanal.São os estreitamentosmenos
dilatá-veis
em
razão das propriedades do tecido modular,de que
são formados.Os
estreitamentosde cauza inflamatóriasuccedem
as mais das vezes duma
blenorrhagia,mas podem
também
serdeterminados poruma
inflama-rão de natureza differente,
como
aque provem
daintroduçãodeum
corpoextranho, de injecções irritantes, ou cáusticas.
Sua
sede de eleição ó naunião das regiõesbu!bosa e menbranosa;
mas
pode
também
existir muitasvezes na região exponjosa da urethra, raras vezes
porém
na prostalica: equando
existem muitos estreitamentes, quazisempre
haum
nabulbo-menbranosa.
Os
estreitamentos orgânicos da urethratem
formasexcessi-vãmente
variadas: as maisdas vezes são constituídos porum
tissidoendu-recido, mais ou
menos
extenso,que
pode tomar até a forma deum
anel;algumas
vezes são dobras, bridas de cicatrizes, outras vezes válvulas,esporões etc;
—
podem
oceuparuma
parte ou a totalidade dacircum-ierencia da urethra,
serem
múltiplos,ou
único.Diagnostico dos estreitamentos
orgânicos—
Muitasques-tões se apresentãoneste assumpto.
É
preciso constatarprimeiroaexistên-cia dosestreitamentos,depois sua natureza, sua sede,
numero,
consistensiae extensão. Para isto ha duas ordens de signaes: os signaes subjectivos,
e os objectivos.
Os
primeiros,bem
que
úteis,podem-se
confundircom
osdaretençãode urinaetc.
Os
segundos são fornecidos peloapalpamento
eo catheterismo.
O
apalpamento da urethra, atravez dos tegumentos,de-nuncia
algumas
vezes a existência dos apertos oiganicos; mais deuma
vezos
temos
reconhecido por estemodo,
e o actheterismotem
confirmado asua existência.
O
catheterismo da signaes mais positivos e indubitáveis<la existnncia dos estreitamentos. Para faze-lo,
podemos-nos
servir 1^de sondas ordináriasde metal,
ou
de substancias mais oumenos
consis-tentes;
porém
estemeio
é infiel, epode
dar lugara erros, e não éapplica-vel
em
todos os cazos;—
2.» de bugias emplasticas;mas
este meio,que
gozou
durantealgum tempo
deuma
grandenomeada,
não dá resultadoscertos, e é hoje regeitado pela maior parte dos Cirurgiões; 3.o de bugias
de bola,
que
é omelhor meio
e o mais seguido.Por
ellepode-se conhecernão
só a existência dos estreitamentos,mas
ainda sua sede, seunumero,
TRATAMENTO DOS ESTREITAMENTOS
ORGÂNICOS.
O
tratamento dos estreitamentos orgânicos da urethrapode
sermedico
,e cirúrgico.
O
primeiropode
serempregado quando
houverem
compli-cações.
O
segundo
constituoa base essencial.Os
principaesmethodos
empre-gados para obter este resultado são: a dilatação, a cauterização,a incisão,
ea excisão.
IlSB&taçtM».-—
A
ideia de dilatai*mecanicamente
os pontoses-treitados da urethra foi a primeira,
que oceupou
o espirito dos práticos.Também
omethodo,
aque
cila dá lugar,remonta
ámaisalta antiguidade,e é
alem
disso o mais simples de todos. Pratica-.5e a dilatação de duasmaneiras differentes,
que
vem
a ser,uma
a dilatação permanente, e a outra a dilatação temporária.^Hl&tsiems
gíerefetaMesBte.—
Não
émais
usada hoje, e consistia noemprego
de sondas degoma
elástica,que
se deixavano
canal da urethradurante dois
ou
quatro dias; depois introdusia-se outra deum
diâmetromaior
e assim pordiante, atéque
se attingisseum
calibre sufíiciente.Dilatação temporária.—»
Consiste na introdução na urethra desondas,
ou
de dilatadores,que
devem
demorar-se
de algunsminutos atéalgumas
horas.Os
dilatadores da urethra são numerosos; eis-aqui osprincipaes.
O
dilatadorde camisa de Costellat,o dilatadordeardeDucamp,
o dilatador deCharriere,de Rigaud, de Perreve, de Wolf, e de Voiíiemter
etc. a
maior
parte não seemprega
hoje.Às
sondas são de consistênciavariável, rígidas
ou
flexíveis; as primeiras são de metal, e quasinão
seempregão
mais,exceptoasdo Sr.Beniqué.As
segundassãomaisou
menos
mollese elásticas, esão feitas dediversas substancias,
como
gutta-percba,gomma
elástica,marfim
preparado, corda de rebecão, cera, e barbatana.As
mais usadas são as degomma
elástica, as de barbatana, c as de cera.As
sondastem
formas variadas;umas
são cylindricas, outras cónicas,outras de ventre,
algumas
seterminãoem
bolla,umas
sãorectas, eoutraslerminão
em
espiral na extremidade:podem
ser ouçasou
massiças;a§ultimas são
muito
empregadas na
praticaordinária-O
methodo
encerra diversos processos,podendo
a dilatação temporáriaDilatação forçada
e
rápida*—
A
dilatação forçadatem
sidoempregada
de baixo de muitasformas.Boyer
servia-se de preferencia paiao catheterismoforçado de
uma
sondacónicade metal.Amussat
ensaiou asinjecções forçadas.
Mayor
deLauzanne
partindo do principio,que
quantomaior
for o estreitamento, tanto maisvolumoso
deveráserocatheter,ser-via-separadilatar
bruscamente
aurethradeseissondas, cujosdiâmetrosva-riavão entreduasaquatro linhas. Estes differentcsprocessosprodusindoas
mais
das vezeshemorrbagias graves,caminhos
falsos, eroturascircularesdaurethra,fiserão
com
que
os práticosabandonassem completamente
adi-latação forçada.
O
Sr.Verreveporém,em
vistadosperigos da dilataçãofor-çada, inventou
um
instrumento,que
dilatasse o estreitamento depois deatravessal-o: osresultadosnão correspondêrão assuas esperanças,emuitos
casos falaes se derão nasclinicasdos hospilaes deParis.
Em
consequênciadisto oSr.Wolf,
algum
tempo
depois, e ultimamente ainda o Sr.Voillc-mier introdusirão novas modificações no dilatador do Sr.Perreve, e
afíir-mão
havel-oempregado
com
proveitoem
certos cazosOs
Srs. Phillips,Mercier, Gosselin, e R^eliquetfundando-se nos factos clínicos, e na
phy-.siologia pathologica dos estreitamentos
oppoem-se
a esta pratica.A
dilatação temporária gradual é maisou
menos
rápida; eisem
que
consiste: ora
emprega-se na
mesma
secção sondas devolume
differente,que
se (leixão;
em
repouso cinco minutosou
menos, paracomeçar no
diaseguinte o
mesmo
processo, partindo do ultimonumero:
tal é omethodo
do
Sr. Beniqué.Ora
deixa-sea sondana urethra, dequinzeminutosameia
hora, e repete-se o
mesmo
no
dia seguinte, ou de dousem
dous
dias,Muitas vezes
convêm
começar
pelassondas degoma
elástica,paradepoispassar assondasmetallicasdoSr.Beniqué. São estesúltimos processos de
dilatação, de
que
mais uso se fazhojena pratica.,
Cautcrisaçao.—É
de todos osmetbodos
omaisantigo, egosou por
muito
tempo
de grandefama.Hoje acha-se quasiabandonado.A
principio,usava-se de velinhas emplasticascontendosubstancias mais
ou
menos
es-charoticas
em uma
das extremidades.Algum
tempo
depois apparecerãoos ensaios de Bancoly, Loyseau,
Wiseman, Hunter
eEverardHome,
que
empregão
o nitrato de prata pormeio
de instrumentos defeituosos.Maistarde a cauterisação de diante para traz foi regularisada pelo Sr.
Leroy
d'EtiolIes,
que
para isto inventouum
porta cáustico de mais fácilexecu-ção.
O
sábio professor Yoillemiermodificou ainda apouco
o instrumento—
10—
prata, c a cadeia do
Vancanson
porum
estillete flexível teiminado
poruma
pequena
oliva cheia depequenas
asperezasque
seimbebem
deni-trato de prata fundido; deste
modo
o porta cáustico torna-se maissim-ples, e mais seguro.
Uma
vez reconhecido o pontodo
estreitamento,in-troduz-se a cânula obturada, depois retira-sc o
obturador
e applica-sea oliva sobre o estreitamento directamente.
A
cauterisação lateral preconisada porDucamp,
pratica-secom
oins-trumento
deste cirurgiãomodificado porLallemand
e o Sr. Segalas.Re-conhecido o ponto estreitado, conduz-se oinstrumento, depois retira-se a
cânula deixando a cavidade
que contem
o nitratoem
contactocom
ellepor alguns segundos.
Quando
o estreitamento é circular, da-se ao poriacastiço
um
movimento
de rotação.A
cauterisação de detrazpara adiante foi praticada pelo Sr. Leroyd'E-liolles,
que
para isto inventouum
porta-caustico especial: este processoacha-se hojeabandonado.
V cauterisação pode ser
empregada
só,ou combinada
com
a dilatação.íweisíão.-—
A
incisão úuma
operação,que
consisteem
dividiro canalda urethra,
com
o firn de curar o estreitamento.Pode
serfeita,ou
no
interiordo canal, ou defora para dentro: no 1.° cazo
chama-se
urcthròto-mia
interna: no2.° urethrotomia externa.(TrctSsrotomia
interna.-—
Consisteem
incisar asparedes daure-thra de dentro para fora, interessando
somente
a espessurado
estreita-mento. Si a incisão é superficial,
temos
a escarificação; simuito
pro-funda,
temos
a urethrotomia do Sr. Reybard.Ambos
estes processos sãohoje regeitados na pratica,
um
por insuffieiente (escarificação), o outropelos grandes perigos,
que pode
trazer,como
veremos mais
adiante.Di-versos instrumentos
tem
sidoinventados para praticar a urethrotomiain-terna; entre outros notaremos os de
Amussat,
Ricord, Civiale, Roinct,Caudmont, Begim,
Charierre, e Sedillot.Uns
incisam a urethra de detrazpara adiante, outros de diante para traz, outros ainda
de
diante paratraze detrazpara adiante.
Alguns
necessitãodeuma
dilatação previa.As
in-cisões feitasquasi
sempre
excedião o estreitamento, e tenninavão-seem
.betesga, de
modo
que
essesgrandes inconvenientes os fizerão abandonai'.Os
urethrotomos geralmenteempregados
hoje são os dos Srs.Yoille-mier eMaisonneuve;
ambos tem
um
pequeno
volume, cortão oestreita-mento
dediante para traz, interessando-o somente, e íazendo incisões—
11—
Não
entraremos na discripçãominuciosa
destes instrumentos,porserem
conhecidos dos nossospráticos,
nem
na
manobra
operatóriaque
nosdes-viariado nosso propósito.
Convêm
comtudo
observar,que
asmodificaçõesque
o hábilMaisonneuve
nestes últimostempos
tem
introduzido na formadecatheter,
na
lamina cortanteona direcção do corteno
sentido daconca-vidade do instrumento,
tem muito
contribuído paraa simplicidadeebom
resultado desta operação.O
sábio Voillemier incisa a parede inferior da urethra introduzindo alamina cortante do seu urethrotomo,
que
6 coberta poruma
bainhana
convexidade do catheter.
O
Sr. Phillips incisatambém
a parede inferior.O
Sr. Gosselinuma
e outraconforme
os casos.O
Sr. Reliquetrecom-tnendana sua importante obraa incisão da paredesuperior,
como
fazo Sr.Maisonneuve.
Nos
poucos casos,que
temos
operado ultimamente,lemos
incisado
com
o urethrotomo deMaisonneuve
a parede superiorda urethracom
felizresultado, principalmente nos casos de fistulas,como
se vê dasobservações annexas.
Os
distinctos collegas, os Srs. Drs. Gordilho,Freitas e Caldas
tem
seguidoambos
osprocessos nesta operaçãocom
felizresultado.
A
operação c simples:em
geral não éacompanhada
dehe-morragia. Depois da incisão, o fim principal será collocar na urethra
du-rante
36
ou
48
horasuma
sonda branda,eabertana extremidade vesicaí,com
o intuito de prevenir certos accidenles graves,que algumas
vezesacompanhão
esta operação,como
veremos
mais minuciosamente,quando
nos
oceuparmos
da apreciaçãodosdifferentes meios.A
urethrotomiado Sr.Reybard
consisteem
dividir toda a espessuradoestreitamentoaté otecido ceílularsubcutâneo.
Sendo
o seu urethrotomovo-lumoso, e
devendo
cortar o estreitamento dedetráz para adiante, já se vêque
necessitadeuma
dilatação previa para conseguir esse fim: depois dasecção, colloca-sena urethra
uma
sondaem
permanência para impediracicatrisação.
UretroàStosnEa externa.
—
Esta operação consisteem
dividir aurethra de forapara dentro,
comprehendendo
o estreitamento.A
urethro-mia
externa é feitacom
conductorou
sem
elle.A
urethrotomiasem
con-ductor,
que
presuppõe a permeabilidadedo
estreitamento, não émais
praticadahoje, e csubstituída perfeitamente pelaurethrothomia interna.
A
urethrotomia externa
sem
conductor nos estreitamentos impermeáveis óadoptadapelospráticos,
como
nm
recurso capaz desalvaramuitosdoentes.—
12—
quer atraz, para depois attaca-lo: enfim os processos varião
segundo
ascondiçõesespeciaes de cadafacto. Seriamos por
demais
longo, sefos-semos
referi-los todos.A
excisãotem
porfim tirarcom
o instrumento cortante o tecidonovo
doestreitamento da urethra,
dando
lugar auma
larga ferida: éuma
ope-ração
que
tem
sidopraticadapoucasvezes, sendo porissopouco
valiososos factos e seus resultados consecutivos.
Quanto
ápuncção
da bexiga,bem
que
sejaum
meio
usado
para corrigiraretençãocompleta da urina,
com
tudopodem
havercazos excepcionaesde
estreitamento,
em
que
se julgue util o seuemprego;
e nestes cazos apuncção
poderáprestarbons
auxíliosao
pratico,quando
encontre seriasdiíficuldadesna operação da urethrotomia externa.
APRECIAÇÃO
DOS
METHODOS DE TRATAMENTO.
Antes de
examinar
cadamelhodo
em
particular,convém
apresentaralgumas
considerações geraes sobre o tratamento dos estreitamentos.A
principio, antes de
empreender
qualquer tratamento, é, sinão
indispen-sável, ao
menos
utilternoções asmais exactas possíveis sobre a natureza,,a sede,a extenção,eo
numero
dascoarctações.Diremos
comtudo
que
sede-ve procederáexploraçãodaurethra
com
muita brandura, euma
extrema
prudência, e
como
o diagnostico é muitas vezesdifíicil, ealgumas
vezesmesmo
impossívelou
duvidoso, dever-se-hafazer escolhado methodo, de
modo
que no
cazode haverengano
sobrealgum
ponto,não
acarreteo
in-conveniente de exporodoenteaos accidentes graves,
que
poderiãoresultarde
um
errodediagnostico.Veremos
que
muitosmethodos
gozão deuma
in-nocuidaderelativa,
queé
sempre
aprimeiracondiçãoque
sedevedesejar.In-nocuidade,curabilidade, simplicidade, taes são asqualidades essenciaesde
um
bom
methodo
detratamento.Emíim
qualquerque
seja omethodo
ado-ptado,é preciso applica-lo
com
amaior
circumspecção, vigiar asme-noresparticularidades,
não
se apressar,não
temer
reservarqualquerten-tativa para odiaseguinte, ainda
quando
hajaameaço
dealgum
accidente.Apesar
destas precauções,ha sempre
accidentes,que não
sepodem
evitar, qualquer
que
seja a prudência, e a habilidadedo
cirurgião.Os
accidentes
podem
serou
traumáticos(roturas,caminhos
falsos), nervosos,combate-—
13
—
Jos pelos
meios
apropriados,quer
anlipasmodicos, quer antiphlogisticos,quer
antisepticos.Vamos
agora nos occupar da appreciação de cadamethodo
detrata-mento, não
sóem
simesmo, como também
debaixodo
ponto devista dasindicações,
que
cumpre
fase*.Para isto osdevidiremosem
tres classes: 1.©methodos
defeituosos: 2.omethodos
excepcionaes; 3.°methodos
geraes.Meftkotfos «leícUuosos.
—
Coílocaremos n'esta classe todos osmetbodos, que
apresentando maiorou
menor
perigo, edando
resultadosmedíocres
ou
nullos,podem
sempre
ser substituídoscom
vantagem
poroutros
mais
efficazes,A
cauterisação éum
dosmethodos
mais defeituososque
existem;
Com
effeito,além do
grande inconveniente de poder attingjr ostessido-sãos da urethra, dá lugar muitas vezes a hemorragias graves,
como
obsservarão Sanson, Lallemand,Pasquier, e
tãobem
á retenção da urina pelaturgeceneia inflamatória, d
caminhos
falsos, e á escaras, que, produsindoulcerações, enovos
derramamentos
plásticos,sãoseguidasde cicatrizesre-tracteis, transformando assim o estreitamento orgânico denatureza
infla-mactoria
em
estreitamento cicatricial,que
éomais difficil de sercombati-do.
A
cauterisação profunda não deve ser adoptada, e a únicaque
pode
serempregada
em
alguns casos, é aque
obra superficialmentecom
o nitrato de prata,
porque
então não seproduzuma
verdadeiracauterisa-ção,
mas
simuma
acção substituitiva,que
modificando amucosa
damargem
do estreitamento, e diminuindo oespasmo
da urethra poderáprestar
bons
auxílios á dilatação.Depois da cauterisação
temos
as incisõesprofundas,que
devem
serre-ceitadas pelos graves accidentes
que
trazem comsigo. Esteprocesso,além
de exigir o
empregode
instrumentos volumosos, produzquazisempre
he-morrahagias primitivas e consecutivas, infiltração de sangue
no
perineo,escroto, e penis, acctímulo de coágulos
no
canal, infiltraçãourinosa,febreurethral, infecção purulenta, e
phlegmons
extensosno
perineo, escroto, epenis.
Além
disto as incisões de Pieybard, nãodando melhor
resultado^que
os outros methodos, aceresceque
nos cazos urgentesnão
podem
serempregadas porque
necessitãodeuma
prolongadadilataçãoprevia.O
mesmo
sepode
dizer a respeito da excisãoque
apresenta osincon-venientes da cauterisação (cicatrizes retracteis etc.) e das incisões
profundas (coalhos, hemorrhagias, infiltrações urinosas etc.)
Demais
estreita-— u
—
mentos
impermeáveis, se resolvem perfeitamente,quando
sãodevididos-pcio instrumento
na
operação da urethrotomia externa, e por tanto nãoha
necessidado de excisa-lo.A
excisão pois,não
tendo mais vantagens,que
os últimosmethodos
discriptos, devetambém
ser regeiiada.O
que
pensar agora das dilataçõesbruscas, e rápidas?Que
sãotambém
processos
que
arrastão grandesperigos edevem
ser regeitadosna pratica.Ninguém
pensa maisem
fazer a dilatação brusca,como
já ficou dito:quanto á dilatação rápida, sendo muitas vezes
acompanha
ia da roturada
mucosa,
do tessidosub-mucoso, e exponjoso da urothrapode
dar lugara accidentes graves,
como
sejão infiltrações deurina, hemorrhagias,esup-puração do tessido exponjoso,
que quando
não produsão-a morte, quasisempre
arrastãocomsigo
um
novo
tessido de cicatriz, ou deendura-ção,
que
se accrescenta aomal
já existente.Demais
a physiologiapatho-logica dos estreitamentos parece vir
em
apoio da regeiefto deste meio,como
muitobem
pensa o Sr. Reliquetem
sua importante obra.Os
Srs. Gosselin, Cusco,Phyllips, Sedillot e Mcrcier
também
regeiião aappli-cação deste meio.
]?B>t*a©iI<»s
excepciowaes —São
methodos,que
apresentandonasua execução perigos mais
ou
menos
consideráveis,devem comtudo
serapplicados, afim de evitar consequências ainda pcores,
que
poderiãoso-brevir, se não fossem
promptamente
empregados: são operaçõesde
urgência, de
que
só se deve usarem
perigo eminente.Ora
estasindicações apresentão-se,
quando
setem
de tratar deum
estrei-tamento,
que
não sepode
franquear pelos meios ordinários, eque
são
accompanhados
de accidentes agudos,ou
complicados defis-tulas
com
endurecimento do perineo. Estes estreitamentos sãofe-lismente raros.
Ha
mesmo
cirurgiões,que
pretendem
não
os ter jamais
encontrado. Entre tanto,quando
depois de tentativaspruden-tes e reiteradas de catheterismo
não
sepode
franquearum
estrei-tamento,é
melhor não
insistir.Quando
seconhece
que
a sonda batecon-tra
um
obstáculosem
poder ser introdusida, eque
depois de terempre-gado
debalde os diversosmeios
usadosem
cazo de estreitamentosespasmódicos
nada
se consegue, é certoque não
se trata deum
estrei-tamento desta natureza, e
que
émelhor não
persistirno
catheterismo, esobre tudo
não
procurar iralem
pela força,porque
produsiriamos falsoscaminhos que
poderião serseguidos de accidentesmuito maisgraves,que
—
15—
operações
ha
uma
escolhaa fazer.A
cauterização de diante para traz eo eathaterismo forçado de
Boyer
sãosempre
feitosás cegas,eproduzem
quazi
sempre
caminhos
falsos,hem
que
se possa chegar a bexiga.Hc
pois a urethrotomia externa
que
deve ser preferida. Esta operação offe-rececertamentebastante gravidade, e por istomesmo
deve serreservadapara osúnicos cazos deestreitamentosinfranquiaveis. Entretanto, se
mui-tas vezes não se encontrão grandes difíiculdades e perigos,
como
muito
bem
diz o sábio professorSedillot,força é confessarque
ha cazos,em
que
o operador
pode
seacharem
grandes embaraços, dos quaes não poderásahir airosamente,
sem
se prevalecer dos dadosque
lhepodem
ministraro catheterismo retrogrado,a presençadas fistulas, e a talhapre-rectal.
I?fleí1a«dos
gerais.—
-Aqui encetaremos o tratamentoverdadeira-mente
pratico dos estreitamentos da urethra,que
é oqne
se applica aosestreitamentos franqueáveis, isto c, a quasi todos: c aqui,
que
convém
sobre tudo
empregar
os methodos,que
apresentam as melhorescon-dições de innocuidade e de curabilidade,
que
dissemos serinsepa-ráveis de todo tratamento racional.
Não
achamos
estas condiçõesreunidas
em
maior gráo doque
na dilatação temporária, e naurethroto-miâ
interna,um
o mais antigo de todos, o o outro o mais recente, se nãoquanto ao
methodo
em
simesmo,
pelomenos
quanto aos processosem-pregados para o executar.
Porem
os estreitamentos da urethra não sãotodos os
mesmos:
difíirem quanto as suas cauzas, sua sede, suarigidezele. Portanto os dois methodos, de
que
falíamos, nãodevem
serempre-gados indistinctamente
em
todos os casos.Qualquer
delles consiguiráem
certas circumstancKis, o
que
cm
outras não poderá obter.Não podem
pois se substituir indiffereníemente,
mas
auxiliarem-se reciprocamente oprestarem
mutuo
apoio.Em
certos cazosum
só pode conseguirosresul-tadosdesejáveis: muitas vezes é preciso o concurso de ambos; cada
um
tem
suas indicações próprias, e é debaixo deste ponto de vistaque
va-mos
examina-los.UiBalaçsSo.—
Começaremos
dizendo,que
a dilataçãopermanente
apresenta grandes inconvenientes.
Expõe
muitas vezes os doentes ainfla-mação
da urethra, da próstata, da bexiga, a abcessosno
perineo, agan-grena
do
canal e até a perforação do reservatório urinário.Com
tudoha
cazos de estreitamentos
muito
pronunciadosem
que
sepode
deixaruma
—
10
—
de facilitar a sabida da urina,
ou
depromover
aintrodução de instrumen*tos destinados a restabelecer o calibre da urethra,
Como
se vô, ofim émui
diverso do da dilatação permanente,em
que
osonda persiste na bexiga por
muito
tempo.Apresentando
a dilataçãoper-manente
inconvenientes,como
fica dito,devemos
empregar
a dilataçãotemporária de preferencia.
Quando
esta não approveite, será pr< f ve!empregar
antes a uretbrotomia, doque
a dilatação permanente.Vem
a propósito agora dizeralgumas
palavras arespeito das dUr. sastheorias,
que
existem sobre a dilatação.Nenhuma
delias c satitoria,
—
Entretantonãoéprovável,que
sua acção sejapuramente
mecânica.Não
sepode
çomprehender
como
um
corpoque
sedemora
cinco, dezou
quinze minutos naurethra todos os dias,sejacapaz de vencer a resistência
de
um
tecido fibrosoou
inodular a ponto de produzir deuma
maneira
permanente
um
alargamento de muitos millimetrosem
alguns dias.A
acção principal da dilatação nos parece poder ser explicada de outro
modo.
Nos
estreitamentos orgânicospropriamenteditos pode-se,segundo
seu
modo
de formação,fazer-seuma
ideia se nãoexacta, aomenos
racionalsobre o
modo, porque
obra a dilatação para os combater.Na
verdade,nas urethrites,
que
são as cauzas asmaishabituaes destes estreitamentos,pode
dar-seum
depositodelympha
plástica debaixo damembrana
mucosa;
alem
disto, amucosa
apresentando pequenas cryptas,que
seintroduzem-no meio
jdotessido eréctil,pode
acontecerque
a inflammação penetrandoem
uma
ou
muitas destas criptas, sepropague
até ao tessido eprodusa
a coagulação do sangue, e
um
deposito delympha
plástica nasmalhas
deste tessido. Si introdusirmos
na
urethraum
corpo extranho, antesque
a fibrina esteja organisada,
comprehende-se
bem, que
possa determinaiporsua presença,quer a absorpção delia,quer
uma
sub-inflammação,que
pelas secreções,
que
determine, produsaum
desemgorgitamento
salutar.O
mesmo
resultado sepode
obtermais tarde,quando
a organisaçãodo
tessido fibroso,
que
nãomarcha
se não muito lentamente, está aindaem
estado imperfeito.
Comprehende-se
entãocomo
o trabalho, determinadopelo corpo extranho
não
cessa depois de sua applicação, ecomo
no
diaseguinte pode-se passar
na
urethrauma
sonda ou bugia deum
volume
mais considerável.
Em
fim,quando
a organisação dalympha
plástica estácompleta, e
que
asparedes do tessidoreticularimpregnadas
destalympha
considera-—
17—
vel
da
urethra, é impossívelem
certosmomentos
atravessar oestreita-mento
pela sonda.Outras vezes, pode-se conseguir dilatar a urethra,
mas
em
virtude da propriedade elásticaque
possue onovo
tessido, a dilatação nãopode
sermantida, e o estreitamento volta sobre si
mesmo
deuma
maneira maisou
menos
rápida.Os
estreitamentos traumáticos causados poruma
perdade
substancia da urethraprodusem
osmesmos
resultados,mas
deuma
maneira muito
maisprompta
por cauza da rapidez,com
que
seforma otessido inodular,
que
os constitue.Por
maisinsufficientesque
sejão estasexplicações,existem os factos
que
fallãomais alto,que
todas as theorias.Com
effeito, a experiênciatem
mostrado,que
se certosestreita-mentos
se deixão dilatarcom
facilidade, outros pelo contrario sãointeira-mente
refractários ássondas; outros ainda se deixão dilatar,mas
oestei-tamento
se reproduzlogo.Destesfactos pois resultão asprincipaesindica-ções e contra-indicações da dilatação.
Por
tanto a dilatação deve ser sobre tudoempregada
nosestreitamen-tos orgânicos de origem imflamatoria,
que
não estão aindatransforma-dos
em
tessido fibroso perfeitoou
inodular.Desde que
se atravessa facilmenteum
estreitamento pormeio
deuma
sonda, e sobre tudo
quando
se conhece durante os dias seguintes,que
cede
sem
diffieuldade á introducçâo de novas bugias cada vez maisvo-volumosas,
sem
que
resulteaccidentes graves para o doente,é indicada a continuação da dilatação, atéque
se obtenha o diâmetronormal daure-thra.
Porem,
sidesde o principio,ou
poucotempo
depois dotratamento,se encontrar grande resistência na introducçâo da sonda, e si depois de suspender durante alguns dias o tratamento for necessário voltar ás
mais
pequenas
sondas para poder atravessa-lo, deve crer-se naexistên-cia de
nm
estreitamento fibroso, e recorrer a outro methodo. Acontecealgumas
vezesque
não obstante a prudência e cautelaempregada no
ca-thaterismo, e a facilidade de poder-se atravessar o estreitamento, são os
doentes
accommettidos
de frios, febre,inapetência,embaraço
gástrico,symptomas
todos de febre urethral. Nestes cazos deve-secombater
osaccessos, e suspender a dilatação durante alguns dias. Si esta
complica-ção manifestar-se apenas
um
ou
dois dias,não
será motivo paraabando-nar-se o
methodo.
Mas
si estesphenomenos
serenovarem
todas asvezes-que
se introduzirna urethrauma
sonda por mais finaque
seja,então—
18—
Ha
certosestreitamentosacompanhados
de estadocatarrfial da bexiga,de lesões dosrins
ou
dos ureteres:ha
ontros,queapresentão complicaçõesdo lado das partesprofundas docanal, (fistulas, abcessosurinosos,feridas,
infiltracção urinosa)
que
não poderião ser tratados pela dilatação,porque
mais
os aggravaria, e até poderia produzir resultados lunestos.Afora estas restricções
pode
dizer- seque
adilataçãoprudentemente
di-rigida é de fácil execução, e raras vezes
compromette
os dias do doente.Quanto
ao resultado curativo aque
dá logar, sinão
é radical pelomenos
pode-semanter
pormuito tempo, sobre tudo sehouver
aprecau-ção de passar de
tempo
em
tempo
na urethra sondas de calibregradua-do.
O
distincto pratico Yoillenier refere muitos casos,em
que
o curativose
ha
mantido por muitos annos.Vê-se
poisque
a dilatação nãopode
convir
em
todos os cazos. Estedefeito é inherente aosmelhoresmethodos
therapeuticos.
He
preciso poisem
certas circumstancias recorrer aum
outro methodo,
que
reunindo as condiçõesde innocuidade e sucesso,pos-sa
melhor
satisfazer ás indicações, cazoem
que
se acha a urethrotomiainterna.
Urethrotomia
interna.
—
O
distincto praticoMaisonneuve
de-pois das ultimas alterações feitas
no
seo urethrotomo, modificou detal
modo
os processos, e os resultados,que
creou para assim dizerum
methodo
novo, differente dos outros não só quanto á simplicidade,mas
também
em
relação á innocuidade e efflcacia.He
debaixo deste ponto de vista,que
vamos
examina-lo,occupando-nos depois
com
as indicações.Simplicidade*
—
Os
instrumentosaté entãoempregados
erão volu-mosos, complicados, tornando-se por isto difficeisde manejar. Muitasve-zes não era a urethrotomia propriamente dita
que
se praticava.Assim
oSr. Civiàle fazia a urethrotomia não para curar o estreitamento,
mas
parao impedir de reaparecer:
em
seguida á dilatação previa, introduziaum
urethrotomo grosso, e cortava a coarctação de detraz para adiante.
Com
oprocesso do Sr.
Reybard
o instrumento era ainda mais volumoso, e eraprecisodilatar o canal tanto quantofosse necessárioparaalithotricia. Pelo
processo do Sr. Maisonneuve, desde o
momento
em
que
sepode
intro-duzir
uma
bugia fina naurethra, pode-se praticarimmediatamente
aure-throtomia, e esta
manobra
é tão rápida, tãopouco
dolorosa e fácil,que
muitas vezes os doentes não a percebem, ao ponto de a esperarem,
—
19—
Innocuidatlc*
—
A
urethrotomiatem
inconvenientes,que
sãocommuns
ás operações praticadasna
urethra; expõe o doente aosaccidentes inflamatórios e nervosos do catheterismo, e
além
disto ácertos accidentes,
que não
ésempre
possível evitar.Todas
as vezespois
que
a dilatação for indicada,convém
imprega-la de preferencia.Mas
fora destes casosdevemos
dizer,que
setem
exagerado muito ospe-rigos desta operação,
que
em
geral éuma
dasmenos
graves,que
pode
haver.Si consultarmos as estatísticas, ver-se-haqueo
numero
dos mortose apenas detres por cento,eainda nota-se
que
na maior partedos cazos,
osdoentes estavão
em
circonstancias por simesmas
graves, eque
suc-cumbirão
quazisempre
nãoem
resultado da operação,mas
em
conse-quência da moléstia ou dasaííecçõesconcumitantes. Quantas vezes
em
ci-rurgia ve-seoperaçõesinsignificantes
darem
máos
resultados (dizo Sr.Per-rin) e quantas vezes não se verá a dilataçãoproduzir a morte, não só
em
casos
em
que
a urethrotomiafalha,como também
naquellesem
que
ellaaproveita?
Si por
um
lado a dilatação é amaisinnocente das operações,em
certoscasos
como
já o dissemos,convém
nãoesquecer,que não poderá serem-pregada
em
outros,sem
produsir resultados desastrosos:é n'estascircum-stancias,
que
aurethrotomiatem
tidosuccessos completos einexperados,entretanto
que
insistindo-se na dilataçãopodem
dar-se graves perigos, emesmo
ter lugar amorte. Assim, noslembramos
tervisto, aum
anuo,um
doente accometlido de
um
estreitamento muito antigo e duro,em
que
o tratamento pela dilataçãoeraimpossível por causa dos accessos de febre,que sobrevinham
ámenor
tentativa do catheterismo. Este doente muitoimpressionaJo de seu estado,
que
de diaem
dia se agravava, íoisuc-cessivamente pedir alivio a muitos médicos,
que empregarão
a dilataçãosem
resultado.Tinham
sobrevindo accidentes do lado da bexiga, e dosrins, e o doente
começava
a desesperar do seu estado,quando
aure-throtomia foipraticada, e o
desembaraçou
do estreitamento e dascom-plicações,
que
tinha produsido. Hojeo doente acha-se restabelecido,ocu-rativo
tem-se
mantido, e elle entrega-se aos seus trabalhos habituaes.Ao
inverso vimos, ha
um
anno, outro doente apresentandoum
estreitamentoque
tinha sido tratado aprincipio pela dilatação, eque
tinhachegadoa seratravessado por bugias de quatromellimetros; depois a dilataçãotornou-se
difgcil, efoi todavia continuada.
Porém
bem
quefossepraticadacom
toda a—
20
—
urinosa
com
placas gangrenosasno
penis,acompanhada
depheno-menos
geraes graves. Incisões múltiplas e a urethrotomia praticadaem
desespero de cauza não
poderam
impedir amorte que
teve lugar dias depois.Muitas vezes tem-se attribuido á urethrotomia accidentes provenientes da falta do
emprego
de certas precauções indicadasna
pratica destaope-ração. Ora,
ha
certos cuidados,que
são de primeira necessidade:uns
precedem
á operação, outros aseguem
immediatamente;
os primeiros,que
chamareipreparatórios, consistemem
pôr
o doente rio uso deba-nhos, bebidasaquosas e ligeiramente diuréticas, principalmente noscasos,
em
que
o estreitamento não for muito pronunciado;em
manter
abe-xiga
no
seográodecontractilidade habitual;em
facilitar a introducçãodo
catheter: os segundos,
que
chamarei consecutivos,podem
se resumirna
introducção de
uma
sonda abertana
urethra,onde
devepermanecer
durante
24 ou 48
horas.A
principio deve ter-se o cuidado de fazer evacuar pela sonda a urinacontida na bexiga; depois tapa-se asonda por
meio
deuma
peqnena
rolhaque
odoente,ou melhor,osencarregados de ozelar, deverãotirardemeia
em
meia
horasem
esperarque
appareça a necessidade de urinar. Estasprecauções
tem
por fim não só impedir,que
a urina passe entre a sondae as paredes do canal, e se
ponha
em
contactocom
a ferida,como
também
verificar, si asondaestá permeável.Por meio
da simplesprecau-ção da
permanência
da sonda na urethra, evitar-se-haem
geral todos osaccidentes,
que
sem
isto serião a consequência da secçãoda
uretra.As-sim,
bem
que
as hemorrhagias consecutivas sejãomuito
raras, e consistãoordinariamente
em
um
ligeiro corrimento de sangue,que
quasisempre
cessa por si
mesmo
no
fim dealgum
tempo, todavia acontecealgumas
vezes
que
uma
hemorrhagia maisabundante
tenhalugar, eentão acom-pressãoexercida pela sonda sobre a ferida
tem
por fim fase-la parar.De-maisa primeira micção não é
acompanhada
da dôr intensa,que
apparecequando
se dispensa oemprego
da sonda.Em
fim amaior vantagem
delia consiste
em
por o doente ao abrigo dos accidentes de intoxicaçãourinosa.
Assim
o Sr. Pieliquet refere que,em
dez doentes o perados peloSr.Gosselin
sem
cathaterismo consecutivo immediato,setetiverão accessosde frios, e
um
delles succumbio; entretantoque
em
seis outros,em
quem
se fez a introdução da sonda depois da operação, o hábil cirurgião só
—
21—
o sábio professor insiste
muito
noemprego
consecutivo da sondaem
per-manência
depois da urethrotomia.Os
Srs. Maisonneuve, Phillips, Scdillot,Mercier e Yoillemier estão
completamente
de accordo sobre esteponto.Depois
que
estes preceitos são seguidos na pratica, só raras vezes seobservão frios nos doentes operados de urethrotomia. e
quando
appare-cem,
éporque
a urinachegou
a penetrar entre a urethra e a sonda, e nãose notão mais,
como
outrora esses accidentes formidáveis annunciadospor
frios violentos,preludio de verdadeirosphenomenos
tóxicosdevidos aabsorpção dos princípios da urina,
que produzem
quazisempre
a morte.Curabilidatfe»
—
Sipela cura do estreitamento se entende oresta-belecimento das funções do apparelho urinário
com
integridade da saúde por muito tempo, a urethrotomia quazisempre
consegue esse resultado;si
porém
quizermos encarar a curacomo
radical, então forçoso éconfes-sar
que
as mais das vezes não se a obtém, porque seja qual for omeio
empregado,
nenhum
será capaz de fazer desapparecercompletamente
otessido pathologico do estreitamento, isto é, restituir ao canal seu
diâ-metro
e contractilidadenatural,como
muitobem
dizemos sábiosprofes-sores Yoillemier e Perrin. Estadifficuldade da cura radical encontra-se
principalmente nos indivíduos,
que
abandonam
a moléstia pormuitotempo sem
tratamento;—
que
soffrem de diathese escrophulosa, eque
seexpõem
depois da operação a toda espécie deexcessos, principalmente ode bebidas alcoólicas.
Pondo
de parte este resultado,que
não pertencesó a urethrotomia,
mas
écomum
a todos os outros methodos,convém
examina-la debaixo de dois pontos de vista: l.o resultados immediatos,
2.° resultadosdefinitivos.
Quanto
ás consequências immediatas, todos estão de accordo; e bastaver praticar
uma
só operação de urethrotomia para se notar aenorme
ampliação,
que
se produz na parte estreitada do canal, a |qualdando
lugar á sahida francada urina, e fasendo desapparecer as micções
diffi-ceis, e os accidentes geraes graves, transforma oestado deinquietação do
doente
em
admiração,que
manifesta poruma
verdadeiraalegria.Porem, quando
se trata dos resultados definitivos, os cirurgiõesdiffe-rem
na
sua appreciação. Assim, uns pretendem,que
o resultadodifiniti-vo da urethrotomia é
uma
verdadeiracicatriz branda,que
cobre asuper-íicie da incisão
sem
tender a approximar os bordos, não sendoformada
de tessido retractil (Gaujot, Sedillot e Reliquet), o
que
explicaque
a—
22
—
pelo contrario, apoiando-se
em
grandenumero
de factos, sustentão,que
para ser
permanente
a cura do estreitamento pela urethrotomia, éneces-sário passar,devez
em
quando, sondas na urethraparamanter
a dilatação.A
primeira opinião apoia-se sobreum
pequeno
numero
de autopsias,e sobre alguns factos.
A
segunda
tem
por si a experiência,que
prova,que
as recahidas são possíveis, eque apparecem
muitas vezes,quando
se não pratica depois da operação a dilatação temporária,
ou que
odoen-te
abandona
o uzo da sonda.Os
autoresque
seoccupão
destaespecia-lidade, referem casos de estreitamento,
em
que
setem
praticado auiv-throtomia mais de
uma
vezno
mesmo
individuo, oque
provaque
are-cahida é possível.
Mas
segue-se daqui,que
os resultados difíinitivosnão
sejão frequentes, e
que
nesta parte a urethrotomia seja inferior adilata-ção? não o cremos.
Segundo
nosso fracomodo
de entender, parece-nosque
este ponto da sciencia ainda se acha cercado de obscuridade; por quantoosdados,que
nosfornecemasestatiscasnão
sãoaccompanhados
daimparcialidade,
que
fora para desejar, etambém
porque
os doentescon-siderando-se felizes, logo
que
podem
urinar livremente, dispedem-se doscirurgiões antes de tempo,
não
os procurão mais, e desprezãointeira-mente
a applicação da sonda. Isto diz a maior parte dos práticos, e éisto
mesmo
que
temos
verificadoem
muitos doentes das observaçõesjuntas.
Si tivéssemos de referir os resultados consecutivosdetresdentreelles,
que
se achão ainda debaixo das nossas vistas, poderíamos diser,que
é omais
favorável possível a cura difinitiva do estreitamento, vistoque
tem
passado muito
tempo
desde a época da operação, e gosão de perfeita saúde.Agora passamos
a expor as indicações da urethrotomia.Algumas
jáforão mencionadas,
quando
nosoccupamas
das contra-indicaçõesdadilata-ção temporária; as outras serão preenchidas nos cazos seguintes.
Quando
pela exploração directa se tiver verificado a existência deum
estreitamento duro, e resistente, e
quando
principalmenteoscommemora-tivos e a sede da coorctação fiserem suppor,
que
setem
de tratar deum
estreitamento de origem traumática,nãosedeveinsistirnadilatação,
mas
praticar a urethrotomiainterna.
Deve-se
também
praticar a urethrotomia nos estreitamentos orgânico.:,—
23
—
de
pequeno
volume,enaquellesque
com
quantosedeixãodilatar,comtudo
a dilatação não se
mantém
e voltão rapidamente depoisdo catheterismo.Do mesmo modo
devemos
praticar nos estreitamentos orgânicosou
espontâneos muito difficeis de atravessar. Nestes cazos o pratico encon-trando grande difficuldade paraintroduzir
uma
pequena
bugia naurethra,depois de reiteradas tentativas e muita paciência, não deverá proceder a
dilatação,
porém
á urethrotomia, que fará desapparecerimmediatamente
as micções peniveis e os accidentes mais
ou
menos
graves,que sempre
acompanhão
osembaraços
da funcção.Quando
em
consequência do progresso da moléstia, ou independentedelle,
apparecerem
complicações do lado do apparelho genito-urinario,como
sejão—
a retenção de urina, as infiltrações urinosas, as fistulasuri-narias, os catarrhos da bexiga, a intoxicação urinosa, e os cálculos da
bexiga.
Com
effeito, os factostem
demonstradoque
nestes cazos adilata-ção,
que
é de acção lenta e demorada,sóservepora aggravaro mal, entretanto
que
a urethrotomia produsindo a suppressão rápida da cauza dosaccidentes, faz cessar
promptamente
estas complicações,que
tomariãogrande desenvolvimento, e produsirião desordens irreparáveis, causando
a
morte
sem
o soccorro deste poderoso meio.Em
fimquando
os doentes são accommettidos de accessos febrisem
cada catheterismo, e sobre tudo n'aquelles,
que
tem
uma
irritabilidadetal,
que
não permitta a introdução no canal da urethra deuma
sonda pormais
pequena
que
seja, nestes cazos, si insistir-se na dilatação, vê-selogo os accessosseaggravavem, passandoa febre deintermittentea forma
continua, eproduzindo
espasmos
nocanaldaurethracom
doresnosflancos.A
urethrotomia pelo contrariofaz desapparecer os accidente febris ener-vosos,e retabeleceasfuncções do apparelhourinário,
com
a particularidadede não se reprodusirem os accessos,
bem
que
a sonda fiqueem
perma-nência na urethra.
Conclusão.—
Do
que temos
exposto, e doque
sededuz
dosfactosannexos
resulta o seguinte:Que
fazendo-se a urethrotomia nos casos convenientes, poupa-se aodoente
uma
grandedemora no
tratamento,que
ésem
duvidauma
van-tagem
preciosa, principalmente paraaquellesque
seochão noshospitaes:Que
o desenvolvimento,que
ultimamente setem
dado a estaoperação,tem
contribuído gradualmente para resumir onumero
dos doentes,que
—
24
—
Que
em
vista dos cuidados preparatórios e consecutivosnão
sedevemais temer,
como
outr'ora esses accidentes graves,que
tantas vezescom-plicava a urethrotomia, e
que
pelo contrario os seus effeitosimmediatos
fasem
como
que
desapparecer a moléstia por encanto.Em
fim,que
os resultados difinitivos da urethrotomia,bem
qiiecareçãoser ainda estudados,
com
tudosão sufficientespara divulgar a importânciadesta operação,
que
tantos benefíciostem
feito aos infelises,que
soffremdesta temível moléstia,
que
muitasvezes lbesaffectaprofundamen
teomoral
Eis-nos chegados ao fim do nosso tosco trabalho,
que
pelas lacunasque
encerra certamente não satisfaz ás exigências dasciencia,como
seriadedesejar,
mas
confiadosna generosidade e benevolência dos nossosillSECÇÃO
MEDICA.
Febres*
I.
—
Os phenomcnos
dinâmicos dafebre sãosempre
essencialmente
liga-dos ás alterações orgânicas.
II.
—
Em
todaafebrehaum
augmento mórbido
da temperatura do corpoe das
combustões
orgânicas.III.
—
A
cauza pyrotogenica da febreaindaé desconhecidaem
suanatu-reza intima.
Patliologia interna*
Nephritc parenchymatosa, sua patliologia, etiologia, anatomiapatholegica e tratamento.
!•
—
A
nephrite albuminosatem
seussymptomas
pathognomonicos.II.—
Sem
a analyse da urina não ha diagnostico possível destaaffecção.IH-
—
Quando
a degeneração dosrins attingeum
alto gráo, todo otra-tamento
é improfícuo.Hygieue.
Das profissões.
I.
—
As
profissões são as vezes as verdadeiras cauzas determinantes decertas moléstias.
II.
—
A
hygiene das profissõesmerece
um
estudo especial.III
—
Ha
profissõesque
abrevião a vida,ha
outrasque concorrem
paraa longevidade.
Iflateria
medica*
Otratamento ferruginosoempregado por muilo tempo, modiGca a crase
do sangueedeque modo?
I.
—
Nem
todas as preparações ferruginosasprebenchem
amedicação
reconstituinte.II.
—
Ha
preparados ferruginosos,que
devem
ser proscriptosno
trata-mento
da aglobulia do sangue.III.
—
Nenhuma
theoria explicabem
a acção do ferrona reconstituiçãodo
sangue.—
26
—
Physiologia.
Quaes são as relações do grande sympatliico com o eixo cérebro espinal?
I.
—
Muitassãs asrelaçõesdo grandesympathicocom
o eixo cérebro- es-pinalII.
—
Os
trabalhosmodernos parecem
demonstrarque
a acçãodo
grandesympathico é inteiramente subordinada ao
systhema
nervoso centraLIII.
—
Como
sevê semilhante doutrinaaniquillaa de Bichat, e estabeleceaunidade do systhema da innervação.
Clinica
medica*
Utilidade do sphygmografo no estudo clinicodas lesões do coraçãoc dos grossos vasos.
I.
—
As
applicações dosphygmografo
prestão auxilio incontestável aoestudo clinico.
II.
—
Ha
cazos,em
que
só o resultado da applicação deste instrumento,dará luz ao diagnostico.
III.