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Florística, fitossociologia e corte seletivo pelo método BDq em uma área de caatinga, Município de São José de Espinharas - PB

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U N I D A D E A C A D Ê M I C A D E E N G E N H A R I A F L O R E S T A L P R O G R A M A D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E M C I Ê N C I A S F L O R E S T A I S C A M P U S D E P A T O S - P B F R A N C I S C O T I B É R I O D E A L E N C A R M O R E I R A FLORÍSTICA, F I T O S S O C I O L O G I A E C O R T E S E L E T I V O P E L O M É T O D O B D q E M UMA Á R E A D E C A A T I N G A , NO MUNICÍPIO D E S Ã O J O S É D E E S P I N H A R A S -P B P A T O S - PARAÍBA 2014

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FLORÍSTICA, F I T O S S O C I O L O G I A E C O R T E S E L E T I V O P E L O M É T O D O B D q E M UMA Á R E A D E C A A T I N G A , NO MUNICÍPIO D E S Ã O J O S É D E E S P I N H A R A S

-P B

Dissertação a p r e s e n t a d a a o Programa de Pós-Graduação e m Ciências Florestais, como parte d a s exigências para a obtenção do título de Mestre e m Ciências Florestais.

Orientador: Prof. Dr. J o s u e l A r c a n j o da S i l v a

P A T O S - PARAÍBA 2014

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M835f Moreira, F r a n c i s c o Tibério de A l e n c a r

Florística, Fitossociologia e corte seletivo pelo método B D q e m u m a área d e caatinga, no município de São José de E s p i n h a r a s P B / F r a n c i s c o Tibério d e A l e n c a r Moreira. -P a t o s , 2 0 1 4 .

59f.: il. color.

Dissertação (Mestrado e m E n g e n h a r i a Florestal)

-Universidade F e d e r a l de C a m p i n a G r a n d e , Centro de Saúde e Tecnologia R u r a l .

"Orientação: Prof. Dr. J o s u e l Arcanjo d a S i l v a " Referências.

1. Manejo florestal. 2. Estrutura diamétrica. 3. Intensidade de corte.

I. Título.

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F L O R Í S T I C A , F I T O S S O C I O L O G I A E C O R T E S E L E T I V O P E L O M É T O D O B D q E M UMA Á R E A D E C A A T I N G A , N O M U N I C Í P I O D E S Ã O J O S É D E E S P I N H A R A S

-P B

Dissertação apresentada ao Programa d e Pós-Graduação e m Ciências Florestais, d a Universidade Federal de Campina Grande, no C S T R , como parte d a s exigências para a obtenção do Título de M E S T R E e m C I Ê N C I A S F L O R E S T A I S .

Aprovada em: 11/03/2014

Prof. Dr. J o s u e l / A r c a n j o \ d a S i l v a

Universidade Federal de Campina G r a n d e ( U A E F / C S T R / U F C G ) (Orientador)

Prof. Dr. A l l y s o n R o c h a A l v e s

Universidade Federal Rural do Semi-Árido ( U F E R S A ) ( 1o Examinador)

Prof. Dr. L ú c i o VaTénó C o u t i n h o d e A r a ú j o

Universidade Federal de C a m p i n a Grande ( U A E F / C S T R / U F C G ) ( 2o Examinador)

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Dedico e s t e trabalho a o s m e u s p a i s , Geraldo e A n a ; a o s m e u s irmãos, T h a i s e , T h a n n i z e e Túlio; bem como a toda a minha família e, e m e s p e c i a l , a minha noiva, L y a n n e , pelas p a l a v r a s de incentivo e apoio e por compartilhar a o meu lado o s momentos difíceis e t a m b é m de a l e g r i a s , pelos quais p a s s e i ao longo d e s t a c a m i n h a d a , e c o m a graça de D e u s , obtive êxito.

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A D e u s , por ter concebido a minha existência e por me dar força e disposição para sempre b u s c a r e v e n c e r novos desafios;

A minha família por todo apoio e dedicação;

A o Prof. Dr. J o s u e l Arcanjo d a S i l v a , pela orientação, pelos conhecimentos r e p a s s a d o s e pela confiança depositada na minha p e s s o a , de d e s e n v o l v e r o presente trabalho;

A o s membros d a B a n c a E x a m i n a d o r a , P r o f . Dr. A l l y s o n R o c h a A l v e s e P r o f . Dr. L ú c i o V a l é r i o C o u t i n h o d e A r a ú j o , pela disponibilidade d a participação e p e l a s v a l i o s a s contribuições;

A o s professores do C u r s o de Pós-Graduação e m Ciências Florestais, que, de forma positiva, contribuíram para a minha formação, e m e s p e c i a l , a o s P r o f e s s o r e s Dr. Antonio Lucineudo de Oliveira Freire, D r3. N a e l z a de Araújo Wanderley, D r3. Patrícia Carneiro Souto;

A o s professores Dr. Antonio Lucineudo de Oliveira Freire, Prof. Dr. Lúcio Valério Coutinho de Araújo, Prof. Dr. J a c o b S i l v a Souto, Prof. Dr. Gilvan C a m p e l o , Prof3. D r3 Ivonete A l v e s B a k k e , P r o f D r3. Assíria Maria d a Nóbrega e Prof. Dr. Olaf B a k k e , por s u a s a m i z a d e s e p a l a v r a s de incentivo;

A o s c o l e g a s que me ajudaram durante a coleta dos dados: Aritano, Rosivânia, M a y a r a , Antonio e ítalo, toda a minha eterna gratidão;

A o s funcionários d a U F C G / P P G C F N a r a , Paulo, E d i n a l v a e Ivanice. A o s c o l e g a s de turma no P P G C F ;

A o s m e u s amigos ( C e s a r , Y a s h a , Léo, R e n a t a , Girlânio), pelo companheirismo; A o s c o l e g a s de república;

Enfim, a todos a q u e l e s que, porventura tenha me esquecido de citar s e u s n o m e s e que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste trabalho e e m minha pós-graduação, m e u s s i n c e r o s agradecimentos.

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d e E s p i n h a r a s - P B . 2 0 1 4 . Dissertação de Mestrado e m Ciências Florestais. C S T R / U F C G , P a t o s - P B . 2 0 1 4 . 38 p.il:

R E S U M O

Na região semiárida do Nordeste brasileiro, a exploração d o s produtos florestais madeireiros do bioma C a a t i n g a v e m s e n d o realizada de forma errônea pelos que ali habitam, s e n d o e s t a utilização voltada, primordialmente, para a extração de lenha, produção de carvão vegetal, e s t a c a s , mourões e forragem. P a r a tentar minimizar e s s e s d a n o s o c a s i o n a d o s a e s s a vegetação, d e v e - s e utilizar a prática do manejo florestal sustentável. E s t e estudo objetivou desenvolver atividades relacionadas à análise d a composição florística, fitossociologia e corte seletivo utilizando método d e B D q e m uma área com vegetação d e caatinga. E s t e trabalho foi desenvolvido n a f a z e n d a Laranjeiras, município de São José de E s p i n h a r a s - Paraíba. R e a l i z o u - s e um inventário florestal, utilizando-se amostragem sistemática, e m que foram m e n s u r a d a s 4 0 unidades amostrais de área fixa de 4 0 0 m2. N e s t a s unidades, foram m e n s u r a d o s todos o s indivíduos vivos e mortos a i n d a e m pé, medindo-se circunferência na b a s e , a 0,30 m do solo ( C N B 0 3 0 ) e altura total, tendo como nível mínimo de inclusão indivíduos que a p r e s e n t a r a m C A P > 6 c m e altura £ 1,30m. S i m u l a r a m - s e três alternativas de manejo c o m b a s e no método B D q : redução de 4 0 % , 5 0 % e 6 0 % d a área b a s a l . F o r a m amostrados 1.746 indivíduos pertencentes a 10 famílias, 2 0 gêneros e 2 0 espécies. A s famílias mais representativas, e m números de espécies foram F a b a c e a e - m i m o s o i d e a e , F a b a c e a e - c a e s a l p i n i o i d e a e e E u p h o b i a c e a e . A alta mortalidade de árvores na área foi decorrente do longo período de estiagem que afetou o Nordeste no período da coleta de dados. A área b a s a l encontrada foi de 9,977 m2. h a "1, o volume médio estimado foi 2 9 , 2 9 m3. h a "1; O s v a l o r e s pré-estabelecidos de área b a s a l r e m a n e s c e n t e , diâmetro máximo e d a constante "q", simularam corte de árvores e m todas a s c l a s s e s de diâmetros e m todos o s tratamentos, excetuando a q u e l a s que a p r e s e n t a r a m déficit e m número de árvores, com maior intensidade n a s menores c l a s s e s de diâmetro. É necessária uma avaliação econômica para recomendar a utilização do método B D q para o bioma caatinga.

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of São J o s é de E s p i n h a r a s - P B . 2 0 1 4 . Master T h e s i s in F o r e s t S c i e n c e . C S T R / U F C G , P a t o s - P B . 2 0 1 4 . 3 8 pg.il:

A B S T R A C T

In the semiarid region of northeastern Brazil , the exploitation of timber forest products in the C a a t i n g a h a s been wrongly held by those who live there , which is u s e d primarily geared to the extraction of firewood , charcoal production , s t a k e s , posts and forage. T o try to minimize these d a m a g e s c a u s e d to this vegetation, the practice of sustainable forest management should be u s e d . T h i s study aimed to develop activities related to the a n a l y s i s of the floristic composition and phytosociological method using selective cutting B D q in a n a r e a with caatiga vegetation. T h i s study w a s conducted in L a r a n j e i r a s F a r m , São José de E s p i n h a r a s -Paraíba. W e conducted a forest inventory using systematic sampling, in which 4 0 sampling units of fixed a r e a of 4 0 0 m2 w e r e m e a s u r e d . In t h e s e units, w e m e a s u r e d all live and still standing dead individuals by measuring the circumference at the b a s e , 0.30 m above the ground ( C N B 0 30 ) and total height, having a s minimum level of inclusion individuals that presented C A P > 6 c m and height £ 1.30 m. W e simulated three alternative management method b a s e d on B D q : reduction of 4 0 %, 5 0 % and 6 0 % of the b a s a l a r e a . 1,746 individuals belonging to 10 families, 2 0 g e n e r a and 2 0 s p e c i e s w e r e s a m p l e d . T h e most representative families in number of s p e c i e s w e r e F a b a c e a e - m i m o s o i d e a e , F a b a c e a e - c a e s a l p i n i o i d e a e and E u p h o r b i a c e a e . T h e high mortality of trees in the a r e a w a s due to the long period of drought that affected the Northeast during the data collection. T h e b a s a l a r e a w a s found to be 9,977 m2 h a "1, the m e a n estimated volume w a s 2 9 . 2 9 m3.ha~1; the pre - established v a l u e s of the remaining b a s a l a r e a , maximum diameter and constant " q " , simulated cutting of trees in all diameter c l a s s e s in all treatments, except those who had a deficit in the number of trees with greater intensity in the smaller diameter c l a s s e s . A n economic evaluation is required to recommend the u s e of the method for B D q caatinga biome. K e y w o r d s : forest management, diametric structure, cutting intensity

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2 R E F E R E N C I A L T E Ó R I C O 2.1 C a a t i n g a 2.2 Composição Florística 2.3 Fitossociologia 2.4 Manejo Florestal 2.5 Distribuição diamétrica

2.6 Corte seletivo d a vegetação nativa 2.7 Método B D q

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1 I N T R O D U Ç Ã O

A C a a t i n g a , bioma e x c l u s i v a m e n t e brasileiro, é considerada dentre a s v a r i e d a d e s de vegetação existente n a região Nordeste, o maior bioma, ocupando uma área de 8 4 4 . 4 5 3 k m2, equivalente a 1 1 % do território nacional ( I B G E , 2 0 0 4 ; MMA, 2 0 1 4 ) . S e g u n d o Angelotti et a l . (2009), o bioma caatinga, dentre o s biomas brasileiros, é o menos conhecido cientificamente e s e m p r e foi visto como um espaço pouco importante, s e m prioridade e s e m n e c e s s i d a d e de conservação, não obstante s e r um d o s mais ameaçados, devido ao uso inadequado e insustentável dos s e u s solos e dos r e c u r s o s naturais, e por ter a p e n a s 1 % de r e m a n e s c e n t e s protegidos por unidades de conservação.

A p e s a r de s u a representatividade, o bioma v e m sofrendo c o m desmatamentos, nos últimos a n o s , devido ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável. E s s a exploração errônea faz com que o bioma apresente altos índices de desmatamento, totalizando um percentual de 4 6 % da área do bioma (MMA, 2 0 1 4 ) .

Devido a e s s e s problemas, e s t u d o s florísticos e estruturais são de extrema importância para compreender o s diferentes e c o s s i s t e m a s florestais. D e s t a forma, pode-se obter o conhecimento taxonômico, qualitativo e quantitativo, além de melhor compreender o s e u comportamento, contribuindo, a s s i m , para o conhecimento d a s florestas tropicais para que haja a conservação e preservação de áreas fragmentadas deste ambiente ( G E N T R Y , 1995, citado por A L V E S JÚNIOR, 2 0 0 7 ) .

E m relação à melhor forma de exploração d a vegetação de caatinga, estudos realizados no bioma demostraram que o manejo florestal sustentável mostrou-se mais e x p r e s s i v o . S e g u n d o Lamprecht ( 1 9 9 0 ) , florestas situadas e m regiões semiáridas, sujeitas a intervenções de manejo florestal e m s i s t e m a de corte r a s o ou talhadia simples, requerem ciclos de cortes de 10 a 15 a n o s , para q u e , através do p r o c e s s o de regeneração natural de s u a s espécies, p o s s a m reestabelecer s e u estoque.

S o u z a ; S o u z a ( 2 0 0 5 ) , e m trabalho realizado com floresta ombrófila na Amazônia oriental, concluíram que o conhecimento d a estrutura diamétrica

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pós-colheita seletiva auxilia a condução d a floresta r e m a n e s c e n t e a uma estrutura b a l a n c e a d a .

O método B D q , utilizado por C a m p o s et a l . ( 1 9 8 3 ) , permite quantificar a intensidade de corte por hectare e m número d e árvores, volume ou área b a s a l , tornando a aplicação do s i s t e m a de corte seletivo uma técnica mais racional, e m comparação com a prática de cortar somente árvores de grande porte ou de grande valor. Ainda segundo e s s e s autores, a análise d a distribuição diamétrica pode s e r utilizada para definir experimentalmente a intensidade de corte e m m a t a s naturais mistas, a s q u a i s serão submetidas ao s i s t e m a de seleção empregando a área b a s a l ( B ) a s e r d e i x a d a após o s cortes parciais, o diâmetro ( D ) máximo d e s e j a d o e o quociente (q) de D e Liocourt.

A s s i m , a análise d a distribuição diamétrica, através d e s s e s parâmetros, elimina a subjetividade do s i s t e m a de seleção, q u e consiste na remoção periódica de árvores por toda a área, pois determina a intensidade de corte a s e r aplicada e m c a d a c l a s s e de diâmetro ( A L V E S JÚNIOR, 2 0 0 7 ) .

D e s t a forma, e s t e trabalho objetivou desenvolver atividades relacionadas à análise d a composição florística, fitossociológica e corte seletivo utilizando método de B D q , e m uma área com vegetação de caatinga.

2 R E F E R E N C I A L T E Ó R I C O

2.1 C a a t i n g a

No Nordeste brasileiro, a vegetação predominante, principalmente n a região semiárida, é a caatinga. A palavra "caatinga" ( c a a = mata; tinga = branca e aberta) é de origem indígena. A caatinga possui uma área de, aproximadamente, 8 4 4 . 4 5 3 k m2, ocupando 1 1 % do território nacional, abrangendo o s e s t a d o s de A l a g o a s , B a h i a , Ceará, Paraíba, P e r n a m b u c o , Piauí, R i o G r a n d e do Norte, Sergipe e o nordeste do estado de Minas G e r a i s ( A N D R A D E et a l . , 2005;MMA, 2 0 1 4 ) .

E s s a vegetação é composta de espécies l e n h o s a s e herbáceas, e muitas v e z e s , ramificadas e de porte pequeno, apresentando folhas p e q u e n a s e , como

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características, são caducifólias. perdendo s u a s folhas no período s e c o e mantendo-a s durmantendo-ante o período c h u v o s o e, por s u mantendo-a s vmantendo-arimantendo-ações climáticmantendo-as e precipitmantendo-ações, c h e g a a longos períodos de déficit hídrico. A s principais famílias ocorrentes n e s s e bioma são F a b a c e a e , E u p h o r b i a c e a e e Cactáceas ( P E R E I R A F I L H O ; B A K K E , 2 0 1 0 ) .

N e s s e B i o m a , o clima é caracterizado como semiárido, por apresentar irregularidades pluviométricas, tendo a p e n a s d u a s estações definidas: a estação d a s c h u v a s , m a i s conhecida como inverno, que dura um período d e três a cinco m e s e s , c o m a ocorrência de c h u v a s torrenciais com precipitação média e m torno d o s 4 0 0 a 8 0 0 mm, e a estação d a s s e c a s , conhecida como verão, que s e e s t e n d e ao longo do ano (MMA, 2 0 0 8 ; S O U T O , 2 0 0 6 ) .

A exploração d a caatinga, de acordo c o m P a r e y n ( 2 0 1 0 ) , v e m ocorrendo de três formas: (I) desmatamento ilegal, com finalidade do uso do solo e produção de madeira; (II) desmatamento legal, autorizado pelos órgãos competentes, visando à utilização para produção agrícola e outros fins, e (III) manejo florestal sustentável, devidamente autorizado pelos órgãos responsáveis, com a finalidade de produção madeireira.

A caatinga a p r e s e n t a um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bio-prospecção que, s e bem utilizado, pode contribuir para o desenvolvimento d a região e do país ( S F B , 2 0 1 3 ) .

2.2 C o m p o s i ç ã o Florística

A análise d a composição florística diz respeito a o estudo d a identificação, diversidade e associação d a s espécies existentes e m uma área.

S e g u n d o Araújo ( 2 0 0 7 ) , a n t e s de qualquer introdução de práticas silviculturais e m área de floresta ou qualquer atividade que e n v o l v a recursos vegetais, a composição florística d e v e s e r um dos principais a s p e c t o s estudados n e s s a s áreas.

Métodos de descrição da vegetação b a s e a d o s na florística identificam a s espécies vegetais que determinam a comunidade, d e v e n d o - s e observar critérios e m

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relação à identificação da espécie vegetal, a amostragem e a medida de abundância para c a d a espécie ( F E L F I L I ; R E Z E N D E , 2 0 0 3 ) .

De acordo com S o u z a e S o a r e s (2013), para a análise d a composição florística, o s índices de diversidades m a i s utilizados e m trabalhos realizados e m florestas nativas são: S h a n n o n - W e a v e r ( H ' ) , dominância de S i m p s o n ( C ) , equabilidade de Pielou ( J ) e coeficiente de mistura de J e n t s c h (QM), conforme a s equações: S h a n n o n - W e a v e r (H') [ N . ln( N ) - £ ( j1n i . ln. ( n ) - N (1) E m que: H' = "índice de Diversidade de S h a n n o n - W e a v e r " ;

Tij = número de indivíduos amostrados d a i-ésima espécie; N = número total de indivíduos amostrados;

S = número total de espécies a m o s t r a d a s ; ln= logaritmo de b a s e neperiana.

Dominância de S i m p s o n ( C )

E m que:

; = é a média d a dominância;

C = índice de Dominância de S i m p s o n ;

nÉ= número de indivíduos amostrados d a i-ésima espécie; N = número total de indivíduos amostrados;

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Equabilidade de Pielou ( J )

J = — (3)

E m que:

J = Equabilidade de Pielou; Hmàx ~ In(S);

5 = número total de espécies a m o s t r a d a s ; H' = índice de Diversidade de S h a n n o n - W e a v e r .

Coeficiente de Mistura de J e n t s c h (QM)

QM = 1 (A)

E m que:

QM = Coeficiente de Mistura de J e n t s c h ; S = número total de espécies a m o s t r a d a s ; N = número total de indivíduos amostrados.

P a r a o índice de S h a n n o n - W e a v e r , entende-se que, quanto maior for o s e u valor, maior será a diversidade florística d a população. O índice de S i m p s o n t a m b é m pode s e r utilizado como estimativa de diversidade florística, com valor variando de 0 a 1 , sendo a diversidade considerada maior quanto mais próximo de 1 . Já o índice de Equabilidade de Pielou pertence ao intervalo [0,1], e m que 1 representa a máxima diversidade, ou s e j a , todas a s espécies são igualmente abundantes. E o Quociente de Mistura de J e n t s c h é obtido pela razão entre o número de espécies a m o s t r a d a s e o número de indivíduos que representam e s s a s espécies, indicando, e m média, o número de indivíduos de espécie amostrada n a comunidade ( L A M P R E C H T , 1 9 6 4 ; C A L E G A R I O , 1 9 9 3 citados por M A R A N G O N , 2 0 1 1 ) .

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2.3 F i t o s s o c i o l o g i a

A fitossociologia é utilizada para reconhecer e definir comunidades vegetais e m relação a s u a origem, estrutura, classificação e interações com o meio, objetivando conhecer a estrutura d a vegetação através de dados numéricos ( F E L F I L I ; R E Z E N D E , 2 0 0 3 ) .

A análise d a estrutura de uma floresta é feita com b a s e n a s dimensões d a s plantas e s u a s distribuições. Ao analisar quantitativamente uma comunidade de plantas é possível entender a s u a dinâmica e s e u p r o c e s s o de evolução. E s s e conhecimento d a estrutura de um povoamento tomando como b a s e s u a diversidade e produtividade é e s s e n c i a l para aplicação de s i s t e m a s silviculturais que s e j a m ecologicamente, economicamente e socialmente viáveis ( C A R V A L H O , 1 9 9 7 , citado por A R A Ú J O , 2 0 0 7 ) .

S e g u n d o I m a n a - E n c i n a s (2009), a fitossociologia pode s e r estudada envolvendo três f a s e s : analítica, sintética e sintaxonômica. N a f a s e analítica de um levantamento fitossociológico, são consideradas a s características: abundância ou densidade, dominância ou área b a s a l , e a sociabilidade d a s espécies vegetais. A abundância ou densidade refere-se ao número de indivíduos de uma espécie e m uma determinada unidade de área. A dominância está relacionada c o m a superfície o c u p a d a pelos indivíduos e m determinada unidade de área. A sociabilidade corresponderá s e o s indivíduos de uma espécie s e encontram isolados ou formando monoculturas. Já na f a s e sintética d o s estudos fitossociológicos, c a l c u l a - s e a frequência de presença de espécies nos inventários. Na f a s e sintaxonômica, e s t a b e l e c e - s e a hierarquia fitossociológica através dos parâmetros IVI e I V C .

X a v i e r (2009) relata que a s formações florestais podem s e r e s t u d a d a s através de levantamentos florísticos e fitossociológicos, evidenciando a heterogeneidade e a riqueza d e s s a s formações.

P a r a S o u z a e S o a r e s ( 2 0 1 3 ) , na análise estrutural d a vegetação nativa, d e v e m s e r calculados o s seguintes parâmetros populacionais por espécies:

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Densidade ou Abundância

D Ai =

24

; DRi = 100; DTA = E f

= 1

Í M

£

(5)

1 A 1 DTA ^ 1 1

E m que:

D Ai = densidad e absoluta n a i-ésima espécie, e m número de indivíduos por h a ; nf = número de indivíduos da i-ésima espécie de amostragem;

N - número de indivíduos amostrados; A = área total amostrada, e m h a ;

DRi = densidad e relativa (%) d a i-ésima espécie;

DT = densidad e total, e m número de indivíduos por h a (somatório de todas a s d e n s i d a d e s de todas a s espécies a m o s t r a d a s ) .

Dominância (DoA)

DoAi= ^•>DoT = Y.i=íDoAi=^;DoRi= = g . l O O (6)

E m que:

DoAi = dominância absoluta d a i-ésima espécie, m2. h a "1;

ABi = área basal d a i-ésima espécie, e m m2, na área amostrada; A = área amostrada, e m h a ;

DORi = dominância relativa (%) d a i-ésima espécie; ABTi = área basal total;

DoT = dominância total, e m m2. h a "1 (somatório d a dominância de todas a s espécies).

Frequência

(18)

E m que:

FAi = Frequência absoluta d a i-ésima espécie n a comunidade vegetal; FRi = Frequência relativa d a i-ésima espécie n a comunidade vegetal; ui = número de unidades amostrais e m que a i-ésima espécie ocorre; ut = número total de unidades amostrais;

p = número de espécies a m o s t r a d a s .

Valor de Importância

Vli = DRt + DoRi + FRt; = D* '+D fi +FR' ( 8 )

E m que:

VIi = valor d e importância;

DRi = D e n s i d a d e relativa (%) d a i-ésima espécie; DoRi = Dominância relativa ( % ) d a i-ésima espécie;

FRi = Frequência relativa d a i-ésima espécie n a comunidade vegetal; V / ( % ) = valor de importância e m porcentagem.

Valor d e Cobertura

Vd = DRi + DoRr, Vt(%) = ( 9 )

E m que:

VCi = valor de cobertura;

DRi = D e n s i d a d e relativa ( % ) d a i-ésima espécie; DoRi = Dominância relativa ( % ) d a i-ésima espécie;

A análise estrutural florestal fundamenta o s critérios d e colheita do plano de manejo florestal, permite estimar o estágio d e desenvolvimento d a floresta e subsidia a aplicação de tratamentos silviculturais que promovam a melhoria d e qualidade e

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produtividade d a floresta e, de modo geral, na formulação e aplicação de ações ambientais que garantam a sustentabilidade de um projeto de b a s e florestal ( G A M A et al., 2 0 0 7 ) .

Na análise estrutural de florestas inequiâneas, s e j a p a r a fins de e s t u d o s fitossociológicos s e j a para fins de manejo florestal, a estratificação vertical é muito importante. Dependendo d a região fitoecológica, fitogeográfica, do estádio de sucessão e do estado de conservação, a estrutura florestal pode apresentar, por exemplo, sub-bosque, estrato inferior, estrato médio e estrato superior, ou pode, n a maioria d a s v e z e s , não s e apresentar estratificada d e s s a forma ( S O U Z A et a l . , 2 0 0 3 ) .

D e s s a forma, o s e s t u d o s envolvendo levantamento florísticos e fitossociológicos tornam-se imprescindíveis e m fragmentos florestais, e s t a b e l e c e n d o , a s s i m , b a s e s para manejar o s m e s m o s ( O L I V E I R A , 2 0 0 6 ) .

2.4 Manejo Florestal

O Manejo Florestal Sustentável é a administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos produtos e subprodutos não-madeireiros, bem como a utilização de outros bens e serviços florestais (MMA, 2014). A produção contínua de madeira, juntamente com a conservação d a biodiversidade d a s florestas nativas, é garantida quando utilizamos o manejo florestal sustentável ( M F S ) . O objetivo do manejo florestal é fazer com que a s florestas forneçam benefícios econômicos, s o c i a i s e ecológicos de forma contínua, necessitando de um planejamento mínimo p a r a utilização dos r e c u r s o s disponíveis, s e j a m e l e s madeireiros e não-madeireiros ( G A M A ; B E N T E S - G A M A ; S C O L F O R O , 2 0 0 5 ) .

O manejo florestal tem como primeira ação a determinação do potencial d a propriedade, identificando a s principais restrições a prática d a atividade florestal. A partir d e s t a caracterização, podem-se definir ações de produção, de preservação e de conservação d o s recursos florestais, objetivando aumentar a qualidade do

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produto final, levando e m consideração a viabilidade econômica, social e ambiental do p r o c e s s o produtivo ( S C O L F O R O , 1998).

O m e s m o autor ainda comenta sobre a importância da exploração florestal, s e n d o e s t a , um dos fatores que m e r e c e m atenção e s p e c i a l no p r o c e s s o de viabilizar a s práticas de manejo florestal e m b a s e s s u s t e n t a d a s , considerando-se d a n o s c a u s a d o s a floresta, a alteração na intensidade de luz e o s c u s t o s relativamente altos.

A utilização do manejo e m florestas naturais requer um conhecimento d a dinâmica d a população florestal, buscando minimizar o s d a n o s c a u s a d o s por e s s a prática. D e s s a forma, F e r r a z (2011) comenta que a prática do manejo de u m a vegetação b a s e i a - s e n a s características de resistência e resiliência de uma comunidade, na maneira como e s s a comunidade reage durante a remoção de indivíduos e n a s u a recuperação após a perturbação.

É necessário salientar que o manejo florestal, além de s e r uma técnica, é t a m b é m uma estratégia política, administrativa, gerencial e comercial, que utiliza princípios e técnicas florestais no processo de intervenção do e c o s s i s t e m a , visando à disponibilização de s e u s produtos e benefícios para u s o s múltiplos, de forma a garantir o desenvolvimento sustentável ( S I L V A , 2 0 0 6 ) .

2.5 Distribuição diamétrica

A distribuição diamétrica ou estrutura diamétrica é conceituada como s e n d o a distribuição do número total de árvores por hectare ( n . h a1) ou densidade absoluta ( D A ) por c l a s s e de diâmetro ( D A P ) . A distribuição diamétrica é utilizada para caracterizar tipologias vegetais, regimes de manejo, p r o c e s s o s de dinâmicas de crescimento e produção, s e n d o empregada como guia de corte e, sobretudo, como verificador de sustentabilidade ambiental de manejo ( S O U Z A ; S O A R E S , 2 0 1 3 ) .

A s várias tipologias florestais apresentam distribuições diamétricas diferentes, tanto e m s u a amplitude como e m s u a forma. D e s t a m a n e i r a , a distribuição de diâmetros é uma característica do estoque madeireira e m crescimento ( F E R R E I R A , 1988).

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A distribuição diamétrica típica de comunidades florestais que s e autorregeneram tem a forma de J-invertido, pois a s árvores d e menor dimensão representam a maioria d a população. E x i s t e m d i v e r s o s modelos matemáticos para estudo de distribuição diamétrica, sendo a função d e Meyer a mais utilizada para florestas nativas ( L O E T S C H et a l . , 1973, citados por S I L V A et a l . , 2 0 0 4 ) .

P a r a que um povoamento florestal s e j a manejado adequadamente é de fundamental importância que s e conheça a s u a estrutura. A distribuição diamétrica torna-se um instrumento e s s e n c i a l para a compreensão do comportamento d a estrutura de um povoamento florestal ( B A R T O S Z E C K , 2 0 0 0 citado por Q U E I R O Z , 2 0 0 4 ) .

S e g u n d o S a n q u e t a ( 1 9 9 5 ) , citado por Queiroz ( 2 0 0 4 ) , a partir do conhecimento d a estrutura diamétrica, pode-se estimar a s produções e determinar a s intervenções que serão realizadas e m um povoamento florestal, a s s e g u r a n d o , d e s s e modo, a sustentabilidade econômica e ecológica d e s s e s povoamentos.

A representação d a distribuição e m c l a s s e s diamétricas n a s florestas heterogêneas é de grande importância, não só porque oferece informação suficiente sobre a existência de uma contínua regeneração, m a s t a m b é m porque mantém u m a estreita correlação e m relação a o s métodos silviculturais adotados nos planos de manejo florestal ( S I L V A , 2 0 0 6 ) .

De Liocourt ( 1 8 9 8 ) , citado por Lima et a l . ( 2 0 1 3 ) , deu início a o s primeiros estudos sobre distribuição diamétrica, nos q u a i s verificou que o comportamento diamétrico de florestas naturais a p r e s e n t a uma c u r v a d e c r e s c e n t e n a forma de " J -invertido".

P a r a manejar um povoamento c o m e s s a s características mantendo o equilíbrio de s u a estrutura diamétrica, seria necessário conduzir a floresta a uma distribuição " b a l a n c e a d a " , garantindo, a s s i m , u m a produção sustentável ( C U N H A , 1 9 9 5 citado por Diniz, 2 0 1 1 ) .

S i l v a et a l . ( 2 0 0 4 ) , d e s t a c o u que a distribuição constante do número de indivíduos por c l a s s e diamétrica proporciona a conservação d a espécie e m uma comunidade natural, garantindo o equilíbrio do povoamento, bem como a permanência de árvores reprodutivas.

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A definição e sustentação d a estrutura diamétrica b a l a n c e a d a d a s espécies que c o m p õ e m o estoque e m crescimento de uma floresta m a n e j a d a constituem u m a questão fundamental para o manejo sustentável d a s florestas naturais multiâneas. A principal filosofia do manejo sustentável d e s s a s florestas p r e s c r e v e que e s s a distribuição a s s e g u r e a continuidade de ciclos de colheita econômica e exequível ecologicamente, mantendo a c a p a c i d a d e de sustentação d a s produções futuras, como t a m b é m a renovação do recurso florestal ( S O U Z A ; S O A R E S , 2 0 1 3 ) .

2.6 Corte seletivo d a vegetação nativa

O corte seletivo é uma d a s opções a s e utilizar para manejar uma vegetação nativa. D e v e , para tal, conjugar ações para conduzir a regeneração natural, estabelecer critérios para remoção de árvores da floresta e definir critérios de colheita que diminuam o s impactos à população r e m a n e s c e n t e ( S C O L F O R O , 1998).

No Brasil, a s florestas nativas, e m s u a maioria, t ê m sido exploradas de maneira predatória e, principalmente, s e m levar e m conta o s princípios do manejo ou d a produção sustentada ( B A R R E I R A et al., 2 0 0 0 ) .

Ainda segundo a m e s m a autora, o corte seletivo de árvores seria uma prática econômica, social e ambientalmente correta do uso d a vegetação, já q u e , n e s s e tipo de intervenção, são definidas quais e q u a n t a s espécies serão retiradas de uma determinada área.

Na caatinga, o principal tipo de intervenção utilizado para a exploração d a vegetação é o s i s t e m a de corte raso.

Conforme a evolução d o s p r o c e s s o s s u c e s s i o n a i s e o acúmulo de fitomassa do povoamento, a s árvores c r e s c e m e m diâmetros, e o s p r o c e s s o s de ingrowth (árvores que i n g r e s s a m na menor c l a s s e de diâmetro) e upgrowth (árvores que movem dentro d a c l a s s e e entre c l a s s e s s u c e s s i v a s ) geram o movimento da estrutura diamétrica e m direção às maiores c l a s s e s de diâmetro. E s s e p r o c e s s o dinâmico indica que um corte seletivo pode s e r feito n a s maiores c l a s s e s de diâmetro enquanto mantém uma estrutura a d e q u a d a ao s i s t e m a de manejo seletivo e a o s objetivos de produção sustentável ( S O U Z A ; S O A R E S , 2 0 1 3 ) .

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S e g u n d o Scolforo ( 1 9 9 8 ) , a aplicação correta do corte seletivo é obviamente uma prática sustentável de condução de uma floresta, aumentando a proporção de espécies de interesses, conduzindo e s t a população a uma produção sustentável e ecológica.

S e g u n d o F e r r a z ( 2 0 1 1 ) , para garantir o equilíbrio de uma comunidade utilizando-se do manejo, é necessário realizar cortes seletivos através de c l a s s e s diamétricas, controlando a área b a s a l , removendo árvores e m todas a s c l a s s e s de diâmetros mantendo uma determinada quantidade de indivíduos n a s s u c e s s i v a s c l a s s e s diamétricas, objetivando c o n s e r v a r a estrutura inequiânea d a floresta r e m a n e s c e n t e .

2.7 Método BDq

O método B D q fundamenta-se no conceito de floresta b a l a n c e a d a , e o s e u emprego como método de determinação de corte, leva a população a um estoque r e m a n e s c e n t e , mantendo a estrutura diamétrica d a vegetação b a l a n c e a d a ( S O U Z A ; S O A R E S , 2 0 1 3 ) .

E s t e método permite quantificar a intensidade de corte por hectare e m número de árvores, volume ou área b a s a l , tornando a aplicação do s i s t e m a de corte seletivo uma técnica mais racional, e m comparação com a prática de cortar somente árvores de grande porte ou de grande valor. A seleção com b a s e quantitativa a s s e g u r a uma contínua exploração do trato florestal, com aumento progressivo d a qualidade d a s s u a s árvores componentes ( C A M P O S et a l . , 1983).

A aplicação do método de corte seletivo B D q (área basal r e m a n e s c e n t e B; diâmetro máximo estabelecido D; e a constante de D e Liocourt q) s e g u e o s procedimentos a p r e s e n t a d o s por Meyer ( 1 9 5 2 ) , citado por A l v e s Júnior (2007) e empregado por C a m p o s et a l . ( 1 9 8 3 ) . E s t a distribuição, foi descrita pelo Francês De Liocourt, no final do século X I X , que publicou o primeiro trabalho numérico sobre distribuição diamétrica, observando que a razão entre o número de indivíduos e m uma determinada c l a s s e de diamétrica e o número de indivíduos e m uma c l a s s e diamétrica adjacente mantém-se constante, gerando um quociente "q".

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Felfili et a l . (1998) comentam que, por determinar a forma d a c u r v a da distribuição diamétrica, o quociente "q" de D e Liocourt permite t a m b é m f a z e r deduções sobre o recrutamento e a mortalidade e m comunidades v e g e t a i s ( F E L F I L I et a l . , 1998). No entanto, a razão constante entre a s c l a s s e s diamétricas significa que a taxa de recrutamento será igual à t a x a de mortalidade, portanto a distribuição pode s e r considerada equilibrada ou b a l a n c e a d a .

Meyer ( 1 9 5 2 ) , citado por A l v e s Júnior ( 2 0 0 7 ) , introduz o termo floresta b a l a n c e a d a para s e referir às florestas que mantém u m a redução constante do número de árvores e m relação a o aumento de diâmetro.

C a m p o s et a l . (1983) comentam que o método do B D q permite tomar uma decisão quantitativa e m relação às árvores a s e r e m removidas e m c a d a corte. D e s s e modo, o s u c e s s o na adoção d e s s e método está relacionado com a decisão direta sobre o s valores de área basal r e m a n e s c e n t e , do diâmetro máximo a s e r alcançado, e o quociente de D e Liocourt. A s s i m , a análise d a distribuição diamétrica, através d e s t e s parâmetros, elimina a subjetividade do s i s t e m a de seleção, que consiste na remoção periódica de árvores individuais, ou e m pequenos grupos, de forma sistemática por toda a área, pois determina a intensidade de corte a s e r a p l i c a d a e m c a d a c l a s s e de diâmetro.

O e m b a s a m e n t o matemático para a aplicação do método B D q , segundo C a m p o s et a l . ( 1 9 8 3 ) , foi o seguinte:

Yj = ePo+PfDj ( 1 0 )

E m que:

Yj =número de árvores por classe de diâmetro; Dj =centro de class e de diâmetro e;

B0eB±= parâmetros que exprimem a estrutura d a vegetação e m relação à distribuição

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A p ó s a definição d a s variáveis r e m a n e s c e n t e s B , D e q, são r e a l i z a d a s a s estimativas d o s parâmetros B0 e Blt no modelo de distribuição de diâmetro,

utilizando a s seguintes expressões:

E m que:

/ ? ! = parâmetro a s e r estimado;

Dj= centro de c l a s s e de diâmetro d a j-ésima c l a s s e ;

Dj+1= centro de c l a s s e de diâmetro superior à última c l a s s e e;

E m que:

ln= logaritmo natural;

G= área b a s a l r e m a n e s c e n t e ;

Dj= centro de c l a s s e de diâmetro da j-ésima c l a s s e ;

D e acordo com S o u z a e S o a r e s ( 2 0 1 3 ) , diferentes combinações de B, D e q , quando substituídas n a s expressões anteriores, resultam e m distintos v a l o r e s de B0

e Blt que, s e empregados n a expressão Yj = e "0 +^1 - DA fornecem diferentes alternativas de colheita.

A constante q é utilizada para d e s c r e v e r o comportamento d a s distribuições diamétricas e m florestas inequiâneas a partir do inventário florestal amostrai realizado na área. Quando o valor de q é baixo, isto resulta e m u m a curva tendendo Q ~

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a uma reta e e m u m a grande quantidade de indivíduos n a s maiores c l a s s e s diamétricas (GÜL et a l . , 2 0 0 5 , citados por A L V E S JÚNIOR, 2 0 0 7 ) . O quociente q ainda pode s e r usado p a r a avaliar a s t a x a s de mortalidade e de recrutamento entre a s c l a s s e s diamétricas ( S I L V A J Ú N I O R , 2 0 0 4 ) .

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(31)

D E S Ã O J O S É D E E S P I N H A R A S - P B

(32)

MUNICÍPIO D E SÃO JOSÉ D E ESPINHARAS - PB

Francisco Tibério de Alencar Moreira1, Josuel Arcanjo da Silva2

Resumo

Na região semiárida do Nordeste brasileiro, a exploração dos produtos florestais madeireiros do bioma Caatinga vem sendo realizada de forma errônea pelos que ali habitam, sendo esta utilização voltada, primordialmente, para a extração de lenha, produção de carvão vegetal, estacas, mourões e forragem. Para tentar minimizar esses danos ocasionados a essa vegetação, deve-se utilizar a prática do manejo florestal sustentável. Este estudo objetivou desenvolver atividades relacionadas à análise da composição florística, fitossociologia e corte seletivo utilizando o método de BDq, em uma área com vegetação de caatinga. Simularam-se três alternativas de manejo com base no método BDq: redução de 40%, 50% e 60% da área basal. Foram amostrados 1.746 indivíduos pertencentes a 10 famílias, 20 gêneros e 20 espécies. A

1 3 1

área basal encontrada foi de 9,977 m2.ha" ; o volume médio estimado foi 29,29 m .ha"; Os

valores pré-estabelecidos de área basal remanescente, diâmetro máximo e da constante "q" simularam corte de árvores em todas as classes de diâmetros em todos os tratamentos, excetuando aquelas que apresentaram déficit em número de árvores, com maior intensidade nas menores classes de diâmetro.

Palavras-chave: manejo florestal, intensidade de corte, estrutura balanceada.

1 Engenheiro Florestal, mestre, Programa de PósGraduação em Ciências Florestais (UFCG), P a t o s -PB, tiberio,florestal(5)qmail.com

2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Patos -PB, Brasil, iotaarcanio@bol.com.br

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D E E S P I N H A R A S - P B

Francisco Tibério de Alencar Moreira, Josuel Arcanjo da Silva

Abstract

In the semiarid region of northeastern Brazil, the exploitation of timber forest products in the Caatinga has been wrongly done by those who live there, which is used primarily for extraction of firewood, charcoal production, stakes, posts and forage. To try to minimize these damages caused to this vegetation, you should use the practice of sustainable forest management. This study aimed to develop activities related to the analysis of the floristic and phytosociological composition and selective logging using the method of BDq in an area with caatinga vegetation. Three alternative management method were simulated based on BDq: reduction of 40 %, 50% and 60% of the basal area. 1,746 individuals belonging to 10 families, 20 genera and 20 species were sampled. The basal area was found to be 9,977 m2 ha"', the

mean estimated volume was 29.29 m3.ha"'; Pre-established values of the remaining basal area,

maximum diameter and constant" q " simulated cutting of trees in all diameter classes in all treatments, except those who had a deficit in the number of trees with greater intensity in the smaller diameter classes.

(34)

A Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, é considerada, dentre as variedades de vegetação existente na região Nordeste, o maior bioma, ocupando uma área de 844.453 km2,

equivalente a 11% do território nacional (IBGE, 2004; MMA, 2014). Segundo Angelotti et al. (2009), o bioma caatinga, dentre os biomas brasileiros, é o menos conhecido cientificamente e sempre foi visto como um espaço pouco importante, sem prioridade e sem necessidade de conservação, não obstante ser um dos mais ameaçados, devido ao uso inadequado e insustentável dos seus solos e dos recursos naturais, e por ter apenas 1% de remanescentes protegidos por unidades de conservação.

Apesar de sua representatividade, o bioma vem sofrendo com desmatamentos, nos últimos anos, devido ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável. Essa exploração errônea faz com que o bioma apresente altos índices de desmatamento, totalizando um percentual de 46% da área do bioma (MMA, 2014).

Devido a esses problemas, estudos florísticos e estruturais são de extrema importância para compreender os diferentes ecossistemas florestais. Desta forma, pode-se obter o conhecimento taxonômico, qualitativo e quantitativo, além de melhor compreender o seu comportamento, contribuindo, assim, para o conhecimento das florestas tropicais para que haja a conservação e preservação de áreas fragmentadas deste ambiente (Gentry, 1995).

Em relação à melhor forma de exploração da vegetação de caatinga, estudos realizados no bioma demonstraram que o manejo florestal sustentável mostrou-se mais expressivo. Segundo Lamprecht (1990), florestas situadas em regiões semiáridas, sujeitas a intervenções de manejo florestal em sistema de corte raso ou talhadia simples, requerem ciclos de cortes de 10 a 15 anos, para que, através do processo de regeneração natural de suas espécies, possam restabelecer seu estoque.

Souza & Souza (2005), em trabalho realizado com floresta ombrófila na Amazônia oriental, concluíram que o conhecimento da estrutura diamétrica pós-colheita seletiva auxilia a condução da floresta remanescente a uma estrutura balanceada.

O método BDq, utilizado por Campos et al. (1983), permite quantificar a intensidade de corte por hectare em número de árvores, volume ou área basal, tornando a aplicação do sistema de corte seletivo uma técnica mais racional, em comparação com a prática de cortar

(35)

corte em matas naturais mistas, as quais serão submetidas ao sistema de seleção empregando a área basal (B) a ser deixada após os cortes parciais, o diâmetro (D) máximo desejado e o quociente (q) de De Liocourt.

Assim, a análise da distribuição diamétrica, através desses parâmetros, elimina a subjetividade do sistema de seleção, que consiste na remoção periódica de árvores por toda a área, pois determina a intensidade de corte a ser aplicada em cada classe de diâmetro (Alves Júnior, 2007).

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi desenvolver atividades relacionadas à análise da composição florística, fitossociológica e corte seletivo utilizando método de BDq na vegetação de caatinga.

MATERIAIS E MÉTODOS

A pesquisa foi realizada na Fazenda Laranjeiras, localizada no município de São José de Espinharas - PB, situada na mesorregião do sertão paraibano e na microrregião de Patos - PB.

A área onde foi realizado o trabalho possui aproximadamente 100 ha e localiza-se entre as coordenadas 06°53'90" e 06°54'50" de latitude sul e 37°16'40" e 37°16'90" de longitude oeste. Atualmente, na área, não há registro de atividades agropecuárias, porém existem relatos de um histórico de perturbação em que, há cerca de 40 anos, a mesma era utilizada para o plantio de algodão, pastoreio de bovinos e caprinos.

Essa região caracteriza-se pelo clima do tipo Aw'- quente e úmido, com chuvas de verão a outono, apresentado uma precipitação média anual de 880 mm, e cerca de 79% desse total, concentra-se em 4 meses, e esse período caracteriza-se como o período chuvoso da região. A topografia apresenta, na maior parte da área do município, relevo ondulado a suavemente ondulado, com declividade média a baixa, com exceção de áreas situadas na porção sudeste e extremo sul, de relevo ondulado a fortemente ondulado, chegando à altitude de 600 metros (CPRM, 2005).

Para a coleta de dados, no inventário florestal, foram utilizadas 40 unidades amostrais com as dimensões de 20 m x 20 m (400 m2), as quais foram distribuídas sistematicamente com

(36)

além da altura total dos indivíduos.

Consideraram-se, para efeito de coleta de dados, todos os indivíduos vivos ou mortos, ainda em pé, tendo, como critérios de inclusão, CAP > 6,0 cm e Ht > 1,30 m (RMFC, 2005).

As circunferências foram medidas com o auxílio de fita métrica e, para as alturas, utilizou-se vara metálica retrátil, graduada em metros, com aproximação de 50 centímetros.

As árvores que apresentaram bifurcações abaixo de 0,30 m foram consideradas como sendo um indivíduo e tiveram os seus dados mensurados a 0,30 m do solo (CNJ3o,3o m ) , 1,30 m (CAPi^o m ) , sendo anotada a altura total dos indivíduos.

A identificação ao nível de nome vulgar foi realizada no campo, com auxílio de um mateiro, sendo coletado material botânico fértil das espécies, durante todo o período de realização do trabalho de campo, onde foram identificadas e catalogadas no herbário da UFCG, Campus de Patos-PB, e registradas sob os números CSTR 4916 até o CSTR 4935. Para a classificação das famílias, foi adotado o sistema de classificação segundo APG III (Reveal & Chase, 2011).

A composição florística foi analisada através da comparação da distribuição dos indivíduos, os quais foram agrupados em famílias botânicas, gêneros e espécies.

Na análise da composição florística, avaliou-se a distribuição das espécies por família dos indivíduos amostrados, utilizando-se os índices de diversidade de Shannon-Weaver (H'), dominância de Simpson (C), Equabilidade de Pielou (J) e Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM).

Para a análise fitossociológica, consideraram-se as estimativas dos parâmetros da estrutura horizontal e vertical, tendo sido estes parâmetros calculados pelo Software Mata Nativa, versão 3.

A estrutura diamétrica foi caracterizada por meio das distribuições do número área basal e volume por classe de diâmetro.

Para o estudo da Estrutura Vertical, avaliou-se apenas a Posição Sociológica, visto que não foram levantados dados da regeneração natural. Consideraram-se as bifurcações dos indivíduos, considerando os seus diversos fustes. Na análise da posição sociológica, a população foi dividida em três estratos de altura, conforme Souza & Leite (1993) apud Mata Nativa 2 (2006):

(37)

Estrato médio (E2): árvore com altura (h- 1 .S) < hj < (h + 1 .S) e; Estrato superior (E3): árvore com altura hj > (h+l.S).

Em que:

h = média das alturas dos indivíduos amostrados;

S = desvio padrão das alturas totais (hj);

hj = altura total da j-ésima árvore individual.

O volume dos fustes das árvores foram estimados através do modelo de Spurr ajustado por Souza (2012), conforme equação:

Para a condução da floresta a uma estrutura balanceada, utilizou-se o método BDq de seleção, apresentado por Meyer (1952) apud Alves Júnior (2010) e empregado por Campos et al. (1983).

As classes diamétricas foram definidas com amplitude de 5 cm, e os dados de frequência por classe de diâmetro foram ajustados pela função de distribuição, Yj = eP o + P l-D) , em que Yj

é o estimador do número de árvores por hectare na j-ésima classe de diâmetro, Po e Bi, os coeficientes da equação e Dj, o diâmetro correspondente ao centro da j-ésima classe de diâmetro, conforme adotado por Campos et al. (1983).

Os coeficientes Bo e Bi foram estimados com os dados provenientes do inventário florestal pelo Software Statistica versão 6.0, utilizando a estimação do modelo não-linear pelos mínimos quadrados, método Gauss-Newton.

O valor da constante q foi estimado conforme a expressão:

Ln (Vt) = -9,90967+1,02106.Ln(D2(0,3m)*Ht)

(D

(2) q =

(38)

diâmetro qualquer (Dj) pela frequência imediatamente acima (Dj+i).

De acordo com as propostas de intervenção e definição dos valores remanescentes de área basal (B), diâmetro máximo remanescente (D) e da constante q, foram calculados os novos valores dos coeficientes Bo e Pi de acordo com as expressões:

Em que:

- Po e Pi = coeficientes da equação; - In = logaritmo neperiano;

- ti = constante Pi;

- Dj = centro da j-ésima classe de diâmetro;

- Dj+i = centro da classe de diâmetro imediatamente acima; - G = área basal remanescente;

Calculados os novos valores destes coeficientes, estimaram-se as novas distribuições das frequências por classe de diâmetro, bem como das áreas basais e volumes.

Para analisar intervenções no povoamento, foram simulados três tratamentos de utilização do método BDq. O tratamento Ti simulou a redução da área basal observada em 40%; o tratamento T2, redução da área basal observada em 50%; e o tratamento T3, uma redução de 60% da área basal observada.

ßi = ln(<?) (3) D,-D,. (4) RESULTADOS E DISCUSSÕES

Na análise da suficiência amostrai pela curva do coletor, observou-se um forte incremento nas primeiras unidades amostrais, tendendo a se estabilizar na medida em que aumenta o

(39)

DFigura 1. Suficiência amostrai para a vegetação de caatinga na Fazenda Laranjeiras, município de São José de Espinharas -PB

21 n

9 T — i — i — i — i — i — i — i — i — i — i — i — i — I

1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 Unidades amostrais

No levantamento da vegetação arbórea arbustiva da Fazenda Laranjeiras, foram identificadas 20 espécies pertencentes a 10 famílias e 20 gêneros conforme a Tabela 1.

Tabela 1. Relação florística das espécies arbóreas arbustivas amostradas na Fazenda Laranjeiras, município de São José de Kspinharas - PB. listadas por ordem alfabética de famílias

Família/Espécie Nome Comum Apocynaceae

Aspidosperma pyrifolium Mart.

Bignoniaceae

Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl.

Bixaceae

Cochlospermum insigne A.St.-Hil.

Burseraceae

Commiphora leptophloeos (Mart.) J. B. Gillett

Capparaceae

Capparis flexuosa (L.) L.

Combretaceae

Combretum leprosum Mart.

Erythroxylaceae

Erythroxylum pungens O. E. Schulz

Euphorbiaceae

Cnidoscolus quercifoíius Pohl Manihot glaziovii Müll. Arg. Croton blanchetianus Baill.

Fabaceae -Caesalpinoideae Continua... Pereiro Pau d'arco Algodão bravo Imburana Feijão bravo Mofumbo Rompe gibão Faveleira Maniçoba Marmeleiro

(40)

Família/Espécie Nome Comum

Poincianella pyramidalis (Tui.) L.P.Queiroz Dalbergia frutescens (Veil.) Britton Libidibia férrea (Mart, ex Tui.) L. P. Queiroz Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud.

Senna macranthera (DC. ex Collad.) H. S. Irwin & Barneby

Fabaceae -Mimosoideae

Anadenanthera colubrina (Veil.) Brenan Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir.

Luetzelburgia auriculata (Allemão) Ducke

Rhamnaceae

Ziziphus joazeiro Mart.

Catingueira Cipó de vaqueiro Jucá Mororó São João Angico Jurema branca Jurema preta Pau pedra Juazeiro

As famílias Fabaceae e Euphorbiaceae representam 60% da riqueza das espécies arbórea-arbustivas presentes na área estudada. Esses valores são similares aos encontrados por Souza (2012), que, estudando uma área de caatinga no município de São José de Espinharas, sertão paraibano, observou que as espécies de maiores frequências pertenciam às famílias Fabaceae e Euphorbiaceae.

Em relação ao índice de diversidade de Shannon-Weaver (H'), Equabilidade de Pielou (J), Dominância de Simpson (C) e Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM), a área estudada apresentou os seguintes valores da Tabela 2.

Tabela 2. índice de diversidade florística da Fazenda Laranjeiras, município de São José de Espinharas - PB Índice de Diversidade Valores gerais

Shannon-Weaver (H') 2,13

Dominância de Simpson (C) 0,85 Equabilidade de Pielou (J) 0,70 Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM) 1:133,00

Os valores encontrados para o índice de Shannon-Weaver 2,13 nats.ind"1 foram superiores

aos encontrados por Andrade et al. (2005), que, estudando duas áreas de caatinga no Cariri Paraibano, obtiveram índices de 1,51 e 1,43, e inferiores aos encontrados por Diniz (2011), Araújo (2007) e Silva (2005) com 2,14 nats.ind"1, 2,22 nats.ind"1, 2,37 nats.ind'1 e 2,24

Referências

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