• Nenhum resultado encontrado

POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS E O ACESSO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL AO MÉDIO EM SANTA CATARINA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS E O ACESSO DE ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL AO MÉDIO EM SANTA CATARINA"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

POLÍTICAS PÚBLICAS INCLUSIVAS E O ACESSO DE ESTUDANTES DA

EDUCAÇÃO ESPECIAL AO MÉDIO EM SANTA CATARINA

ROSA, Cláudio Adão da SOUZA, Bruna Carolina de RESUMO: Este artigo analisa o impacto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI) no número de matrículas de estudantes da educação especial no ensino médio da rede regular de ensino de Santa Catarina, nas escolas situadas na cidade de Balneário Camboriú – SC. Para tanto, coletamos e analisamos os dados oficiais publicados pelo Censo Escolar do INEP referentes às matrículas da Educação Especial no município desde 2008, ano de publicação da política, até 2015. Constatamos que a PNEEPEI teve um impacto positivo, visto que, no período analisado, o aumento das matrículas representou um crescimento de 583%. No entanto, cabe ressaltar que, embora os números representem um ganho na garantia do direito ao acesso ao ensino médio, não podemos afirmar que a qualidade do serviço educacional prestado a esse público tenha acompanhado o mesmo ritmo.

PALAVRAS-CHAVE: Políticas Inclusivas; Pessoas com deficiência; Educação Inclusiva.

1 INTRODUÇÃO

A educação para as pessoas com deficiência no Brasil, constituiu-se por muito tempo como um serviço educacional paralelo ao ensino comum, ou seja, os estudantes que não conseguissem acompanhar a proposta curricular do ensino regular deveriam ter um atendimento educacional em outro espaço. Após influências de movimentos internacionais, sobretudo da conferência mundial de Educação Para Todos realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1990 e da conferência realizada em Salamanca em 1994, na Espanha, começou-se a pensar em um sistema de ensino inclusivo, onde todos pudessem frequentar as classes comuns de ensino, independente da sua condição biopsicossocial.

Depois da formulação de diversas Leis, Portarias e Decretos que tentaram garantir o acesso e a permanência dos estudantes com deficiência no ensino regular, mas sem criar normatizações de como deveria acontecer na prática, em 2008 o Ministério da Educação (MEC) elaborou a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), trazendo como objetivo “o acesso, a participação e a aprendizagem dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de ensino para promover respostas às necessidades educacionais” (BRASIL, 2008, p.10). A referida política estabeleceu que são os sistemas de ensino que devem estar preparados para receber esses estudantes, respeitando seus ritmos e formas de aprendizagem e não o contrário.

(2)

Essas novas orientações trouxeram consigo a necessidade de estudos que monitorem e acompanhem a operacionalização das suas diretrizes na prática, para garantir, de fato, o acesso aos níveis mais elevados de ensino. Em 2006, a PNEEPEI mostrava que 82,5% das matrículas dos estudantes da educação especial estavam na Educação Infantil e no ensino fundamental e apenas 2% estavam matriculados no ensino médio. Os demais estavam distribuídos na EJA e na Educação Profissional (BRASIL, 2008). Em 2015, embora tenha subido para 6% as matrículas desses estudantes no ensino médio, ainda representava um percentual pequeno perto dos 80% da Educação Infantil e ensino fundamental, além das matrículas eram da EJA e da Educação Profissional e Tecnológica (BRASIL, 2015).

O baixo percentual de matrículas desse público no ensino médio indica que ainda existem barreiras no acesso e na permanência na escola até os mais altos níveis, configurando-se como uma negação ao direito fundamental desses estudantes usufruírem da educação pública para o seu desenvolvimento integral. Diante disso, reconhecendo que o ensino médio ainda é uma etapa que precisa ser entendida e discutida dentro do contexto da educação inclusiva, neste artigo analisamos o impacto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva no número de matrículas dos estudantes da educação especial na etapa do ensino médio em escolas da rede regular de ensino de Santa Catarina, situadas no município de Balneário Camboriú.

Entre 2008 e 2015, o município possuía cinco escolas estaduais que ofereciam o ensino médio. Para chegar ao objetivo, tomamos como unidade de análise, as matrículas iniciais de estudantes público-alvo da Educação Especial organizando-as por quadros e gráficos que mostram a totalidade de matrículas no nível do ensino médio e o número total de matrículas de estudantes da Educação Especial em cada ano analisado; o percentual de matrículas de estudantes da Educação Especial em relação ao total geral de matrículas e uma tabela comparativa entre o contexto de 2008 e o de 2015, referente ao total geral de matrículas e as específicas de estudantes da Educação Especial.

2 A CONSTRUÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL

Até a década de 1990, o atendimento educacional para estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação era entendido como uma modalidade de ensino substitutiva ao processo de escolarização do ensino comum. Embora as Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1961 (BRASIL, 1961) e de 1971 (BRASIL, 1971) já trazerem em seus textos o direito desses estudantes frequentarem o ensino comum, não apresentavam uma proposta política e pedagógica de organização dos sistemas de ensino para atender esse público, fazendo com

(3)

que permanecessem no ensino regular somente os poucos que conseguissem acompanhar o currículo comum.

Na Constituição Federal (CF) de 1988, um dos objetivos fundamentais é o de “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988, Art.3º, inciso IV). Também, em seu artigo 205, define a educação como um direito de todos e no artigo 206, inciso I, estabelece o direito a “igualdade de condições de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino. O artigo 208 diz ainda que é dever do estado garantir o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo o acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um.

Mesmo a CF trazendo todas essas garantidas como dever do estado, ela não estabeleceu uma política de mudanças dos sistemas de ensino para garantir o acesso e, principalmente, a permanência de todos os estudantes no ensino comum. O uso da palavra “preferencialmente” abriu espaço para que os sistemas de ensino ou profissionais digam que alguns estudantes têm condições de frequentar e outros não. Podem alegar, por exemplo, falta de estrutura física na escola ou falta de profissionais especializados para atender determinado estudante. Se fosse utilizado o termo “obrigatoriamente” seria uma ação mais incisiva de garantia do direito ao acesso ao ensino comum.

No ano de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabeleceu que os pais ou responsáveis têm obrigação de fazer a matrícula de seus dependentes na rede regular de ensino (BRASIL, 1990), reforçando a intenção da CF e das leis anteriores em fazer com que esses estudantes frequentassem o ensino regular, no entanto, não estabeleceu políticas públicas educacionais e estratégias de ensino para receber este público.

Em 1994, o MEC elaborou a Política Nacional de Educação Especial, que foi influenciada pela Conferência Mundial de Educação para Todos realizada em 1990 na Tailândia e pela Conferência realizada em Salamanca em 1994. Apesar do reconhecido esforço, essa política ainda falava do acesso ao ensino regular por aqueles estudantes que conseguissem seguir no mesmo ritmo que os demais, o que, em suma, repetia as práticas anteriores de tentativas de fazer com que esses estudantes se adaptassem à proposta pedagógica comum, sem trazer mudanças nos sistemas de ensino e nas formas de enxergar as capacidades de cada um.

A LDBEN publicada em 1996 pelo MEC, que ainda é o norte atual em termos de legislação educacional no Brasil, diz que é dever dos sistemas de ensino se adaptarem para receber os estudantes, o que representou um avanço na inclusão escolar, visto que até

(4)

pedagógico oferecido pelos sistemas de ensino regulares, caso contrário teriam atendimento educacional em um centro especializado. Seguindo essa linha, em 1999 foi publicado o Decreto nº 3.298/99, que definiu a Educação Especial como uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação complementar da Educação Especial ao ensino regular (BRASIL, 1999).

Assim, em 2001 foram estabelecidas as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica por meio da Resolução CNE/CEB nº 2/2001 (BRASIL, 2001), onde é reforçado o processo de mudança para que os sistemas de ensino se adaptem para receber os estudantes e não o contrário, dando mais um passo para a construção da escola Inclusiva no Brasil. Em 2007 foi lançado o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), trazendo a formação de professores para a Educação Especial, a implantação de salas de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, o acesso e a permanência das pessoas com deficiência na educação superior e o monitoramento do acesso à escola dos favorecidos pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC) como eixos para a melhoria da proposta da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008).

Finalmente, em 2008, o MEC elaborou a PNEEPEI, documento que trouxe uma proposta de mudança em praticamente toda a forma de pensar a inclusão de estudantes da educação especial nas escolas regulares. Suas diretrizes definem a Educação Especial como uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular (BRASIL, 2008). Com a publicação dessa política, os sistemas de ensino passaram a ser obrigados a adaptarem-se para receber as matrículas desses estudantes em qualquer etapa, nível e modalidade, oferecendo serviços educacionais que atendam suas necessidades.

3 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS DO CENSO ESCOLAR DE 2008 A 2015

Os dados da tabela 1 mostram que o número total de matrículas no ensino

médio, incluindo as matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial, em

2008 era de 2624. Teve uma oscilação entre 2599 em 2009 e 3074 em 2015,

fechando o período de análise com 2822 matrículas em 2015. É possível observar

também na tabela 1 que número de matrículas de estudantes público-alvo da

Educação Especial teve um grande crescimento se compararmos o ano de 2008

com o de 2015, passando de 6 matrículas em 2008 para 41 em 2015. O número de

matrículas desse público apresentou uma crescente constante, com exceção do ano

(5)

de 2012 para 2013, onde se observa uma queda de 25 matrículas e de 2015 para

2015, passando de 45 para 41.

Tabela 1: Número total de matrículas no ensino médio e número respectivo de matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial entre os anos de 2008 e 2015 em Balneário Camboriú (SC).

Matrícula Inicial no ensino médio

ANO Total geral de matrículas Total de matrículas da Educação Especial 2008 2624 6 2009 2599 6 2010 2629 11 2011 2774 23 2012 2726 25 2013 2923 14 2015 3074 45 2015 2822 41

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

A tabela 2 apresenta a quantidade total de matrículas e o percentual

correspondente de matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial

entre os anos de 2008 e 2015. Em 2008, era um total de 0,22% de matriculas de

estudantes da Educação Especial e em 2015 um total de 1,45%. O crescimento se

deu em todos os anos, com exceção entre os anos de 2012 e 2013, que apresentou

queda, sendo 0,91% em 2012 passando para 0,47% em 2013. Também entre 2015

e 2015 diminuiu a porcentagem, passando de 1,46% para 1,45%.

Tabela 2: Número total de matrículas no ensino médio e porcentagem respectiva de matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial entre os anos de 2008 e 2015 em Balneário Camboriú (SC)

.

Matrícula Inicial no ensino médio

ANO Total de matrículas no ensino médio % de matrículas da Educação Especial

2008 2624 0,22 % 2009 2599 0,23 % 2010 2629 0,41 % 2011 2774 0,82 % 2012 2726 0,91 % 2013 2923 0,47 % 2015 3074 1,46 % 2015 2822 1,45 %

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

O gráfico 1 é um demonstrativo do número de matrículas total no ensino

médio, incluindo as matrículas de estudantes da Educação Especial entre os anos

de 2008 e 2015. Em 2008 foram 2624 matrículas, apresentou uma variação entre

2599 matrículas no ano de 2009 e 3074 matrículas no ano de 2014, finalizando num

total de 2822 no ano de 2015.

(6)

Gráfico 1: Gráfico demonstrativo do total geral de matrículas no ensino médio em Balneário Camboriú (SC) entre os anos de 2008 e 2015.

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

O gráfico 2 é um gráfico demonstrativo do número de matrículas de

estudantes da Educação Especial entre os anos de 2008 e 2015. Em 2008 e 2009

foram 6 matrículas, ao longo dos anos vemos um aumento constante até o ano de

2012, que chegou a um total de 25 matrículas. No ano de 2013 teve uma queda

significativa, ficando em 14 matrículas e 2015 apresentou o maior número de

matrículas realizadas neste período, 45. Em 2015 teve uma pequena queda e foram

41 matrículas.

Gráfico 2: Gráfico demonstrativo do número total de matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial no ensino médio em Balneário Camboriú (SC) entre os anos de 2008 e 2015.

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

O gráfico 3 é um comparativo do número total de matrículas no ensino médio

e do número correspondente de matrículas de estudantes da Educação Especial

somados a esse total. No ano de 2008, de um total de 2624 matrículas, foram

apenas 6 de estudantes da Educação Especial, em 2009 do total de 2599, também

foram 6 matrículas desse público. Em 2010 entre as 2629 matrículas, 11 eram de

estudantes da Educação Especial. 2011 foram 2774 matrículas sendo 23 de

estudantes da Educação Especial, em 2012, das 2726 matrículas, 25 foram da

Educação Especial. 2013 aumentou o total geral de matrículas, porém caiu o total de

estudantes da Educação Especial, ficando em apenas 14. O ano de 2015 teve o

maior número de matrículas, 3074, e também o maior número de matrículas de

(7)

estudantes da Educação Especial 45. Em 2015 teve uma queda no número de

matrículas, foram 2822 e também uma queda nas matrículas da Educação Especial,

ficando em 41.

Gráfico 3: Gráfico comparativo do número total de matrículas no ensino médio e do número de matrículas de estudantes público-alvo da Educação Especial entre os anos de 2008 e 2015.

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

No gráfico 4 temos um comparativo do número total de matrículas no ensino

médio e do número de estudantes público alvo da Educação Especial entre os anos

de 2008 e 2015 apresentados em porcentagem. No ano de 2008, de um total de

100%, 0,22% eram de estudantes da Educação Especial. O ano de 2015 foi o que

registrou a maior porcentagem de matrículas da Educação Especial atingindo a casa

de 1,46%. Em 2015 fechou 1,45% de matrículas de estudantes da Educação

Especial.

Gráfico 4: Gráfico comparativo do número total de matrículas no ensino médio e do número de estudantes público-alvo da Educação Especial entre os anos de 2008 e 2015 em porcentagem.

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

Por fim, a Tabela 3 faz uma comparação entre o cenário de 2008 e o de 2015

com relação ao número de matrículas no ensino médio. No ano de 2008 foram 2624

matrículas e no ano de 2015 foi registrado o número 2822 matrículas, o que

0 1000 2000 3000 4000 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2624 2599 2629 2774 2726 2923 3074 2822 6 6 11 23 25 14 45 41

Total de Alunos Alunos da Educação Especial

0% 50% 100% 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 99,78% 99,77% 99,59% 99,18% 99,09% 99,53% 98,54% 98,55% 0,22% 0,23% 0,41% 0,82% 0,91% 0,47% 1,46% 1,45%

(8)

representa um crescimento de 7,54% no período. Já as matrículas específicas de

estudantes da Educação Especial teve um aumento bastante expressivo. Foram 6

matrículas no ano de 2008 e 41 matrículas no ano de 2015, o que representa um

crescimento de 583% no período analisado.

Tabela 3: Comparativo do Total de matrículas no ano de 2008 e no ano de 2015 e evolução percentual. Matrícula Inicial no ensino médio

ANO Total de matrículas no ensino

médio Matrículas da Educação Especial 2008 2624 6 2015 2822 41 EVOLUÇÃO + 7,54 % + 583 %

Fonte: Elaboração própria, com base nos microdados do Censo da Educação Básica (MEC/INEP, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao analisarmos o impacto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva no número de matrículas dos estudantes da educação especial na etapa do ensino médio em escolas da rede regular de ensino de Santa Catarina, situadas no município de Balneário Camboriú, constatamos que o impacto foi positivo, visto que em 2015 a quantidade de matrículas desse público no ensino médio teve um aumento de aproximadamente sete vezes comparado ao ano de 2008. No entanto, cabe ressaltar que, embora os números representem um ganho no acesso ao ensino médio, não podemos afirmar que a qualidade do serviço educacional prestado a esse público tenha acompanhado o mesmo ritmo.

Considerando que os estudantes da educação especial, assim como qualquer outro, possuem ritmos e estilos de aprendizagem individuais, para que os direitos educacionais sejam, de fato, garantidos, é importante atentar para as flexibilizações curriculares necessárias para construir efetivamente suas aprendizagens. Portanto, é essencial que os sistemas de ensino, além de receberem as matrículas, promovam, também, reflexões sobre mudanças estruturais e pedagógicas necessárias para atender essas demandas, pois, independente das condições biopsicossociais dos estudantes, todos possuem o direito de participar de forma ativa e plena de todas as atividades sociais, inclusive das educacionais.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa

Oficial, 1988.

(9)

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei nº 8.069, de 13 de

julho de 1990.

BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades

educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.

BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para

satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtiem/Tailândia,

1990.

BRASIL. IBGE. Estimativa Populacional 2016. Disponível em:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/estimativa2016/estimativa_dou.s

htm.> Acesso em: 27/01/2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. LDB 4.024, de 20 de dezembro de 1961.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. LDB 5.692, de 11 de agosto de 1971.

BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2008. Brasília: MEC/INEP, 2008.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2009. Brasília: MEC/INEP, 2009.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2010. Brasília: MEC/INEP, 2010.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2011. Brasília: MEC/INEP, 2011.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2012. Brasília: MEC/INEP, 2012.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2013. Brasília: MEC/INEP, 2013.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2014. Brasília: MEC/INEP, 2014.

______. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas

Educacionais. Microdados do censo escolar 2015. Brasília: MEC/INEP, 2015.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política

Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto nº

3.298, de 20 de dezembro de 1999.

(10)

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Orientações

para implementação da política de Educação Especial na perspectiva da

Educação Inclusiva. 2015. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/docman/marco-2015-pdf/17237-secadi-documento-subsidiario-2015.> Acesso em: 27/01/2019.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política

Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política

nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva.

Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial n.

555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria n. 948, de 09 de outubro de

2008. Brasília, 2008.

BRASIL. Ministério Público Federal. O acesso de estudantes com deficiência às

escolas e classes comuns da rede regular de ensino. Fundação Procurador

Pedro Jorge de Melo e Silva (Orgs). 2ª ed. ver. e atualiz. Brasília: Procuradoria

Federal dos Direitos do Cidadão, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Plano de Desenvolvimento da Educação:

razões, princípios e programas. Brasília: MEC, 2007.

Referências

Documentos relacionados

Comandos DML (SELECT, INSERT, UPDATE e DELETE) podem ser utilizados dentro de um bloco PL/SQL.. O comando SELECT deverá receber obrigatoriamente a cláusula INTO para que o

Nas próximas páginas, os portugueses avançaram em direção à capital do Brasil Holandês, Recife. Procuraram minar as defesas holandesas tentando conquistar fortificações.

1- corpo formado por um agregado não-coeso de células de origem mesenquimal, com poros (óstios), canais e câmaras que servem para a passagem de água; 2- corpo com simetria radial ou

A elaboração, pelo MEC, de uma Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, em 2008, consolida uma série de políticas públicas promotoras de

I - Poderão participar do programa ​“Processo Seletivo 2021 – 5ª edição” apenas candidatos ingressantes, que já concluíram o Ensino Médio Regular, quem concluiu

Com a apresentação dos resultados obtidos pela aplicação da metodologia de avaliação ambiental e econômica, corroborando com a proposição P2, o representante entendeu a

“Love Money” Criadores “Business Angels” 40% Fundos sementes Governo Autoridade local Industriais Fundos Privados Capital de Risco Criação jurídica “Amorçage” 1º

Métodos: Onze cães suspeitos de alergia alimentar seguidos em consulta externa de alergia foram submetidos a TID para os ácaros do pó e de armazenamento mais comuns, pólenes