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A importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino da geografia: um olhar voltado às escolas públicas da cidade de Piranhas – AL

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS SERTÃO DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA. CÍCERO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR. A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO TEORIAPRÁTICA NO ENSINO DA GEOGRAFIA: UM OLHAR VOLTADO ÀS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE PIRANHAS/AL.. DELMIRO GOUVEIA/AL SETEMBRO DE 2019.

(2) CÍCERO FERREIRA DA SILVA JÚNIOR. A IMPORTÂNCIA DO TURISMO PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO TEORIAPRÁTICA NO ENSINO DA GEOGRAFIA: UM OLHAR VOLTADO ÀS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE PIRANHAS/AL.. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Geografia como requisito parcial para obtenção do grau de licenciado em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima. DELMIRO GOUVEIA/AL SETEMBRO DE 2019.

(3) Catalogação na fonte Universidade Federal de Alagoas Biblioteca do Campus Sertão Sede Delmiro Gouveia Bibliotecária responsável: Renata Oliveira de Souza – CRB-4/2209 S586i Silva Júnior, Cícero Ferreira da A importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino da geografia: um olhar voltado às escolas públicas da cidade de Piranhas - AL / Cícero Ferreira da Silva Júnior. – 2019. 46 f. : il. Orientação: Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima. Monografia (Licenciatura em Geografia) – Universidade Federal de Alagoas. Curso de Geografia. Delmiro Gouveia, 2019. 1. Geografia. 2. Turismo pedagógico. 3. Ensino e aprendizagem. 4. Educação. 5. Piranhas – Alagoas. I. Título.. CDU: 911.375:338.48.

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(5) A Deus; à minha filha Clarice que sempre estará presente em meu coração e em minha memória; à minha mãe Josete, que é a principal responsável por essa conquista; à Carine, minha futura esposa que foi uma excelente mãe e continuará sendo; à minha família, ao meu eterno amigo/irmão Emanuel Lima; aos meus amigos e a todos que me apoiaram em todos os momentos dessa caminhada e que me incentivaram a persistir nessa importante etapa da minha vida..

(6) AGRADECIMENTOS. Agradeço a Deus, por ser meu refúgio nas horas difíceis e não me deixar fraquejar ou desistir durante todos os momentos da minha vida. Ao meu orientador Prof. Dr. Roberval Felippe Pereira de Lima por contribuir para este momento sempre com humildade e atenção. À minha família, em especial à minha mãe Josete Gomes Pedroza, por sempre me incentivar nos estudos e me dar tudo o que precisei durante minha vida. Ao meu irmão Jadson Gomes, por tudo. Aos meus tios, tias, primos, primas e cunhadas. À minha futura esposa, Carine Francisca Alves, por sempre estar comigo, me apoiando nos momentos felizes e difíceis da minha vida. Aos meus amigos: Emanuel Lima, que está com Deus neste momento; Lino, que além de amigo é primo/irmão; André, minha dupla do início ao fim do curso; Wilton, um dos maiores exemplos que sigo na vida; Kako, pela parceria de sempre; Baca, por sempre me apoiar; Rilleby, pela consideração de sempre. Também aos grandes amigos Dinho, Gleiton, Sidney, Girlânio, Lucas, João e Claudionor pela parceria e união de sempre durante e após o curso; ao meu parceiro Kel, por sempre me ajudar pegando livros na biblioteca. Aos professores e colegas da Universidade Federal de Alagoas (Campus Sertão) que fizeram parte da minha trajetória acadêmica. E a todos aqueles que, apesar de não terem sido citados, direta ou indiretamente contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento dos meus conhecimentos e para realização deste trabalho..

(7) RESUMO O processo de ensino e aprendizagem na geografia é bastante complexo, por isso é necessário que os professores busquem meios que possibilitem relacionar teoria e prática, para que assim os alunos possam compreender melhor os conteúdos ensinados em sala de aula com exemplos presentes no cotidiano, o que irá contribuir diretamente na formação dos mesmos enquanto cidadãos. Por isso, enfatizamos a importância do turismo pedagógico como mediador e intensificador da relação teoria-prática na geografia. Este trabalho foi pensado também na realidade local, por isso objetiva compreender a importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino de geografia e apresentar áreas que podem ser exploradas para contribuir na aprendizagem de alunos na cidade de Piranhas/AL. Elaborado a partir de pesquisas bibliográficas em livros, artigos científicos, dissertações e pesquisa de campo a partir de entrevistas com professores e alunos, em 2019. Nele também há o intuito de destacar a importância do turismo pedagógico no processo de ensino e aprendizagem na geografia. Palavras-chaves: Turismo Pedagógico; Geografia; Ensino; Aprendizagem; Piranhas/AL..

(8) ABSTRACT The process of teaching and learning in geography is quite complex, so it is necessary for teachers to look for ways to relate theory and practice, so that students can better understand the contents taught in the classroom with examples present in everyday life. which will contribute directly to their formation as citizens. Therefore, we emphasize the importance of pedagogical tourism as a mediator and intensifier of the theory-practice relationship in geography. This work was also thought about the local reality, so it aims to understand the importance of pedagogical tourism in the theory-practice relationship in the teaching of geography and to present areas that can be explored to contribute to the learning of students in the city of Piranhas/AL. Prepared from bibliographical research in books, scientific articles, dissertations and field research from interviews with teachers and students, in 2019. It also aims to highlight the importance of pedagogical tourism in the process of teaching and learning in geography. Keywords: Pedagogical Tourism; Geography; Teaching; Learning; Piranhas/AL..

(9) LISTA DE ILUSTRAÇÕES. Figura 1 – Mapa de localização do município de Piranhas/AL............................................... 29 Figura 2 – Centro Histórico de Piranhas/AL........................................................................... 30 Figuras 3, 4, 5, 6 – As quatro principais escolas da Cidade de Piranhas/AL.......................... 31 Figura 7 – Rio São Francisco................................................................................................... 37 Figura 8 – Casas do Centro Histórico...................................................................................... 38 Figura 9 – Museu do Sertão..................................................................................................... 39 Figura 10 – Torre do Relógio................................................................................................... 40 Figura 11 – Mirante Secular..................................................................................................... 41 Figura 12 – Pedra do Sino........................................................................................................ 41 Figura 13 – Grota do Angico................................................................................................... 42 Figura 14 – Cânion do Xingó................................................................................................... 43.

(10) SUMÁRIO. 1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................11. 2. GEOGRAFIA. E. TURISMO. PEDAGÓGICO:. UMA. RELAÇÃO. NECESSÁRIA.........................................................................................................................14 2.1. Geografia e turismo.......................................................................................................14. 2.2. Turismo Pedagógico: conceito, características e sua importância................................16. 2.3. Espaço e Paisagem no turismo pedagógico: conceitos e relação..................................20. 3. TEORIA-PRÁTICA. E. PROFESSOR-ALUNO. NO. TURISMO. PEDAGÓGICO......................................................................................................................23 3.1 A importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo turismo pedagógico.................................................................................................................. 23 3.2 Professor-aluno: competências e desafios impostos na prática do turismo pedagógico............................................................................................................................... 26 4. TURISMO PEDAGÓGICO EM PIRANHAS/AL: PROFESSORES, ALUNOS E. ÁREAS QUE PODEM SER EXPLORADAS PARA FORTALECER A RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA........................................................29 4.1. O município de Piranhas/AL: breve introdução...........................................................29. 4.2 A perspectiva dos professores de geografia em relação ao turismo pedagógico em suas escolas de ensino..................................................................................................................... 31 4.3. Alunos e suas opiniões e experiências em relação ao turismo pedagógico..................34. 4.4 Áreas do município de Piranhas/AL que podem ser exploradas como fontes de ensino e aprendizagem através do turismo pedagógico.......................................................................37 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 44. REFERÊNCIAS......................................................................................................................45.

(11) 11. 1. INTRODUÇÃO. Sabendo que o ensino e a aprendizagem podem se desenvolver de diversas formas por meio de métodos, técnicas e práticas de ensino, buscamos aqui destacar o turismo pedagógico enquanto ferramenta potencializadora no processo de construção de conhecimento através da prática no ensino de geografia. Em meio ao processo de evolução constante que a sociedade vem sofrendo, as escolas também precisam evoluir e possibilitar aos alunos maneiras diferenciadas de aprender para que possam compreender melhor os seus respectivos cotidianos. Por isso, Matos (2012, p. 03), afirma que A escola deve e pode produzir conhecimento que vai além das teorias, da retórica e da aula puramente expositiva para que os aprendizes possam enfrentar a sociedade de forma a transformá-la de fato com a ideia de que, o acúmulo de conhecimentos oriundos de um processo caracterizado por ensino que o coloca como sujeito das ações educacionais, é o principal elemento de sua cidadania. O ensino de geografia é bastante complexo, já que a disciplina engloba uma imensa gama de conteúdos. Com isso, é essencial buscar meios que possibilitem aos alunos uma forma de aprendizado diferenciado, que facilite o entendimento e complemente os conhecimentos obtidos em sala de aula. Para isso, se faz necessário relacionar teoria-prática e é justamente isso que o turismo pedagógico proporciona, já que o mesmo possibilita aos alunos uma maneira diferente compreender o conteúdo ensinado em sala de aula na prática, como exemplo, analisar os aspectos sociais e naturais presentes em qualquer região, fator que possui grande relevância na construção do conhecimento e na formação dos alunos enquanto cidadãos ativos na sociedade. Diante disso, podemos afirmar que o turismo pedagógico é a prática turística introduzida no âmbito escolar com o intuito de promover a relação teoria-prática para que os alunos possam complementar os conhecimentos adquiridos teóricos adquiridos em sala de aula através da atividade prática extraclasse realizada fora do ambiente escolar. Onde, professores juntamente com a escola contratam agências de turismo com guias especializados para explorar locais e áreas específicos para proporcionar aos alunos um processo de aprendizado dinâmico e prático. Entretanto, É importante destacar que para o turismo pedagógico atender aos objetivos do projeto pedagógico da escola, torna-se imperativo.

(12) 12. apresentar aos alunos um sentido significativo às aulas extraclasse, entendendo-as como uma perspectiva aberta de compreensão da realidade, através de referências reais e tangíveis. (NAKAMURA, MACHADO, 2012, p. 06). Por isso, é importante que os professores sejam capazes de incentivar os alunos a perceberem e realizar essa prática não apenas como simples alunos, mas como “alunosturistas”, assim, as chances da prática se tornar bem-sucedida serão bem maiores, já que os mesmos irão com interesse de conhecer e aprender no destino definido pelo professor. Vale ressaltar que essa prática possui fundamental importância para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem de diversas disciplinas, com destaque para a geografia. É atrelado a tudo isso que o objetivo deste trabalho se encontra. Aqui buscaremos pensar o turismo pedagógico voltado à realidade local do município de Piranhas/AL, pensando-o inserido no âmbito escolar, ampliando os olhares, às áreas e pontos turísticos que têm potencial para que se possa relacionar teoria-prática, contribuindo assim, no processo de ensino-aprendizagem. Em outras palavras, nosso objetivo geral é compreender a importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino de geografia e apresentar áreas que podem ser exploradas e contribuir na aprendizagem de alunos na cidade de Piranhas/AL. Já os objetivos específicos destinam-se a abordar teoricamente o turismo pedagógico e evidenciar a sua importância no ensino de geografia através da relação teoria-prática; analisar a atual situação das escolas públicas da cidade de Piranhas/AL no que diz respeito a relação teoria-prática proporcionada pelo turismo pedagógico no ensino de geografia. E por fim, apresentar áreas, dentro do munícipio de Piranhas, que podem ser utilizadas como fontes de ensino-aprendizagem na geografia por meio do turismo pedagógico. Para elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas em livros, artigos científicos, dissertações e pesquisa de campo a partir de entrevistas com professores e alunos das principais escolas públicas da cidade. A construção deste trabalho concentra-se em três capítulos. No primeiro capítulo discutiremos a relação e os conceitos de geografia, turismo, turismo pedagógico, espaço e paisagem, destacando a importância destes, etc. No segundo capítulo destacaremos a importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo turismo pedagógico, como também a relação professor-aluno e os desafios e competências na prática do turismo pedagógico. E no terceiro e último capítulo faremos uma breve introdução sobre o município de Piranhas/AL para nos situarmos e discutiremos a perspectiva dos professores em relação ao.

(13) 13. turismo pedagógico em suas escolas de ensino, como também a opinião de alunos e suas experiências em relação ao turismo pedagógico, informações essas que foram adquiridas através de entrevistas semiestruturadas. E para concluir, destacaremos áreas do município de Piranhas/AL que podem ser exploradas como fontes de ensino-aprendizagem através do turismo pedagógico..

(14) 14. 2 GEOGRAFIA E TURISMO PEDAGÓGICO: UMA RELAÇÃO NECESSÁRIA. Este capítulo aborda a relação entre geografia, turismo e turismo pedagógico destacando conceitos, características, importância, etc. Tudo isso com objetivo de reforçar a importância da prática no ensino de geografia, destacando também, conceitos importantes como espaço e paisagem.. 2.1 Geografia e turismo.. Para discutir o turismo pedagógico, suas respectivas características e importância no processo de ensino-aprendizagem de geografia, é preciso, antes disso, compreender a geografia e o turismo discutindo sobre seus respectivos conceitos, enfatizando a relação entre estes. Entretanto, salientamos que nosso objetivo é discutir e compreender a importância do turismo pedagógico na relação teoria-prática no ensino de geografia. Com isso, é preciso entender como elas se relacionam. A geografia é uma ciência que passou por bastantes mudanças até se tornar o que ela é hoje. Esta, desde sempre foi um campo de muita polêmica, pois sofreu diversas mudanças referentes ao seu objetivo, ao seu objeto de estudo, e isso resultou em diferentes definições ao longo do tempo, são elas: o estudo da superfície terrestre, o estudo da paisagem, o estudo da individualidade dos lugares, estudo da diferenciação de áreas, o estudo do espaço e for fim o estudo da relação entre a sociedade e a natureza (MORAES, 2007). Daí nota-se as diversas alterações que a mesma sofreu ao longo do tempo. Toda essa carência em sua epistemologia implicou em várias lacunas nessa ciência ao longo dos anos, inclusive em entender o seu real sentido, a sua definição enquanto ciência. Hoje, de acordo com Moraes (2007), a geografia é entendida como a relação entre sociedade e natureza, entre o homem e o meio. Entretanto, segundo Moraes (2007), há algumas visões diferentes sobre essa relação, pois alguns estudiosos definem que essa relação é imposta pela natureza, que influencia diretamente no desenvolvimento da humanidade, ou seja, o ser humano é um mero elemento passivo dentro dessa concepção. Além disso, há aqueles que afirmam que é o homem que atua transformando a natureza diante de suas necessidades, considerando-o um ser ativo; e também há aqueles que afirmam que essa relação entre sociedade e natureza se dá de forma igualitária. Vale salientar que tudo isso é fruto da crise epistemológica que a ciência geográfica enfrenta ao longo da sua história, fator que gera muitas críticas para a mesma..

(15) 15. Também é importante ressaltar que a geografia chama atenção pelo seu objeto de estudo e suas diversas categorias de análises, que são: o espaço; o território, a região, a paisagem e o lugar. Essas categorias são utilizadas em diferentes tipos de discussões ligadas à área física e à área humana da mesma. Ao pensar em geografia, é possível pensar em sua gama de possibilidades, em sua interdisciplinaridade, pois é possível relacioná-la com diferentes ciências. Diante disso, é essencial mostrar sua relação com o turismo, já que ambos envolvem a relação do homem com o meio; da sociedade com a natureza; da apropriação e consumo do espaço, do território, do lugar, etc. Entender o conceito de turismo antes de se aprofundar no conceito de turismo pedagógico é essencial para observar a diferença entre eles de forma mais cristalina. Mesmo com muitos estudos, o conceito de turismo ainda não foi definido de forma concreta, já que há divergência em opiniões e conceituações entre seus estudiosos. Entretanto, podemos enfatizar a definição dada pela Organização Mundial de Turismo (OMT), que segundo Cruz (2003), se trata de uma modalidade que proporciona deslocamento espacial por meio de transportes onde há, no mínimo, um pernoite no destino, deslocamento esse que pode ter como motivo uma diversidade de razões seja a trabalho, lazer, saúde e os mais variados motivos. Deixando claro que não há motivos exatos para que uma viagem seja ou não considerada turismo. Cruz (2003) define o turismo enquanto prática social, prática essa que tem em seu cerne envolver o deslocamento de pessoas pelo território geográfico, tendo o espaço como seu objeto principal de consumo. Diante disso, fica perceptível a sua relação com a geografia, já que a mesma é responsável por “[..] oferecer o campo da oferta turística: o espaço geográfico.” (Becker, 2014, p. 55), fator primordial para o desenvolvimento do turismo e sua consolidação. Daí nota-se que, querendo ou não, geografia e turismo andam juntos ou, talvez, o turismo dependa da geografia pelo o campo que a mesma oferece “o espaço”. O fato é que essa é uma discussão bastante complexa e que ainda será debatida por bastante tempo, mas o que podemos afirmar é que a ligação destas duas são de suma importância para o desenvolvimento pessoal e intelectual do homem e do seu entendimento do mundo e suas relações. Além disso, para BECKER (2014, p. 55) o turismo e a geografia, Apesar de serem classificados como ciências sociais e humanas, ambos mantêm fortes ligações com as ciências naturais, O espaço geográfico é um suporte na vida dos indivíduos e dos grupos independentes dos estágios de desenvolvimento tecnológico. Ele resulta da ação humana que interfere na realidade natural e cria paisagens humanas e humanizadas..

(16) 16. Diante disso, fica perceptível a importância da geografia para o turismo, já que esta ciência fornece meios que contribuem para o avanço do estudo do turismo e do desenvolvimento do mesmo, facilitando assim, uma melhor compreensão em meio à sua complexidade conceitual e epistemológica, ficando explícito a intensa ligação entre espaço e paisagem na base da relação Geografia x Turismo, fator que merece atenção por ser basilar e imprescindível nesta relação. Apesar de ser objeto de estudo da geografia, fica evidente que o espaço geográfico também se faz importante no turismo por ser objeto do consumo do mesmo. Quando falamos em “objeto de consumo” faz-se necessário entender como esse consumo pode se manifestar até porque “por ser uma prática social, o turismo é fortemente marcado pela cultura.” (CRUZ, 2003, p. 05). Com isso, é preciso entender o porquê dessas características e em quê as mesmas estão fundamentadas. Para isso, Cruz (2003), expõe conceitos importantes dentro do turismo que são fundamentais para se chegar a um entendimento. Como conceito de lugar turístico, que é definido através da apropriação da prática social do turismo e lugares que possuem determinado potencial turístico. Quanto ao conceito de atrativo turístico, Cruz (2003), afirma que lugares turísticos são inventados culturalmente, interligando o momento atual da valorização de recursos naturais e culturais valorizados pela prática social na criação do mesmo. Também define o conceito de paisagem turística como criação cultural, uma vez que a paisagem, por ser a parcela visível do espaço geográfico, contribui na potencialização turística de terminado lugar.. 2.2 Turismo Pedagógico: conceito, características e sua importância.. Não é difícil ouvir que a prática do turismo pedagógico é considerada nova por boa parte dos autores, mas há quem associe o mesmo com práticas reproduzidas há séculos. Segundo Milan (2007), em meados do século XVI, na França, surgiu o Grand Tour que era uma modalidade de viagem de lazer que se estendia por diferentes países e com o passar do tempo as classes nobres e média começaram a fazer para ganhar experiência profissional e, principalmente, complementar seus conhecimentos, pois na época eram fatores importantes tendo em vista as exigências impostas pela sociedade. Com o passar do tempo, Logo, o propósito do Grand Tour era educacional, voltado para visitas a lugares culturais e históricos, observando ainda maneiras e costumes das nações estrangeiras. Tratava-se de fazer com que os jovens vivenciassem aquilo que já conheciam por meio de fontes literárias. Dos.

(17) 17. textos, partir-se-ia para o conhecimento visual e palpável dos monumentos remanescentes, em especial do Império Romano. (MILAN, 2007, p. 20). Diante disso, nota-se que essas viagens já tinham relação com o processo de aprendizagem, fator que contribui na afirmativa de que o Grand Tour tenha sido antecessor do que hoje é definido com turismo pedagógico. O turismo pedagógico é de extrema importância no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, visto que o mesmo tem a capacidade de unir teoria e prática no ensino de diversas disciplinas. Entretanto, nosso objetivo aqui é pensá-lo inserido no ensino de geografia, enfatizando o seu conceito, as suas características e sua importância para a mesma. Em meio a dinamicidade do mundo atual e aos modelos de ensino considerados ultrapassados, é natural que surjam novas formas de ensino e de aprendizado. Apesar das práticas não terem sido constantes na trajetória escolar de muitos, é óbvio que boa parte de estudantes e ex-estudantes já tenham ouvido falar sobre trabalho de campo, estudo do meio ou algum outro termo semelhante. Ambos, são termos que possuem características semelhantes com o turismo pedagógico, fator que causa curiosidade e escancara um fato importante que é a pequena quantidade de pesquisas e trabalhos nessa área e que, consequentemente, só contribui para que o mesmo seja confundido com outros métodos ou até mesmo desconhecido por muitos. O trabalho de campo, o estudo do meio e o turismo pedagógico possuem suas semelhanças, mas não são totalmente iguais. Em uma breve contextualização podemos destacar a importância de ambos no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem interdisciplinar. No trabalho de campo ligado ao ensino escolar “[..] o conhecimento é trabalhado de maneira integrada, oferecendo aos alunos vivências em situações mais amplas ambientes naturais, exposições, apresentações teatrais ou musicais - relacionadas ao assunto de estudo do grupo.” (GOMES, 2009, P.44). Esse conjunto de fatores contribuem na potencialização de situações numa outra perspectiva, onde indaga o aluno aprender de forma diferente da convencional. Para Milan (2007, p.13), o Estudo do Meio se trava de [...] uma atividade que permite aos alunos estabelecerem relações ativas e interpretativas, relacionadas diretamente com a produção de novos conhecimentos, envolvendo pesquisas localizadas em contextos vivos e dinâmicos da realidade. Com isso, pode-se afirmar que o Estudo do Meio possibilita estabelecer a relação teoria-prática incentivando o aluno continuar a aprender aquilo que foi explicado em sala de.

(18) 18. aula de forma direta no contexto ao qual o mesmo está inserido, seja ele social ou natural. Já quanto ao turismo pedagógico, Scremin e Junqueira (2012, p. 33), afirmam que o mesmo [...] consiste em envolver o homem com o espaço seja ele, (físico, geográfico, ecológico, etc). Proporcionando uma nova visão sobre os conteúdos abordados em sala. Pela óptica da inovação na área da educação, aos poucos o turismo educacional, também chamado de turismo pedagógico, vem ganhando espaço no âmbito escolar, incentivando novas oportunidades de conhecimento. Sendo assim, nota-se que aos poucos essa prática vem ganhando força dentro das escolas, onde muitas mantêm contato com agências de turismo especializadas para que a prática seja realizada da melhor forma possível. Em outras palavras, podemos dizer que o turismo pedagógico consiste na complementação de conhecimento através da prática unida à teoria promovida por atividade extraclasse com o auxílio de guias de turismo e professores. O turismo pedagógico tem como finalidade, [...] conduzir os alunos à atividade educativa de forma diferenciada da qual vivenciam em seu dia-a-dia, via experiências turísticas por meio de viagens, o que torna a educação um elemento motivador nos mais diversos saberes e realidades. Com esse objetivo, as escolas procuram agências especializadas na área, contando, portanto, com o incentivo de professores e com o auxílio de guias e de monitores capacitados para a prática das atividades e a teoria dada em sala de aula. (NAKAMURA, MACHADO, 2012, p. 12-13). Sendo assim, fica ainda mais explícito a sua importância dentro do processo de ensinoaprendizagem. É necessário salientar que um dos desafios dessa prática é transformar o aluno em “aluno-turista” para que assim se crie perspectivas e visões diferentes que possam proporcionar interesse e estimular o aluno a um comportamento ativo, comprometido com a prática. Para Milan (2007), as características do turismo pedagógico não estão centradas somente em viagens, mas em suas motivações na intenção de se adquirir mais conhecimento. Para se alcançar resultados positivos é necessário ter alguns cuidados, pois promover viagens com alunos exige cautela por parte do corpo docente em qualquer nível escolar. Alcançar resultados positivos nesse tipo de prática exige orientação, exige transformar o olhar do aluno antes, durante e após a prática, fazer com que ele incorpore o espírito de aluno-turista, fator importante para levar a prática a sério e usufruir ao máximo da mesma. Pensar em turismo pedagógico é pensar em planejamento. Realizar atividades diferentes e fora da sala de aula tem se tornado cada vez mais comum, pois em meio ao mundo.

(19) 19. moderno fica cada vez mais difícil tornar aulas interessantes aos olhos dos alunos. A importância do turismo pedagógico se encaixa nessa perspectiva, já que fazer uso de práticas que possibilitem a complementação no processo de aprendizagem do aluno é muito importante. Vinha (2005, p. 02), enfatiza que Um dos principais sentidos das atividades ligadas ao Turismo Pedagógico está na possibilidade de ampliação das demandas dos estudantes, pois a escola em geral, centra suas atividades nas demandas dos professores, esquecendo-se que os estudantes precisam de envolvimento ativo para a construção do conhecimento e da formação da cidadania. Com isso, podemos destacar que proporcionar momentos que possibilitem ao aluno experiências novas através da prática, onde seja possível associar, aprender e complementar aquilo que foi visto na aula é de importância imensurável quando se pensa em desenvolvimento cognitivo, social e, principalmente, na formação do aluno e em sua capacidade crítico-reflexiva proporcionada pelo turismo pedagógico. Pensando no conceito de forma literal e em suas semelhanças com outras práticas, surgem algumas dúvidas. Dúvidas essas que muitas vezes não são esclarecidas e acabam por deixar lacunas no entendimento desta prática, como: qual o diferencial do turismo pedagógico em relação às outras práticas consideradas semelhantes ou iguais por muitos? Para isso, é necessário esclarecer alguns fatores importantes que são primordiais para notarmos as peculiaridades em relação às outras práticas. Sabe-se que o trabalho de campo pode ser realizado em qualquer ambiente, até mesmo dentro da escola como em apresentações teatrais, sem precisar se deslocar para longe. E sabese também que o Estudo do Meio proporciona a relação teoria-prática focando em determinado objeto de estudo para se dar continuidade no processo de aprendizagem do alunado que foi iniciado em aula (MILAN, 2007). Evidenciando, assim, a ausência de necessidade em tornar o aluno um turista. No turismo pedagógico há a necessidade de tornar o aluno um aluno-turista, pois é preciso usar meios que possibilitem a mudança de visão e interesse pela prática. Outra característica importante está na complementação do conteúdo que foi aplicado em aula, já que isso proporciona aprendizados mútuos e específicos para cada aluno que ali se faz presente. Entretanto, para que isso ocorra com sucesso surge a necessidade de contratar empresas especializadas, com guias, etc. Já que isso fará com que a prática se torne ainda mais rica e que o aluno, automaticamente, note que ele está ali não apenas como aluno, mas como aluno-turista.

(20) 20. e passe a valorizar tudo que lhe é ensinado na prática. Isso, de certa forma, contribui no desenvolvimento social e cognitivo do aluno, fazendo com que o mesmo não cresça apenas no âmbito escolar, mas também no âmbito social. Vale ressaltar que contratar empresas especializadas na prática do turismo pedagógico possui muita importância, principalmente quando os alunos e professores encontram-se em ambientes até então desconhecidos pessoalmente, já que a capacidade informativa será grande e bem detalhada, contribuindo assim, no desenrolar da prática. Consequentemente, uma atividade desse tipo com auxílio de guias e professores se torna muito importante para os alunos, uma vez que os mesmos têm, na prática, diferentes fontes de conhecimento e diferentes formas de aprender, questionar e complementar o conhecimento daquilo que está sendo estudado.. 2.3 Espaço e Paisagem no turismo pedagógico: conceitos e relação.. Não é difícil notar a importância do espaço e da paisagem na geografia, no turismo e no turismo pedagógico. Com isso, faz-se necessário entender melhor esses conceitos e como eles se relacionam dentro dessas ciências. O espaço, hoje tido como objeto de estudo da geografia, é a base da mesma, pois é a partir dele que a geografia se faz presente, se manifesta. Daí, nota-se a importância de entendêlo mais a fundo. Milton Santos define o conceito de espaço e suas características de forma bastante complexa, segundo ele O espaço deve ser considerado como um conjunto indissociável, de que participam, de um lado, certo arranjo de objetos geográficos, objetos naturais e objetos sociais, e, de outro, a vida que os preenche e os anima, ou seja, a sociedade em movimento.” (SANTOS, 2012, p. 30-31). Diante disso, nota-se que há relação direta entre sociedade e natureza, ambas em constante movimento e evolução. Pensar no espaço é pensar em evolução, já que é nele que ocorre constantes transformações, inclusive as transformações feitas pela sociedade ao longo da história. Para entendê-lo é preciso ter conhecimento de uma série de variáveis que implicam em sua definição. Santos, em sua obra “Natureza do Espaço: técnica e tempo. Razão e emoção”, além de definir o espaço como conjunto indissociável, afirma que o mesmo é [...] solidário e também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por.

(21) 21. objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina. (SANTOS, 2006, p. 39). Desse modo, Santos (2006), trata esses sistemas de objetos como a agregação das forças produtivas e os sistemas de ações seriam a agregação das relações sociais produtivas, entretanto, ambos interagem entre si. Já que, De um lado, os sistemas de objetos condicionam a forma como se dão as ações e, de outro lado, o sistema de ações leva à criação de objetos novos ou se realiza sobre objetos preexistentes. É assim que o espaço encontra a sua dinâmica e se transforma.” (SANTOS, 2006, p.39). Partindo desse pressuposto, fica explícito a importância desses sistemas de objetos e de ações no cerne do conceito de espaço, pois, são eles, que possibilita-o encontrar sua dinamicidade e, consequentemente, sua transformação. Tudo isso, evidentemente, gerado pela relação da sociedade com a natureza. Além do espaço geográfico, a paisagem também é importante nesta discussão, já que ambas se relacionam e possuem grande relevância quando o assunto é geografia. De acordo com Santos (2012, p. 79), A paisagem é diferente do espaço. A primeira é a materialização de um instante da sociedade. Seria, numa comparação ousada, a realidade de homens fixos, parados como uma fotografia. O espaço resulta do casamento da sociedade com a paisagem. O espaço contém o movimento. Por isso, paisagem e espaço são um par dialético. Complementam-se e se opõem. Diante disso, notamos que ambas se complementam e se opõem, entretanto, não são iguais. Para entender melhor, é preciso se aprofundar mais nas definições de Milton Santos, autor fundamental na definição desses conceitos. Para o mesmo, paisagem e espaço são resultados de “[...] movimentos superficiais e de fundo da sociedade, uma realidade de funcionamento unitário, um mosaico de relações, de forma, funções e sentidos.” (SANTOS, 2012, p. 67). Com isso, nota-se que ambos se materializam através de ações da sociedade e estão conectadas por agregações de relações que variam por uma diversidade de motivos. Segundo Santos (2012, p. 67), “tudo o que nós vemos, o que nossa visão abarca, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca.”. Esta, além de ser formada por volumes, também é formada por movimentos, cores, odores, sons e tudo aquilo que a compõe. Como se dá a paisagem? Se dá por meio da percepção. Isso mesmo,.

(22) 22. é através da nossa percepção que definimos a paisagem. Por estar em constante movimento, a paisagem se transforma a cada instante e como cada pessoa possui uma percepção diferente das coisas, a mesma parcela vista por diferentes pessoas será interpretada de formas diferente. Santos (2012), destaca isso de forma muita clara, segundo ele, a dimensão da paisagem se dá a partir da dimensão da percepção, percepção essa que é definida como processo seletivo de apreensão, que é o fato de cada pessoa interpretar determinada parcela do espaço de maneira particular, onde irá selecionar aquilo que define como importante dentro do seu campo de visão. A paisagem também possui suas especificidades já que é um [...] conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais; é formada por frações de ambas, seja quanto ao tamanho, volume, cor, utilidade, ou por qualquer outro critério. A paisagem é sempre heterogênea. (SANTOS, 2012, 71). As paisagens naturais e artificiais possuem ligação direta na relação entre sociedade e natureza. As paisagens naturais são aquelas que nunca foram tocadas/alteradas pelas intervenção antrópica e nos dias atuais quase não existem, já as paisagens artificiais estão cada vez mais presentes no dia a dia, uma vez que com o passar do tempo a evolução humana vai se aperfeiçoando e alterando ainda mais as paisagens para suprir suas necessidades. Vale salientar que com o conceito de paisagem artificial contribui na criação de outros conceitos criados por diferentes autores. Para exemplificar podemos destacar o conceito de paisagem urbana. Segundo Carlos (2009, p. 35), A paisagem urbana aparece como um “instantâneo”, registro de um momento determinado, datado no calendário. Enquanto manifestação formal, tende a revelar uma dimensão necessária da produção espacial: aquela do aparente, do imediatamente perceptível, representação, dimensão do real que cabe intuir. Com isso, podemos associar este conceito ao conceito de paisagem artificial, já que ambos são frutos da intervenção humana ao longo dos anos com o objetivo de suprir necessidades em determinados momentos. No geral, podemos dizer que o conceito de paisagem urbana é uma ramificação do conceito de paisagem artificial, já que o primeiro, evidentemente, está incluso na definição conceitual do segundo, ambos totalmente dependentes da relação entre sociedade e natureza. Além disso, salientamos que a paisagem é claro objeto de mudança (SANTOS, 2012). Esta, sempre estará em constante transformação, fator que possibilita diferentes significados e percepções da mesma em diferentes épocas..

(23) 23. Quando pensamos em espaço e paisagem no turismo pedagógico, pensamos nas diferentes formas que esses conceitos podem se manifestar através dessa prática no ensino de geografia. Por estarem interligados e possuírem importância tanto no conceito de geografia quanto no conceito de turismo e turismo pedagógico, não há como não os inserir nesta prática. A relação destes dois conceitos com o turismo pedagógico se dá de forma natural, já que o turismo pedagógico possibilita aos alunos estarem presentes em diferentes espaços e a observarem diferentes paisagens, seja elas naturais ou artificiais, uma vez que esta prática pode ser realizada em diferentes ambientes. Com isso, conclui-se que tanto o espaço quanto a paisagem são fundamentais no cerne do turismo pedagógico, já que possuem imensa importância na realização desta prática, independentemente de onde a mesma seja realizada. Concluída esta discussão que teve como objetivo entender a relação entre geografia e turismo pedagógico. Cabe a nós entender importância da relação teoria-prática e entre professor e aluno no turismo pedagógico, destacando as competências e desafios que são impostos durante a realização desta prática. Tudo isso será discutido no capítulo seguinte com o objetivo de esclarecer ainda mais pontos importantes que devem ser levados em conta para que evite erros e se obtenha êxito nessa prática.. 3 TEORIA-PRÁTICA E PROFESSOR-ALUNO NO TURISMO PEDAGÓGICO. Neste capítulo é abordado a importância da teoria e da prática no ensino de geografia que o turismo pedagógico proporciona. Como também a relação entre professor e aluno nesta prática, destacando a os desafios que são impostos e as competências necessárias para que esta prática seja executada com êxito.. 3.1 A importância da relação teoria-prática no ensino de geografia proporcionada pelo turismo pedagógico.. Não é novidade que no ensino de geografia há a necessidade de relacionar teoria e prática, isso porque uma ciência que está diretamente ligada ao nosso cotidiano não pode se prender somente à teoria, mas também deve estar ligada à prática para que seja possível entender determinados fenômenos que nela são discutidos. Até porque “o objetivo da prática em geografia é de formar cidadão com consciência do espaço das coisas, dos fenômenos que elas vivenciam ou não, é definir o espaço ocupado por nós e pelas coisas na prática saindo da.

(24) 24. teoria.” (FERREIRA; RODRIGUES; JESUS, 2011, p. 03). É dentro desse objetivo que se nota a importância do turismo pedagógico como facilitador e fortalecedor dessa relação. No âmbito escolar, mais precisamente no ensino de geografia, é preciso que o professor pense teoria e prática em conjunto, sempre buscando meios que proporcionem a interação entre ambas. Além disso, é importante salientar que o professor deve estar atento às possibilidades de aliá-las sempre que possível, pois assim, o processo de ensino e aprendizagem se tornará mais interativo e, consequentemente, mais prazeroso. O ensino de geografia necessita desse diferencial, já que é a partir dessa relação que o mesmo se fortifica. Essa necessidade se torna evidente uma vez que O ensino da geografia não pode ser um ato mecânico, resumido ao ato de informar, no qual o professor dá atividades e o aluno realiza. Tem que ser um ato muito mais complexo, no qual a discussão, o debate, a reflexão sejam estimulados constantemente, contribuindo assim, para a construção das competências sócio-político-culturais (GROU; AVELINO JÚNIOR, 2009, p. 05). É a partir disso que podemos perceber a necessidade de o turismo pedagógico ser inserido no ensino de geografia, já que com ele é possível atingir essas metas e contribuir não somente no processo de ensino-aprendizagem do aluno dentro do ambiente escolar, mas também na formação desse aluno enquanto pessoa e cidadão ativo na sociedade. Associar teoria e prática não é tão simples como se imagina, por isso, é necessário que o professor seja qualificado para conseguir ensinar associando ambas nos mais diversos conteúdos. Diante disso, salientamos que A prática de ensino é fundamental ao currículo do professor, pois é na prática que ele vai ter a oportunidade de vivenciar as experiências, realizar na prática o conhecimento adquirido teoricamente, poder passar a teoria e comprovar na prática. (FERREIRA; RODRIGUES; JESUS, 2011). Sendo assim, percebe-se que a prática não é apenas importante para os alunos, mas também para o professor. Já que ao conseguir relacioná-la junto com a teoria, acaba se consolidando como um profissional mais qualificado e seus alunos conseguem ampliar os conhecimentos que adquiriram na teoria com mais facilidade. É importante destacar que a prática não precisa ser exercida somente durante o turismo pedagógico, mas que o professor também pode fazer uso da mesma dentro da sala de aula, seja dando algum exemplo do dia a dia ou até mostrando vídeos, imagens ou utilizando qualquer outra maneira que possibilite isso, apesar que esta sendo aplicada durante o turismo pedagógico.

(25) 25. seja muito mais atraente e eficaz. Consequentemente, por ser uma ferramenta necessária para um melhor desenvolvimento do ensino-prendizagem ela é relevante em qualquer ambiente. Para Ferreira, Rodrigues e Jesus (2011, p. 03), A prática de ensino tem uma importância fundamental na hora de trabalhar os conteúdos, pois ela auxilia o professor na hora de ministrar suas aulas, fazendo com que ele confronte os conceitos que trazemos do dia a dia com os conceitos científicos. Evidentemente, a prática quando aliada à teoria não somente auxilia o professor, mas facilita o processo de ensino-aprendizagem e proporciona um maior interesse dos alunos sobre o assunto. Estas juntas, proporcionam ao professor uma gama maior de possibilidades de trabalhar determinados conteúdos que estão presentes no ensino de geografia, tanto na área humana quanto na área física. No ensino de Geografia, teoria e prática, é a base para o desenvolvimento do conhecimento eficiente do professor. É por meio da influência teórica que o professor obtém do meio social, determinados conhecimentos específicos, sejam eles empíricos ou científicos, que os ajudam em sua prática. Conferindo através de ações seguras, capacidades de se recriar e aprender frente a essa função multidisciplinar que a educação geográfica confere ao jogo social das experiências humanas. (CARVALHO, CHAVES, ANDRADE, 2015, p. 11). Portanto, é de suma importância que o professor de geografia durante e após sua formação trabalhe buscando relacioná-las sempre que for possível e necessário. Pois, além dessa relação contribuir em sua formação, contribui também na sua forma de trabalhar e ensinar, possibilitando aos alunos a construção de conhecimento mais lúdica, mais ativa, enriquecendo as aulas dentro e fora da sala de aula. Quando discutimos turismo pedagógico em ensino de geografia, devemos destacar que o professor enquanto “[...] mediador necessário para que o aluno construa o seu conhecimento sobre as formas de organização do espaço, da sociedade e do universo.” (ARAÚJO, et al., 2014, p. 04), deve despertar no aluno o interesse em realizar tal prática. Para isso, é necessário que ambos tenham uma boa relação, onde o aluno entenda, se interesse pela prática e, principalmente, respeite o professor e tenha consciência da importância daquilo lhe está sendo ensinado. Com isso, na sequência, iremos discutir a importância da relação professor-aluno dentro da prática do turismo pedagógico..

(26) 26. 3.2 Professor-aluno: competências e desafios impostos na prática do turismo pedagógico.. Um dos grandes problemas é saber o que fazer, como fazer e quais os desafios que podemos encontrar durante a prática do turismo pedagógico no ensino de geografia. Sendo assim, é necessário destacar detalhadamente alguns aspectos considerados relevantes para esta discussão. Para isso, neste momento, discutiremos aspectos relevantes que encontramos ao longo do levantamento bibliográfico para a realização deste trabalho. Independentemente do nível de escolaridade é necessário que haja boa relação entre professor e aluno para que determinadas atividades sejam realizadas com êxito. No ensino de geografia, através do turismo pedagógico, não é diferente. Por isso, é necessário discutir de forma clara e objetiva para que se entenda a importância dessa relação no turismo pedagógico e, consequentemente, no processo de ensino-aprendizagem na geografia. Evidentemente, o sucesso no processo de ensino-aprendizagem possibilita os alunos crescerem enquanto seres humanos e cidadãos, mas a relação entre esses com seus respectivos professores é muito importante para isso se torne possível. Visto que sempre há entraves dentro e fora de se sala de aula que dificultam ou melhoram essa relação, é necessário entender primeiramente o papel do professor e sua importância no desenvolvimento do aprendizado dos alunos para, posteriormente, entender a relevância do turismo pedagógico no desenvolvimento destes em diferentes aspectos. A relação entre professor e aluno é muito importante, o problema é que há muitos professores que não se dão conta disso e focam apenas em aplicar o conteúdo em sala de aula e não mantêm diálogo com seus alunos. De acordo com Lopes (2008, p. 03). Mudar essa realidade é necessário para que uma nova relação entre professores e alunos comece a existir dentro das escolas. Para tanto, é preciso compreender que a tarefa docente tem um papel social e político insubstituível, e que no momento atual, embora muitos fatores não contribuam para essa compreensão, o professor necessita assumir uma postura crítica em relação a sua atuação recuperando a essência do ser “educador”. Com isso, notamos a importância do professor enquanto ser educador, aquele que preza pela educação social e política, que possui boa relação e afinidade com seus alunos para discutir sobre os mais diversos temas. Isso irá contribuir diretamente no processo de ensinoaprendizagem tornando os alunos mais conhecedores da realidade local e cidadãos informados com considerável senso crítico. Essa relação entre professor e aluno é de suma importância, já que.

(27) 27. Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino aprendizagem. (LOPES, 2008, p. 04). Além dessa interação social que o turismo pedagógico proporciona, é necessário salientar a importância do professor enquanto mediador desta prática, pois é a partir dele que as ações tomam rumo durante a atividade. Um professor que tem uma relação boa entre os alunos, se qualificado, poderá executar a atividade prática como muita facilidade, alcançando assim, todos os objetivos traçados antes, durante e após a atividade. A boa relação entre professor e aluno, consequentemente, implicará na vontade do aluno em participar da atividade prática com mais prazer. Isso é importante porque, como a prática do turismo é uma atividade extraclasse, é preciso que haja envolvimento total de ambas. O professor mediando a atividade com o auxílio de guias e os alunos dedicados com a visão de “aluno-turista” empenhados na atividade, contribuirá diretamente no processo de ensinoaprendizagem, já que os alunos se sentirão mais à vontade para tirar dúvidas e fazer colocações durante a atividade. Vale salientar que essa relação deve ser dosada para evitar problemas durante a atividade. E antes mesmo de realizá-la, o professor deve estar em constante diálogo com os alunos para indagá-los ao interesse sobre o conteúdo aplicado em sala de aula que posteriormente será complementado na prática. Assim, quanto mais o professor compreender a dimensão do diálogo como postura necessária em suas aulas, maiores avanços estará conquistando em relação aos alunos, pois desse modo, sentir-se-ão mais curiosos e mobilizados para transformarem a realidade. Quando o professor atua nessa perspectiva, ele não é visto como um mero transmissor de conhecimentos, mas como um mediador, alguém capaz de articular as experiências dos alunos com o mundo, levando-os a refletir sobre seu entorno, assumindo um papel mais humanizador em sua prática docente. (LOPES, 2008, p. 05). É dentro dessa perspectiva que se encaixa a necessidade da prática do turismo pedagógico. É nela que há o interesse dos alunos, o aprendizado e o ensino de forma lúdica e diferenciada e a aproximação entre alunos e professores numa atividade extraclasse que necessita do envolvimento e seriedade de todos para que seja realizada com sucesso. Por isso, há a necessidade do diálogo, pois é a partir dele que o professor poderá mostrar aos alunos qual o verdadeiro objetivo da atividade, o porquê da sua necessidade e também mostrar que a prática.

(28) 28. por meio do turismo de pedagógico não é uma viagem de lazer, mas sim um momento de aprendizado e complementação daquilo que foi ensinado em sala de aula, fator bastante importante para evitar desvio de finalidade por parte dos alunos. Sabe-se que “o educador deve auxiliar os educandos a utilizar os conhecimentos que adquiriram, por isso, deve utilizar estratégias para que eles contem coisas pessoais e opinem sobre os acontecimentos.” (BELOTTI, 2010, p. 06). Com isso, nota-se a importância do turismo pedagógico para realização de tal feito, já que essa prática proporciona aos alunos o contato com a realidade local na prática, fator que gerará dúvidas, perguntas e comentários que contribuirão de forma efetiva no ensino e na aprendizagem dos mesmos. Sabendo que o turismo pedagógico é importante na relação professor-aluno e viceversa, cabe a nós compreender quais os benefícios que essa prática traz para os alunos que nela se inserem. Para isso, Milan (2007) destaca quatro aspectos importantes que contribuem na aprendizagem dos alunos. O primeiro é o aspecto psicológico, já que tantos as vivências e comportamentos estão sujeitos a alterações devido a influência do turismo, alterando fatores como valores, motivações, preferências e comportamento na sociedade; o segundo aspecto é o sociológico, pois proporciona novas experiências e interação entre alunos, professores e a comunidade local; o terceiro é o aspecto cultural, já que há o contato com culturas diferentes tornando a experiência ainda mais interessante; e o quarto e último aspecto é o ambiental, uma vez que a observação provoca a conscientização da preservação das características históricoculturais de determinada localidade. Sendo assim, fica clara a importância do turismo pedagógico no processo de ensinoaprendizagem na geografia. Entretanto, se faz de fundamental importância prezar pela relação teoria-prática como também pela boa relação professor-aluno para que todos os objetivos sejam alcançados antes, durante e após a prática, já que os conteúdos podem ser discutidos em diferentes momentos. Para complementar, é necessário entender a realidade local do munícipio de Piranhas/AL em relação a turismo pedagógico praticado pelas suas respectivas escolas públicas, como também entender a opinião de alunos e professores sobre essa prática e, por fim, destacar algumas áreas que podem ser usadas como fonte de ensino e aprendizagem na geografia dentro deste município, o que será discutido no capítulo subsequente..

(29) 29. 4 TURISMO PEDAGÓGICO EM PIRANHAS/AL: PROFESSORES, ALUNOS E ÁREAS QUE PODEM SER EXPLORADAS PARA FORTALECER A RELAÇÃO TEORIA-PRÁTICA NO ENSINO DE GEOGRAFIA.. Neste capítulo, iremos refletir sobre entrevistas realizadas com alunos e professores de geografia das escolas públicas da cidade de Piranhas/AL, evidenciando os desafios e os aspectos positivos e negativos que envolvem a prática do turismo pedagógico nessas escolas. Ao fim, destacaremos áreas que podem ser utilizadas como fonte de ensinado e aprendizagem através da prática do turismo pedagógico.. 4.1 O município de Piranhas/AL: breve introdução.. O município de Piranhas/AL (figura 1) se localiza no sertão alagoano e se destaca no cenário nacional pelo seu potencial turístico devido às suas belas paisagens, história, arquitetura do Centro Histórico e também por ser banhado pelo Rio São Francisco.. Figura 1: Mapa de localização do município de Piranhas/AL.. Fonte: Adaptado pelo autor, 2019..

(30) 30. Marcado na história nacional por ser o local onde as cabeças de Lampião, Maria Bonita e seu bando foram expostas, o seu Centro Histórico (Figura 2) é um dos principais pontos turísticos da região. Por isso, recebe estudantes de várias partes do Brasil, como também pesquisadores de diferentes partes do mundo. Isso mostra que o município é bastante usado como fonte de ensino e aprendizagem atualmente.. Figura 2: Centro Histórico de Piranhas/AL.. Fonte: www.matraqueando.com.br1 De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) obtidos no último censo (2010)2, o município de Piranhas/AL possuía uma população num total de 23.045 habitantes, com densidade demográfica de 56,47 hab/km². Atualmente, estima-se que a população seja superior a 24.891 pessoas. Quando se fala em educação podemos destacar quatro escolas presentes na cidade. A primeira é a Escola Estadual de Xingó – I (EEX-I) (figura 3), localizada na Vila Alagoas, no. 1. Disponível em: <https://www.matraqueando.com.br/piranhas-alagoas-a-cidade-que-virou-referencia-para-ahistoria-do-cangaco> Acesso em: Junho de 2019. 2 Disponível em: < https://cidades.ibge.gov.br/brasil/al/piranhas/panorama> Acesso em: Julho de 2019..

(31) 31. Bairro Xingó; a segunda é a Escola Estadual de Xingó – II (EEX-II) (figura 4), localizada no Bairro Nossa Senhora da Saúde; a terceira é a Escola de Educação Básica Prof. Ivan Fernandes Lima (figura 5), localizada na Vila Alagoas, no Bairro Xingó; e a quarta é o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) (figura 6), localizado na Vila Sergipe, no Bairro Xingó. Figuras 3, 4, 5, 6 – As quatro principais escolas da Cidade de Piranhas/AL.. Fonte: O autor, 2019. Nessas escolas encontram-se alunos dos mais variados bairros, da zona rural e até de diferentes cidades como é o caso do IFAL. A partir de entrevistas semiestruturadas com professores e alunos dessas respectivas escolas, foi possível perceber a realidade de cada escola em relação a prática turismo pedagógico no ensino de geografia, o que iremos discutir na sequência deste trabalho.. 4.2 A perspectiva dos professores de geografia em relação ao turismo pedagógico em suas escolas de ensino.. Para entrevistar os professores, foram elaboradas três perguntas consideradas primordiais para discutir o assunto, onde a partir delas fosse possível abrir um diálogo com os professores. Vale salientar que nosso objetivo aqui é apenas discutir sobre a prática do turismo pedagógico, por isso, não citaremos nomes das escolas e nem de seus respectivos professores. Vale salientar que o número de perguntas foi elaborado também pensando no pouco tempo que os professores têm para poder discutir sobre o assunto, já que as entrevistas foram realizadas nas escolas durante os intervalos das aulas..

(32) 32. As três perguntas foram pensadas com o intuito de observar o conhecimento dos professores sobre a prática do turismo pedagógico, sua frequência de utilização durante o ano letivo – se é que é utilizada -, entender os principais obstáculos que encontram e os benefícios da mesma no processo de ensino e aprendizagem. São elas: 1. O que você entende sobre turismo pedagógico? 2. Quais os principais obstáculos que você encontra para realizar esta prática e adquirir êxito? 3. Para você, quais os benefícios que o turismo pedagógico proporciona no processo de ensino e aprendizagem?. Com isso, foi possível extrair bastante informação relevante sobre o assunto em cada escola. E como as entrevistas foram realizadas durante o intervalo, foi possível conversar com todos os professores de geografia que estavam presentes, fator que contribuiu bastante para fazer um apanhado geral sobre a realidade de cada escola com relação a prática do turismo pedagógico no ensino de geografia. Para evitar transtornos, como foi pedido pela maioria dos professores, não será citado nem os seus nomes e nem os nomes das escolas. Por isso, para discutir sobre os resultados obtidos nas entrevistas, as escolas serão referenciadas como A, B, C e D, na sequência. Nas escolas A e B, foi possível perceber que alguns professores ainda não possuem conhecimento sobre o conceito de turismo pedagógico. Entretanto, ao discutir sobre o conceito houve entendimento por parte de todos. O que chamou atenção foram as semelhanças entre essas escolas, ambas não fazem tanto uso dessa prática por diversos motivos, são eles: a falta de recursos, a falta de tempo para planejamento e deslocamento para outros lugares e a falta de motivação e apoio do órgão responsável por ambas as escolas. Esses foram os principais motivos evidenciados por eles. Com relação aos benefícios, a maior parte dos professores destacou a forma diferente em aprender e ensinar que a prática proporciona. O grande problema que foi possível perceber nessas duas escolas foi a falta da prática durante o período letivo, que é quase nenhuma. Muitos justificaram que fazem uso dessa prática explorando apenas o próprio município, fator bastante complicado, uma vez que é muito complicado fazer que os alunos despertem o interesse como “aluno-turista”, já que por ser no ambiente em que residem não cause tanto interesse nos mesmos. Pelo jeito, isso implica bastante no rendimento dos alunos, já que boa parte possui dificuldades em determinados conteúdos presentes na geografia. Já na escola C os problemas são ainda maiores. Segundo professores, as dificuldades não se limitam apenas nos recursos que a escola recebe, mas também na questão de empenho.

(33) 33. dos alunos. Segundo os professores, esta escola mal faz uso da prática do turismo pedagógico, isso porque, além do órgão responsável não oferecer suporte suficiente para que os alunos possam viajar com tudo incluso, a maioria deles não têm condições financeiras para arcar com os gastos que há durante uma viagem. Por isso, quando a prática é feita, ocorre pelas proximidades, mas são bem raras de acontecer e não há projetos consolidados durante o ano letivo para realiza-la. Além dessas dificuldades, os professores também se mostraram confusos sobre a definição do conceito de turismo pedagógico, entretanto, como os professores das escolas anteriores, conseguiram assimilar bem a sua definição e características. Ambos destacaram a importância da prática no ensino de geografia como principal benefício do turismo pedagógico, porém destacaram que as dificuldades impendem um melhor desenvolvimento no aprendizado dos alunos que, assim como os alunos das escolas anteriores, também possuem muitas dificuldades em diversos conteúdos de geografia, sem falar que muitos não percebem a importância dessa disciplina para o cotidiano, mesmo com os professores salientando a sua importância. Com isso, pode-se perceber que o turismo pedagógico, por mais benéfico que seja, ainda é uma realidade distante de ser consolidada no ambiente escolar dessa e das escolas anteriores citadas, pois os problemas estão além do alcance dos professores, já que estão totalmente interligados com questões financeiras e pela falta de interesse e empenho dos órgãos responsáveis por essas escolas. Já na escola C, podemos dizer que é bastante diferente. Mesmo com os problemas financeiros que vêm acontecendo nos últimos anos em todo o território nacional, há escolas que conseguem, ao menos, realizar diversas aulas práticas fora do ambiente escolar, como é o caso dessa. Nesta escola foi bastante perceptível a diferença, primeiro que ao conversar com os professores ficou claro que todos ou quase todos tinham certo conhecimento sobre prática do turismo pedagógico e da sua importância no processo de ensino-aprendizagem na geografia, isso porque ambos conseguiram argumentar e também tirar algumas dúvidas sobre o a definição do conceito dessa prática e suas características, além disso, mostraram interesse em intensificar ainda mais a utilização da mesma nos conteúdos ensinados na disciplina geografia aos seus alunos ao longo do ano letivo. Outro fator que chamou atenção foi de haver planejamento específico para que essa prática seja aplicada para que os alunos possam vir a complementar os conhecimentos adquiridos em aula. O empenho dessa escola em unir teoria e prática é bastante visível, fator que consequentemente a torna uma das mais bem avaliadas da região. Tudo isso deve-se ao planejamento e aos recursos que a mesma recebe. Nessa escola os alunos recebem auxílio.

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