EQUAC
¸ ˜
OES DIFERENCIAIS, aulas te´
orico-pr´
aticas
Faculdade de Ciˆ
encias da Universidade de Lisboa, 2009
1
Introdu¸
c˜
ao, revis˜
ao
Exerc´ıcio 1.1 A equa¸c˜ao (y2+ 2xy)dx − x2dy = 0 n˜ao ´e exacta mas tem o factor integrante y−2.
Exerc´ıcio 1.2 Resolver a equa¸c˜ao (homog´enea) y0= x23xy−y2.
Exerc´ıcio 1.3 Resolver a equa¸c˜ao (de Bernoulli) y0 =2yx − x2y2.
Exerc´ıcio 1.4 Considere-se a equa¸c˜ao de Ricatti
y0= a(x)y2+ b(x)y + c(x). (R) Verificar que, se for conhecida uma solu¸c˜ao u(x) de (R), ent˜ao a substitui¸c˜ao y = u +v1 reduz (R) a uma equa¸c˜ao linear para a nova fun¸c˜ao inc´ognita v.
Atendendo a que y0 = x3(y − x)2+y
x tem a solu¸c˜ao y = x, determinar todas as outras solu¸c˜oes.
Exerc´ıcio 1.5 Resolver (2x + y) + (x + 5y)y0= 0 com a substitui¸c˜ao u = x − y, v = x + 2y.
Exerc´ıcio 1.6 Determinar a solu¸c˜ao geral da equa¸c˜ao 2(1 + y3) + 3xy2y0 = 0. (Considerar a
fun¸c˜ao inversa como inc´ognita.)
Exerc´ıcio 1.7 Seja q cont´ınua em [0, ∞) com limx→+∞= q(x) = l. Mostrar que para a equa¸c˜ao
diferencial linear y0+ ay = q(x): (i) se a > 0, todas as solu¸c˜oes tˆem limite l/a quando x → ∞; (ii) se a < 0, apenas uma solu¸c˜ao tem aquela propriedade.
Exerc´ıcio 1.8 Seja y(x) a solu¸c˜ao do problema de valor inicial y0+ p(x)y = q(x), y(x0) = y0
onde p e q s˜ao cont´ınuas em [x0, ∞). Seja z ∈ C1([x0, ∞)) tal que z0(x) + p(x)z(x) ≤ q(x) ∀x ≥ x0
e z(x0) ≤ y(x0). Mostrar que z ≤ y em [x0, ∞). Concluir que a solu¸c˜ao de y0+ y = cos x, y(0) = 1
satisfaz 2e−x− 1 ≤ y(x) ≤ 1 para x ≥ 0.
Exerc´ıcio 1.9 Determinar, no intervalo [0, ∞), a fun¸c˜ao cont´ınua que satisfaz
y0+ 2y = ϕ(x), ∀x 6= 1 e y(0) = 0 (a) sendo ϕ(x) = ( 1, 0 ≤ x ≤ 1 0, x > 1
Exerc´ıcio 1.10 Seja f : I ⊂ R → R uma fun¸c˜ao cont´ınua. Considerar a equa¸c˜ao aut´onoma ˙
x = f (x). (EA)
Mostrar que se x(t) ´e uma solu¸c˜ao de (EA), ent˜ao y(t) = x(t + c), c ∈ R, ´e solu¸c˜ao de (EA). Exerc´ıcio 1.11 Dados a, b > 0 resolver a equa¸c˜ao
p0 = (a − bp)p e representar graficamente as solu¸c˜oes.
Exerc´ıcio 1.12 Determinar a solu¸c˜ao geral de cada uma das seguintes equa¸c˜oes diferenciais: 1. y000− 3y00+ 2y0 = 0
2. y000− y = 0
Exerc´ıcio 1.13 A fun¸c˜ao φ1(x) = x ´e, em {x > 0}, solu¸c˜ao da seguinte equa¸c˜ao
x3y000− 3x2y00+ 6xy0− 6y = 0. (∗)
Determinar uma base de solu¸c˜oes para (*) em {x > 0}. Exerc´ıcio 1.14 Considerar a equa¸c˜ao de vari´aveis separ´aveis:
dx
dt = x − x
3. (E)
1. Seja φ(t) a ´unica solu¸c˜ao de (E) que verifica a condi¸c˜ao φ(0) = π. Sabendo que φ est´a definida num intervalo da forma ]a, +∞[, a < 0, indicar, justificando, o valor do seguinte limite
lim
t→+∞φ(t),
(N˜ao ´e necess´ario determinar explicitamente φ.) 2. Determinar todas as solu¸c˜oes de (E).
2
Sistemas planos
Exerc´ıcio 2.1 Esquematizar as traject´orias das solu¸c˜oes dos sistemas seguintes no plano, eviden-ciando o comportamento das mesmas perto da origem.
( x0 = −5x + 2y y0= x − 4y ( x0 = 2x − y y0= x + 2y ( x0 = −x − 4y y0= 9x + 11y
3
Modelos
Exerc´ıcio 3.1 Uma massa com o peso de 10kg estica uma mola 60cm e fica em equil´ıbrio. Depois a massa ´e empurrada para cima 10cm acima do seu equil´ıbrio e d´a-se-lhe uma velocidade vertical (de cima para baixo) de 50cm/seg. Determinar a lei de movimento da massa. Qual ´e a sua posi¸c˜ao 10seg depois de ter iniciado o movimento? E nesse instante est´a a subir ou a descer?
Exerc´ıcio 3.2 O sangue transporta uma substancia para determinado ´org˜ao `a raz˜ao de 3cm3/seg
e sai do ´org˜ao ´a mesma raz˜ao. O ´org˜ao tem um volume de l´ıquido de 125cm3. Se a concentra¸c˜ao
da subst˜ancia no sangue que entra ´e 0.2g/cm3, qual ´e a concentra¸c˜ao da substˆancia no ´org˜ao
em fun¸c˜ao do tempo? Supomos que inicialmente n˜ao h´a substˆancia no ´org˜ao. Quando ´e que a concentra¸c˜ao atinge o valor de 0.1g/cm3?
Exerc´ıcio 3.3 Ao meio dia a temperatura era de 16oC no local do crime. O detective mede
a temperatura do corpo e obt´em 34.5oC. Uma hora mais tarde volta a medir a temperatura do
cad´aver e obt´em 33.7oC. A que horas se deu o crime? (A temperatura normal do corpo humano ´e
37oC.)
Exerc´ıcio 3.4 Uma certa esp´ecie de peixe tem a massa inicial de 7 milh˜oes de toneladas. Na ausˆencia de pesca, a massa aumentaria a uma taxa proporcional `a massa com a constante de proporcionalidade 2 (por ano). A pesca comercial provoca diminui¸c˜ao de massa `a taxa constante de 15 milh˜oes de toneladas por ano. Quanto tempo demora o peixe a extinguir-se? Qual deveria ser a taxa de pesca para que a quantidade de peixe se mantivesse constante?
Exerc´ıcio 3.5 Verificar que a solu¸c˜ao do problema de valor inicial correspondente ao modelo log´ıstico ´e
p = ap0
bp0+ (a − bp0)e−at
.
Assumindo conhecidos os valores p1 = p(t1) e p2 = p(t2) com t2 = 2t1 (t1 > 0) mostrar que os
coeficientes s˜ao a = 1 t1 lnp2(p1− p0) p0(p2− p1) , b = a p1 p2 1− p0p2 p1p2− 2p0p2+ p0p1) .
Exerc´ıcio 3.6 Uma popula¸c˜ao de 1000 indiv´ıduos de uma esp´ecie de peixe ´e lan¸cada num lago em 1990. Em 1997 a popula¸c˜ao foi estimada em 3000, e em 2004 foi estimada em 5000. Utilizar o modelo log´ıstico para prever a dimens˜ao da popula¸c˜ao em 2011. Qual ´e a dimens˜ao limite de acordo com este modelo?
Exerc´ıcio 3.7 Considere-se a equa¸c˜ao log´ıstica generalizada u0(t) = u(b(t) − c(t)u)
onde b e c s˜ao cont´ınuas e positivas em R. Esta equa¸c˜ao ´e de Bernoulli e por isso a mudan¸ca de inc´ognita u = 1/y transforma-a numa equa¸c˜ao linear. Mostrar que uma solu¸c˜ao comm u(t0) >
0 est´a definida e mant´em-se positiva para todo o t > t0. Al´em disso, se B(t) := R t
t0b(s) ds e
assumirmos limt→+∞B(t) = +∞, ent˜ao
lim
t→+∞u(t) = limt→+∞
b(t) c(t) desde que exista o limite do 2o membro.
4
Equa¸
c˜
ao do pˆ
endulo e plano de fases
Exerc´ıcio 4.1 Estudar as traject´orias e descrever as solu¸c˜oes da equa¸c˜ao do pˆendulo nos casos: K = 4a e K > 4a (ver a sec¸c˜ao 3).
Exerc´ıcio 4.2 Supondo que F ´e uma fun¸c˜ao de classe C2 em [−p, q], (−p < 0 < q), 0 = F (0) < F (u) se u ∈ [−p, q] \ 0, F (−p) = F (q) e F0(u) anula-se somente se u = 0, −p, q, estudar as traject´orias e descrever as solu¸c˜oes da equa¸c˜ao
¨
u + F0(u) = 0 com valores em [−p, q].
Exerc´ıcio 4.3 Utilizando as ideias da resolu¸c˜ao do exerc´ıcio anterior, descrever as solu¸c˜oes e suas traject´orias no plano de fases para as equa¸c˜oes
u00+ 2u − 4u3= 0; u00− 2u + 4u3= 0.
Comprovar que no segundo caso todas as solu¸c˜oes tˆem dom´ınio R, enquanto no primeiro algumas solu¸c˜oes tˆem como dom´ınio intervalos limitados.
5
Quest˜
oes de unicidade e estimativas
Exerc´ıcio 5.1 Sejam y e z duas solu¸c˜oes, definidas no mesmo intervalo, de y0 = f (x, y), onde f ´e real cont´ınua num dom´ınio aberto de R2. Mostrar que min(y(x), z(x)) e max(y(x), z(x)) s˜ao
tamb´em solu¸c˜oes.
Exerc´ıcio 5.2 Seja u uma fun¸c˜ao positiva e C1 tal que u0(t) ≤ Ku(t) ln u(t), a ≤ t ≤ b. Mostrar que u(t) ≤ u(a)eK(t−a)
.
Exerc´ıcio 5.3 Seja f (y) = −y ln y se 0 < y < 1 e defina-se f (y) = 0 noutro caso. Mostrar que y0= f (y) tem uma s´o solu¸c˜ao tal que y(0) = c.
Exerc´ıcio 5.4 Seja f ∈ C1(Rn, Rn) e y(t) uma fun¸c˜ao difernci´avel com valores em Rn que ´e solu¸c˜ao de y0 = f (y) definida em [0, β], tal que y(0) = y(β). Mostrar que y(t) se prolonga a R como solu¸c˜ao peri´odica, de per´ıodo β, da mesma equa¸c˜ao.
Exerc´ıcio 5.5 Seja f uma fun¸c˜ao real de classe C1 e y(t) uma solu¸c˜ao de y00= f (y) definida em
[0, β] tal que y0(β) = 0. Mostrar que y(t) se prolonga a [0, 2β] como solu¸c˜ao da mesma equa¸c˜ao, sim´etrica a respeito da recta t = β.
Exerc´ıcio 5.6 Seja y(t) uma solu¸c˜ao de y0 = cos(y) definida em [0, β] tal que y(0) = 0. Mostrar que y(t) se prolonga a [−β, β] como solu¸c˜ao ´ımpar da mesma equa¸c˜ao.
Exerc´ıcio 5.7 Seja f cont´ınua e Lipschitziana em rela¸c˜ao `a segunda vari´avel em D = I × R. Mostrar que a solu¸c˜ao do problema
y00= f (x, y), y(x0) = y0, y0(x0) = y1
´
e o limite (uniforme em qualquer compacto ⊂ I) do m´etodo iterativo zn+1(x) = y0+ (x − x0)y1+
Z x
x0
(x − t)f (t, zn(t)) dt, n = 0, 1, 2, · · · , z0(x) ≡ y0.
SUGEST ˜AO: Representando por T o operador definido pelo 2o membro em C[x
0, x0+∆], a equa¸c˜ao
integral ´e zn+1= T zn. Apesar de T poder n˜ao ser uma contrac¸c˜ao (para a norma usual) tem-se
|(Tn+1y − Tny)(x)| ≤ Ln∆2n/(2n)!
o que ´e suficiente para garantir a convergˆencia de Tny. O mesmo num intervalo do tipo [x
0−∆, x0].
Exerc´ıcio 5.8 Qual ´e o dom´ınio da solu¸c˜ao n˜ao prolong´avel dos problemas (i) y0= 1−xcos y2, y(0) =
y0? (ii) y0 =1−xcos y2, y(3) = y0?
Exerc´ıcio 5.9 Consideremos o sistema aut´onomo y0 = f (y) onde f ´e localmente Lipschitziana num aberto G de Rn. Representemos por y(x, ξ) o valor em x da solu¸c˜ao n˜ao prolong´avel que
satisfaz a condi¸c˜ao inicial y(0) = ξ.
(i) Mostrar que o dom´ınio de y(·, y(s, ξ)) ´e I − s, onde I ´e o dom´ınio de y(·, ξ).
(ii) Mostrar que, ∀s, t tais que existem y(s, ξ) e y(t + s, ξ), ent˜ao y(t, y(s, ξ)) tamb´em existe e tem-se y(t, y(s, ξ)) = y(t + s, ξ).
(iii) Se y ´e solu¸c˜ao n˜ao prolong´avel e existe T > 0 tal que y(0) = y(T ) e f (y(0)) 6= 0, ent˜ao y ´
e solu¸c˜ao peri´odica n˜ao constante.
Exerc´ıcio 5.10 Mostrar que todas as solu¸c˜oes n˜ao prolong´aveis do sistema plano (5.1) ( x0= U (x, y) y0 = V (x, y) onde U, V ∈ C1 (R2) satisfazem xU (x, y) + y3V (x, y) = 0 ∀x, y, tˆ em dom´ınio R.
6
Dependˆ
encia das solu¸
c˜
oes em rela¸
c˜
ao a condi¸
c˜
oes iniciais
e parˆ
ametros
Exerc´ıcio 6.1 Seja f uma fun¸c˜ao localmente Lipschitziana em R. Mostrar que existe > 0 tal que, se |λ| < , a solu¸c˜ao y(·, λ) do PVI
y0= λ f (y) + cos x, y(0) = 0
tem pelo menos uma raiz no intervalo [3, 3.2]. Supondo f de classe C1 eRπ
0 f (sin t) dt < 0, mostrar
que pode ser escolhido de forma que, se 0 < λ < , y(π, λ) < 0.
Exerc´ıcio 6.2 Seja f uma fun¸c˜ao localmente Lipschitziana em R. Mostrar que existe > 0 tal que, se |λ| < , a solu¸c˜ao y(·, λ) do PVI
y00+ y = λ f (y), y(0) = 0, y0(0) = 1
tem exctamente um zero em [2, 4]. Se, al´em disso, f ´e C1 e sf (s) < 0 ∀s 6= 0, mostrar que pode
ser escolhido de forma que, se 0 < λ < , y(π, λ) < 0.
Exerc´ıcio 6.3 Provar que o problema (de valores na fronteira) x00= 1 − x2, x(0) = 0, x(4) = 0
tem pelo menos uma solu¸c˜ao. SUGEST ˜AO: x02+ 2x3/3 − 2x = const; a solu¸c˜ao com condi¸c˜oes iniciais x(0) = x0(0) = 0 tem no plano de fases uma traject´oria que “demora”a atingir o eixo dos xx (anulamento de x0) um tempo T = 2.440... e para as condi¸c˜oes x(0), x0(0) = 2/√3, T = 1.621....
Exerc´ıcio 6.4 Seja h uma fun¸c˜ao cont´ınua com per´ıodo T e 0 < h(t) < 1/4 ∀t ∈ R. Mostrar que a equa¸c˜ao x0= x(1 − x) − h(t) tem duas solu¸c˜oes T -peri´odicas.
Exerc´ıcio 6.5 Mostrar que existe λ ∈ R tal que a equa¸c˜ao y0= λ(1 + sin2x + sin2y) + x tem uma solu¸c˜ao que satisfaz y(0) = 0 = y(1).
Exerc´ıcio 6.6 Seja h uma fun¸c˜ao cont´ınua com per´ıodo T e 0 < h(t) < 1/4 ∀t ∈ R. Mostrar que a equa¸c˜ao x0= x(1 − x) − h(t) tem duas solu¸c˜oes T -peri´odicas.
Exerc´ıcio 6.7 Seja f (t, x, v), definida em [0, 1×R2, de classe C1nas segunda e terceira vari´aveis,
com ∂f∂x > 0. Supondo que o problema
x00= f (t, x, x0) x(0) = a, x(1) = b
tem solu¸c˜ao em [0, 1], ent˜ao, se β − b for suficientemente pequeno o problema x00= f (t, x, x0) x(0) = a, x(1) = β
7
Sistemas lineares
Exerc´ıcio 7.1 A equa¸c˜ao de segunda ordem
u00+ a1(x)u0+ a0(x)u = f (x)
transforma-se na equa¸c˜ao equivalente
(eR a1y0)0+ eR a1a
0y0 = eR a1f.
E, se a1´e de classe C1e f ≡ 0, com a transforma¸c˜ao z = ye
1
2R a1 obt´em-se a equa¸c˜ao normal sem
termo em y0 z00+ (a0(x) − 1 2a 0 1(x) − 1 4a1(x) 2)z = 0.
Exerc´ıcio 7.2 Sejam u, v, w as solu¸c˜oes de y000+ y = 0 tais que u(0) = 1, u0(0) = 0, u00(0) = 0; v(0) = 0, v0(0) = 1, v00(0) = 0; w(0) = 0, w0(0) = 0, w00(0) = 1. Verificar que n˜ao ´e necess´ario determinar explicitamente as solu¸c˜oes para concluir:
u0 = −w; v0= u; w0 = v; W (u, v, w) = u3− v3+ w3+ 3uvw = 1.
Exerc´ıcio 7.3 Sejam p, q, f cont´ınuas num intervalo I. Sejam φ(x), ψ(x) duas solu¸c˜oes linear-mente independentes da equa¸c˜ao homog´enea de segunda ordem
u00+ p(x)u0+ q(x) = 0 e seja W (x) o seu Wronskiano. Mostrar que a solu¸c˜ao de
u00+ p(x)u0+ q(x) = f (x), u(α) = 0, u0(α) = 0 ´ e dada por u(x) = − φ(x) W (x) Z x α ψ(t)f (t) dt + ψ(x) W (x) Z x α φ(t)f (t) dt.
Exerc´ıcio 7.4 Seja z(x) a solu¸c˜ao de
u00+ a1u0+ a0u = 0, u(0) = 0, u0(0) = 1
onde os coeficientes ai s˜ao constantes. Mostrar que
y(x) = Z x α z(x − t)f (t) dt ´ e a solu¸c˜ao de u00+ a1u0+ a0u = f (x), u(α) = 0, u0(α) = 0.
Exerc´ıcio 7.5 Se X(x, t) ´e uma matriz fundamental do sistema linear homog´eneo y0 = A(x)y, mostrar que
∂X(x, t)
Exerc´ıcio 7.6 Verificar que a matriz A = 2 1 −1 −3 −1 1 9 3 −4
tem apenas um valor pr´oprio e que
a sua exponencial ´e eAx= 1 2e −x 2 + 6x − 3x2 2x −2x + x2 −6x 2 2x 18x − 9x2 6x 2 − 6x + 3x2 . Exerc´ıcio 7.7 Se A = a −b b a , mostrar que eAx= eax cos(bx) − sin(bx) sin(bx) cos(bx) . (SUGEST ˜AO: A actua no plano, identificado com C, como a multiplica¸c˜ao por z = a + ib.)
Exerc´ıcio 7.8 Seja A uma matriz 3 × 3 com valores pr´oprios λ1 (de multiplicidade alg´ebrica 2) e
λ2. Utilizando a igualdade A − λ2= A − λ1− (λ2− λ1) e o teorema de Cayley-Hamilton
(A − λ1)2(A − λ2) = 0
obt´em-se (A − λ1)j+2= (λ2− λ1)j(A − λ1)2. Concluir que
eAx= eλ1x I + x(A − λ1) + x λ1− λ2 +e (λ2−λ1)x− 1 (λ1− λ2)2 (A − λ1)2 .
Exerc´ıcio 7.9 Seja A uma matriz constante tal que aij ≥ 0 sempre que i 6= j. Mostrar que eA
tem todas as entradas ≥ 0. O rec´ıproco vale tamb´em. SUGEST ˜AO: as solu¸c˜oes de y0 = Ay que tˆem condi¸c˜ao inicial de componentes ≥ 0 mantˆem-se com valores ≥ 0 no futuro.
8
Estabilidade (lineariza¸
c˜
ao)
Exerc´ıcio 8.1 Verificar que, para a equa¸c˜ao do pˆendulo simples com atrito u00+ cu0+ a sin u = 0
(onde c e a s˜ao n´umeros positivos), a solu¸c˜ao nula ´e assintoticamente est´avel. Exerc´ıcio 8.2 Para o sistema n˜ao linear
x0 = −x − y + z + xy y0= x − 2y + 2z + (1 + t2)−1zy z0= x + 2y + z + sin(x − y)z
a solu¸c˜ao nula ´e inst´avel.
Exerc´ıcio 8.3 Verificar que a solu¸c˜ao nula ´e assintoticamente est´avel para o sistema
(
x0 = −y + c x(x2+ y2)
y0= x + c y(x2+ y2)
9
Estabilidade (Lyapunov)
Exerc´ıcio 9.1 Verificar que a solu¸c˜ao nula ´e assintoticamente est´avel para o sistema (
x0 = −x − y y0= x − y3)
utilizando x2+ y2 como fun¸c˜ao de Lyapunov.
Exerc´ıcio 9.2 Estudar a estabilidade da origem para a equa¸c˜ao de Li´enard u00+ u0+ g(u) = 0
onde g ´e C1, ug(u) > 0 se u 6= 0 e g0(0) > 0. Utilizar uma fun¸c˜ao de Lyapunov da forma
v2/2 + G(u) + βg(u)v com β pequeno, onde u, v s˜ao as vari´aveis do plano de fases.
Exerc´ıcio 9.3 Verificar que a solu¸c˜ao nula ´e inst´avel para o sistema
(
x0 = cx + xy y0= −dy + x2)
onde c > 0 e d > 0, utilizando V = x2− y2.
Exerc´ıcio 9.4 Estudar a estabilidade da origem para a equa¸c˜ao u00+ au0+ bu + u2= 0 onde a > 0 e b > 0.
Exerc´ıcio 9.5 Para a equa¸c˜ao
u00+ u0+ u + u2
(a) h´a apenas dois equil´ıbrios, (−1, 0) e (0, 0); (b) estudar a estabilidade destes por lineariza¸c˜ao; (c) verificar que V (x, y) = x2+ y2+23x3´e fun¸c˜ao de Lyapunov relativamente a (0, 0) no dom´ınio x2+ y2+23x3> 0 e esquematizar este dom´ınio (ver figura 13); (d) Os ´unicos subconjuntos positivamente invariantes, n˜ao vazios, do eixo xx s˜ao os que contˆem algum dos equil´ıbrios; (e) a regi˜ao de atrac¸c˜ao da origem cont´em pelo menos o conjunto
V (x, y) < 1
3 ≡ V (−1, 0);
(f ) na verdade a regi˜ao de atrac¸c˜ao da origem cont´em tamb´em pelo menos o rectˆangulo com um v´ertice na origem, outro em (−1, 0) e outro em (0,√1
3). (Sugest˜ao para a ´ultima quest˜ao: estudar
a direc¸c˜ao do campo vectorial da equa¸c˜ao nos lados do rectˆangulo que est˜ao fora do conjunto dado em (e).)
Exerc´ıcio 9.6 Considerar o sistema (
x0 = −a0f (x) −P n i=1aizi
z0i= −λizi+ bif (x), 1 ≤ i ≤ n
Exerc´ıcio 9.7 Verificar que para o sistema (
x0 = y + x(k2− x2− y2)
y0= −x + y(k2− x2− y2)
a origem ´e est´avel se, e s´o se, k = 0.
Exerc´ıcio 9.8 Estudar a estabilidade da origem para o sistema (
x0 = −xy4
y0= yx4
utilizando V = x4+ y4.
Exerc´ıcio 9.9 Estudar a estabilidade da solu¸c˜ao nula para a equa¸c˜ao de Van der Pol y00+ µ(y2− 1)y0+ y = 0
de acordo com os valores de µ (µ < 2, µ = 2, µ > 2. Se µ < 0 a solu¸c˜ao nula ´e assintoticamente est´avel.
10
Oscila¸
c˜
ao. Valores pr´
oprios
Exerc´ıcio 10.1 Determinar os valores pr´oprios e as fun¸c˜oes pr´oprias dos problemas seguintes (a)
y00+ λy = 0, y0(0) = 0, y(π/2) = 0. (b)
(x2y0)0+ λx−2y = 0, y(1) = 0, y(2) = 0.
SUGEST ˜AO: efectuar a mudan¸ca de vari´avel independente x = 1/t, que converte a equa¸c˜ao numa outra que ´e aut´onoma.
(c)
y00+ λy = 0, y(0) = 0, y(1) + y0(1) = 0.
Exerc´ıcio 10.2 Verificar que o problema
x2y00+ xy0+ λy = 0, y(1) = 0, y(e) = 0 ´
e equivalente a
(xy0)0+λ
xy = 0, y(1) = 0, y(e) = 0
e que os valores pr´oprios s˜ao λn = n2π2 e as correspondentes fun¸c˜oes pr´oprias s˜ao φn(x) =
sin(nπ ln x).
Exerc´ıcio 10.3 Verificar que a solu¸c˜ao geral de x4y00+ λ2y = 0 ´e y = x(A cosλx + B sinλx) e determinar os valores pr´oprios e fun¸c˜oes pr´oprias do problema
x4y00+ λ2y = 0, y(α) = 0, y(β) = 0 (0 < α < β).
Exerc´ıcio 10.4 Mostrar que toda a solu¸c˜ao de y00+ xy = 0 tem infinitos zeros no semieixo x > 0.
Exerc´ıcio 10.5 Mostrar que o problema de valores pr´oprios (4)-(B) tem todos os valores pr´oprios positivos se Q(x) < 0, αα0≤ 0 e ββ0 ≥ 0. SUGEST ˜AO: multiplicar por u e integrar por partes em
[a, b].
Exerc´ıcio 10.6 Mostrar que o problema de valores pr´oprios (4)-(B) n˜ao pode ter sen˜ao um n´umero finito de valores pr´oprios negativos. E, se Q(x) > 0, n˜ao pode haver mais de um va-lor pr´oprio negativo.
Exerc´ıcio 10.7 Determinar todas as solu¸c˜oes de θ0= A sin2θ + B cos2θ, onde A > 0 e B > 0.
Exerc´ıcio 10.8 (a) Mostrar que, se q(x) < 0, nenhuma solu¸c˜ao n˜ao trivial de u00+ q(x)u = 0 pode ter mais do que um zero. SUGEST ˜AO: uu0 ´e crescente. (b) Mostrar que, se q(x) < 0, nenhuma solu¸c˜ao n˜ao trivial de u00+ p(x)u0+ q(x)u = 0 pode ter mais do que um zero.
Exerc´ıcio 10.9 Dados dois problemas da forma (4)-(B) diferindo apenas nas fun¸c˜oes Q1(x) ≤
Q2(x), as respectivas sucess˜oes de valores pr´oprios (λ (1) n ) e (λ (2) n ) satisfazem λ (1) n ≥ λ (2) n . A
Exerc´ıcio 10.10 Dadas solu¸c˜oes ui(x) de (Ei) (ver enunciado do teorema 11.1) mostrar que se u1(a) = u1(b) = 0 e u2(x) 6= 0 ∀x ∈ [a, b], Z b a [Q2(x) − Q1(x)]u1(x)2dx + Z b a [P1(x) − P2(x)]u01(x) 2dx +Z b a P1(x)[u01(x) − u1(x)u02(x) u2(x) ]2dx = 0.
(identidade de Picone). Redemonstrar a partir deste resultado o teorema 11.1. Exerc´ıcio 10.11 Resolver os problemas de valores fronteira
(a) y00+ 2y0+ y = x, y(0) = 0, y(2) = 3 (b) y00+ 4y0+ 7y = 0, y(0) = 0, y0(1) = 1 (c) y00+ y = x2, y(0) = 0, y(π/2) = 1
Exerc´ıcio 10.12 Para que valores de b > 0, A e B tem o problema y00+ 2py0+ qy = 0, y(0) = A, y(b) = B (onde p2< q) uma ´unica solu¸c˜ao?
Exerc´ıcio 10.13 Mostrar que o problema
y00+ q(x)y = f (x), y(0) = A, y(b) = B (b > 0) tem uma e uma s´o solu¸c˜ao se q(x) ≤ 0 em [a, b].
11
Quest˜
oes elementares de equa¸
c˜
oes com derivadas
par-ciais
Exerc´ıcio 11.1 Determinar a solu¸c˜ao geral de xux− yuy+ u = x; xyux− x2uy− yu = xy.
Exerc´ıcio 11.2 Determinar a solu¸c˜ao do problema ux+ uy+ u = ex+2y, u(x, 0) = 0.
Exerc´ıcio 11.3 Determinar a solu¸c˜ao do problema xuy− yux = u, u(x, 0) = h(x), onde h ∈
C1(R).
Exerc´ıcio 11.4 Mostrar que n˜ao existe solu¸c˜ao u, de classe C1numa vizinhan¸ca da origem, para
a equa¸c˜ao xux+ yuy= 1.
Exerc´ıcio 11.5 Seja u solu¸c˜ao de a(x, y)ux+ b(x, y)uy + u = 0 num aberto que cont´em a bola
unit´aria fechada ¯B de R2. As fun¸c˜oes a e b satisfazem a(x, y)x + b(x, y)y > 0 ∀(x, y) tais que
x2+ y2= 1. Provar que u ≡ 0. SUGEST ˜AO: min ¯
Bu = maxB¯u = 0.
Exerc´ıcio 11.6 Determinar a solu¸c˜ao do problema misto ut= βuxx, 0 < x < L, t > 0 ux(0, t) = ux(L, t) = 0, t > 0 u(x, 0) = f (x), 0 < x < L onde f ´e C1 em [0, L].
Exerc´ıcio 11.7 Determinar a solu¸c˜ao do problema misto (onde p ´e uma fun¸c˜ao dada, cont´ınua em [0, L]) ut= βuxx+ p(x), 0 < x < L, t > 0 u(0, t) = U1, u(L, t) = U2, t > 0 u(x, 0) = f (x), 0 < x < L SUGEST ˜AO: a solu¸c˜ao ´e da forma
u(x, t) = v(x) + w(x, t)
onde v, w s˜ao solu¸c˜oes da equa¸c˜ao diferencial e v verifica as condi¸c˜oes de fronteira. Portanto w verificar´a as condi¸c˜oes de fronteira homog´eneas (U1 e U2 substitu´ıdos por 0) e a condi¸c˜ao inicial.
Exerc´ıcio 11.8 Determinar a solu¸c˜ao generalizada do problema misto ut= uxx+ e−x, 0 < x < π, t > 0 u(0, t) = u(π, t) = 0, t > 0 u(x, 0) = sin 2x, 0 < x < L seguindo a sugest˜ao do problema anterior.
Exerc´ıcio 11.9 Determinar a solu¸c˜ao dos problemas ut= uxx, 0 < x < L, t > 0 u(0, t) = u(L, t) = 0, t > 0 u(x, 0) = L/2 − |x − L/2|, 0 < x < L e ut= uxx, 0 < x < L, t > 0 u(0, t) = u(L, t) = 0, t > 0 u(x, 0) = x(L − x), 0 < x < L
Exerc´ıcio 11.10 Determinar a solu¸c˜ao do problema utt= uxx, x ∈ R, t ∈ R u(x, 0) = sin x, ut(x, 0) = 1
Exerc´ıcio 11.11 Determinar a solu¸c˜ao do problema utt= 4uxx, 0 < x < π, t ∈ R u(0, t) = u(π, t) = 0 ∀t u(x, 0) = sin 5x, ut(x, 0) = x(π − x); ∀x ∈ (0, π)
Qual ´e o valor de u(1, 10)?
Exerc´ıcio 11.12 Determinar a solu¸c˜ao generalizada do problema utt= 4uxx, 0 < x < 1, t ∈ R u(0, t) = u(1, t) = 0 ∀t u(x, 0) = x(1 − x), ut(x, 0) = x(1 − x2); ∀x ∈ (0, 1).
Qual ´e a regularidade da solu¸c˜ao que se obteve? Qual ´e o valor de u(1/2, 2)? Exerc´ıcio 11.13 Considerar o problema
utt= c2uxx, x ∈ R u(x, 0) = φ0(x), ut(x, 0) = φ1(x); ∀x.
Supondo que φ0, φ1 se anulam fora do intervalo (−1, 1), para que valores de x pode ser a solu¸c˜ao