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O Brasil no prato dos brasileiros

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Academic year: 2021

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O Brasil no prato dos

brasileiros

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Olhar da antropologia - qualitativo e quantitativo

Hábitos alimentares - existência de um padrão repetitivo de práticas e representações que se reproduziam no interior da sociedade.

Hoje se questiona esse conceito. Pois:

Para alguns, essa “homogeneidade” e “permanência” não combinam nem com a heterogeneidade, nem com a fragmentação e nem com a perda da legitimidade de algumas instituições sociais da

contemporaneidade ao definir gostos, estilos de vida e hierarquias de valores

ou

Para outros, essa pressuposta fragmentação dos hábitos alimentares corresponderia à desestruturação da alimentação orquestrada pelos interesses agroindustriais que almejam uma “alimentação contínua”, ou seja, várias ingestas alimentares ao longo do dia que necessariamente anulariam a prática das refeições

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o que o texto vai fazer é questionar esse questionamento.

Como? Por meio da pesquisa de hábitos alimentares. Vai olhar para a comida, entendida como processo de transformação do alimento no que se come.

Portanto, importa como se come, quando, com quem, onde. Não apenas o que se come.

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O Brasileiro coincide bastante na sua visão sobre a comida. Sobre a quantidade e a importância das refeições.

Algumas coisas que chamam a atenção:

● mistura de vários estilos culinários numa mesma refeição. (japonesa, italiana, regional, churrasco etc etc)

● Em casa a base é arroz e feijão (antigamente era feijão e farinha.) ● Mas existe sempre uma mistura de coisas que demonstra o pouco

conhecimento de como aquele alimento é consumido no país de origem. Lógica do “junto mas separados”.

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A nossa cozinha regional é caracterizada em si pela mistura: feijão tropeiro, baião de dois, cozido, mexido (arroz, ovo, farinha, restos de feijoada) etc.

Terceira caraterística: uso de diferentes técnicas de cocção (refogado, cozido, frito, assado, cru, tostado)

Quarta característica: forma como se come é pouco investido. Come-se na frente da TV, de pé, sem prestar atenção à apresentação do prato. (diferença com

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Alguns valores se invertem ao longo do tempo:

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Antonimias - conflitos entre princípios, leis

praticidade e improviso X planejamento/preferências individuais

restrição e liberdade (que se subdivide em saudabilidade/beleza versus prazer/sabor e economia versusextravagância)

rotina/tradição versus variedade/novidade.

Podemos ver que os dois opostos se localizam sempre ao longo da semana x finais de semana.

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Importância do Jantar como momento da família e comensalidade. (Almoço, nas cidades grandes, perde a relevância)

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Então: teses de individualização, da gastro-anomia e da pasteurização dos gostos e hábitos na sociedade contemporânea, são rebatidas pelos estudo.

a presença clara de hábitos alimentares compartilhados e socialmente sancionados pela população brasileira urbana, tanto no que concerne ao conteúdo das refeições como nas atitudes em relação a elas, que transcendem tanto a renda, como os gêneros, as regiões e as faixas etárias. São indicativos disso as altas porcentagens de ingestão de um mesmo cardápio, a presença reduzidíssima de itens considerados “regionais” e de ideologias alimentares contemporâneas nas refeições cotidianas, o atendimento regulado das preferências individuais e a mãe/esposa como a responsável pela escolha da comida em 70% dos casos (cujo processo de seleção, baseado nas antinomias, leva em consideração as questões econômicas, estéticas e de saúde do grupo doméstico como um todo e não apenas o que os membros individualmente gostariam de comer).

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Da mesma forma que não se registra uma individualização crescente do conteúdo da ingesta, também não se registra a individualização da tomada das refeições, embora as refeições formais em comum com a família em torno de uma mesa estejam efetivamente diminuindo, principalmente no café da manhã e no lanche da tarde.

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Homogeinização e padronização não parece ser a

realidade

mais de 90% dos respondentes da amostra compram a matéria-prima de suas refeições para

confeccioná-las em casa. Isso significa carne in natura, arroz e feijão em grãos, legumes e verduras frescos, entre outros.

a alimentação industrializada – uma categoria bastante diversa para o consumidor, variando de pizzas a produtos congelados, passando por molhos e temperos prontos – apesar do seu crescimento, possui ainda um consumo muito baixo, concentrado nos grupos de maior renda, ao contrário do que ocorre nos países do “Norte”, e em alguns poucos produtos. Uma das principais críticas dos consumidores em relação à alimentação industrializada é, justamente, a monotonia do sabor. “Tem tudo o mesmo gosto”

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Mas proporcionalmente se gasta mais com

alimentação, quanto mais pobre for.

o grupo alimentação tenha proporcionalmente um peso maior nas classes de menor rendimento, tendo alcançado 22,6% quando os rendimentos foram até R$ 1 908,00 e, 7,6% na classe superior com renda acima de R$ 23 850,00.

Como mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) divulgada nesta sexta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as famílias têm comido mais fora de casa e a comprado mais alimentos prontos, ao invés de preparar os alimentos para consumo dentro de casa.

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Em 2003, a compra de cereais, leguminosas e oleaginosas representava 10,4% do total de despesas com a alimentação. Em 2018, esse percentual caiu em mais da metade, chegando a apenas 5%. Também caíram de 3,4% para 1,7% os gastos com a compra de óleos e gorduras; de 5,7% para 3,6% com a compra de farinhas, féculas e massas; de 11,9% para 10,6% com a

compra de leite e derivados; e de 10,9% para 10,3% com o consumo de pães.

Em contrapartida, aumentaram no mesmo período, de 2,3% para 3,4%, os gastos com alimentos já preparados e de 8,3% para 13,7% as despesas com outros tipos de alimentos.

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Mas cuidado, gasto não reflete consumo. Fatores como aumento ou queda de preço devem ser considerados.

Referências

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