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AVALIAÇÃO E COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ENTRE FILHOS/NETOS DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE DIABETES MELLITUS

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AVALIAÇÃO E COMPARAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL ENTRE FILHOS/NETOS DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE DIABETES

MELLITUS

MARQUES, Sueli de Fátima (UNITRI - suelimarques.nutricao@hotmail.com) ARAÚJO, Ana Cristina Tomaz (UNITRI - anacrisnutricao@yahoo.com.br)

RESUMO: O Diabetes Mellitus é uma doença crônica séria caracterizada por anormalidades no metabolismo de carboidrato, proteína e gordura, sendo classificado como Diabetes Tipo I e Tipo II. Os genes, localizados nos cromossomos, são transmitidos de pai para filhos, o que consiste na herança genética (FUHRMANN, 1978). As chances de uma criança ser um diabético no futuro aumentam consideravelmente quando possuem pais ou avós portadores de diabetes, principalmente quando somado com maus hábitos alimentares e sedentarismo. O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar e comparar o estado nutricional de crianças filhos e ou netos de portadores e não portadores de diabetes. Tratou-se de um estudo envolvendo 103 crianças na faixa etária de 7a 14 anos de idade, na fase escolar, de ambos os sexos, cursando o ensino fundamental I e II, estudantes de uma instituição de ensino da rede privada. Os escolares foram avaliados verificando-se idade, peso, estatura, circunferência do braço, sendo classificados em relação ao estado nutricional de acordo com IMC, P/I e CB. Concluiu-se que crianças filhos ou netos de portadores de Diabetes Mellitus apresentaram um aumento no índice de sobrepeso e obesidade maior em relação aos filhos e netos de não portadores, e que a atuação do nutricionista pode ajudar na prevenção, evitando assim que crianças saudáveis hoje não sejam portadores de Diabetes no futuro.

1.0 INTRODUÇÃO

Diabetes Mellitus é uma doença crônica, caracterizada pela elevação do açúcar no sangue (hiperglicemia). Portadores de diabetes têm o organismo que não produz ou não responde a insulina de forma adequada, sendo então diabéticos tipo I e tipo II, respectivamente. O diabetes esta relacionado com várias complicações como doença cardíaca, acidente vascular cerebral,

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hipertensão arterial, cegueira, doença renal, neuropatias, amputação. Quando controlado de forma adequada é possível evitar tais complicações.

O diabetes tipo I é uma doença auto-imune crônica que promove a destruição das células β das ilhotas de Langherans do pâncreas. Conhecido como diabetes juvenil, geralmente diagnosticado em crianças e adultos jovens. No diabetes tipo I o organismo não produz insulina. Apenas 5% das pessoas com diabetes têm esta forma da doença, sendo então insulinodependente (IDDM).

O diabetes tipo II é uma doença heterogênea, sem componente de auto-imunidade, de instalação em geral insidiosa, sem nenhum sinal clínico característico. É a forma mais comum. Milhões de pessoas são diagnosticadas como diabético tipo II. Alguns grupos têm maior risco de desenvolver a doença do que outros. A doença é causada porque o organismo não produz insulina em quantidade suficiente ou as células, por algum motivo, como grande volume de tecido adiposo, não a reconhecem, deixando então de executar sua função, consequentemente a glicose se acumula no sangue levando a hiperglicemia.

Os genes, localizados nos cromossomos, são transmitidos de pai para filhos, o que consiste na herança genética (FUHRMANN, 1978).

A tomada de uma história familiar adequada é uma parte essencial do assessoramento de um paciente com uma doença genética; é também de grande auxílio na eliminação da possibilidade de que a condição tem uma base genética (Fraser, 1963). O Diabetes Tipo I e II tem causas diferentes. Porem a herança genética é predisposição para a doença, e é importante evitar fatores externos presente em seu ambiente capazes de acioná-los.

O Diabetes Mellitus faz parte de dois grandes grupos de doenças, aquelas com alta incidência familiar, ocorrendo a suspeita de tratar-se de um gene único com penetrância muito baixa, porém o seu modo de herança ainda não foi esclarecido e aquelas onde a única explicação aceitável é um sistema multifatorial. Nos dois grupos de doenças fatores exógenos parecem desempenhar papel importante na sua manifestação. O que pode ser afirmado

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diabetes e que a probabilidade de vir a ter diabetes é maior quando possuir parentes próximos diabéticos.

Os hábitos adquiridos na infância podem determinar ser um adulto saudável ou não. A vida moderna alterou o modelo tradicional da família, que sofreu mudanças nas últimas décadas. Segundo Johnson, 1993, quase três quartos das mulheres com crianças em idade escolar estão trabalhando fora de casa. Por este motivo optam então pela praticidade na hora de escolher os alimentos que levam para casa. Cada vez mais produtos industrializados ocupam espaço nos armários e geladeiras dos brasileiros. Produtos ricos em gordura, açúcar e sódio e pobres em vitaminas, minerais e fibras fazem parte do dia a dia da alimentação de crianças, aumentando cada vez mais o número de portadores de doenças crônicas não transmissíveis, entre elas o Diabetes Mellitus.

A obesidade em crianças é um problema de saúde pública significante. O sobrepeso triplica o risco de diabetes Mellitus. Estudo de saúde nacional realizado comparou os dados de dobras da pele, mostrando um aumento de 54% da obesidade em crianças de 6a 11 anos de idade entre o meio da década de 60 e final da década de 70 (GORTMAKER ET al., 1987).

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde apresentou um aumento importante no número de crianças acima do peso no país, principalmente na faixa etária entre 5 e 9 anos de idade. Em 2008, o excesso de peso atingia 33,5% das crianças de cinco a nove anos, sendo que 16,6% do total de meninos também eram obesos; entre as meninas, a obesidade apareceu em 11,8%. O excesso de peso foi maior na área urbana do que na rural: 37,5% e 23,9% para meninos e 33,9% e 24,6% para meninas, respectivamente. O Sudeste se destacou, com 40,3% dos meninos e 38% das meninas com sobrepeso nessa faixa etária.

Os componentes genéticos quando somados aos fatores ambientais, como os maus hábitos alimentares, levando a obesidade, aumentam significativamente o risco do desenvolvimento do Diabetes Mellitus.

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Estilo de vida também influencia o desenvolvimento do diabetes tipo 2. Obesidade tende a ocorrer em famílias, e as famílias tendem a ter uma alimentação e hábitos de exercício semelhantes. Diabetes tipo 2 ocorre em famílias.

Em parte, essa tendência é devido às crianças aprenderem com os pais maus hábitos alimentares, como uma dieta pobre e sedentarismo. Mas há também uma base genética. Em genética, informações negativas, isto é, a ausência de uma condição em qualquer parente é tão importante quanto às positivas.

A avaliação do estado nutricional ficou restrita a apenas três parâmetros antropométricos, pois a estatura de algumas crianças ultrapassava o limite dos índices das tabelas para avaliar peso por altura e altura por idade. O n para o objetivo especifico de comparação entre portadores e não portadores ficou menor que o n total da amostra por não possuir a informação se pais ou avós serem ou não portadores de diabetes.

Pais, avós são responsáveis por suas crianças. Responsáveis no que tange à conscientização da importância de amenizar de todas as formas possíveis o desenvolvimento do diabetes, e uma delas é a aquisição desde cedo do hábito de consumir alimentos saudáveis e nutritivos.

2. OBJETIVO

2.1 OBJETIVO GERAL

Comparar e avaliar o estado nutricional de crianças filhos/netos de individuo portadores e não portadores de Diabetes Mellitus, correlacionando os resultados obtidos.

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3. MÉTODOS

Tratou-se de um estudo individualizado, descritivo e analítico, realizado na cidade de Uberlândia-MG, no mês de setembro de 2012, envolvendo crianças de ambos os sexos, na fase escolar, na faixa etária de 7a 15 anos cursando o ensino fundamental I e II, estudantes de uma instituição de ensino da rede privada.

Para compor a amostra, foi enviada uma carta convite com informações a 180 pais, apresentando a pesquisa. A qual foi preenchida os dados dos responsáveis e voluntários e assinada por 103 pais. Em seguida foi feito um contato por telefone, com o objetivo de explicar o envio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após contato, o mesmo foi enviado aos pais, em anexo uma carta de agradecimento pela participação na pesquisa.

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da UNITRI – Centro Universitário do Triangulo. A coleta de dados foi realizada mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais.

O estudo obedeceu às normas éticas promulgadas na nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os escolares foram avaliados verificando-se idade, peso, estatura, circunferência do braço, e classificados de acordo com IMC, P/I e CB.

A pesagem foi realizada com as crianças descalças, vestindo roupas leves, conforme normas antropométricas em uma balança digital (WISO-W903) com capacidade de 0 - 180kg e precisão de 100g.

Para a mensuração da estatura, as crianças foram colocadas sem sapatos, em posição ereta, encostadas em uma superfície plana vertical, braços pendentes com as mãos espalmadas sobre as coxas, os calcanhares unidos e as pontas dos pés afastadas, formando ângulo de 60º, joelhos em contato, cabeça ajustada ao plano de Frankfurt. A medida foi feita, utilizando-se uma fita métrica comum com 2m de altura fixada à parede sem rodapé.

Na tabela I estão demonstrados as classificações do estado nutricional para crianças de 0-5 anos segundo OMS e para criança de 0-20 anos segundo NCHS/CDC.

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Tabela I – Classificação do estado nutricional para crianças de 0-5 anos segundo OMS e para criança de 0-20 anos segundo NCHS/CDC.

Estado Nutricional IMC (Percentil) Baixo peso < P5

Eutrofia ≥ P5 e < 85

Sobrepeso ≥ P85

Obesidade ≥ P95

Para a mensuração da circunferência de braço as crianças foram colocadas em pé, na posição ereta, braços ao longo do corpo e com roupas leves (sem manga longa). Flexionou-se o cotovelo do braço direito em um ângulo de 90º, com a palma da mão para dentro, descansando sobre o abdômen. Mediu-se a distância entre a extremidade da proeminência óssea do acrômio da escápula e da extremidade da proeminência do olecrano da ulna. Localizou-se o ponto médio, onde foi aplicada a fita métrica flexível com o braço totalmente distendido e relaxado. Na tabela II, estão demonstrados os pontos de corte de acordo com a classificação do percentil da circunferência de braço.

Com os dados obtidos de idade, peso, altura e circunferência de braço, as crianças foram classificadas de acordo com o estado nutricional segundo o IMC, P/I e CB, seguindo os critérios de cada parâmetro.

Fórmula para cálculo do IMC: IMC = Peso (kg) = kg/m² Alt.² (cm)

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Tabela II – Pontos de corte para avaliação do estado nutricional de acordo com percentil da circunferência de braço

Pontos de corte

Percentil Estado Nutricional

P5 Déficit severo

P5 – P15 Déficit leve

P15 – P85 Normalidade

P85 – P90 Aumento leve

P95 Aumento severo

Foi utilizado o índice de peso para idade através da classificação de Gomes, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e adotados pelo Ministério da Saúde para avaliação do estado nutricional. Este índice expressa a massa corporal para idade cronológica. Essa avaliação é muito adequada para o acompanhamento do crescimento infantil e reflete a situação global do indivíduo, porém, não diferencia o comprometimento nutricional atual ou agudo do pregresso ou crônico.

Operacionalização

% P/I = _____ Peso observado x 100_____________ Peso médio (normal ou padrão para a idade e sexo “P50”

Na tabela III estão demonstrados os pontos de corte e classificação do estado nutricional segundo Frederico Gomez.

Tabela III - Pontos de corte e classificação do estado nutricional Porcentagem de adequação do

peso normal por idade

Estado Nutricional

Mais que 111% Sobrepeso ou obesidade

Entre 91a 110% Normal ou eutrofia

Entre 76a 90% Desnutrição I Grau – DI (leve)

Entre 61 a 75% Desnutrição II Grau – DII (moderada) Menor que 60% Desnutrição III Grau – DIII (grave)

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4. RESULTADOS

Participaram desta pesquisa, 103 alunos, matriculados do segundo ao nono ano, do Ensino Fundamental, na faixa etária de 7a 15 anos.

Na tabela IV, estão demonstradas as freqüências e porcentagens de alunos, de acordo com o ano em que estão matriculados, o gênero e resultados totais.

Tabela IV – Distribuição de frequências (n) e porcentagens (%) de alunos, de acordo com o ano em que estão matriculados, de acordo com o gênero e

resultados totais. Anos/Alunos n % 2º ano – masculino 06 5,82 2º ano – feminino 08 7,77 3º ano – masculino 10 9,72 3º ano – feminino 07 6,80 4º ano – masculino 02 1,94 4º ano – feminino 05 4,85 5º ano – masculino 03 2,91 5º ano – feminino 07 6,80 6º ano – masculino 07 6,80 6º ano – feminino 11 10,68 7º ano – masculino 11 10,68 7º ano – feminino 02 1,94 8º ano – masculino 05 4,85 8º ano – feminino 05 4,85 9º ano – masculino 05 4,85 9º ano – feminino 09 8,74 Total 103 100,00

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Essa faixa etária para crianças é um momento excelente para pesquisa, pois demonstram grande interesse em saber o que está sendo feito, qual o objetivo da ação, e o resultado encontrado.

Na tabela V, estão demonstradas as médias e desvios padrão, relativos às medidas de peso, altura, CB, IMC, obtidas pelos alunos, de acordo com o ano em que estão matriculados. Não houve grandes variações nas médias encontradas. A média do peso e altura aumentou gradativamente de acordo com o ano. Houve variação na média do IMC no quarto e quinto ano, que em vez de aumentar reduziu em relação ao terceiro ano. O índice de P/I apresentou grande variação no segundo ano em relação a todos os outros, demonstrando que o peso para idade dessas crianças esta acima do padrão esperado na faixa etária de sete anos.

Tabela V – Médias e desvios padrão, relativos às medidas de peso, altura, CB e IMC obtidas pelos alunos, de acordo com o ano em que estão matriculados.

Variáveis Valores de Medias (dp) 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Peso 25,66 (+ 4,99) 32,76 (+ 8,04) 33,06 (+ 8,06) 37,81 (+ 8,24) 42,40 (+ 11,90) 45,88 (+ 7,91) 54,35 (+12,50) 53,98 (+10,15) Altura 1,24 (+ 0,06) 1,32 (+ 0,07) 1,37 (+ 0,05) 1,46 (+ 0,08) 1,47 (+ 0,08) 1,52 (+ 0,08) 1,61 (+ 0,09) 1,61 (+ 0,06) CB 19,68 (+ 3,01) 22,22 (+ 3,57) 22,14 (+ 3,96) 21,80 (+ 2,74) 23,92 + 3,43) 24,71 (+ 3,03) 26,45 (+ 3,59) 26,64 (+ 4,03) IMC 16,50 (+ 2,43) 18,68 (+ 3,82) 17,59 (+ 3,54) 17,53 (+ 2,54) 19,23 (+ 3,55) 19,76 (+ 3,19) 21,03 (+ 4,67) 20,82 (+ 3,86)

Na tabela VI, estão demonstradas as frequências (n) e porcentagens (%) de alunos, de acordo com a presença e a ausência de Diabetes, na família, de acordo com o ano em que estão matriculados e resultados totais. Através desta tabela é possível confirmar o quanto o número de diabéticos esta aumentando. Em cada duas famílias uma possui pelo menos um membro portador de Diabetes Mellitus.

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Tabela VI – Distribuição de frequências (n) e porcentagens (%) de alunos, de acordo com a presença e a ausência de Diabetes, na família, de acordo com o ano em que estão matriculados e resultados totais.

Período escolar /Diabetes Presença de antecedentes familiares Ausência de antecedentes familiares

Não tem certeza

n (%) n (%) n (%) 2º ano 05 (14,28) 04 (11,11) 05 (15,62) 3º ano 06 (17,14) 06 (16,67) 05 (15,62) 4º ano 01 (2,86) 02 (5,56) 04 (12,50) 5º ano 07 (20,00) 03 (8,33) 00 (0,00) 6º ano 08 (22,86) 07 (19,44) 03 (9,38) 7º ano 04 (11,43) 04 (11,11) 05 (15,62) 8º ano 03 (8,57) 02 (5,56) 05 (15,62) 9º ano 01 (2,86) 08 (22,22) 05 (15,62) Total 35 (100,0) 36 (100,0) 32 (100,0)

Na tabela VII, estão demonstradas as frequências de alunos, de acordo com o percentil obtido no IMC, separados de acordo com o ano em que estão matriculados. O índice de massa corporal – IMC para crianças possui um parâmetro muito alto classificando eutrofia. Crianças que no exame clinico, é possível perceber que estão abaixo ou acima do peso são classificadas como eutróficas, o ideal seria possuirmos um índice de massa corporal para crianças mais detalhado onde estes pontos de corte fossem reduzidos, para que tenhamos resultados mais fidedignos com a realidade do estado nutricional da criança.

Tabela VII – Distribuição de frequências de alunos, de acordo com a classificação obtida no IMC, de acordo com o ano em que estão matriculados. Classificação

IMC

2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Total

Baixo peso 00 01 00 00 02 00 01 00 04 Eutrofia 11 09 06 09 10 10 05 12 72

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Total 14 17 07 10 18 13 10 14 103

A avaliação do estado nutricional confirma as conseqüências das mudanças de hábitos alimentares das crianças brasileiras. Todos os dias novos produtos voltados para o público infantil são lançados no mercado. Produtos ricos em gordura, açúcar e sódio, e os responsáveis por estas crianças, em busca de praticidade para a rotina do dia a dia, introduzem estes alimentos nas refeições diárias das crianças, isto é confirmado com o grande aumento do índice de sobrepeso e obesidade entre as crianças em fase escolar.

Tabela VIII – Distribuição de frequências de alunos, de acordo com a classificação obtida no P/I, de acordo com o ano em que estão matriculados. Classificação P/I 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Total Desnutrição leve (GI) 00 01 01 02 03 02 01 04 14 Desnutrição leve 02 00 00 00 00 00 00 00 02 Desnutrição moderada (GII) 00 00 00 03 01 01 00 00 05 Eutrofia 10 07 05 00 06 04 06 05 43 Sobrepeso 00 00 01 00 00 00 00 01 02 Obesidade 02 09 00 05 08 06 03 04 37 Total 14 17 07 10 18 13 10 14 103

Tabela IX – Distribuição de frequências de alunos, de acordo com a classificação obtida no CB, de acordo com o ano em que estão matriculados. Classificação CB 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º Total Aumento leve 01 01 01 01 02 01 01 00 08 Aumento severo 03 07 01 00 02 02 02 01 18 Déficit leve 01 00 01 01 01 01 01 01 07 Deficit severo 00 00 00 00 01 00 00 00 01 Normalidade 09 09 04 08 12 09 06 12 69 Total 14 17 07 10 18 13 10 14 103

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O teste estatístico adequado para a análise de correlação entre variáveis, que se apresentem em escala nominal, é o Coeficiente de Contingência C (SIEGEL, 1975). No entanto, para que esse teste seja aplicado é necessário que se aplique, antes, o teste do Qui-Quadrado (SIEGEL, 1975), e que o resultado seja estatisticamente significante.

Assim, com interesse em verificar a existência ou não de correlações, estatisticamente significantes, entre os valores relativos às classificações, obtidas pelos alunos, no IMC, no P/I e no CB e as freqüências relativas à presença e à ausência de Diabetes, nos seus familiares, foi aplicado o teste do Qui-Quadrado, aos dados em questão.

Para que os resultados sejam estatisticamente significantes, os valores encontrados têm que ser mais elevados do que 3,84. O nível de significância foi estabelecido em 0,05 em uma prova bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela X.

Tabela X – Valores de X2 encontrados, quando da aplicação do teste do Qui-Quadrado aos valores relativos às classificações, obtidas pelos alunos, no IMC, no P/I e no CB e as freqüências relativas à presença e à ausência de Diabetes, nos seus familiares.

Variáveis Analisadas Valores do

X2

Classificação IMC x Presença/Ausência Diabetes 1,28 Classificação P/I x Presença/Ausência Diabetes 0,01 Classificação CB x Presença/Ausência Diabetes 4,78* (*) p < 0,05

De acordo com os resultados demonstrados na tabela X, só foi possível a aplicação do Coeficiente de Contingência C, aos dados relativos à classificação do CB e à presença/ausência de Diabetes.

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apresentaram índices de CB mais elevados, enquanto que aqueles cujos familiares não são portadores de Diabetes, apresentaram índices menos elevados de CB.

Com o objetivo de verificar a existência ou não, de correlações, estatisticamente significantes, entre os valores das variáveis: idade, CB, IMC e P/I, foi aplicado o Coeficiente de Correlação de Pearson (GRANER, 1966), aos dados em questão.

O nível de significância foi estabelecido em 0,05 em uma prova bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela XI.

Tabela XI – Valores de r e das probabilidades a eles associadas, obtidos quando da aplicação do Coeficiente de Correlação de Pearson aos valores das variáveis: idade, CB, IMC e P/I.

Variáveis Analisadas Valores de r Probabilidades

Idade x CB 0,548 0,000* Idade x IMC 0,358 0,000* Idade x P/I -0,078 0,432 CB x IMC 0,920 0,000* CB x P/I 0,717 0,000* IMC x P/I 0,805 0,000* (*) p < 0,05

De acordo com os resultados demonstrados na tabela XI, foram encontradas correlações positivas, estatisticamente significantes, entre os valores das variáveis: Idade, quando comparados com os valores de CB e de IMC; CB, quando comparados com os valores de IMC e de P/I; IMC, quando comparados com os valores de P/I.

Isto indica que, à medida que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável aumentam, também; à medida que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável diminuem, também, confirmando a classificação de cada índice.

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5. CONCLUSÃO

Após a avaliação e correlação do estado nutricional, com a tabulação dos resultados, em geral, pode-se concluir que as crianças em fase escolar estão apresentando aumento crescente de peso. Crianças filhos ou netos de portadores de Diabetes Mellitus apresentaram um aumento no índice de sobrepeso e obesidade maior em relação aos filhos e netos de não portadores. É de suma importância a atuação do profissional nutricionista na prevenção da doença em crianças que a historia familiar é positiva em relação a presença de Diabetes Mellitus, através da conscientização dos pais, na importância da expressão gênica somada aos fatores ambientais, aumentando de forma significativa as chances de uma criança saudável hoje ser um portador de diabetes no futuro, buscando soluções para que o ritmo acelerado do dia a dia da vida moderna não impeça a família de ter hábitos alimentares saudáveis.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FUHRMANN, W.; VOGEL F.; Aconselhamento Genético – Um guia para estudantes e médicos. 1ª Ed, São Paulo: E.P.U. Editora Pedagógica e Universitária Ltda., Editora Sprinter Ltda.

GONÇALVES E COLS, E.R.; Complicações Crônicas do Diabetes. 1ª ed, Belo Horizonte: Livraria e Editora Saúde Ltda.

FROTA-PESSOA, O.; Biologia na Escola Secundária. 2ª Ed, São Paulo: Editora Fundo de Cultura

SILVA, A. J.; NETO, J. T. M.; RAPOSO, J. J. V.; CARVALHAL, M. I. M.; Obesidade Infantil. 1ª Ed, Minas Gerais: Editora CGB Artes Gráficas, 2007.

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Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo, Association of children’s consumption of processed foods and family income in the city of São Paulo, Brasil, Rita de Cássia de Aquino e Sonia Tucunduva Philippi, Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil

Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação [ABIA]. Indústria da Alimentação – Principais Indicadores Econômicos. São Paulo; 2010.

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Sociedade Brasileira de Diabetes – Publicações – Diretrizes e Posicionamentos – 19/04/2012 14h 35min

MAIA, N.F.; Genética de populações humanas. Editora Hucitec Ltda. Editora da Universidade de São Paulo – SP.

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THOMPSON, J.S.; THOMPSON, M.W.; Genética Médica – Editora Interamericana Ltda., Rio de Janeiro – RJ.

BURNS, G.W.; BOTTINO, P.J.; - Genética – 6ª edição – Editora Guanabara Koogan S.A. – Rio de Janeiro – RJ.

ELDON, J.G.; SNUSTAD, D.P.; Genética – 7ª edição – Editora Guanabara Koogan S.A. – Rio de Janeiro – RJ.

GRANER, E. A. Estatística. Ed. Melhoramentos. São Paulo, 1966. 184 p.

SIEGEL, S. Estatística não-paramétrica, para as ciências do comportamento. Trad. Alfredo Alves de Farias. Ed. McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1975. 350 p.

Referências

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