• Nenhum resultado encontrado

SL-027FV-21 CÓD: PC-MG POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Escrivão de Polícia I

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SL-027FV-21 CÓD: PC-MG POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Escrivão de Polícia I"

Copied!
56
0
0

Texto

(1)

PC-MG

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Escrivão de Polícia I

A APOSTILA PREPARATÓRIA É ELABORADA ANTES DA

PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL COM BASE NO EDITAL

ANTERIOR, PARA QUE O ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.

SL-027FV-21

CÓD: 7908433201304

(2)

DICA

Como passar em um concurso público?

Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação.

É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução preparou este artigo com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!

• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho.

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área.

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito, determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total.

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo.

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame.

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

Se prepare para o concurso público

O concurseiro preparado não é aquele que passa o dia todo estudando, mas está com a cabeça nas nuvens, e sim aquele que se planeja pesquisando sobre o concurso de interesse, conferindo editais e provas anteriores, participando de grupos com enquetes sobre seu interesse, conversando com pessoas que já foram aprovadas, absorvendo dicas e experiências, e analisando a banca examinadora do certame.

O Plano de Estudos é essencial na otimização dos estudos, ele deve ser simples, com fácil compreensão e personalizado com sua rotina, vai ser seu triunfo para aprovação, sendo responsável pelo seu crescimento contínuo.

Além do plano de estudos, é importante ter um Plano de Revisão, ele que irá te ajudar na memorização dos conteúdos estudados até o dia da prova, evitando a correria para fazer uma revisão de última hora.

Está em dúvida por qual matéria começar a estudar? Vai mais uma dica: comece por Língua Portuguesa, é a matéria com maior requisição nos concursos, a base para uma boa interpretação, indo bem aqui você estará com um passo dado para ir melhor nas outras disciplinas.

Vida Social

Sabemos que faz parte algumas abdicações na vida de quem estuda para concursos públicos, mas sempre que possível é importante conciliar os estudos com os momentos de lazer e bem-estar. A vida de concurseiro é temporária, quem determina o tempo é você, através da sua dedicação e empenho. Você terá que fazer um esforço para deixar de lado um pouco a vida social intensa, é importante compreender que quando for aprovado verá que todo o esforço valeu a pena para realização do seu sonho.

Uma boa dica, é fazer exercícios físicos, uma simples corrida por exemplo é capaz de melhorar o funcionamento do Sistema Nervoso Central, um dos fatores que são chaves para produção de neurônios nas regiões associadas à aprendizagem e memória.

(3)

DICA

Motivação

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Caso você não seja aprovado de primeira, é primordial que você PERSISTA, com o tempo você irá adquirir conhecimento e experiência. Então é preciso se motivar diariamente para seguir a busca da aprovação, algumas orientações importantes para conseguir motivação:

• Procure ler frases motivacionais, são ótimas para lembrar dos seus propósitos; • Leia sempre os depoimentos dos candidatos aprovados nos concursos públicos; • Procure estar sempre entrando em contato com os aprovados;

• Escreva o porquê que você deseja ser aprovado no concurso. Quando você sabe seus motivos, isso te da um ânimo maior para seguir focado, tornando o processo mais prazeroso;

• Saiba o que realmente te impulsiona, o que te motiva. Dessa maneira será mais fácil vencer as adversidades que irão aparecer. • Procure imaginar você exercendo a função da vaga pleiteada, sentir a emoção da aprovação e ver as pessoas que você gosta felizes com seu sucesso.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Se você quer aumentar as suas chances de passar, conheça os nossos materiais, acessando o nosso site: www.apostilasolucao.com.br

(4)

ÍNDICE

Direitos Humanos

1. A Constituição Brasileira de 1988. Noções gerais sobre direitos humanos. . . 01

2. Gerações de direitos humanos . . . 03

3. A Constituição Brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos . . . 04

4. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. . . 08

5. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefinição da Cidadania no Brasil . . . 09

6. A Constituição Brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. . . 11

7. A Constituição Brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Dos direitos sociais. Da nacionalidade. Dos direitos políticos. Dos partidos políticos . . . 12

8. Direitos humanos das minorias e grupos vulneráveis . . . 19

9. Política nacional de direitos humanos . . . 24

Língua Portuguesa

1. Interpretação e compreensão de textos. Identificação de tipos textuais: narrativo, descritivo e dissertativo. Critérios de textualidade: coerência e coesão. Recursos de construção textual: fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos. . . . 01

2. Gêneros textuais da Redação Oficial.Princípios gerais. Uso dos pronomes de tratamento. Estrutura interna dos gêneros: ofício, mem-orando, requerimento, relatório, parecer. . . 16

3. Conhecimentos linguísticos. Conhecimentos gramaticais conforme padrão formal da língua . . . 24

4. Princípios gerais de leitura e produção de texto. Intertextualidade. . . 26

5. Tipos de discurso. . . . 26

6. Vozes discursivas: citação, paródia, alusão, paráfrase, epígrafe. . . . 28

7. Semântica: construção de sentido; sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia; denotação e conotação; figuras de lin-guagem.. . . 28

8. Pontuação e efeitos de sentido. . . . 32

9. Sintaxe: oração, período, termos das orações; articulação das orações: coordenação e subordinação; . . . 33

10. Concordância verbal e nominal; . . . 35

11. Regência verbal e nominal. . . 36

Noções De Criminologia

1. Criminologia: conceito, cientificidade, objeto, método, sistema e funções. . . 01

2. Fundamentos históricos e filosóficos da Criminologia: precursores, Iluminismo e as primeiras escolas sociológicas. Marcos científicos da Criminologia. . . 02

3. A escola liberal clássica do Direito Penal e a Criminologia positivista . . . 03

4. A Moderna Criminologia científica: modelos teóricos explicativos do comportamento criminal. Biologia criminal, Psicologia Criminal e Sociologia Criminal . . . 03

5. Teoria Estrutural-Funcionalista do desvio e da anomia. . . 04

6. Teoria das Subculturas Criminais. . . 04

7. Do “Labeling Approach” a uma criminologia crítica . . . 05

8. A sociologia do conflito e a sua aplicação criminológica. . . 05

9. Sistema penal e reprodução da realidade social . . . 06

10. Cárcere e marginalidade social . . . 06

11. Modelo consensual de Justiça Criminal . . . 06

Direito Administrativo

1. Lei Orgânica da Polícia Civil . . . 01

2. Administração Pública. Conceito e princípios. . . 19

3. Administração pública direta e indireta . . . 26

4. Agentes públicos. Conceito. Classificação (espécie). Direitos e deveres. Responsabilidade administrativa, civil e penal . . . .31

5. Lei 8.429/92 e alterações (Lei de improbidade administrativa. . . 38

(5)

ÍNDICE

7. Fatos e atos administrativos: Conceito. Requisitos do ato administrativo. Atributos do ato administrativo. Classificação. Revogação e

anulação . . . 49

8. Processo administrativo: Conceito. Princípios . . . 58

9. Responsabilidade civil do Estado. . . 64

Direito Civil

1. Da personalidade e da capacidade. Dos direitos da personalidade. Da pessoa jurídica. Responsabilidade jurídica . . . 01

2. Fato jurídico. Negócios jurídicos. Conceito. Vícios: Erro, dolo, culpa e coação . . . 12

3. Relações de parentesco. Da tutela e curatela. . . 20

Direito Constitucional

1. Conceito. . . 01

2. Direitos e Garantias Fundamentais. Direitos Individuais. Direitos Coletivos. Direitos Sociais. . . . 01

3. O Estado. Conceito. Elementos que compõem o Estado. Finalidade do Estado. . . . 19

4. Funções essenciais à Justiça. . . 27

Direito Penal

1. Princípios penais constitucionais. Tempo e lugar do crime. Contagem de prazo. Conflito aparente de normas. . . . 01

2. Conceito de crime e seus elementos. . . . 03

3. Concurso de pessoas: Autoria. Participação. . . 09

4. Ação penal Classificação. Condições. . . . 11

5. Dos crimes em espécie: Crimes contra a pessoa. . . . 16

6. Crimes contra o patrimônio. . . 24

7. Crimes contra a dignidade sexual. . . . 31

8. Crimes contra a Administração Pública. . . 35

Direito Processual Penal

1. Princípios processuais penais. Direitos e garantias processuais penais . . . 01

2. Investigação criminal policial (artigos 4° ao 23° do CPP). . . 04

3. Prisão cautelar: Prisão em flagrante: Tipos e espécies de flagrante. Prisão preventiva. Prisão temporária. . . 08

4. Teoria geral da prova penal . . . 19

5. Legislação especial: Lei 4.898/65 (Abuso de Autoridade). Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos). Lei 9.099/95 (Juizados Especiais Criminais). Lei 9.455/97 (Lei de Tortura). Lei. 9.503/ 97 (Código de Trânsito). Lei 11.343/06 (Lei de drogas). Lei 11.340/03 (Lei Maria da Penha) . . . 34

Noções De Informática

1. 1. Sistema Operacional Windows 7. . . 01

2. Microsoft Word 2013: Edição e formatação de textos. LibreOffice Calc 5.4.7: Elaboração, cálculos e manipulação de tabelas e gráficos. Microsoft PowerPoint 2013: estrutura básica de apresentações, edição e formatação. . . 08

3. LibreOffice Writter 5.4.7: Edição e formatação de textos. Microsoft Excel 2013: Elaboração, cálculos e manipulação de tabelas e gráfi-cos. LibreOffice Impress 5.4.7: estrutura básica de apresentações, edição e formatação. . . . 27

4. Microsoft Outlook 2013: Correio Eletrônico. . . 39

5. Google Chrome: Navegação na Internet... . . 41

(6)

ÍNDICE

Noções De Medicina Legal

1. Perícias e Peritos. . . 01

2. Documentos médico-legais. Quesitos oficiais . . . 05

3. Perícias médicas.. Legislação sobre perícias médico-legais. . . 11

4. Ética médica e pericial . . . 11

5. Antropologia Médico-legal. . . 13

6. Identidade e identificação. Identificação judiciária. . . 14

7. Traumatologia Médico-legal. Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico. Energias de Ordem Mecânica. Energias de Ordem Química, cáusticos e venenos, embriaguez, toxicomanias. Energias de Ordem Física: Efeitos da temperatura, eletricidade, pressão atmosférica, radiações, luz e som. Energias de Ordem Físico-Química: Asfixias em geral. Asfixias em espécie: por gases irrespiráveis, por monóxido de carbono, por sufocação direta, por sufocação indireta, por afogamento, por enforcamento, por estrangulamento, por esganadura, por soterramento e por confinamento. Energias de Ordem Biodinâmica e Mistas . . . 16

8. Tanatologia Médico-legal. Tanatognose e cronotanatognose. Fenômenos cadavéricos. Necropsia, necroscopia. Exumação. “Causa mortis”. Morte natural e morte violenta. . . 59

9. Direitos sobre o cadáver. . . 64

10. Sexologia Médico-legal. Crimes contra a dignidade sexual e provas periciais. Gravidez, parto, puerpério, aborto, infanticídio. Reprodução assistida. Transtornos da sexualidade e da identidade sexual. . . 65

11. Psicopatologia Médico-legal. Imputabilidade penal e capacidade civil. Limite e modificadores da responsabilidade penal e capacidade civil. Repercussões médico-legais dos distúrbios psíquicos. Simulação, dissimulação e supersimulação. . . 70

12. Embriaguez alcoólica . . . 76

13. Alcoolismo. Aspectos jurídicos . . . 77

14. Toxicofilias . . . 78

Conteúdo Digital Complementar e Exclusivo

Legislação Especial

1. Legislação Especial: 4.4.9.1 Contravenções Penais (Decreto n° 3.688/41) . . . 01

2. Lei 4.898/65 (Abuso de Autoridade). . . 04

3. Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) . . . 08

4. Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos) . . . 43

5. Lei 9.099/95 (Juizados Especiais Criminais) . . . 45

6. Lei 9.455/97 (Lei de Tortura) . . . 51

7. Lei. 9.503/ 97 (Código de Trânsito) . . . 52

8. Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) . . . 98

9. Lei 11.340/03 (Lei Maria da Penha) . . . .110

Prezado Candidato, para estudar o conteúdo digital complementar e exclusivo,

acesse: www.editorasolucao.com.br/materiais

(7)

DIREITOS HUMANOS

1. A Constituição Brasileira de 1988. Noções gerais sobre direitos humanos. . . 01

2. Gerações de direitos humanos . . . 03

3. A Constituição Brasileira de 1988 e os Tratados Internacionais de Proteção dos Direitos Humanos . . . 04

4. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos. . . 08

5. O Sistema Internacional de Proteção dos Direitos Humanos e a Redefinição da Cidadania no Brasil . . . 09

6. A Constituição Brasileira de 1988: Dos princípios fundamentais. . . 11

7. A Constituição Brasileira de 1988: Dos Direitos e Garantias Fundamentais. Dos direitos e deveres individuais e coletivos. Dos direitos sociais. Da nacionalidade. Dos direitos políticos. Dos partidos políticos . . . 12

8. Direitos humanos das minorias e grupos vulneráveis . . . 19

(8)

DIREITOS HUMANOS

A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988. NOÇÕES GERAIS SOBRE DIREITOS HUMANOS

Inicialmente, cabe esclarecer que conforme visto, a definição de direitos humanos aponta uma pluralidade de significados. A ci-dadania não é um dado, mas um construído1.

Considerando a historicidade dos direitos humanos, da qual decorre a pluralidade de concepções, opta-se pela concepção con-temporânea de direitos humanos, introduzida pela Declaração Uni-versal de 1948 e reiterada pela Declaração de Direitos Humanos de Viena de 1993.

A chamada concepção contemporânea de direitos humanos é fundada na universalidade e na indivisibilidade desses direitos. Uni-versalidade porque a condição de pessoa há de ser o requisito único para a titularidade de direitos, afastada qualquer outra condição.

Indivisibilidade porque os direitos civis e políticos hão de ser somados aos direitos sociais, econômicos e culturais, já que não há verdadeira liberdade sem igualdade e nem tampouco há verdadei-ra igualdade sem liberdade.

Esta concepção, acolhida pela Declaração Universal em 1948, veio a ser endossada pela Declaração de Viena de 1993, que em seu parágrafo 5º consagrou que os “direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. A comunidade internacional deve tratar os direitos humanos globalmente de for-ma justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesfor-ma ênfase.” Adotada essa concepção de direitos humanos, há que se ava-liar o modo pelo qual a Carta de 1988 assegura a proteção dos di-reitos humanos, a partir das noções de universalidade e indivisibili-dade destes direitos.

Com relação à universalidade dos direitos humanos, atenta-se que a Constituição de 1988, ao eleger o valor da dignidade humana como princípio fundamental da ordem constitucional, compartilha da visão de que a dignidade é inerente à condição de pessoa, fi-cando proibida qualquer discriminação. O texto enfatiza que todos são essencialmente iguais e assegura a inviolabilidade dos direitos e garantias fundamentais.

Além de afirmar o alcance universal dos direitos humanos, o texto constitucional ainda reforça essa concepção, na medida em que realça que os direitos humanos são tema do legítimo interesse da comunidade internacional, transcendendo, por sua universalida-de, as fronteiras do Estado.

Essa concepção está embasada na interpretação de dois dispo-sitivos inéditos na história constitucional brasileira: o artigo 4º, II e o artigo 5º, parágrafo 2º, da Constituição de 1988.

À luz da Carta de 1988, dentre os princípios a reger o Brasil nas relações internacionais, destaca-se ineditamente o princípio da prevalência dos direitos humanos. Se o Brasil se orientará pela observância desse princípio ao se relacionar com os demais países da ordem internacional, é porque assume que os direitos humanos são um tema global, de legítimo interesse da comunidade internacional.

A partir do momento em que o Brasil se propõe a fundamentar suas relações com base na prevalência dos direitos humanos, está ao mesmo tempo reconhecendo a existência de limites e condicio-namentos à noção de soberania estatal. Isto é, a soberania do Esta-do brasileiro fica submetida a regras jurídicas, tenEsta-do como parâme-tro obrigatório a prevalência dos direitos humano.

Rompe-se com a concepção tradicional de soberania estatal absoluta, reforçando o processo de sua flexibilização e relativização em prol da proteção dos direitos humanos. Esse processo é condi-zente com as exigências do Estado Democrático de Direito consti-tucionalmente pretendido.

Ao lado do princípio da prevalência dos direitos humanos, a ênfase na proteção desses direitos vem reforçada a partir de va-lores inovadores a guiar o Brasil no contexto internacional, como o princípio do repúdio ao terrorismo e ao racismo, a concessão de asilo político e a cooperação entre os povos para o progresso da humanidade (vide o art. 4º, incs. VIII, IX, X).

Observe-se que, em uma breve síntese da história constitu-cional brasileira, durante a Constituição imperial de 1824 a preo-cupação se concentrava na defesa dos valores da independência nacional, soberania e não-intervenção, na medida em que eram consolidadas as fronteiras nacionais.

Já a partir da República (Constituição de 1891 e seguintes), a preocupação se ateve à defesa da paz e à solução pacífica dos conflitos; ou seja, consolidadas as fronteiras nacionais, a preocu-pação constitucional passa a ser com a vocação pacifista do Brasil. Na experiência brasileira, o Império cuidou da independência e da preservação da unidade nacional e a República, tendo consolidado as fronteiras nacionais, afirmou a vocação pacífica do país, reco-nhecendo progressivamente a importância da cooperação interna-cional para a preservação da paz.

Além das inovações introduzidas pelo artigo 4º, ao consagrar princípios inovadores a reger o Brasil no cenário internacional, um outro dispositivo merece destaque, qual seja o artigo 5º, parágrafo 2º. Ao fim da extensa Declaração de Direitos enunciada pelo artigo 5º, a Carta de 1988 estabelece que os direitos e garantias expressos na Constituição “não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”.

A Constituição de 1988 inova, assim, ao incluir, dentre os di-reitos constitucionalmente protegidos, os didi-reitos enunciados nos tratados internacionais de que o Brasil seja signatário. Ao efetuar tal incorporação, a Carta está a atribuir aos direitos internacionais uma hierarquia especial e diferenciada: a hierarquia de norma constitucional.

Conjugando os artigos 1º, III, 4º e 5º, parágrafo 2º, outra con-clusão não resta senão a aceitação pelo texto constitucional do al-cance universal dos direitos humanos.

Quanto ao caráter indivisível, interdependente e inter-relacio-nado dos direitos humanos, ressalte-se que a Carta de 1988 é a pri-meira Constituição que integra ao elenco dos direitos fundamentais, os direitos sociais, que nas Cartas anteriores restavam pulverizados no capítulo pertinente à ordem econômica e social. A opção da Carta é clara ao afirmar que os direitos sociais são direitos fundamentais, sendo, pois, inconcebível separar os valores liberdade (direitos civis e políticos) e igualdade (direitos sociais, econômicos e culturais).

Logo, a Constituição Brasileira de 1988 acolhe a concepção contemporânea de direitos humanos, ao reforçar a universalidade e a indivisibilidade desses direitos.

Importa, assim, investigar a forma pela qual são esses direitos protegidos, ou seja, importa avaliar os mecanismos e instrumentos de proteção dos direitos humanos.

No campo das garantias fundamentais, a ordem constitucional de 1988 também introduz extraordinárias inovações. Ao lado de ga-rantias tradicionais, como o habeas corpus (previsto pela Constitui-ção de 1891), o mandado de segurança e a aConstitui-ção popular (previstos pela Constituição de 1934), a Carta de 1988 estabelece como novas garantias constitucionais o mandado de injunção, o habeas data e o mandado de segurança coletivo.

Nos termos do artigo 5º, LXXI, caberá mandado de injunção sempre que a falta da norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais. A finalidade do mandado de injunção é, pois, concretizar o exercício de um direito ou liberdade constitucional que se encontra obstado por falta de

(9)

DIREITOS HUMANOS

2

Note-se que a Carta de 1988, quando de sua promulgação (em 5 de outubro de 1988), estava a exigir a elaboração de duzentos e quarenta e duas normas regulamentadoras. Passados anos da adoção da Constituição, restam ainda inúmeras normas a serem produzidas.

Nesse contexto, o objetivo era evitar que a omissão dos Po-deres Públicos inviabilizasse o exercício de direitos constitucional-mente enunciados, de forma a permitir que o Poder Judiciário, ao conceder a injunção, tornasse viável o exercício de direito ou a li-berdade constitucional.

Contudo, não tem sido esse o entendimento majoritário do Supremo Tribunal Federal, que não confere efeitos concretistas à nova garantia. Para o Supremo Tribunal Federal, a concessão do mandado de injunção implicará apenas na declaração da inconsti-tucionalidade por omissão e na ciência ao Poder competente para que adote as providências necessárias.

Essa interpretação esvazia de funcionalidade o novo instituto, equiparando-o à chamada ação direta de inconstitucionalidade por omissão (art. 103, § 2º da Constituição).

Outra relevante garantia constitucional é o habeas data. Tra-ta-se de instrumento que permite o conhecimento e a retificação de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes em registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público. Tutela-se assim o direito à informação, por meio de instrumento de tutela dos direitos da personalidade.

De um lado, o habeas data assegura a publicidade e a transpa-rência dos dados constantes de bancos de dados governamentais ou de caráter público, que devem estar sob o controle estrito dos titulares dos dados, a fim de que se evitem abusos e o arbítrio. Por outro lado, o habeas data tutela o respeito à intimidade, à vida pri-vada da pessoa a que as informações se referem.

Com relação à garantia do mandado de segurança coletivo, também é inovação da Carta de 1988, que ampliou a legitimidade ativa para a impetração de mandado de segurança, autorizando-a para partidos políticos, com representação no Congresso Nacional, bem como para organizações sindicais, entidades de classe ou asso-ciações, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. No tocante à garantia da ação popular, a Carta de 1988 amplia significativamente seu objeto, para envolver a proteção da morali-dade administrativa.

Por fim, merece ainda registro o fato da Carta de 1988 ter alar-gado o objeto da ação civil pública. Prevista pela Lei n. 7.347/85, a ação civil pública objetivava a responsabilidade por dano causado ao meio ambiente, ao consumidor e a bens de valor artístico. A par-tir da Carta de 1988, a ação civil pública torna-se instrumento de proteção de todo e qualquer direito difuso ou coletivo, não mais ficando restrita à tutela do meio ambiente, consumidor ou bens de valor artístico.

A título de exemplo, passam a ser tuteláveis por meio da ação civil pública os direitos sociais à saúde, à educação, ao transporte, dentre outros. Desta feita, a ação civil pública transforma-se em um importante mecanismo de proteção de direitos que demandam o cumprimento de tarefas positivas.

Tendo em vista esse breve panorama das inovações constitu-cionais relativas às garantias fundamentais, constata-se que o texto de 1988 conjuga garantias típicas do modelo liberal, voltadas à pro-teção das liberdades (como o habeas corpus e o mandado de segu-rança), com garantias típicas do modelo social, voltadas à proteção da igualdade material e justiça social (como o mandado de injunção e a ação civil pública).

Todavia, resta observar que a implementação dessas garan-tias pelo Poder Judiciário ainda encontra resistências, em especial quanto às garantias de cunho social.

Com efeito, no tocante à proteção dos direitos civis, as liber-dades públicas no sentido clássico, há farta jurisprudência das Cor-tes brasileiras, em especial quando do julgamento das garantias do habeas corpus e do mandado de segurança. Essas garantias têm marcada inspiração liberal, na medida em que objetivam a conten-ção do abuso e do arbítrio do Poder Público, objetivando um não--fazer, ora protegendo a liberdade de locomoção (habeas corpus), ora o direito líquido e certo (mandado de segurança).

Nesses casos, o Poder Judiciário se vale da chamada “interpre-tação de bloqueio”, com o fim último de assegurar o respeito ao valor da liberdade, limitando o poder do Estado, de acordo com o princípio da legalidade.

A “interpretação de bloqueio”, é inspirada no princípio da proi-bição de excessos, sendo a hermenêutica constitucional voltada ao Estado de Direito concebido como Estado mínimo, reduzido em suas funções.

Já com relação às garantias de cunho eminentemente social, mandado de injunção e ação civil pública, que demandam tarefas positivas do Estado, objetivando um fazer, o Poder Judiciário tem apresentado em geral uma atuação tímida, de forma a obstar tais prestações positivas. Ao apreciar tais garantias, as Cortes Brasilei-ras recorrem à “interpretação de bloqueio”, que, como visto, é con-sonante com as garantias de cunho liberal, mas não social.

Para a implementação de direitos sociais, necessária seria a adoção de uma “interpretação de legitimação de aspirações sociais à luz da Constituição”. O procedimento interpretativo de legitima-ção de aspirações sociais à luz da Constituilegitima-ção reflete a pretensão de realização dos comandos constitucionais, na qualidade de ins-trumento de legitimação das tarefas postas ao Estado.

Percebe-se que a mentalidade do Judiciário brasileiro está de-masiada e profundamente dominada pelas tarefas tradicionais da justiça civil e penal, o que encerra dificuldades para uma mudan-ça de postura, necessária para a interpretação e aplicação de leis promocionais, orientadas ao futuro. Aguarda-se uma maior partici-pação do Poder Judiciário para a construção da sociedade de bem--estar, com maior sensibilidade às finalidades sociais, tipicamente perseguidas pelo welfare state.

Tal mentalidade revela ainda a forte resistência da cultura ju-rídica nacional em conceber os direitos sociais, econômicos e cul-turais como verdadeiros direitos fundamentais. A implementação dos direitos sociais exige do Judiciário uma nova lógica, que afaste o argumento de que a “separação dos poderes” não permite um controle jurisdicional da atividade governamental.

Essa argumentação traz o perigo de inviabilizar políticas públi-cas, resguardando o manto da discricionariedade administrativa.

Há, portanto, que se realçar a imperatividade jurídica dos di-reitos econômicos, sociais e culturais, com base na doutrina da indivisibilidade dos direitos humanos consagrada pela Declaração Universal em 1948 e endossada em Viena, em 1993. Há que se pro-pagar a ideia de que os direitos sociais, econômicos e culturais são autênticos e verdadeiros direitos fundamentais e, por isso, devem ser reivindicados e compreendidos como direitos e não como cari-dade ou generosicari-dade.

Observe-se que o próprio Poder Legislativo, em sua tarefa le-giferante voltada à regulamentação da Carta de 1988, tem se des-tacado fundamentalmente pela produção de normas voltadas à defesa dos direitos civis e políticos, sendo pouca a normatividade relativa à proteção dos direitos sociais, econômicos e culturais.

A resistência em acolher a indivisibilidade dos direitos huma-nos não é constatada apenas huma-nos Poderes Judiciário e Legislativo, o próprio Poder Executivo também apresenta a mesma resistên-cia. Basta, a título de exemplo, mencionar o Programa Nacional de Direitos Humanos, que, embora reconheça a indivisibilidade dos direitos humanos, consagra metas voltadas tão-somente à imple-mentação dos direitos civis e políticos.

(10)

DIREITOS HUMANOS

Por fim, no que tange à proteção dos direitos humanos no

Brasil, há que se adicionar a proposta de federalização dos crimes contra os direitos humanos. O objetivo dessa proposta é transferir à Justiça Federal a competência para julgar os crimes contra os di-reitos humanos.

Acredita-se que essa medida é essencial para o combate da impunidade, eis que em muitas regiões do país as instituições lo-cais mostram-se falhas, incapazes e omissas quanto ao dever de responder a casos de violação de direitos humanos. Ademais, ten-do o Brasil ratificaten-do, a partir ten-do processo de democratização, os principais tratados de direitos humanos, a responsabilidade inter-nacional quando da afronta a preceitos internacionais recai na pes-soa jurídica da União, sem que ela tenha qualquer possibilidade de investigar, processar e punir os agentes perpetradores da violação.

Seria, pois, mais coerente que a própria União tivesse compe-tência para processar e julgar os crimes contra os direitos humanos, o que contribuiria para a criação de uma sistemática constitucional mais sintonizada com a responsabilidade internacional em direitos humanos, bem como para o combate à impunidade.

GERAÇÕES DE DIREITOS HUMANOS. Direitos humanos de primeira geração

A primeira geração de direitos humanos é associada ao con-texto do final do século XVIII – mais precisamente à independência dos Estados Unidos e criação de sua constituição, em 1787 – e à Revolução Francesa, em 1789. Seu marco histórico é a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.

Essa geração tem como elemento principal a ideia clássica de liberdade individual, concentrada nos direitos civis e políticos. Es-ses direitos só poderiam ser conquistados mediante a abstenção do controle do Estado, já que sua atuação interfere na liberdade do indivíduo.

Os direitos civis ou individuais são prerrogativas que protegem a integridade humana (proteção à integridade física, psíquica e mo-ral) contra o abuso de poder ou qualquer outra forma de arbitra-riedade estatal. Exemplos de direitos civis são a liberdade de ex-pressão, direito ao devido processo legal, presunção de inocência, proteção à vida privada, à liberdade de locomoção, entre outros.

Já os direitos políticos asseguram a participação popular na ad-ministração do Estado. O núcleo desse direito envolve o direito ao voto, direito a ser votado, direito a ocupar cargos ou funções polí-ticas e por fim o direito a permanecer nesses cargos. São direitos de cidadania, que asseguram além disso tudo direitos ligados ao processo eleitoral, como filiação partidária, alistamento eleitoral e a alternância de poder.

A diferença entre os direitos civis e políticos é que o primeiro é universal, ou seja, abrange a todas as pessoas, sem qualquer distin-ção. Mas os direitos políticos são direitos de participação restritos à cidadania e por isso atingem somente os eleitores, garantindo-lhes direito a participar da vida político-institucional de seu país.

Direitos humanos de segunda geração

Os direitos humanos de segunda geração surgem após a Pri-meira Guerra Mundial, quando começa a se fortalecer a concepção de Estado de Bem-Estar Social. Surge de uma necessidade do Es-tado garantir direitos de oportunidade iguais a todos os cidadãos, através de políticas públicas como acesso básico à saúde,

educa-Assim, a segunda geração está ligada ao conceito de igualda-de e mais preocupada com o poigualda-der igualda-de exigir do Estado a garantia dos direitos sociais, econômicos e culturais, todos imprescindíveis à possibilidade de uma vida digna.

Estes direitos aparecem na forma dos chamados direitos fun-damentais, pois impõem ao Estado um conjunto de obrigações que se materializam em normas constitucionais, execução de políticas públicas, programas sociais e ações afirmativas. Cabe ao Estado a obrigação de cumpri-las, sujeito a sanções em caso contrário.

Muitos ordenamentos jurídicos foram influenciados por essa nova classificação. Entre eles, a constituição francesa de 1848, a constituição mexicana de 1917, o Tratado de Versalhes, de 1919, e a constituição alemã de 1919, conhecida como Constituição de Weimar. Esta última exerceu forte influência sobre os países de-mocráticos.

No Brasil, os direitos sociais, característicos da segunda gera-ção, aparecem no artigo 6º da nossa mais recente constituigera-ção, que assegura:

“São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-balho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos de-samparados, na forma desta Constituição.” (CF, art. 6)

Ainda na nossa constituição, podemos encontrar uma série de exemplificações das outras duas categorias de direitos de segunda geração. Sobre os direitos econômicos, diz:

“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho hu-mano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social […]” (CF, art. 170)

Para isso, deve respeitar os princípios de livre concorrência, função social da propriedade, a propriedade privada, a defesa do consumidor, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, entre outros. O mesmo artigo determina ainda que:

“É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públi-cos, salvo nos casos previstos em lei.” (CF, art. 170).

Já os direitos culturais são o acesso às fontes da cultura na-cional, valorização e difusão das manifestações culturais, proteção às culturas populares, indígenas e afro-brasileiras; e proteção ao patrimônio cultural brasileiro, que são os bens de natureza material e imaterial portadores de referência à identidade, à ação, à memó-ria dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira. Tudo isso é determinado nos artigos 215 e 216 da Constituição Federal.

Direitos humanos de terceira geração

A partir dos anos 1960, aparece uma terceira geração de direi-tos humanos, norteada pelo ideal de fraternidade ou solidariedade. A principal preocupação passa a ser com os direitos difusos – ou seja, direitos cujos titulares não se pode determinar, nem mensurar o número exato de beneficiários – e com os direitos coletivos, que possuem um número determinável de titulares, que por sua vez compartilham determinada condição. São exemplos a proteção de grupos sociais vulneráveis e a preservação do meio ambiente.

(11)

DIREITOS HUMANOS

4

Para evidenciar a diferença entre os dois tipos de direito, va-mos usar como exemplo os alunos da rede estadual de ensino, que estão ligados entre si através da matrícula escolar. Esse é um gru-po com interesses coletivos. Nos interesses difusos, os titulares se unem através das circunstâncias de fato, como a veiculação de uma propaganda enganosa na televisão, onde não é possível calcular quantas pessoas foram atingidas.

A defesa de direitos na terceira geração não é mais responsa-bilidade do Estado, mas uma tutela compartilhada com represen-tantes da sociedade civil, sobretudo das organizações não-governa-mentais ou nas ações populares.

Os direitos dessa nova geração são considerados transindivi-duais, pois só podem ser exigidos em ações coletivas, já que seu exercício está condicionado à existência de um grupo determinado ou não de pessoas. Alcançar esses interesses beneficia a todos e sua violação também afeta a todos.

No plano internacional, são exemplos de direitos da terceira geração o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de comunicação, o direito de autodeterminação dos povos, o direito à defesa de ameaça de purificação racial e genocídio, o direito à pro-teção contra as manifestações de discriminação racial, o direito à proteção em tempos de guerra ou qualquer outro conflito armado.

No Brasil, a terceira geração de direitos configura-se pelo di-reito ambiental, didi-reitos do consumidor, da criança, adolescente, idosos e portadores de deficiência, bem como a proteção dos bens que integram o patrimônio artístico, histórico, cultural, paisagísti-co, estético e turístico.

Existe uma possível quarta geração?

A existência de uma quarta geração de direitos humanos é um assunto ainda divergente entre os mais diversos teóricos. Mesmo entre aqueles que defendem sua existência, ainda há muita discor-dância em relação ao seu conteúdo.

Para os que defendem sua existência, a quarta geração se de-senvolve em torno de dois eixos: os direitos da bioética e os direi-tos da informática. Essa geração é concebida no século XX como resultado da globalização dos direitos políticos, onde passam a ser preocupação os direitos à participação democrática, ao pluralismo e à informação, todos esses fundados na defesa da dignidade da pessoa humana contra intervenções abusivas, sejam elas por parte do Estado ou de particulares.

No eixo do direito à bioética, decorrente do avanço da biotec-nologia e da engenharia genética, aparecem como preocupações temas como o suicídio, a eutanásia, o aborto, o transexualismo, a reprodução artificial e a manipulação do código genético.

Já no eixo dos direitos da informática e das complexas formas de comunicação, aparecem preocupações com a transmissão de dados através de meios eletrônicos e interativos e a solução de pro-blemas que envolvem o comércio virtual, a pirataria, a invasão de privacidade, direitos autorais e propriedade industrial.

Fonte: https://www.politize.com.br/ tres-geracoes-dos-direitos-humanos/#:~:text=Os%20direitos%20 humanos%20s%C3%A3o%20constru%C3%ADdos,%C3%A0s%20 necessidades%20de%20cada%20%C3%A9poca.&text=Atrav%-C3%A9s%20da%20teoria%20geracional%20de,e%20terceira%20 gera%C3%A7%C3%A3o%20(fraternidade). A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS.

“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adota-dos, ou dos tratados internacionais em que a Republica Federativa do Brasil seja parte” [27]. Os direitos humanos chegam ao nosso or-denamento jurídico com nível constitucional de aplicação imediata, e como possuem nível constitucional, não podem ser revogadas por leis ordinárias posteriores. Entende-se que os tratados interna-cionais que constam na CF são como se estivessem sido redigidos em sua redação original.

A CF de 1988 em seu art. 5º § 2º inovou ao reconhecer a dupla forma normativa, a primeira que vem do direito interno e a segunda do direito internacional dando eficácia e igualdade, e se caso ocorrer conflito deve optar pela norma mais favorável, podendo até aplicar as duas conjuntamente aproveitando no que tem de melhor à prote-ção do direito da pessoa. Existem entendimentos em defesa de que os tratados internacionais por serem jus cogens internacional pos-suem status supraconstitucional, porém, é um assunto que nunca foi solucionado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A divergência acerca do posicionamento dos tratados inter-nacionais é em relação à forma de como este era incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro, pois antes da Emenda Constitucio-nal nº 45 de 2004 (EC45/2004) os tratados internacionais de direi-tos humanos eram ratificados por meio de Decreto Legislativo por maioria simples no Congresso dando o entendimento para alguns que as normas seriam infraconstitucionais. Para que a discussão em relação aos tratados anteriores a EC45/2004 fosse sanada, es-tudiosos viram uma solução, incluir no ordenamento jurídico um parágrafo abaixo do § 2º do art. 5º da CF que lhe confira uma inter-pretação, através de uma Emenda Constitucional, assim como fez a EC45/2004, e seria a seguinte:

§ 3º. Os tratados internacionais referidos pelo paragrafo ante-rior, uma vez ratificados, incorporam-se automaticamente na or-dem interna brasileira com hierarquia constitucional, prevalecen-do, no que forem suas disposições mais benéficas ao ser humano, às normas estabelecidas por esta Constituição.

Essa proposta, que ampliaria um parágrafo no art. 5º da CF co-locaria fim nas discussões no STF relativas ao assunto.

As unidades federativas, por fazerem parte do Estado sobera-no e não terem autosobera-nomia em relação aos tratados internacionais, devem se submeter a respeitar tais tratados nos limites de sua competência, sob a pena do Estado soberano responder internacio-nalmente pelas suas violações. Exemplo disso é o Pacto dos Direitos Civis e Políticos no seu art. 50 que estabelece, “Aplicar-se-ão as dis-posições do presente Pacto, sem qualquer limitação ou exceção, a todas as unidades constitutivas dos Estados federativos”, e o Pacto de São Jose da Costa Rica em seu art. 28, estabelece que o gover-no nacional deva fazer cumprir o Pacto em conformidade com sua Constituição. Por consequência surge o Incidente de Deslocamento de Competência (IDC), que nos casos de grave violação de direitos humanos, o Procurador Geral da República (PGR) poderá ingressar perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ) com o pedido de mu-dança de competência para a justiça federal (Art. 109 § 5º da CF).

Os Estados que assinam um Tratado de Direitos Humanos po-dem o fazer com reservas, ou seja, consentirem em partes, ratifi-cando o tratado e coloratifi-cando observações sobre alguns pontos, são cláusulas que podem excluir ou modificar alguns dispositivos, po-rém nem sempre são permitidas, as reservas não podem ir contra aos pontos centrais do tratado, caso contrario poderiam desfigurar o instrumento internacional.

(12)

LÍNGUA PORTUGUESA

1. Interpretação e compreensão de textos. Identificação de tipos textuais: narrativo, descritivo e dissertativo. Critérios de textualidade:

coerência e coesão. Recursos de construção textual: fonológicos, morfológicos, sintáticos e semânticos. . . . 01

2. Gêneros textuais da Redação Oficial.Princípios gerais. Uso dos pronomes de tratamento. Estrutura interna dos gêneros: ofício, memo-rando, requerimento, relatório, parecer. . . . 16

3. Conhecimentos linguísticos. Conhecimentos gramaticais conforme padrão formal da língua . . . 24

4. Princípios gerais de leitura e produção de texto. Intertextualidade. . . 26

5. Tipos de discurso. . . . 26

6. Vozes discursivas: citação, paródia, alusão, paráfrase, epígrafe. . . . 28

7. Semântica: construção de sentido; sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia; denotação e conotação; figuras de lin-guagem.. . . 28

8. Pontuação e efeitos de sentido. . . . 32

9. Sintaxe: oração, período, termos das orações; articulação das orações: coordenação e subordinação; . . . 33

10. Concordância verbal e nominal; . . . 35

(13)

LÍNGUA PORTUGUESA

1 INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS. IDEN-TIFICAÇÃO DE TIPOS TEXTUAIS: NARRATIVO, DESCRI-TIVO E DISSERTADESCRI-TIVO. CRITÉRIOS DE TEXTUALIDADE:

COERÊNCIA E COESÃO. RECURSOS DE CONSTRUÇÃO TEXTUAL: FONOLÓGICOS, MORFOLÓGICOS,

SINTÁTI-COS E SEMÂNTISINTÁTI-COS

Compreensão e interpretação de textos

Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa prova de qualquer área do conhecimento.

Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação? A compreensão é quando você entende o que o texto diz de

forma explícita, aquilo que está na superfície do texto. Quando Jorge fumava, ele era infeliz.

Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.

A interpretação é quando você entende o que está implícito,

nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto ou que faça com que você realize inferências.

Quando Jorge fumava, ele era infeliz.

Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.

Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem

Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.

• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.

• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal com a não-verbal.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto

Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir de um texto.

A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-mento do conhecicresci-mento do leitor, e espera que haja uma aprecia-ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-do de alguma forma o leitor.

Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:

- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta-do, país e mundo;

- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias (e também da estrutura das palavras para dar opiniões);

- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto-gráficas, gramaticais e interpretativas;

- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po-lêmicos;

- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto:

– Leia lentamente o texto todo.

No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.

Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa-rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.

Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia principal e das ideias secundárias do texto.

(14)

LÍNGUA PORTUGUESA

– Separe fatos de opiniões.

O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu-tável).

– Retorne ao texto sempre que necessário.

Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os enunciados das questões.

– Reescreva o conteúdo lido.

Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó-picos ou esquemas.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas também um aprendizado.

Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre-ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos-so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se-letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.

O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden-tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca extrapole a visão dele.

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO

O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo significativo, que é o texto.

Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será tratado no texto.

Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atra-ído pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.

Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos?

Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.

Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.

As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-de unida-de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!

Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias--secundarias/

IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS

Ironia

Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que

está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).

A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor.

(15)

LÍNGUA PORTUGUESA

3

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal

Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.

Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação

A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.

Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a morte.

Ironia dramática (ou satírica)

A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.

Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor

Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.

Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-rer algo fora do esperado numa situação.

Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de gerar o riso.

Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-NERO EM QUE SE INSCREVE

Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.

Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.

Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode--se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

Busca de sentidos

Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na

apreensão do conteúdo exposto.

Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-seater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Importância da interpretação

A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita.

Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fatores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes presentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz suficiente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreen-dentes que não foram observados previamente.

(16)

LÍNGUA PORTUGUESA

Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também

retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso

certamente auxiliará na apreensão do conteúdo exposto. Lembre--se de que os parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hie-rárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au-tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes.

Diferença entre compreensão e interpretação

A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta-ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O leitor tira conclusões subjetivas do texto.

Gêneros Discursivos

Romance: descrição longa de ações e sentimentos de

perso-nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No romance nós temos uma história central e várias histórias secun-dárias.

Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente

imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações encaminham-se diretamente para um desfecho.

Novela: muito parecida com o conto e o romance,

diferencia-do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais curto.

Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que

nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos como horas ou mesmo minutos.

Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da

lin-guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento, a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de imagens.

Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a

opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-vencer o leitor a concordar com ele.

Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um

entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações. Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas de destaque sobre algum assunto de interesse.

Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se

materiali-za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando os professores a identificar o nível de alfabetização delas.

Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo

de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-berdade para quem recebe a informação.

DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO Fato

O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.

Exemplo de fato: A mãe foi viajar.

Interpretação

É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-sas, previmos suas consequências.

Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível. Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-ças sejam detectáveis.

Exemplos de interpretação:

A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-tro país.

A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha.

Opinião

A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação que fazemos do fato.

Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais.

Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações anteriores:

A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou-tro país. Ela tomou uma decisão acertada.

A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão do que com a filha. Ela foi egoísta.

Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên-cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta-mos expressando nosso julgamento.

É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando analisamos um texto dissertativo.

(17)

NOÇÕES DE CRIMINOLOGIA

1. Criminologia: conceito, cientificidade, objeto, método, sistema e funções. . . 01

2. Fundamentos históricos e filosóficos da Criminologia: precursores, Iluminismo e as primeiras escolas sociológicas. Marcos científicos da Criminologia. . . 02

3. A escola liberal clássica do Direito Penal e a Criminologia positivista . . . 03

4. A Moderna Criminologia científica: modelos teóricos explicativos do comportamento criminal. Biologia criminal, Psicologia Criminal e Sociologia Criminal . . . 03

5. Teoria Estrutural-Funcionalista do desvio e da anomia. . . 04

6. Teoria das Subculturas Criminais. . . 04

7. Do “Labeling Approach” a uma criminologia crítica . . . 05

8. A sociologia do conflito e a sua aplicação criminológica. . . 05

9. Sistema penal e reprodução da realidade social . . . 06

10. Cárcere e marginalidade social . . . 06

Referências

Documentos relacionados

Em decorrência dos agravos às condições de saúde mental com a pandemia de Covid-19, o projeto de extensão universitária Grupo de Extensão Multidisciplinar de Apoio a

Para obter mais informações sobre como usar a impressora, consulte a Ajuda salva no computador durante a instalação da

As tarefas podem incluir muitos tipos de materiais que fazem parte do curso, como vídeos, ficheiros áudio, ligações para a internet, apps, livros, documentos e apresentações..

há, ainda, a contraposição entre o novo e o velho: o novo, representado pela natureza americana selva­ gem, submetida aos esforços “civilizadores” dos colonos (des­ ses

1.7.3.1.3 Tutela Constitucional das Liberdades: Habeas Corpus, Habeas Data, Ação Civil Pública, Ação Popular, Mandado de Segurança Individual e Coletivo, Mandado de Injunção,

Considerando a política de investimento definida para o Fundo PPR GARANTIA DE FUTURO, este encontra-se sujeito a diferentes fatores de risco relacionados quer com o investimento

“O alcance da efetividade do Direito à Saúde só será possível pelo exercício da cidadania com fundamento na vida com dignidade da pessoa humana.” (ROCHA, 1999,

O que nos leva a inferir que a influência da intangibilidade no desempenho econômico superior das empresas brasileiras de capital aberto do setor industrial difere entre os