UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SÃO JOÃO DEL-REI
ELETRÔNICA DE POTÊNCIA
CIRCUITO DE DISPARO
Sumário
1. Parâmetros de Qualidade
2. Potência
3. Circuito de disparo
4. Estudo de caso
5. Exemplo
6. Lista de Exercícios
7. Como montar um Laboratório em casa
Parâmetros de Qualidade
Fator de forma (FF)
Este fator está relacionado com a
taxa de utilização ou
de aproveitamento de um componente eletroeletrônico
. Se
este fator for mínimo (
FF=1
em corrente contínua constante),
significa que a
potência útil
(trabalho realizado) do equipamento
será
realizado com a menor corrente possível
.
Sua aplicação está mais
relacionada com conversores
CA/CC
e com medidores baseados em valores médios.
𝐹𝐹 =
𝑉
𝑅𝑀𝑆𝑉
𝐴𝑉𝐺=
𝐼
𝑅𝑀𝑆𝐼
𝐴𝑉𝐺Parâmetros de Qualidade
Fator de ondulação / Ripple (RF)
Este fator é a relação entre o valor eficaz da componente alternada e a componente contínua, Vca/Vcc, e indica a presença de ondulação em uma fonte de corrente contínua.
Distorção Harmônica Total – DHT
Este fator indica, com mais precisão, o grau de distorção de uma onda ou a quantidade de harmônicas. Uma onda senoidal pura sem distorção apresenta DHT=0.
𝑅𝐹 =
𝑉
𝐴𝐶(𝑅𝑀𝑆)𝑉
𝐴𝑉𝐺Potência
Potência média de saída (P
o(AVG))
A potência média de saída de um circuito, é o
produto da
tensão média e da corrente média na saída
:
Potência na carga (P
L)
Já a potência na carga é o valor de
potência que será
dissipada
na carga e depende do
valor RMS da corrente
que percorre
a mesma:
𝑃
𝑜(𝐴𝑉𝐺)= 𝑉
𝑜(𝐴𝑉𝐺). 𝐼
𝑜(𝐴𝑉𝐺)Circuito de disparo
O circuito de disparo é o sistema responsável por acionar o interruptor (MOSFET, TBJ, Tiristor, etc.).
O circuito de controle irá gerar o pulso PWM que, posteriormente,
deverá ser amplificado para conseguir acionar o interruptor de potência.
O amplificador de pulsos (ou driver), se faz necessário devido às características de saída dos circuitos de comando, que apresentam baixos
valores de corrente e tensão de saída. Em geral, esses sistemas possuem uma corrente de saída inferior a 50 mA, o que é insuficiente para acionar o
interruptor de forma adequada.
Como será apresentado a seguir, existem circuitos de disparo isolados e não-isolados, simples e complexos, cada um adequado para um tipo de conversor ou aplicação.
Circuito de disparo
O circuito de disparo básico é mostrado na Figura 3.
Para obter os elementos do circuito deve-se utilizar as informações presentes no datasheet dos componentes e as equações vistas abaixo:
Fig. 3 – Circuito de disparo básico.
𝐼
𝑔= 𝐶
𝑖𝑠𝑠.
∆𝑉
Circuito de disparo
Além do circuito apresentado anteriormente, que é apenas didático, existe um circuito mais adequado para o acionamento de interruptores, visto na Figura 4.
A vantagem desse circuito é a simplicidade na construção, pois utiliza-se apenas um transistor. Entretanto, o sinal que chega até o gate do MOSFET é um sinal complementar em relação á razão cíclica (1-D), devido à
característica inversora desse circuito.
Circuito de disparo
Circuito de disparo
Fig. 4c – Circuito de disparo utilizando apenas um transistor (forma de onda do sinal de disparo e do sinal que chega ao gate do MOSFET).
Circuito de disparo
Existem também, topologias mais complexas, com um número maior de componentes, como apresentado na Figura 5.
Apesar de possuírem algumas vantagens, como velocidade de comutação maiores, circuitos Snubber, etc., essas topologias demandam mais cálculos para seu dimensionamento e utilizam um número maior de
elementos.
Fig. 5 – Outros tipos de circuito de disparo não-isolados.
Circuito de disparo
Quando existe a necessidade de isolar o sistema de controle do circuito de potência, deve-se utilizar circuitos de disparo isolados, que irão dar maior segurança na operação do conversor. Para isso, pode-se utilizar
transformadores de pulso, acopladores óticos, etc.
Fig. 6 – Circuitos de disparo isolados: (a) Transformador de Pulso, (b) Acoplador Ótico.
Estudo de caso
Para exemplificar como se realiza o dimensionamento de um circuito amplificador de pulso, tomemos como exemplo o circuito da Figura 7.
À partir dos dados do MOSFET IRFP064 e do circuito da Figura 7, obtém-se os seguintes valores de projeto:
ΔV = 15 V / Δt = 190 ns / Ciss = 7400 pF
tf = 190 ns / tr = 190 ns
Estudo de caso
Utilizando as equações apresentadas anteriormente:
Aproximando para os valores comerciais mais próximos, Rg = 12 Ω. O valor de RX deve ser grande o suficiente apenas para impedir que o sinal no
gate do transistor fique “flutuando”. Sendo assim, escolheu-se RX = 10 kΩ. A determinação dos resistores RB e RC exige o prévio conhecimento
dos transistores T1 , T2 e T3. Utilizaram-se transistores 2N2222 para T1 e T2 (tipo NPN) e transistor 2N2907 para T3 (tipo PNP).
𝐼𝑔 = 𝐶𝑖𝑠𝑠.∆𝑉
∆𝑡 = 7400𝑝
15
190𝑛 ≅ 584 𝑚𝐴
Estudo de caso
Quando o transistor T2 está conduzindo (e T3 bloqueado), sua corrente de coletor ICT2 equipara-se à corrente Ig de disparo do MOSFET, ou seja, ICT2 = 584 mA.
Estudo de caso
Levando o valor de ICT2 às curvas do fabricante do transistor 2N2222, estima-se a corrente de base IBT2 = 58,4 mA e, nessa condição, a tensão entre coletor e emissor, VCET2 = 1,6 V.
Estudo de caso
As informações apresentadas são suficientes para o cálculo de RB e RC. Ainda, é possível verificar que a corrente de base IBT2 do transistor T2
equivale à corrente de coletor ICT1 do transistor T1, ou seja: ICT1 = 58,4 mA. Mais uma vez, recorrendo ao catálogo do fabricante, tem-se: IBT1 = 5,84 mA e VCET1 = 0,4 V.
Ainda, com T1 em condução, o resistor RC fica submetido a uma diferença de potencial dada por 15 - VCET1, enquanto a corrente ICT1 circula
pelo mesmo. Deste modo, determina-se Rc:
𝑅
𝑐
=
15 − 0,4
Estudo de caso
Quando o transistor T1 está conduzindo, a tensão aplicada em RB será de 5 V (saída em nível lógico alto) e a corrente que circulará por este resistor será IBT1 = 5,84 mA, assim, considerando que a queda de tensão entre base e emissor VBET1 do transistor T1 é de 1,3 V, tem-se:
Em virtude dos valores calculados não serem comerciais, adotam-se: RB = 620 Ω (ou 680 Ω) e RC = 240 Ω.
𝑅
𝐵=
5 − 1,3
Estudo de caso
A determinação dos resistores e transistores define
completamente o circuito de comando
, porém, cabe neste
ponto, uma observação importante: no
simulador PSIM® não há
necessidade do emprego do circuito para disparar o MOSFET
, já
que os componentes utilizados são idealizados.
Portanto, para assegurar o funcionamento prático do
circuito de comando, propõe-se a
simulação utilizando o
software PSPICE
, que possibilita resultados muito precisos
quando comparados aos obtidos experimentalmente. A seguir
são apresentadas as principais formas de onda.
Estudo de caso
Exemplo
Ex. 1) Para o circuito abaixo, calcule o valor de Ig e Rg, sabendo que:
Ciss = 700 pF VC = 15 V tf = tr = Δt = 40 ns RESP: Ig = 0,26 A e Rg ≈ 26 Ω.
𝐼
𝑔= 𝐶
𝑖𝑠𝑠.
∆𝑉
∆𝑡
𝑡
𝑓= 𝑡
𝑟= 2,2. 𝑅
𝑔. 𝐶
𝑖𝑠𝑠Exemplo
Ex. 2) Para acionar o MOSFET IRF840 no circuito abaixo, calcule o valor de Ig e RC e RB, sabendo que: Ciss = 2040 pF VS = 18 V tf = tr = 160 ns
𝐼
𝑔= 𝐶
𝑖𝑠𝑠.
∆𝑉
∆𝑡
𝑡
𝑓= 𝑡
𝑟= 2,2. 𝑅
𝑔. 𝐶
𝑖𝑠𝑠 VCE(sat) = 1,0 V VBE(sat) = 1,9 V 𝜷 = 10Lista de Exercícios
Capítulos 2, 3 e 4 – Ahmed (Eletrônica de Potência)
Conceitos básicos e princípio de funcionamento do diodo de potência, TBJ / MOSFET, IGBT e SCR;
Problemas sobre perda de potência.
Capítulo 9 – Ahmed (Eletrônica de Potência)
Conceitos básicos dos conversores CC-CC e formas de onda características;
Problemas sobre conversores CC-CC (Buck, Boost, Buck-Boost, Cúk).
Capítulo 9 – Rashid (Eletrônica de Potência)
Como montar um Laboratório em casa
- Multímetro
R$10,00 a R$300,00
- Fonte simétrica
R$ 0,00 a R$50,00
Como montar um Laboratório em casa
Como montar um Laboratório em casa
Bibliografia
1. Apostila Sinais Senoidais: Tensão e Corrente Alternadas - Prof. Fernando Luiz Rosa Mussoi - 3ªed. - Florianópolis – Março, 2006.
2. Apostila Valor Médio e Eficaz – Prof. Kazuo Nakashima – Universidade Federal de Itajubá
3. Apostila Projeto de Fontes Chaveadas – Prof. Dr. Alexandre Ferrari de Souza.
4. R.F. Coelho, Estudo dos Conversores Buck e Boost Aplicados ao Rastreamento de Máxima Potência de Sistemas Solares Fotovoltaicos, Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica), Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
5.