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Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem

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Academic year: 2021

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FACULDADE DE ENFERMAGEM

DANIELLE LEITE DE LEMOS OLIVEIRA

CURSO PARA CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES DE SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM COM USO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

CAMPINAS 2017

(2)

CURSO PARA CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES DE SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM COM USO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Dissertação apresentada à Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cuidado e inovação tecnológica em saúde e enfermagem.

ORIENTADORA: MARIA HELENA BAENA DE MORAES LOPES.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA DANIELLE LEITE DE LEMOS OLIVEIRA, E ORIENTADA PELA PROFa. DRa.MARIA HELENA BAENA DE MORAES LOPES.

CAMPINAS 2017

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DANIELLE LEITE DE LEMOS OLIVEIRA

ORIENTADOR: MARIA HELENA BAENA DE MORAES LOPES

MEMBROS:

1. Profa. Dra. Maria Helena Baena de Moraes Lopes 2.Prof(a) Dr(a) Ana Railka de Souza Oliveira Kumakura

3. 4.

3.Prof(a) Dr(a) Alessandra Mazzo

Programa de Pós-Graduação em Mestrado da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.

(5)

Dedico este trabalho...

Ao dono da sabedoria, inventor de todo conhecimento, criador de todas as coisas e pai dos que o buscam. Ao Senhor seja dedicado este trabalho, bem como todos os que já realizei e os que venha a realizar, pois sempre existirão para Seu louvor.

(6)

Ao Criador, que nos deu a vida e os meios de buscar e alcançar o conhecimento para aplicá-lo em favor de nossos semelhantes.

Ao meu esposo André William, que divide comigo a aventura da vida e desta jornada, com quem divido também cada passo e conquista alcançada.

À minha pequena e linda filha Emanuelle, saiba que é um presente e uma honra maior ser sua mãe. Mesmo ainda sem palavras me ensina como ser melhor e como imbutir amor em cada atividade, buscando ver as flores do caminho.

À minha mãe Maria José, meu grande exemplo de mulher, propulsora de tudo, maior incentivadora e ombro amigo nos dias chuvosos.

Ao meu pai Joaquim, in memorian, que com todo amor demonstrado e vivido tornou-se grande exemplo de superação e temor a Deus. Está na eternidade e para tornou-sempre em nossos corações.

À minha sogra Ivone, segunda mãe, pelo apoio e palavras de incentivo e ajuda em momentos pontuais e importantes.

À minha grande amiga Agnes Raquel Camisão, que com seu olhar mais sábio e experiente me ajudou a vislumbrar caminhos que eu não imaginei existirem pra mim. A toda minha família e amigos que com orações, olhares, palavras, mensagens de carinho e exortações me instigam à evolução, ao crescimento e aprendizado.

Aos profissionais da Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas, em especial à Ana Paula, que com serenidade tantas vezes estendeu a mão e apresentou ferramentas valiosas de pesquisa, auxiliando a cada nova revisão com toda presteza.

E, claro, à minha orientadora Profª Drª Maria Helena, que como um farol brilha em todo seu talento e expertise para iluminar os que a cercam de forma especial, gentil, firme e brilhante.

(7)

Epígrafe

“Pois dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. À Ele seja a glória para sempre! Amém.” Romanos 11.36

(8)

Introdução: A simulação é definida como uma técnica educacional na qual elementos do mundo real são devidamente integrados para alcançar objetivos específicos relacionados com a aprendizagem ou avaliação, isto é, uma metodologia que promove a aprendizagem ativa e significativa, e pode levar aos alunos experiências práticas muito próximas às experiências reais. Já a educação à distância pode ser considerada como uma inovação educacional que favorece a integração de diferentes tecnologias, o que tende a potencializar o aprendizado permitindo flexibilidade ao aprendiz quanto ao tempo de estudo, individualidade em seu aprendizado e ambiente favorável à interação constante com o educador e colegas. Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivo geral desenvolver, implementar e avaliar um curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem (AVA), junto ao corpo docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Os objetivos específicos foram os de buscar na literatura, por meio de uma revisão integrativa, a descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação de cursos para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem; descrever todas as etapas de desenvolvimento do curso; avaliar o curso junto a especialistas em simulação clínica; implementar junto aos docentes da Faculdade de Enfermagem e avaliar o curso segundo a opinião dos participantes. Métodos: Trata-se de estudo metodológico em que a carga horária planejada para o curso de capacitação desenvolvido totalizou 36 horas, sendo 18 horas destinadas aos encontros presenciais com elaboração, prática e discussão de cenários em simulação, e 18 horas voltadas às atividades no AVA, onde se disponibilizou o conteúdo integral do curso: artigos, tutoriais, vídeos, questionários, fóruns, animações e bibliografia, conteúdo submetido à avaliação de juízes especialistas por meio de instrumento de avaliação construído para este fim. Para análise por parte dos especialistas utilizou-se o índice de validade de conteúdo (IVC). Resultados: A revisão da literatura mostrou que não existem atualmente metodologias universalmente aceitas para a capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem. O curso foi considerado válido quanto ao conteúdo e aparência pelos juízes especialistas, com IVC total igual a 0,93. Após análise das sugestões dos juízes e adequações pertinentes, o curso de capacitação foi aplicado a professores envolvidos com ensino dos cursos de Graduação e Pós-Graduação em Enfermagem, que também o avaliaram. A avaliação por parte dos professores participantes foi positiva e demonstrou interesse em aprender e preparar-se para o uso da simulação clínica, com vistas à sua utilização na prática docente. Conclusões: Há ausência na literatura de iniciativas de capacitação de enfermeiros e educadores para o uso da simulação, embora seja imprescindível seu preparo para a adequada utilização e implementação do método. O conteúdo do curso foi considerado válido pelos especialistas e os participantes do mesmo o avaliaram positivamento, indicando que foi adequado e correspondeu às expectativas.

Linha de Pesquisa: Tecnologia e inovação no cuidado de enfermagem e saúde.

Descritores: Curso de capacitação. Educação à Distância. Educação em Enfermagem. Desenvolvimento de Programa. Simulação Clínica.

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Simulation is defined as an educational technique in which real-world elements are properly integrated to achieve specific learning or assessment objectives, ie a methodology that promotes active and meaningful learning, and can provide students with hands-on, hands-on experience. Close to actual experiences. On the other hand, distance education can be considered as an educational innovation that favors the integration of different technologies, which tends to potentiate learning, and allow flexibility to the learner, regarding the time of study, individuality in their learning and environment conducive to constant interaction With the educator and colleagues. Objectives: The main objective of this research was to develop, implement and evaluate a training course for clinical simulation instructors in nursing using a virtual learning environment (AVA), with the Faculty of Nursing of the State University of Campinas (UNICAMP). The specific objectives were: to search in the literature, through an integrative review, the description of methods of development, implementation and evaluation of courses for training of clinical simulation instructors in nursing; Describe all stages of course development; Evaluate the course with specialists in clinical simulation; Implement with the Faculty of Nursing teachers and evaluate the course according to the opinion of the participants. METHODS: This is a methodological study in which the total workload of the training course developed was 36 hours, with 18 hours for face-to-face meetings, with elaboration, practice and discussion of scenarios in simulation and 18 hours dedicated to activities in the AVA, in which the full contents of the course were posted: articles, tutorials, videos, questionnaires, forums, animations and bibliography, content that was submitted to the evaluation of expert judges by means of an evaluation instrument built for this purpose. For the analysis of the specialists the content validity index (CVI) was used. Results: The literature review showed that there are currently no universally accepted methodologies for the training of clinical simulation instructors in nursing. The course was considered valid regarding content and appearance by the expert judges, with total IVC equal to 0.93. After analyzing the pertinent judges' suggestions and adaptations, the training course was applied to teachers involved in teaching undergraduate and postgraduate courses in nursing, who also evaluated the course. The evaluation by the participating teachers was positive and showed an interest in learning and preparing for the use of clinical simulation, with a view to its use in teaching practice. CONCLUSIONS: There is a lack of initiatives in the literature to train nurses and educators to use simulation, although their preparation for the proper use and implementation of the method is essential. The content of the course was considered valid by the specialists and the course participants evaluated the course positively, indicating that it was adequate and lived up to expectations.

Descriptors: Training Courses. Distance Education. Nursing Education. Development Program. Patient Simulation.

(10)

 AVA: Ambiente Virtual de Aprendizagem  CEP: Comitê de Ética em Pesquisa  DI: Designer Instrucional

 EAD: Educação à Distância

 INACSL: International Nursing Association for

Clinical Simulation and Learning

 IVC: Índice de Validade de Conteúdo

 Moodle: Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment  PBL: Problem Based Learning

(11)

 Tabela 1: Publicações sobre o desenvolvimento de cursos para a capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem segundo as bases de dados selecionadas

Artigo 1.

 Tabela 1: Publicações sobre o desenvolvimento de cursos para a capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem segundo as bases de dados selecionadas

 Tabela 2: Título, periódico, objetivo, método e conclusões dos estudos selecionados

Artigo 2.

 Tabela 1: Avaliação das atividades do “Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de AVA” pelos juízes, segundo ertinência, clareza e abrangência - Campinas, 2016

 Tabela 2 - Avaliação pelos juízes quanto à aparência geral do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do “Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de AVA” - Campinas, 2016

(12)

 Figura 1: Baseado na Adaptação da Pirâmide do Aprendizado, de Edgard Dale apud Anderson16

Artigo 1

Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos artigos nas bases de dados

Artigo 2

 Figura 1: Atividades propostas no “Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de AVA".

(13)

1. Introdução ... 15

1.1. Apresentando o tema ... 15

1.2. Conceituando a simulação ... 15

1.3. Problem Based Learning (PBL) ... 17

1.4. Aprendizagem Ativa e Construtivismo ... 17

1.5. A capacitação de instrutores para a simulação clínica no ensino de Enfermagem ... 19 1.6. Justificativa ... 20 2. Objetivos ... 20 2.1 Geral ... 20 2.2. Específicos ... 21 3. Métodos ... 22

3.1. Capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem: revisão integrativa... 22

3.2. Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem ... 24

3.3. Aspectos éticos da pesquisa ... 27

4. Resultados ... 29 4.1. Artigo 1 ... 29 4.2. Artigo 2. ... 44 5. Discussão Geral ... 68 6. Conclusões ... 72 7. Referências ... 73

(14)

8. Apêndices ... 77 8.1. APÊNDICE 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos

Participantes do Curso ... 77 8.2. APÊNDICE 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido aos Juízes Especialistas ... 79

9. Anexos ... 81 9.1. ANEXO 1 – Comprovante de Submissão de Artigo ... 81

9.2. ANEXO 2 – Mapa de Atividades do Curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de AVA ... 82 9.3. ANEXO 3 – Convite – Membro do Comitê de Especialistas ... 88 9.4. ANEXO 4. Instruções para Análise do Curso ... 90 9.5. ANEXO 5 - Instrumento para avaliação do conteúdo do curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem ... 92 9.6. ANEXO 6 - Índice de aulas, objetivos de aprendizagem e atividades do curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem ... 97 9.7. ANEXO 7 - Cartaz do Curso ... 101 9.8. ANEXO 8 – Kit do Participante ... 102 9.9. ANEXO 9 – Parecer do Conselho Integrado da Faculdade de Enfermagem da Unicamp ... 109 9.10. ANEXO 10 – Parecer Consubstanciado Comitê de Ética em Pesquisa Unicamp ... 110

(15)

1.

Introdução

1.1. Apresentando o tema

A inquietação e a ideia do presente estudo surgiram de minha percepção como instrutora de simulação clínica há aproximadamente cinco anos, acerca da necessidade do preparo dos profissionais atuantes no ensino da enfermagem para utilização da simulação na prática docente. Presenciei atividades em simulação que causaram mais desconforto e exposição aos participantes do que apreensão do conteúdo, devido à ausência de método e aparente insegurança na condução do treinamento.

Tal inquietação culminou na pesquisa por publicações que monstrassem como capacitar educadores para se tornarem instrutores de simulação clínica de excelência.

1.2. Conceituando a simulação

O uso da simulação iniciou-se de forma sistematizada pela indústria da aviação, seguida do uso na indústria nuclear logo após a Segunda Guerra Mundial1, tendo

como justificativa o alto nível de complexidade das ações que um piloto de aeronáutica deve realizar e o forte estresse ao qual é submetido, não apenas em situação de guerra, mas em sua atuação profissional de forma geral.

Em situações emergenciais e de risco, a inteligência emocional precisa ser aliada à precisão das escolhas e atitudes para que vidas não sejam expostas ao risco de morte. Simular estas situações, e desenvolver um roteiro para cada tipo de situação adversa, faz com que o piloto esteja preparado para não apenas evitar o erro, mas tomar a melhor decisão no melhor momento.

De maneira similar, os profissionais da área da saúde são constantemente expostos a situações estressantes e, de fato, fazem parte de uma das classes trabalhadoras mais afetadas pelo estresse2 por deparar-se com a realidade do risco

de morte iminente, tendo em suas mãos a responsabilidade de tomar a melhor atitude no melhor momento, com vistas a preservar a vida do paciente na busca por

(16)

restabelecer sua saúde. No entanto, os erros oriundos da assistência à saúde ocorrem e a segurança do paciente é uma preocupação mundial.

Em 2000, foi publicado o estudo “To Erris Human: building a saferhealth

system” pelo Institute of Medicine dos Estados Unidos, que apontou o dado alarmante

de que, anualmente, entre 48.000 e 100.000 americanos perdem suas vidas por agravos relacionados a erros na assistência à saúde. Este estudo foi um verdadeiro marco, pois fomentou discussões acerca desses erros e descortinou um cenário de busca por soluções3, sobretudo porque há evidências de que os resultados deste

estudo foram subestimados4, isto é, a realidade pode ser ainda mais alarmante.

Este fato fez com que soluções fossem estudadas para a produção de uma assistência à saúde mais segura e livre de danos1. Tendo este cenário como pano de

fundo, as ações de simulação clínica ganharam espaço na formação e treinamento dos profissionais da saúde, seguindo princípios semelhantes aos da aviação, como forma de prover mecanismos para interromper possíveis falhas na assistência. Em 2002, a Joint Comissionon Acreditation of Health Care Organizations considerou a simulação um meio de promover assistência mais adequada à segurança do paciente5.

A simulação é definida como uma técnica educacional por meio da qual elementos do mundo real são devidamente integrados para alcançar objetivos específicos relacionados com a aprendizagem ou avaliação6, isto é, uma metodologia

que promove a aprendizagem ativa e pode proporcionar aos alunos a experiência prática muito próxima das experiências reais4.

A simulação na assistência à saúde iniciou-se na área da anestesia e na formação de profissionais que atuam em emergências3, mas logo foi incorporada a

outras especialidades, pois percebeu-se a série de benefícios que seu uso pode trazer ao aprendizado dos alunos e, consequentemente, à promoção da segurança do paciente. Constatou-se que o uso da simulação agrega valor tanto para educadores quanto para alunos, pois permite que os estudantes apliquem o conhecimento adquirido à prática clínica, aumentando suas habilidades e desenvolvendo pensamento crítico e reflexivo acerca de sua atuação7,8, permitindo uma

autoavaliação9 em ambiente seguro que lhe propicia a oportunidade de repetir

(17)

As bases teóricas de ensino-aprendizagem12,13 sobre as quais o uso da

simulação está firmado no ensino em saúde são: o Construtivismo13, a Aprendizagem

Ativa13 e a metotodologia conhecida como Problem Based Learning (PBL)12.

1.3. Problem Based Learning (PBL)

O PBL propõe uma forma de ensinar não expositiva ou centrada no educador, almejando a facilitação do aprendizado orientado por um facilitador (professor ou educador), porém realizado e protagonizado pelo estudante. São sete etapas propostas até que o estudante possa solucionar o problema apresentado, são elas: clareza do caso ou problema, listagem, análise, organização, compartilhamento, estudo individual e resolução12. Este método tem sido incentivado na integração com

o método de simulação14, pois estimula uma base mais ampla de conhecimento clínico

e integração de saberes para a resolução de casos.

1.4. Aprendizagem Ativa e Construtivismo

O construtivismo considera que o estudante traça seu aprendizado realizando composições entre seu conhecimento prévio e os novos conceitos aprendidos, sendo o professor um facilitador deste processo12. A aprendizagem ativa é mais bem descrita

pela noção de que busca proporcionar ao aluno oportunidades de empregar o conhecimento adquirido por meio da prática, da fala, do fazer, do escrever e do ouvir de forma significativa, isto é, a partir da leitura e reflexão sobre ideias pertinentes ao seu aprendizado e preocupações reltivas a um tema acadêmico10.

Segundo Mitre et al.15, “a educação contemporânea deve pressupor um

discente capaz de autogerenciar ou autogovernar seu processo de formação”, conceitos estes bem expressados na clássica “Pirâmide do Aprendizado”, de Edgar Dale apud Anderson16 (Figura 1).

(18)

Figura 1: Aprendizado segundo o processo de formação baseado na adaptação da Pirâmide

do Aprendizado, de Edgard Dale apud Anderson16.

Esta representação demonstra que o aprendizado ativo, aquele que ocorrequando o aluno precisa produzir algum movimento em direção ao seu aprendizado, promove melhor apreensão do conhecimento em detrimento do estilo de aprendizado passivo, que é quando o aluno recebe as informações prontas sem a necessidade de aplicá-las em alguma atividade. Neste sentido, a prática da simulação no ensino de Enfermagem, nos moldes da metodologia da aprendizagem ativa, faz com que os alunos retenham o conhecimento por mais tempo11.

A simulação traz consigo uma fase utilizada por praticamente todos os seus instrutores e denominada debriefing, que é o momento destinado à reflexão, à autoavaliação dos estudantes acerca de seu desempenho no cenário logo após a experiência da simulação. É neste momento que os estudantes podem refletir sobre seus pontos fortes e fragilidades, identificando lacunas a serem corrigidas, melhoradas e tornando-se conscientes de seus potenciais problemas18. Nesta fase, o

estudante é convidado a participar de um momento de aprendizagem reflexiva1. Para

que o potencial do debriefing seja efetivamente utilizado, o educador precisa também fornecer o feedback adicional, orientando o processo de aprendizado do estudante. A avaliação por parte do docente também pode ocorrer neste momento18.

Após duas semanas nos lembramos de: 10% do que lemos 20% do que ouvimos

30% do que vemos 50 % do que vemos e ouvimos

70% do que falamos

(19)

1.5. A capacitação de instrutores para a simulação clínica no ensino de Enfermagem

Para que a simulação seja amplamente aplicada ao ensino de Enfermagem de forma adequada e eficaz, é imprescindível que os educadores estejam familiarizados com este método de ensino e sejam capacitados para tal atividade. Treinar o corpo docente para o uso da simulação clínica de forma eficaz é imperativo para o sucesso na integração da Simulação.

Algumas barreiras para a aplicação da simulação em cursos enfermagem são descritas na literatura, como o medo de tecnologias complicadas, que é um fator comum de resistência para o uso da simulação como um método de ensino18.

Para que haja efetividade na aplicação da simulação no ensino de Enfermagem, o professor precisa estar “muito confortável usando a tecnologia, preparando a simulação e sendo facilitador, no momento do debriefing, e avaliador da simulação centrada no aluno” 19.

Em revisão da literatura acerca das iniciativas de treinamentos de Simulação Clínica para educadores de enfermagem4, identificou-se que há ausência de estudos

que descrevam e avaliem treinamentos de capacitação do corpo docente dos cursos de graduação e pós-graduação em Enfermagem para o uso da Simulação Clínica, e que muitos educadores a utilizam sem o devido treinamento, traduzindo sua prática em um método simplista e superficial quando comparada ao seu potencial de uso no aprendizado dos estudantes, pois a maioria dos educadores vêm de uma formação tradicional com pouco uso de tecnologias aplicadas ao ensino18.

É evidente na literatura a preocupação com a formação do educador que utiliza ou utilizará a simulação em sua prática docente4,10,19, bem como a unanimidade

acerca dos benefícios da simulação no ensino-aprendizado da enfermagem4,9,13,18,19,20. Entretanto, vale ressaltar que a simulação deve ser entendida

como um complemento e não um substituto para a real experiência clínica 11,26.

Atualmente, porém, não existe um modelo de desenvolvimento e implementação de curso de capacitação para instrutores de simulação clínica universalmente aceito1, o

que evidencia a grande lacuna entre a necessidade de preparo do corpo docente e a realidade desta capacitação4,18.

(20)

Também não foi encontrado na literatura modelo de desenvolvimento e implementação de cursos de capacitação para instrutores de simulação clínica que fosse descrito com detalhes e fizesse uso de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), o que poderia ampliar a utilização de tecnologias no ensino.

Assim, é proposta deste estudo desenvolver, implementar e avaliar um programa junto ao corpo docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) que seja auxiliado pelo uso de AVA. Espera-se que a capacitação dos professores os ajude a sentir-se seguros na utilização deste método, tornando-o mais frequente e efetivo em sua prática, além de sentir-se mais familiarizados com o AVA, que pode ser um recurso útil no ensino simulado.

1.6. Justificativa

Frente ao exposto, é possível constatar que mais do que discutir a importância da simulação clínica no ensino na área da saúde e, em particular, na Enfermagem, é emergente o desenvolvimento, a implementação e avaliação de propostas de programas de treinamento para instrutores.

Sendo assim, evidencia-se a importância do presente estudo, que traz consigo a proposta de promover a capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem utilizando-se de ferramentas da modalidade ensino à distância (EaD) associadas a atividades presenciais e práticas. Caso esta proposta apresente os resultados esperados, ao ser divulgada poderá ser usada por outros centros formadores dentro e fora do país, permitindo que pesquisas comparativas com outras propostas existentes possam ser realizadas na busca de um ou mais modelos que atendam as necessidades das diferentes realidades.

2.

Objetivos

2.1 Geral

Desenvolver, implementar e avaliar um curso para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem com uso de ambiente virtual de aprendizagem,

(21)

junto ao corpo docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

2.2. Específicos

 Buscar na literatura a descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação de cursos para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem;

 Descrever todas as etapas de desenvolvimento do curso;  Avaliar o curso junto a especialistas em simulação clínica;  Implementar o curso junto aos docentes e

(22)

3.

Métodos

Para a realização deste estudo empreendeu-se revisão integrativa da literatura como suporte para o estudo metodológico de desenvolvimento do curso. É importante ressaltar que tal revisão integrativa ocorreu nos meses de outubro e novembro de 2015, dando base para a elaboração do estudo metodológico. No entanto, a mesma revisão foi atualizada nos meses de outubro e novembro de 2016 para elaboração do Artigo 1 intitulado “Capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem: revisão integrativa”.

3.1. CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES DE SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA

Realizou-se revisão integrativa da literatura27. Esse tipo de revisão apresenta a

síntese de múltiplos artigos publicados de maneira organizada e sistematizada28,

compondo estudo de abordagem metodológica ampla e que permite a inclusão de estudos experimentais e não experimentais em sua análise, com vistas à compreensão completa de determinado fenômeno27. Suas etapas consistem em:

estabelecer uma hipótese ou questão norteadora, verificar a amostragem ou realizar a busca na literatura, propor a categorização dos estudos, a avaliação dos estudos incluídos na pesquisa, a interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento29.

Formulação da questão de pesquisa

Para esta revisão formulou-se a seguinte questão norteadora: “O que existe publicado na literatura, que norteie a capacitação de educadores de enfermagem como instrutores de simulação clínica?”.

Os termos MeSH: patient simulation, development program e nursing education foram utilizados para busca nas bases de dados Cochrane, Scopus, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a busca na base de dados Embase utilizaram-se os descritores Emtree: nursing education, program development e

patient simulation, visto que seu sinônimo nesta base é o descritor “teaching”, que não

(23)

termos foram considerados como “assunto principal”. Na busca pela base CINAHL foram utilizados os títulos próprios desta plataforma, a saber: Patient Simulation,

Program Development e Education, Nursing Education or Education, Nursing, Graduate. Em todas as bases de dados foram realizados os cruzamentos entre os

descritores utilizando o operador booleano “AND”.

A busca nestas bases de dados ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2016, sem limite de data. Os critérios de inclusão dos artigos foram: estar publicado na língua portuguesa, inglesa ou espanhola; conter no título as expressões Simulação e Enfermagem, ou Simulação e Educação em Enfermagem ou Simulação e desenvolvimento de programas, e discorrer acerca de registros e descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação de treinamentos de simulação clínica aplicadas ao ensino da enfermagem. Foram excluídos os textos que traziam no título o termo ‘simulação’, porém em outra área do conhecimento que não a Enfermagem.

A princípio foi realizada a identificação das publicações duplicadas, isto é, presentes em mais de uma das bases de dados pesquisadas, para tanto utilizou-se o programa EndNote Web. Em seguida, realizou-se a leitura dos títulos e, após isto, dos resumos.

Nesta leitura, buscaram-se artigos que trouxessem em seu conteúdo a descrição de programas de desenvolvimento ou capacitação de educadores em enfermagem na utilização da simulação clínica.

Nos casos em que houve dúvida acerca da inclusão das publicações selecionadas por título e/ou resumo, deu-se a leitura do texto completo com a posterior inclusão das publicações que atendiam ao objetivo do presente estudo.

Categorização dos estudos

Os artigos foram analisados e classificados por três pesquisadoras, todas enfermeiras e alunas do curso de pós-graduação (uma doutoranda, uma mestranda e uma enfermeira). Nesta fase, procedeu-se a extração das informações, organização, sumarização e formação do banco de dados. Para sistematização da avaliação dos artigos selecionados, as informações foram extraídas utilizando-se um instrumento para este fim com objetivo de avaliar a qualidade metodológica dos artigos elegidos. Os dados coletados foram: país e ano da publicação, título, autores, periódico,

(24)

objetivos, método e conclusões do estudo apresentados de forma descritiva. Apresenou-se a etapa de síntese por meio de “Fluxograma do processo de seleção dos artigos nas bases de dados”.

3.2. CURSO PARA CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES DE SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM COM USO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Trata-se de estudo metodológico que, embora vise primordialmente a “investigação de métodos para coleta e organização dos dados, tais como: desenvolvimento, validação e avaliação de ferramentas e métodos de pesquisa” 30, é

o tipo de estudo que melhor se adequa aos objetivos propostos, visto que se pretende desenvolver, implementar e avaliar um curso para capacitação de instrutores de simulação clínica, ou seja, um método para capacitação desses profissionais.

Etapas de desenvolvimento do curso

O curso de capacitação proposto pauta-se fundamentalmente nas diretrizes do Manual Stand arts of best-practice: simulation. Clinical Simulation in Nursing31,

publicação de 2013 do International Nursing Association for Clinical Simulation and

Learning (INCSL), que sugerem padrões para a implementação de um programa de

simulação no ensino da Enfermagem, além de considerar suas mais recentes publicações.

Planejamento e construção do curso

O conteúdo teórico do curso foi desenvolvido utilizando-se os passos do Planejamento de Atividades de Aprendizado Apoiadas por Computador (PACO). Seu objetivo é “facilitar a preparação de conteúdos educacionais apoiados por computador”, isto é, auxiliando desde a escolha do tema até das ferramentas de interação mais adequadas31. Os sete passos sugeridos pelo PACO compreendem: 1.

Escolha do tema, público-alvo e objetivo geral; 2. Organização do tema; 3. Referência teórica e metodológica; 4. Planejamento das atividades de aprendizagem; 5. Escolha das ferramentas computacionais para dar suporte à execução das atividades; 6.

(25)

Edição dos objetos de aprendizagem,e 7. Teste – aspectos pedagógicos e tecnológicos.

Os conceitos do modelo de design instrucional ADDIE também foram observados, visto que não se contrapõem ao método anterior, pois conferem ao

designer instrucional direcionamento para construir um curso efetivo e eficaz em seus

objetivos, a saber: “A” análise, “D” design, “D” desenvolvimento, “I” implementação e “E” evaluation ou avaliação, as quais serão descritas na etapa de desenvolvimento deste trabalho.

Neste contexto, o design instrucional direcionou o planejamento das atividades e sua inserção no AVA, expressando nelas a metodologia e os referenciais teóricos embutidos no processo de ensino-aprendizagem com objetivos de aprendizagem tão claros quanto possível32.

Para a elaboração dos objetivos de aprendizagem utilizou-se da taxonomia de Bloom, instrumento cuja finalidade é auxiliar a identificação e a declaração dos objetivos ligados ao desenvolvimento cognitivo que engloba a aquisição do conhecimento, competência e atitudes visando facilitar o planejamento do processo de ensino e aprendizagem33. Também foi considerado e inserido, já na primeira aula

do curso, o conceito de estilos de aprendizagem que, embora não seja propriamente um referencial metodológico, encontra na compreensão dos diferentes estilos de aprendizagem (Modelo Visual, Auditivo e Cinestésico – VAC)34 a preferência de

instrução perceptiva, que categoriza a aprendizagem por preferências sensoriais apresentadas por cada aluno como inerente à sua condição de aprendiz, permitindo que tanto a simulação como a utilização da EaD no ensino da enfermagem apresentem amplo espectro de alcance. Assim, o curso de capacitação deve não só apresentar estratégias que considerem os diferentes estilos de aprendizagem, como também promover a reflexão sobre o tema, uma vez que visa à capacitação de educadores.

Inserção do curso no AVA

Após o planejamento do curso, de suas aulas, objetivos de aprendizagem, atividades e carga horária destinada a cada uma das etapas, ferramentas e mídias adequadas para os objetos de aprendizagem32, o conteúdo foi inserido no AVA, como

(26)

2. Customização do AVA; 3. Postagem do conteúdo no AVA; 4. Teste das páginas, atividades e arquivos para exibição; 5. Cadastro e inclusão dos usuários no curso.

Validação do conteúdo do curso por juízes

Os juízes deveriam ser profissionais de saúde e trabalhar como instrutores de simulação há pelo menos quatro anos, sendo desejável possuir familiaridade com AVA. Os juízes receberam convite para participar da pesquisa (Anexo 3) e, após o seu aceite, receberam as Instruções para análise do conteúdo do curso (Anexo 4), avaliando tanto o conteúdo do curso como as atividades presenciais e à distância, por meio de instrumento de avaliação construído para este fim (Anexo 5) e que considerou a clareza, a pertinência ou representatividade e a abrangência dos itens, além da aparência geral do AVA quanto a identidade visual (cores do AVA), disposição das informações, localização do menu, visualização dos links das aulas, sequência das atividades e facilidade de navegação.

Com objetivo de facilitar a localização e disposição das atividades, foi entregue também índice das aulas e atividades para avaliação (Anexo 6). Para tal avaliação e parecer foi concedido o prazo de 30 dias, os quais foram cumpridos por todos os juízes.

Implementação do curso junto aos professores de Enfermagem

O curso foi programado para ser ministrado em 36 horas e envolver entre seis a 15 participantes, informações contidas no cartaz de divulgação do mesmo (Anexo 7), tais parâmetro sforam definidos para maior oportunidade de participação ativa nos cenários de simulação e, principalmente, para garantir o debriefing com discussões efetivas e real possibilidade para feedback das ações, tanto dos temas dos cenários quanto da própria simulação como estratégia de ensino.

Os participantes, à primeira aula, receberam o “kit do participante” (Anexo 8) para acompanhamento das atividades propostas. Ao final do curso, responderam a um questionário de avaliação do curso disponível no AVA e composto por questões de múltipla escolha em que deveriam escolher entre as opções que correspodiam à

(27)

frequência com que sua expectativa foi alcançada nos itens: 1. Relevância; 2. Reflexão Crítica; 3. Interatividade; 4. Apoio dos Colegas e 5. Compreensão.

Análise dos dados

Em relação à avaliação do curso feita pelos juízes, foi calculado o índice de validade de conteúdo (IVC)35-37. O cálculo do IVC utiliza a escala tipo Likert, isto é,

compõe-se de quatro pontos ordinais, a saber: 1= inadequado; 2= precisa ser reformulado; 3= adequado com possibilidade de revisão e 4=adequado. O cálculo foi o seguinte:

IVC =

Os itens que receberam pontuação “1” ou “2” passaram por revisão e adequação e os que receberam pontuação “3” passaram ou não por revisão, conforme avaliação das pesquisadoras. O índice de concordância entre os juízes deveria ser igual ou superior a 0,8034.

Calculou-se também o IVC total somando-se todos os IVC calculados separadamente e divididos pelo número de itens considerados na avaliação. Para a análise dos participantes acerca do curso foi disponibilizado questionário de avaliação do curso como atividade da última aula, inserido no AVA.

3.3. Aspectos éticos da pesquisa

O presente estudo foi aprovado pela Diretoria da Faculdade de Enfermagem (Anexo 9) e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Anexo 10), tendo iniciado somente após a sua aprovação.

Cada participante recebeu um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Apêndices 1 e 2) com informações sobre os aspectos éticos envolvidos, os objetivos da pesquisa, a determinação do que consiste a participação do sujeito, o direito de sair da pesquisa sem nenhum dano ou ônus, a garantia de total sigilo quanto à identificação dos participantes e à divulgação dos resultados em trabalhos e eventos

Número total de respostas “3” ou “4” Número total de respostas

(28)

científicos, e também a garantia de resposta a todas as dúvidas que possam surgir referentes à pesquisa. Este documento conteve assinaturas do pesquisador e dos sujeitos da pesquisa, atendendo dessa maneira às recomendações da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta as pesquisas com seres humanos no Brasil.

O TCLE foi assinado em duas vias, ficando uma em poder do participante voluntário. Os participantes foram orientados sobre a possibilidade de esclarecimento de dúvidas junto ao CEP da UNICAMP. O nome dos participantes não apareceu nem aparecerá nos relatórios e publicações decorrentes deste trabalho.

(29)

4.

Resultados

4.1. Artigo 1

CAPACITAÇÃO DE INSTRUTORES DE SIMULAÇÃO CLÍNICA EM ENFERMAGEM: REVISÃO INTEGRATIVA

(O manuscrito foi submetido à Revista Texto e Contexto – Anexo 1)

Danielle Leite de Lemos Oliveira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas. Autor correspondente.

Endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo, Brasil.

E-mail: danny_lemos@hotmail.com

Jennifer Bazilio. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

Endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo, Brasil.

E-mail: jenniferbazilio@yahoo.com.br

Priscila M. Sperling Cannavan, Aluna especial do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

Endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo, Brasil.

E-mail: pmsperling@gmail.com

Eliete Maria Silva. Doutora em Enfermagem, Professora Associada da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

Endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo, Brasil.

E-mail: elietemariasilva22@gmail.com

Maria Helena Baena de Moraes Lopes. Doutora em Ciências, Professora Titular da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.

Endereço: Rua Tessália Vieira de Camargo, 126 - Cidade Universitária Zeferino Vaz, CEP 13083-887 – Campinas, São Paulo, Brasil.

(30)

Resumo: A simulação é definida como uma técnica educacional em que elementos do mundo real são devidamente integrados para alcançar objetivos específicos relacionados com a aprendizagem ou a avaliação. Para que ocorra efetividade no uso da simulação clínica no ensino da enfermagem, o professor/facilitador precisa estar preparado para desenvolver as etapas da simulação e debriefing. Objetivo: Buscar na literatura registros e descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação de programas ou treinamentos para capacitar professores de Enfermagem para o uso da simulação clínica em sua prática docente. Método: Trata-se de revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados Cochrane, Scopus, PubMed, Embase, BVS e CINAHL. Resultados: O número total de artigos identificados, desconsiderando-se as duplicações, foi de 304 artigos. Após serem aplicados os critérios de inclusão e exclusão, restaram dois artigos. Conclusão: Não existem atualmente metodologias universalmente aceitas para capacitação de instrutores de simulação clínica em enfermagem. Mais do que a percepção da importância do preparo de docentes como instrutores e facilitadores de simulação, é emergente o desenvolvimento e a implementação de um programa de capacitação em simulação que siga as normativas mais recentes, servindo de modelo para programas de treinamento de instrutores. Verificou-se, portanto, uma grande lacuna entre a necessidade de formação e o preparo destes educadores.

Descritores: Simulação de paciente, Desenvolvimento de Programa, Educação em Enfermagem.

INTRODUÇÃO

A simulação é definida como uma técnica educacional na qual elementos do mundo real são devidamente integrados para alcançar objetivos específicos relacionados à aprendizagem ou avaliação1, isto é, trata-se de um método que

promove a aprendizagem ativa e pode proporcionar aos alunos experiências práticas muito próximas às experiências reais2,3.

Constatou-se que o uso da simulação agrega valores tanto para educadores quanto para alunos, pois permite que os estudantes apliquem o conhecimento adquirido à prática clínica, aumentando suas habilidades e desenvolvendo pensamento crítico e reflexivo acerca de sua atuação4-6 em um ambiente seguro que

lhe propicia a oportunidade de repetir procedimentos sem causar dano ao paciente 7-8.

As bases teóricas de ensino-aprendizagem sobre as quais o uso da simulação está firmada no ensino da saúde consideram o construtivismo e a aprendizagem ativa9.

(31)

A simulação traz consigo algumas etapas, também chamadas de design da simulação, recomendadas pela INACSL3,6 como auxílio no alcance de seus objetivos

e efetividade, são elas: planejamento do cenário, em que ocorre a definição do objetivos, tipo de cenário, equipamentos e ambiente necessários, bibliografia, nível de fidelidade e complexidade, número de participantes; teste piloto do cenário, semelhante a um ensaio em que podem ser detectados pontos a melhorar, insumos faltantes ou necessidade de adequação dos objetivos; preparo do participante em momentos propostos pelos instrutores ou facilitadores da simulação para que o participante tenha o máximo de ferramentas para ser bem sucedido na simulação, sendo que isto pode ocorrer por meio de atividades, práticas de habilidades, informações e discussões sobre condutas; prebriefing e briefing, momentos em que são dadas as informações aos participantes como potenciais dos simuladores, localização dos objetos no cenário e leitura do caso; running, momento da simulação propriamente dito em que os participantes prestam assistência e são observados e

debriefing, que é o momento destinado à reflexão e autoavaliação dos estudantes

acerca de seu desempenho no cenário logo após a experiência da simulação.

É no momento do debriefing que os estudantes podem refletir sobre seus pontos fortes e fragilidades, identificando lacunas a serem corrigidas e melhoradas, tornando-se conscientes de seus potenciais problemas10. Nesta fase, o estudante é

convidado a participar de um momento de aprendizagem reflexiva4,6. Para que o

potencial do debriefing seja efetivamente utilizado, o educador precisa também fornecer o feedback adicional, orientando o processo de aprendizado do estudante.

A avaliação por parte do docente também pode ocorrer neste momento10. No

entanto, quando utilizada sem o devido preparo pelo corpo docente, a simulação pode ser prejudicial tanto para o aluno, que pode sentir-se exposto e inseguro em sua prática, quanto pelo risco de ocorrerem técnicas errôneas durante a simulação em função do despreparo do professor, desconhecimento da tecnologia e do método em si11.

Para que a simulação seja amplamente aplicada ao ensino da enfermagem de forma adequada e eficaz é imprescindível, então, que os educadores estejam familiarizados com este método de ensino e sejam capacitados para tal. Treinar o corpo docente para o uso da simulação clínica de forma eficaz é imperativo para o sucesso de sua integração e eficácia2.

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Algumas barreiras para a aplicação da simulação em cursos de enfermagem são descritas na literatura, tendo como ponto saliente o medo de tecnologias complicadas, um fator comumente relatado e que denota a resistência para o uso da simulação como um método de ensino2,10.

Para que haja efetividade na aplicação da simulação no ensino da enfermagem, o professor precisa estar seguro quanto ao uso que faz da tecnologia, preparando a simulação, sendo facilitador no momento do debriefing e avaliador da simulação centrada no aluno12.

Em revisão da literatura acerca das iniciativas de treinamentos de simulação clínica para educadores de enfermagem2, identificou-se que há ausência de

treinamentos que capacitem o corpo docente para o uso da simulação, de modo que muitos educadores a utilizam sem o devido treinamento, traduzindo sua prática em um método de ensino superficial quando comparado ao potencial real da metodologia no aprendizado dos estudantes, pois a maioria dos educadores vêm de uma formação tradicional com pouco uso de tecnologias aplicadas ao ensino13.

Frente a isso convém questionar: como têm sido desenvolvidos os cursos ou programas de treinamento de instrutores para a simulação clínica em enfermagem? Na busca de resposta a esta questão, o objetivo deste estudo foi buscar na literatura a descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação desses cursos.

MÉTODOS

Trata-se de revisão integrativa da literatura14. Esse tipo de revisão apresenta a

síntese de múltiplos artigos publicados, realizada de maneira organizada e sistematizada15 visando compor um estudo de abordagem metodológica ampla, que

permita a inclusão de estudos experimentais e não experimentais em sua análise com vistas à compreensão completa de determinado fenômeno14. Suas etapas consistem

em estabelecer uma hipótese ou questão norteadora, verificar amostragem ou busca na literatura, realizar a categorização dos estudos, avaliar os estudos incluídos na pesquisa, proceder com a interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento16.

(33)

Para o presente estudo formulou-se a seguinte questão norteadora: “O que existe publicado na literatura que norteie a capacitação de educadores de enfermagem como instrutores de simulação clínica?”.

Os termos MeSH: patient simulation, development program e nursing education foram utilizados para busca nas bases de dados Cochrane, Scopus, PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a busca na base de dados Embase utilizaram-se os descritores Emtree: nursing education, program development e

patient simulation, visto que seu sinônimo nesta base é o descritor “teaching”, que não

correspondia ao objetivo da pesquisa por sua grande abrangência. Todos os termos foram considerados como “assunto principal”. Na busca pela base CINAHL foram utilizados os títulos próprios desta plataforma, a saber: Patient Simulation, Program

Development e Education, Nursing Education or Education, Nursing, Graduate. Em

todas as bases de dados realizaram-se os cruzamentos entre os descritores utilizando o operador booleano “AND”.

A busca nestas bases de dados ocorreu entre os meses de outubro e novembro de 2016, sem limite de data. Os critérios de inclusão dos artigos foram: estar publicado na língua portuguesa, inglesa ou espanhola; conter no título as expressões Simulação e Enfermagem, ou Simulação e Educação em Enfermagem ou Simulação e Desenvolvimento de Programas e discorrer acerca de registros e descrição de métodos de desenvolvimento, implementação e avaliação de treinamentos de simulação clínica aplicadas ao ensino da enfermagem. Foram excluídos os textos que traziam no título o termo ‘simulação’, porém em outra área do conhecimento que não a Enfermagem.

A princípio realizou-se a identificação das publicações duplicadas, isto é, presentes em mais de uma das bases de dados pesquisadas, por meio do programa

EndNote Web. Em seguida, procedeu-se com a leitura dos títulos e, após isto, dos

resumos.

Nesta leitura buscamos artigos que trouxessem em seu conteúdo a descrição de programas de desenvolvimento ou capacitação de educadores em enfermagem na utilização da simulação clínica.

Nos casos em que houve dúvida acerca da inclusão das publicações selecionadas por título e/ou resumo empreendeu-se a leitura do texto completo e inclusão das publicações que atendiam ao objetivo do presente estudo.

(34)

Categorização dos estudos

Os artigos foram analisados e classificados por três pesquisadoras, todas enfermeiras e alunas do curso de pós-graduação (uma doutoranda, uma mestranda e uma enfermeira). Nesta fase, procedeu-se a extração das informações, organização, sumarização e formação do banco de dados. Para sistematização da avaliação dos artigos selecionados, as informações relevantes foram extraídas utilizando-se um instrumento com objetivo de avaliar a qualidade metodológica dos textos. Os dados coletados foram: país e ano da publicação, título, autores, periódico, objetivos, método e conclusões do estudo apresentados de forma descritiva (Tabela 1). Concluiu-se a etapa de síntese por meio da criação de um “Fluxograma do processo de seleção dos artigos nas bases de dados”.

RESULTADOS

Foram identificados 304 artigos através dos cruzamentos realizados nas bases de dados pesquisadas, conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1: Publicações sobre o desenvolvimento de cursos para a capacitação de instrutores

de simulação clínica em enfermagem segundo as bases de dados selecionadas

Bases de Dados Descritores Patient Simulation, Development Program, Nursing Education Patient Simulation, Program Development, Education, Nursing Education or Education, Nursing, Graduate Teaching, Program Development, Nursing Education CINAHL - 14 - PubMed 33 - - Embase - - 4 Scopus 199 - - BVS Inglês 0 - - BVS Português 28 - - BVS Espanhol 26 - - Subtotal 286 14 4 Total de artigos 304

A Figura 1 apresenta o fluxograma do processo de seleção dos artigos. Ao final, apenas dois artigos foram selecionados por atender aos critérios de seleção.

Iden tif ica ç ão 304 artigos identificados nos bancos de dados

Nenhum outro artigo encontrado em

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Figura 1: Fluxograma do processo de seleção dos artigos.

Os dois artigos selecionados não atenderam aos critérios de inclusão. No entanto, foram incluídos por serem os únicos trabalhos que traziam alguma informação sobre métodos para capacitar instrutores de simulação.

Uma das razões que levou à exclusão dos artigos foi o fato de que os autores se propuseram a descrever um método para desenvolvimento de programa de treinamento em simulação para educadores de enfermagem, mas, na verdade, o artigo discorria sobre o desenvolvimento de cenários de simulação, o que compõe apenas um dos componentes da simulação em Enfermagem e pode ser adquirido ou desenvolvido pelo corpo docente da instituição13. O que se espera de um programa

de treinamento é que o participante esteja apto a incorporar a simulação no ensino e a planejar todas as etapas envolvidas nesse processo, incluindo o desenvolvimento de cenários.

Os dois artigos analisados foram desenvolvidos nos Estados Unidos nos anos de 2010 e 2015. Ambos apresentam preocupação com o preparo do educador de enfermagem durante sua prática docente e apontam a simulação como ferramenta potencial para a melhora da autoconfiança tanto do educador quanto do aluno que

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participa desta atividade. A Tabela 2 apresenta os títulos, periódicos, objetivos, métodos e conclusões dos estudos selecionados.

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Tabela 2: Título, periódico, objetivo, método e conclusões dos estudos selecionados.

País/Ano Título do Artigo Periódico Autores Objetivo Método Conclusões

EUA (Califórnia) 2010 Using simulation to promote professional development of clinical instructors Journal of Nursing Education (2010)25 Waxman, KT Contribuir para o treinamento de instrutores de enfermagem, utilizando cenários de ensino simulado Descreve um método de treinamento em simulação para instrutores de aulas práticas de enfermagem. Foi realizado um survey para avaliar o método usando-se um questionário que mensurou a confiança dos participantes. A simulação pode ajudar na autoconfiança e habilidade, fornecendo feedback aos alunos e instrutores no ensino de enfermagem. EUA (Califórnia) 2015 The development of evidence-based clinical simulation scenarios: guidelines for nurse educators Journal of Nursing Education (2015)26 Hunt, CW Desenvolvimento de cenários baseados em evidências Apresenta ferramentas para desenvolver cenários baseados em evidências. Instrumento destinado a professores que trabalham com simulação. Orienta sobre a condução da simulação e o debriefing. Recomenda uso de guideline na elaboração da simulação.

(38)

DISCUSSÃO

O uso da simulação no ensino de enfermagem é a ferramenta que irá propiciar ao aluno a oportunidade de desenvolver a prática clínica em um ambiente completamente seguro e controlado, sem risco de dano ao paciente4,7,17.

Uma das limitações do estudo encontra-se no fato de a pesquisa ter sido realizada somente para a área da enfermagem, atendendo à questão norteadora. A ampliação da revisão sobre o tema, com a inclusão de artigos da área da saúde e mesmo de outras áreas, pode evidenciar propostas não incluídas nesta revisão.

A enfermagem tem feito uso de simulação há décadas, se levarmos em consideração a prática de punção intramuscular em laranjas2, por exemplo, no

entanto, a tecnologia que hoje acompanha os simuladores é bem mais complexa do que as práticas para o desenvolvimento de habilidades. Todas as publicações revisadas concordam que o preparo do enfermeiro como instrutor de simulação é imprescindível18,19. Ainda assim,, muitos enfermeiros se dispõem a utilizar a simulação

em sua prática docente sem ter recebido um treinamento específico, o que compromete gravemente o aproveitamento de seu potencial no ensino de enfermagem2 justamente por não haver, durante muito tempo, uma diretriz que

pudesse servir como guia para novos adeptos da simulação20.

Independentemente da motivação que leva à criação de cursos ou treinamentos utilizando metodologias de simulação, é imperativo estabelecer orientações, dadas as poucas evidências na literatura para orientar o corpo docente usando esta metodologia de ensino18. Professores de enfermagem e educadores

devem se orientar baseados nas evidências de sua área de prática profisisonal. Como muitas escolas e hospitais têm seguido uma compulsiva prática de simulação de alta fidelidade, devem-se usar diretrizes e se beneficiar de experiências exitosas antes de mergulhar em uma área desconhecida. Alguns passos devem, portanto, ser seguidos, tais como a elaboração de diretrizes para a criação de cenários e o uso de modelos estruturais como o sugerido por Jeffries3, pois sem um design claro de simulação não

seria possível alcançar resultados satisfatórios.

O artigo de Jeffries3 vem sendo amplamente citado e, em meio a esta

necessidade emergente, publicou-se o artigo “A framework for design, implementing,

and evaluating simulations used as teaching strategies in nursing”. Nesse artigo, a

(39)

planejamento de programas de treinamento de simulação. Enfatiza, assim, que o professor que planeja implementar a simulação no ensino de enfermagem deve considerar: as características do educador que irá aplicar a simulação a seus alunos; características dos alunos e seu nível de compreensão clínica; fase do curso de enfermagem na qual se encontra o aluno e as práticas educacionais que serão empregadas na simulação.

Em relação às práticas educacionais, deve-se considerar: o aprendizado ativo, o tempo na atividade, a colaboração e o feedback. Quanto às características da simulação propriamente dita, é preciso atentar para: os objetivos, nível de fidelidade do simulador, solução do problema e debriefing. Por fim, é preciso considerar nos resultados: a aquisição de conhecimento, o desenvolvimento de habilidade, a satisfação do estudante, o pensamento crítico e a autoconfiança.Jeffries, no entanto, não apresenta métodos para capacitar instrutores de simulação e tampouco refere as etapas necessárias para este fim3.

O artigo de Hunt19, um dos artigos selecionados pela presente pesquisa,

embora tendo sido publicado em 2015, não traz conceitos e diretrizes publicadas pelo

International Nursing Association for Clinical Simulation and Learning – Stand arts of Best-practice: Simulation. Clinical Simulation in Nursing (INACSL)6, que sugere sete

padrões para a implementação de um Programa de simulação no ensino da enfermagem, a saber: Padrão I: Terminologia – integridade profissional dos participantes; Padrão II: Integridade profissional dos participantes; Padrão III: Objetivos dos Participantes – claro e mensurável; Padrão IV: Facilitação – vários métodos; Padrão V: Facilitador – proficiência; Padrão VI: Análise do processo – melhora da prática através da reflexão; Padrão VII: Autoavalliação do participante e avaliação. Em 2015 e 2016 foram publicados mais dois passos para as “melhores práticas” em simulação, a saber: Padrão VIII: Simulação para melhoria da educação interprofissional27 e Padrão IX: Design da simulação21.

Em contrapartida, o artigo de Hunt apoia a teoria da aprendizagem experencial de Kolb22, que define aprendizagem como o processo pelo qual o

conhecimento é criado através da transformação das experiências vividas e que são traduzidas por meio da reflexão de conceitos. Sua teoria inclui uma experiência concreta, observação e reflexão sobre essa experiência e formação de conceitos abstratos. O autor procura demonstrar, assim, alguns pontos importantes como o

(40)

embasamento teórico no treinamento de instrutores, não se prendendo apenas às diretrizes ligadas à metodologia da simulação22.

Descreve, então, que proporcionou aos educadores possibilidade de participar de cenários como instrutores, bem como conduzir debriefings e dar feedbacks, quando foi solicitada a resposta a um questionário que verificou entre seus participantes que esta experiência foi útil para o preparo do ensino clínico (81%), importante como auxílio no feedback da performance clínica dos alunos (96%) e ajudou a orientar alunos com desempenho clínico insatisfatório (92%). No entanto, seu estudo não apresenta um método de desenvolvimento de programa para capacitação de educadores para o uso da simulação como ponto central, abordando apenas a aprendizagem experiencial22 utilizada, isto é, a oportunidade dos docentes

participarem das simulações como instrutores concebida como forma de capacitá-los. A preparação e a orientação adequadas de instrutores garantem o sucesso dos alunos, aumentando o nível de confiança dos professores em utilizar simuladores, além de modificar a metodologia de ensino de sua prática cotidiana ao emprestar conceitos utilizados nas simulações, tais como a aplicação de práticas baseadas em evidências, feedback imediato do corpo docente aos alunos e a utilização de metodologias ativas de ensino19.

O segundo artigo recuperado nesta revisão, de Waxman18, salienta a

relevância da compreensão do conceito da simulação pelos educadores que a utilizam e refere a ausência de instrumentos ou guias que orientem estes profissionais tanto durante o desenvolvimento de cenários quanto para o momento de debriefing. Para estes casos, apresentam um modelo de Checklist para validação de cenários e outro para orientar a elaboração destes na simulação clínica baseada em evidências. Porém, como dito anteriormente, o estudo de Waxman também não apresenta um método de programa para capacitar instrutores para o uso da simulação.

Muitos fatores podem estar associados ao não desenvolvimento de programas de treinamento de simulação para docentes de enfermagem. Incorporar mais uma prática ao trabalho do corpo docente implica a reorganização de atividades, pois apenas adicionar o uso da simulação como ferramenta ao currículo do curso, sem proporcionar aos docentes tempo para dedicarem-se a ela, visto que é necessário tempo para aprender e utilizar as novas tecnologias e métodos, pode trazer aos

(41)

docentes a sensação de aumento de tarefas, tornando-se um processo estressante e cansativo2.

O planejamento dos objetivos, cenários, listas de equipamentos e demais atividades relacionadas a um cenário de simulação pode ocupar de oito a dezesseis horas de um docente a cada trimestre, o que requer preparo2. Sendo importante levar

em consideração, ainda, o preparo do laboratório por profissional responsável. O uso da simulação precisa ser incluído após uma revisão significativa do currículo de todos os envolvidos5.

A presente revisão integrativa, ainda que tenha como limitação a inclusão de poucos estudos, evidenciou que, mais do que a percepção da importância do preparo de instrutores e facilitadores de simulação, é emergente o desenvolvimento de um programa de treinamento com adequada avaliação de sua eficácia e visando à fomentação de novos estudos e publicações na área.

CONCLUSÕES

É evidente entre os autores a preocupação com a formação do educador que utiliza ou utilizará a simulação em sua prática docente, bem como a unanimidade acerca dos benefícios da simulação no ensino-aprendizado da enfermagem. Vale ressaltar, pois, que a simulação deve ser entendida como um complemento e não como substituto para a real experiência clínica.

No entanto, não existe atualmente um quadro, teoria ou consenso aceito em uso e que descreva a metodologia utilizada para treinamento deste público. Isto demonstra que ainda há uma grande lacuna entre a necessidade de preparo do corpo docente e a realidade deste preparo. Tal fato também é representado pela pouca produção de literatura pertinente, principalmente nacional, que auxilie na criação e no desenvolvimento de programas que visem o treinamento de instrutores para o uso da simulação clínica em enfermagem.

REFERÊNCIAS

1. Decker SIL. Simulation as an educational strategy in the development of critical and reflective thinking: a qualitative exploration, May 2007 [dissertação]. Denton; Texas Woman's University; 2007.

2. Hallmark BF. Faculty Development in Simulation Education. Nursing Clinics of North America. 2015;50(2):389-97.

Referências

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