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Vista do Práticas sustentáveis para a gestão de metas da cooperflora-cooperativa dos floricultores | Acta Negócios

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COOPERFLORA-COOPERATIVA DOS FLORICULTORES

Lais Mariana da Silva Van Schaik1

Mariana Panuncio Germano2

Delton Lehr Unglaub3

Submissão: 28/03/2017 Aceite: 18/04/2017

Resumo: Este artigo visa analisar como o desempenho em termos de sus-tentabilidade corporativa dentro das perspectivas econômica, social e am-biental auxilia na gestão de metas da cooperativa. O método de pesquisa foi um estudo de caso descritivo e os dados foram coletados por meio de entrevistas com nove colaboradores, sendo eles gestores das áreas finan-ceira, de recursos humanos e de gestão ambiental, incluindo diretor geral, gerente de RH, gerente de marketing, e seus assistentes das respectivas áreas; executado na Cooperflora-Cooperativa dos floricultores situada na cidade de Holambra (SP). Dentro dos atributos analisados, observou-se

1 Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail:

lais_vans-chaik@hotmail.com

2 Bacharel em Administração pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). E-mail:

mariana_ger-mano@hotmail.com

3 Doutorando e Mestre em Administração de Organizações pela FEA-RP USP. Professor do curso de

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que a organização em estudo adota práticas sustentáveis associadas a esta pesquisa. Na perspectiva econômica existe preocupação em manter um sistema de gestão alinhado com os objetivos da cooperativa bem como seus cooperados e clientes, buscando atingir suas metas. Na perspectiva ambiental, existe um sistema de gestão com medidas básicas que podem ser melhoradas. Sobre a perspectiva social, a empresa vem obtendo suces-so nas ações, auxiliando a comunidade.

Palavras-chave: Sustentabilidade; Gestão Estratégia; Cooperativa; Gestão de Me-tas; Comunidade.

SUSTAINABLE PRACTICES FOR OBJECTIVES MANAGEMENT

OF COOPERFLORA-COOPERATIVA DE FLORICULTORES

Abstract: This article aims to analyze how the sustainable corporate performance in terms of economic, social and environmental perspec-tives assist in co-op management goals. The research method was a des-criptive case study, data were collected through interviews with nine employees and financial, human resources and environmental mana-gement, including the CEO, HR manager, marketing manager and their assistants of the respective areas; performed in cooperflora co-op flori-culturists in the city of Holambra-SP. Among the variables analyzed, it was observed that the organization adopts sustainable practices associa-ted with this research. In the economic perspective there is concern to maintain a management system in line with the objectives of the co-op and its members and clients, seeking to achieve their goals. Environ-mental perspective there is a management system with basic measures that can be improved. On the social perspective the co-op has been suc-cessful in the actions helping the community.

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47 Keywords: Sustainability; Strategic Management; Co-op; Objectives

Management; Comunity.

Introdução

O tema de sustentabilidade tem penetrado na consciência coletiva com uma velocidade surpreendente (VEIGA, 2010). Isso acontece desde 1970,mas, a partir de 2000, ocorreu um aumento da importância e da abrangência em torno desse tema. Essa preocupação não fazia parte do contexto das organizações antes desse período e vem aumentando consi-deravelmente (JABBOUR et al., 2009).

O aquecimento global é um fato de grande relevância deste século. O go-verno da maioria dos países do mundo tem algum sistema de apoio aos pro-gramas de proteção ao ambiente pelo aquecimento global e as empresas estão incluídas nesses programas. A maior parte da poluição que existe tem como causa as organizações que não tiveram essa preocupação com seus processos (JABBOUR et al., 2009). Há organizações que buscam reverter os danos cau-sados, tentando também mudar a visão das instituições a favor desses projetos.

Diante desse movimento social, a sustentabilidade parece ser um con-ceito a ser considerado pela gestão das organizações. No entanto, por se tratar de uma discussão recente, as corporações percebem o impacto do conceito em suas realidades aos poucos. É possível que o envolvimento das empresas com a sustentabilidade se inicie de várias maneiras, dependendo de inúmeros fatores relacionados a seu modelo de negócio e aos grupos com os quais se relacionam. Acionistas, fundadores, empregados, comunidade do entorno e mercado podem se tornar grupos motivadores da inclusão desse tema na pauta da gestão empresarial (PIRES; RIBEIRO, 2010).

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As empresas estão em transformação em relação a esse tema, resultando em mudanças que se tornam inerentes à dinâmica das organizações, pres-supondo assim uma permanente busca pelo aperfeiçoamento dos sistemas, políticas, práticas e processos de gestão. Diante desse ambiente de contínuas mudanças e busca pela adaptação aos novos contextos existentes na organiza-ção, a aprendizagem organizacional torna-se essencial a esses processos.

A parti desses conceitos, é possível argumentar que uma cooperativa se-ria a melhor forma para viabilizar a sustentabilidade ambiental, já que é "uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente para satis-fazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida" (OCEMG, 2016)4.

O nível de atividade das cooperativas tem aumentado, gerando novas expectativas e demandas sobre seu sistema de representação. Essa expansão em ritmo mais acelerado é associada à necessidade de ordenamento das prio-ridades, de excelência na sua atuação, bem como de superação de desafios, conquista de posições e apresentação de resultados (PIRES, 2010).

A existência de uma base cooperada significativa ressalta a importân-cia de se avaliar a formação da relação cooperativista e de compreender seus princípios e vínculos com o processo de desenvolvimento sustentável (SILVA, 2004)5. Nesse contexto, insere-se a seguinte questão: como o desempenho, em termos de sustentabilidade corporativa dentro das perspectivas econômica, social e ambiental, auxilia na gestão de metas da Cooperflora-Cooperativa dos Floricultores?

Como objetivos específicos, o trabalho visa: observar se a cooperativa estudada leva suas atividades de maneira sustentável nas três perspectivas

4 Disponível em <http://bit.ly/2nptecm>. Acesso em: 15 de março de 2017. 5 Disponível em <http://bit.ly/2C803W6>. Acesso em: 15 de março de 2017.

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analisadas, se possui a cultura de sustentabilidade inserida em sua gestão, se motiva os colaboradores a terem o pensamento sustentável e a definir uma meta sobre cada perspectiva.

Método

Esta pesquisa classifica-se, quanto aos seus objetivos, como descritiva, já que teve o intuito de descrever os fatos e fenômenos da realidade da Cooperflo-ra, com suas características, valores e problemas (TRIVIÑOS, 1987). Quanto à natureza da pesquisa, ela é qualitativa, caracterizada por Triviños (1987) como a busca do significado de dados, tendo como base a percepção de um fenômeno dentro do seu contexto, captando não apenas a aparência do fenômeno, como também a essência. Para este trabalho foi utilizado o estudo de caso como mé-todo de pesquisa, que é caracterizado por uma investigação prática de um fenô-meno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente quan-do os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definiquan-dos, tal como argumenta Yin (2005).

Os dados foram coletados através de entrevistas estruturadas realiza-das com nove colaboradores, sendo gestores realiza-das áreas: financeira, recursos humanos e gestão ambiental, e com dois assistentes de cada área descrita. As entrevistas foram realizadas em janeiro de 2016, na empresa, e

grava-das para possibilitar a transcrição e análise posteriores do material. Isso foi possível através de 10 questões formuladas especificamente para cada área citada, totalizando 30 questões.

As questões que foram elaboradas com a fundamentação em autores (devidamente referenciados na seção 2 deste trabalho) utilizados no estudo teórico desta pesquisa. Os autores que foram utilizados serviram de base

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para a análise das referidas questões na Análise dos Resultados. Para evi-tar exposição aos colaboradores, foram atribuídos números de 1 a 9 para identificar cada um deles. Além de informações sobre a empresa coletadas no site da Cooperflora e recebidas por e-mail, produziu-se o questionário adicional também respondido por e-mail.

As limitações encontradas neste estudo se destacaram por não oferecerem soluções fáceis, afinal, toda organização é dotada de complexidade e o ambien-te no qual atuam é dinâmico. Dadas as considerações, foram encontrados os seguintes empasses:

◆ Dificuldade de acesso às informações; ◆ Restrição ao número de pessoas;

◆ Restrição dos colaboradores em ter conhecimento sobre todas as informa-ções precisas a respeito da Cooperflora, especificamente na área financeira.

Quadro 1: Colaboradores entrevistados

Colaboradores Função Questionário referente.

Colaborador 1 Diretor Geral Sustentabilidade Financeira Colaborador 2 Assistente Financeiro Sustentabilidade Financeira Colaborador 3 Assistente Financeiro Sustentabilidade Financeira Colaborador 4 Gerente de Marketing Sustentabilidade Ambiental Colaborador 5 Assistente de Marketing Sustentabilidade Ambiental Colaborador 6 Assistente de Qualidade Sustentabilidade Ambiental

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Colaborador 7 Gerente de RH Sustentabilidade Social Colaborador 8 Assistente de RH Sustentabilidade Social Colaborador 9 Assistente de Vendas Sustentabilidade Social

Fonte: Elaborado pelos autores.

Para analisar os questionários foi utilizada a metodologia de análi-se documental. Essa metodologia é definida por Bardin (2009) como uma operação ou conjunto de operações visando a representar o conteúdo de um documento sob uma forma diferente do original, a fim de facilitar, num estado posterior, a sua consulta e referenciação.

Referencial teórico

Sustentabilidade e cooperativismo

Em meados da década de 1970, começou a surgir uma preocupação com o meio ambiente, o que foi visto por meio da atuação das empresas em rela-ção ao meio em que vivemos. Impulsionadas por mudanças, ocorreu uma expansão da consciência coletiva em relação ao meio ambiente e como as organizações poderiam encontrar meios para se reposicionarem com as mu-danças necessárias (TACHIZAWA, 2002). Essa iniciativa das organizações gerou documentos relevantes. Um dos mais conhecidos e recentes é o Proto-colo de Kyoto, que teve abrangência em todo o mundo e ressalta a proporção que o tema da gestão ambiental tem com o engajamento das organizações.

Os conceitos de sustentabilidade não são mais novidade. Entretanto, é possível argumentar que existe um aumento das dúvidas sobre o que é sustentabilidade, e isso permeia todos os setores. É natural que os jovens

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que nasceram e cresceram em um mundo cuja sustentabilidade tem sido mais discutida estejam conscientes a respeito dessas questões. Possivel-mente tenham uma percepção mais nítida da realidade do nosso planeta, por terem sempre convivido com a globalização das comunicações e da cultura, assim como com advertências constantes quanto à fragilidade da natureza (SAVITZ, 2007).

As primeiras discussões sobre sustentabilidade surgiram oficial-mente no final da década de 1960, quando os primeiros reflexos do desequilíbrio ocasionado pelo modelo econômico vigente tornaram-se mais perceptíveis. Diante desse desequilíbrio surgiram dúvidas a res-peito dos conceitos e crenças sobre o desenvolvimento, baseado no con-tínuo crescimento das demandas de mercado, demonstrando com niti-dez que o modelo capitalista não considerava todos os aspectos exigidos em termos econômicos, sociais e ambientais (SIMÃO et al., 2009).

Segundo Dias (2006), essa nova visão sobre o desenvolvimento surge quando se percebe que deve existir uma relação harmônica entre nós e o meio ambiente, e quando a qualidade de vida passa a ser uma condição importante para o progresso.

De acordo com Almeida Jr. (2000), o conceito de desenvolvimen-to sustentável começou a ser engendrado ainda no início dos anos 1970, quando o cenário mundial era de pobreza e deterioração ambiental, o “capital humano” e o “capital natural”. A população crescia exponencial-mente e crescia a percepção da finitude do planeta. No entanto, esses as-pectos foram negligenciados nos modelos de desenvolvimento econômico. Para Sen (2000), o desenvolvimento requer que se removam as princi-pais fontes de privação de liberdade: pobreza e tirania, carência de oportu-nidades econômicas e destituição social sistemática, negligência dos servi-ços públicos e intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos.

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De acordo com o Relatório Brundtland6, divulgado em 1987 pela Or-ganização das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento sustentável é o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem compro-meter a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades”.

Segundo Maluf (2000), mais do que nunca estamos colocados frente ao desafio de atribuir sentido, talvez mais de um sentido, à noção de de-senvolvimento quando aplicada aos processos sociais, em particular ao se tratar do desenvolvimento econômico.

O termo “sustentabilidade” é visto e interpretado sob diferentes pon-tos de vista. Alguns veem esse conceito com um ponto de vista econômico, outros acreditam que sustentabilidade seria a preocupação com o meio ambiente, mas podemos dizer que sustentabilidade significa sobrevivên-cia, entendida como um assunto muito frequente dos empreendimentos humanos e do planeta. Por esse motivo, o desenvolvimento sustentável implica planejar e executar ações, sejam elas de empresas ou de governos, sejam elas nacionais locais ou até mesmo globais, levando em conta as dimensões econômica, ambiental e social.

Para Santos (2016)7, o presidente não deve pensar em detalhes de como a empresa vai vencer, mas deve garantir que há alguém pensando no que deve ser feito para que isso aconteça, podendo ser aplicada a qual-quer organização. Segundo a autora, se for planejado o engajamento dos profissionais de uma organização, ao envolvê-los no processo de elabora-ção dos objetivos, se surpreenderá com os resultados. A comunicaelabora-ção or-ganizacional é uma das ferramentas crucias nas empresas bem-sucedidas

6 Trecho retirado do texto Report of the World Commission on Environment and Development: Our Common

Future, 1987. Disponível em: <http://bit.ly/1kxW7OR/>. Acesso em 21 fev. 2017.

7 Citação utilizada do texto de Santos (2016): Gestão de metas: como implementar a tecnologia OKR. Disponível

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ou nas que têm essa preocupação. Através dela facilita as informações, os trâmites de pensamentos, as tomadas de decisões e proporciona trabalhar de forma prudente e coesa. Há dificuldades nessa ferramenta por conta de que cada pessoa possui sua maneira de ser, pensar e agir, porém, é pos-sível estar mais próximo da eficiência, o que minimiza e muito os pontos negativos (PIMENTEL, 2001).

Sobretudo no mundo dos negócios, a empresa sustentável é aquela que gera lucro para os acionistas, ao mesmo tempo em que protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém intera-ções. Sustentabilidade na prática pode ser encarada como a arte de fa-zer negócios num mundo interdependente (SAVITZ, 2007). Lye (20085) concorda que a gestão da empresa deve dar importância tanto às obri-gações legais quanto às morais.

O cooperativismo surgiu nos meios populares como instrumento de defesa e de emancipação dos trabalhadores, como resposta à situação precária pelo qual vinham passando na época da Revolução Industrial. Como exemplo, temos os seguintes fatores: fome, doenças e excessivas jornadas de trabalho. Em busca de uma solução para os problemas sociais, os socialistas denominados utópicos, dentre eles Robert Owen, Charles Fourier e Louis Blanc, imaginaram a criação de 136 colônias autossufi-cientes, na qual seus membros seriam os proprietários, os produtores e empregados dessas colônias.

Os socialistas utópicos contribuíram para a formação da concepção cooperativa, para a definição dos princípios básicos da organização, além do funcionamento das cooperativas modernas. O pensamento socialista utópico dos séculos 17 e 18 expressa o desejo de um mundo novo, de uma

8 LYE, G. A obrigação agora é moral. Guia Exame, 2005. Disponível em: <http://bit.ly/2sGbBvB>. Acesso em: 12

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nova organização social, que seja embasada na solidariedade entre os ho-mens e na justiça social (OLIVEIRA, 2013).

Uma cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econô-micas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de proprie-dade coletiva e democraticamente gerida (OCEMG, 2006). No Brasil é a lei 5.764 de 16 de dezembro de 1971 que rege o cooperativismo, dizen-do o que são as cooperativas, como devem ser formadas e liquidadas e como devem ser estruturadas.

O nível de atividade das cooperativas cresceu nos últimos anos, ge-rando novas expectativas e demandas sobre seu sistema de representa-ção. Essa expansão em ritmo mais acelerado, associada à necessidade de ordenamento das prioridades, de excelência na sua atuação, e também com a superação de desafios, conquista de posições e apresentação de resultados, levou a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) a estruturar um planejamento estratégico.

As cooperativas baseiam seus valores em ajuda mútua e responsabili-dade, democracia, igualresponsabili-dade, equidade e solidariedade entre os membros. A primeira cooperativa surge em 1884 na cidade de Rochdale, na Inglaterra, por iniciativa de um grupo de 28 tecelões que fundaram uma cooperativa de consumo denominada Rochdale Society of Equitable Pioners, cujo principal objetivo era encontrar maneiras para melhorar a situação econômica e social pela qual passavam. O cooperativismo utiliza um método de trabalho conju-gado, possui um sistema próprio, no qual o trabalho sobrepõe-se ao capital. Isto ocorre porque os trabalhadores são, também, os proprietários dos meios utilizados para a produção. Evaristo Machado Netto, em artigo publicado9

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em 2004 pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), comenta que o cooperativismo é: “Uma das únicas práticas ao alcance de todos, independentemente de origem, idade, sexo, religião ou capacidade de investimento. O cooperativismo é atraente porque não depende de investi-mentos governamentais, embora devessem ser feitos por governos 'preocupa-dos com o social', como estamos cansa'preocupa-dos de ouvir”.

A cooperativa é uma forma efetiva de organização democrática e uma maneira legítima dos cooperados oferecerem sua força e sua qualidade de trabalho. Mesmo após todas as mudanças ocorridas ao longo do tempo, é importante destacar que os princípios cooperativistas mantiveram a es-sência que foi orientada pelos Pioneiros de Rochdale e pelos pressupostos do cooperativismo (CANÇADO et al., 2008).

As cooperativas, através das normas aprovadas pelos membros do conselho, atuam para garantir a sustentabilidade das comunidades em que estão introduzidas. O respeito pelo meio ambiente e pelas demandas sociais devem ser preocupações constantes. Por esse motivo, muitas coo-perativas possuem projetos sociais que visam ajudar o desenvolvimento da comunidade a qual faz parte.

Logo, o conceito de responsabilidade exercido pelo sistema cooperati-vista, desde a sua origem, através da aplicação dos princípios e valores nos quais as preocupações com as dimensões econômica, social, cultural, polí-tica, ambiental e espacial, é orientado para a manutenção do bom funcio-namento da rede de relaciofuncio-namentos dos envolvidos (DRUMOND, 2010).

A responsabilidade social é uma característica das cooperativas. “As ações de responsabilidade social das cooperativas não são

esporá-dicas e nem têm por objetivo o marketing para alcançar maior cre-dibilidade, mas fazem parte do seu DNA” (KOSLOVSKI, 2006, p. 1). Nos diferentes segmentos do cooperativismo, pode-se perceber que as

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cooperativas desenvolvem projetos de Responsabilidade Social que vi-sam o tema sustentabilidade, tanto de seus associados quanto da comu-nidade na qual está inserida. Segundo Ricken (2006, p. 11) os princípios cooperativistas não permitem um crescimento econômico excludente, para que ocorra o desenvolvimento sustentável é preciso “comprome-timento com uma visão responsável que busca o equilíbrio social e a interação ética com a comunidade”.

Cooperflora: uma breve retrospectiva

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A Cooperflora tem por missão disponibilizar flores de qualidade de forma inovadora, proporcionando emoções. Foi criada em 26 de novembro de 1998 pelo Grupo formado pelos irmãos Reijers. Depois de se desligar da Cooperativa Veiling Holambra, a empresa iniciou um trabalho de produção e venda de flores que veio a originar um novo polo de comercialização nacional, solidificando-se em julho do ano seguinte, com a fundação da Cooperflora — Cooperativa dos Floricultores, estabelecida na cidade de Holambra, interior de São Paulo. A partir da crescente demanda do mercado, novos produtores passaram a fazer parte do então quadro de associados.

Em 2000, a empresa Floranet Serviços foi criada para assumir a co-mercialização das flores via internet e quatro anos mais tarde, em 2004, a Cooperativa passou a ser gerenciada por uma equipe de profissionais foca-da na qualifoca-dade de produtos. A melhor definição nas áreas administrativa e logística, com processos documentados, implantados e monitorados, trouxe grande eficiência aos procedimentos e práticas adotados. Além disso, o leque

10 Informações retiradas do site oficial da Cooperflora, empresa base da pesquisa. Disponível em: <https://bit.

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de variedades comercializadas cresceu consideravelmente tornando a Coo-perflora referência em flores de corte, principalmente rosas, em todo o Brasil. Em primeiro de julho de 2013 a Cooperativa incorporou a área comer-cial, passando a ser responsável por toda cadeia logística de flores, que vai desde a produção até a venda e entrega direta para o cliente. Baseado em um banco de dados on-line, o sistema de vendas é alimentado pelos próprios pro-dutores, que disponibilizam informações sobre quantidade, qualidade, preço e prazo de entrega. Tudo isso é acessado pelos clientes via internet ou através de suporte da equipe comercial. A Cooperflora oferece ainda um sistema de distribuição em nível nacional, garantindo abastecimento de mercadorias em todo o país com grande sucesso. São mais de 300 clientes cadastrados e cerca de 350 variedades em comercialização. A Cooperflora cresce, em média, 12 a 15% ao ano e deve manter a mesma projeção para os próximos cinco anos.

Análise dos resultados

Na análise dos dados, os resultados foram segregados em Perspectivas Econômicas, Perspectivas Ambientais e Perspectivas Sociais. Para cada pers-pectiva elaborou-se 10 questões. Porém, em cada tópico da perspers-pectiva não foram abordadas todas as questões (somente em algumas). Isso ocorreu de-vido à repetição de informações entre os colaboradores. Assim, o conteúdo mais relevante é destacado na apresentação de cada questão, sua resposta e a análise. Sendo que a análise da questão foi fundamentada em autores trata-dos na fundamentação teórica, como já mencionado.

Os dados coletados buscam identificar e diagnosticar como cada uma lida com a sustentabilidade e como a implanta em seu meio; procurou compreender a abordagem da empresa em gerenciar estes denominadores;

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elaborar uma análise qualitativa dos dados que foram levantados e relacionar as perspectivas estudadas ao desempenho da empresa.

A tendência mercadológica evidencia que a preservação ambiental e ecológica deve continuar expandindo de forma permanente e definiti-va. Para Tachizawa (2002), essa expansão mostra que os resultados eco-nômico-financeiros passam a depender cada vez mais de decisões em-presariais que levem em conta que: a) Lucratividade e Gestão Ambiental não se conflitam; b) O movimento ambientalista cresce cada vez mais no mundo; c) Cliente e comunidade valorizam a proteção ambiental; d) A demanda/faturamento das organizações depende diretamente das pressões de comportamento do consumidor por suas preferências para produtos/serviços de organizações ecologicamente corretas.

Perspectivas econômicas

Segundo entrevistas com os colaboradores 1, 2 e 3, tendo como referência o questionário financeiro, observou-se nesse contexto que a Cooperflora promove o crescimento da economia atribuindo importân-cia à proximidade entre produtor e mercado consumidor, analisando e verificando o alinhamento com o orçamento de todas as despesas e investimentos mensalmente, tendo como um ponto importante a ten-dência de faturamento. A cada mês a empresa verifica o desempenho e o atingimento das metas. Após essa análise, avaliam se os investimentos serão iniciados ou não.

Um ponto importante foi que realizamos no ano de 2014 uma revisão de todas as despesas e contratos e houve forte redução nas despesas de nossa

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Cooperativa. Isso nos possibilitou entrar no ano de 2015 bem equilibrados. Para 2016, o orçamento está equacionado e isso nos fortalece perante o mercado (Colaborador 1).

Pode-se perceber que a Cooperflora busca praticar os conceitos teóricos. Segundo Savitz (2007), a estabilidade financeira da Cooperativa, ou seja, o or-çamento está baseado em uma meta atingível e não deve buscar financiamen-tos. Assim, o crescimento da organização é feito com capital próprio e emba-sado em valor de faturamento desafiador, porem crível. Os gerenciamentos de riscos sobre os clientes também são importantes na gestão da organização, mantendo-a sob controle e também visando a velocidade de reposicionamen-to em mudanças de cenário e de mercado.

A respeito da visão de a cooperativa ser um atrativo para os olhos dos investidores no quesito de sustentabilidade:

A perenidade do sistema cooperativista é que trará melhores preços aos cooperados. Somente a união dos membros, o que o sistema cooperati-vista proporciona em 100%, é o que nos trará força. Os cooperados têm que continuar acreditando em nosso modelo para que possam investir em novas estufas e variedades, pois o investimento em uma nova estufa é sig-nificativo (Colaborador 1).

Isso corrobora a teoria de que o cooperativismo é uma abordagem que considera as cooperativas como a forma ideal de organização das ativida-des socioeconômicas da humanidade. O que não difere muito do conceito de sustentabilidade, que é a capacidade de interagir com o mundo preservando o meio ambiente para não comprometer os recursos naturais das gerações futuras (KOSLOVSKI, 2006; RICKEN, 2006).

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No que se refere ao critério de relação com investidores, a Cooperflora não possui novos investidores, mas pode ter novos cooperados. A eficiência econômica e a transparência comercial e de gestão são os pilares para manter a Cooperativa como um atrativo a esses novos cooperados (Colaborador 3). Vale ressaltar que a Cooperflora tem como premissa desenvolver os atuais cooperados. Porém se houver mercado para ser trabalhado e nenhum dos produtores atuais estiver disposto a investir na ampliação de sua produção, logo, é possível acionar o mercado produtor e identificar potenciais novos cooperados (Colaborador 2).

Para Pimentel (2001), a organização não deve priorizar fornecedores que realizam práticas insustentáveis. Assim, a Cooperflora, exige o selo inter-nacional chamado MPF (considerado um grande diferencial quanto à gestão ambiental), pois entende que o mercado consumidor, tanto atacadista como de clientes de supermercado, começam a valorizar este selo. Portanto, é soli-citado para os fornecedores a certificação de que os mesmos estão pagando os royalites para os breeders (fornecedores das matrizes genéticas das varie-dades produzidas) (Coaborador 1).

Quadro 2: Meta econômica Cooperflora

Meta Procedimento Resultado Esperado

Crescimento do

ano de 2016. Através da análise do faturamento global da Cooperativa. Análise dos custos operacionais. Crescimento anual de 12% a 15%

Fonte: Colaborador 1.

Segundo o colaborador 1, a meta econômica da Cooperflora está ligada ao faturamento global. Para o ano de 2016 previu-se um

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crescimento aproximado de no mínimo 12%, índice definido de acordo com os custos operacionais.

A situação ideal no desenvolvimento de uma empresa é aquela que os interesses financeiros coincidem com os interesses sociais e ambien-tais. O movimento em busca desse lugar ideal chama-se sustentabilida-de e muitas empresas estão começando a explorá-la como os mais revo-lucionários conceitos de negócio das últimas décadas (SEN, 2000). Isso proporciona, assim, soluções que viabilizem recompensas ambientais e sociais, além de resultados financeiros. As empresas que infringem os princípios da sustentabilidade estão sujeitas a sérios retrocessos em seus objetivos de negócios.

Perspectivas ambientais

Referente ao critério de adoção de práticas de produção e consu-mo sustentáveis, de acordo com as entrevistas sobre sustentabilidade ambiental realizadas com os colaboradores 4, 5 e 6, a Cooperflora exi-ge que, ao se tornar cooperado, os produtores passem por uma série de avaliações no que diz respeito à adoção de práticas de produção ecologicamente corretas.

Entre elas, o colaborador 4 citou a realização do controle biológi-co de pragas e doenças (no lugar do uso de pesticidas e demais agro-tóxicos químicos, utiliza-se o predador natural da praga em questão para combatê-la, não agredindo assim o meio ambiente), e também a utilização de água de chuva para hidratação das flores em produção, além do descarte correto de resíduos (como embalagens, insumos e descartes orgânicos). Desta forma, a cooperativa garante que todos os produtores cooperados mantenham práticas sustentáveis de produção.

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Algumas dificuldades encontradas na Cooperflora ao implantar práticas sustentáveis foi a resistência de alguns produtores e colabo-radores à mudança:

Acredito que a principal dificuldade seja em relação a mudança de cultura das pessoas envolvidas nos nossos processos (colaboradores, produtores e fornecedores, entre outros), além da necessidade de alguns investimentos imediatos que só terão retorno direto a longo prazo (Colaborador 4, Cooperflora).

Entende-se que a Cooperflora utiliza de forma racional os recursos não renováveis nos processos de transporte de seus produtos, otimizando os processos logísticos e rotas de distribuição. Isso é comprovado através dos feitos da Cooperflora, que seguem a teoria de que uma cooperativa deve buscar, também, por fornecedores e transportadoras que trabalham de acordo com os princípios e valores da empresa (CANÇADO et al., 2008). Os colaboradores também ajudam na preservação das práticas implantadas aderindo a simples ações dentro da empresa, como se-parar o lixo nos containers específicos, visando otimizar a coleta seletiva. Além disso, cada um pode fazer a sua parte reduzindo o consumo de copos plásticos, levando uma garrafa pessoal, e dimi-nuindo a quantidade de impressões que não tenham grande necessi-dade (Colaborador 4, Cooperflora).

Para Santos (2016) a sustentabilidade ambiental é vista como uma for-ma de fazer negócios, afinal os consumidores estão cada vez for-mais conscien-tes e exigenconscien-tes em relação aos produtos que consomem. Hoje as pessoas querem saber a história por trás de cada marca e produto que levam para casa. Querem saber em que condições são produzidos, por quem, em que

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momento, com quais matérias primas, enfim, querem o maior número de informações possíveis. Isso determinará a compra.

Quadro 3: Meta ambiental Cooperflora

Meta Procedimento Resultado Esperado

Implantar o programa 5S em defi-nitivo na Cooperflora até o final de dezembro 2016.

Através de treinamentos e conscientizações.

Visando organização, limpeza e segurança no ambiente de trabalho.

Fonte: Colaborador 6.

De acordo com o colaborador 6, uma das metas da Cooperflora é implantar por definitivo o programa 5S, que além de visar a parte de organização e limpeza ajudará a cooperativa a fazer a reciclagem de lixos, realizando a coleta seletiva, dando importância também para a segurança do colaborador. Isso não só auxilia a gestão da Cooperflo-ra, mas também faz com que os colaboradores levem esses conceitos para suas casas.

Nesse sentido, o pensamento sustentável da Cooperflora, que visa a redução de custos, se alinha à teoria. Nas entrevistas é possível con-cluir que, em alguns casos, as opções sustentáveis da empresa acabam sendo mais caras a curto prazo se considerar apenas a questão finan-ceira, realidade citada anteriormente nos estudos de Koslovski (2006). Por exemplo, isso foi elencado pelo colaborador 5. A sustentabilidade ambiental é essencial para a preservação do negócio em si, o traba-lho está diretamente relacionado com o meio ambiente e os recursos promovidos por ele. No caso da Cooperflora, vai além da ética, é uma questão de sobrevivência.

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Perspectivas sociais

De acordo com pesquisa realizada com os colaboradores 7, 8 e 9, sobre o aspecto das práticas trabalhistas e docentes, na parte de trei-namento e desenvolvimento dos colaboradores, a Cooperativa possui normas de condutas e as normas são divulgadas no primeiro dia de tra-balho dos funcionários, na interação, realizada pelo setor de RH.

No que se refere à saúde e segurança do trabalhador, de acordo com o colaborador 8, a organização considera importante e atua com pro-gramas de prevenção de acidente, treinamento e criação de brigada de emergência, conscientização e fornecimento de equipamentos de segu-rança; a empresa segue o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCM-SO). Na época da pesquisa, a empresa não possuía nenhum colaborador com deficiência física.

No que tange à cidadania corporativa, segundo o colaborador 9, a organização atua por meio de ajuda mensal aos escoteiros; apoio às ações da comunidade; semana “C” (Semana do Cooperativismo); arre-cadação e doação de roupas e alimentos; oficina de arranjo de flores no clube da 3ª idade; doações esporádicas a instituições (alimentos, roupas, sapatos, produtos de higiene); e doação de flores.

De acordo com o Colaborador 8, a Semana “C” (Semana do Co-operativismos) serve como incentivo para o trabalho em equipe, pois durante essa semana são realizadas gincanas entre os setores da orga-nização para arrecadação de roupas, alimentos, produtos de limpeza e higiene pessoal, a fim de ajudar pessoas carentes.

O colaborador 7 diz que essas ações são vistas de forma positiva, motivam os colaboradores a cooperar com o próximo, melhorando a

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integração e o trabalho em equipe. Entretanto, alguns colaboradores não demonstram interesse pelo contexto social e sustentável da empresa, ain-da que a cooperativa divulgue os resultados no informativo ain-da Cooper-flora, que é encaminhado aos colaboradores e produtores como forma de incentivo e agradecimento a cada pessoa que participou das ações.

Estas ideias citadas pelos colaboradores são parecidas com o que foi escrito por Drumond (2010) sobre o cooperativismo. Em sua obra, o autor define o grupo como parte do terceiro setor. Logo, trata-se de uma associação de pessoas, com valores e princípios previamente acordados. Dessa forma, as cooperativas tentam atenuar as desigual-dades sociais que são oriundas do acúmulo de riquezas e de poder, próprias do desenvolvimento capitalista.

Os três entrevistados estão de acordo com a divulgação da norma de conduta a todos os funcionários, que são apresentadas no primeiro dia de trabalho. Sobre contribuições políticas, a empresa é vinculada ao sindicato da classe em que atua e cumpre formalmente com as le-gislações locais vigentes.

Quadro 4: Meta social Cooperflora

Meta Procedimento Resultado Esperado

Continuar com arrecadação de

itens para doação. Através de gincanas e ações. Visando ajudar a comunidade a qual está inserida.

Fonte: Colaborador 9.

O colaborador 9 relatou uma experiência na qual participou da entrega de doações de chinelos para uma casa de crianças carentes. A Cooperflora realizou a compra dos materiais na ocasião e também efetua doações frequentes à entidade.

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Para Maluf (2000), os empreendimentos econômicos cooperativos, se forem fiéis e coerentes com sua natureza e leais aos aspectos que lhes são peculiares, contribuem de forma relevante nos processos de sustentabilidade. Como percebe-se nas falas dos entrevistados, o autor está implicitamente fa-lando sobre a realidade da Cooperflora de forma ainda mais contemporânea. Os entrevistados falam sobre a motivação dos associados a preservarem o seu patrimônio, a sua propriedade, de forma a poder continuar a servir não ape-nas às necessidades das gerações atuais, mas também das gerações futuras.

Isto vai ao encontro dos conceitos de sustentabilidade discutidos na fun-damentação teórica deste trabalho, conforme diversos autores (KOSLOVSKI, 2006; RICKEN, 2006; LYE, 2005). Lye (2005) ainda ressalta que as expecta-tivas dos consumidores estão levando as empresas a pensar não apenas suas obrigações legais, mas também suas obrigações morais.

Considerações finais

Buscou-se nesse trabalho analisar como o desempenho em termos de sustentabilidade corporativa, dentro das perspectivas econômica, social e ambiental auxilia na gestão de metas da cooperativa. Os objetivos específi-cos deste artigo foram: observar se a Cooperflora realiza suas atividades de maneira sustentável nas três perspectivas estudadas, se possui a cultura de sustentabilidade inserida em sua gestão, se motiva os colaboradores a terem o pensamento sustentável, e definir uma meta sobre cada perspectiva. Chegou--se ao resultado por meio do estudo de caso realizado através de entrevistas

com nove colaboradores da Cooperflora.

Observa-se que dentro da parte econômica financeira existe uma preocupação em manter um sistema de gestão alinhado aos objetivos da

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cooperativa, bem como seus cooperados e clientes, verificando, portanto, se há atingimento de suas metas. Quanto à sustentabilidade ambiental, exis-te um sisexis-tema de gestão, porém com medidas básicas. Em relação à par-te social, a empresa possui um sispar-tema de gestão inpar-terna responsável pela comunicação e divulgação de ações sociais desenvolvidas. A empresa vem obtendo sucesso em suas ações, auxiliando a comunidade e é importante continuar mantendo esse auxílio.

A partir dos resultados, foi possível considerar que a Cooperflora dis-põe de recursos para ampliar seu escopo de atuação com relação à susten-tabilidade. O estudo também permitiu identificar as oportunidades de me-lhoria, bem como priorizar práticas de gestão que possibilitem a evolução da cooperativa agregando valor para todas as partes interessadas, no que tange à sustentabilidade corporativa e abrange as práticas das perspectivas social, ambiental e econômica.

Sugere-se a possibilidade de estudos futuros para verificar o nível de aplicação de cada prática em outras cooperativas e também os ganhos decor-rentes da aplicação dessas premissas de sustentabilidade. Diante do exposto, espera-se que o presente estudo possa contribuir para a reflexão de melhoria do desempenho social, ambiental e econômico da Cooperflora.

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