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SL-079MA-21 CÓD: PC-PB POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA PARAÍBA

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Academic year: 2021

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PC-PB

POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA PARAÍBA

Papiloscopista e Técnico em Perícia

A APOSTILA PREPARATÓRIA É ELABORADA

ANTES DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL OFICIAL COM BASE NO EDITAL

ANTERIOR, PARA QUE O ALUNO ANTECIPE SEUS ESTUDOS.

SL-079MA-21

CÓD: 7908433205463

(2)

ÍNDICE

Noções de Informática

1. Conceito de Internet e intranet. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a Internet/intranet. Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de

busca e pesquisa. Conceitos de protocolos, World Wide Web, organização de informação para uso na Internet . . . 01

2. Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo, multimídia, uso da Internet na educação, negócios, medicina e outros domínios . . . 07

3. Conceitos de proteção e segurança . . . 08

4. Novas tecnologias e outros. Conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: tipos de computadores, conceitos de hardware e de software. . . 12

5. Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de cópia de segurança (back up) . . . .15

6. Conceitos de organização e gerenciamento de arquivos, pastas e programas, instalação de periféricos. . . 15

7. Sistemas Operacionais LINUX . . . 17

8. BR Office: Editores de textos (Writer) e planilhas eletrônicas (Calc) . . . 22

Atualidades

1. Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações inter-nacionais, desenvolvimento sustentável, segurança e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas . . . 01

Língua Portuguesa

1. Compreensão e interpretação de textos. Tipologia textual . . . 01

2. Ortografia oficial . . . 14

3. Acentuação gráfica . . . 15

4. Emprego das classes de palavras. . . 16

5. Emprego do sinal indicativo de crase . . . 20

6. Sintaxe da oração e do período . . . 21

7. Pontuação . . . 23

8. Concordância nominal e verbal . . . 25

9. Regência nominal e verbal. . . 25

10. Semântica . . . 25

História e Geografia da Paraíba

1. A conquista do território paraibano. As primeiras atividades produtivas. A Paraíba Republicana. Os símbolos estaduais e sua signi-ficação. A natureza paraibana: caracterização principal das Mesorregiões (Litoral, Agreste, Borborema e Sertão). A economia atual: agricultura, pecuária, indústria e comércio. Questões atuais: principais problemas da cidade e do campo.. . . 01

Noções de Direito Administrativo

1. Administração Pública e atividade administrativa: administração direta e indireta; autarquias; fundações; empresas públicas; socieda-des de economia mista; órgãos e agentes públicos; conceito de administração; natureza e fins da administração; princípios básicos da administração . . . 01

2. Atos e Poderes administrativos. Poderes: poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder regula-mentar; poder de polícia; uso e abuso de poder. . . . 08

3. Atos Administrativos: conceito; elementos; atributos; classificação; espécies; extinção do ato, controle do ato administrativo: invalida-ção; anulação e revogação. . . 14

4. Servidores públicos: organização do serviço público; normas constitucionais pertinentes; deveres e direitos dos servidores; responsa-bilidade dos servidores. . . 23

(3)

ÍNDICE

Noções de Direito Constitucional

1. Constituição: supremacia e princípios . . . 01

2. Direitos e garantias fundamentais: direitos e garantias individuais e coletivos; tutela constitucional das liberdades; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políticos; dos partidos políticos. . . 07

3. Organização do Estado Brasileiro: União, Estados federados, Municípios, Distrito Federal e Territórios; organização político-administra-tiva; repartição de competências e intervenção. Da Administração Pública: disposições gerais; servidores públicos; dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. . . 34

4. Poder Legislativo e Processo Legislativo. Poder Legislativo: fundamento, atribuições e garantias de independência. Processo Legislati-vo: conceito, objetos, atos, espécies normativas e os procedimentos. . . 52

5. Poder Executivo: forma e sistema de governo; chefia de Estado e chefia de governo; atribuições e responsabilidades do Presidente da República. . . 61

6. Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo Tribunal Federal; Superior Tribunal de Justiça; tribunais regionais federais e juízes fede-rais; tribunais e juízes dos Estados . . . 64

7. Funções essenciais à justiça. . . 74

8. Defesa do Estado e das instituições democráticas: estado de defesa e estado de sítio; forças armadas; segurança pública; organização da segurança pública . . . 78

Noções de Direito Penal

1. Infração penal: elementos, espécies. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal. . . 01

2. Tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade . . . 01

3. Imputabilidade penal . . . 05

4. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade . . . 01

5. Concurso de pessoas . . . 06

6. Crimes contra a pessoa . . . 08

7. Crimes contra o patrimônio. . . 15

8. Crimes contra os costumes . . . 22

9. Dos crimes contra a família . . . 26

10. Crimes contra a fé pública . . . 28

11. Crimes contra a administração pública. . . 31

Noções de Direito Processual Penal

1. Notitia criminis e o inquérito policial: conceito; natureza jurídica; características; instauração; atribuição; inquérito policial e o controle externo da atividade policial pelo Ministério Público; arquivamento e desarquivamento do inquérito policial . . . 01

2. Da prisão cautelar: prisão em flagrante; prisão preventiva; prisão temporária (Lei n.º 7.960/89). . . 06

3. Da prova: considerações gerais; exame de corpo de delito e perícias em geral; interrogatório e confissão; perguntas ao ofendido; tes-temunhas; reconhecimento de pessoas e coisas; acareação; documentos; indícios; busca e apreensão . . . 17

Noções de Medicina Legal

1. Perícia médico-legal: perícias médico-legais, perícia, peritos. . . 01

2. Documentos legais: conteúdo e importância. . . 05

3. Traumatologia forense. Energia de ordem física. Energia de ordem mecânica. Lesões corporais: leve, grave e gravíssima e seguida de morte . . . 11

4. Tanatologia forense: causas jurídica da morte, diagnóstico de realidade da morte . . . 53

5. Sexologia forense: crime contra a liberdade sexual, estupro, posse sexual mediante fraude e atentado violento ao pudor . . . .59

6. Imputabilidade penal e capacidade civil: limites e modificadores biopsíquicos e sociais da imputabilidade penal e da capacidade civil . . . 63

Noções de Criminalística

1. Conceito de criminalística. . . 01

2. Prova. Conceito e objeto da prova. Tipos de prova: prova confessional, prova testemunhal, prova documental e prova pericial. Formas da prova: forma direta e indireta. . . 01

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITO DE INTERNET E INTRANET. CONCEITOS BÁSICOS E MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS,

FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS A INTERNET/INTRANET. FERRAMEN-TAS E APLICATIVOS COMERCIAIS DE NAVEGAÇÃO, DE

CORREIO ELETRÔNICO, DE GRUPOS DE DISCUSSÃO, DE BUSCA E PESQUISA. CONCEITOS DE PROTOCOLOS, WORLD WIDE WEB, ORGANIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO

PARA USO NA INTERNET

Internet

A Internet é uma rede mundial de computadores interligados através de linhas de telefone, linhas de comunicação privadas, ca-bos submarinos, canais de satélite, etc1. Ela nasceu em 1969, nos

Estados Unidos. Interligava originalmente laboratórios de pesquisa e se chamava ARPAnet (ARPA: Advanced Research Projects Agency). Com o passar do tempo, e com o sucesso que a rede foi tendo, o nú-mero de adesões foi crescendo continuamente. Como nesta época, o computador era extremamente difícil de lidar, somente algumas instituições possuíam internet.

No entanto, com a elaboração de softwares e interfaces cada vez mais fáceis de manipular, as pessoas foram se encorajando a participar da rede. O grande atrativo da internet era a possibilida-de possibilida-de se trocar e compartilhar ipossibilida-deias, estudos e informações com outras pessoas que, muitas vezes nem se conhecia pessoalmente.

Conectando-se à Internet

Para se conectar à Internet, é necessário que se ligue a uma rede que está conectada à Internet. Essa rede é de um provedor de acesso à internet. Assim, para se conectar você liga o seu computa-dor à rede do provecomputa-dor de acesso à Internet; isto é feito por meio de um conjunto como modem, roteadores e redes de acesso (linha telefônica, cabo, fibra-ótica, wireless, etc.).

World Wide Web

A web nasceu em 1991, no laboratório CERN, na Suíça. Seu criador, Tim Berners-Lee, concebeu-a unicamente como uma lin-guagem que serviria para interligar computadores do laboratório e outras instituições de pesquisa, e exibir documentos científicos de forma simples e fácil de acessar.

Hoje é o segmento que mais cresce. A chave do sucesso da World Wide Web é o hipertexto. Os textos e imagens são interli-gados por meio de palavras-chave, tornando a navegação simples e agradável.

Protocolo de comunicação

Transmissão e fundamentalmente por um conjunto de proto-colos encabeçados pelo TCP/IP. Para que os computadores de uma rede possam trocar informações entre si é necessário que todos os computadores adotem as mesmas regras para o envio e o recebi-mento de informações. Este conjunto de regras é conhecido como Protocolo de Comunicação. No protocolo de comunicação estão de-finidas todas as regras necessárias para que o computador de desti-no, “entenda” as informações no formato que foram enviadas pelo computador de origem.

Existem diversos protocolos, atualmente a grande maioria das redes utiliza o protocolo TCP/IP já que este é utilizado também na Internet.

O protocolo TCP/IP acabou se tornando um padrão, inclusive para redes locais, como a maioria das redes corporativas hoje tem acesso Internet, usar TCP/IP resolve a rede local e também o acesso externo.

1 https://cin.ufpe.br/~macm3/Folders/Apostila%20Internet%20-%20 Avan%E7ado.pdf

TCP / IP

Sigla de Transmission Control Protocol/Internet Protocol (Pro-tocolo de Controle de Transmissão/Pro(Pro-tocolo Internet).

Embora sejam dois protocolos, o TCP e o IP, o TCP/IP aparece nas literaturas como sendo:

- O protocolo principal da Internet; - O protocolo padrão da Internet;

- O protocolo principal da família de protocolos que dá suporte ao funcionamento da Internet e seus serviços.

Considerando ainda o protocolo TCP/IP, pode-se dizer que: A parte TCP é responsável pelos serviços e a parte IP é respon-sável pelo roteamento (estabelece a rota ou caminho para o trans-porte dos pacotes).

Domínio

Se não fosse o conceito de domínio quando fossemos acessar um determinado endereço na web teríamos que digitar o seu en-dereço IP. Por exemplo: para acessar o site do Google ao invés de você digitar www.google.com você teria que digitar um número IP – 74.125.234.180.

É através do protocolo DNS (Domain Name System), que é pos-sível associar um endereço de um site a um número IP na rede. O formato mais comum de um endereço na Internet é algo como http://www.empresa.com.br, em que:

www: (World Wide Web): convenção que indica que o ende-reço pertence à web.

empresa: nome da empresa ou instituição que mantém o ser-viço.

com: indica que é comercial. br: indica que o endereço é no Brasil. URL

Um URL (de Uniform Resource Locator), em português, Locali-zador-Padrão de Recursos, é o endereço de um recurso (um arqui-vo, uma impressora etc.), disponível em uma rede; seja a Internet, ou uma rede corporativa, uma intranet.

Uma URL tem a seguinte estrutura: protocolo://máquina/ca-minho/recurso.

HTTP

É o protocolo responsável pelo tratamento de pedidos e res-postas entre clientes e servidor na World Wide Web. Os endereços web sempre iniciam com http:// (http significa Hypertext Transfer Protocol, Protocolo de transferência hipertexto).

Hipertexto

São textos ou figuras que possuem endereços vinculados a eles. Essa é a maneira mais comum de navegar pela web.

Navegadores

Um navegador de internet é um programa que mostra informa-ções da internet na tela do computador do usuário.

Além de também serem conhecidos como browser ou web bro-wser, eles funcionam em computadores, notebooks, dispositivos móveis, aparelhos portáteis, videogames e televisores conectados à internet.

Um navegador de internet condiciona a estrutura de um site e exibe qualquer tipo de conteúdo na tela da máquina usada pelo internauta.

Esse conteúdo pode ser um texto, uma imagem, um vídeo, um jogo eletrônico, uma animação, um aplicativo ou mesmo servidor. Ou seja, o navegador é o meio que permite o acesso a qualquer página ou site na rede.

(5)

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Para funcionar, um navegador de internet se comunica com

servidores hospedados na internet usando diversos tipos de pro-tocolos de rede. Um dos mais conhecidos é o protocolo HTTP, que transfere dados binários na comunicação entre a máquina, o nave-gador e os servidores.

Funcionalidades de um Navegador de Internet

A principal funcionalidade dos navegadores é mostrar para o usuário uma tela de exibição através de uma janela do navegador.

Ele decodifica informações solicitadas pelo usuário, através de códigos-fonte, e as carrega no navegador usado pelo internauta.

Ou seja, entender a mensagem enviada pelo usuário, solicitada através do endereço eletrônico, e traduzir essa informação na tela do computador. É assim que o usuário consegue acessar qualquer site na internet.

O recurso mais comum que o navegador traduz é o HTML, uma linguagem de marcação para criar páginas na web e para ser inter-pretado pelos navegadores.

Eles também podem reconhecer arquivos em formato PDF, imagens e outros tipos de dados.

Essas ferramentas traduzem esses tipos de solicitações por meio das URLs, ou seja, os endereços eletrônicos que digitamos na parte superior dos navegadores para entrarmos numa determinada página.

Abaixo estão outros recursos de um navegador de internet: – Barra de Endereço: é o espaço em branco que fica localiza-do no topo de qualquer navegalocaliza-dor. É ali que o usuário deve digitar a URL (ou domínio ou endereço eletrônico) para acessar qualquer página na web.

– Botões de Início, Voltar e Avançar: botões clicáveis básicos que levam o usuário, respectivamente, ao começo de abertura do navegador, à página visitada antes ou à página visitada seguinte.

– Favoritos: é a aba que armazena as URLs de preferência do usuário. Com um único simples, o usuário pode guardar esses en-dereços nesse espaço, sendo que não existe uma quantidade limite de links. É muito útil para quando você quer acessar as páginas mais recorrentes da sua rotina diária de tarefas.

– Atualizar: botão básico que recarrega a página aberta naque-le momento, atualizando o conteúdo nela mostrado. Serve para mostrar possíveis edições, correções e até melhorias de estrutura no visual de um site. Em alguns casos, é necessário limpar o cache para mostrar as atualizações.

– Histórico: opção que mostra o histórico de navegação do usuário usando determinado navegador. É muito útil para recupe-rar links, páginas perdidas ou revisitar domínios antigos. Pode ser apagado, caso o usuário queira.

– Gerenciador de Downloads: permite administrar os down-loads em determinado momento. É possível ativar, cancelar e pau-sar por tempo indeterminado. É um maior controle na usabilidade do navegador de internet.

– Extensões: já é padrão dos navegadores de internet terem um mecanismo próprio de extensões com mais funcionalidades. Com alguns cliques, é possível instalar temas visuais, plug-ins com novos recursos (relógio, notícias, galeria de imagens, ícones, entre outros.

– Central de Ajuda: espaço para verificar a versão instalada do navegador e artigos (geralmente em inglês, embora também exis-tam em português) de como realizar tarefas ou ações específicas no navegador.

Firefox, Internet Explorer, Google Chrome, Safari e Opera são alguns dos navegadores mais utilizados atualmente. Também co-nhecidos como web browsers ou, simplesmente, browsers, os na-vegadores são uma espécie de ponte entre o usuário e o conteúdo virtual da Internet.

Internet Explorer

Lançado em 1995, vem junto com o Windows, está sendo substituído pelo Microsoft Edge, mas ainda está disponível como segundo navegador, pois ainda existem usuários que necessitam de algumas tecnologias que estão no Internet Explorer e não foram atualizadas no Edge.

Já foi o mais navegador mais utilizado do mundo, mas hoje per-deu a posição para o Google Chrome e o Mozilla Firefox.

Principais recursos do Internet Explorer:

– Transformar a página num aplicativo na área de trabalho, permitindo que o usuário defina sites como se fossem aplicativos instalados no PC. Através dessa configuração, ao invés de apenas manter os sites nos favoritos, eles ficarão acessíveis mais facilmente através de ícones.

– Gerenciador de downloads integrado. – Mais estabilidade e segurança.

– Suporte aprimorado para HTML5 e CSS3, o que permite uma navegação plena para que o internauta possa usufruir dos recursos implementados nos sites mais modernos.

– Com a possibilidade de adicionar complementos, o navega-dor já não é apenas um programa para acessar sites. Dessa forma, é possível instalar pequenos aplicativos que melhoram a navegação e oferecem funcionalidades adicionais.

– One Box: recurso já conhecido entre os usuários do Google Chrome, agora está na versão mais recente do Internet Explorer. Através dele, é possível realizar buscas apenas informando a pala-vra-chave digitando-a na barra de endereços.

Microsoft Edge

Da Microsoft, o Edge é a evolução natural do antigo Explorer2.

O navegador vem integrado com o Windows 10. Ele pode receber aprimoramentos com novos recursos na própria loja do aplicativo.

Além disso, a ferramenta otimiza a experiência do usuário con-vertendo sites complexos em páginas mais amigáveis para leitura.

Outras características do Edge são:

– Experiência de navegação com alto desempenho.

– Função HUB permite organizar e gerenciar projetos de qual-quer lugar conectado à internet.

– Funciona com a assistente de navegação Cortana. – Disponível em desktops e mobile com Windows 10. – Não é compatível com sistemas operacionais mais antigos. Firefox

Um dos navegadores de internet mais populares, o Firefox é conhecido por ser flexível e ter um desempenho acima da média. 2 https://bit.ly/2WITu4N

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LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS. TIPO-LOGIA TEXTUAL

Compreensão e interpretação de textos

Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa prova de qualquer área do conhecimento.

Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação? A compreensão é quando você entende o que o texto diz de forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.

Quando Jorge fumava, ele era infeliz.

Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.

A interpretação é quando você entende o que está implícito, nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto ou que faça com que você realize inferências.

Quando Jorge fumava, ele era infeliz.

Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.

Percebeu a diferença? Tipos de Linguagem

Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que facilite a interpretação de textos.

• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela pode ser escrita ou oral.

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens, fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.

• Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal com a não-verbal.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto

Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir de um texto.

A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-mento do conhecicresci-mento do leitor, e espera que haja uma aprecia-ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan-do de alguma forma o leitor.

Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti-ca e, por fim, uma leitura interpretativa.

É muito importante que você:

- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta-do, país e mundo;

- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias (e também da estrutura das palavras para dar opiniões);

- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto-gráficas, gramaticais e interpretativas;

- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po-lêmicos;

- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas.

Dicas para interpretar um texto: – Leia lentamente o texto todo.

No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo.

– Releia o texto quantas vezes forem necessárias.

Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa-rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto.

– Sublinhe as ideias mais importantes.

Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia principal e das ideias secundárias do texto.

– Separe fatos de opiniões.

O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu-tável).

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LÍNGUA PORTUGUESA

– Retorne ao texto sempre que necessário.

Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os enunciados das questões.

– Reescreva o conteúdo lido.

Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó-picos ou esquemas.

Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa-lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu-lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma distração, mas também um aprendizado.

Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a com-preensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos-so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória.

Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se-letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto.

O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden-tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova.

Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca extrapole a visão dele.

IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO

O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja, você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo significativo, que é o texto.

Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre o assunto que será tratado no texto.

Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.

Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos estudos?

Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto: reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?

CACHORROS

Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que, se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o outro e a parceria deu certo.

Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.

As informações que se relacionam com o tema chamamos de subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram, ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-de unida-de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi capaz de identificar o tema do texto!

Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias--secundarias/

IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM TEXTOS VARIADOS

Ironia

Ironia é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que

está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem).

A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex-pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um novo sentido, gerando um efeito de humor.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal

Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.

Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! Ironia de situação

A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja.

Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li-vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a morte.

Ironia dramática (ou satírica)

A ironia dramática é um dos efeitos de sentido que ocorre nos textos literários quando a personagem tem a consciência de que suas ações não serão bem-sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.

Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor

Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.

Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-rer algo fora do esperado numa situação.

Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de gerar o riso.

Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-NERO EM QUE SE INSCREVE

Compreender um texto trata da análise e decodificação do que de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.

Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual-quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia principal. Compreender relações semânticas é uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.

Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode--se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-fissional, mas também o desenvolvimento pessoal.

Busca de sentidos

Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na apreensão do conteúdo exposto.

Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici-tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas.

Importância da interpretação

A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos específicos, aprimora a escrita.

Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa-tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre-sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es-tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató-ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA PARAÍBA

A CONQUISTA DO TERRITÓRIO PARAIBANO.AS PRI-MEIRAS ATIVIDADES PRODUTIVAS. A PARAÍBA

REPU-BLICANA.OS SÍMBOLOS ESTADUAIS E SUA SIGNIFI-CAÇÃO.A NATUREZA PARAIBANA: CARACTERIZAÇÃO PRINCIPAL DAS MESORREGIÕES (LITORAL, AGRESTE, BORBOREMA E SERTÃO). A ECONOMIA ATUAL: AGRI-CULTURA, PECUÁRIA, INDÚSTRIA E COMÉRCIO.

QUES-TÕES ATUAIS: PRINCIPAIS PROBLEMAS DA CIDADE E DO CAMPO

Demorou um certo tempo para que Portugal começasse a ex-plorar economicamente o Brasil, uma vez que os interesses lusita-nos estavam voltados para o comércio de especiarias nas Índias, e alem disso, não havia nenhuma riqueza na costa brasileira que chamasse tanta atenção quanto o ouro, encontrado nas colônias espanholas, minério este que tornara uma nação muito poderosa na época.

Devido ao desinteresse lusitano, piratas e corsários começaram a extrair o pau-brasil, madeira muito encontrada no Brasil-Colônia, e especial devido a extração de uma tinta, usada para tingir tecidos na Europa.

Esses invasores eram em sua maioria franceses, e logo que che-garam no Brasil fizeram amizades com os índios, possibilitando en-tre eles uma relação comercial conhecida como “escambo”, na qual o trabalho indígena era trocado por alguma manufatura sem valor.

Os portugueses, preocupados com o aumento do comércio dos invasores da colônia, passaram a enviar expedições para evi-tar o contrabando do pau-brasil, porém, ao chegar no Brasil essas expedições eram sempre repelidas pelos franceses apoiados pelos índios. Com o fracasso das expedições o rei de Portugal decidiu criar o sistema de capitanias hereditárias. Com o objetivo de povoá-la, a colônia portuguesa foi dividida em 15 grandes faixas de terras; tendo cada uma de 200 a 650 quilômetros de largura. Essas áreas, chamadas capitanias hereditárias, foram entregues a doze pesso-as, que deveriam tomar conta delas e fazê-las prosperar. Cada ca-pitania era entregue a um capitão-donatário (senhor das terras e responsáveis por sua exploração), que deveria desenvolvê-la com seus próprios recursos. Elas recebiam esse nome porque a posse passava, por herança, de pai para filho.

As terras que hoje formam a Paraíba pertenciam à Capitania de Itamaracá, cujas terras iam desde a foz do rio Santa Cruz (hoje Igaraçu) em Pernambuco, até as terras próximas ao rio Paraíba, que, nessa época, chamava-se São Domingos.

Nessas terras viviam os índios de dois grupos: no litoral, o gru-po dos tupis, formado pelas tribos Tabajaras e Potiguaras. Mais para o interior, o grupo dos tapuias, formado pela tribo dos índios cariris.

Conquista da Paraíba

A conquista e a fundação da Capitania da Paraíba representou um grande feito na história brasileira, feito este que fica relegado a obscuridade como tantos outros marcos da história deste país. Conquistar as terras nos arredores do rio Paraíba se revelou numa verdadeira guerra, que durou mais de dez anos, que envolveu as autoridades de Pernambuco, do Governo-Geral e da própria Coroa. Conquistar aquelas terras representava não apenas a superiorida-de portuguesa sobre os indígenas e os franceses que contraban-deavam pau-brasil nessa região, mas representava o acesso por via terrestre ao norte e consequentemente as riquezas daquela região; era dito na época que o pau-brasil destas terras eram de melhor qualidade do que se achava em Pernambuco, além disso, as terras paraibanas da zona da mata eram férteis e propícias ao cultivo da cana de açúcar.

As capitanias hereditárias foram criadas em 1534 (embora que a vila de São Vicente date de 1532, sendo a vila mais antiga a ser fundada no Brasil), nessa época duas capitanias se encontravam nesta região, a capitania de Pernambuco e a capitania de Itama-racá, para o norte estavam as capitanias do Rio Grande (hoje Rio Grande do Norte), do Ceará e do Maranhão (dividida em duas par-tes). Itamaracá fazia fronteira ao sul com Pernambuco ocupando hoje as terras do município de Igarassu, e se estendia ao norte até a chamada Baía da Traição, hoje município paraibano. Contudo os donatários de Itamaracá não realizaram uma colonização eficiente, grande parte do norte do território era inexplorado e controlado pelos índios, em especial os Potiguaras os quais comercializavam pau-brasil com os franceses na região da Baía da Traição, por longos anos essas terras ficaram fora da povoação portuguesa, os capitães donatários de Pernambuco culpavam o governo de Itamaracá por descaso com suas obrigações. No caso da Capitania do Rio Grande, a colonização dessa não tinha se efetivado por esta época, e o local residia abandonado pelos portugueses. As tentativas que foram im-plantadas desde sua criação em 1534 fracassaram.

A situação mudou a partir de 1574, quando ocorreu o Mas-sacre de Tracunhaém, ocorrido no engenho de Tracunhaém em Itamaracá, o qual ficava a alguns quilômetros da Vila de Goiana, fundada em 1570. A tragédia ocorreu devido a um mau entendido entre uma tribo potiguara e o engenho, no qual a filha do cacique que retornava para casa escoltada pelos irmãos fora “sequestrada” enquanto eles passavam a noite no engenho, isso aumentou a ira da tribo, a qual atacou e destruiu o engenho. Com tal episódio, o então rei de Portugal, D. Sebastião I, ordenou que aquelas terras fossem conquistadas de uma vez por todas. O rei ordenou que o governador-geral Luís de Brito fundasse uma cidade fortificada que seria a capital de uma nova capitania, já que o governo de Itamara-cá não estava dando conta do recado, contudo o governador estava muito ocupado em Salvador e enviou o ouvidor-geral Fernão da Sil-va para Pernambuco, para resolver tal problema.

“Cabia ao ouvidor, com a tropa que pudesse reunir em Pernam-buco, desoprimir os moradores de Itamaracá, pondo cobro pelas ar-mas ao desassossego e agressividade do gentio paraibano. Chegan-do a Olinda, juntou um troço de soldaChegan-dos e muito resoluto marchou para a conquista da terra rebelde, disposto a castigar os potiguaras e seus aliados franceses”. (ALMEIDA, 1978, p. 61).

Primeira expedição (1574)

A primeira expedição chegou ainda no ano de 1574 a foz do rio Sanhauá um dos afluentes do rio Paraíba, nessa região chamada de Cabedelo (pequeno cabo, atualmente é um município paraibano) Fernão da Silva tomou posse daquelas terras em nome do el-rei de Portugal, D. Sebastião I. Contudo, enquanto o ouvidor-geral acredi-tando que já estava tudo resolvido, que aquelas terras haviam sido de fato, já conquistadas mais uma vez, para a sua surpresa, ao invés dos índios se debandarem para o interior das florestas, eles os ata-caram com grande ferocidade.

“O ataque foi feito no velho estilo dos urros, das pulhas e das flechadas certeiras. Diante daquela investida inesperada, a tropa se tomou de pânico e arrancou pela praia, numa carreira desabalada, em demanda de Itamaracá, onde sabia encontrar refúgio seguro”. (ALMEIDA, 1978, p. 63).

Fernão da Silva retornou para Salvador, derrotado e humilha-do. No ano seguinte o governador-geral confiou a liderança de uma nova expedição ao seu sobrinho Bernado Pimentel de Almeida, des-sa vez se enviaria doze navios com homens bem equipados, mas por azar do destino, os navios não chegaram a costa paraibana, ven-tos vindos do Norte, impediram que a frota que vinha de Portugal, avançasse, e a expedição não chegou a ocorrer.

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA PARAÍBA

A expedição que não houve (1578)

Em 1577, o governo de Luís de Brito chegou ao fim, e este fora substituído por Lourenço da Velga, contudo não existem registros que apontem que o novo governador-geral enviou alguma expedi-ção para a Paraíba, o que se sabe é que ele planejou fazer isso, esco-lhendo o seu ouvidor-geral Cosme Rangel, porém ele nunca chegou a levar a cabo alguma iniciativa.

Em 1578 o ouvidor Cosme de Macedo e o provedor Cristóvão de Barros foram incumbidos pelo governador-geral Lourenço da Velga de organizarem uma expedição para a Paraíba, mas proble-mas ocorridos em Portugal, levaram a expedição ser cancelada. To-davia, o historiador J. F de Almeida Prado, alega que ainda em 1578, João Tavares com o apoio do governo pernambucano partiu para a Paraíba a fim de negociar uma trégua com os indígenas, como tam-bém acertar acordos a respeito da exploração do pau-brasil na re-gião, embora não tenha se saído bem com isso. Horácio de Almeida e outros historiadores não consideram a expedição de Tavares em 1578 como uma expedição oficial de conquista, mas apenas uma expedição diplomática particular.

Segunda expedição (1582)

Em 1582, a situação de Portugal e suas colônias havia mudado, o rei D. Sebastião havia morrido em 1578 numa batalha na Bárba-ria (atual Marrocos) e fora substituído pelo seu tio o Cardeal-Rei Henrique I. Pelo fato de ser cardeal e pela idade avançada, o novo rei governou apenas por dois anos, e veio a falecer, sem deixar her-deiros, isso gerou um problema para a Coroa portuguesa no que resultou na ascensão do rei espanhol Felipe II como rei de Portugal, dando início a União Ibérica, período que marca a união dos domí-nios espanhóis e portugueses de 1580 a 1640. Felipe II se apresen-tara como candidato ao trono português, alegando parentesco com a Família Real Lusa, por parte de sua mãe. Além de Filipe II havia outros cinco pretendentes ao trono português, porém Filipe era o que possuía maior poder e recursos para conquistar o trono. Mas, antes do Cardeal-Rei ter morrido, ele já havia contratado o expe-riente navegador e comerciante Frutuoso Barbosa para liderar uma expedição à Paraíba em 1579.

“Fora Frutuoso Barbosa nomeado por alvará de 1579 capitão--mor por dez anos da região que devia conquistar, com vencimen-tos de duzenvencimen-tos mil cruzados anuais, mais a incumbência de coletar rendas”. (PRADO, 1964, p. 73).

Ainda em 1579, Frutuoso chegou com sua frota em Pernam-buco, trazendo além de soldados e munição, famílias e casais de colonos. De fato, ele trouxera consigo sua esposa e filhos também. A ideia era que se a conquista fosse efetivada, aqueles portugueses seriam os novos habitantes da cidade que estaria para ser fundada na Paraíba. Porém, quando partiu para a mesma, ventos acabaram levando seus navios em direção as Antilhas, na ocasião, sua esposa acabara falecendo, e de lá, Frutuoso preferiu retornar para Portugal do que voltar para Pernambuco. O rei Henrique I faleceu, e depois de alguns meses de problemas com a sucessão, Filipe II assumiu o trono e dois anos depois decidiu enviar novamente Frutuoso ao Brasil, a fim de conquistar a Paraíba.

Frutuoso chegou com sua frota à Pernambuco, onde reuniu for-ças com o governo pernambucano, tendo apoio direto das vilas do Recife e Olinda (Olinda era a capital de Pernambuco nesta época). Duas frentes seguiram para a Paraíba, por mar seguiu-se a frota li-derada por Frutuoso e por terra, cerca de 200 homens seguiam a pé e à cavalo, liderados por Simão Rodrigues Cardoso, capitão-mor e ouvidor de Pernambuco. Além de 200 homens brancos, Simão le-vou vários “índios mansos”, como referia-se na época.

As duas frentes chegaram a Paraíba, próximo a Cabedelo ou a barra do rio Paraíba, como alguns autores também se referem. Ao chegar lá, Frutuoso ficou sabendo de que naus francesas haviam sido vistas rio acima, ele fora de encontro a elas. Neste ponto há divergências nos relatos: os portugueses contam que a tropa de Frutuoso incendiou cinco navios de oito, e que os outros três conse-guiram fugir, contudo na versão dos franceses, foram eles mesmos que incendiaram os navios, na impossibilidade de salvá-los, e para que não caíssem nas mãos dos portugueses.

Com a rápida vitória a tropa retornou para Cabedelo, porém parte das tropas se encontravam na Ilha da Restinga, local próxi-mo dali, e outra parte havia ido explorar os arredores, e fora neste momento que um ataque surpresa ocorreu. Os franceses que não haviam fugido, uniram-se aos seus aliados potiguaras e atacaram os portugueses.

“Não andaram muito, quando os índios e os franceses, que es-tavam a espreita, caíram sobre eles e foram matando os que fugiam até junto aos batéis. Mais de quarenta homens ficaram prostrados no matagal, inclusive um filho de Frutuoso Barbosa”. (ALMEIDA, 1978, p. 66).

Frutuoso havia perdido a esposa e agora um dos filhos que se encontravam na expedição terrestre que fora pega de assalto pelos indígenas e franceses. Frei Vicente do Salvador conta que pelo me-nos quarenta portugueses morreram nesta emboscada feita princi-palmente pelos potiguaras que estavam em maior número e saíram de surpresa da floresta. Um dos navios da expedição, capitaneado por Gregório Lopes de Abreu, fora tomado pelos indígenas. Frutu-oso ordenou que todos os homens recuassem para os navios e re-tornassem para barra do rio. Frutuoso planejou ir embora, mas para seu alívio a força terrestre comandada pelo capitão Simão chegara naquele dia.

Frei Vicente do Salvador conta que a expedição permaneceu mais oito dias acampada na barra norte, no que hoje é o distrito de Costinha em Lucena, pois considerava mais seguro do que a barra sul (Cabedelo), porém, a expedição não conseguiu erguer o forte a tempo, e novos ataques dos potiguaras os forçaram a ter que aban-donar a empreitada.

Terceira expedição (1584)

Em 1584 o então governador-geral Manuel Teles Barreto deci-diu enviar uma nova expedição à Paraíba. Frutuoso Barbosa coman-daria novamente esta expedição, mas desta vez ele contaria com o apoio do general espanhol Diogo Flores de Valdez. Valdez veio para o Brasil atrás de glória, já que havia falhado em campanhas pela Europa, América do Sul e no Oceano Pacífico, e precisava recuperar sua reputação. Depois de meses de viagem e atrasos, Valdez que havia deixado o que hoje é a Argentina, chegou ao Rio de Janeiro e depois a Bahia.

“Só os detinham as esperanças que tinham de serem soccori-dos da Bahia, onde haviam mandado por procurador um Antônio Raposo ao governador Manuel Telles Barreto com grandes protes-tos de encampação, o qual fez sobre isto junta e conselho em sua casa, em que se acharam com elle o bispo D. Antônio Barreiros, o general da armada castelhana Diogo Flores de Valdez, o ouvidor geral Martim Leitão e os mais que na matéria podiam ter voto, e se assentou que fosse o general Diogo Flores, e em sua companhia o licenceado Martim Leitão, com todos os poderes bastantes pera effeito da povoação da Parahiba e por provedor da fazenda e man-timentos da armada Martim Carvalho, cidadão da Bahia, os quaes todos aceitaram com muito animo e gosto, particularmente Diogo Flores, por ver, já que o jogo lhe succedeu tão mal no estreito, si ao menos podia levar este vinte de caminho”. (SALVADOR, 1918, p. 276.).

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HISTÓRIA E GEOGRAFIA DA PARAÍBA

Em 1 de março, saindo da Bahia zarpou uma frota de nove

navios, sete espanhóis e dois portugueses, nessa frota iam Frutu-oso Barbosa, Diogo Valdez e o ouvidor-geral Martim Leitão a man-do direto man-do governaman-dor-geral. Após 19 dias de viagem com maus ventos, eles chegaram no dia 20 de março em Pernambuco, onde Martim Leitão e o bispo D. Antônio de Barreiros deixaram a tripu-lação ficando em Recife. Martim Leitão empenhou seus afazeres organizando com D. Phillipe de Moura, nomeado capitão das tropas pernambucanas pelo capitão-mor Jorge de Albuquerque, em se or-ganizar uma tropa que seguiria por terra. A tropa fora reunida na Vila de Igarassu de onde partiriam para a Paraíba. Antes de partirem após a Páscoa, Alvaro Bastardo enviou para D. Phillipe, 40 soldados para reforçar a tropa terrestre. Quando D. Phillipe chegou ao rio Paraíba, Diogo Valdez já havia queimado três navios franceses pró-ximo a ilha da Restinga.

“Valdez queria o forte à margem esquerda do Paraíba, em fren-te à ilha da Restinga, onde incendiara as naus francesas. Frutuoso Barbosa era contra, queria na foz do rio, onde está hoje a velha fortaleza do Cabedelo”. (ALMEIDA, 1978, p. 69).

Contudo os dois comandantes entraram num impasse, Valdez discordava de Frutuoso dizendo que a foz do rio não era segura para se estabelecer um povoado e um forte, por outro lado, Frutuoso também discordava de Valdez, isso contribuiu para deixar o clima mais tenso entre os dois comandantes, já que um não reconhecia a autoridade do outro. No fim, fora convocado um conselho e votou--se pela foz do rio como local do forte.

“A obra de taipa foi iniciada imediatamente e concluída em pouco mais de um mês, porque nela trabalhavam todos os solda-dos, índios domésticos e escravos. Anos depois o que restava da obra era apenas uma tapera dentro do mato e a denominação his-tórica de Forte Velho que ainda hoje guarda o lugar”. (ALMEIDA, 1978, p. 70).

Em primeiro de maio Valdez batizou o forte ainda inacabado com o nome de São Felipe e Santiago (veja o mapa anterior, onde há a localização do forte, chamado de Forte Velho) em homenagem aos apóstolos, e consequentemente uma homenagem ao monarca das duas coroas ibéricas, Felipe II de Espanha e I de Portugal. Nessa época, Valdez havia nomeado seu capitão Francisco Castejon como alcaide (chefe de uma fortaleza), assim, Castejon teria maior auto-ridade do que o próprio Frutuoso a quem havia sido dado o direito de comandar aquela expedição, isso aumentou ainda mais as de-savenças com Valdez. Diogo deixara Castejon no comando de 110 espanhóis e cinquenta portugueses, fora as tropas que D. Phillipe havia trazido consigo. Acreditando que seus serviços haviam sido concluídos com a construção do forte, o mesmo deixou a Paraíba e retornou para a Espanha a fim e buscar suas mercês prometidas pelo rei.

Nas semanas seguintes, tropas fizeram excursões pelos arredo-res, e quem liderou inicialmente esta excursão fora Simão Falcão e posteriormente, fora a vez de Felipe de Moura, governador de Per-nambuco. Uma aldeia fora encontrada nas proximidades, batizada de Campo das Ostras, já que havia coleta destes animais naquela área. Enquanto os portugueses comemoravam sua rápida vitória sobre a tribo local, não tardou que mais indígenas viessem ao seu encontro. Os cronistas da viagem dizem que o ataque súbito causou tanto medo que o próprio Felipe de Moura correu com muito medo de volta ao forte. Os índios os seguiram e atacaram o forte, as baixas que os portugueses tiveram foram de mais de 50 homens brancos, 400 índios domésticos e 100 escravos negros.

A situação ficaria ainda mais precária nas semanas seguintes. Valdez havia ido embora antes mesmo de toda essa confusão ter começado, para ele a fundação do forte mesmo sendo a contra gos-to de sua escolha, encerrava sua missão ali. Frutuoso dividia a augos-to- auto-ridade do local com Castejon, e os dois não se davam bem.

“Castejon estava por comandante da cidadela, Frutuoso por capitão da nascente capitania, um arrogante pelo temperamento e pela superioridade de sua força, o outro confiado na posição que lhe fora dada pelo Rei, ambos se odiando, ambos obrigados a morar juntos, porque o forte era o único lugar onde todos podiam estar ao abrigo do inimigo. A essa situação precária, exposta aos contratem-pos internos e externos, reduzia-se a conquista da Paraíba”. (ALMEI-DA, 1978, p. 72).

Cerca de 160 homens ficaram praticamente presos ao forte, com pouca comida, água e munição. Os índios ainda mantinham o cerco. Em um determinado momento eles conseguiram alcançar seus navios e pedir socorro a Pernambuco, onde o ouvidor-geral lhes enviou munição, comida e 24 soldados, mas isso não alterou em praticamente nada a situação, então quando a crise apertou, o próprio Castejon no mês de setembro pegou um navio e fora para Pernambuco conseguir reforços.

Em novembro Castejon retornou com pouca ajuda para o forte, porém para piorar a situação neste mês, alguns navios franceses haviam chegado a região. Os franceses desembarcaram na Baía da Traição mais ao norte, e seguiram a pé com armas para ajudar os potiguaras no cerco. Novamente um pedido de socorro fora envia-do a Pernambuco, lá o ouvienvia-dor-geral que se encontrava envia-doente se pôs imediatamente a lutar contra sua condição a fim de reunir o máximo de homens e recursos possíveis, dessa vez o capitão-mor de Itamaracá, Pero Lopes Lobo enviou apoio (Itamaracá estava praticamente arruinada nesta época, se limitando apenas a ilha de mesmo nome).

Com a chegada dos reforços, Castejon seguiu para a Baía da Traição onde derrotou os franceses. Com a vitória, aumentou-se o ânimo entre as tropas e logo a esperança. Contudo, esta história tomaria um novo rumo no ano seguinte. Em janeiro de 1585 outra tribo indígena, chamada de Tabajara chegara ao litoral, vindo dos sertões. Os tabajaras haviam sido expulsos de suas terras no litoral há vários anos pelos portugueses e pelos potiguaras, seus velhos rivais. Nesse tempo transcorrido, eles viveram praticamente como nômades até retornarem em 1585, sob a liderança de seu líder, Pi-ragibe (braço de peixe, em tupi-guarani).

De início os tabajaras sitiaram o forte de São Felipe e Santiago, junto aos potiguaras, piorando ainda mais a situação dos portugue-ses, tal combate perduraria por alguns meportugue-ses, até que outra expe-dição fosse enviada para ajudar.

Quarta expedição (1585)

Em meados do ano a quarta expedição fora formada, agora sob a liderança do próprio ouvidor-geral Martim Leitão, enfermo ante-riormente. Leitão reuniu mais de 500 soldados, além de índios e ne-gros para esta expedição, ele contou também com o apoio de ricos mercadores, capitães e de alguns membros da nobreza pernambu-cana (deve-se lembrar que se a conquista fosse concretizada, seria algo bem lucrativo, nesse caso muitos homens buscavam rendição de seus crimes prestando serviço militar, iam atrás de glória, terras e riquezas). Além de toda esta comitiva, Leitão levou dois jesuítas, Jerônimo Machado e Simão Travassos, os quais conheciam a língua dos potiguaras e tabajaras, e também seriam os responsáveis por realizarem os registros históricos da expedição.

“Martim Leitão, movido de grande fervor patriótico, foi o braço forte da conquista. Pela visão que tinha de como resolver o proble-ma, convocou às armas todos os homens válidos de Pernambuco”. (ALMEIDA, 1978, p. 78).

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ATIVIDADE ADMINIS-TRATIVA: ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA;

AU-TARQUIAS; FUNDAÇÕES; EMPRESAS PÚBLICAS; SO-CIEDADES DE ECONOMIA MISTA; ÓRGÃOS E AGENTES

PÚBLICOS; CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO; NATURE-ZA E FINS DA ADMINISTRAÇÃO; PRINCÍPIOS BÁSICOS

DA ADMINISTRAÇÃO

Estado

Conceito, Elementos e Princípios

Adentrando ao contexto histórico, o conceito de Estado veio a surgir por intermédio do antigo conceito de cidade, da polis grega e da civitas romana. Em meados do século XVI o vocábulo Estado passou a ser utilizado com o significado moderno de força, poder e direito.

O Estado pode ser conceituado como um ente, sujeito de direi-tos, que possui como elementos: o povo, o território e a soberania. Nos dizeres de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino (2010, p. 13), “Estado é pessoa jurídica territorial soberana, formada pelos ele-mentos povo, território e governo soberano”.

O Estado como ente, é plenamente capacitado para adquirir di-reitos e obrigações. Ademais, possui personalidade jurídica própria, tanto no âmbito interno, perante os agentes públicos e os cidadãos, quanto no âmbito internacional, perante outros Estados.

Vejamos alguns conceitos acerca dos três elementos que com-põem o Estado:

POVO: Elemento legitima a existência do Estado. Isso ocorre por que é do povo que origina todo o poder representado pelo Es-tado, conforme dispões expressamente art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal:

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

O povo se refere ao conjunto de indivíduos que se vincula juri-dicamente ao Estado, de forma estabilizada.

Entretanto, isso não ocorre com estrangeiros e apátridas, dife-rentemente da população, que tem sentido demográfico e quanti-tativo, agregando, por sua vez, todos os que se encontrem sob sua jurisdição territorial, sendo desnecessário haver quaisquer tipos de vínculo jurídico do indivíduo com o poder do Estado.

Com vários sentidos, o termo pode ser usado pela doutrina como sinônimo de nação e, ainda, no sentido de subordinação a uma mesma autoridade política.

No entanto, a titularidade dos direitos políticos é determinada pela nacionalidade, que nada mais é que o vínculo jurídico estabe-lecido pela Constituição entre os cidadãos e o Estado.

O Direito nos concede o conceito de povo como sendo o con-junto de pessoas que detém o poder, a soberania, conforme já foi explicitado por meio do art. 1º. Parágrafo único da CFB/88 dispondo que “Todo poder emana do povo, que exerce por meio de repre-sentantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

TERRITÓRIO: pode ser conceituado como a área na qual o Esta-do exerce sua soberania. Trata-se da base física ou geográfica de um determinado Estado, seu elemento constitutivo, base delimitada de autoridade, instrumento de poder com vistas a dirigir o grupo so-cial, com tal delimitação que se pode assegurar à eficácia do poder e a estabilidade da ordem.

O território é delimitado pelas fronteiras, que por sua vez, po-dem ser naturais ou convencionais. O território como elemento do Estado, possui duas funções, sendo uma negativa limitante de fron-teiras com a competência da autoridade política, e outra positiva, que fornece ao Estado a base correta de recursos materiais para ação.

Por traçar os limites do poder soberanamente exercido, o terri-tório é elemento essencial à existência do Estado, sendo, desta for-ma, pleno objeto de direitos do Estado, o qual se encontra a serviço do povo e pode usar e dispor dele com poder absoluto e exclusivo, desde que estejam presentes as características essenciais das rela-ções de domínio. O território é formado pelo solo, subsolo, espaço aéreo, águas territoriais e plataforma continental, prolongamento do solo coberto pelo mar.

A Constituição Brasileira atribui ao Conselho de Defesa Nacio-nal, órgão de consulta do presidente da República, competência para “propor os critérios e condições de utilização de áreas indis-pensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qual-quer tipo”. (Artigo 91, §1º, III,CFB/88).

Os espaços sobre o qual se desenvolvem as relações sociais próprias da vida do Estado é uma porção da superfície terrestre, projetada desde o subsolo até o espaço aéreo. Para que essa porção territorial e suas projeções adquiram significado político e jurídico, é preciso considerá-las como um local de assentamento do grupo humano que integra o Estado, como campo de ação do poder polí-tico e como âmbito de validade das normas jurídicas.

SOBERANIA: Trata-se do poder do Estado de se auto adminis-trar. Por meio da soberania, o Estado detém o poder de regular o seu funcionamento, as relações privadas dos cidadãos, bem como as funções econômicas e sociais do povo que o integra. Por meio desse elemento, o Estado edita leis aplicáveis ao seu território, sem estar sujeito a qualquer tipo de interferência ou dependência de outros Estados.

Em sua origem, no sentido de legitimação, a soberania está ligada à força e ao poder. Se antes, o direito era dado, agora é ar-quitetado, anteriormente era pensado na justiça robusta, agora é engendrado na adequação aos objetivos e na racionalidade técnica necessária. O poder do Estado é soberano, uno, indivisível e emana do povo. Além disso, todos os Poderes são partes de um todo que é a atividade do Estado.

Como fundamento do Estado Democrático de Direito, nos pa-râmetros do art.1º, I, da CFB/88), a soberania é elemento essencial e fundamental à existência da República Federativa do Brasil.

A lei se tornou de forma essencial o principal instrumento de organização da sociedade. Isso, por que a exigência de justiça e de proteção aos direitos individuais, sempre se faz presente na vida do povo. Por conseguinte, por intermédio da Constituição escrita, desde a época da revolução democrática, foi colocada uma trava jurídica à soberania, proclamando, assim, os direitos invioláveis do cidadão.

O direito incorpora a teoria da soberania e tenta compatibilizá--la aos problemas de hoje, e remetem ao povo, aos cidadãos e à sua participação no exercício do poder, o direito sempre tende a preser-var a vontade coletiva de seu povo, através de seu ordenamento, a soberania sempre existirá no campo jurídico, pois o termo designa igualmente o fenômeno político de decisão, de deliberação, sendo incorporada à soberania pela Constituição.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

A Constituição Federal é documento jurídico hierarquicamente

superior do nosso sistema, se ocupando com a organização do po-der, a definição de direitos, dentre outros fatores. Nesse diapasão, a soberania ganha particular interesse junto ao Direito Constitu-cional. Nesse sentido, a soberania surge novamente em discussão, procurando resolver ou atribuir o poder originário e seus limites, entrando em voga o poder constituinte originário, o poder cons-tituinte derivado, a soberania popular, do parlamento e do povo como um todo. Depreende-se que o fundo desta problemática está entranhado na discussão acerca da positivação do Direito em deter-minado Estado e seu respectivo exercício.

Assim sendo, em síntese, já verificados o conceito de Estado e os seus elementos. Temos, portanto:

ESTADO = POVO + TERRITÓRIO + SOBERANIA

Obs. Os elementos (povo + território + soberania) do Estado não devem ser confundidos com suas funções estatais que normal-mente são denominadas “Poderes do Estado” e, por sua vez, são divididas em: legislativa, executiva e judiciária

Em relação aos princípios do Estado Brasileiro, é fácil encontra--los no disposto no art. 1º, da CFB/88. Vejamos:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união

indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-tui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:

I - a soberania; II - a cidadania;

III - a dignidade da pessoa humana;

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.

Ressalta-se que os conceitos de soberania, cidadania e pluralis-mo político são os que mais são aceitos copluralis-mo princípios do Estado. No condizente à dignidade da pessoa humana e aos valores sociais do trabalho e da livre inciativa, pondera-se que estes constituem as finalidades que o Estado busca alcançar. Já os conceitos de sobera-nia, cidadania e pluralismo político, podem ser plenamente relacio-nados com o sentido de organização do Estado sob forma política, e, os conceitos de dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, implicam na ideia do alcance de objetivos morais e éticos.

Governo Conceito

Governo é a expressão política de comando, de iniciativa públi-ca com a fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica contemporânea e atuante.

O Brasil adota a República como forma de Governo e o fede-ralismo como forma de Estado. Em sua obra Direito Administrativo da Série Advocacia Pública, o renomado jurista Leandro Zannoni, assegura que governo é elemento do Estado e o explana como “a atividade política organizada do Estado, possuindo ampla discricio-nariedade, sob responsabilidade constitucional e política” (p. 71).

É possível complementar esse conceito de Zannoni com a afir-mação de Meirelles (1998, p. 64-65) que aduz que “Governo é a expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente”. Entretanto, tanto o conceito de Estado como o de governo podem ser definidos sob diferentes perspectivas, sendo o primeiro, apresentado sob o critério sociológico, político, constitucional, dentre outros fatores. No condizente ao segundo, é subdividido em sentido formal sob um conjunto de órgãos, em sentido material nas funções que exerce e em sentido operacional sob a forma de condução política.

O objetivo final do Governo é a prestação dos serviços públicos com eficiência, visando de forma geral a satisfação das necessida-des coletivas. O Governo pratica uma função política que implica uma atividade de ordem mediata e superior com referência à dire-ção soberana e geral do Estado, com o fulcro de determinar os fins da ação do Estado, assinalando as diretrizes para as demais funções e buscando sempre a unidade da soberania estatal.

Administração pública Conceito

Administração Pública em sentido geral e objetivo, é a ativida-de que o Estado pratica sob regime público, para a realização dos interesses coletivos, por intermédio das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos.

A Administração Pública pode ser definida em sentido amplo e estrito, além disso, é conceituada por Di Pietro (2009, p. 57), como “a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob re-gime jurídico total ou parcialmente público, para a consecução dos interesses coletivos”.

Nos dizeres de Di Pietro (2009, p. 54), em sentido amplo, a Administração Pública é subdividida em órgãos governamentais e órgãos administrativos, o que a destaca em seu sentido subjetivo, sendo ainda subdividida pela sua função política e administrativa em sentido objetivo.

Já em sentido estrito, a Administração Pública se subdivide em órgãos, pessoas jurídicas e agentes públicos que praticam funções administrativas em sentido subjetivo, sendo subdividida também na atividade exercida por esses entes em sentido objetivo.

Em suma, temos: SENTIDO

SUBJETIVO Sentido amplo {órgãos governamentais e órgãos administrativos}. SENTIDO

SUBJETIVO Sentido estrito {pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos}. SENTIDO

OBJETIVO Sentido amplo {função política e adminis-trativa}. SENTIDO

OBJETIVO Sentido estrito {atividade exercida por esses entes}. Existem funções na Administração Pública que são exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes da Administração que são subdivididas em três grupos: fomento, polícia administrativa e ser-viço público.

Para melhor compreensão e conhecimento, detalharemos cada uma das funções. Vejamos:

a. Fomento: É a atividade administrativa incentivadora do de-senvolvimento dos entes e pessoas que exercem funções de utilida-de ou utilida-de interesse público.

b. Polícia administrativa: É a atividade de polícia administrati-va. São os atos da Administração que limitam interesses individuais em prol do interesse coletivo.

c. Serviço público: resume-se em toda atividade que a Admi-nistração Pública executa, de forma direta ou indireta, para satis-fazer os anseios e as necessidades coletivas do povo, sob o regime jurídico e com predominância pública. O serviço público também regula a atividade permanente de edição de atos normativos e con-cretos sobre atividades públicas e privadas, de forma implementati-va de políticas de governo.

Referências

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