UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Mychelle Soares de Sá
EFEITOS AUDITIVOS EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A AÇÃO
COMBINADA DO RUÍDO E HIDROCARBONETOS
CURITIBA 2010
EFEITOS AUDITIVOS EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A AÇÃO
COMBINADA DO RUÍDO E HIDROCARBONETOS
CURITIBA 2010
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Mychelle Soares de Sá
EFEITOS AUDITIVOS EM INDIVÍDUOS EXPOSTOS A AÇÃO
COMBINADA DO RUÍDO E HIDROCARBONETOS
Monografia apresentada no curso de Especialização em Audiologia: enfoque ocupacional da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do titulo de especialista sob a orientação da professora Drª Cláudia Giglio de O. Gonçalves.
CURITIBA 2010
TERMO DE APROVAÇÃO
Mychelle Soares de Sá
EFEITOS AUDITIVOS EM INVÍDUOS EXPOSTOS A AÇÃO
COMBINADA DO RUÍDO E HIDROCARBONETOS
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção parcial do titulo de especialista em Audiologia Clínica no Programa de Especialização em Audiologia Clínica – Enfoque Ocupacional da Universidade Tuiuti do Paraná.
Curitiba, 30 de novembro de 2010.
________________________________________
Especialização em Audiologia Clínica – Enfoque Ocupacional Universidade Tuiuti do Paraná
RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar os efeitos auditivos da ação combinada
do ruído juntamente com o composto químico dos hidrocarbonetos derivados do
petróleo em 63 funcionários de ambos os sexos de uma refinaria no município de
Araucária/PR.
Foram observados os resultados dos exames auditivos destes funcionários
através da audiometria tonal limiar e do exame de emissões otoacústicas evocadas
por produto de distorção com o intuito de analisar os possíveis efeitos causados pela
exposição ao ruído e hidrocarbonetos no sistema auditivo, relacionar o tempo de
função com os danos auditivos e verificar a potencialidade da exposição simultânea
ao ruído e hidrocarboneto.
Através dos resultados obtidos neste estudo, fica evidente que a exposição
ao químico, quando combinado com níveis elevados de pressão sonora, agridem de
forma irreversível o órgão auditivo. O que foi demostrado nos resultados
principalmente quando estes funcionários estão expostos a estes agentes deletérios
1. INTRODUÇÃO
A ampliação do crescente desenvolvimento dos setores indústrias nos mais
variados ramos, ao longo dos anos geram opiniões controversas e até mesmo
polêmicas principalmente quando estas referem-se ao âmbito petroquímico. A
indústria petroquímica é, internacionalmente, uma atividade caracterizada por grandes
empresas e grandes unidades produtivas (PEREIRA, 2007).
Sabemos que nos dias atuais, embora com avanços tecnológicos
implementados na indústria, muitas vezes esta não é capaz de evitar ou até mesmo
prevenir determinadas afecções que possam comprometer a saúde auditiva dos
indivíduos expostos aos fatores de risco. Como consequência da industrialização, o
ruído, tanto no trabalho quanto no lazer, vem transformando o perfil auditivo dos
trabalhadores que quase sempre apresentam em seus audiograma uma característica
comum: um entalhe nas freqüências agudas, mesmo fazendo uso de equipamento de
proteção individual (BISTAFA, 2006).
Para NUDELMANN (2001), ruído é um tipo de som que provoca efeitos
nocivos no ser humano, sendo uma sensação auditiva desagradável que interfere na
percepção do som desejado. A perda induzida pelo ruído (PAIR) é uma patologia
cumulativa e insidiosa, que cresce ao longo dos anos de exposição ao ruído
associado ao ambiente de trabalho.
Refere ainda que a perda auditiva induzida pelo ruído (PAIR) tem como
característica clínica seu inicio insidioso. Aos poucos, os indivíduos começam a
perceber que apresentam dificuldades auditivas em ambientes ruidosos, o volume da
televisão precisa ser aumentado, dificuldade em falar ao telefone e no relacionamento
familiar. Frequentemente, a primeira queixa desses indivíduos é o zumbido, que pode
a progressão da perda auditiva, aumentando a ansiedade e o isolamento. Tais
dificuldades decorrentes da PAIR afastam o indivíduo do convívio social e diminuem
sua qualidade de vida.
Segundo MORATA e ZUCKI (2005), estressores ambientais encontrados nos
locais de trabalho são caracterizados por agentes físicos (ruído, calor, vibrações,
pressões, radiações) e agentes químicos (fumo, poeira, gases, vapores). O ruído
ocupacional quando combinado a agentes otoagressores potencializa os danos a
cóclea, mais precisamente as células ciliadas externas.
Os estudos de FERNANDES e SOUZA (2006) mostram que, nos ambientes
de trabalho existem inúmeros agentes físicos e químicos, que quando combinados
com estressores sociais e organizacionais, tornam-se riscos à saúde e comprometem
o bem-estar dos expostos. Mesmo em empresas onde o ruído é o principal agente de
risco de perda auditiva podem ocorrer outros que, por sua ação independente ou,
principalmente, pela interação com altos níveis de pressão sonora, acarretam
alterações dos limares auditivos tonais como, por exemplo, os solventes. A pesquisa
demonstra a importância da maior existência de riscos quando a exposição é
combinada.
As autoras referem ainda que além dos solventes, o chumbo, o mercúrio, o
dissulfeto de carbono, o tolueno, o estireno, o tricloroestireno, o xileno e misturas de
solventes orgânicos também podem ocasionar um distúrbio auditivo que se
caracteriza tanto por alterações periféricas como centrais. Os efeitos desses agentes
ototóxicos sobre o sistema auditivo podem variar de lesões das células ciliadas
externas a lesões do VII par craniano, alterações no sistema vestibular e nos sistemas
nos ambientes de trabalho pode afetar a audição e o equilíbrio no tronco cerebral e
vias auditivas centrais.
Levando em consideração a magnitude deste assunto, atualmente há uma
maior atenção voltada para prevenção de trabalhadores expostos a ruído e outros
agentes de risco ambientais que levam a perda da audição.
Ao discursar sobre saúde ocupacional é bastante comum deparar-se com uma
infinidade de fatores que compõe o ambiente de trabalho. Sejam eles químicos,
biológicos, físicos ou organizacionais estes elementos fazem parte do cotidiano de
muitos trabalhadores e interagem entre si podendo aumentar ou não a morbidade de
certas doenças. Devido a esta realidade, hoje existem diversos estudos que
investigam a ação combinada de vários agentes de risco ambientais.
Em detrimento dos fatores levantados acima, nesta referente pesquisa darei
ênfase aos efeitos auditivos no setor industrial petroquímico. Darei destaque aos
efeitos auditivos encontrados nos funcionários da refinaria de Araucária - REPAR,
devido a exposição simultaneamente ao ruído e aos hidrocarbonetos aromáticos e
poliaromáticos.
Para FELTRE (2005), entende-se como hidrocarbonetos compostos químicos
constituídos apenas por átomos de carbono (C) e hidrogênios (H), aos quais podem
se aderir aos átomos de oxigênio (O), azoto ou nitrogênio (N) e enxofre (S) dando
origem a diferentes compostos de outros grupos funcionais, é ainda, uma substancia
fóssil que se encontra em jazigos subterrâneos. Este termo refere-se basicamente ao
petróleo em todas as suas manifestações, inclusive o petróleo cru, óleo combustível,
os lodos, resíduos petrolíferos e os produtos de refinamento.
Hidrocarbonetos aromáticos de baixo ponto de ebulição incluem produtos como
hidrocarbonetos poliaromáticos específicos, constituem um importante volume da
produção de petróleo nas refinarias, compondo derivados de importância econômica e
social como a gasolina (TIBURTIUS et al, 2004).
Alguns estudos sugerem que exposição simultânea a ruído e produtos químicos
produz perda auditiva, que seria maior do que aquela produzida pela soma de cada
um agindo isoladamente, ou seja, haveria um sinergismo na exposição combinada
entre ruído e produtos químico. Isto pode representar que, no caso de exposição
combinada, e mesmo quando há exposição ocupacional dentro dos limites
estipulados em norma a cada um dos agentes, pode haver risco aumentado de perda
auditiva. Este sinergismo, após estudos adicionais, mostra que são necessárias
alterações no sentido de modificar os limites que hoje determinam a prevenção da
perda auditiva (MORATA et al., 2002 PRASHER et al., 2002).
Para as autoras MOARATA e ZUCKI (2010), a perda auditiva de origem
ocupacional (PAO) é um comprometimento passível de prevenção, porém, quando
instalada, pode acarretar ao trabalhador alterações importantes que interferem em
sua qualidade de vida. A incapacidade auditiva com relação à percepção da fala em
ambientes ruidosos pode desencadear ansiedade, isolamento e afetar a autoimagem.
Esses efeitos, podem comprometer as relações do indivíduo na família, no trabalho e
na sociedade, prejudicando o desemprenho das atividades cotidianas (Comitê
Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, 1994).
Ainda segundo as autoras, sob o ponto de vista ocupacional, a audiometria é o
único instrumento utilizado na vigilância epidemiológica de perdas auditivas em
trabalhadores expostos ao ruído, porém as emissões otoacústicas e a audiometria de
altas frequências são procedimentos alternativos quem vêm sendo utilizados no
indícios de danos auditivos em indivíduos com limiares ainda dentro dos padrões de
normalidade e sem queixas, propiciando, dessa forma, uma atuação que visa à
2. JUSTIFICATIVA
É fato que os danos auditivos da ação combinada ao ruído e produtos
químicos são extremamente deletérios e irreversíveis ao sistema auditivo. Logo, esta
pesquisa visa elucidar a importância da identificação desses danos no ambiente de
trabalho, visto que estudos sobre os efeitos da exposição ocupacional combinada,
apesar de complexos, constituem um dos mais importantes desafios na área de
saúde ocupacional, tornando-se assim um importante elo de ligação entre a
fonoaudiologia e saúde ocupacional.
Os achados de ototoxidade decorrente da exposição a produtos químicos
trazem implicações à prevenção e apontam a necessidade de ampliar a discussão
sobre a avaliação do risco auditivo e dos limiares para a exposição simultânea a
determinados agentes.
Para avaliar a extensão do problema e dirigir medidas para o estudo e
prevenção dos efeitos de exposição combinados sobre a audição, é necessária a
identificação dos setores industriais em que este risco pode existir e como ele se
caracteriza em cada setor.
Considerando a importância de uma melhor compreensão dos efeitos auditivos
da exposição a riscos combinados, o objetivo deste presente estudo é analisar o perfil
audiológico de trabalhadores expostos a ruído e hidrocarbonetos derivados do
3. OBJETIVOS
3.1. GERAL
Analisar os efeitos auditivos da ação combinada do ruído juntamente com o
composto químico dos hidrocarbonetos em trabalhadores.
3.2. ESPECÍFICOS
- Analisar os possíveis efeitos causados pela exposição ao ruído e
hidrocarbonetos no sistema auditivo.
- Relacionar o tempo de função com os danos auditivos.
- Verificar a potencialidade da exposição simultânea ao ruído e
hidrocarboneto.
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 RUÍDO
Segundo TOUMA (1994), o ruído é um fenômeno que não pode ser evitado,
especialmente em países industrializados. Estudos mostram que um ruído abaixo de
85 dBA não é prejudicial para a audição, mas que acima deste nível podem causar
mudanças no sistema auditivo. Quanto mais forte o ruído e mais longa a exposição a
ele, maior o dano às células ciliadas externas. O ruído excessivo podem causar
mudanças vasculares e metabólicas, causando, assim, deterioração progressiva das
células ciliadas externas. Inicialmente, ocorre uma alteração temporária do limiar,
seguida por alguma recuperação que, na maioria das vezes não é completa.
O ruído atualmente encontra-se como um dos agentes mais noviços à saúde
do trabalhador, constituindo a principal causa das perdas auditivas ocupacionais.
RUSSO (1993), define ruído como:
Sinal acústico aperiódico, originado da super posição de vários movimentos de vibração com diferentes freqüências, os quais não apresentam relação entre si. Este agente afeta o bem estar físico e mental das pessoas, está presente no dia a dia e quase sempre no ambiente de trabalho (p. 44).
Já para SELIGMAN (2001), o ruído quando em alta intensidade e
elevada exposição, pode lesar consideravelmente as vias auditivas, desde a
membrana timpânica até o sistema nervoso central (SNC). Entretanto, é no órgão de
Corti que ocorre as principias alterações responsáveis pela Perda Auditiva Induzida
por Ruído (PAIR). Estas lesões ocorrem primeiramente na espira basal da cóclea, nas
áreas das freqüências de 3 a 6 KHz independente do espectro do ruído.
SCHOCHAT, DIAS & MOREIRA (1998), descrevem o ruído como um som
informações que tenham um valor comunicativo, sendo capaz de afetar o bem estar
físico e psicológico das pessoas, consequentemente, prejudicando sua socialização.
Conforme KWITKO (2001), ruído é um som indesejável. Mas, mais do que
indesejável, ele constitui um real e presente perigo à saúde das pessoas. Dia e noite,
no trabalho, nos lares e nas diversões, o ruído pode produzir um serio estresse físico
e psicológico (p.98).
Geralmente, as consequências do ruído ocupacional muito intenso, decorre para
uma tríade de fatores: a susceptibilidade individual, a intensidade do som e o tempo
de exposição (BORJA et al, 2002).
A exposição aos elevados níveis de pressão sonora é capaz de ocasionar
efeitos maléficos ao organismo, sejam eles auditivos ou não. Além de alterações
auditivas, a exposição ao ruído pode ocasionar nervosismo, irritabilidade, estresse,
dores de cabeça e má digestão, entre outras reações orgânicas e psíquicas, além da
intolerância a sons intensos, sendo clara, nesse sentido, a relevância da adoção de
medidas preventivas e de conscientização da população sobre esse problema
(MORATA et al, 2005).
4.2 EFEITOS DO RUÍDO NO SISTEMA AUDITIVO
De acordo com KATZ 1989, o estímulo sonoro intenso e prolongado dos
ambientes profissionais afeta o suprimento sanguíneo da estria vascular e, em
consequência, reduz o suprimento de oxigênio para o órgão de Corti. A cóclea, sendo
muito sensível à deficiência de oxigênio, acarreta, assim, alterações capilares,
traduzidas por empilhamento de hemácias, edema do endotélio e reações
do fluxo sanguíneo e consequente aumento da viscosidade sanguínea, com evidente
prejuízo às células ciliadas de forma irreversível.
Inicialmente, os portadores de PAIR não costumam queixar-se de perda auditiva.
Mais frequentemente, eles se queixam de dificuldades para entender a fala, em
ambientes ruidosos. À medida que esta lesão auditiva avança em direção às
freqüências mais baixas, o paciente sente dificuldade na discriminação auditiva de
palavras, resultando em um isolamento do indivíduo. Este passa a apresentar
dificuldades nas interações familiares, no trabalho e no lazer (SELIGMAN, 1997).
O ruído causa um processo degenerativo que tem início nas células ciliadas
externas e mais tarde nas células ciliadas internas e as células de suporte. As lesões
nas células ciliadas são descritas como o desalinhamento, fusão ou desaparecimento
dos cílios, a formação de cílios gigantes, mais longos e espessos, e a deformação das
placas cuticulares. Uma lesão que envolva somente células ciliadas externas será
muito menos evidente, uma vez que só no caso de extensiva lesão das células
ciliadas internas virá ocorrer uma substancial degeneração de fibras nervosas. Isso
ocorre porque 95% dos neurônios do VIII nervo craniano (16, 29, 22) se comunicam
com as células ciliadas internas. É muito provável que quando as células ciliadas
externas são atingidas, o feedback que elas realizam no órgão de Corti, no que se
refere ao funcionamento da transmissão do som, estará afetado. A mudança dessa
performance pode aumentar a suscetibilidade das células ciliadas externas e das
estruturas que a cercam, a lesão por hiperestimulação. (SANTOS, 1999).
CRUZ e COSTA (1989) referem que a lesão induzida pelo ruído divide-se em
duas fases: inicialmente ocorre um aumento da atividade metabólica das células
ciliadas sensoriais que acarreta uma exaustão enzimática provocando uma
disfunção metabólica do que as células ciliadas internas e sua disfunção nesta fase
proporciona uma elevação reversível do limiar auditivo tonal, chamada de alteração
temporária do limiar (TTS – Temporary Threshold Shift). Em seguida, com a
manutenção da exposição ao ruído e consequente distúrbio metabólico prolongado,
ocorrerá morte celular com perda auditiva definitiva (PTS – Permannet Threshold
Shift). Um fato relevante na identificação do problema é que a audiometria tonal pode não se mostrar eficaz na detecção das lesões histopatológicas inicias.
LASMAR (1997) relata que a manifestação do distúrbio auditivo pela exposição
ao ruído, inicialmente, provoca fadiga auditiva, produzindo uma perda auditiva
temporária, dando a sensação de audição abafada. Em seguida, permanecendo a
exposição ao ruído, ocorre perda permanente do limiar (PTS – Permanent Threshold
Shift) ou NIPTS – Noise Induced Permanet Threshold Shift), podendo ser agravada pela perda temporária do limiar (TTS). O tempo de exposição e o nível de ruído
ambiental estão intimamente relacionados a perda auditiva. Quanto maior a
intensidade do ruído e o tempo de exposição, maior será a probabilidade de lesão
auditiva. O perfil audiométrico nem sempre tem as mesmas características, as
publicações de maneira geral citam um entalhe nas frequências agudas e há autores
que falam na predileção do ouvido esquerdo para início dessa lesão.
4.3 PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO – PAIR
A perda auditiva induzida por ruído é uma condição específica com sintomas
estabelecidos e objetivos encontrados. O Bureau Americano de Estatísticas do
Trabalho identificou a PAIR como uma condição principal relacionada ao trabalho
(Bureau of Labor Statistics, 2002).
Níveis de pressão sonora elevados como as alterações dos limiares auditivos, do tipo sensorioneural, decorrente da exposição ocupacional sistemática a níveis de pressão sonora elevados. Tem como características principais a irreversibilidade e a progressão gradual com o tempo de exposição ao risco. A sua história natural mostra, inicialmente, o acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz. As frequências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para serem afetadas. Uma vez cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva (Brasil, 1998).
Segundo NULDELMAN (2001), a PAIR é uma patologia de caráter insidioso,
cujos sinais e alertas são graduais, que vai progredindo no decorrer dos anos de
exposição, e é em geral associada ao ambiente de trabalho. Ao longo de semanas,
meses ou poucos anos de exposição, começa a ser detectado através da
audiometria, na frequência de 4000 Hz, uma perda auditiva. A faixa de frequência
abrange de 3 a 6 kHz. A PAIR é neurossensorial devido às lesões causadas às
células ciliadas. Bilateral, não necessariamente simétrica. Uma vez instalada é
irreversível.
A incidência e o grau da PAIR podem variar entre grupos expostos a níveis
correspondentes de ruído. A causa dessa variabilidade não é totalmente
compreendida, mas acredita-se que possa ser multifatorial. Alguns desses fatores
são: idade, sexo, raça e estado geral de saúde, tais como pressão sanguínea e uso
4.4 HIDROCARBONETOS DERIVADOS DO PETRÓLEO
Para FELTRE (2005), entende-se como hidrocarbonetos compostos
químicos constituídos apenas por átomos de carbono (C) e hidrogênios (H), aos quais
podem se aderir aos átomos de oxigênio (O), azoto ou nitrogênio (N) e enxofre (S)
dando origem a diferentes compostos de outros grupos funcionais, é ainda, uma
substancia fóssil que se encontra em jazigos subterrâneos. Este termo refere-se
basicamente ao petróleo em todas as suas manifestações, inclusive o petróleo cru,
óleo combustível, os lodos, resíduos petrolíferos e os produtos de refinamento.
Os hidrocarbonetos constituem a maior parte do petróleo, sendo que o efeito
destes sobre a fauna e a flora depende em grande parte da sua composição química,
que é muito variável. Hidrocarbonetos saturados de elevados e baixos pontos de
ebulição e hidrocarbonetos aromáticos estão presentes nos diversos tipos de óleo cru
com características químicas, biológicas e toxicológicas bastante semelhantes
(McNAUGHTON et al., 1984).
Hidrocarbonetos aromáticos de baixo ponto de ebulição incluem produtos como
o benzeno, o tolueno e o xileno, muito tóxicos para os seres vivos. Estes
hidrocarbonetos poliaromáticos específicos, constituem um importante volume da
produção de petróleo nas refinarias, compondo derivados de importância econômica e
social como a gasolina (TIBURTIUS et AL., 2004).
Os tipos de hidrocarbonetos derivados do petróleo são inúmeros, porem será
enfatizado somente aqueles que são de maior interesse a este estudo, que são os
encontrados através da extração de uma rocha sedimentar chamada xisto que
contém querogênio, e quando pirolisada em alta temperatura liberam óleo e gás.
- Óleos Combustíveis: O óleo combustível derivado de petróleo, também
remanescente da destilação das frações do petróleo, designadas de modo geral como
frações pesadas, obtidas em vários processos de refino. A composição bastante
complexa dos óleos combustíveis depende não só do petróleo que os originou, como
também do tipo de processo e misturas que sofreram nas refinarias, de modo que
pode-se atender as várias exigências do mercado consumidor numa ampla faixa de
viscosidade. São largamente utilizados na indústria moderna para aquecimento de
fornos e caldeiras, ou em motores de combustão interna para geração de calor (diesel
e querosene).
- Gás Liquefeito ou GLP: também chamado de gás liquefeito de petróleo (GLP),
é uma mistura de gases de hidrocarbonetos utilizado como combustível em
aplicações de aquecimento (como em fogões) e veículos. O GPL é a mistura de
gases condensáveis presentes no gás natural ou dissolvidos no petróleo. Os
componentes do GPL, embora à temperatura e pressão ambientais sejam gases, são
fáceis de condensar. Na prática, pode-se dizer que o GPL é uma mistura dos gases
propano e butano.
- Nafta: A nafta petroquímica é um líquido incolor, com faixa de destilação
próxima à da gasolina. Este derivado é utilizado como matéria-prima pelas
petroquímicas existentes o Brasil e que o processam obtendo como produtos
principais, eteno, propeno, butadieno e correntes aromáticas.
- Xileno: É um líquido incolor, derivado do petróleo ou da destilação do carvão.
É utilizado para tintas e borrachas e na produção de corantes, medicamentos e
agrotóxicos. É também um componente combustível da gasolina.
- Tolueno: É um hidrocarboneto aromático, líquido e incolor, com odor
característico, derivado do alcatrão da hulha e do petróleo, utilizado como solvente
como solvente industrial para borrachas e óleos e ainda na produção de outros
químicos. É largamente utilizado na indústria gráfica. É um dos componentes da cola
de sapateiro e da gasolina. Esta última corresponde a principal fonte de emissão
atmosférica e exposição da população em geral.
4.5 AÇÃO COMBINADA RUÍDO X PRODUTOS QUÍMICOS
Considera-se como agente tóxico todo e qualquer agente químico que,
induzido no organismo e absorvido, provoca efeitos nocivos ao sistema biológico
(intoxicação).
A intoxicação é um conjunto de sinais e sintomas que revelam o desequilíbrio
produzido pela interação do agente tóxico com o organismo, pode ser aguda,
sub-aguda, ou crônica, de acordo com a velocidade de ocorrência das seguintes fases.
No século XIX foi publicado que certas drogas como o quinino e o ácido salicílico
poderiam produzir mudança temporária no limiar auditivo, bem como tonteiras e
zumbidos (JOHNSON, 1993). Somente nos anos 40 (século XX), a ototoxicidade foi
reconhecida como um verdadeiro problema, quando se verificou lesão permanente do
órgão vestibular e coclear em vários pacientes tratados com estreptomicina, na
época, tida como a descoberta da cura da tuberculose (MARLOWE, 1978; MORATA
et al. 1995).
Agente ototóxico é definido como substância, químico ou droga que causa dano
funcional ou lesão celular na orelha interna, especialmente em nível da cóclea e/ou
canais semicirculares e VIII par craniano. Portanto, envolve um grupo muito mais
abrangente do que somente afecções iatrogênicas. Já os agentes neurotóxicos
alteram a função vestibular e/ou auditiva agindo primariamente nas vias auditivas
Para MORATA e cols (2010), uma vez que a exposição ao ruído é frequente na
maior parte dos setores ocupacionais, as desordens auditivas observadas entre os
trabalhadores são comumente atribuídas somente à exposição ao ruído, sem
considerar a possibilidade de efeitos de outros agentes. É evidente que isso não é
correto, porque os agentes químicos também podem estar implicados na perda
auditiva ligada às condições de trabalho.
Com relação ao tempo de exposição necessário para o desencadeamento da
perda auditiva, ainda há poucos estudos epidemiológicos. Alguns estudiosos afirmam
que indivíduos em contato com químicos ototóxicos poderiam passar a apresentar a
perda auditiva já a partir de dois ou três anos de exposição a estas substâncias,
enquanto que os expostos a ruído levariam de quatro a cinco anos. Um maior número
de frequências comprometidas ocorre em um período de cinco a sete anos,
diminuindo o índice de progressão da perda até os quinze anos, quando esta tende a
se estabilizar, desde que mantidas as condições de exposição e a ausência de outros
fatores causais. Entretanto, a exposição prolongada tanto a ruído quanto aos agentes
químicos não nos dá certeza de que ocorrerá perda auditiva ocupacional, pois além
de fatores ambientais, há fatores inerentes ao próprio indivíduo, como os genéticos,
idade, sexo, raça, além dos exógenos, ligados à agressividade do agente causador, a
forma e a intensidade de sua ocorrência, entre outros (BOTELHO et al., 2009).
Um estudo mais recente realizado na Polônia examinados 517 indivíduos, que
foram divididos em três grupos de trabalhadores não expostos, os trabalhadores
expostos a solventes orgânicos só, e os trabalhadores expostos a solventes orgânicos
e tanto ruído (Sliwinska-Kowalska et al., 2001). Os limiares auditivos foram
significativamente mais pobres em uma ampla gama de freqüências (kHz 1-8) para
referência. A média dos limiares auditivos nas frequências de 2-4 kHz eram mais
pobres para os trabalhadores expostos a solventes mais ruído do que para o solvente,
o único grupo, este achado sugere um efeito adicional de ruído. Os resultados
indicam que a exposição ocupacional a solventes orgânicos em concentrações
moderadas, aumenta o risco de perda auditiva, e os efeitos ototóxicos devem ser
considerados quando os efeitos na saúde dos trabalhadores expostos são
monitorados.
Sabe-se que os produtos químicos podem causar problemas tão ou mais sérios
que a perda auditiva. Em contraste, existem indicações de que essa perda auditiva
poderia ser uma das primeiras manifestações da intoxicação por produtos químicos e
ainda de que poderia ocorrer mesmo na ausência do ruído. Outro fato que merece
atenção seria a possibilidade dessa perda auditiva progredir mesmo após o término
da exposição ao agente químico (Campo, 2002; Fechter et al., 2002; Morata et al.,
1995).
A perda auditiva das substâncias químicas industriais pode ser muito
semelhante aquela observada em drogas ototóxicas como aminoglicosídeos e
cisplatina, bem como aquela relacionada ao ruído. Descritores em geral dessas
desordens são muito semelhantes: bilateral, simétrica, irreversível, perda auditiva
sensorioneural para altas freqüências (3 a 6 Khz), com lesão principalmente em
células ciliadas cocleares (Morata & Little, 2002).
A comparação entre as características das perdas auditivas por ruído e por
ototóxicos evidencia a dificuldade do diagnóstico diferencial e talvez possa justificar o
porquê deste assunto tão importante ter sido negligenciado por tantos anos. Não é
difícil compreender que a detecção de perda auditiva com estas características em
industriais, inclusive, as perdas auditivas causadas por químicos pode ser
numericamente mais relevante do que a causada por ruído (Bergstrom,1986; Morata
& Lemaster,1999).
Em uma refinaria de petróleo na Colômbia foram estudados os efeitos da
exposição ocupacional ao ruído e solventes na audição dos trabalhadores.
Verificou-se que a exposição simultânea a ruído e solventes estava associada à elevada
prevalência de perda auditiva em altas frequências, apesar das exposições a cada
agente encontrarem-se dentro dos limites permitidos. A pesquisa do reflexo acústico
sugeriu um comprometimento retrococlear. Este parece ser o primeiro estudo a
associar exposições comumente encontradas em setor petroquímico com perda
auditiva (Morata et al., 1997).
É comum que ambientes de trabalho possuam uma série de agentes físicos e
químicos que, combinados com estressores psicossociais e organizacionais, possam
representar riscos à saúde dos expostos. Estudos mostram que nas indústrias podem
ser encontrados vários agentes nocivos simultâneos, com uma média de 2,7 agentes
(Morata & Lemasters, 1995), sendo extremamente frequente a exposição simultânea
ao ruído e produtos químicos no ambiente de trabalho.
Segundo KLAASSEN (2001), os efeitos comumente utilizados para descrever
interações simultâneas são:
- Efeito Aditivo: ocorre quando o efeito combinado de dois produtos químicos
e/ou dois agentes é igual à soma dos efeitos dos dois agentes isoladamente.
Ex: (2+3= 5). Este é o efeito mais comumente observado, em geral.
- Efeito Sinérgico: Ocorre quando o efeito combinado de dois produtos químicos é
- Potencialização: ocorre quando uma das substâncias não tem efeito tóxico
em certo órgão ou sistema, porém quando adicionada a certo químico torna este
químico muito mais tóxico (0+2=10).
- Antagonismo: ocorre quando dois produtos químicos administrados juntos
interferem um com a ação do outro. Seria a redução do efeito de um fármaco causado
por outro. Ex: (4+6=8) ou (4+0=1). O efeito antagônico constitui a base de vários
antídotos. Seria a ação oposta de um fármaco em relação ao outro.
Em pesquisa mais recente comparando o estireno, não com outro solvente,
mas com o etanol, Loquet e cols., 2000 verificaram que o etanol não produz efeito
ototóxico, mas potencializa a ototoxidade do estireno. Os resultados eletrofisiológicos
obtidos de estudos com ratos Long-Evans mostrou que a exposição diária ao etanol
não produz perdas auditivas, e que a inalação do estireno causou uma modificação
no limiar permanente (PTS) na região de frequência média. A exposição combinada
do estireno e do metanol aumentou o valor do PTS, quando comparado ao estireno
sozinho e localizados em ambas as frequências média (37 dB a 16 kHz) e
média-baixa (12 dB a 4 kHz). Consequentemente, o etanol potencializou o efeito do estireno
(nas frequências de 2 a 24 kHz) na condição experimental utilizada. Com a análise
morfológica, apenas o estireno produziu dano ao órgão de Corti, onde a magnitude
cresceu de OHC1 para OHC3.
Os dados histológicos confirmam que o etanol potencializa os efeitos tóxicos do
estireno no órgão de Corti. Ambos os agentes agem na membrana da cóclea e ambos
agem no plasmalema, aumentando respectivamente a espessura e a fluidez das
membranas. Dado que o estireno é hepatotóxico e nefrotóxico, a potencialização dos
hepatotoxicidade e nefrotoxicidade do solvente, havendo modificações nos
metabólitos urinários através desta combinação (Loquet e cols., 2000).
4.6 EXAMES CONSIDERADOS
Os exames selecionados para a avaliação da presença ou não de possíveis
efeitos e/ou lesões auditivas devido a exposição simultânea ao ruído e
hidrocarbonetos derivados de petróleo foram audiometria tonal e emissões
otoacústicas.
4.6.1 Audiometria Tonal
As vibrações sonoras chegam à orelha interna através de duas vias de
condução: a aérea e a óssea. A transmissão por via aérea, corresponde ao som
captado pela orelha externa, encaminhada à membrana timpânica e transmitido à
cóclea pela cadeia ossicular. A transmissão por via óssea ocorre através de vibrações
dos ossos do crânio, fazem com que a base do estribo provoque movimentos
equivalentes na janela oval e, consequentemente, atingem diretamente os líquidos do
ouvido interno, estimulando os receptores do órgão de Corti.
A análise da transmissão aérea e da condução óssea em pessoas suspeitas de
surdez constitui a base da audiometria tonal e permite o diagnóstico da surdez e do
local da alteração (OLIVEIRA, 1997). Para tal utiliza-se um aparelho chamado
audiômetro.
Padronizou-se um gráfico de representação dos resultados, em coordenadas
cartesianas, no qual as ordenadas representam os níveis de intensidade, e as
Além de determinar o limiar auditivo, o audiograma permite estabelecer o
topodiagnóstico da perda auditiva. Alterações nas orelhas externa e média podem
diminuir a quantidade de energia sonora que atinge o ouvido interno, ocasionando
perda auditiva que é conhecida como condutiva.
Caso o comprometimento esteja localizado no órgão de Corti (orelha interna)
e/ou nervo acústico, temos uma perda auditiva sensorioneural ou neurossensorial.
Quando este comprometimento acontece simultaneamente nas orelhas média e
interna, é denominada perda auditiva mista.
A audiometria tonal é, sem dúvida, o teste mais importante de avaliação da
audição, de uso universal, padronizado, mas extremamente limitado (Costa, 1998).
4.6.2 Emissões Otoacústicas
GOLD (1948) pesquisou os processos físicos da cóclea e discordou da teoria
de um mecanismo coclear passivo, pois os resultados encontrados em sua pesquisa
não são compatíveis com uma cóclea passiva. O autor descreve que o processo de
ressonância dos elementos da cóclea podem ser mensurados. Sustentou também a
hipótese de regeneração através de ações de transdução eletromecânicas reversa,
energia acústica que pode ser detectada por instrumentos sensíveis. Este efeito
segundo o autor pode ser caracterizado como um microfonismo coclear por distorção
da membrana basilar, de Reissner ou por ações do nervo associado as células
ciliadas.
FENIMAN et al (1994), definem emissão otoacústica como sendo uma energia
de origem coclear que é transmitida por meio da cadeia ossicular até o meato
acústico externo, onde é mensurada. Sua natureza depende do tipo de estimulação. A
baseado na biodinâmica das células ciliadas externas. Sua presença é indicativa de
uma cóclea funcionalmente normal.
CARCINELLI (1997), em sua revisão bibliográfica, descreve que a origem das
emissões otoacústicas está relacionada à movimentação mecânica das células
ciliadas externas, que são controladas pelas vias eferentes auditivas do sistema
olivococlear. As EOA são liberações de energia provenientes da cóclea, transmitidas
por meio da cadeia ossicular, passando pela membrana timpânica até o conduto
auditivo externo. Esta liberação de energia acústica é uma propriedade biomecânica
da cóclea funcionante e saudável.
As células ciliadas externas são as primeiras estruturas da orelha interna a
serem lesadas por agentes externos. Portanto as EOA podem detectar sinais de
danos cocleares iniciais, podendo atuar de forma preventiva em relação aos agentes
ototóxicos (Lopes Filho & Carlos, 2002).
5. MÉTODOS
5.1 População e amostra
A população abordada foi de 63 indivíduos do sexo masculino e feminino, com
idade compreendida entre 18 e 60 anos, que trabalham expostos a ruído e
hidrocarbonetos no município Araucária/PR.
5.2 Procedimentos
Foram analisados os documentos das empresas Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO), Programa de Prevenção de Perdas Auditivas (PPPA) e prontuários da
clínica de fonoaudiologia da UTP dos quais foram extraídos dados de anamnese
contendo questões especificas sobre a audição do tipo semi-abertas. Além disso,
foram realizados exame de audiometria tonal e emissões otoacústicas por produto de
distorção, utilizando a classificação proposta na NR7 anexo II.
Os equipamentos utilizados foram:
- Audiômetro: Madsen Itera II da marca GNotometrics, calibrado em 11 de
novembro de 2009;
- Fones: Telephonics C343489 e Sennheiser HDA200;
- Cabine audiométrica: Vibrasom;
5.3 Análise dos dados
Este estudo é do tipo seccional. As variáveis analisadas serão tempo de
serviço, idade, exposição a hidrocarbonetos e ruído, relacionados com os perfis
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A amostra pesquisada descreve um total de 63 sujeitos de ambos os sexos,
apresentado em média
Na Tabela 1 observa-se a análise descritiva das variáveis sexo e idade
sendo esta com média de 46,3 em ambos os sexos e desvio padrão de 8,8.
Sendo Med a mediana populacional para cada gênero e F identificando
Feminino e M identificando Masculino, a hipótese testada foi:
H0: MedF = MedM
H1: MedF ≠ MedM
Ou seja:
H0: As medianas são iguais para ambas os gêneros
H1: As medianas são diferentes entre os gêneros
Pelo teste obtêm-se um P-Valor de 0,1673, maior que 0,05 e, portanto, não
há evidências para rejeitarmos a hipótese nula. Conclui-se, com um nível de
significância de 5%, que não há diferença entre as medianas de idade entre o sexo
masculino e o sexo feminino.
TABELA 1 – ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS: GÊNERO E IDADE (ANOS)
SEXO N MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO
PADRÃO
Feminino 4 36,2 23 53 15,1
Masculino 56 47,0 27 62 7,9
Feminino+Masculino 60 46,3 23 62 8,8
A Tabela 2 apresenta as estatísticas descritivas das variáveis gênero e
tempo de exposição com media de 18,7 e desvio padrão de 10,8 para ambos os
sexos.
Sendo Med a mediana populacional para cada gênero e F identificando
Feminino e M identificando Masculino, a hipótese testada foi:
H0: MedF = MedM
H1: MedF≠ MedM
Ou seja:
H0: As medianas são iguais para ambos os gêneros
H1: As medianas são diferentes entre os gêneros
Pelo teste obtem-se um P-Valor de 0,3572, maior que 0,05 e, portanto, não há
evidências para rejeitarmos a hipótese nula. Conclui-se, com um nível de
significância de 5%, que não há diferença entre as medianas de tempo de exposição
entre o sexo masculino e o sexo feminino.
TABELA 2 – ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DAS VARIÁVEIS: GÊNERO E TEMPO DE EXPOSIÇÃO (ANOS)
SEXO N MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO
PADRÃO
Feminino 4 13,5 0 29 14,7
Masculino 56 19,1 0 35 10,6
Feminino+Masculino 60 18,7 0 35 10,8
A Tabela 3 a seguir resume a estatística descritiva dos limiares auditivos por
frequência Para testar se houve diferenças significativas entre as diversas
frequências para cada ouvido foi utilizada a análise de variância, ou ANOVA, que
testa variáveis com múltiplos níveis.
A hipótese testada foi:
H0: As médias são iguais para todas as frequências e ambos ouvidos
H1: A média é diferente para pelo menos uma frequência de algum ouvido
Pela tabela obtem-se um P-Valor de 0,0000, menor que 0,05 e, portanto, há
evidências para rejeitarmos a hipótese nula. Conclui-se, com um nível de
significância de 5%, que existe pelo menos uma frequência de algum ouvido que
difere das demais.
Para verificar as diferenças significativas entre as diversas frequências
utilizou-se o teste de Tukey. Na tabela abaixo cada letras iguais após a média
TABELA 3 – ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS DOS LIMIARES AUDITIVOS POR FREQUÊNCIA
ORELHA E FREQÜÊNCIA
(kHz)
N MÉDIA MÍNIMO MÁXIMO DESVIO
PADRÃO OD 0.25 60 13,6 -10 55 8,3 OD 0.5 60 13,5 -10 55 10,1 OD 1 60 14,6 -10 65 12,9 OD 2 60 12,7 -10 55 14,2 OD 3 60 19,9 -10 70 16,4 OD 4 60 27,8 -10 75 18,0 OD 6 60 33,1 -10 80 18,7 OD 8 60 29,5 0 75 18,0 OE 0.25 60 17,2 5 90 16,5 OE 0.5 60 17,8 0 95 17,7 OE 1 60 18,7 0 100 20,3 OE 2 60 18,5 0 100 20,6 OE 3 60 26,9 0 105 21,1 OE 4 60 34,8 5 110 20,6 OE 6 60 37,3 0 110 22,4 OE 8 60 33,9 0 90 21,6 Fonte: O Autor
Nos gráficos 1 e 2 apresenta as medias dos limiares auditivos mínimo e
máximo por frequência na orelha direita e esquerda. É possível observar a diferença
dos valores das médias dos limiares, no geral quanto maior a frequência maior o
valor da média. Nota-se também que a variação dos dados aumenta, pois o mínimo
continua com valores próximos de zero enquanto o máximo sofre um aumento
(aumenta a amplitude dos dados).
Fazendo-se uma análise de correlação utilizando as médias de cada
frequência verifica-se que há uma relação entre a frequência e o limiar auditivo. Na
tabela abaixo o P-valor e 0,002, menor que 0,05, indica que há uma correlação
significativa entre as variáveis. O coeficiente de correlação confirma o resultado pois
GRÁFICO 1- MÉDIA, MÍNIMO E MÁXIMO DOS LIMIARES DA ORELHA DIREITA -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B )
Média Mínimo Máximo
Fonte: O Autor
GRÁFICO 2- MÉDIA, MÍNIMO E MÁXIMO DOS LIMIARES DA ORELHA ESQUERDA 0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0 120,0 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B )
Média Mínimo Máximo Fonte: O Autor
Os gráficos 3 e 4 mostram as medias dos limiares auditivos, por frequência
para os grupos dos funcionários com laudos de normal e alterado nas orelhas direita e
esquerda, observando-se que todos os valores para o grupo normal estão melhores
que dos valores do grupo alterado. Também quanto maior a frequência maior a
diferença entre os grupos normal e alterado.
A análise de correlação realizada para confirmar que a diferença aumenta
quando a frequência aumenta esta descrita na tabela abaixo. O P-valor é 0,0031,
menor que 0,05, indicando que há uma correlação significativa entre as variáveis. O
coeficiente de correlação confirma o resultado pois está acima do valor crítico de
0,707.
Resultado semelhante observa-se na orelha esquerda.
GRÁFICO 3 – MÉDIAS DOS LIMIARES AUDITIVOS, POR FREQUÊNCIA PARA OS GRUPOS NORMAL E ALTERADO – ORELHA DIREITA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B ) Normal Alterado Fonte: O Autor
GRÁFICO 4 – MÉDIAS DOS LIMIARES AUDITIVOS, POR FREQUÊNCIA PARA OS GRUPOS NORMAL E ALTERADO – ORELHA ESQUERDA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B ) Normal Alterado Fonte: O Autor
Já os gráficos 5 e 6 descrevem a média das amplitudes (2dp) dos grupos
normal e alterado em orelha direita e esquerda. Observa que na orelha direita o
grupo alterado mostrou-se mais significante em algumas frequências do que o grupo
normal. Já em relação a orelha esquerda a media das amplitudes apresentou o
GRÁFICO 5 – MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DOS GRUPOS NORMAL E ALTERADO – ORELHA DIREITA
-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p lit u d e s Normal Alterado Fonte: O Autor
GRÁFICO 6 – MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DOS GRUPOS NORMAL E ALTERADO – ORELHA ESQUERDA
-5 -4,5 -4 -3,5 -3 -2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p li tu d e s Normal Alterado Fonte: O Autor
Os gráficos 7 e 8 exibem a média das amplitudes (2dp) de acordo com a
idade nas orelhas direita e esquerda, notando-se que em OD e OE na faixa etária do
grupo de menos 30 anos a média dessas amplitudes apresenta presença
significativa na frequência de 2001 KHz.
GRÁFICO 7 – MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DE ACORDO COM AS IDADES – ORELHA DIREITA -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p li tu d e
Menos de 30 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais Fonte: O Autor
GRÁFICO 8 – MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DE ACORDO COM AS IDADES – ORELHA ESQUERDA -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p li tu d e
Menos de 30 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais Fonte: O Autor
Os gráficos 9 e 10 descrevem a média dos limiares auditivos, por frequência
de acordo com a idade. Na OD o grupo com menos de 30 anos e o grupo com faixa
etária compreendida de 30 a 39 anos apresentou limiares auditivos dentro da
normalidade. Já o grupo de 40 a 49 apresenta piora dos limiares a partir das
frequências de 6 e 8 Khz, o grupo de 50 anos ou mais mostra significativa piora dos
limiares a partir de 4 KHZ.
Com relação a orelha esquerda podemos observar que o grupo de 30 a 39
anos já apresenta piora significativa do limiar a partir da frequência de 3 Khz, o
GRÁFICO 9 – MÉDIA DOS LIMIARES AUDITIVOS, POR FREQUÊNCIA DE ACORDO COM A IDADE – ORELHA DIREITA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Frequências (Hz) L im ia re s ( d B )
Menos de 30 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais Fonte: O Autor
GRÁFICO 10 – MÉDIA DOS LIMIARES AUDITIVOS, POR FREQUÊNCIA DE ACORDO COM A IDADE – ORELHA ESQUERDA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Frequências (Hz) L im ia re s ( d B )
Menos de 30 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 anos ou mais Fonte: O Autor
A Tabela 4 ilustra a média dos limiares auditivos de acordo com a idade
indicando que há uma diferença significativa entre as faixas etárias. No grupo com
idade menor que 30 anos observa-se em OD e OE principalmente nas frequências
de 6 e 8 Khz que a média dos limiares apresentam-se rebaixados. No grupo que se
refere a idade compreendida entre 30 e 39 anos percebe-se que em OD e OE as
frequências de 4 e 6 Khz apresentam rebaixamento. O grupo de 40 a 40 anos e 50
anos ou mais apresentam piora nas médias dos limiares a partir da frequência de 4
Khz bilateralmente.
TABELA 4 – MÉDIAS DOS LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM AS IDADES
ORELHA E FREQÜÊNCIA (kHz) MENOS DE 30 ANOS 30 A 39 ANOS 40 A 49 ANOS 50 ANOS OU MAIS OD 0.25 12,5 10,0 17,7 13,0 OD 0.5 17,5 8,6 15,7 13,7 OD 1 12,5 7,3 16,3 16,7 OD 2 15,0 3,6 11,0 16,5 OD 3 11,3 16,4 12,7 26,0 OD 4 13,8 25,5 20,0 34,3 OD 6 26,3 23,2 29,7 39,3 OD 8 26,3 12,3 27,7 37,2 OE 0.25 11,3 17,7 21,3 15,7 OE 0.5 13,8 17,7 21,7 16,5 OE 1 13,8 17,7 21,3 18,3 OE 2 16,3 15,0 20,3 19,2 OE 3 18,8 29,5 24,0 28,5 OE 4 21,3 40,0 34,7 34,7 OE 6 31,3 38,6 39,0 36,7 OE 8 27,5 26,8 34,7 37,0 Fonte: O Autor
Os gráfico 11 e 12 abaixo nos mostram os limiares auditivos dos
funcionários de acordo com o tempo de exposição em ambas as orelhas.
Na orelha direita observamos que até 10 anos e de 11 a 20 anos de
padrões de normalidade, porém quando este tempo de exposição ultrapassa os 20
anos percebe-se que estes limiares pioram a partir da frequência de 3 Khz.
O mesmo aplica-se a orelha esquerda.
GRÁFICO 11 – LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO – ORELHA DIREITA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B )
Até 10 anos 11 a 20 anos Mais de 20 anos Fonte: O Autor
GRÁFICO 12 – LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO – ORELHA ESQUERDA
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 0.25 0.5 1 2 3 4 6 8 Freqüências (kHz) L im ia re s ( d B )
Até 10 anos 11 a 20 anos Mais de 20 anos Fonte: O Autor
A Tabela 5 apresenta a média dos limiares auditivos de acordo com o tempo
de exposição. Aplicando uma analise de variância, ANOVA, para verificação se
existe diferenças entre as diversas faixas etárias obteve-se um p-valor de.0,0153,
menor que menor que 0,05, indicando que há uma diferença significativa entre os
tempos de exposição.
Podemos afirmar então que com o aumento do tempo de exposição a média
dos limiares em ambas as orelhas tendem a apresentar uma piora significativa,
principalmente quando este tempo de exposição é superior a 20 anos, inicialmente
as frequências agudas são as mais atingidas, com a continuidade de exposição, as
Fonte: O Autor
TABELA 5 – MÉDIAS DOS LIMIARES AUDITIVOS DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO
ORELHA E FREQÜÊNCIA (kHz)
ATÉ 10 ANOS 11 A 20 ANOS MAIS DE 20
ANOS OD 0.25 14,4 12,0 13,6 OD 0.5 13,2 11,0 14,4 OD 1 12,1 10,5 17,1 OD 2 9,4 7,5 15,9 OD 3 15,9 15,5 23,3 OD 4 23,2 24,0 31,2 OD 6 26,2 27,0 38,5 OD 8 21,2 21,5 36,2 OE 0.25 19,7 19,5 15,2 OE 0.5 20,0 19,0 16,4 OE 1 18,2 19,5 18,6 OE 2 18,5 19,0 18,3 OE 3 27,9 26,5 26,5 OE 4 37,6 33,0 33,8 OE 6 43,5 32,5 35,5 OE 8 33,8 29,0 35,5 Fonte: O Autor
Os gráficos 13 e 14 mostram a média das amplitudes (2dp) por frequência
de acordo com o tempo de exposição. Nota-se que existe uma diferença expressiva
com o tempo de exposição apresenta um rebaixamento nas frequências de 2002
KHz com tempo de exposição até 10 anos e na frequência de 2515 KHz com o
tempo de exposição de mais de 20 anos. Já em relação a OE, praticamente em
todas as frequências a média das amplitudes apresenta-se rebaixada nos grupos
expostos até 10 anos, de 10 a 20 anos e com mais de 20 de exposição.
GRÁFICO 13 - MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO – ORELHA DIREITA
-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p li tu d e s
Até 10 anos 11 a 20 anos Mais de 20 anos Fonte: O Autor
GRÁFICO 14 - MÉDIAS DAS AMPLITUDES (2 DP) DE ACORDO COM O TEMPO DE EXPOSIÇÃO – ORELHA ESQUERDA
-6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1001 1587 2002 2515 3174 4004 5042 6348 Frequências (Hz) A m p lit u d e s
Até 10 anos 11 a 20 anos Mais de 20 anos
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa demonstra, na população estudada, a importância do risco auditivo
na combinação simultânea ruído e químico. As práticas atuais para a prevenção da
audição não levam em conta o risco potencial para a audição proveniente da
exposição química no local de trabalho. Apesar da evidência do risco, existe pouca
atenção na comunidade audiológica para os riscos dos agentes químicos ambientais.
O argumento mais forte para a investigação da ototoxidade de indústrias
químicas é ainda, infelizmente, a alta ocorrência de perda auditiva ligada ao trabalho
em países industrializados. Considerando o número de agentes químicos que são
utilizados no ambiente de trabalho e as combinações de exposição possíveis, é
necessário que clínicos e pesquisadores cada vez mais se envolvam no esforço de
melhor avaliar e prevenir os danos deletérios à audição causados pelas exposições a
agentes químicos.
Isso reforça a necessidade de inclusão dos trabalhadores expostos a produtos
químicos, no gerenciamento audiométrico, assim como mais estudos na área, para
que seja possível estabelecer protocolos de avaliação audiológica que contemplem os
riscos combinados e seus efeitos. É importante que os Programas de Conservação
Auditiva (PCA) levem em consideração estes fatores, afim de que seja possível
8. BIBLIOGRAFIA
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