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Terminação de machos de origem leiteira com dietas de milho ou milheto, inteiro ou moído

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

TROPICAL

Terminação de machos de origem leiteira com dietas de milho ou

milheto, inteiro ou moído

MARYANNE SILVA CUNHA

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical da Universidade Federal do Tocantins.

Área de Concentração: Produção Animal

Orientador: Prof. Dr. José Neuman Miranda Neiva

ARAGUAÍNA

2016

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MARYANNE SILVA CUNHA

TERMINAÇÃO DE MACHOS DE ORIGEM LEITEIRA COM DIETAS DE MILHO OU MILHETO, INTEIRO OU MOÍDO

Dissertação apresentada para obtenção do título de Mestre, junto ao Programa de Pós-graduação em Ciência Animal Tropical da Universidade Federal do Tocantins.

Área de Concentração: Produção Animal

Orientador: Prof. Dr. José Neuman Miranda Neiva

ARAGUAÍNA 2016

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Tocantins

C972t Cunha, Maryanne Silva.

Terminação de machos de origem leiteira com dietas de milho ou milheto, inteiro ou moído. / Maryanne Silva Cunha. – Araguaína, TO, 2016.

75 f.

Dissertação (Mestrado Acadêmico) - Universidade Federal do Tocantins – Câmpus Universitário de Araguaína - Curso de Pós-Graduação (Mestrado) em Ciência Animal Tropical, 2016.

Orientador: José Neuman Miranda Neiva

1. Nutrição animal. 2. Digestibilidade. 3. Desempenho. 4. Comportamento. I. Título

CDD 636.089

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – A reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.

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por

MARYANNE SILVA CUNHA

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtençâo do título de Mestre, sendo julgada e aprovada pela Banca Examinadora formada por:

ARAGUAÍNA 2016

. Dr. José Neuman Miranda Neiva, UFT

Prof. Dra. Fabrícia Rocha Chaves Miotto, UFT

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me concedeu a oportunidade de realizar esse sonho, me fortaleceu na caminhada e me presenteou com pessoas especiais a meu lado.

Aos meus pais e irmãos pela compreensão, amor e apoio em meus estudos.

A Capes pela concessão do auxílio financeiro da bolsa e para realização das atividades experimentais.

À Universidade Federal do Tocantins pelo apoio nos estudos e por proporcionar a estrutura necessária para condução do ensaio experimental.

A Empresa Agrocria Nutrição Animal, por financiar parte dos custos da pesquisa como o Engordim utilizado.

Ao prof. Dr. José Neuman, pela confiança, ensinamentos e por mais uma vez contribuir na minha formação acadêmica.

Ao professor PhD. João Restle e a professora Drª. Fabrícia Miotto pelo exemplo profissional, dedicação, auxílio e ensinamentos.

Ao professor Dr. Luciano Fernandes Sousa pela realização das analises estatísticas.

Aos amigos de pós-graduação André Augusto, André Teles, Carla, Francianne, Haline, Jhone (Moicano), Karina, Luan, Marcio, Rafael (Paçoca) e Tais, pelas conversas, pelo companheirismo, pela ajuda, pelos risos. Foi uma honra viver essa jornada ao lado de vocês!

Aos meus amigos, em especial Renata Campos, por sua dedicação diária com o experimento, você me ensinou o verdadeiro significado de amizade.

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Aos bolsistas que ajudaram na condução do experimento, Allan e Íthalo, pelo comprometimento durante o ensaio, e a todos os voluntários, que foram indispensáveis para a realização do trabalho.

Aos membros do grupo de pesquisa em nutrição de ruminantes, em especial Raquel, Angélica, Odislei, Lorena e Aline, sem essa família não seria possível concretizar esse trabalho.

Aos funcionários da Universidade Federal do Tocantins, Fenix e Jorima que contribuíram para a realização deste trabalho, em especial Rafael, Seu Elimar, Clovis, Valtinho e Rusivan.

Ao técnico do laboratório de Nutrição, Adriano, pelo auxílio durante a realização das análises laboratoriais.

A todos que contribuíram direta e indiretamente na realização deste trabalho.

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"Tudo posso Naquele que me fortalece."

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I- CONSIDERAÇÕES INICIAIS ... 14

1 REVISÃO DE LITERATURA ... 15

1.1 Terminação de bovinos mestiços de origem leiteira ... 15

1.2 Dietas de alto grão ... 17

1.3 Adaptação e estabilidade ruminal ... 18

1.4 Processamento dos grãos ... 19

1.5 Substituição do grão de milho por grão de milheto ... 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 22

CAPÍTULO II - DESEMPENHO PRODUTIVO E PARAMETROS SANGUÍNEOS DE MACHOS DE ORIGEM LEITEIRA ALIMENTADOS COM DIETAS DE MILHO OU MILHETO, INTEIRO OU MOÍDO ... 27

1 INTRODUÇÃO ... 29

2 MATERIAL E MÉTODOS ... 30

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 35

4 CONCLUSÃO ... 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 50

CAPÍTULO III - COMPORTAMENTO INGESTIVO DE MACHOS DE ORIGEM LEITEIRA ALIMENTADOS COM DIETAS DE MILHO OU MILHETO, INTEIRO OU MOÍDO ... 56 1 INTRODUÇÃO ... 58 2 MATERIAL E MÉTODOS ... 59 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 63 4 CONCLUSÃO ... 72 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 72

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RESUMO GERAL

Objetivou-se avaliar o efeito da substituição dos grãos de milho por milheto, fornecidos moídos ou inteiros, sobre o consumo, digestibilidade, desempenho, parâmetros sanguíneos, avaliação econômica e comportamento ingestivo de machos de origem leiteira terminados em confinamento. Utilizou-se 28 tourinhos com peso médio inicial de 262,70 ± 26,04 kg, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2 x 2, com sete repetições por tratamento. Foram avaliadas quatro dietas experimentais contendo dois tipos de grãos (milho x milheto) e duas formas de processamentos dos grãos (moído x inteiro). Os consumos de matéria seca (CMS), de proteína bruta (CPB) (P=0,059), de extrato etéreo (CEE) e de carboidratos não fibrosos (CCNF) apresentaram interação (P<0,05) entre os fatores avaliados. O fornecimento da dieta de milheto inteiro aumentou o CMS (%PV), CEE e CCNF em comparação ao milheto moído, assim como aumentou o CMS, CPB, CEE e CCNF em comparação a dieta de milho inteiro. A substituição do grão de milho por milheto reduz os coeficientes de digestibilidade aparente do extrato etéreo (CDAEE), dos carboidratos não fibrosos (CDACNF) e os valores de nutrientes digestíveis totais (NDT) (P<0,05). A moagem dos grãos aumenta os coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca e dos nutrientes (P<0,05), com exceção da FDN (P>0,05). A concentração de fosfatase alcalina apresentou interação (P<0,05) entre os fatores estudados, a qual foi menor para a dieta milheto inteiro em comparação as demais dietas avaliadas. O peso final, ganho de peso total e o ganho médio diário foram semelhantes independentemente dos tipos (P>0,05) e das formas de processamento dos grãos (P>0,05). Os fatores avaliados não alteraram a receita bruta (P>0,05), mas modificaram a receita líquida (P<0,05), a qual foi menor para a dieta de milheto inteiro em comparação as demais dietas avaliadas. Os tempos de alimentação e ruminação não foram alterados pelos tipos (P>0,05) nem pelo processamento dos grãos (P>0,05). Por outro lado, o tempo de ócio foi maior para os animais que consumiram dietas de milho (P<0,05) e o tempo de outras atividades foi maior para os animais que consumiram as dietas de milheto (P<0,05). Houve interação (P<0,05) entre os fatores avaliados sobre o número e a duração das mastigações merícicas por bolo ruminal, os quais foram mais elevados para a dieta de milheto inteiro. Dessa forma, o grão de milheto pode substituir o grão de milho na dieta de machos de origem leiteira em confinamento por promover desempenho semelhantes. Porém, os grãos de milheto devem ser fornecidos moídos, em função do aumento na disponibilidade de energia promovida pela moagem desse grão, resultando em aumento na eficiência alimentar e no retorno econômico da atividade.

Palavras-chave: alto concentrado, conversão alimentar, ingestão, número de refeições

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ABSTRACT

The objective was to evaluate the effect of substitution of corn grain by pearl millet, ground or whole, on intake, digestibility, performance, blood parameters, economic evaluation and feeding behavior young bulls of dairy origin finished in feedlot. We used 28 young bulls of dairy origin with average initial weight of 262.70 ± 26.04 kg, distributed in a completely randomized design with a 2 x 2 factorial arrangement, with seven replicates per treatment. We evaluated four experimental diets containing two types of grains (corn x pearl millet) and two forms of processing of the grains (ground x whole). The dry matter (DMI), crude protein (CPI) (P=0.059), ether extract (EEI) and non-fiber carbohydrates (NFCI) had interaction (P<0.05) among the factors evaluated. The whole millet diet increased the DMI (% PV), EEI and NFCI compared to ground pearl millet. The grain whole millet increased DMI, CPI, EEI and NFCI compared to whole corn grain. Replacing corn grain by grain millet reduces the apparent digestibility coefficients of ether extract (EEADC), non-fibrous carbohydrates (NFCAD) and total digestible nutrients (TDN) (P<0.05). The processing of grain increases the apparent digestibility coefficients dry matter and nutrients (P<0.05), except for NDF (P>0.05). There was interaction between the factors (P<0.05) for the concentration of alkaline phosphatase, which was lower for the whole millet diet compared to other evaluated diets. The final weight, total weight gain and average daily gain were similar regardless of the types (P>0.05) and the processing of grains (P>0.05). The evaluated factors do not alter the gross revenue (P>0.05), but modified net revenue (P<0.05), which was lower for the whole pearl millet diet compared to other evaluated diets. The food and rumination times have not changed in response to the type (P>0.05) or the processing of grains (P>0.05). On the other hand, the idle time is greater for animals fed corn (P<0.05) and time of other activities it greater for pearl millet diet (P<0.05). There was an interaction (P<0.05) among the factors evaluated on the number and duration of rumination chews per bolus, which were higher for the whole pearl millet diet. Thus, the grain of pearl millet can replace corn grain in the diet of dairy male in confinement for promoting similar performance. However, pearl millet grains should be provided ground, due to increased availability energy promoted by processing resulting in increased feed efficiency and economic return of activity.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Alb Albumina

ALP Fosfatase alcalina

AST Aspartato aminotransferase CB Comprimento do braço

CCNF Consumo de carboidratos não fibrosos CEE Consumo de extrato etéreo

CFDN Consumo de fibra em detergente neutro Clt Colesterol

CMS Consumo de matéria seca

CNDT Consumo de nutrientes digestíveis totais CNF Carboidratos não-fibrosos

CP Comprimento da perna CPB Consumo de proteína bruta Crt Creatinina

CT Carboidratos totais CV Coeficiente de variação

DACNF Digestibilidade aparente dos carboidratos não fibrosos DACT Digestibilidade aparente dos carboidratos totais

DAEE Digestibilidade aparente do extrato etéreo

DAFDN Digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro DAMS Digestibilidade aparente da matéria seca

DAPB Digestibilidade aparente da proteína bruta dL Decilitro

EAFDN Eficiência alimentar da fibra em detergente neutro EAMS Eficiência alimentar da matéria seca

EAMS Eficiência de alimentação da matéria seca EAPB Eficiência alimentar da proteína bruta EE Extrato etéreo

EMVZ Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia

ERFDN Eficiência de ruminação da fibra em detergente neutro ERMS Eficiência de ruminação da matéria seca

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FD Frequência de defecação FDA Fibra em detergente ácido FDN Fibra em detergente neutro FM Frequência de micção

Glc Glicose

GMD Ganho médio diário GPT Ganho de peso total Kg/dia Quilograma por dia Kg/h Quilograma por hora

mg miligrama

MN Matéria natural MS Matéria seca MS/h Matéria seca/hora

NBMD Número de bolos mastigados por dia NDT Nutrientes digestíveis totais

NIDA Nitrogênio indigestível em detergente ácido NIDN Nitrogênio indigestível em detergente neutro NMD Número de mastigações merícicas por dia NMMB Número de mastigações merícicas por bolo NRC National Research Council

PB Proteína bruta PB Perímetro do braço Pr Processamento

PMSF Produção de matéria seca fecal PI Peso inicial

Pe Período

PV Peso vivo

TMB Tempo de mastigação por bolo TMD Tempo de mastigação por dia Tgl Triglicerídeos

U/L Unidades por litro

UFT Universidade Federal do Tocantins UR Ureia

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CAPÍTULO I- CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os machos de origem leiteira são geralmente descartados logo após seu nascimento em propriedades que possuem rebanho composto de raças especializadas. Já nas fazendas que necessitam do bezerro ao pé para ejeção do leite da vaca os animais são criados de forma negligenciada, o que gerou a crença de que esses animais apresentam baixo desempenho produtivo. Contudo, os machos leiteiros tem sido alvo de pesquisas (ALENCAR et al. 2015; BRINGEL, 2014; REZENDE et al., 2012; ROCHA JUNIOR et al., 2010; SANTANA et al., 2015), que indicam que estes podem obter bons desempenhos quando recebem um manejo nutricional adequado.

A produção bovina no Brasil é realizada principalmente a pasto, entretanto nos últimos anos houve aumento no número de animais terminados em confinamento devido ao aumento da demanda externa e maior disponibilidade de grãos. A técnica é utilizada sobretudo na época seca do ano em função da baixa disponibilidade quantitativa e qualitativa de forragem no pasto. Dessa forma, livre da susceptibilidade das variações climáticas para o atendimento das exigências nutricionais dos animais, o sistema possibilita que o animal cresça de forma contínua, promovendo redução da idade de abate e consequentemente produção de carcaças e carne de melhor qualidade, o que permite atender potenciais mercados importadores.

Na busca pela intensificação na produção, dietas com altos níveis de concentrado vêm sendo cada vez mais utilizadas na alimentação de bovinos em confinamento, estimulados pelo aumento da produção de grãos e de subprodutos da agroindústria no país. Neumann et al. (2015), avaliando o fornecimento de dieta 100% concentrada (milho grão inteiro e suplemento comercial peletizado) em comparação a duas dietas com 55% de concentrado mais silagem de milho ou feno de aveia para novilhos da raça Holandesa, verificaram que a dieta isenta de volumoso promoveu menor consumo diário por animal, ganho de peso superior a dieta com feno e melhor conversão alimentar em relação as demais dietas avaliadas. Pordomingo et al. (2002), trabalhando com rações de grão de milho inteiro relataram que parte desses grãos (7 a 9,5%) são recuperados nas fezes dos animais. Contudo, essas perdas não tem sido significativas em função do ganho de peso e da eficiência alimentar elevados obtidos com essas dietas (KATZUKI, 2009).

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A alimentação é um componente que apresenta grande impacto nos custos de produção em confinamento e segundo Restle et al. (2007) pode representar mais de 70% dos custos de produção, quando se desconsidera a compra dos animais. Portanto, torna-se necessária a utilização de estratégias que visem a redução desses custos, dentre as alternativas está a utilização de grãos de culturas anuais secundárias. Trabalhos tem verificado o potencial da substituição do grão de milho pelo grão de milheto na dieta de bovinos, por não observar alteração no desempenho e características de carcaça dos animais (BERGASMACHINE et al., 2011; BRINGEL, 2014; GONÇALVES et al., 2010), visto o bom valor nutricional desse grão.

Desta forma, faz-se necessário avaliar o efeito da substituição dos grãos de milho por milheto, fornecidos moídos ou inteiros, sobre o consumo, desempenho, digestibilidade, parâmetros sanguíneos, avaliação econômica e comportamento ingestivo de tourinhos de origem leiteira terminados em confinamento com dietas isentas de volumosos.

1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1 Terminação de bovinos mestiços de origem leiteira

O sistema de produção de leite no Brasil tem sofrido um processo de intensificação por meio da adoção de tecnologias que permitiram que o país alcançasse local de destaque, tornando-se o quinto maior produtor de leite bovino do mundo (FAO, 2014). Apesar dos números expressivos, os produtores ainda se veem reféns dos baixos preços pagos pelo litro de leite nas indústrias, que comprometem a rentabilidade da atividade. Uma alternativa para reduzir essa dependência é o aproveitamento dos machos de origem leiteira para a produção de carne. Sabendo que no ano de 2013 foram ordenhadas 22,9 milhões de vacas (IBGE, 2013) e considerando que 50% dos animais nascidos são machos, com uma taxa de sobrevivência de 90%, tem-se 10,35 milhões de bezerros disponíveis anualmente que podem ser utilizados para esse fim.

O aproveitamento da machos de origem leiteira é uma prática habitualmente utilizada em países com pecuária leiteira desenvolvida, como Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia. No Brasil observa-se a cultura do descarte de bezerros

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machos leiteiros, devido as dificuldades da sua criação em função das suas elevadas exigências de nutrição, sanidade e conforto (ALMEIDA JUNIOR et al., 2008). Hotzel et al. (2014) ao realizarem um levantamento de práticas de manejo em 242 pequenas propriedades leiteiras de Santa Catarina, as quais respondem por 79,4% da produção de leite do Estado, relataram que em 51% dessas propriedades os machos leiteiros eram criados para o próprio consumo da fazenda, vendidos a preços simbólicos ou doados; 14% sacrificam os machos recém nascidos quando seu número excedia a capacidade de criar ou de doar; e 35% das propriedades sacrificavam todos os machos logo após o nascimento. Assim, observa-se que uma importante fonte de renda deixa de ser explorada nas fazendas leiteiras.

Fernandes et al. (2004), trabalhando com garrotes inteiros (Nelore, Holandês x Zebu e Caracu x Zebu), não verificaram efeito significativo dos grupo genético sobre o consumo de matéria seca, ganho de peso ou para os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes. Resposta corroborada por Rocha Junior et al. (2010), que ao trabalhar com novilhos Nelore e Mestiços (1/2 Holandês, 1/4 Gir e 1/4 Nelore) terminados em confinamento, não observaram diferenças para peso final, ganho médio diário, peso de carcaça quente e fria, espessura de gordura subcutânea e área de olho de lombo. Contudo, observaram maiores rendimentos de carcaça e maior porcentagem de traseiro para os animais Nelore, enquanto mestiços apresentaram maior percentual de dianteiro (ROCHA JUNIOR et al., 2010). No entanto, deve-se considerar que os animais Nelore sofreram um intenso processo de seleção destinada a produção de carne.

Ao submeter bovinos mestiços leiteiros a recria a pasto com níveis alto ou médio de suplemento energético (1,0 vs. 0,5% PV) e terminação em confinamento com níveis alto ou médio de concentrado (80 vs. 50%) na dieta, Freitas Neto et al. (2014) verificaram que os maiores níveis de energia na fase de recria permitiram maior peso dos animais na entrada do confinamento, exigindo menor tempo para atingir o peso de abate. Rezende et al. (2012), sob as mesmas condições citadas, verificaram melhora na coloração e na maciez da carne para os animais que receberam alto nível de suplemento na fase de recria, mostrando os benefícios na qualidade da carne quando mestiços leiteiros são submetidos a um maior ímpeto de crescimento na fase inicial de sua vida.

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1.2 Dietas de alto grão

Dietas de alto grão contém níveis baixos ou ausentes de alimentos volumosos em sua formulação, geralmente compostas de grão de milho inteiro associado a um pellet proteico, mineral e vitamínico, utilizados aproximadamente nas proporções 85% e 15%, respectivamente. Dietas de confinamento tradicionais, com altos níveis de volumosos, passam a ser um entrave a intensificação por demandar grandes áreas para produção de volumosos, em um cenário de terras cada vez mais valorizadas; dificuldade de operacionalização do sistema, principalmente em grandes confinamentos; requererem maior quantidade de maquinários e equipamentos; serem menos estáveis no cocho; e podem não permitir consumo de energia necessário para máximo desempenho produtivo (PAULINO et al., 2013).

A terminação de novilhos submetidos a dieta convencional (45% de silagem) ou dieta 100% concentrada foi estudada por Ueno (2012), que observou menor ingestão de matéria seca diária, maior ganho de peso diário e melhora de 31,5% na conversão alimentar para os animais que receberam a dieta 100% concentrada, a qual ainda mostrou-se mais prática por reduzir em 61% do peso da matéria natural que é levada ao cocho e facilita o manejo de dejetos por reduzir em 77% a produção de matéria natural de fezes. Ao realizar análise econômica, verificou que o sistema de produção com dieta 100% concentrada obteve maior lucratividade, em função do menor custo de produção em comparação a dieta convencional, decorrente de utilização da silagem na alimentação. Contudo, o preço pago pelo saco de milho mostrou-se determinante para a viabilidade econômica da atividade.

Ao avaliar pequenas inclusões de bagaço de cana-de-açúcar (0, 3 e 6% MS) em dietas de alto grão, Marques (2011) observou aumento linear no ganho médio diário e no peso final de tourinhos Nelore. Por outro lado, Cunha (2014) não observou alteração no ganho de peso ao fornecer 3,16% de bagaço de cana in natura em dietas a base de milho grão inteiro para tourinhos Nelore e Angus x Nelore. Em pesquisa realizada por Pordomingo et al. (2002), o grão de milho inteiro mostrou-se suficiente para sustentar a função ruminal normal, verificando que a potencial deficiência de fibra fisicamente efetiva nas dietas não impediu a expressão de elevado ganho de peso e conversão alimentar semelhante a de dietas balanceadas para essa fração do alimento.

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O uso do grão de milho inteiro tem se difundido pela redução nos custo com a ausência do processamento dos grãos, a qual permite conversão alimentar similar ou apenas levemente inferior (8 a 10%) a de grãos moídos, além de que, a formulação de dietas sem o uso de fibra proveniente da forragem possibilita simplificar a alimentação e tornar essa prática acessível a numerosos confinamentos, principalmente aqueles de pequeno porte, nos quais o custo operacional é muito elevado devido à escala de produção (KATSUKI, 2009).

1.3 Adaptação e estabilidade ruminal

Dietas de alto grão permitem aumento na produtividade do rebanho, porém representam um grande desafio para os ruminantes, uma vez que esses animais evoluíram para digerir e metabolizar dietas ricas em alimentos volumosos, e por essas dietas não possuírem ou serem pobres nesse ingrediente, os riscos metabólicos são grandes. O acúmulo de ácidos orgânicos no rúmen, gerados em função do desequilíbrio entre a produção dos ácidos e a capacidade de absorção ruminal dos mesmos, é um problema comum em rebanhos que recebem dietas com altos níveis de concentrado (NAGAJARA; TIGEMEYER, 2007). A ingestão de quantidade excessiva de carboidratos altamente fermentáveis pode levar a ocorrência de acidose ruminal, sendo muitas vezes acompanhada de outros problemas metabólicos, como laminite e abscessos hepáticos, que comprometem a produção e a rentabilidade da atividade (KRAUSE; OETZEL, 2006).

A maioria dos bovinos são adaptados rapidamente a dietas ricas em grãos, contudo existem variações quanto a susceptibilidade a ocorrência de acidose dentro de um mesmo rebanho, e recomenda-se que os animais sejam adaptados gradualmente para reduzir os efeitos deletérios da mudança na dieta (BEVANS et al., 2005). Barducci (2013) ao avaliar protocolos os de adaptação em escadas (fornecimento de dietas com níveis crescentes de concentrado na dieta até atingir o nível desejado concentrado na dieta final) ou restrição (fornecimento da dieta final limitada por quantidade com aumento diário gradativo até atingir consumo ad libitum) combinados com duas durações (9 e 14 dias) para dieta final com 85% de concentrado fornecida a bovinos da raça Nelore, observou melhor conversão alimentar, eficiência alimentar e custo/KgPV para os animais adaptados pelo protocolo de restrição da dieta final, sendo observada semelhanças para as

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características de desempenho e de carcaça dos animais independentemente da duração do período de adaptação. Esse protocolo também apresentou como vantagem a maior praticidade, facilitando o manejo por demandar uma única ração durante o período de adaptação e terminação.

Em dietas com alta proporção de grãos é importante a utilização de aditivos alimentares, os quais são utilizados com o objetivo de manipular a fermentação ruminal ao selecionar bactérias gram-negativas, o que favorece a menor ocorrência de distúrbios metabólicos e contribui para melhorar o desempenho animal. Silva (2014), avaliando a inclusão de aditivos alimentares (monensina, monensina + virginiamicina e óleos da mamona e caju) ao realizar mudança abrupta (0 para 92% de concentrado) na dieta de bovinos da raça Nelore, não verificou alteração no desempenho e nas características da carne e da carcaça dos animais. Esse resultado sugere que a administração desses aditivos ofereceram proteção a ausência de adaptação e ao alto nível energético da dieta.

1.4 Processamento dos grãos

Os grãos fornecidos para bovinos na fase de terminação são geralmente submetidos a alguma forma de processamento, o qual é realizado com o intuito de melhorar a digestibilidade dos nutrientes por aumentar a superfície de contado do grão, facilitando dessa forma o acesso dos microrganismos e das enzimas digestivas ao alimento (VARGAS JUNIOR et al., 2011). Contudo, em dietas isentas de volumosos os grãos são geralmente fornecidos inteiros a fim de permitir que o grão estimule a ruminação e salivação, fundamentais para manutenção do rúmen em condições normais, além de reduzir os custos do processamento (KATSUKI, 2009).

Ao avaliar formas de processamento do grão de aveia branca (inteiro, moído, machadado e inteiro umedecido) na dieta de bovinos em confinamento, recebendo 1,25% de concentrado e volumoso à vontade, Goi et al. (1998) não verificaram alteração no consumo de matéria seca, ganho médio diário e digestibilidade dos nutrientes, apesar das formas de apresentação dos grãos, o que sugere a utilização desse cereal inteiro para reduzir os custos com alimentação. Gorocica-Buenfil e Loerch (2005), ao avaliar duas formas de fornecimento do grão de milho (inteiro ou moído) e dois níveis de forragem na dieta (18,2 e 5,2%), não verificaram vantagem

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ao realizar o processamento, indicando a possibilidade do uso do grão inteiro associado a níveis mínimos ou ausentes de forragem na dieta total. Quando o milho é fornecido inteiro sob condições ad libitum, seu valor energético é apenas ligeiramente menor do que o milho moído ou milho laminado (CORONA et al., 2005). Contudo, é importante ressaltar que em trabalhos norte-americanos o grão de milho normalmente utilizado é do tipo dentado. No Brasil, apenas 6,4% dos grãos apresentam essa textura, sendo que 76,9% dos grãos utilizados no país apresentam textura dura ou semi-dura (EMBRAPA, 2014). No Brasil, Correa et al. (2002) avaliaram quatorze híbridos de milho dos EUA e cinco híbridos de milho e observaram maior vitreosidade e densidade para os grãos de híbridos brasileiros (73,1%; 1,268 g/cm³ em média) em comparação aos americanos (48,2%; 1,201 g/cm³ em média) e alta correlação negativa entre a vitreosidade e a degradação ruminal do amido (-0,93). Nesse sentido, espera-se que os benefícios do processamento dos grãos de milho sejam mais evidentes nos grãos de textura dura utilizados no Brasil.

Vargas Junior et al. (2008), avaliando o processamento grão de milho (inteiro, inteiro tratado com ureia e moído) na dieta de bezerros leiteiros, não observaram diferenças para consumo de matéria seca, conversão alimentar, ganho médio diário e peso final independentemente da forma de apresentação dos grãos, resposta atribuída a maior capacidade de mastigação de ruminantes jovens. Entretanto, há redução na eficiência de mastigação com o avançar da idade, aumentando a necessidade de processamento dos grãos (RESTLE et al., 2009).

Ao realizar terminação de tourinhos mestiços de linhagem leiteira em confinamento, recebendo dietas de alto grão com ou sem a inclusão de farelo do mesocarpo do babaçu, Santana et al. (2015) verificaram que a moagem do milho permitiu maior ganho de peso diário aos animais, em função do aumento do teor de nutrientes digestíveis totais. Já Marques (2011) também verificou aumento na disponibilidade de energia ao fornecer milho floculado em substituição ao grão inteiro na terminação de tourinhos Nelore, promovendo redução na ingestão de matéria seca pelos animais. Porém, esse autor não observou efeito do processamento dos grãos sobre o desempenho e característica da carcaça e carne dos animais.

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1.5 Substituição do grão de milho por grão de milheto

O grão de milho é o concentrado energético padrão utilizado na dieta de bovinos em confinamento. No entanto, seu uso na dieta de ruminantes compete com o fornecimento na alimentação de monogástricos, produção de biocombustíveis e com a alimentação humana. Diante desse cenário, a administração desse grão valorizado pode comprometer a rentabilidade do sistema de produção, tornando-se importante a avaliação de outros grãos que possam substituí-lo. Em determinadas épocas do ano, encontra-se grande disponibilidade do grão de milheto a preços relativamente baixos, devido ao baixo custo de produção, uma vez que é normalmente produzido em sistema de plantio direto, geralmente em sucessão ao cultivo da soja (GONÇALVES et al., 2010).

Bergasmachine et al. (2011), ao avaliar níveis de substituição do milho pelo milheto (0, 23, 49, 80 e 96% da matéria natural) no concentrado de bezerros mestiços leiteiros, observaram redução do consumo em 0,004% do peso vivo para cada aumento percentual no teor de milheto na dieta. Resultado semelhante foi encontrado em trabalho de Gelaye et al. (1997), ao trabalhar com cabritos em crescimento foi observada redução de 14% no consumo diário, que resultou em menor no ganho de peso e pior eficiência alimentar quando o milho foi totalmente substituído pelo milheto. Esses trabalhos sugerem que o milheto não é bem aceito por animais jovens em função de sua menor palatabilidade em comparação ao milho.

Ao trabalhar com novilhos, Gonçalves et al. (2010) não detectaram diferenças nos consumos de matéria seca e dos nutrientes em resposta aos níveis de substituição de milho por milheto na dieta (0, 50 e 100%). Bergasmachine et al. (2011), avaliando os efeitos da substituição do milho e do farelo de algodão por milheto (0, 23, 49, 80 e 96% da matéria natural) no concentrado fornecido a novilhos castrados da raça Guzerá, não observaram diferenças no CMS, no ganho de peso e na conversão alimentar em função da substituição. Esses resultados permitem inferir que o milheto é tão palatável quanto o milho ao ser fornecido para animais mais velhos.

Silva et al. (2014a) ao avaliarem níveis de substituição do milho pelo milheto (0, 33, 66 e 100%) em dietas com 80% de alimento concentrado fornecida a tourinhos mestiços, verificaram diferenças apenas para o consumo de fibra em

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detergente neutro, que aumentou de forma linear com aumento de milheto na dieta, reflexo das diferenças na composição química entre os grãos, entretanto, não foram observadas alteração no ganho média diário, peso final e escore de condição corporal. Avaliando as características da carne desses animais, Silva et al. (2014b) não observaram alteração na coloração, textura, marmoreio, maciez e na composição química em função da substituição.

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CAPÍTULO II - DESEMPENHO PRODUTIVO E PARAMETROS SANGUÍNEOS DE MACHOS DE ORIGEM LEITEIRA ALIMENTADOS COM DIETAS DE MILHO OU MILHETO, INTEIRO OU MOÍDO

Resumo: Objetivou-se avaliar o efeito da substituição dos grãos de milho por milheto, fornecidos moídos ou inteiros, sobre o consumo, digestibilidade, desempenho, parâmetros sanguíneos e avaliação econômica da terminação de tourinhos mestiços leiteiros em confinamento com dietas isentas de volumosos. Utilizou-se 28 tourinhos com peso médio inicial de 262,70 ± 26,04 kg, distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2 x 2, com sete repetições por tratamento. Foram avaliadas quatro dietas experimentais contendo dois tipos de grãos (milho x milheto) e duas formas de processamento dos grãos (moído x inteiro). O consumo de matéria seca (CMS), em kg/dia e %PV, proteína bruta (CPB) (P=0,059), extrato etéreo (CEE) e carboidratos não fibrosos (CCNF), em kg/dia, apresentaram interação (P<0,05) entre os tipos e as formas de processamento dos grãos. O fornecimento do grão de milheto moído em comparação ao milheto inteiro reduziu o CMS em %PV, CEE e CCNF, em kg/dia. O CMS, em kg/dia e %PV, o CPB, CEE e CCNF em Kg/dia, foram superiores para os animais que receberam milheto inteiro em comparação ao milho inteiro. Contudo, o CNDT foi semelhante entre as dietas avaliadas (P>0,05). Não houve interação (P>0,05) entre os tipos e as formas de processamento dos processamento dos grãos para as variáveis de digestibilidade. Os coeficientes de digestibilidade aparente do extrato etéreo (CDAEE), dos carboidratos não fibrosos (CDACNF) e os valores de nutrientes digestíveis totais (NDT) foram maiores para as dietas formuladas com grão de milho (P<0,05). Por outro lado, o coeficiente de digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro (CDAFDN) e a produção de matéria seca fecal (PMSF) foram maiores para as dietas formuladas milheto (P<0,05). Houve maior digestibilidade aparente da matéria seca (CDAMS), proteína bruta (CDAPB), CDAEE, CDACNF e NDT para as dietas com grãos moídos em comparação as com grãos inteiros (P<0,05). A concentrações de fosfatase alcalina (ALP) apresentou interação (P<0,05) entre os tipos e as formas processamento dos grãos, a qual foi menor para a dieta de milheto inteiro em comparação as demais avaliadas. O peso final, ganho de peso total e o ganho médio diário foram semelhantes independentemente dos tipos (P>0,05) e processamento dos grãos (P>0,05). Os fatores avaliados não alteraram a receita bruta (P>0,05), mas a receita líquida foi menor para a dieta de milheto inteiro em comparação as demais dietas avaliadas (P<0,05). Dessa forma, os grãos de milho podem ser fornecidos inteiros, pois proporcionam desempenho e eficiência de utilização semelhantes aos dos grãos de milho moído. Contudo, os grãos de milheto devem ser fornecidos moídos, pois apesar dos grãos inteiros proporcionarem desempenho semelhante aos dos grãos moídos, há redução na eficiência alimentar da matéria seca e na receita líquida por animal, devido a menor digestibilidade dessa dieta.

Palavras-chave: alto concentrado, crescimento, conversão alimentar, ingestão, ração

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Performance and parameters blood of dairy males fed with corn or pearl millet diets, whole or ground

Abstract: The objective was to evaluate the effect of substitution of corn grain by pearl millet, ground or whole, on intake, digestibility, performance, blood parameters and economic evaluation of the finishing of young bulls of dairy origin in feedlot. We used 28 young bulls of dairy origin with average initial weight of 262.70 ± 26.04 kg, distributed in a completely randomized design with a 2x2 factorial arrangement, with seven replicates per treatment. We evaluated four experimental diets containing two types of grains (corn x pearl millet) and two forms of processing of the grains (ground x whole). There was interaction of grain types and forms of processing of the grains to dry matter (DMI) in kg / day and% BW, crude protein (CPI), ether extract (EEI) and non-fibrous carbohydrates (NFCI) kg/day. The supply of ground millet grain compared to the whole millet promoted less DMI in% PV, EEI and NFCI in Kg / day. By providing maize and pearl millet grains without processing, it was found that CMS, in kg/day and % PV, CPI, EEI and NFCI in Kg/day, was higher for the animals that received pearl millet. There was no interaction (P>0.05) between grain types and forms of presentation of grains for fiber consumption in neutral detergent (NDF) and total digestible nutrients (TDNI). The NDFI in kg and% PV was higher in diets based on pearl millet, on the other hand TDNI was similar among the evaluated diets. There was no interaction (P>0.05) the types of grains and presentations of g forms of processing of the grains for digestibility variables. The apparent digestibility coefficients of the ether extract (ADCEE), non-fibrous carbohydrates (ADCNFC) and total digestible nutrients (TDN) were higher for diets with corn grain. On the other hand, the coefficient of digestibility of neutral detergent fiber (ADCNDF) and faecal dry matter production (FDMP) was higher for diets formulated with pearl millet. There was a greater digestibility of dry matter (ADCDM), crude protein (ADCCP), ADCEE, ADCNFC and TND for diets with grains ground. Alkaline phosphatase levels (ALP) had interaction (P>0.05) between grain types and forms of presentation of the grain, it was lower dosage ALP in diets with pearl millet whole grains compared to other evaluated diets. The final, total weight gain and average daily gain were similar regardless of the types of grains (P>0.05) and the form of presentation of grains (P>0.05). The evaluated factors do not alter the gross revenue (P>0.05), but modified net revenue (P<0.05), which was lower for the whole pearl millet diet compared to other evaluated diets. Thus, the corn grain may be supplied whole, they provide performance and efficiency of use similar to those of the ground corn kernels. However, pearl millet grains should be provided ground, because in spite of whole grains provide similar performance similar to that of ground grain, there is a reduction in feed efficiency of dry matter and net revenue per animal, due to lower digestibility of this diet.

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1 INTRODUÇÃO

Os machos de origem leiteira são geralmente descartados logo após seu nascimento em propriedades que possuem rebanho composto de raças especializadas. Já nas fazendas que necessitam do bezerro ao pé para ejeção do leite da vaca os animais são criados de forma negligenciada, o que gerou a crença de que estes apresentam baixo desempenho produtivo. Contudo, machos leiteiros podem ser utilizados para produção de carne visto seu bom potencial de crescimento (ROCHA JUNIOR et al., 2010), quando bem alimentados, permitindo que os produtores de leite tenham uma renda a mais dentro do sistema produtivo.

Com o aumento da produção de grãos e de subprodutos da agroindústria no Brasil, altos níveis de alimento concentrado passam a ser cada vez mais utilizados na fase de terminação no lugar de dietas mais tradicionais que apresentavam alta proporção de alimento volumoso. Nesse sentido, o uso de dietas a base de milho grão inteiro sem volumosos tem o intuito promover a melhoria no desempenho produtivo, na carcaça e na qualidade de carne de bovinos confinados. Ueno (2012), realizando a terminação de novilhos Canchim com dietas contendo 55 ou 100% de concentrado observou que a dieta isenta de volumoso promove menor ingestão de matéria seca, maior ganho de peso diário e melhoria de 31,5% na conversão alimentar, além de ser mais prática que a dieta com silagem pois reduz o peso da matéria natural que é levada ao cocho e facilita o manejo de dejetos.

Os grãos fornecidos para bovinos geralmente passam por algum tipo de processamento, cujo principal objetivo é melhorar a eficiência de utilização dos nutrientes presentes no grão em resposta ao aumento na digestão ruminal (OWENS, 2005). Contudo, em dietas isentas de volumosos os grãos são geralmente fornecidos inteiros para estimular a ruminação, pois de acordo com Katsuki (2009) o tamanho do grão de milho inteiro induz o animal a ruminá-lo. Gorocica-Buenfil e Loerch (2005), não verificaram vantagem ao realizar o processamento do grão de milho no desempenho ou digestibilidade dos nutrientes na dieta de novilhos confinados, indicando a possibilidade do uso do grão inteiro associado a níveis mínimos ou ausentes de forragem na dieta total.

Sistemas de produção intensificados apresentam alto custo de produção animal oriundo principalmente dos custos com alimentação, que segundo Pacheco et al. (2006) podem representar mais de 70% dos custo de produção, quando se

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desconsidera a compra do animal. Dessa forma, para se obter maior viabilidade econômica tornando-se interessante a substituição do grão de milho por grãos secundários que apresentem menor custo. Ao realizarem avaliação da composição dos grãos de milho e milheto, Ribeiro et al. (2004) verificaram que o milheto apresenta menor concentração de amido em relação ao milho (62 vs. 72%), porém possui maiores concentrações de proteína (15,8 vs. 8,5%), permitindo que em dietas com maiores teores desse grão o balanceamento proteico seja realizado com menor inclusão de proteína suplementar, reduzindo os custos com a dieta.

Dessa forma, objetivou-se com esse trabalho avaliar o efeito da substituição dos grãos de milho por milheto, fornecidos moídos ou inteiros, sobre o desempenho produtivo, digestibilidade, parâmetros sanguíneos e avaliação econômica das dietas fornecidas a tourinhos mestiços leiteiros terminados em confinamento com dietas isentas de volumosos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Todos os procedimentos e protocolos realizados neste experimento foram aprovados pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade Federal do Tocantins (CUA-UFT) sob processo nº 23101.002390/2014-23.

O ensaio foi conduzido em confinamento experimental da Universidade Federal do Tocantins no Campus de Araguaína, localizada a 07º11’28’’ de Latitude Sul e 48º12’26’’ de Longitude Oeste, no período de junho a agosto de 2014.

Foram utilizados 28 tourinhos de origem leiteira os quais foram submetidos a quatro dietas experimentais avaliando dois tipos de grãos (milho e milheto) e dois processamentos dos grãos (moído e inteiro). Foi adotado o delineamento inteiramente casualizado, com distribuição em arranjo fatorial 2 x 2 (dois tipos de grãos e duas formas de processamento dos grãos) e cada tratamento foi composto por sete repetições, e cada unidade experimental foi composta por um animal.

O período total de confinamento foi de 77 dias, dentre os quais 7 dias foram destinados à adaptação dos animais as instalações e as dietas experimentais e 70 dias à coleta de dados. Os animais experimentais estavam recebendo dieta com consumo ad libitum contendo 80% de alimento concentrado, quando passaram a ser adaptados com as dietas finais restritas a 1,5% do peso vivo (PV) com aumento do fornecido diário de forma gradativa (0,1% PV) até atingir consumo ad libitum. No 1º

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dia da adaptação os animais receberam doses de vermífugo e vitaminas A, D e E injetável. Os animais permaneceram alojados em baias individuais com área de 12 m², parcialmente cobertas, piso cimentado, com comedouro individual e bebedouro para cada dois animais.

A ração foi fornecida uma vez ao dia, às 8:00 horas, realizando-se a pesagem das sobras diariamente e ajustando o fornecimento para permitir sobras em torno de 5%. Semanalmente foram retiradas as sobras dos cochos e na oportunidade foram coletadas amostras das dietas fornecidas e das sobras de cada unidade experimental, as quais foram armazenadas em sacos plásticos, congeladas e posteriormente foram agrupadas para formar uma amostra composta, a cada 14 dias. Todas as amostras foram pré-secas em estufa ventilada a 55°C, moídas em moinho com peneira dotada de crivos de 1 mm, acondicionadas em frasco com tampa e armazenadas para posteriores análises.

As análises dos alimentos e das sobras foram realizadas no laboratório de Nutrição da Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Campus Universitário de Araguaína da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Foram realizadas análises de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), hemicelulose, lignina e extrato etéreo (EE) de acordo com o método INCT, descrito por Detmann et al. (2012). Os valores de carboidratos não fibrosos (CNF), carboidratos totais (CT) e nutrientes digestíveis totais (NDT) foram calculados segundo Sniffen et al. (1992), onde CT= 100 - (%PB + %EE + % CZ), CNF= CT–FDN e NDT observado= PBD+(EED x 2,25)+ CTD, em que PB= proteína bruta digestível; EED= extrato etéreo digestível, CZ= cinzas e CT= carboidratos totais digestíveis. A composição química dos ingredientes e das dietas experimentais encontram-se nas Tabelas 1 e 2, respectivamente.

Os animais foram pesados no início, periodicamente a cada 21 dias e ao final do período experimental, para determinação do ganho de peso total e ganho de peso diário. As pesagens foram realizadas sempre pela manhã antes do fornecimento da dieta. Para avaliar o desenvolvimento corporal dos animais, foram mensuradas ao início e final do período experimental as alturas de cernelha, perímetro torácico, largura do peito, comprimento e altura da garupa, bem como foram realizadas avaliações da condição corporal dos animais através de escores, considerando escala de um a cinco, em que 1 = muito magro, 2 = magro, 3 = médio, 4 = gordo e 5 = muito gordo.

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Tabela 1. Composição química dos alimentos utilizados nas dietas experimentais g/kg de MS Milho Milheto Engordim¹ 20 Engordim¹ 42 Matéria seca (g/kg de MN)² 868,41 875,17 884,94 893,30

Proteína bruta 82,78 114,17 201,54 415,86

Extrato etéreo 32,60 34,24 9,79 11,62

Fibra em detergente neutro 80,36 95,33 417,58 155,84 Fibra em detergente ácido 16,95 17,04 205,61 48,00

NIDN (g/kg N total)³ 112,55 32,91 18,22 83,95

NIDA (g/kg N total)4 40,63 37,31 3,47 12,64

Carboidratos não fibrosos 791,59 732,42 175,33 218,91

Hemicelulose 63,41 78,29 211,97 107,84

Cinzas 12,68 23,84 195,76 197,77

Carboidratos totais 871,95 827,75 592,91 374,75 ¹Engordim Grão Inteiro - Suplemento proteico, mineral e vitamínico peletizado (Agrocria Nutrição Animal) – Níveis de garantia :Ca-43g/kg; P-10g/kg; S-4g/kg; Mg-0,7g/kg; K-2,7g/kg; Na-9,7g/kg; Co- 5mg/kg; Cu-175mg/kg; Cr-1,4mg/kg; F-130 mg/kg; I-5mg /kg; Mn-182 mg/kg; Mo-0,35 mg/kg; Ni-0,3 mg/kg; Se-1,8mg/kg; Zn-421mg/kg; Vit. A-21.000U.I; Vit. D-3.000U.I; Vit.E-140U.I; Monensina Sódica-150mg/kg; Virginiamicina-Sódica-150mg/kg; ²Matéria natural; ³Nitrogênio insolúvel em detergente neutro; 4Nitrogênio insolúvel em detergente ácido.

Tabela 2. Composição das dietas experimentais

Ingredientes Milho Milheto

Composição em g/Kg (Matéria natural)

Grão de Milho (moído ou inteiro) 850,00 -

Grão de Milheto (moído ou inteiro) - 850,00

Engordim 20 - 150,00 Engordim 42 150,00 - Composição química (g/kg de MS) Matéria seca (g/kg de MN) 872,15 876,63 Proteína bruta 132,74 127,28 Extrato etéreo 29,45 30,57

Fibra em detergente neutro 91,67 143,67

Fibra em detergente ácido 21,61 45,33

NIDN (g/kg N total)¹ 108,26 30,71

NIDA (g/kg N total)² 36,43 0,52

Carboidratos não fibrosos 705,68 648,85

Hemicelulose 70,06 98,34

Cinzas 40,44 49,63

Carboidratos totais 797,37 792,52

¹Nitrogênio insolúvel em detergente neutro; ²Nitrogênio insolúvel em detergente ácido.

Ao final do período experimental foram coletadas amostras de sangue de cada animal, por meio de punção da veia jugular, utilizando-se tubos a vácuo

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(Vacutainer®). Para a análise da concentração de glicose sanguínea, o sangue foi coletado em tubos contendo EDTA e lentamente homogeneizados. As amostras de sangue foram armazenadas em caixas de isopor contendo gelo seco e imediatamente enviadas ao laboratório onde foram centrifugadas a 4000 r.p.m. durante 20 minutos, objetivando a separação do plasma e do soro que foram armazenados em eppendorfs e congelados a -20ºC. Posteriormente, foram mensurados os teores plasmáticos de glicose, triglicerídeos, colesterol total, ureia, creatinina, fosfatase alcalina, albumina e aspartato aminotransferase. As análises bioquímicas foram determinadas utilizando-se kits comerciais (Labtest Diagnóstica S.A.®, Lagoa Santa, MG), cujas leituras foram determinadas por meio do analisador bioquímico automático (espectrofotômetro) marca Bioplus®, modelo Bio-2000 IL–A.

O ensaio de digestibilidade aparente da matéria seca e dos nutrientes foi conduzido ao final do período experimental, com duração de nove dias. Durante oito dias foram fornecidas 10 g de dióxido de titânio, diariamente pela manhã, antes do fornecimento da dieta. O indicador foi administrado oralmente na forma de balas, embrulhados em papel. Durante três dias foram realizadas coletas de amostras de fezes, alimento e sobras, as quais foram armazenadas em sacos plásticos, congeladas e mantidas em freezer a -10 ºC para posteriores análises. As fezes foram coletadas uma vez ao dia, em diferentes horários (16 h, 12 h e 8 h, respectivamente), as quais foram realizadas diretamente no piso das baias logo após a defecação, a fim de evitar contaminação da amostra.

A concentração de dióxido de titânio nas fezes foi determinada segundo Myers et al. (2004). Uma amostra de 0,5 g de fezes foi digerida, por 4 horas a temperatura de 400ºC em tubos de ensaio. Na digestão foram utilizados 15 mL de ácido sulfúrico e 5 g da mistura catalítica. Após a digestão, 10 mL de H2O2 (30%) foram adicionados lentamente e o material do tubo foi transferido para um balão volumétrico e completado com água destilada até 100 mL. No momento da leitura foram adicionados três gotas de H2O2 (30%). Uma curva padrão foi preparada com 0; 2; 4; 6; 8 e 10 mg de dióxido de titânio e as leituras realizadas em espectrofotômetro com comprimento de onda de 410 nm. A produção de matéria seca fecal foi determinada pela seguinte fórmula: PMSF (kg/MS/dia) = (consumo do indicador / % indicador nas fezes)*100. Já o cálculo para o coeficiente de digestibilidade aparente (DA) dos nutrientes foi realizado pela fórmula, DA=

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1-[(nutriente ingerido– nutriente excretado)/nutriente ingerido]. A composição química das fezes dos animais experimentais encontra-se na Tabela 3.

Tabela 3. Composição química das fezes

g/Kg MS Milho Milheto

Moído Inteiro Moído Inteiro

Matéria seca 27,36 29,27 29,32 40,58

Proteína bruta 159,25 145,17 134,81 116,15

Extrato etéreo 59,84 68,96 60,00 49,26

Fibra em detergente neutro 222,96 215,08 225,30 135,71 Carboidratos não fibrosos 454,99 456,00 472,63 603,25

Cinzas 102,96 114,79 107,26 95,63

No estudo foram avaliados os consumos de matéria seca (CMS), de proteína bruta (CPB), de extrato etéreo (CEE), de fibra em detergente neutro (CFDN), de carboidratos não fibrosos (CCNF) e de nutrientes digestíveis totais (CNDT) expressos em quilograma por dia (kg/dia e %PV), além de seus respectivos coeficientes de digestibilidade aparente; ganho médio diário (GMD), conversão alimentar (CA) em kg CMS/ kg GMD e as eficiências alimentar da matéria seca (EAMS) em kg de GMD/kg de MS consumida, da proteína bruta (EAPB) em kg de GMD/kg de PB consumida e dos nutrientes digestíveis totais (EANDT) em kg de GMD/ kg de NDT consumido, medidas morfométricas, indicadores sanguíneos e análise econômica.

Para avaliação do custo foram determinadas as seguintes variáveis: Custo diário com grão; Custo diário com núcleo; Custo diário com moagem; Custo diário com alimentação = soma dos custos diários com grão, núcleo e moagem; Custo total com alimentação = custo diário com alimentação * período de confinamento; Custo da alimentação por kg de ganho = custo diário com alimentação/ganho médio diário; Receita bruta = receita da venda das carcaças; Custo do boi magro; Receita líquida = receita bruta com venda das carcaças - (custo da aquisição dos animais + custo total com alimentação); Lucratividade = (receita líquida / receita bruta * 100). Para tanto, foram considerados os preços praticados de maio a agosto de 2014 no Estado do Tocantins para compra de insumos e venda dos animais. Os valores do kg dos grãos de milho e milheto foram de R$ 0,38 e 0,30, respectivamente; kg do Engordin grão inteiro 20 e Engordin grão inteiro 42 foram de R$ 2,07 e 3,21, respectivamente;

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Moagem do kg dos grãos milho e milheto de R$ 0,04 e 0,06, respectivamente; @ do boi magro de R$ 90,00 e a @ do boi gordo de R$ 110,00.

Os dados foram submetidos a teste de normalidade e homocedasticidade e posterior análise de variância. O peso inicial foi utilizado como co-variável, sendo que quando não significativo o efeito foi retirado do modelo. O modelo matemático adotado foi representado por: gijk = µ + ti + £j + ti*£j + eijk, em que: gijk = variável dependente; µ= média geral; ti= efeito do fator i (tipo dos grãos); £j = efeito do fator j (forma de processamento dos grãos); (ti*£j) = interação entre fator i e fator j; eijk = erro experimental residual. Os dados foram submetidos ao teste de Tukey com 5% de significância para comparação entre as médias quando a interação nos fatores estudados não for significativa (acima de 5% de significância).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O consumo de matéria seca (CMS) expresso em kg/dia e porcentagem do peso vivo (%PV), bem como os consumos de proteína (CPB) (P=0,059), de extrato etéreo (CEE) e de carboidratos não fibrosos (CCNF) expressos em kg/dia, apresentaram interação (P<0,05) entre os tipos e as formas de processamento dos grãos (Tabela 4).

O CMS expresso em kg/dia e %PV, foi semelhante (P>0,05) para as dietas formuladas com grãos de milho independentemente da forma de processamento, apresentando média de 7,35 kg/dia e 2,29% PV. Essa resposta permite inferir que o grão de milho inteiro proporciona disponibilidade de nutrientes digestíveis totais semelhante a de dietas de milho moído, uma vez que não houve modificação na ingestão da dieta.

De forma semelhante, o CMS em kg/dia, proporcionado pelas dietas de milheto não apresentaram variação (P>0,05) independentemente do processamento dos grãos, com média de 9,66 kg/dia. Contudo, ao expressar o CMS em %PV verificou-se que o fornecimento do grão de milheto inteiro aumentou o CMS em 24,82% em comparação ao fornecimento do grão de milheto moído (P<0,05). O CMS observado para a dieta de milheto inteiro encontra-se acima dos valores reportados na literatura para dietas de alto grão, que variam de 1,71 a 2,92 %PV (CUNHA, 2014; KATZUKI, 2009; MARQUES, 2011; SANTANA et al., 2015; SILVA,

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2009; TURGEON et al., 2010). O aumento na ingestão de matéria seca é decorrente da elevada taxa passagem da digesta no trato gastrointestinal, o que promoveu redução na digestibilidade dessa dieta e estimulou os animais a aumentarem o CMS para atender suas exigências nutricionais.

Tabela 4. Médias, coeficientes de variação (CV) e valores de P para consumo de matéria seca e dos nutrientes de tourinhos mestiços recebendo milho e milheto, inteiro ou moído

Variáveis Gr¹ Moído Inteiro Média CV 4 , (%) Valor de P Gr Pr² Gr x Pr³ CMS (kg/dia) Milho 7,79 Aa 6,91 Ba 7,35 18,77 0,001 0,477 0,039 Milheto 8,79 Aa 10,55 Aa 9,66 Média 8,29 8,72 8,51 CMS (%PV) Milho 2,43 Aa 2,14 Ba 2,29 15,74 <0,001 0,225 0,006 Milheto 2,74 Ab 3,42 Aa 3,08 Média 2,59 2,78 2,69 CPB (kg/dia) Milho 1,04 Aa 0,91 Ba 0,98 19,35 0,006 0,711 0,059 Milheto 1,12 Aa 1,31 Aa 1,22 Média 1,08 1,11 1,10 CEE (kg/dia) Milho 0,23 Aa 0,21 Ba 0,22 18,35 0,001 0,276 0,025 Milheto 0,27 Ab 0,33 Aa 0,30 Média 0,25 0,27 0,26 CFDN (kg/dia) Milho 0,69 0,61 0,65 B 24,68 <0,001 0,771 0,269 Milheto 1,26 1,39 1,33 A Média 0,98 1,00 0,99 CFDN (%PV) Milho 0,22 0,19 0,21 B 20,22 <0,001 0,479 0,107 Milheto 0,39 0,45 0,42 A Média 0,31 0,32 0,32 CCNF (kg/dia) Milho 5,52 Aa 4,91 Ba 5,22 17,73 0,006 0,329 0,017 Milheto 5,70 Ab 7,09 Aa 6,40 Média 5,61 6,00 5,81 CNDT (kg/dia) Milho 5,67 4,73 5,20 30,83 0,394 0,075 0,707 Milheto 6,47 5,04 5,76 Média 6,07 4,89 5,48

¹Gr, tipo do grão; 2, Pr,forma de processamento do grão; 3 Gr x Pr, Interação entre tipo do grão e forma de processamento do grão; 4CV, coeficiente de variação; *Médias seguidas de letras distintas (minúsculas na linha e maiúsculas na coluna) diferem entre si a 5% de significância.

A moagem dos grãos de milho e milheto promoveram CMS semelhantes (P>0,05) expressos em kg/dia e %PV, com médias de 8,29 kg/dia e 2,59%PV. Resultados coerentes com os de Bergamaschine et al. (2011), Gonçalves et al.

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