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Desenvolvimento da capacidade de representação gráfica. albertinafortunato

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Academic year: 2021

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Desenvolvimento da capacidade de representação gráfica

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Os registos e marcas que a criança faz a partir das atividades de desenho e de pintura constituem alicerces significativos para todas as futuras atividades, quer sejam de desenho, de escrita ou de matemática “escrita”

(3)

Desenha-se

• o que se vê (Gestalt, Eisner, 1967) ou

• o que se conhece (Goodenough, 1926) ou

• o que é atraente - o modo como os media apresentam conceitos/ objetos (Toku, 1997)

(4)

A possibilidade de expressão plástica e artística permite:

• dar significação aos objetos e desenvolver o pensamento simbólico, as imagens e as operações mentais (Piaget, 1971)

• a ação e manipulação concreta e imagética • a criação de significados (Smith, 1982)

(5)

O desenvolvimento da capacidade de compreender signos verbais e visuais possibilita a aprendizagem, a compreensão, a experimentação e a utilização desses mesmos signos

• ... e depende do conhecimento aprofundado que se tem de outros domínios do conhecimento

(6)

Através do desenho e da pintura a criança: • aprende a formar representações,

• manipula signos e símbolos • e atribui significados

(7)

A função da educação artística é:

• sintonizar com o significado que a criança atribui a esta expressão

• participar numa relação recíproca entre “principiante” e “perito”...

(8)

Considerações sobre a criatividade no desenho Segundo Lowenfeld & Brittain (1970)

(9)

Estádios de desenvolvimento do desenho - Herbert Read (1966) Garatuja (2-4) Linha (4) Simbolismo descritivo (5-6) Realismo descritivo (7-8) Realismo visual (9-10) Repressão (11-14) Revivalismo artístico (14+)

(10)

Estádios de desenvolvimento da expressão gráfica - Lowenfeld (1947) e Lowenfeld & Brittain (1977)

Auto-expressão (garatuja, 2-4)

Representação (pré-esquema, 4-7) Conceito da forma (esquema, 7-9) Realismo (turma, 9-11)

(11)

Estádio da Garatuja ( 18 meses - 4 anos)

- As crianças seguem uma ordem bastante previsível,

1º traços desordenados num papel que evoluem para desenhos com conteúdo reconhecível

(12)

• Sem forma, sem intenção

• O embrião a partir da qual o grafismo se desenvolve • Ondulado

• Controlo muscular mínimo

• Movimento do braço em “varredura” a partir do cotovelo ou do ombro

• Movimento “emaranhado” como uma caneta agarrada a um pêndulo ou fio

(13)

• Garatuja desordenada: são realizados traços sem sentido,

repetidos que variam em longitude e direcção. A criança pode olhar para os outros enquanto desenha, ignora os limites do papel e mexe todo o corpo para desenhar

• Garatuja controlada: ocorre quando a criança descobre um vínculo entre os seus movimentos e os traços no papel. A criança descobre o controle visual sobre os traços que faz.

(14)

Garatuja circular: explora movimentos controlados e demonstra capacidade para desenhar formas mais complexas. Início da precisão.

Garatuja identificada: a criança começa a dar nome as seus desenhos - indício de mudança do cinestésico para o

pensamento imaginativo. Desenvolve uma base para retenção visual. Desenha com uma intenção.

(15)

Estádio Pré-Esquemático - 4 a 7 anos

• Desenvolve uma ideia visual (= esquema)

• Criação da forma - relação entre o desenho e o objeto - na forma e não na cor

• O uso da cor é mais emocional do que lógico

• O desenho mostra o que a criança percebe como mais importante o objeto

• Não compreende o espaço (objetos colocados ao acaso no desenho)

(16)

• 4/5 anos - temas “clássicos” que procuram um certo realismo (paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais). A distribuição dos desenhos no papel começa a obedecer a uma certa lógica, (céu no alto da folha). Aparece ainda a tendência para a antropomorfização (sol com olhos e boca)

• 5/6 anos - os desenhos têm começo, meio e fim e muitos detalhes (cor). As figuras humanas aparecem vestidas. Os temas variam e não têm diretamente a ver com a vida da criança (indício de desprendimento e capacidade de contar histórias sobre o mundo)

(17)

• Surgem formas circulares e lineares, que sugerem uma figura animal e/ ou humana…

• …que se torna mais elaborada (braços - mesmo que

estejam ao lado das pernas, que representam o abdómen ou o corpo.

In Malchiodi (1998) In Lowenfeld (1947)

(18)

Desenho de objetos geométricos (cubo e cilindro) Unidades únicas (3 aos 7 anos) Partes do objeto (4 aos 13 anos) Todo integrado

(19)

Estádio Esquemático - 7 a 9 anos

• Descoberta de uma ordem nas relações espaciais • Expressão a partir de um símbolo - linha de base

• A linha de base é universal - compreensão da relação entre criança e ambiente

• Espaço bidimensional - raras vezes surgem linhas que dão a noção de profundidade

(20)

.

• Representações do espaço e tempo - inclusão num único

desenho de diferentes sequências de tempo ou representação do tipo “Raio X” - simultaneidade interior e exterior como se o objeto fosse transparente.

• Relação entre cor e objeto - repetição das mesmas cores para os mesmos objetos = descoberta de lógica no mundo

(21)

Duas formas de desenvolver o realismo: • Observação - ver os outros, copiar movimentos

(e não os desenhos)

• Experimentação - indiscriminada - reconhecível - repetição bem sucedida

(geralmente, desenham cada vez mais figuras humanas e animais; e cada vez menos plantas

(22)

Estádio Pré-operatório ao operatório concreto

4 aos 8 anos

• Crescente realismo “intelectual”

(23)

Com o realismo surge também a noção de perspetiva

• Os desenhos transmitem uma impressão de profundidade e distância.

• São muito “exigentes” e muitas crianças deixam de desenhar por acharem que não têm “jeito”

(24)

Erros típicos:

• Transparências

• Perspetivas mistas

• Figuras ao lado umas das outras, sem profundidade • Consideração apenas do ângulo reto

(25)

…e ainda desenha árvores e outras formas, em ângulos retos, em relação à encosta

(26)

Construção do símbolo - 6 aos 9 anos

- A criança produz formas que representam ideias (conceitos)

- A superfície do papel corresponde ao mundo vertical (chão e céu)

- A necessidade de cada vez mais detalhes - A cor não é aleatória (céu azul, relva verde)

- As representações podem ter múltiplas camadas (imagens tipo “Raio-X”)

(27)

Alternativas de representação de uma cena

- Dobragem - vista diferente em cada metade da folha dobrada

- Olho de pássaro - cena vista de cima

- Múltiplas perspetivas - um único desenho com 2 ou mais vistas que representam uma ideia complexa

(28)

Alvorecer do realismo e a descoberta do:

- significado da cor

- significado do espaço - significado do traçado

(29)

Estádio da Turma - (9 aos 12 anos):

• maior consciência visual (maior proporção entre elementos, maior interesse por detalhes)

• desaparece a representação “tipo Raio X”. • temas diferentes conforme género sexual

• aumenta a aproximação entre cores e objetos

• descoberta do plano porque o espaço entre as linhas de base adquire significado

(30)

Realismo visual:

• Respeita o ponto de vista do observador

• Representa a perspetiva de forma adequada • Mostra esquerda, direita, frente e trás

• Linhas retas, ângulos, curvas, distância • Redução possível

(31)

• Desenha mais detalhes

• Emergência de relações euclidianas e projetivas • Aplicação relações topológicas

(32)

• Consciência de que não se podem representar os objetos tal como são (parecem ser) e, por isso, menor espontaneidade e vivacidade

• Expressão de sentimento • Subtileza da cor

• Objetos saem da linha de base • Tridimensionalidade

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Estádio pré-adolescente - (10-13) • Maior autocrítica e cuidado

• Maior consciência pessoal e da diversidade humana que conduz a uma reavaliação da sua competência

(desencorajamento)

• Mais detalhe, ilusão de profundidade, subtileza da cor, e uso de técnicas e procedimentos sofisticados

(34)

Transição:

• criação de um mundo simbólico no papel

• objetividade e não-dependência das interpretações sujeito-objeto

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Estádio pseudo-realista - 12 a 14 anos

• Artistas visuais: Inspiração através de estímulos visuais;

envolvimento – espectador que olha a partir do exterior; cor muda sob condições externas

• Artistas não-visuais: Produção com base em interpretações

subjetivas que denotam a sua relação emocional com o mundo; envolvimento de forma muito pessoal; cor é uma ferramenta que reflete uma reação emocional com o objeto

(36)

Aos 12 anos a competência é próxima dos adultos

Estádio da Arte dos adolescentes - 14 a 17 anos

- Desenha com acuidade e pormenor

- Utilização de perspetiva, luz, sombra, profundidade,

(37)

O desenho é útil como avaliação

- Desenhar uma casa é o que melhor identifica os extremos - O desenho revela muito sobre o desenvolvimento cognitivo - O mesmo estádio não significa soluções idênticas

(38)

Um desenho, por si só, pouco revela

• A motivação para o desenho altera-se • Farta-se facilmente

– Prefere ir brincar

– Pode copiar os outros desenhos

Um desenho “livre” (ou a falta de esquema do que se reproduz) pode não potenciar este tipo de expressão e não revelar o

(39)

Estádios de desenvolvimento estético - (Parsons, 1987) 1. preferência 2. beleza e realismo 3. expressividade, 4. estilo e forma 5. autonomia.

(40)

A educação artística pode proporcionar a oportunidade de aumentar a capacidade de ação, de experiência, de redefinição e a estabilidade que é necessária numa sociedade cheia de mudanças, de tensões e incertezas.

(41)

Referências:

Alland, A., Jr. (1983). Playing with form: Children draw in six cultures. New York: Columbia University Press.

Bahia, Sara (2011). Capacidade de representação gráfica. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da

Universidade de Liboa.

Hurwitz, A. & Day, M. (1995).Children and Their Art. Harcourt Brace College Publishers, Texas

(42)

Lewis, D. & Greene, J. (1983). Your Child's Drawings: Their Hidden Meaning. London: Hutchinson and Co.

Lowenfeld, V. & Brittain, W.L. (1970). Creative and Mental Growth. (6th ed.) (p. 109). NY: Macmillan.

Lowenfeld, V. L. (1980). Desarrollo de la capacidade creadora, Buenos Aires, Editora Kapelusz.

Malchiodi, C.A. (1998). Understanding Children’s Drawing’s. New York: The Guilford Press.

(43)

Parsons, M. (1987). How we understand art: A cognitive developmental account of aesthetic experience.

Cambridge: Cambridge University Press.

Rahal, A. & Rolim, D. B. (2003). Desenho infantil e sua aplicação na avaliação fonoaudiológica. Revista Cefac: Atualização científica em Fonoaudiologia. (5) 4, 1-7

Read, H. (1943). Education through art. London: Faber and Faber

Referências

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