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Os instrumentos jurídicos da Casa de Correção em relação aos africanos livres. Gustavo Pinto de Sousa 1

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Academic year: 2021

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1 Os instrumentos jurídicos da Casa de Correção em relação aos africanos livres Gustavo Pinto de Sousa1 Resumo:

O presente trabalho tem como escopo discutir os instrumentos jurídicos criados a partir da administração das obras da Casa de Correção, em relação aos africanos livres. Apresentando seu ordenamento e disciplinamento na hierarquia da obra. Para problematizar a questão da disciplina iluminamos a documentação relativa da esfera estatal, tais como: atos do legislativo, executivo e os relatórios ministeriais. Em linhas gerais, o texto que será apresentado busca entender como os africanos livres se inseriam no processo de construção da prisão correcional e qual o sentido político concatenado na sua frágil condição jurídica. Apresentamos, portanto, como a Casa de Correção no período entre 1834 a 1850 procurou controlar, vigiar e fiscalizar os africanos livres como sujeitos e sujeitados ao trabalho.

Palavras-chaves: africanos livres, Casa de Correção, produção jurídica. Abstract:

The present work has as scope to discuss the legal instruments created from the administration the works of the House of Correction, for free Africans. Presenting your order and discipline in hierarchy of the work. To discuss the issue of discipline illuminate the documentation on the ball state, such as acts of legislative, executive and ministerial reports. In general, the text will be presented seeks to understand how the free africans are engaged in the construction of prison corrections and wich the political sense in their concatenated weak legal status. We present, therefore, as the House of Correction in the period from 1834 to 1850 sought manage, monitor and supervise the free africans as subjects and subjected to work.]

Keywords: free Africans, House of Correction, production legal

1 Atualmente é mestrando em História pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado

do Rio de Janeiro. Bolsista Capes. Pesquisador associado do Laboratório de Estudo das Diferenças e Desigualdades Socais (LEDDES).

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2 “vestil-os e tratal-os com toda a humanidade.” 2

A Casa de Correção era o ponto de recepção dos africanos livres para as terras do Brasil. Na antiga chácara no arrabalde do Catumbi projetava-se a construção de uma prisão correcional. O lugar da futura Casa de Correção era farta em água e pedras. Assim, a área era abastecida de materiais essenciais utilizados para construção da prisão correcional. O Governo explorava o espaço ambiental para aliviar os cofres públicos da compra de pedras e carroças d’água.

Após serem beneficiados com a lei de 07 de novembro de 1831, os africanos livres eram dirigidos para o depósito da Casa de Correção, de onde ocorria sua distribuição. Apelidado por Jorge Prata de Sousa como “novo Valongo”. Nessa localidade, os desembarcados do ilícito comércio tinham suas vidas traçadas. Após ser negado o retorno para África, como pressupunha a legislação, os africanos livres tinham duas opções de destino. Eram arrematados para particulares como uma espécie de “prêmio”. Na opinião de Beatriz Mamigonian, a doação de africanos livres representava uma benesse que o Governo imperial dava a elite política da época. Essa permissão para a arrematação de africanos livres fortalecia o prestígio do grupo dirigente no processo de construção do Estado nacional. E quanto maior, o número de africanos livres o proprietário angariava, mais importância política, econômica e social teria esse cidadão. Outra possibilidade ainda era a nomeação dos africanos livres para trabalharem nas obras públicas do Império. E, como uma obra pública, a futura Casa de Correção reuniu boa parcela dos africanos livres para a construção da prisão. O que se pode inferir através dos relatórios ministeriais é que a distribuição dos africanos livres trabalhando nas obras variava entre 83 a 162 almas.

Antes de qualquer coisa, é preciso destacar que o escopo do trabalho não é quantificar a gama dos africanos livres na Casa de Correção. A documentação consultada não permite

2 Aperj CLB34 códice 348.81 – N 239 – Justiça – Em 27 de agosto de 1834. Artigo 2° das Instruções do emprego dos

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3 uma exatidão dos números, pois muito dos dados foram perdidos. A partir do conjunto numérico oferecido nos relatórios ministeriais nota-se que os números mencionavam o quantitativo de africanos em cada ano acima. Os ministros da justiça trabalhavam com o somatório geral, sem fazer distinção entre homens, mulheres e crianças. No entanto, pelos relatórios é possível destacar que no período das obras existiam crianças e mulheres. Essa coexistência ganha respaldo quando se cruza a documentação. A produção político-jurídica era estimulada pelo fator familiar. O Governo para resguardar suas receitas decretava atos executivos para que os africanos livres arcassem com o sustento de seus familiares. As comedorias e a cura das moléstias na enfermaria eram debitadas nos salários dos africanos livres. Numa analogia ao trabalhador livre assalariado. Construía-se assim, o pano de fundo de uma fictícia sociedade de trabalho livre.

Nas instruções que acompanhavam a arrematação dos africanos livres, o Ministério dos Negócios da Justiça destacava que os africanos livres deveriam ser tratados com “toda humanidade em prol dos hábitos da civilização”. Humanizar e civilizar eram termos recorrentes nos textos judiciais, executivos e legislativos da época. Segundo os textos políticos, os africanos não poderiam ser maltratados nas terras do Império. Sua conduta era resguardada por uma legislação, que deveriam ser executada. Os enunciados discursivos de humanidade e civilização eram os benefícios, que os iluminados brasileiros poderiam oferecer aos negros salvos do espectro da escravidão. No entanto, essas duas palavras precisam ser analisadas no campo da produção de um saber jurídico, que condiciona a normatização das ações cotidianas. A produção jurídica sobre a Casa de Correção projetava uma atmosfera de civilização, humanidade e “progresso”, na qual a prisão correcional traria ao Império do Brasil. Sendo assim, é preciso contextualizar o lugar da produção histórica do sentido de humanidade e civilização em relação aos africanos livres. A indagação para questão é: “como eram produzidos os sentido da humanidade e civilização?” Não se pode esquecer, que a legislação brasileira, em relação aos escravos, nada tinha de humanitária. E muito menos civilizacional. Primeiro, que o Código Criminal, aprovado em 16 de dezembro de 1830, determinava em relação aos escravos a punição através de açoites e as galés. Tomando como exemplo o artigo 60° do Código:

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“Se o rêo for escravo, e incorrer em pena, que não seja a capital, ou de galés, será condenmado na de açoutes, e depois de os soffrer, será entregue a seu senhor, que se obrigará a trazel-o com um ferro, pelo tempo, e maneira que o Juiz designar. O numero de açoutes será fixado na sentença; e o escravo não poderá levar por dia mais de cincoenta.”(APERJ,

códice 348.81)

Antes de analisar o artigo, é oportuno pensar a situação do escravo e dos africanos livres. O Código Criminal de 1830 faz alusão somente aos escravos, pois já era um extrato social presente na sociedade. Já os africanos livres não eram mencionados, pois juridicamente sua condição nas terras do Império só passou a existir depois de 1831. No entanto, o sistema jurídico brasileiro apresenta uma visão diferenciada para punir as almas de cor. O açoite, o ferro e o sofrimento eram o que rodeavam na maioria das vezes a vida dos negros no Brasil. A humanidade e a civilização criada para os negros tinha outro sentido.

Para agravar o sistema punitivo em relação aos escravos, o incidente da Revolta de Malês enrijeceu a punição com os escravos. Sendo aprovada em 10 de junho de 1835 a pena de morte para escravos revoltosos. A legislação brasileira apresentava mais punição e represália aos escravos do que horizontes de humanidade. Mas a produção jurídica da Casa de Correção teria que comportar a situação dos africanos livres. Uma vez, que após a apreensão eles eram enviados para o depósito Casa.

Para gerenciar as obras da Casa de Correção, o Ministério da Justiça resolveu por bem aprovar um regulamento, que operacionalizava a administração geral e os trabalhadores gerais da obra. No regulamento para a inspeção, administração e fiscalização eram discriminadas as atribuições das seguintes hierarquias: Comissão Inspetora, Tesoureiro, Administrador, Escrivão, Arrecador, Apontador e do Mestre. Todavia, o regulamento não traz um título específico para o tratamento com os africanos livres. No entanto, sua vigilância estava distribuída pela funcionalidade e hierarquia no regulamento.(AN: IIIJ7-138)

Na estrutura burocrática da Casa, os africanos livres eram controlados e vigiados pelo Administrador e Apontador. No que tange ao Administrador, ele deveria não só inspecionar a assiduidade e o rendimento dos africanos, assim como, determinava as “penas disciplinares”. Cabia, ao Apontador a gerência das atividades cotidianas, tais como organizar a disponibilidade dos africanos para o trabalho, distribuição de alimentos e as faltas cometidas. Já as disposições gerais indicavam o registro dos africanos livres da Casa de Correção, que segue o modelo instituído a partir do detalhamento dos sinais físicos e psicológicos. Tal

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5 hierarquização da rede burocrática das obras tinha como sentido a ampla fiscalização e controle dos agentes envolvidos na construção. Além de que, o Governo Imperial remetia mensalmente requerimentos solicitando ao Administrador o parecer do andamento das obras. A intensa vigilância sobre a execução da obra do “panóptico na corte” era um mecanismo para o Governo justificar na Assembléia Legislativa os gastos realizados com a construção.

A planta da Casa de Correção determinava que a prisão modelo da Corte possuiria, inicialmente, quatro edifícios ou torres. Pelo projeto, as torres abrigariam as celas dos apenados, que estariam lá para reabilitação social. E no centro dos quatro edifícios estaria localizada a torre central. Dessa parte da prisão, o diretor geral da Casa de Correção deveria ter ampla vigilância sobre os presos. A idéia de introspecção da culpa e da constante vigilância seria instalada como pressupunha Bentham. O apenado tinha a consciência de uma vigilância constante, irrestrita e psicológica. E o diretor geral na operação dos dispositivos e mecanismo que davam sentido ao “Grande Olho”. O modelo de Jeremy Bentham não só criava corpos domesticados, assim como inseria a preocupação e o medo nos apenados. Para atestar a tese de Marco Morel, na documentação da Casa de Correção encontra-se na íntegra o modelo de vigilância esboçado por Bentham. Por uma engenharia da prisão, o utilitarista Bentham escreveu 21 cartas de como aplicar as idéias de reforma de delinqüência e construção de modelos úteis com eficácia (BENTHAM, 2000:13). Para ele a estrutura controlada e controladora tinha como ímpeto formar homens proveitosos e vantajosos ao Estado. Dizia Michel Foucault, ao iluminar as qualidades do modelo de Bentham, o panóptico funcionava como um “laboratório de poder”.(FOUCAULT, 1987:169)

A planta apresentada para construção da Casa de Correção tinha todos os aparatos estudados por Bentham. Os engenheiros brasileiros não pouparam esforços para implantar o modelo de introspecção da vigilância. A planta da Casa de Correção mostrava como deveriam ser distribuídas as edificações da nova prisão da Corte. Sua estrutura em formato estrelar concedia o diretor como agente da vigilância e os apenados como sujeitados ao seu olhar. O projeto concebia várias distribuições dos espaços para facilitar o controle e a fiscalização. Encontra-se desde a arquitetura para os administradores à entrada dos escravos. Sua lógica perpassa pelo formato de uma geografia do poder. Pois, além do diretor vigilante, os apenados entre si eram fiscais. Uma vigilância pelo olhar, numa sensação de que os cubículos são

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6 organizados para os presos se vigiar e serem vigiados. Sua experiência para construção teve influência nas work houses na Inglaterra do século XVIII.

O modelo de Bentham atentou-se para cada espaço que deveria ser construído para o bom funcionamento da vigilância. Foucault ao estudar a arquitetura de Bentham foi além ao afirmar que tal modelo não era apenas uma estrutura de concreto. Para ele, Bentham desenhara era um instrumento de docilidade e domesticação dos corpos. O Grande Olho segundo Foucault era um mecanismo de disciplinação. Uma disciplina que rege e orienta o tempo, os sujeitos e os sujeitados. O panóptico compromete aquele que é descomprometido. A disciplina condiciona sujeitos à ordem, ela interpenetra as ações dos sujeitos. Não é uma camisa de força, mas sim o reconhecimento da legitimidade e do sentido da ordem na feitura do trabalho. No o dispositivo do panóptico funciona controle, vigilância, fiscalização e ordenamento. No entanto, como foi à implantação das discussões dos mecanismos do panóptico na Casa de Correção da Corte? O que foi construído a partir das orientações de Bentham?

Para responder a questão, a historiadora Marilene Antunes Sant’anna mostra que nos anos antecedentes a inauguração das obras da Casa de Correção uma série de críticas foram levantadas sobre a morosidade das obras. Eusébio de Queiroz, por exemplo, mandou reduzir as edificações da nova prisão em 1849. Ele alegava que os custos estavam elevados para o Tesouro Público. Sua preocupação era que uma obra que já durava quinze anos ainda não tinha sido levada a cabo. Era preciso inaugurar a prisão e obter lucro com ela. Dessa forma, o projeto inicial de um panóptico na Corte não foi construído na íntegra. Como diz Sant’anna na data da inauguração da Casa de Correção não aconteceu nenhuma festividade que marcasse o funcionamento da prisão correcional. O início do funcionamento da Casa de Correção foi atestado através da publicação do seu Regulamento em 6 de julho de 1850. Segundo o relatório ministerial da Justiça em 1850, na ocasião da inauguração existiam 60 apenados. E funcionavam quatro oficinas, a saber: carpinteiros e marceneiros, sapateiros, alfaiates e encadernadores. Além disso, existia a produção de chapéus de palha.

O Regulamento da Casa de Correção, assinado por Eusébio de Queiroz Coitinho Mattoso Camara, era composto por 168 artigos. O Regulamento dava normas ao comportamento do apenado, que se subdividiam em: correcionais e criminais. Além disso,

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7 estipulava a carga horário de trabalho e repouso para os presos. Condicionava os requisitos para formação de turmas nas oficinas e o número de presos em cada uma. Estabelecia as formas de punição em caso de mau comportamento. Lançando penas disciplinares desde ao trabalho solitário aos ferros. Determinava o vestuário e a alimentação dos presos. Em relação ao vestuário, utilizava-se a padronização dos uniformes. Seu croqui era calça e jaqueta de algodão trançado azul, camisa branca de algodão liso, barrete de lã redondo, sapatos grossos, e cinturão de vaqueta encerada. No inverno, os apenados ganhavam camisa de lã grossa. Sua alimentação dividia-se em almoço, jantar e ceia. O regimento interno também privilegiava o tratamento com os enfermos e o funcionamento da enfermaria. Estabelecia-se o destino para os produtos oriundos das oficinas.Os produtos do trabalho dos apenados era um canal para custear as necessidades dos presos e da Casa. E muitos casos, o Governo Imperial vendo a lucratividade da Casa de Correção amparou-se nas receitas da instituição para cobrir partes dos investimentos orçamentários do Império. Pelo Regulamento da Casa de Correção, o trabalho não era a única forma de redenção dos apenados. Ficava estabelecido o catolicismo como prática religiosa dos presos. Os ensinamentos da moral religiosa eram utilizados como uma forma de redenção das índoles desviadas. As missas eram realizadas aos domingos e dias santos como formas dos apenados exerceram atos de fé. No entanto, o regulamento previa a liberdade religiosa aos apenados, desde que declarasse na entrada da prisão a religião praticada. O apenado ficava isento de freqüentar as missas na Capela, professando sua fé em seu cubículo. Mantinha-se a Comissão Inspetora da Casa de Correção como zeladora do funcionamento da instituição correcional. O Regulamento, portanto, atendia a lógica disciplinar. Tornava juridicamente o apenado como sujeito subordinado a ordem correcional. E disciplinava o tempo e o ritmo dos trabalhos dos delinqüentes na prisão. Não mais a punição física do corpo mitigado, mas a perspicácia da psicologia punitiva, expressa no controle do tempo de cada apenado.

Após apresentar o modelo de Bentham e a efetivação dele, segue a indagação: onde estavam inseridos os africanos livres na estrutura da Casa? Os africanos livres não ocupavam um lugar específico nas obras da Casa de Correção. Na verdade, ocupavam todos. Já que eram os trabalhadores da construção. A instituição nunca procurou criar um nível burocrático, pois eles lá estavam para prestar serviço, a fim de conquistar a prometida emancipação.

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8 Estabelecia-se a subdivisão para todos os apenados e empregados da instituição, e sequer era tocada a posição dos africanos. A partir de uma denúncia relatada a Comissão Mista Brasil e Grã-Bretanha no ano de 1845 dizia-se que os africanos livres habitavam os pátios (z) da Casa de Correção, numa espécie de galpões improvisados. A Enfermaria criada em 07 de março de 1838 também não foi apontada na planta das obras. E segundo o Regulamento da Enfermaria os africanos livres mais “inteligentes e jeitosos” (AN: IIIJ7-138) desempenhavam a função de serventes. O Regulamento de 1850 traz um capítulo destinado a gerencia da Enfermaria. E, novamente, os africanos livres são alijados da hierarquia da Casa de Correção.

O direito dos africanos livres na Casa de Correção era reconhecido pelas relações de trabalho, disciplina e lucratividade. Seu emprego aliviava a folha orçamentária do Governo e garantia uma “reserva” econômica para o Estado. Os administradores da Casa de Correção expediam por trimestre ou semestre a conta dos africanos livres na prisão correcional. E como bons “empregados” das obras públicas seu soldo era descontado pelo próprio Estado. Segundo Sérgio Ricardo Magalhães Reis o vestuário dos africanos livres por um período de 2 anos saía por volta de 120$000 (cento e vinte mil réis). Nesse vestuário estavam inseridos os seguintes elementos: jaqueta de pano, ditos brancos, calça de pano, camisa branca, chapéu, sapatos, cinturão, meias, gravata, lenços, camisa de trabalho, calças de trabalho, barrete de lã, chapéu de palha, camisa de malha de lã, travesseiro, fronhas, cobertor de lã, lençóis de algodão e guardanapos(REIS, 2005:106). Os africanos livres recebiam, ao fim, o que sobrava dos débitos adquiridos nos trabalhos da casa. Seus gastos eram relativos à alimentação e o vestuário. Destacando ainda, que o dispêndio proveniente da prole dos africanos era descontado de seu salário.

Portanto, a produção dos mecanismos jurídicos da Casa de Correção corroborava os estratagemas do Governo em aplicar os africanos livres no mundo do trabalho regulamentado. Num universo onde habitavam apenados e africanos livres o direito se aplicava de forma diferenciada. Enquanto, o primeiro era uma expectativa de salvação para retornar a sociedade. O segundo era uma experiência dos balizas do trabalho livre e escravo. Ser africano livre era coexistir num corte tênue entre a escravidão e as práticas do trabalho livre. Na Casa de Correção, os africanos livres aprendiam ofícios para somar pecúlio. Sua única pena era amargar os anos para total emancipação. Era uma espécie de ser preso para talvez se torna

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9 livre. Assim, percorro no próximo subtítulo os sentidos historiográficos em ser africano livre nas terras do Brasil.

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