• Nenhum resultado encontrado

Microbiota intestinal em pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório tratados com amoxicilina

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Microbiota intestinal em pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório tratados com amoxicilina"

Copied!
104
0
0

Texto

(1)

Maria Tereza Ferreira Duenhas Monreal

M

M

i

i

c

c

r

r

o

o

b

b

i

i

o

o

t

t

a

a

i

i

n

n

t

t

e

e

s

s

t

t

i

i

n

n

a

a

l

l

e

e

m

m

p

p

a

a

c

c

i

i

e

e

n

n

t

t

e

e

s

s

c

c

o

o

m

m

i

i

n

n

f

f

e

e

c

c

ç

ç

õ

õ

e

e

s

s

b

b

a

a

c

c

t

t

e

e

r

r

i

i

a

a

n

n

a

a

s

s

d

d

o

o

t

t

r

r

a

a

t

t

o

o

r

r

e

e

s

s

p

p

i

i

r

r

a

a

t

t

ó

ó

r

r

i

i

o

o

t

t

r

r

a

a

t

t

a

a

d

d

o

o

s

s

c

c

o

o

m

m

a

a

m

m

o

o

x

x

i

i

c

c

i

i

l

l

i

i

n

n

a

a

(2)

Maria Tereza Ferreira Duenhas Monreal

M

M

i

i

c

c

r

r

o

o

b

b

i

i

o

o

t

t

a

a

i

i

n

n

t

t

e

e

s

s

t

t

i

i

n

n

a

a

l

l

e

e

m

m

p

p

a

a

c

c

i

i

e

e

n

n

t

t

e

e

s

s

c

c

o

o

m

m

i

i

n

n

f

f

e

e

c

c

ç

ç

õ

õ

e

e

s

s

b

b

a

a

c

c

t

t

e

e

r

r

i

i

a

a

n

n

a

a

s

s

d

d

o

o

t

t

r

r

a

a

t

t

o

o

r

r

e

e

s

s

p

p

i

i

r

r

a

a

t

t

ó

ó

r

r

i

i

o

o

t

t

r

r

a

a

t

t

a

a

d

d

o

o

s

s

c

c

o

o

m

m

a

a

m

m

o

o

x

x

i

i

c

c

i

i

l

l

i

i

n

n

a

a

Tese apresentada ao Curso de Pós-graduação em Doenças Tropicais da Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista - UNESP, para obtenção do Título de Doutor em Doenças Tropicais (Modalidade: Biologia Tropical).

Orientador:

Prof. Dr. Paulo Câmara Marques Pereira

Botucatu-SP 2003

(3)

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO DE AQUISIÇÃO E TRATAME NTO DA INFORMAÇÃO

DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: SELMA MARIA DE JESUS

Monreal, Maria Tereza Ferreira Duenhas.

Microbiota intestinal em pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório tratados com amoxicilina / Maria Tereza Ferreira Duenhas Monreal. – 2003.

Tese (doutorado) – Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2003.

Orientador: Paulo Câmara Marques Pereira Assunto CAPES: 40101096

1. Microrganismos - Efeito das drogas 2. Aparelho respiratório – Doenças - Tratamento CDD 616.01

CDD 616.2

Palavras-chave: Microbiota intestinal; Amoxicilina; Bifidobacterium; Bacteroides; Lactobacillus

(4)

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho envolveu a participação direta ou indireta de muitas pessoas.

Manifesto minha gratidão a todas elas e de forma particular:

Ao meu esposo Antonio Carlos, por estimular, apoiar, confiar e acreditar que seria possível, sem essa ajuda não teria chegado até aqui;

À minha filha Marília (14), que me auxiliou fotografando a parte laboratorial, cujas fotos apresento neste trabalho, minha companheira;

À minha filha Vitória (8), por não dificultar a realização deste, compreendendo a importância do mesmo para as nossas vidas, a minha vitória;

Aos meus pais, Terezinha e Augusto, pela oportunidade de estudar, minha gratidão sempre;

Ao meu orientador Prof. Dr. Paulo Câmara Marques Pereira, por aceitar esta orientação, pelo estímulo e apoio, acreditando sempre no meu trabalho, meu agradecimento, consideração, respeito e amizade;

Aos professores do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública, pela liberação para que eu pudesse realizar este trabalho;

À Prof ª MSc. Zildete Barbosa de Araújo Yonamine e Prof. MSc. Joaquim Dias da Mota Longo, ambos do Departamento de Tecnologia de Alimentos e Saúde Pública, por assumirem disciplinas que estavam sob minha responsabilidade, viabilizando minha liberação, consideração sempre;

(5)

Aos pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório, atendidos no Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, por participarem deste estudo, pelo aprendizado e crescimento;

Aos indivíduos do grupo controle atendidos no Hemocentro do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, por compreenderem a importância deste estudo e participarem do mesmo;

Ao Dr. Fábio Cardoso Iuvan, Diretor Técnico do Hemocentro do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, por viabilizar a realização de parte deste estudo (In memorian);

À Dra Lucilene S. R. e Resende, Responsável pelo Laboratório de Hematologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - Divisão Hemocentro, pela realização dos hemogramas e por facilitar o acesso aos resultados;

À Dra. Maria Eloísa Moura de Camargo, Supervisora da Seção Médica, por permitir a realização deste estudo com os pacientes do Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da Faculdade de medicina de Botucatu;

Aos médicos do Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Dr. Adriano Visconti Fachin, Dra. Alice Aparecida Frison, Dr. Alexandre Taborda, Dr. André Luís S. Diacardia, Dr. Durval Ferreira, Dra. Elaine Farah Simões, Dra. Eloísa Bueno Pires de Campos, Dr. Jansen M. Furlan, Dra. Patrícia M. Toledo dos Santos, Dra. Suzana E. Tanni, Dra Viviane A. Capelluppi, que compreenderam a importância deste estudo, pelo envolvimento, respeito e amizade, muitas saudades;

Às funcionárias do Pronto Atendimento do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, Maria de Fátima Pinheiro de Lalla, Auxiliar de Serviços Gerais, e

(6)

Teresa Cristina Gondin, Auxiliar de Enfermagem, por permitirem acesso às fichas dos pacientes e por facilitarem a realização das entrevistas;

Ao Técnico de Laboratório, Benedito Antonio Placidelli, pela gentileza em preparar alguns meios de cultura utilizados neste estudo;

Ao Técnico de Laboratório, Pedro Miguel Oyan Filho por apoiar, orientar e realizar procedimentos laboratoriais imprescindíveis neste estudo, meus sinceros agradecimentos;

Ao Técnico de Laboratório Isaltino Onório de Oliveira por apoiar sempre;

Aos Auxiliares de Enfermagem Carlos Martins e Maria Pedrina Ribeiro, por estimular, incentivar e realizar a coleta de sangue dos pacientes deste estudo, sempre com muita dedicação e simpatia, obrigada pelo aprendizado e pela energia;

Ao meu amigo Carlos Roberto Gonçalves de Lima, Auxiliar Acadêmico, que durante a execução desta pesquisa proporcionou todas as condições necessárias para o desenvolvimento da mesma, minha gratidão;

Ao Nutricionista Erasmo Benício Santos de Moraes Trindade pelas referências bibliográficas e informações;

À Nutricionista Juliana Geraix por apoiar o desenvolvimento do conteúdo nutricional deste estudo;

À minha amiga Nutricionista Clisia Mara Careira, que além do conhecimento técnico relativo à sua atividade profissional me ofereceu amizade incondicional durante o período em que estive nesta maravilhosa Botucatu, minha eterna gratidão;

À Daniela Vanessa Moris, pós -graduanda, pela companhia e por apoiar a execução deste estudo no Laboratório de Doenças Tropicais;

À Bióloga Sueli Aparecida Calvi, por fazer as solicitações dos meios de cultura e de todos os materiais utilizados neste estudo, sempre de forma responsável e profissional;

(7)

Aos amigos que conquistei durante este período, Daniela Mazza, Rudson, Socorro, Rodrigo Oliveira e Alberto (in memorian), já fazem parte da minha história;

Ao amigo Hebert Almeida Menezes, por solidariamente me socorrer nos momentos mais difíceis;

Aos colegas de pós-graduação com quem passei muitas e divertidas horas durante o desenvolver das disciplinas;

Aos inesquecíveis professores Dra. Jussara Marcondes Machado e Dr. Domingos Alves Meira, com os quais tive a honra de conviver neste período importante da minha vida, pelo aprendizado teórico indiscutível, pelas experiências e lições de vida, meus sinceros agradecimentos;

À Profª Dra. Maria Terezinha Serrão Peraçoli, pela amizade, c arinho, e pelas longas conversas;

À Rosemary Cristina da Silva, Bibliotecária da Universidade Estadual de São Paulo/Botucatu, pelas correções e adequações nas referências bibliográficas deste estudo, pela amizade, respeito e gentileza;

À Selma Maria de Jesus, Bibliotecária da Universidade Estadual Paulista/Botucatu, por fazer a Ficha Catalográfica deste trabalho;

À amiga Regina Célia Spadin da Seção de Pós -Graduação da Faculdade de Medicina de Botucatu/UNESP, por todas a orientações recebidas e pela simpatia no atendimento;

Ao Prof. MSc Daniel Derrel Santee, do Departamento de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, por fazer a versão do resumo para o inglês, meu respeito e consideração;

(8)

Aos amigos que nos acolheram, Rosa, Márcio, Juninho, Ama nda, Alexandre, Cari, Cristina, Ronaldo, Ronaldinho, Daniel, Belmira, Benedito, Fábio e Eduardo;

Às amigas de sempre Adriana Goya e sua mãe Adélia, que sempre me estimularam e apoiaram, vocês são a minha família em Botucatu, minha estima e consideração sempre;

(9)

“Não julgue pequena demais sua tarefa. Nenhuma obra de arte pode descurar dos pormenores. Se as minúcias forem perfeitas, é que podemos denominar

alguma coisa de obra-prima. Não busque tarefas grandiosas e de evidência. Procure dar conta integralmente do serviço pequenino

que lhe foi confiado. Da perfeição com que o executar dependerá sua oportunidade

para receber uma incumbência maior.” C. Torres Pastorino Minutos de Sabedoria 1997.

(10)

SUMÁRIO

Lista de Tabelas... x Lista de Figuras... xi Resumo... xii Abstract... xiii 1 Introdução... 1 Objetivos... 9 2 Casuística e Métodos... 10 3 Resultados... 28 4 Discussão... 52 5 Considerações Finais... 62 6 Referências Bibliográficas... 64 Anexos... 79 Apêndices... 87

(11)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o hábito de fumar.

Botucatu-SP, 2002. 31

Tabela 2 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o hábito de ingerir

bebidas alcoólicas. Botucatu-SP, 2002. 32

Tabela 3 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo renda familiar.

Botucatu-SP, 2002. 33

Tabela 4 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o número de

membros na família. Botucatu-SP, 2002. 34

Tabela 5

Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem de

Bacteroides no grupo controle - GC (M0) e no grupo de pacientes com infecção

bacteriana do trato respiratório- G1, nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o tratamento

(M3). Botucatu-SP, 2002.

41

Tabela 6

Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem de

Bifidobacterim no grupo controle- GC (M0) e no grupo de pacientes com

infecção bacteriana do trato respiratório- G1, nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o

tratamento (M3). Botucatu-SP, 2002.

44

Tabela 7

Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem de

Lacto bacillus no grupo controle - GC (M0) e no grupo de pacientes com infecção

bacteriana do trato respiratório- G1, nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o tratamento

(M3). Botucatu-SP, 2002.

(12)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com o sexo. Botucatu-SP, 2002.

29

Figura 2 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com faixas etárias. Botucatu-SP, 2002.

30

Figura 3 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o grau de

escolaridade dos chefes de família. Botucatu-SP, 2002.

35

Figura 4 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com a profissão do chefe da família. Botucatu-SP, 2002.

36

Figura 5 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com a condição da habitação. Botucatu-SP, 2002.

37

Figura 6 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo a classe sócio-econômica. Botucatu-SP, 2002.

38

Figura 7 Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo diagnóstico

nutricional, baseado no cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Botucatu-SP, 2002.

39

Figura 8 Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides nos grupos GC

e G1. Botucatu-SP, 2002.

42

Figura 9 Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium nos grupos

GC e G1. Botucatu-SP, 2002.

45

Figura 10 Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Lactobacillus nos grupos

GC e G1. Botucatu-SP, 2002.

48

(13)

Monreal MTFD. Microbiota intestinal em pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório tratados com amoxicilina - Tese (doutorado). Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, 2003.

Resumo

O trato gastrointestinal possui enorme variedade de bactérias aeróbias e anaeróbias, metabolicamente ativas, que interagem entre si em complexo ecossistema. Essa microbiota desempenha funções importantes no metabolismo, nutrição, imunidade e proteção contra a colonização por microrganismos patogênicos. Vários fatores podem influenciar essa microbiota, entre eles a idade, dieta, processos inflamatórios e infecciosos e utilização de antimicrobianos. Assim, este estudo foi desenvolvido com o objetivo de verificar a influência das infecç ões bacterianas do trato respiratório e do tratamento com amoxicilina sobre a microbiota intestinal normal do paciente. O processo infeccioso bacteriano do trato respiratório influenciou a microbiota intestinal dos pacientes. Houve redução significativa na quantidade de UFC/g de fezes de microrganismos dos gêneros Bacteroides e Lactobacillus. A utilização de amoxicilina também influenciou a microbiota intestinal. Foi observada redução significativa na quantidade de UFC/g de fezes de microrganismos dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus. É importante identificar modificações na composição da microbiota intestinal, uma vez que a diminuição destes microrganismos pode representar diversos prejuízos para o hospedeiro. Um destes prejuízos é a diminuição da resistência à colonização. Esses prejuízos, quando acompanhados, podem ser minimizados pela equipe de saúde por meio de medidas relativas à conduta terapêutica e alimentar, visando reduzir a influência nociva sobre o ecossistema gastrointestinal.

Palavras-chave: microbiota intestinal, amoxicilina, Bifidobacterium, Bacteroides,

(14)

Monreal MTFD. Intestinal Microbiota in patients with bacterial infections of the respiratory tract treated with amoxicillin - Thesis (doctorate). Botucatu School of Medicine, Paulista State University, 2003.

Abstract

The gastrointestinal tract contains an enormous variety of metabolically active aerobic and anaerobic bacteria, that interact with each other in a complex ecosystem. That microbiota carries out important functions in the metabolism, nutrition, immunity and protection against the colonization by pathogenic microorganisms. Several factors can influence this microbiota, among them are age, diet, inflammatory and infectious processes and use of antimicrobial agents. Thus, this study was developed with the objective of verifying the influence of the bacterial infections of the respiratory tract and of the treatment using amoxicillin on the patient's normal intestinal microbiota. The bacterial infectious process of the respiratory tract influenced the patients' intestinal microbiota. There was significant reduction in the amount of CFU/g of feces of microorganisms of the Bacteroides and Lactobacillus genus. The use of amoxicillin also influenced the intestinal microbiota. Significant reduction was observed in the amount of CFU/g of feces of microorganisms of the Bifidobacterium and Lactobacillus genus. It is important to identify modifications in the composition of the intestinal microbiota, once the decrease of these microorganisms can cause damage to the host. One of these damages is the decrease in the resistance to the colonization. Those damages, when accompanied, can be minimized by the health staff using measures related to the therapeutic and alimentary conduct, seeking to reduce the noxious influence on the gastrointestinal ecosystem.

(15)
(16)

INTRODUÇÃO

O trato gastrointestinal possui enorme variedade de bactérias aeróbias e anaeróbias, que interagem entre si em complexo ecossistema (1). Essa microflora é composta por 400 a 500 espécies diferentes de bactérias metabolicamente ativas, com impacto marcante sobre a função intestinal e a saúde do hospedeiro (2,3). No cólon sua concentração varia de 1010 a 1012 UFC (Unidade Formadora de Colônia) por grama de fezes (4-7), e essa densidade populacional é regulada pelas interações que ocorrem entre a microflora (8-10) (Figura 1).

A formação da microflora intestinal normal tem início ao nascimento, quando o recém-nascido é exposto aos microrganismos do trato geniturinário da mãe (7). Durante os primeiros dias de vida, Escherichia coli, Clostridium e estreptococos colonizam o trato

(17)

intestinal (4). Com a amamentação (leite materno) surgem as bifidobactérias e os lactobacilos. Logo em seguida, aparecem os bacteróides, eubactérias e peptococos (4,12) (Figura 2).

De acordo com alguns autores, o perfil dominante das bactérias anaeróbias, usualmente encontrado em indivíduos adultos, é estabelecido nos primeiros quatro anos de vida (13). Outros consideram que esse perfil se estabelece a partir dos dois anos de idade (14).

O intestino grosso (cólon) é o primeiro local de colonização microbiana nos humanos, provavelmente devido à pequena motilidade intestinal (3).

No geral as bactérias intestinais podem ser divididas em espécies que exercem efeitos prejudiciais ao hospedeiro e espécies que exercem efeitos benéficos. Entre os efeitos nocivos, podem ser citados diarréia, infecções, danos hepáticos, carcinogênese e putrefação intestinal. A inibição do crescimento de bactérias prejudiciais, estimulação do sistema imune, melhora da digestão e da absorção de nutrientes essenciais e a síntese de vitaminas,

(18)

são exemplos de efeitos protetores desenvolvidos pela microbiota intestinal (14). Entre os grupos predominantes de bactérias colônicas, os Bifidobacterium e Lactobacillus são gêneros que desempenham efeitos benéficos para o hospedeiro. Microrganismos do gênero Bacteroides são capazes de desempenhar ações benéficas e prejudiciais (15). De acordo com Macfarlane e colaboradores (16) essas bactérias são encontradas em elevadas concentrações no intestino grosso (Quadro 1).

Quadro 1: Concentração de bactérias no intestino grosso humano (16).

Bactérias Concentração (Log10/g de Fezes) Média Variação Bacteróides 11,3 9,2 – 13,5 Bifidobactérias 10,2 4,9 – 13,4 Lactobacilos 9,6 3,6 – 12,5

As bactérias intestinais têm participação importante na formação da massa fecal, freqüência de evacuações, regulação do pH colônico, produção de ácidos graxos de cadeia curta e armazenamento de energia proveniente de compone ntes alimentares não digeridos no intestino delgado (15). O metabolismo, a nutrição, a imunidade e a proteção são as principais funções da microbiota intestinal (7,17). Uma das funções metabólicas é a fermentação de substratos alimentares não digeridos no intestino delgado e de mucos endógenos (17). Os açúcares são fermentados em vários produtos, incluindo ácidos, álcoois e gases (18,19). Os principais produtos são os ácidos graxos de cadeia curta: acético, propiônico e butírico (20). A maior parte desses ácidos é absorvida pelo intestino e, subseqüentemente

utilizada pelo hospedeiro em inúmeras vias metabólicas (18,21). As mucinas são

constantemente secretadas pelo trato gastrointestinal (22). Essas glicoproteínas formam uma eficiente barreira física contra a invasão e colonização (21). Algumas espécies de bactérias

(19)

como bacteróides, bifidobactérias e ruminococos são capazes de utilizar a mucina como fonte de carbono e energia, reduzindo assim, seu efeito protetor. Porém, existe balanço constante entre a secreção de mucina pelo hospedeiro e sua utilização pela microflora (23).

A microflora intestinal também atua no metabolismo de ácidos biliares primários e hormônios esteróides, fazem a conversão da urobilina para urobilinogênio e do colesterol para coprostanol (5,24).

A ação de nutrição da microflora é exercida através dos produtos da fermentação, principalmente os ácidos graxos de cadeia curta e o ácido lático. O ácido butírico serve como substrato de energia para os colonócitos; o propiônico e o lático para as células do fígado; o acético para os tecidos periféricos (18). Alguns destes, podem funcionar como moduladores do metabolismo da glicose e lipídeos. Os ácidos graxos de cadeia curta podem ainda estimular a absorção de cálcio, magnésio e ferro (17).

O intestino humano representa a maior massa de tecido linfóide do corpo. Após o nascimento as bactérias colonizam o intestino e, provavelmente atuam como fonte de antígenos e imunomoduladores inespecíficos. Essas bactérias podem ser consideradas como antígenos capazes de estimular resposta imune local e sistêmica. Elas influenciam o número e a distribuição da população de células do tecido linfóide associado ao intestino. Além disso, determinadas bactérias gram-negativas como E. coli e Bacteroides têm importante função sobre o efeito imunológico inespecífico (25).

Uma das funções mais importantes da microflora é a proteção contra a colonização por microrganismos potencialmente patogênicos – ‘resistência à colonização’; e os anaeróbios são os principais microrganismos envolvidos nesse processo(26). Essa resistência está relacionada à competição por substratos e sítios de colonização e a produção de ácidos

(20)

bactérias são capazes de produzir ‘bacteriocinas’, substâncias semelhantes a antibióticos, que inibem o crescimento bacteriano de algumas espécies e, exercem efeito auto-regulador sobre as espécies produtoras (27).

Embora a microflora gastrointestinal seja relativamente estável durante a vida do indivíduo (28), alguns fatores como doença e determinados medicamentos podem afetar esse equilíbrio (12). Esse ecossistema também pode ser influenciado pela dieta, localização geográfica, cirurgias do trato gastrointestinal e principalmente, durante o uso de antibiótico (29)

. A administração de antibiótico pode influenciar a composição da microflora colônica, e essa influência depende da concentração da droga no lúmen intestinal e de seu espectro de ação (10,30,31). Essas drogas podem provocar distúrbio no balanço ecológico da microflora gastrointestinal com vários efeitos indesejáveis, como a colonização por patógenos potenciais, além de influenciar a atividade metabólica da microflora intestinal (5,32).

Muitos estudos têm sido conduzidos, com o objetivo de verificar modificações na composição da microflora intestinal, em decorrência de dietas (1,2,14,33-36), idade (12,37), localização geográfica (7,38,39), terapias medicamentosas (40,41) e doenças entéricas (31,42).

Nos últimos anos, alguns estudos têm procurado demonstrar a importância e participação da flora intestinal em determinados processos patológicos como artrite reumatóide e doença atópica (43-48). Essas pesquisas visam minimizar os sintomas e as conseqüências do processo inflamatório para o paciente.

As infecções do trato respiratório também têm despertado o interesse dos pesquisadores, pois são as infecções mais encontradas na prática médica geral, nas quais os antibióticos são rotineiramente prescritos. A administração de antibióticos pode provocar mudanças na flora normal da orofaringe e dos intestinos. Após terapia antimicrobiana pode ocorrer redução no número de microrganismos que habitam normalmente o trato

(21)

gastrointestinal, permitindo o crescimento excessivo de espécies bacterianas já presentes e, conseqüente colonização por microrganismos potencialmente patogênicos. O uso de antibióticos também pode promover o desenvolvimento de resistência ao antimicrobiano e assim, a bactéria resistente pode ser disseminada no meio ambiente (49).

Entre as infecções do trato respiratório, o diagnóstico e o tratamento das sinusites, representam um grande problema para o clínico. As características clássicas como febre, secreção nasal purulenta e dor facial, podem estar ausentes; o que, freqüentemente dificulta a diferenciação entre infecção viral e infecção bacteriana, que requer tratamento com antimicrobiano. O diagnóstico pode ser auxiliado por radiografia dos seios da face (mais utilizado), ultra-sonografia, tomografia axial computadorizada, ressonância magnética e endoscopia dos seios da face (50). A pneumonia é outra infecção do trato respiratório, que pode manifestar-se em ambos os sexos e em todas as idades. É um processo infeccioso agudo do parênquima pulmonar, que freqüentemente prejudica as trocas gasosas. Tosse, dor torácica e excessiva produção de escarro, podem ser relatados pelo paciente (51).

O tratamento de primeira escolha para as infecções do trato respiratório é a amoxicilina (aminopenicilina); que é um antibiótico betalactâmico bactericida, muito utilizado na prática clínica, indicado principalmente quando as vias aéreas estão comprometidas (52). Essa droga é usualmente utilizada para tratamento inicial de paciente com sinusite aguda, e nesse caso, a duração do tratamento é de 10 a 14 dias (50). Ela também é utilizada para o tratamento de alguns tipos de pneumonias bacterianas, sendo administrada por um período de sete a 10 dias (51).

É de grande importância clínica, conhecer a influência dos agentes antimicrobianos, bem como as conseqüências de processos infecciosos, sobre o ecossistema gastrointestinal do paciente.

(22)

Uma vez que a microbiota intestinal tem participação no metabolismo, imunidade, nutrição e proteção e que a mesma pode ser modulada pela ingestão de alguns tipos de alimentos, essas pesquisas podem oferecer subsídios importantes na condução do tratamento e na dieta do paciente durante o processo infeccioso e na recuperação, minimizando os efeitos prejudiciais da doença e do tratamento sobre a microbiota intestinal do mesmo.

(23)

OBJETIVOS OBJETIVO GERAL:

Ø Verificar a influência das infecções bacterianas do trato respiratório e do tratamento com amoxicilina, sobre a microbiota intestinal normal do paciente.

Para alcançar esse objetivo foram utilizadas amostras de fezes de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório coletadas em três momentos distintos:

Momento 1 (M1): antes do paciente iniciar o tratamento com a amoxicilina;

Momento 2 (M2): no último dia do tratamento com a amoxicilina que variou de 10

a 14 dias;

Momento 3 (M3): 30 dias após o final do tratamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Ø Isolar e quantificar as bactérias anaeróbias intestinais dos gêneros Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus em fezes de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório, nos Momentos M1, M2 e M3.

Ø Avaliar a influência do processo infeccioso sobre a microbiota intestinal.

Ø Avaliar a influência do tratamento com amoxicilina sobre a microbiota intestinal.

(24)
(25)

CASUÍSTICA e MÉTODOS

1. CASUÍSTICA:

Foi realizado estudo prospectivo, envolvendo 22 pacientes com infecções bacterianas do trato respiratório (18 casos de sinusite, 04 casos de pneumonia), triados junto ao Pronto Atendimento do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-SP/ UNESP no período de julho de 2002 a janeiro de 2003; e 20 indivíduos doadores de sangue triados junto ao Hemocentro da mesma Instituição no mesmo período.

2. MÉTODOS:

2.1. Critérios de Inclusão: pacientes com diagnóstico epidemiológico, clínico e por

imagem de doenças infecciosas bacterianas agudas, do aparelho respiratório; com prescrição de amoxicilina; de ambos os sexos; com idade superior a 18 anos e que não estavam utilizando medicamentos.

2.2. Critérios de Exclusão: gravidez, lactação, mulheres com desordens hormonais;

indivíduos que apresentavam outras doenças de base e uso prévio de medicamentos, principalmente antimicrobianos, nos últimos 30 dias.

2.3. Grupos de Estudo

Os indivíduos foram distribuídos em dois grupos:

Grupo Controle (GC): constituído por 20 indivíduos normais, doadores de

sangue, de ambos os sexos e com idade superior a 18 anos, triados junto ao Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de

(26)

Botucatu-SP/UNESP. Estes indivíduos não apresentavam infecções respiratórias e não utilizavam antimicrobianos no momento da pesquisa e nos últimos 30 dias.

Grupo 1 (G1): constituído por 22 pacientes, de ambos os sexos, com idade

superior a 18 anos, com diagnóstico clínico, epidemiológico e por imagem de infecção bacteriana aguda do trato respiratório.

Foram fornecidos aos indivíduos dos Grupos GC e G1, os detalhes referentes à realização deste estudo e foi solicitado a cada um que assinasse o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (Anexo 1), conforme Resolução nº 196/96 sobre “Pesquisa Envolvendo Seres Humanos”, do Conselho Nacional de Saúde/MS.

2.4. Momentos do Estudo

Para avaliação da microbiota intestinal dos indivíduos do grupo controle e dos pacientes foram utilizados os seguintes Momentos Experimentais:

ü Momento Zero (Mo): cultura de fezes dos indivíduos do grupo controle para

identificar e quantificar os microrganismos dos gêneros Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus, realizada uma vez.

ü Momento Um (M1): cultura de fezes dos pacientes com infecção bacteriana do

trato respiratório para identificar e quantificar os microrganismos dos gêneros Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus, realizada antes dos mesmos iniciarem o tratamento com a amoxicilina.

ü Momento Dois (M2): cultura de fezes dos pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório para identificar e quantificar os microrganismos dos gêneros Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus, realizada no último dia do ttratamento com a amoxicilina.

(27)

ü Momento Três (M3): cultura de fezes dos pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório para identificar e quantificar os microrganismos dos gêneros Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus, realizada 30 dias após o final do tratamento.

MOMENTOS DO ESTUDO

2.5. Diagnóstico das Infecções por Agentes Bacterianos

Todos os indivíduos do grupo G1 foram avaliados clinicamente pelos médicos do Pronto Atendimento.

O diagnóstico das infecções por microrganismos bacterianos foi baseado em dados clínic os, epidemiológicos e por exames complementares inespecíficos (hemograma completo e RX de tórax e/ou seios da face). O hemograma foi realizado pelo Laboratório de Hematologia da Divisão Hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-SP/UNESP, em contador automático de células, Penta 120 ABX, de acordo com técnicas já padronizadas (53) Foram considerados compatíveis com infecção bacteriana os hemogramas que apresentaram leucocitose. Enquanto os exames radiológicos, quando

GRUPO CONTROLE GRUPO 1 (PACIENTES)

Antes do início do tratamento 10 a 14 dias após o início do tratamento 30 dias após o final do tratamento Avaliação única M0 M1 M2 M3

(28)

necessários, foram realizados pelo Serviço de Radiologia da mesma Instituição e foram considerados indicativos de infecções bacterianas quando apresentaram velamento de seios da face, nos casos de sinusites e/ou revelaram condensação nos casos de pneumonias. Estes exames foram realizados antes dos pacientes iniciarem o tratamento com o antimicrobiano.

2.6. Tratamento

O tratamento destes pacientes foi estabelecido pelos médicos responsáveis pela assistência no Pronto Atendimento. Para o tratamento destas infecções, foi utilizado Amoxicilina de 500 mg, via oral, prescrita de 8/8 horas, por um período de 10 a 14 dias.

2.7. Características epidemiológicas (Anexo 2)

Os indivíduos dos dois grupos foram entrevistados em salas reservadas, pela autora do trabalho, e foram obtidas informações relativas ao sexo, idade, tabagismo, consumo de álcool e medicamentos prescritos.

2.8. Inquérito para Classificação Sócio -econômica (Anexo 3)

Durante a entrevista também foram obtidas informações relativas à renda familiar, nº de membros na família, escolaridade, habitação e ocupação. Estas variáveis serviram como subsídio para a classificação sócio-econômica de cada indivíduo, de acordo com o proposto por Graciano, Lehfeld e Neves Filho (54).

(29)

Quadro 1: Sistema de pontuação para classificação sócio-econômica (54).

Pontos Classificação Sigla

0 ? 20 Baixa inferior BI 20 ? 30 Baixa superior BS 30 ? 40 Média inferior MI 40 ? 47 Média ME 47 ? 54 Média superior MS 54 acima Alta AL 2.9. Avaliação Nutricional

A avaliação nutricional foi realizada com os indivíduos dos grupos GC e G1, pela aplicação de protocolo específico contendo aspectos dietéticos e antropométricos.

a) Para a análise da ingestão de alimentos dos indivíduos foi utilizado o registro alimentar de três dias, com descrição do horário das refeições e quantidade em medidas caseiras (colher, xícara, copo, prato) e/ou em gramas dos alimentos ingeridos, para verificar se no hábito alimentar do indivíduo ha via ingestão de nutrientes que poderiam favorecer ou desfavorecer a microbiota intestinal (Anexo 4). Para os cálculos das calorias totais, dos carboidratos, das proteínas, dos lipídeos e outros nutrientes específicos foi utilizado o Software Virtual Nutri (55), da Faculdade de Saúde Pública de São Paulo – USP.

b) Investigação Antropométrica: medição do peso e estatura (Anexo 5).

Peso (P) – Quilo (Kg) : foi obtido com a utilização de balança antropométrica, tipo

plataforma com precisão de 0,1 Kg, com o paciente descalço e com o mínimo de vestimenta (56,57).

Estatura (E) – Metros (m) : foi determinada por meio de uma escala fixada na balança

(30)

Índice de Massa Corporal (IMC): foi calculado a partir da relação peso (Kg) e

estatura ao quadrado (m²) através da fórmula: IMC = P/E² (56,57).

Para classificação do estado nutricional dos indivíduos foi utilizado o Índice de Massa Corporal (IMC).

Quadro 2: Classificação Nutricional (58).

Índice de Massa Corporal (Kg/M2) Classificação

= 16 Desnutrição Grau III (grave)

16,0 – 16,9 Desnutrição Grau II (moderada)

17,0 – 18,49 Desnutrição Grau I (leve)

18,5 – 24,9 Eutrofia

25,0 – 29,9 Pré-obeso

30,0 – 34,9 Obesidade Grau I

35,0 – 39,9 Obesidade Grau II

= 40 Obesidade Grau III

2.10. Avaliação da Microbiota Bacteriana Intestinal (Anexo 6):

Para a avaliação microbiológica da microbiota intestinal foi adaptado o método de Sutter e colaboradores (59).

Amostras de fezes dos indivíduos dos dois grupos foram colhidas em frascos estéreis contendo meio de transporte Transbac® (Probac do Brasil), que mantém viáveis tanto bactérias aeróbias como anaeróbias (Foto 1).

(31)

Todos os indivíduos do Grupo Controle (GC) foram orientados, no momento da aplicação do questionário, sobre os procedimentos relacionados à coleta e transporte da amostra até o laboratório para os procedimentos padronizados.

Os indivíduos do Grupo G1 foram orientados, também no momento da aplicação do questionário, que deveriam coletar três amostras de fezes, sendo que a primeira deveria ser coletada antes de iniciar o tratamento com o antibiótico prescrito; a segunda deveria ser coletada no último dia do tratamento e a terceira um mês após o término do tratamento. Todas as datas foram agendadas individualmente para cada paciente a medida em que eram incluídos no estudo. Para evitar esquecimentos, 24 horas antes das datas das coletas a autora entrava em contato com cada um deles. E, durante o período do estudo, regularmente, receberam orientações, por telefone ou pessoalmente pela autora, sobre a importância do tratamento (aderência) e as datas das coletas das amostras subseqüentes. O

(32)

espaço de tempo entre a coleta de cada amostra e sua manipulação no laboratório foi de apr oximadamente uma hora (31,60).

Cada amostra foi homogeneizada, após desprezar adequadamente a solução conservante, e uma alíquota de um grama foi pesada em Balança Analítica - SCIENTECH SA120 – (Foto 2).

Essa alíquota de um grama foi colocada em tubo de ensaio com tampa rosqueável (Foto 3), contendo nove ml de Stuart Transport Medium® (Oxoid). Este meio foi utilizado por conter o indicador Azul de Metileno, que indica a presença de oxigênio, que era indesejável para os procedimentos.

(33)

Esta mistura foi homogeneizada em Agitador de Tubos Phoenix (Mod. AT 56), até completa dissolução (Foto 4).

A partir desta diluição (10-1), uma alíquota de 1000µl foi transferida para outro tubo

de ensaio contendo o mesmo diluente (10-2), e assim consecutivas diluições foram

realizadas até alcançar 10-8 , utilizando o mesmo diluente em todos os tubos e agitação (Fotos 5 e 6).

Foto 3 – Introdução da amostra no frasco

(34)

Foram utilizados os meios de cultura seletivos Kanamycin-vancomycin blood agar, Bifidobacterium medium e Lactobacillus selective medium (Probac do Brasil) para Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus respectivamente, preparados para este estudo pela Empresa Probac do Brasil Produtos Bacteriológicos Ltda (Foto 7).

1

2 Fotos 5 e 6 – Diluição da amostra

Foto 7 – Meios de cultura seletivos para Bacteroides(1), Bifidobacterium(2) e Lactobacillus(3) 3

(35)

Após o preparo dessas diluições, foi inoculado uma alíquota de 100µl , conforme o Quadro 3, nos meios de cultura seletivos (Fotos 8, 9, e, 10).

Foto 8- Inoculação de 100µl da amostra diluída em Lactobacillus selective medium

Foto 9- Inoculação de 100µl da amostra diluída em Bifidobacterium medium

(36)

Foram utilizados bastões de vidro em “L” (Foto 11) para semear as amostras, individualmente para cada diluição e meio de cultura, para evitar contaminação cruzada. A diluição e a inoculação foram realizadas em Câmara de Fluxo Laminar Vertical Pachane (Modelo PA-115).

A inoculação foi realizada segundo quadro abaixo.

Quadro 3: Inoculação de cada amostra, de acordo com meios de cultura seletivos,

diluições e microrganismos (59).

Meio de Cultura Fezes (diluição) Microrganismos

Kanamycin-vancomycin blood agar 10-4,10-6,10-7,10-8 Bacteroides

Bifidobacterium medium 10-4,10-6,10-7,10-8 Bifidobacterium

Lactobacillus selective medium 10-2,10-4,10-5,10-6 Lactobacillus

Terminada a inoculação, as placas devidamente identificadas, foram acondicionadas em Jarra Anaeróbica GasPak (Permution) em ambiente de anaerobiose (Foto 12), e incubadas em estufa à 37°C por um período de 48 horas. Como gerador de atmosfera com teor reduzido de oxigênio e aumentado de gás carbônico foi utilizado o Anaerobac® (Probac do Brasil)(Foto 13).

(37)

Foto 12- Jarra de Anaerobiose GasPak (Permution) contendo placas inoculadas, ativadas pelo gerador de gás carbônico Anaerobac® com fita indicadora

Foto 13- Anaerobac ®, antes da incubação (A) e ao término da incubação (B)

(38)

Após esse período, foram analisadas quanto ao crescimento bacteriano e aspecto das colônias. As UFC foram contadas em cada placa, utilizando para isso lupa, régua e caneta porosa, de acordo com técnicas laboratoriais já padronizadas (Foto 14). As quantidades de UFC foram calculadas para cada diluição, e a seguir, a média para cada tipo de bactéria (Apêndices 1, 2 e 3).

Além disso, para cada teste foram realizadas as seguintes observações: § morfologia das colônias – tamanho, forma, cor e aspecto (Foto 15)

§ celular: coloração pelo Gram (Foto 16) § prova da catalase: membros do gênero Lactobacillus e Bifidobacterium dão reação

negativa e bastonetes gram-negativos ( Bacteroides fragilis) - dão reação positiva.

(39)

Foto 15- Análise das colônias

Foto 16 – Lâminas coradas pelo Gram 1- Lactobacillus – Gram-positivo 2- Bifidobacterium – Gram-positivo 3- Bacteroides – Gram-negativo

(40)

Lâminas coradas pelo Gram

Estas análises foram realizadas no Laboratório do Departamento de Doenças Tropicais pela autora do projeto.

Bacteroides – (Gram-negativo) Bifidobacterium (Gram-positivo)

(41)

2.11. Método Estatístico:

Para as contagens de Bacteroides, Bifidobacterium e Lactobacillus foram calculados média e desvio padrão com a transformação logarítmica dos dados e média na escala original (61).

Para a comparação entre momentos (M1, M2 e M3) no grupo G1 foi utilizada a prova não-paramétrica de Friedman com o cálculo das estatísticas ?2 e p.

Para a comparação entre os grupos GC (M0) e G1 em cada momento foram

utilizados o teste t para duas amostras independentes (usando o logaritmo da contagem) com o cálculo das estatísticas t e p e/ou o método não-paramétrico de Mann-Whitney.

Em todas as análises efetuadas, as estatísticas calculadas foram consideradas significativas quando p = 0,05 (p é a probabilidade de erroneamente concluir pela significância).

2.12. Ética (Anexo 7)

O presente estudo foi submetido à avaliação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu-SP/UNESP, recebendo parecer favorável em outubro de 2001.

(42)
(43)

RESULTADOS

1. Caracterização da casuística quanto ao sexo e idade.

A) Caracterização da casuística quanto ao sexo

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com o sexo está apresentada na Figura 1.

GC Grupo Controle - indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

Figura 1 - Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com o sexo.

Botucatu-SP, 2002.

Foi observado que de acordo com o gênero, houve distribuição homogênea dos indivíduos no grupo controle e no grupo com infecção bacteriana respiratória.

GC G1 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 % GC G1 Grupos Masculino Feminino

(44)

B) Caracterização da casuística quanto à idade

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a idade está

apresentada na Figura 2.

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

Figura 2 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com faixas

etárias. Botucatu-SP, 2002.

Foi observado entre os indivíduos do grupo GC que a maior porcentagem tinha entre 41 e 50 anos; no grupo G1 a maior porcentagem tinha entre 21 e 30 anos. Houve, portanto, predomínio de indivíduos mais jovens entre os pacientes.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

%

GC G1

Grupos

18 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos

(45)

2. Caracterização da casuística de acordo com as variáveis epidemiológicas: tabagismo e etilismo.

A) Caracterização da casuística de acordo com o hábito de fumar (tabagismo)

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com o hábito de fumar está apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o hábito de fumar.

Botucatu-SP, 2002. Grupos Tabagista GC G1 Total n (%) n (%) n (%) Sim 5 (25,0) 7 (31,8) 12 (28,6) Não 15 (75,0) 15 (68,2) 30 (71,4) Total 20 (100,0) 22 (100,0) 42 (100,0)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória n: número de indivíduos

Foi observado que 75% dos indivíduos do grupo GC e 68,2% dos pacientes do grupo G1 não tinham o hábito de fumar. Sendo assim, nos dois grupos constituídos, a porcentagem de não fumantes foi superior a de fumantes.

(46)

B) Caracterização da casuística de acordo com o hábito de ingerir bebidas alcoólicas (etilismo).

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com o hábito de ingerir bebidas alcoólicas está apresentada na Tabela 2.

Tabela 2 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o hábito de ingerir

bebidas alcoólicas. Botucatu-SP, 2002. Grupos Ingestão de Bebidas Alcoólicas GC G1 Total n (%) n (%) n (%) Não 13 (65,0) 15 (68,2) 28 (66,6) Etilista Social 7 (35,0) 6 (27,3) 13 (31,0) Etilista Habitual 0 0 1 (4,5) 1 (2,4) Total 20 (100,0) 22 (100,0) 42 (100,0)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória n: número de indivíduos

Foi observado que 65% dos indivíduos do grupo GC e 68,2% dos pacientes do grupo G1 não consumiam bebidas alcoólicas.

(47)

3. Caracterização da casuística quanto às condições sócio-econômicas. A) Caracterização da casuística de acordo com a renda familiar.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a renda familiar está apresentada na Tabela 3.

Tabela 3 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo renda familiar.

Botucatu-SP, 2002. GC G1 Total Grupos Renda Familiar n (%) n (%) n (%) 15 ? 30 SM 6 (30,0) 2 (9,1) 8 (19,1) 09 ? 15 SM 4 (20,0) 4 (18,2) 8 (19,1) 04 ? 09 SM 7 (35,0) 7 (31,8) 14 (33,3) 02 ? 04 SM 3 (15,0) 9 (40,9) 12 (28,5) Total 20 (100,0) 22 (100,0) 42 (100,0)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória SM: Salário Mínimo

n: número de indivíduos

Foi observado que a maior porcentagem dos indivíduos no grupo GC tinha faixa salarial entre quatro e nove SM, porém 50% tinham faixa salarial acima de nove SM. No grupo G1 a maior porcentagem dos indivíduos também tinha faixa salarial entre quatro e nove salários mínimos, porém 40,9% tinham faixa salarial abaixo de quatro SM.

(48)

B) Caracterização da casuística quanto ao número de membros na família.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com o número de membros na família está apresentada na Tabela 4.

Tabela 4 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o número de

membros na família. Botucatu-SP, 2002.

Grupos Nº membros na família GC G1 Total n (%) n (%) n (%) 1 - 2 5 (25,0) 2 (9,1) 7 (16,7) 3 - 4 13 (65,0) 14 (63,6) 27 (64,3) 5 - 7 2 (10,0) 6 (27,3) 8 (19,0) Total 20 (100,0) 22 (100,0) 42 (100,0)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória n: número de indivíduos

Foi observado nos grupos GC e G1 que a maior porcentagem das famílias dos indivíduos possuía três a quatro membros.

(49)

C) Caracterização da casuística quanto à escolaridade.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a escolaridade está apresentada na Figura 3.

GC: Grupo Controle – grupo de indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória Ens. Fund..: Ensino Fundamental

Ens. Médio: Ensino Médio Ens. Superior: Ensino Superior

Figura 3 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo o grau de

escolaridade dos chefes de família. Botucatu-SP, 2002.

Foi observado, em relação à escolaridade, que no grupo GC a maior porcentagem possuía nível superior, enquanto no grupo G1, a maior porcentagem possuía ensino médio e ensino superior. 0 10 20 30 40 50 60 70

%

GC G1

Grupos

Ens. Fund. Ens. Médio Ens. Superior

(50)

D) Caracterização da casuística quanto à ocupação.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a ocupação do chefe da família está apresentada na Figura 4.

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória E: Empresário

PLA: Profissional Liberal Autônomo

TAATC: Trabalhador Assalariado Administrativo, Técnico e Científico TA: Trabalhador Assalariado

TCP: Trabalhador por Conta Própria ED: Empregado Doméstico

TRA: Trabalhador Rural Assalariado, Volante A: Aposentado

Figura 4- Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com a profissão do

chefe da família. Botucatu-SP, 2002.

Foi observado no grupo GC, que a maior porcentagem dos indivíduos tinha ocupação relacionada ao trabalho assalariado e trabalho assalariado administrativo, técnico e científico; no grupo G1, a maior porcentagem tinha ocupação relacionada ao trabalho assalariado e emprego doméstico.

0 5 10 15 20 25 30 35 40 % GC G1 Grupos E PLA TAATC TA TCP ED TRA A

(51)

E) Caracterização da casuística quanto à habitação.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a habitação está apresentada na Figura 5.

GC: Grupo Controle - indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

Figura 5 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, de acordo com a condição

da habitação. Botucatu-SP, 2002.

Foi observado nos grupos GC e G1 que a maior porcentagem possuía casa própria. 0 10 20 30 40 50 60 70 80

%

GC G1

Grupos

Casa própria Casa alugada Casa cedida por benefício

(52)

F) Caracterização da casuística quanto à classe sócio-econômica.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com a classe sócio-econômica está apresentada na Figura 6.

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória BI: Baixa Inferior

BS: Baixa Superior MI: Média Inferior M: Média

Figura 6 – Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo a classe

sócio-econômica. Botucatu-SP, 2002.

Foi observado, que a maior porcentagem dos indivíduos do grupo GC, pertencia à classe sócio-econômica média inferior, e que no grupo G1 a maior porcentagem pertencia à classe baixa superior.

0

10

20

30

40

50

60

%

GC

G1

Grupos

BI

BS

MI

M

(53)

4. Caracterização da casuística quanto a avaliação nutricional.

A) Caracterização da casuística de acordo com o diagnóstico nutricional.

A distribuição dos indivíduos de ambos os grupos, de acordo com o diagnóstico nutricional está apresentada na Figura 7.

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória Desnutrição Grau I (Leve) – IMC= 17 a 18,49

Eutrófico – IMC= 18,5 a 24,9 Pré-Obeso – IMC= 25 a 29,9 Obesidade Grau I – IMC= 30 a 34,9 Obesidade Grau II – IMC= 35 a 39,9

Figura 7- Distribuição dos indivíduos dos grupos GC e G1, segundo diagnóstico

nutricional, baseado no cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Botucatu-SP, 2002.

Foi observado que a maior porcentagem dos indivíduos dos grupos GC e G1 apresentou IMC entre 18,5 e 24,9 e, portanto foram considerados eutróficos.

0 10 20 30 40 50 60 70 80

%

GC

G1

Grupos

Desnutrição Grau I Eutrófico Pré-Obeso Obesidade Grau I Obesidade Grau II

(54)

B) Caracterização da casuística de acordo com a análise da ingestão de alimentos.

A análise do registro alimentar de três dias dos indivíduos do grupo controle e do grupo com infecção bacteriana do trato respiratório demonstrou que em relação aos macronutrientes, fibras alimentares e micronutrientes, não houve diferença entre os dois grupos.

(55)

5. Composição da microbiota intestinal dos pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) e dos indivíduos do grupo controle (GC).

A) Contagem de Bacteroides

A composição da microbiota intestinal, em termos de Bacteroides, do grupo controle e do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório está apresentada na Tabela 5 e Figura 8.

Tabela 5 – Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem de

Bacteroides no grupo controle - GC (M0) e no grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório - G1 nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o tratamento (M3). Botucatu-SP, 2002.

BACTEROIDES GC (N=20) G1 (N=22) M0 M1 M2 M3 Média 7,17 x 1010 1,81 x 1010 4,09 x 1010 3,87 x 1010 *Média 10,8557 10,2582 10,6121 10,5880 *DP 0,7138 1,0541 0,6265 0,6022

*: Valor da média e desvio padrão após transformação logarítmica da contagem de Bacteroides GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue

G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória N: Número de indivíduos Hipótese Estatística Calculada Nível de Significância Comentário Comparação entre M1, M2 e M3 M1 = M2 = M3 χ2 = 6,909 p < 0,05 M1< (M2 = M3) Comparação entre GC e G1 GC = G1 t = 2,19 t = 1,18 t = 1,32 p < 0,05 p > 0,10 p > 0,10 M0> M1 M0 = M2 M0 = M3

(56)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

M0: Média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides do grupo controle

M1: Média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides antes do início do tratamento

M2: Média do Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides ao final do tratamento

M3: Média do Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides 30 dias após o tratamento

Figura 8- Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Bacteroides nos grupos GC e G1. Botucatu-SP, 2002. 10,8557 10,2582 10,6121 10,588 9,8 10 10,2 10,4 10,6 10,8 11 M0 (GC) M1 (G1) M2 (G1) M3 (G1)

Momentos

Média Log

10

/g de fezes

χ2 = 6,909 - p < 0,05 - M1 < (M2 = M3) t = 2,19 - p < 0,05 - M0> M1

(57)

Foi observado, quando comparamos entre si, os três momentos experimentais (M1, M2 e M3)do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) que no momento M1 houve redução significativa (p < 0,05) na quantidade de UFC/g de fezes de Bacteroides. Esse momento corresponde ao período em que o paciente ainda não havia iniciado o tratamento com antimicrobiano.

Também foi observado, quando comparamos os três momentos experimentais (M1, M2 e M3) do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) com o momento M0 do grupo controle (GC), que também houve redução significativa (p < 0,05) na quantidade de UFC/g de fezes de Bacteroides no momento M1; demonstrando que o processo infecc ioso bacteriano do trato respiratório influenciou a população intestinal de microrganismos do gênero Bacteroides, no grupo de pacientes.

(58)

B) Contagem de B ifidobacterium

A composição da microbiota intestinal, em termos de Bifidobacterium, do grupo controle e do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório está apresentada na Tabela 6 e Figura 9.

Tabela 6 – Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem

de Bifidobacterium no grupo controle - GC (M0) e no grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório – G1, nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o tratamento (M3). Botucatu-SP, 2002.

BIFIDOBACTERIUM GC (N=20) G1 (N=22) M0 M1 M2 M3 Média 8,41 x 109 4,37 x 109 1,85 x 109 4,44 x 109 *Média 9,9250 9,6410 9,2676 9,7965 *Desvio Padrão 0,9551 0,7441 0,7962 0,7089

*: Valor da média e desvio padrão após transformação logarítmica da contagem de Bifidobacterium GC: Grupo controle – indivíduos doadores de sangue

G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória N: Número de indivíduos Hipótese Estatística Calculada Nível de Significância Comentário Comparação entre M1, M2 e M3 M1 = M2 = M3 χ2 = 11,545 p < 0,01 (M1 = M3) > M2 Comparação entre GC e G1 GC = G1 t = 2,43 t = 1,08 t = 0,50 p < 0,02 p > 0,10 p > 0,50 M0> M2 M0 = M1 M0 = M3

(59)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

M0: média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium do grupo controle

M1: média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium antes do início do tratamento

M2: média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium ao final do tratamento

M3: média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium 30 dias após o tratamento

Figura 9- Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Bifidobacterium nos grupos GC e G1. Botucatu-SP, 2002.

9,925

9,641

9,2676

9,7965

9

9,2

9,4

9,6

9,8

10

M0 (GC)

M1 (G1)

M2 (G1)

M3 (G1)

Momentos

Média Log

10/

g fezes

χ2 = 11,545; p < 0,01 - (M1 = M3 ) >M2 t = 2,43; p < 0,02 - M0> M2

(60)

Foi observado, quando comparamos entre si, os três momentos experimentais (M1, M2 e M3) do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) que no momento M2 houve redução significativa (p < 0,01) na quantidade de UFC/g de fezes de Bifidobacterium. Nesse momento os pacientes estavam terminando o tratamento com o antimicrobiano.

Também foi observado, quando comparamos os três momentos experimentais (M1, M2 e M3) do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) com o momento M0 do grupo controle (GC), que também houve redução significativa (p < 0,02) na quantidade de UFC/g de fezes de Bifidobacterium no momento M2, demonstrando que o tratamento com amoxicilina influenciou a população intestinal de microrganismos do gênero Bifidobacterium no grupo de pacientes.

(61)

C) Contagem de Lactobacillus

A composição da microbiota intestinal em termos de Lactobacillus, do grupo controle e do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório está apresentada na Tabela 7 e Figura 10.

Tabela 7 – Média das contagens e média e desvio padrão do logaritmo da contagem de

Lactobacillus no grupo controle - GC (M0) e no grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório – G1 nos três momentos experimentais: antes do tratamento (M1), no final do tratamento (M2) e trinta dias após o tratame nto (M3). Botucatu-SP, 2002.

LACTOBACILLUS GC (N=20) G1 (N=22) M0 M1 M2 M3 Média 8,32 x 108 1,62 x 108 0,82 x 108 7,31 x 108 *Média 8,9199 8,2100 7,9146 8,8640 *Desvio padrão 0,9783 1,3747 1,3533 1,2934

*: Valor da média e desvio padrão após transformação logarítmica da contagem de Lactobacillus. GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue

G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória N: Número de indivíduos Hipótese Estatística Calculada Nível de Significância Comentário Comparação entre M1, M2 e M3 M1 = M2 = M3 χ2 = 20,727 p < 0,001 M2 < M1< M3 Comparação entre GC e G1 GC = G1 t = 1,96 t = 2,79 t = 0,16 p = 0,05 p < 0,01 p > 0,05 M0> M1 M0> M2 M0 = M3

(62)

GC: Grupo Controle – indivíduos doadores de sangue G1: Grupo de pacientes com infecção bacteriana respiratória

M0: Média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Lactobacillus do grupo controle

M1: Média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Lactobacillus de lactobacilos antes do início do tratamento

M2: Média Log10 contagem de UFC/g de fezes de Lactobacilluss ao final do tratamento

M3: Média Log10 contagem de UFC/g de fezesdeLactobacillus 30 dias após o tratamento

Figura 10- Média do Log10 da contagem de UFC/g de fezes de Lactobacillus nos grupos GC e G1. Botucatu-SP, 2002.

8,9199

7,9146

8,864

8,21

7,6

7,8

8

8,2

8,4

8,6

8,8

9

M0 (GC)

M1 (G1)

M2 (G1)

M3 (G1)

Momentos

Média Log

10

/g de fezes

χ2 = 20,727; p < 0,001 - M 2 < M1 < M3 t = 1,96 ; p = 0,05 - M0> M1 t = 2,79 ; p < 0,01 - M0 > M2

(63)

Foi observado, quando comparamos entre si, os três momentos experimentais (M1, M2 e M3) do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) que no momento M2 (ao final do tratamento) a quantidade de UFC/g de fezes de Lactobacillus foi menor que a quantidade observada no momento M1 (antes do tratamento), que por sua vez foi menor que a obtida no momento M3 (30 dias após o tratamento) com p < 0,001.

Também foi observado, quando comparamos os três momentos experimentais (M1, M2 e M3) do grupo de pacientes com infecção bacteriana do trato respiratório (G1) com o

momento M0 do grupo controle (GC), que também houve redução significativa na

quantidade de UFC/g de fezes de Lactobacillus no momento M1 (p = 0,05) e no momento M2 (p < 0,01) demonstrando que o processo infeccioso bacteriano do trato respiratório e o tratamento com amoxicilina influenciaram a população intestinal de microrganismos do gênero Lactobacillus no grupo de pacientes.

Referências

Documentos relacionados

b) O Uso das Novas Tecnologias da Informação No Ensino Superior; c) A Inclusão Social de Alunos no Ensino Superior;. d) O Professor e a Construção do Conhecimento na Era

MEDIADOR INFRATEXTO CONTEXTO COTEXTO INTERTEXTO AUTOR LEITOR TEXTO O infratexto Segundo Marcuschi (2008) corresponde a geração semântica de novas informações a partir

Como documentação de apoio a este processo inclui-se o Decreto-Lei de Execução Orçamental (publicado anualmente), a Circular da Direção-Geral do Orçamento com

Em particular, os pedidos de desagregação de algumas rubricas de receita e despesa das administrações públicas em contabilidade nacional e os detalhes relativos

No que se refere à estimativa para o défice do 1.º trimestre em contabilidade nacional, esta aponta para um valor central de 2,4% do PIB, o que representa uma melhoria face ao

Até setembro de 2016, o grau de execução das transferências correntes corresponde a 75% do montante que consta na estimativa de execução para 2016, sendo inferior ao

Tendo como base públicos jovens interessados em ciência, nomeadamente em Astronomia e Ciências do Espaço, o estudo pretende averiguar o que estes valorizam na ciência e como

10.1- Do Campus UFV-Florestal para o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – CEFET-MG, Campus Nepomuceno.. 10.1.1- Carlos Antônio