• Nenhum resultado encontrado

EFEITOS DO TREINO SENSÓRIO-MOTOR NO EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO DE ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "EFEITOS DO TREINO SENSÓRIO-MOTOR NO EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO DE ATLETAS DE GINÁSTICA RÍTMICA"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

EFEITOS DO TREINO SENSÓRIO-MOTOR NO

EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO DE ATLETAS DE

GINÁSTICA RÍTMICA

EFFECTS OF SENSORY-MOTOR TRAINING IN THE STATIC AND DYNAMIC

BALANCE IN RYTHMIC GYMNASTIC´S ATHLETES

Mariana Machado Piccolo1, Raquel Petry dos Santos 2, Manuela Karloh 3

1 Fisioterapeuta, Florianópolis, SC, Brasil.

2 Fisioterapeuta, Mestre, Centro Universitário Estácio, São José, SC, Brasil. 3 Fisioterapeuta, Doutora, Centro Universitário Estácio, São José, SC, Brasil.

Resumo

O treino sensório-motor consiste em exercícios que causam desequilíbrio corporal, sendo amplamente utilizado em vários esportes, dentre eles a Ginástica Rítmica (GR). O objetivo deste estudo foi verificar a efetividade de um treino sensório-motor no equilíbrio de ginastas. Participaram do estudo dez atletas com média de idade de 11,8±0,91 anos, submetidas a avaliação do equilíbrio estático (teste de apoio unipodal reduzido em antepé) e dinâmico (Star Excursion Balance Test); 12 semanas de treinamento sensório-motor específico para a GR e reavaliação. Não foram observadas melhoras significativas no equilíbrio estático (p>0,05). No entanto, pode-se observar melhora significativas no equilíbrio dinâmico nas direções póstero-medial, posterior e póstero-lateral (p<0,05). Deste modo, concluiu-se que o treino sensório-motor é válido como ferramenta para o aperfeiçoamento do equilíbrio na GR, auxiliando também no desenvolvimento da simetria bilateral dos segmentos.

Palavras-chave: Ginástica; Equilíbrio postural; Propriocepção; Treino sensório-motor. Abstract

The sensory-motor training consists of exercises that cause body imbalance, being widely used in several sports, among them the Rhythmic Gymnastics (RG). The aim of this study was to assess the effectiveness of sensory-motor training in balance in RG athletes. Study participants were ten gymnasts with a mean age of 11.8+0.9 years who underwent the assessment of static balance (reduced one-legged forefoot test) and dynamic balance (Star Excursion Balance Test), 12 weeks of sensory-motor training specific designed for RG and balance reassessment. There were no significant improvements in static balance after the 12 weeks of sensory-motor training (p>0.05). On the other hand, it was observed significant improvements in dynamic balance, in posterior-medial, posterior and posterior-lateral (p <0.05) directions. Thus, it was concluded that sensory-motor training is valid as a tool for the improvement of the balance in RG, also assisting in the development of limbs´ bilateral symmetry.

Keywords: Gymnastics; Postural balance; Proprioception; Sensory-motor training.

REVISTA ELETRÔNICA ESTÁCIO SAÚDE ISSN1983-1617 (online)

(2)

Introdução

A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade essencialmente feminina, caracterizada pela beleza e elegância nos movimentos, através de elementos corporais aliados ao manejo de aparelhos como a corda, o arco, a bola, as maças e a fita(1). Neste

esporte, algumas qualidades físicas, também chamadas de valências físicas, necessitam ser trabalhadas, já que são essenciais para a realização dos movimentos inerentes a esta atividade. Dentre elas pode-se citar o equilíbrio(2).

Além de uma valência física, o equilíbrio na GR é um elemento corporal fundamental previsto pelo Código de Pontuação de Ginástica Rítmica da Federação Internacional de Ginástica, que tem como característica principal o apoio reduzido e mantido, executado em apoio unipodal ou sobre meia-ponta. Cada vez que a ginasta executar de forma incorreta qualquer um dos elementos da série, haverá despontuações pertinentes a cada falha(3).

O equilíbrio é definido como a qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar controladamente a posição do corpo(4). Assim, tanto o equilíbrio estático,

utilizado em posições de sustentação em apenas um membro inferior; quanto o equilíbrio dinâmico, essencial para a ginasta enquanto se move, são essenciais para melhorar o desempenho das ginastas nas competições(2).

O equilíbrio corporal é um processo complexo que envolve recepção e integração de estímulos sensoriais, o planejamento e a execução de movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte(5).

A propriocepção é um componente fundamental na manutenção deste equilíbrio e da coordenação motora, agindo através de mecanorreceptores encontrados na cápsula articular, músculos, tendões e ligamentos que transmitem as informações para o Sistema Nervoso Central (SNC) onde serão processadas, detectando, assim, o movimento e a posição da articulação no espaço(6).

Uma das es estratégias clínicas para incremento da propriocepção e do equilíbrio é o treino sensório-motor. Para tal, utilizam-se diversos exercícios e recursos provocativos que causam desequilíbrio ou instabilidade corporal em vários planos e graus de dificuldade para o recrutamento destes proprioceptores. Este desequilíbrio provoca o recrutamento de

músculos estabilizadores para equilibrar, coordenar e executar o movimento da melhor maneira possível(6, 7). Esses exercícios são

caracterizado pela progressividade (do mais simples para os mais difíceis) e condicionamento (caráter repetitivo)(8, 9).

Os estudos interessados em investigar a Ginástica Rítmica são escassos. Os que o fazem, estão relacionados com os aspectos epidemiológicos, antropométricos e fisiológicos. Sendo assim, percebe-se a necessidade de se realizar estudos referentes às valências físicas indispensáveis para a prática desta modalidade, dentre elas o equilíbrio. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do treino sensório-motor no equilíbrio estático e dinâmico de atletas de ginástica rítmica.

Metodologia

Sujeitos

Participaram do estudo 10 ginastas do sexo feminino, com idades entre 10 e 13 anos. Todas são integrantes de Equipe de Ginástica Rítmica ADIEE/UDESC de Florianópolis/SC, pertencentes à categoria infantil.

Inicialmente 13 atletas foram selecionadas para participar do estudo por preencher os critérios de inclusão: praticar somente uma modalidade esportiva nos últimos três anos e não estar envolvida em outro programa de treinamento de equilíbrio fora do executado nos treinamentos da equipe em questão. Entretanto, uma ginasta não participou efetivamente do treinamento sensório-motor e duas ginastas apresentaram lesão no tornozelo e foram excluídas do estudo.

Todas as ginastas participaram voluntariamente do estudo, sendo autorizadas por seus pais ou responsáveis através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos da Universidade do Estado de Santa Catarina, com o número de referência 53/2009.

Instrumentos

Foi utilizado uma ficha de anamnese com perguntas abertas sobre: a idade; membro inferior dominante; tempo de prática na Ginástica Rítmica; lesões musculoesqueléticas agudas ou crônicas nos membros inferiores; desordens do sistema vestibular e/ou visual; e episódio de concussão cerebral nas 12

(3)

semanas que antecederam o estudo. Para medir o comprimento dos MMII e obter a normalização dos dados no equilíbrio dinâmico foi utilizado uma fita métrica graduada em centímetros. Para marcar o tempo do teste do equilíbrio estático em posição de passé foi utilizado um cronômetro com graduação em segundos.

Para avaliar os dados referentes ao equilíbrio dinâmico foi utilizado o Star Excursion

Balance Test (SEBT). Este teste verifica a

habilidade do indivíduo de manter o equilíbrio corporal enquanto realiza tentativas de alcançar a maior distância possível com o membro contralateral em direções específicas(10).

Para a realização do teste, a atleta foi posicionada no centro do circuito (ponto de intersecção das oito linhas) em apoio unipodal. Em seguida, tocou com a ponta do pé do membro contralateral (membro livre) o mais distante e suave possível cada uma das oito linhas (direções), retornou ao centro, e assumiu a posição de apoio bipodal. O toque aconteceu de forma suave a fim de garantir que este membro não influenciasse na sustentação e equilíbrio do corpo. O examinador realizou a explicação e a demonstração do procedimento antes da atleta executar o teste(11). Foram

realizadas três tentativas em cada uma das oito direções intercalando o apoio em cada um dos membros inferiores. Para normalizar os dados do equilíbrio dinâmico foi feito o seguinte cálculo: distância alcançada/ comprimento do membro inferior x 100. O comprimento real do membro inferior foi determinado pela distância entre a espinha ilíaca ântero-superior até o maléolo medial(12). A distância normalizada de

cada direção foram somadas com ambas as pernas dominantes e não-dominantes(10).

Para a avaliação do equilíbrio estático o instrumento utilizado foi o teste de equilíbrio específico para a Ginástica Rítmica proposto por Vankov(13). Neste teste a ginasta

permaneceu sobre apoio unipodal em meia ponta (apoio sobre o antepé) com extensão do quadril e do joelho. O outro membro inferior estava com flexão do quadril e do joelho, na posição passé, ou seja, tocando o joelho do membro inferior contralateral. O equilíbrio foi executado dez vezes, sendo cinco sobre apoio do membro inferior direito e cinco sobre apoio do membro inferior esquerdo. O tempo de permanência na posição foi cronometrado nas dez execuções, somados e divididos por dez para que se obtenha a média dos valores. Esses dados foram interpretados através de uma tabela sugerida por Nedialkova, Soares e Barros(14).

Procedimento de coleta de dados

As avaliações aconteceram no período vespertino, antes do treino habitual, nas dependências do ginásio onde as ginastas realizam o treinamento. Na primeira etapa da pesquisa foi realizada a anamnese, a mensuração do comprimento dos membros inferiores, o teste do equilíbrio estático e o teste do equilíbrio dinâmico. As participantes foram instruídas a evitar qualquer exercício físico nas duas horas que antecederam a coleta de dados. A segunda etapa consistiu na aplicação do treinamento sensório-motor. As atletas foram submetidas a um protocolo de exercícios elaborado e aplicado pela equipe de fisioterapeutas do grupo de acordo com os elementos técnicos e é apresentado sob forma de documento suplementar. O treino proposto teve duração de 12 semanas, realizado três vezes por semana.

Ao final das 12 semanas, as atletas foram submetidas a uma nova avaliação de equilíbrio estático e dinâmico. Esta avaliação foi realizada de maneira idêntica à primeira etapa do estudo.

Análise dos dados

A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva para verificação da média, desvio padrão, mínimo e máximo. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para a verificação da normalidade dos dados e o teste T de Student para amostra pareadas para a comparação entre o pré-teste o e pós-teste. Os testes foram executados no software SPSS 16.0 com um nível de significância de 0,05.

Resultados

A média de idade das ginastas foi de 11,8 ± 0,91 anos e a média do tempo de prática na Ginástica Rítmica foi de 3,12 ± 1,35 anos. Não foram observadas diferenças significativas entre o comprimento do membro dominante (78,07 ± 4,73) e o não dominante (77,92 ± 4,83) (p>0,05).

Não foram observadas diferenças significativas no equilíbrio dinâmico entre os membros inferiores dominante e não dominante antes e após o treino sensório-motor (p>0,05). Quando avaliados os efeitos do treino sensório-motor no equilíbrio dinâmico pode-se verificar que houve melhora significativa nas direções póstero-medial, posterior e póstero-lateral no membro inferior dominante e póstero-medial no

(4)

membro não dominante após o treino sensório-motor (p<0,05 para todos, Tabela 1).

Tabela 1 – Avaliação do Equilíbrio Dinâmico antes e após o treinamento sensório-motor

Membro inferior Pré Pós p Dominante Anterior 98,64 (6,73) 99,67 (7,32) 0,488 Ântero-medial 101,54 (7,25) 103,05 (7,48) 0,288 Medial 102,63 (8,26) 105,60 (4,57) 0,308 Póstero-medial 102,39 (6,17) 108,01 (6,18) 0,028 Posterior 101,02 (10,49) 106,42 (9,69) 0,001 Póstero-lateral 98,58 (9,02) 101,99 (9,38) 0,032 Lateral 95,56 (7,78) 98,07 (8,65) 0,144 Ântero-lateral 85,89 (5,28) 87,45 (6,11) 0,286 Não Dominante Anterior 98,53 (5,48) 99,16 (5,12) 0,357 Ântero-medial 102,91 (5,81) 103,43 (6,74) 0,669 Medial 102,56 (5,85) 104,94 (8,52) 0,342 Póstero-medial 102,99 (7,70) 107,30 (8,23) 0,023 Posterior 101,04 (11,64) 104,38 (10,25) 0,202 Póstero-lateral 96,86 (9,63) 98,70 (7,35) 0,277 Lateral 93,86 (6,05) 95,88 (7,51) 0,147 Ântero-lateral 86,22 (6,52) 86,79 (8,10) 0,780

Os valores são apresentados em média (desvio padrão). p: nível de significância

Não foi observada melhora significativa do equilíbrio estático após o treino sensório-motor tanto no membro inferior dominante quanto no membro inferior não-dominante. Porém, quando considerada a pontuação sugerida por Nedialkova, Soares e Barros(14), pode-se

observar melhora do membro inferior dominante (9 vs 11 pontos) e do membro inferior não dominantes (7 vs 11 pontos).

Tabela 2 - Avaliação do Equilíbrio Dinâmico antes e após o treinamento sensório-motor Membro inferior Pré Pós p Dominante 2,71 (1,14) 2,82 (2,09) 0,852 Não dominante 2,42 (1,53) 2,80 (1,39) 0,352 Os valores são apresentados em média (desvio padrão). p: nível de significância

Discussão

O treinamento sensório-motor constitui-se em uma ferramenta no meio esportivo não somente para reabilitar e prevenir lesões, mas para o aumento do desempenho dos atletas(7, 15). O que ocorre é uma adaptação do SNC por

adquirir habilidades motoras em resposta a uma

aprendizagem motora. Assim, as respostas efetoras tornam-se mais eficientes e os movimentos mais coordenados, sejam para evitar uma lesão ou para melhor realizar o movimento específico de cada modalidade esportiva(16). A prática regular do treino

sensório-motor auxilia na manutenção de uma boa resposta do sistema somatossensorial e, consequentemente, do equilíbrio(17). Atua

também no controle postural, melhora do controle na execução dos elementos técnicos previstos pelo código de pontuação da modalidade, prevenindo lesões associadas à prática esportiva(7).

Por meio da análise do equilíbrio dinâmico, pode-se observar uma melhora da avaliação pós-treinamento sensório-motor em relação à avaliação inicial. Provavelmente, este resultado indica uma adaptação neural provocada pelo treinamento com instabilidade. Sabe-se que tal adaptação desenvolve a habilidade de coordenação intra e intermuscular e a estabilização do movimento, além da sincronização e aumento da ativação das unidades motoras, potencializando a contração muscular(15, 18).

Quando foram analisados os dados referentes ao equilíbrio dinâmico, foi verificado que tanto no membro inferior dominante quanto

(5)

no membro inferior não-dominante os maiores valores foram encontrados nas direções ântero-medial, ântero-medial, póstero-medial e posterior em ambas as avaliações. Os estudos realizados por Karloh et al.(19), Rasool e George(20), Olmsted et

al.(21) e Hertel et al.(11) vem de encontro aos

nossos achados, apontando as direções póstero-medial e posterior como as direções que obtiveram as maiores distâncias. A razão das ginastas obterem maiores distâncias em um maior número de direções talvez se deva ao tipo de exercício realizado na Ginástica Rítmica. Neste esporte existe o elemento equilíbrio, onde a ginasta permanece em apoio unipodal ou apoio reduzido (apoio no antepé com flexão plantar) e realiza a elevação do membro inferior contralateral com flexão, abdução ou hiperextensão do quadril(3). Assim, podemos

identificar um estímulo inerente à própria prática de GR favorecendo e contribuindo para que estas direções sejam realizadas com um controle postural mais eficiente. Além disso, Vuillerme et al.(22) afirma que em função do

gesto desportivo, atletas estão mais adaptadas a restabelecer o controle postural após executarem movimentos que provoquem desequilíbrio.

Acredita-se ainda, que tenham sido observados ganhos significativos nas direções póstero-medial, posterior e póstero-lateral provavelmente em função da especificidade do gesto desportivo e dos movimentos rotineiramente executados na prática de GR. Tanto Caçola(23) como Róbeva e Rankélova(24)

apontam os movimentos do quadril de flexão, hiperextensão e abdução como gestos comuns e muito repetidos nos treinamentos de GR. Assim, além dos estímulos provocados pelo treinamento sensório-motor, existem ainda estímulos provindos do próprio esporte, favorecendo o desenvolvimento do controle postural nestas direções.

Ao analisar o comportamento do equilíbrio dinâmico, podemos verificar que este foi semelhante tanto para o membro inferior dominante quanto para o membro inferior não-dominante. Este achado confirma a utilização bilateral dos membros inferiores na prática de GR, gerando um desenvolvimento músculoesqueletico equilibrado entre estes segmentos. Caçola(23) assim como Róbeva e

Rankélova(24) afirmam que a Ginástica Rítmica é

um esporte que proporciona o desenvolvimento de várias características para os seus praticantes, através de oportunidades de movimento diversos. Os mesmos autores apontam o trabalho bilateral propiciado pela prática da GR como um ponto benéfico para o

bom desenvolvimento musculoesquelético de suas praticantes. Oliveira et al.(1) em seus

estudos aponta o desenvolvimento unilateral dos membros inferiores como forma de aumentar o desequilíbrio muscular, sendo esta uma das principais causas de lesões musculoesqueléticas na prática esportiva.

Quando o equilíbrio estático foi analisado, não foram observadas melhoras significantes após o treino sensório-motor. Porém, do ponto de vista técnico, considerou-se que houve melhora no equilíbrio estático de ambos os membros inferiores quando analisada a pontuação sugerida por Nedialkova, Barros e Soares(14) onde o membro inferior dominante

passou de 9 a 11 pontos (diferença de 2 pontos) e o membro inferior não-dominante passou de 4 a 11 pontos (diferença de 7 pontos). Duclós(25)

estudando ginastas rítmicas de dez anos de idade encontrou uma melhora de 16 pontos na análise do equilíbrio estático após quatro meses de intervenção. A mesma autora afirma que o equilíbrio é influenciado positivamente por estímulos visuais, vestibulares e cinestésicos, podendo apresentar alterações importantes quando exposto a estímulos específicos, como os realizados através do treinamento sensório-motor.

Algumas limitações podem ser apontadas. Primeiramente, devido ao fato deste estudo ter sido realizado dentro de uma equipe esportiva, não foi possível a implementação de um grupo controle, uma vez que não um grupo de atletas não poderia ser privado de parte da preparação técnica que o esporte de rendimento exige. Para avaliação do equilíbrio estático, optou-se por utilizar um método amplamente utilizado contexto da GR(13), porém sem um protocolo de

validação descrito, o que pode ter influenciado os resultados do estudo relacionados a este desfecho. Além disso, a ausência de diferenças estatisticamente significativas para algumas comparações pode ter sido causada por um erro tipo II em função do tamanho limitado da amostra. Destaca-se que todas as atletas da faixa etária estudada da equipe em questão foram recrutadas para participação no estudo, não sendo possível a ampliação da amostra. Por fim, pode-se identificar como limitação do estudo a duração do treino sensório-motor. Como a GR é um esporte que naturalmente já trabalha a acuidade proprioceptiva de suas praticantes, este período pode ter sido insuficiente para mostrar resultados mais significativos. Entretanto, estes achados não invalidam a incorporação do treino sensório-motor à rotina de treinamento de ginastas rítmicas, uma vez que este contribui para um

(6)

equilíbrio muscular, favorece o desenvolvimento do controle postural e, consequentemente, previne sobrecargas e futuras lesões.

Conclusão

Concluiu-se que o treino sensório-motor é válido como ferramenta para o aperfeiçoamento do equilíbrio na GR, auxiliando também no desenvolvimento da simetria bilateral dos segmentos.

Referências

[1] Oliveira MMMd, Lourenço MRA, Teixeira DC.

Incidências de lesões nas equipes de Ginástica Rítmica da UNOPAR. Revista Ciências Biológicas e da Saúde. 2003-4;5/6(1):29-40.

[2] Pereira SAM. Ginástica rítmica desportiva: aprendendo passo a passo. Rio de Janeiro: Shape; 2000.

[3] FIG. Federação Internacional de Ginástica. Código de Pontuação de Ginástica Rítmica: 2017-2020 2018. Available from: http://www.fig-gymnastics.com/ publicdir/rules/files/rg /RG_CoP%202017-2020_ updated%20with%20Errata_February%202017_e.pdf. [4] Tubino MJG, Moreira SB. Metodologia Científica do

Treinamento Desportivo. 13. ed. Rio de Janeiro: Shape; 2003.

[5] Rebelatto JR, de Castro AP, Sako FK, Aurichio TR. EQUILÍBRIO ESTÁTICO E DINÂMICO EM

INDIVÍDUOS SENESCENTES E O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL. Fisioterapia em Movimento. 2008;21(3). [6] Andrews JR, Harrelson GL, Wilk KE. Reabilitação física

das lesões desportivas. 1 ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005.

[7] Domingues MLP. Treino Proprioceptivo na Prevenção e Reabilitação de Lesões nos Jovens Atletas.

Motricidade. 2008;4(4):29-37.

[8] Sampaio TCFVS, Souza JMG. Reeducação

proprioceptiva nas lesões do ligamento cruzado anterior do joelho. Revista Brasileira de Ortopedia. 1994;29(5). [9] Silvestre MV, Lima WCd. Importância do treinamento

proprioceptivo na reabilitaçäo de entorse de tornozelo. Fisioter mov. 2003;16(2):27-34.

[10] Gribble PA, Hertel J. Considerations for Normalizing Measures of the Star Excursion Balance Test. Measurement in Physical Education and Exercise Science. 2003;7(2):89-100.

[11] Hertel J, Miller SJ, Denegar CR. Intratester and Intertester Reliability during the Star Excursion Balance Tests. Journal of sport rehabilitation. 2000;9(2):104-16. [12] Hoppenfeld S. Propedêutica ortopédica: coluna e

extremidades. São Paulo: Atheneu; 1996.

[13] Vankov I. Sistema za control, otzenca o optimizatzia na fizichescata podgotovia u hudojestvenata gimnastica ot 6-19 godistina vazrast. Izd: BSFS; 1983.

[14] Nedialkova G, Soares AA, Barros D. Ginástica rítmica: em busca de novos talentos. Petrópolis: Portal Literário; 2006.

[15] Maior AS, Moraes ER, Santos TMd, Simão R. Análise da força muscular em indivíduos treinados na plataforma de instabilidade. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. 2006;14(1):41-8.

[16] Brownstein B, Bronner S. Functional Movement in Orthopaedic and Sports Physical Therapy: Evaluation, Treatment, and Outcomes: Churchill Livingstone, 1997. [17] Gauchard GC, Jeandel C, Tessier A, Perrin PP.

Beneficial effect of proprioceptive physical activities on balance control in elderly human subjects. Neuroscience letters. 1999;273(2):81-4.

[18] Vendramini GS, Ribeiro LF, Lima VJ, Muricy JA, Bueno G, Soares RJ, et al. Influência do treinamento

proprioceptivo sobre os músculos tibial anterior e fibular longo. Congresso Brasileiro de Biomecânica; São Paulo.2007.

[19] Karloh M, Santos RPd, Kraeski MH, Matias TS. Avaliação do equilíbrio dinâmico em atletas de ginástica rítmica. Efdeportes. 2009;14(136).

[20] Rasool J, George K. The impact of single-leg dynamic balance training on dynamic stability. Physical Therapy in Sport. 2007;8(4):177-84.

[21] Olmsted LC, Carcia CR, Hertel J, Shultz SJ. Efficacy of the Star Excursion Balance Tests in detecting reach deficits in subjects with chronic ankle instability. Journal of athletic training. 2002;37(4):501-6.

[22] Vuillerme N, Teasdale N, Nougier V. The effect of expertise in gymnastics on proprioceptive sensory integration in human subjects. Neuroscience letters. 2001;311(2):73-6.

[23] Caçola P. A iniciação esportiva na ginástica rítmica. Revista Brasileira de Educação Física, Esporte, Lazer e Dança. 2007;2(1):9-15.

[24] Robeva N, Rankelova M. Escola de Campeãs. São Paulo: Ícone; 1991.

[25] Duclós L. Avaliação e controle do treinamento em ginástica rítmica: um estudo de caso. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2008.

Referências

Documentos relacionados

Ainda assim, essa taxa é considerada um valor relevante, tendo em vista a importância do Streptococcus agalactiae em infecções em gestantes e neonatos, ressaltando a necessidade

Dessa forma a entrevista inicia-se com a apresentação do objetivo da pesquisa, seguido da introdução de tópicos que de acordo com a literatura podem afetar a

E estes padres eram muito mais prejudiciais e perigosos, porque atraindo a si não somente a gente baixa, como o Bonzo de Uozaca, mas os principais senhores e fidalgos de Japão,

Uma das desvantagens está relacionada ao gerenciamento de todos os estados de chaveamento possíveis, já que quanto maior o número de níveis, mais difícil se

As barreiras culturais podem ser vistas como um inibidor da adoção da cultura e devem ser transpostas através da melhoria da comunicação entre as equipas, colocando- as a trabalhar

O civilista francês compreende obrigação como o comportamento que o devedor assume principalmente no plano técnico profissional.215 Os meios devidos seriam, essencialmente,

Neste sentido, “a agroecologia não se encontra mais no campo disciplinar e sim da transdisciplinariedade” (RUIZ-ROSADO, 2006, p. O X CBA, ocorrido em setembro de 2017 - com

A minha ideologia era a nazista (...). Eu acho que é preciso ter coragem. Para mim não interessa se o cara é preto, amarelo. Ele tem que ter coragem. A minha idéia foi