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RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

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2015

Deolinda Ribas

Miguel Paulo Bacelar Fonseca

RELATÓRIO DA ADMINISTRADORA DA

INSOLVÊNCIA (art.º 155.º CIRE)

Tribunal da Comarca de Braga

V. N. Famalicão – Inst. Central

2.ª Secção do Comércio – J4

Processo n.º 6986/15.3T8VNF

(2)

Cap ítu lo: IN TROD U ÇÃ O

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 4

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE ... 5

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE ... 5

2.2. COMISSÃO DE CREDORES ... 5

2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA ... 5

2.4. DATAS DO PROCESSO ... 5

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª ... 6

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS ... 6

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS ... 7

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA ... 7

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA ... 10

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA ... 11

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS CREDORES ... 11

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO ULTERIOR DO PROCESSO ... 13

7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES... 13

7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS A REGISTO ... 14

7.3. BENS ALIENADOS PELO INSOLVENTE ... 17

7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO ... 18

7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA ... 20

(3)

Cap ítu lo: IN TROD U ÇÃ O

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE) ... 29

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Cap ítu lo: IN TROD U ÇÃ O

1. INTRODUÇÃO

O devedor Miguel Paulo Bacelar Fonseca apresentou-se à insolvência, tendo sido proferida sentença em 08 de setembro de 2015.

Nos termos do art.º 155.º do CIRE, o administrador da insolvência deve elaborar um relatório contendo:

a) A análise dos elementos incluídos no documento referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 24.º;

b) A análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos aos autos pelo devedor;

c) A indicação das perspectivas de manutenção da empresa do devedor, no todo ou em parte, da conveniência de se aprovar um plano de insolvência, e das consequências decorrentes para os credores nos diversos cenários figuráveis;

d) Sempre que se lhe afigure conveniente a aprovação de um plano de insolvência, a remuneração que se propõe auferir pela elaboração do mesmo;

e) Todos os elementos que no seu entender possam ser importantes para a tramitação ulterior do processo.

Ao relatório devem ser anexados o inventário e a lista provisória de credores. Assim, nos termos do art.º 155.º do CIRE, vem a administradora apresentar o seu relatório.

(5)

Cap ítu lo: IDE N TIFIC AÇ ÃO E AP RE SE N TAÇ ÃO G ERAL DO IN SO LVE N TE

2. IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO GERAL DO INSOLVENTE

2.1. IDENTIFICAÇÃO DO INSOLVENTE

Nome Miguel Paulo Bacelar Fonseca

NIF 146 909 658

BI 6928232

Morada Rua José Augusto Vieira, nº 17, Bloco A, 4760-850 V. N. Famalicão

Estado Civil Casado no regime de separação de bens com Ana Maria Garcia Cruz

2.2. COMISSÃO DE CREDORES

Não nomeada

2.3. ADMINISTRADORA DE INSOLVÊNCIA

Deolinda Ribas NIF/NIPC: 175620113

Rua Bernardo Sequeira, 78, 1.º - Apartado 3033 – 4710-358 Braga Telef: 253 609310 – 253 609330 – 917049565 - 962678733

E-mail:dribas@nadv.pt

Site para consulta: Informações sobre o processo

 http://www.n-insolvencias.com/insolvencias/6986153t8vnf;

2.4. DATAS DO PROCESSO

Data e hora da prolação da sentença: 08-09-2015 pelas 10h30m Publicado no portal Citius – 09-09-2015

(6)

Cap ítu lo: AN ÁLISE DO S E LE ME N TOS I N CLU ÍDOS N O DO CU M EN TO RE FE RIDO N A AL ÍN EA C) DO N .º 1 DO ART IG O 2 4ª

3. ANÁLISE DOS ELEMENTOS INCLUÍDOS NO DOCUMENTO

REFERIDO NA ALÍNEA C) DO N.º 1 DO ARTIGO 24ª

3.1. DOCUMENTOS DISPONIBILIZADOS

Dispõe a alínea c) do n.º 1 do artigo 24ª do CIRE que o devedor deve juntar, entre outros, documento em que se explicita a actividade ou actividades a que se tenha dedicado nos últimos três anos e os estabelecimentos de que seja titular, bem como o que entenda serem as causas da situação em que se encontra. O devedor procedeu, de acordo com o disposto no nº 1 do artigo 24º do CIRE, à junção dos seguintes documentos:

a) Assento de nascimento;

b) Cédulas dos filhos do insolvente; c) Recibo de vencimento;

d) Certificado do registo criminal; e) Ata de Assembleia de credores; f) Cartas cobrança;

g) Relação de credores; h) Auto de penhora;

i) Declarações de IRS de 2014, 2013, 2012 e 2011; j) Relação de bens;

k) Demonstração de liquidação de IRS de 2013; l) Comprovativo de despesas;

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Cap ítu lo: AN ÁLISE DO S E LE ME N TOS I N CLU ÍDOS N O DO CU M EN TO RE FE RIDO N A AL ÍN EA C) DO N .º 1 DO ART IG O 2 4ª

3.2. EXPLICITAÇÃO DA ACTIVIDADE DO INSOLVENTE NOS

ÚLTIMOS TRÊS ANOS

O insolvente é professor do 2º e 3º Ciclos e, desde 2008, que exerce o cargo de Presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Vale D´Este – Viatodos, auferindo a remuneração líquida mensal de € 1.468,79.

A mulher do insolvente trabalha na “Farmácia Nogueira”, em Famalicão e desempenha a função de Directora Técnica, auferindo a quantia líquida mensal de € 1.300,00.

3.3. CAUSAS DA INSOLVÊNCIA

As conclusões que infra se enunciam sobre as causas da insolvência resultam da análise efectuada à inf ormação colocada à disposição da Administradora de Insolvência (petição inicial e documentos fornecidos), bem como das diligências efectuadas por esta.

Deste modo, indicam-se os motivos justificativos da actual situação de insolvência do devedor:

 O devedor é casado no regime de separação de bens com Ana Maria Garcia Cruz;

 O agregado familiar é composto pelo devedor, a mulher e dois filhos, de 26 e 21 anos de idade, que se encontram a frequentar o ensino superior;

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Cap ítu lo: AN ÁLISE DO S E LE ME N TOS I N CLU ÍDOS N O DO CU M EN TO RE FE RIDO N A AL ÍN EA C) DO N .º 1 DO ART IG O 2 4ª

 O insolvente é professor do 2º e 3º Ciclos e, desde 2008, que exerce o cargo de Presidente do Conselho Geral do Agrupamento Escolas de Vale D´Este – Viatodo, auferindo a remuneração líquida mensal de € 1.468,79;

 Em Novembro de 1986, a mulher do devedor foi convidada por um antigo colega de curso a integrar um grupo de sócios para adquirir a “Farmácia Nogueira”;

 Em 2002 a mulher do devedor adquiriu a totalidade da farmácia, tendo para o efeito recorrido ao crédito, através de empréstimo efectuado na CGD, no valor global de € 1.120.000,00;

 A partir desse momento, enquanto única proprietária da “Farmácia Nogueira”, a mulher do devedor passou a exercer a sua actividade como empresária em nome individual;

 No ano de 2011 constitui a sociedade “Ana Maria Cruz Unipessoal, Ldª”, com o NIPC 509684602, com sede na Avenida Marechal Humberto Delgado, n° 87, Antas, V. N. Famalicão, tendo sido transferida para a esfera da sociedade a totalidade do património afecto ao exercício da actividade da “Farmácia Nogueira”, incluindo o alvará;  A partir do ano do ano de 2010, por força da

competitividade e da conjuntura económica vivida, aliada à redução do preço das comparticipações do estado nos medicamentos e consequente quebra de vendas, a atividade farmacêutica conheceu um forte abrandamento.  Em Julho de 2013 a sociedade intentou um Pro cesso Especial

de Revitalização, que correu termos com o nº 2017/13.6TJVNF, no Tribunal de Comarca de Braga, V. N. Famalicão - Inst. Central – 2ª Sec. Comércio - J3;

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Cap ítu lo: AN ÁLISE DO S E LE ME N TOS I N CLU ÍDOS N O DO CU M EN TO RE FE RIDO N A AL ÍN EA C) DO N .º 1 DO ART IG O 2 4ª

 Não obstante de ter sido aprovado o referido PER, em Julho de 2014, e tendo em consideração a demora na homologação do mesmo, conjugado pela inobservância de alguns credores do período de carência de 6 meses , levou a sociedade a uma situação económica insustentável;

 Numa última tentativa de lograr uma recuperação, a sociedade apresentou-se à insolvência, no âmbito do processo nº 994/15.1T8VNF, a correr termos em V. N. Famalicão - Inst. Central – 2º Sec. Comércio – J1, tendo o plano de insolvência aí apresentado sido rejeitado pelos credores;

 Como cônjuge da gerente da sociedade, o ora insolvente avalizou e foi fiador dos empréstimos e dividas contraídos pela sociedade.

 A mulher do devedor foi igualmente declarada insolvente no âmbito do processo nº 6908/15.1T8VNF, a correr termos em V. N. Famalicão - Inst. Central – 2º Sec. Comércio – J1;

 Encontra-se pendente contra o devedor o seguinte processo de execução:

 Processo n.º 3210/15.2T8VNF, a correr termos na Comarca de Braga, V. N. Famalicão - Instância Central, 2º Secção de Execução – J2, em que é exequente o Banco BPI, SA;

o Estado da execução: Pendente.

A conjugação destes factores levou a que o devedor se visse totalmente impossibilitado de cumprir com as suas obrigações.

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Cap ítu lo: CONTA BILIDA DE , DO CU ME N TOS DE P RE ST AÇ Ã O DE CON TAS E DE IN FORM AÇ Ã O FIN AN CE IRA

4. CONTABILIDADE, DOCUMENTOS DE PRESTAÇÃO DE

CONTAS E DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA

No relatório apresentado ao abrigo do art.º 155.º do CIRE, deve o Administrador da insolvência efectuar uma análise do estado da contabilidade do devedor e a sua opinião sobre os documentos de prestação de contas e de informação financeira juntos pelo devedor.

Contudo, o presente dispositivo não tem aplicaçã o porquanto não sendo o insolvente comerciante, não está obrigado legalmente a ter contabilidade organizada.

No que se refere à informação financeira prestada pelo devedor e que se encontra descrita em termos de activos e passivos, foram disponibilizadas as declarações de IRS dos anos de 2012, 2013 e de 2014, das quais resulta, o seguinte:

I R S Valores declarados 2012 2013 2014 Rendimento Cat. A/H € 78.752,52 € 55.012,99 € 55.050,27 Rendimento Cat. B - € 3.250,00 € 3.500,00 Rendimento Cat. E- Capitais - - - Rendimentos prediais - - - Mais valias Alineação onerosa imóveis - - - Alienação onerosa - - -

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Cap ítu lo: PE RSPE CT IVAS DE M AN U TE N ÇÃ O DA E MPRE SA de partes sociais Juros de retenção poupança - - - Notas:

 As declarações de rendimentos têm reflectid os os rendimentos do devedor em conjunto com a sua cônjuge, declarada insolvente no âmbito do processo nº 6908/15.1T8VNF, a correr termos em V. N. Famalicão - Inst. Central – 2º Sec. Comércio – J1.

 No ano de 2012 tem ainda reflectido rendimentos auferidos por um dos seus filhos no valor de € 8.820,00.

5. PERSPECTIVAS DE MANUTENÇÃO DA EMPRESA

Tendo em conta o supra referido, designadamente, a circunstância do insolvente não ser comerciante, não se referenciou qualquer empresa que aquele seja titular, não tendo, por isso, aplicabilidade o presente dispositivo.

6. CENÁRIOS POSSÍVEIS E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA OS

CREDORES

A assembleia de credores de apreciação do relatório delibera sobre o encerramento ou prosseguimento do processo de Insolvência.

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Cap ítu lo: Ce n ár io s P OSSÍVE IS E SUAS CON SE Q U ÊN CIAS P AR A OS CR EDORE S

Decorre do artigo 1.º do CIRE, que o processo de insolvência tem como escopo a liquidação do património de um devedor insolvente e a repartição do produto obtido pelos credores.

Estão sujeitos a apreensão no processo de insolvência todos os bens integrantes da massa insolvente, a qual abrange todo o património do devedor à data da declaração de insolvência, bem como os bens e direitos que ela adquira na pendência do processo.

Como referem Carvalho Fernandes e João Labareda [ ], da conjugação dos n.ºs 1 e 2 do art. 46.º resulta que, em rigor, a massa não abrange a totalidade dos bens do devedor susceptíveis de avaliação pecuniária, mas tão só os que forem penhoráveis e não excluídos por disposição especial em contrário, acrescidos dos que, não se ndo embora penhoráveis, sejam voluntariamente oferecidos pelo devedor, quanto a impenhorabilidade não seja absoluta.

São absolutamente impenhoráveis “os bens imprescindíveis a qualquer economia doméstica que se encontrem na residência permanente do executado (…)”.

Assim, não se procedeu à apreensão dos bens móveis existentes na residência do devedor por se tratar de bens imprescindíveis à respectiva economia doméstica.

A signatária encetou diligências no sentido de averiguar a existência de bens no património do insolvente, nomeadamente junto da Conservatória do Registo Predial e Automóvel e Repartição de Finanças, tendo sido localizados os bens imóveis infra descritos no inventário.

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

O cenário possível que se apresenta para os credores é, pois, no sentido da liquidação do activo.

Assim, considerando que:

1. É notória a situação de insolvência e a insuficiência de valores activos face ao Passivo acumulado;

2. Os bens apreendidos a favor da massa são provavelmente de valor inferior às dívidas contraídas;

3. Não havendo Plano de Pagamentos;

a Administradora da Insolvência propõe que se delibere no sentido da liquidação do activo e partilha da massa insolvente .

7. OUTROS ELEMENTOS IMPORTANTES PARA A TRAMITAÇÃO

ULTERIOR DO PROCESSO

7.1. DA APENSAÇÃO DE ACÇÕES / EXECUÇÕES

Nas acções / execuções pendentes contra o insolvente não se discute qualquer questão cuja decisão que vier a ser proferida nessas acções possa afectar a massa insolvente (no sentido de lhe acrescentar ou retirar bens ou valor), pelo que não se requer a apensação das mesmas.

Igualmente no que se reporta aos processos executivos o pedido de apensação de processos executivos apenas se justificará em caso de dificuldade de apreensão para a massa insolvente dos bens penhorados no âmbito d esses processos, o

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ER IOR D O PROC ESSO

que, até ao momento não se verifica, pelo que não se requer a apensação dos mesmos.

7.2. DA APREENSÃO DE BENS IMÓVEIS E BENS MÓVEIS SUJEITOS

A REGISTO

Das diligências efectuadas no sentido de averiguar a existência de bens no património do insolvente, nomeadamente junto da conservatória do registo predial e automóvel, foi possível localizar os seguintes bens:

 Fracção autónoma designada pela letra "J", composta por TERCEIRO ANDAR LETRA “B” – destinado a habitação, voltado a norte e sul, com garagem nº 3 na cave, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Rua S. João de Deus, freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conse rvatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número DUZENTOS E VINTE E DOIS – VILA NOVA DE FAMALICÃO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1512º da União de Freguesia de Via Nova de Famalicão e Calendário, o qual proveio do artigo 1320º da freguesia de Vila Nova de Famalicão com o valor patrimonial de € 69.720,00.

Nota: Este imóvel encontra-se arrendado a Cristina Duarte

Pinto Valente Gomes Madureira, sendo paga de renda mensal € 400,00.

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

 Fracção autónoma designada pelas letras "AQ", composta por GARAGEM NA CAVE, com o n.º 37, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito em Magida, Rua Dr. Nuno Simões, freguesia de Calendário, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número MIL TREZENTOS E OITENTA E SEIS – CALENDÁRIO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 91º da União de Freguesia de Vila Nova de Famalicão e Calendário, o qual proveio do artigo 3884º da freguesia de Vila Nova de Famalicão com o valor patrimonial de € 13.652,71  Metade indivisa da fracção autónoma designada pela letra "A", composta por 7º andar esquerdo – T4+1 – destinado a habitação – Bloco A, com área coberta de 246m2 e o uso exclusivo do terraço de cobertura do 6º andar, com área de 108,20m2, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de ---€ 149.470,00  Metade indivisa da fracção autónoma designada pela s letras

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Cons ervatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1 105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de ---€ 6.980,00  Metade indivisa da fracção autónoma designada pela s letras "FH", composta por garagem n.º 12 na sub-cave Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de ---€ 6.980,00  Metade indivisa da fracção autónoma designada pela s letras "FX", composta por arrumo n.º 7 na sub-cave Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardin s do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de ---€ 3.060,00

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

7.3. BENS ALIENADOS PELO INSOLVENTE

No que se reporta às buscas efectuadas aos bens que estiveram na esfera do devedor e foram alienados por este, foi possível apurar o seguinte:

a) Em 25/02/2013 o devedor, juntamente com outros herdeiros ,

venderam a Ricardo Gaspar Correia o prédio urbano composto por CASA DE HABITAÇÃO DE RÉS DO CHÃO E ANDAR, sito na Fonte Coberta, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número MIL QUATROCENTOS E SESSENTA E SETE – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 129º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim.

b) Em 25/02/2013 o devedor, juntamente com a sua mulher,

vendeu a Carlos Alberto Guimarães Barbosa e a Sara Maria Pinho Marques Barbosa a fracção autónoma designada pelas letras "CF", composta por escritório n.º 2, r/c Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim.

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

c) Em 29/01/2015, foi vendido a Paulo Augusto Monteiro

Fernandes, o veículo automóvel da marca Honda, com a matrícula XX-26-55;

7.4. DA APREENSÃO DO VENCIMENTO

No relatório apresentado nos termos do disposto no artigo 155.º do CIRE, deve ser feita menção quanto à apreensão (montante apreendido) ou não do vencimento dos insolventes pessoas singulares e, no caso de não apreensão, deverá constar, de forma sucinta, a justificação para a não apreensão.

O vencimento deve ser apreendido com destino à satisfação dos credores dos insolventes, fazendo parte da massa insolvente que abrange todo o património do devedor e os bens e direitos que ele adquira na pendência do processo (art.º 46.º, n.º 1, do CIRE). Na execução singular (art. 824ºdo C.P.C.) determina -se que a impenhorabilidade estabelecida no n.º 1 do preceito (2/3 dos vencimentos, salários ou prestações de natureza semelhante auferidos pelo devedor e bem assim das prestações periódicas auferidas a título de aposentação ou qualquer outra regalia social) tem como limite máximo o montante equivalente a três salários mínimos nacionais à data de cada apreensão e, como limite mínimo, quando o executado não tenha outro rendimento (e o crédito exequendo não seja de alimentos), o montante equivalente ao salário mínimo nacional.

Na execução universal em que a insolvência se traduz, e no caso particular em que é requerida a exoneração do passivo restante,

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

estabelece a lei o princípio de que todos os rendimentos que advenham ao devedor constituem rendimento disponível, a ser afecto às finalidades previstas no art. 241º do C.I.R.E. (cumprimento das obrigações do devedor), excluindo porém desse rendimento disponível – e logo dessa afectação do património do devedor ao cumprimento das obrigações para com os seus credores – o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar, não devendo essa exclusão exceder, salvo decisão fundamentada do juiz em contrário, três vezes o salário mínimo nacional.

Uma diferença entre os dois regimes é de realç ar, desde logo o facto da norma do C.I.R.E. não mencionar qualquer limite mínimo objectivo, aludindo antes a um conceito indeterminado – o razoavelmente necessário para o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado.

Assim, considera-se adequado dever interpretar-se o art. 239º, nº 3, b), i) do C.I.R.E. no sentido de que a exclusão aí prevista tem como limite mínimo o que seja razoavelmente necessário para garantir e salvaguardar o sustento minimamente digno do devedor e seu agregado familiar.

Ora, verifica-se, in casu, que o insolvente é professor do 2º e 3º Ciclos, e desde 2008 exerce o cargo de Presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Vale D´Este - Viatodos e aufere a remuneração líquida mensal de € 1 .468,79.

Por outro lado, a Lei nº 122/2015, de 1 de setembro, obriga os pais a pagarem a pensão de alimentos aos filhos que, até aos 25

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

anos, estejam a estudar ou a frequentar alguma formação profissional.

Assim, considerando o entendimento supra manifestado, o valor do rendimento auferido pelo insolvente e a composição do respectivo agregado familiar, ir-se-á proceder à apreensão de todos os rendimentos que excederem 1,5 x o salário minino nacional, acrescido de ¼ do salário minino nacional por cada um dos filhos que se encontram a estudar.

7.5. DO INCIDENTE DE QUALIFICAÇÃO DA INSOLVÊNCIA

Caso disponha de elementos que justifiquem a abertura do incidente de qualificação da insolvência, na sentença que declarar a insolvência, o juiz declara aberto o incidente de qualificação, com carácter pleno ou limitado – cfr. al. i) do art.º 36.º do CIRE.

Nos presentes autos a sentenç a que decretou a insolvência não

declarou aberto aquele incidente.

Assim, nos termos do n.º 1 do art.º 188.º do CIRE, até 15 dias após a realização da assembleia de apreciação do relatório, o administrador da insolvência ou qualquer interessado deverá alegar, fundamentadamente, por escrito, em requerimento autuado por apenso, o que tiver por conveniente para efeito da qualificação da insolvência como culposa e indicar as pessoas que devem ser afectadas por tal qualificação, cabendo ao juiz conhecer dos factos alegados e, se o considerar oportuno, declarar aberto o incidente de qualificação da insolvência, nos

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

Sem prejuízo, regista-se, desde já a inexistência de indícios que fossem do conhecimento da administradora e passíveis de determinar a qualificação da insolvência como culposa .

7.6. DO PEDIDO DE EXONERAÇÃO DO PASSIVO RESTANTE

O insolvente veio requerer a exoneração do passivo restante, nos termos do disposto no art.º 235. ess do CIRE.

Deve, nos termos do n.º 4 do art.º236.º do CIRE, o administrador da insolvência pronunciar-se sobre o requerimento.

É possível delinear a seguinte factualidade com interesse para a emissão do presente parecer, face aos elementos documentais constantes do processo (petição inicial e informaç ões prestadas pelo Requerente, sentença que decretou a insolvência bem como a relação provisória de credores apresentada nos termos dos artºs 154.º e 155º CIRE):

1. O devedor é casado no regime de separação de bens com Ana Maria Garcia Cruz;

2. O agregado familiar é composto pelo devedor, a mulher e dois filhos, de 26 e 21 anos de idade, que se encontram a frequentar o ensino superior;

3. O insolvente é professor do 2º e 3º Ciclos e, desde 2008, que exerce o cargo de Presidente do Conselho Geral do Agrupamento Escolas de Vale D´Este – Viatodo, auferindo a remuneração líquida mensal de € 1.468,79;

4. A mulher do insolvente trabalha na “Farmácia Nogueira”, em Famalicão e desempenha a função de diretora técnica,

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

5. A mulher do devedor foi igualmente declarada insolvente no âmbito do processo nº 6908/15.1T8VNF, a correr termos em V. N. Famalicão - Inst. Central – 2º Sec. Comércio – J1;

6. O devedor apresentou as seguintes despesas mensais:  Empréstimo da casa: € 560,00;

 Condomínios: 220,00

 Água, gás, luz, telefone e TV: € 430,00;  Seguros de saúde - € 97,00;

 Propinas da universidade;

 Transporte do agregado familiar - € 300,00;  Seguros de casa: € 21,00;

 Despesas de saúde;

7. Os seus credores e respectivos créditos são os seguintes:

Credores Fundamento Montante Data

Constituição Vencimento Data BANCO BILBAO VISCAYA ARGENTARIA (PORTUGAL) S.A. Contrato de mutuo com hipoteca 103.890,66 20.-08-2008 08-09-2015 BANCO BILBAO VISCAYA ARGENTARIA (PORTUGAL) S.A. Saldo descoberto da conta de depósitos à ordem n.º 200380005385 504,07 ND ND BANCO BILBAO VISCAYA ARGENTARIA (PORTUGAL) S.A. Contrato de mútuo com hipoteca 82.559,50 28-06-2012 17-01-2015 BANCO BPI, S.A.SOCIEDADE ABERTA Proc. Executivo n.º 3210/15.2T8VNF , para pagamento de quantia certa cujo titulo executivo é uma livrança 22.675,32 04-02-2015 20-04-2015 BANCO SANTANDER TOTTA, S.A. Contrato de mútuo 63.601,85 23-12-2011 23-07-2014

NOVO BANCO, S.A. Contrato de financiamento n.º 000057666792 66.765,79 12-09-2011 03-09-2015 OCP PORTUGAL -PRODUTOS FARMACEUTICOS,S.A Contrato de financiamento /Acordo de pagamento 643.496,22 21-06-2011 03-09-2015 OCP PORTUGAL -PRODUTOS Juros 2.677,95 08-09-2015 08-10-2015

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO FARMACEUTICOS,S.A

8. Encontra-se pendente contra o devedor o seguinte processo de execução:

 Processo n.º 3210/15.2T8VNF, a correr termos na Comarca de Braga, V. N. Famalicão - Instância Central, 2º Secção de Execução – J2, em que é exequente o Banco BPI, SA;

9. O requerente, de acordo com as informações constantes da certidão de registo criminal, não foi condenado por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data.

10. O requerente, de acordo com a informação constante da certidão do registo de nascimento, nunca foi declarad o insolvente nem nunca beneficiou anteriormente de exoneração do passivo restante.

11. Apresentou-se à insolvência em 2 de setembro de 2015, a qual foi decretada por sentença proferida no dia 8 do mês seguinte.

*-* Isto dito:

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insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores no encerramento deste”.

Os critérios de aplicação deste instituto estão previstos nos art.ºs 237.ºsegs. do CIRE. Não sendo aprovado e homologado na assembleia de apreciação do relatório qualquer plano de insolvência, cumprir-se-á dessa forma o requisito da alínea c) do art.º 237.º.

Quanto aos requisitos estabelecidos no art.º 238º (aplicáveis por força do art.º 237º., alínea a) do CIRE), o pedido foi deduzido conjuntamente com a apresentação à insolvência, pelo que nos termos do art.º 236, n.º 1, ele mostra-se tempestivo.

Nada consta nos autos ou foi apurado pela administradora da insolvência quanto a ter o devedor fornecido informações falsas a que se refere a alínea b) ou ter beneficiado anteriormente desta exoneração do passivo restante (alínea c)).

A aplicação do disposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238.º do CIRE pressupõe a verificação de uma das seguintes situações:

 o devedor não cumprir o dever de apresentação à insolvência, com prejuízo para os credores,

 ou se não existir esse dever, se se tiver abstido dessa apresentação nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência, com prejuízo para os credores e sabendo, ou não podendo ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica.

Estando em apreciação um pedido que foi formulado por pessoa singular não está o insolvente obrigado a apresentar-se à insolvência no prazo estabelecido no art. 18, nº 1 do CIRE, tal como flui do nº 2 deste mesmo

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preceito, pelo que não se cuida de verificar a verificação em concreto da parte inicial da alínea d).

No que se reporta aos demais requisitos desta alínea d), de preenchimento cumulativo, são os seguintes:

 que o devedor/requerente não se apresente à insolvência nos seis meses seguintes à verificação da situação de insolvência;

 que desse atraso resulte um prejuízo para os credores;

 que o devedor soubesse, ou pelo menos não pudesse ignorar sem culpa grave, não existir qualquer perspectiva séria de melhoria da sua situação económica.

Carvalho Fernandes e João Labareda sobre esta matéria escrevem que “para além da não apresentação à insolvência, a relevância deste comportamento do devedor, para efeito de indeferimento liminar, depende ainda, em qualquer destas hipóteses, de haver prejuízo para os credores e de o devedor saber ou não poder ignorar, sem culpa grave, que não existe «qualquer perspectiva séria da melhoria da sua situação económica».

Está aqui em causa apurar se a não apresentação do devedore à insolvência se pode justificar por eles estarem razoavelmente convictos de a sua situação económica poder melhorar em termos de não se tornar necessária a declaração de insolvência”[…]

Importa, pois, verificar se a apresentação do requerente à insolvência se verificou nos seis meses seguintes à verificação desta situação e, em caso negativo, se e desse facto advieram prejuízos para os credores.

Ora, o conceito de prejuízo pressuposto na alínea d) do nº 1 do artigo 238 do CIRE consiste num prejuízo diverso do simples vencimento dos juros, que são consequência normal do incumprimento gerador da insolvência, tratando-se

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em consequência da inércia da insolvente (consistindo, por exemplo, no abandono, degradação ou dissipação de bens no período que dispunha para se apresentar à insolvência).

Entende-se que o simples acumular do montante de juros não integra o conceito de “prejuízo” a que se refere o art. 238, nº 1, al. d) do CIRE. [ ].

Com efeito, a mora resultante do atraso no pagamento, em abstracto, contribui sempre para o avolumar da dívida, designadamente em virtude dos juros que lhe estão associados, em especial quando estamos perante dívidas a instituições financeiras.

Ora, sendo a insolvência uma situação de impossibilidade de cumprimento de obrigações vencidas (cfr. art. 3, nº 1 do CIRE), lógica é a constatação de que estas vencem juros (cfr. arts. 804 e segs. do Cód. Civil), o que se traduz no aumento quantitativo do passivo do devedor.

Não pode, pois, considerar-se que o conceito normativo de prejuízo previsto na alínea d) do nº 1 do art. 238 do CIRE inclua no seu âmbito o típico, normal e necessário aumento do passivo em decorrência do vencimento dos juros incidentes sobre o crédito de capital, sob pena de se estar a esvaziar de sentido útil a referência legal a tal requisito (prejuízo de credores).

É que se tivesse sido essa a finalidade da lei, bastaria ter estabelecido o indeferimento liminar do pedido de exoneração do passivo restante quando o devedor se abstivesse de se apresentar à insolvência no período de seis meses posterior à verificação dessa situação.

Terá, assim, que se entender que o simples decurso do tempo (seis meses após a verificação da situação de insolvência) não é suficiente para se poder considerar preenchido o requisito aqui em análise, uma vez que tal representaria, estar a valorizar-se um prejuízo que sempre estaria ínsito nesse decurso e que seria comum a todas as situações de insolvência, o que não

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se mostra compatível com o estabelecimento do prejuízo dos credores como requisito autónomo do indeferimento liminar do incidente.

Tratando-se o prejuízo dos credores de um requisito autónomo deste indeferimento liminar, acrescerá o mesmo aos demais requisitos, surgindo, por isso, como um pressuposto adicional, que traz exigências distintas das pressupostas pelos outros, não podendo considerar-se preenchido por circunstâncias que já estão contidas num desses outros requisitos.

Neste contexto, terá que se dar ênfase particular à conduta do devedor, devendo apurar-se se este se pautou pela licitude, honestidade, transparência e boa-fé, no que respeita à sua situação económica, só se justificando o indeferimento liminar caso se conclua pela negativa.

Ao estabelecer, como pressuposto do indeferimento liminar do pedido de exoneração, que a apresentação extemporânea do devedor à insolvência haja causado prejuízo aos credores, a lei visa os comportamentos que façam diminuir o acervo patrimonial do devedor, que onerem o seu património ou mesmo aqueles que originem novos débitos, a acrescer aos que integravam o passivo que estava já impossibilitado de satisfazer. São estes comportamentos desconformes ao proceder honesto, lícito, transparente e de boa-fé, os quais, a verificarem-se na conduta do devedor, impedem que a este seja reconhecida a possibilidade, preenchidos os demais requisitos do preceito, de se libertar de algumas das suas dívidas, para dessa forma lograr a sua reabilitação económica. Como tal, o que se sanciona são os comportamentos que impossibilitem, dificultem ou diminuam a possibilidade de os credores obterem a satisfação dos seus créditos, nos termos em que essa satisfação seria conseguida caso tais comportamentos não ocorressem.

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Cap ítu lo: OUT ROS E LE ME N TO S IM PORT AN TE S PAR A A TR A MIT A ÇÃ O U LT ERIOR D O PROC ESSO

atitude de licitude, honestidade, transparência e boa-fé no que respeita à sua situação económica.

Por outro lado, igualmente não foi trazido aos autos qualquer elemento que aponte no sentido da culpa do devedor na criação ou agravamento da situação de insolvência – está também preenchida a alínea e) do art.º 238.º. Não consta, ainda, que o devedor tivesse sido condenado por sentença transitada em julgado por algum dos crimes previstos e punidos nos artigos 227.º a 229.º do Código Penal nos 10 anos anteriores à data da entrada em juízo do pedido de declaração da insolvência ou posteriormente a esta data – alínea f) do n.º 1 do artº 238.º do CIRE.

Por último, não resulta que o devedor tenha violado qualquer dos deveres de informação, apresentação ou colaboração previstos no CIRE – alíneas i) e g) do artº 238.º

Os pressupostos formais previstos no CIRE estão preenchidos e não há elementos que levem a signatária a emitir parecer que pudesse concluir pelo indeferimento do pedido.

Assim, sendo tendo em conta que nada há que aponte no sentido de ter mantido uma conduta contrária ao Direito, emite-se parecer no sentido que deve ser concedido ao insolvente a possibilidade de após o período de cinco anos previsto no artº. 239, n.º 2 do CIRE, se exonere dos compromissos que até então não lhe seja possível saldar.

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Cap ítu lo: IN VE N TÁRIO (Art. s 1 53.º e 15 5º CIRE )

8. INVENTÁRIO (ART.S 153.º E 155º CIRE)

A) Vencimento

Rendimento auferido pelo insolvente como Presidente do Conselho Geral do Agrupamento de Escolas de Vale D´Este – Viatodos, no valor líquido mensal de ---€ 1.468,79.

B) Renda

Renda mensal de 400,00 devida pelo arrendamento da fracção autónoma designada pela letra "J", composta por TERCEIRO ANDAR LETRA “B” – destinado a habitação, voltado a norte e sul, com garagem nº 3 na cave, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito na Rua S. João de Deus, freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número DUZENTOS E VINTE E DOIS – VILA NOVA DE FAMALICÃO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1512º da União de Freguesia de Via Nova de Famalicão e Calendário, o qual proveio do artigo 1320º da freguesia de Vila Nova de Famalicão, arrendado a Cristina Duarte Pinto Valente Gomes Madureira--- € 400,00

C) Bens imóveis

Verba n.º 1

Fracção autónoma designada pela letra "J", composta por TERCEIRO ANDAR LETRA “B” – destinado a habitação, voltado a norte e sul, com garagem nº 3 na cave, a qual faz parte

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Cap ítu lo: IN VE N TÁRIO (Art. s 1 53.º e 15 5º CIRE )

horizontal, sito na Rua S. João de Deus, freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número DUZENTOS E VINTE E DOIS – VILA NOVA DE FAMALICÃO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1512º da União de Freguesia de Via Nova de Famalicão e Calendário, o qual proveio do artigo 1320º da freguesia de Vila Nova de Famalicão com o valor patrimonial de --- € 69.720,00

Verba n.º 2

Fracção autónoma designada pelas letras "AQ", composta por GARAGEM NA CAVE, com o n.º 37, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito em Magida, Rua Dr. Nuno Simões, freguesia de Calendário, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número MIL TREZENTOS E OITENTA E SEIS – CALENDÁRIO e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 91º da União de Freguesia de Vila Nova de Famalicão e Calendário, o qual proveio do artigo 3884º da freguesia de Vila Nova de Famalicão com o valor patrimonial de --- € 13.652,71

Verba n.º 3

Metade indivisa da fracção autónoma designada pela letra "A", composta por 7º andar esquerdo – T4+1 – destinado a habitação – Bloco A, com área coberta de 246m2 e o uso exclusivo do terraço de cobertura do 6º andar, com área de 108,20m2, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de

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Cap ítu lo: IN VE N TÁRIO (Art. s 1 53.º e 15 5º CIRE )

Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de ---€ 149.470,00

Verba n.º 4

Metade indivisa da fracção autónoma designada pela s letras "FI", composta por garagem n.º 13 na sub-cave Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de --- --€ 6.980,00

Verba n.º 5

Metade indivisa da fracção autónoma designada pelas letras "FH", composta por garagem n.º 12 na sub-cave Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Fregues ia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor

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Cap ítu lo: IN VE N TÁRIO (Art. s 1 53.º e 15 5º CIRE ) Verba n.º 6

Metade indivisa da fracção autónoma designada pela s letras "FX", composta por arrumo n.º 7 na sub-cave Bloco - A, a qual faz parte integrante do prédio urbano em regime de propriedade horizontal, sito no Edifício Jardins do Lago, Freião ou Senhora da Agonia, freguesia de Antas, concelho de Vila Nova de Famalicão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vila Nova de Famalicão sob o número QUINHENTOS E TRINTA E CINCO – ANTAS e actualmente inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1112º da União de Freguesia de Antas e Abade Vermoim, o qual proveio do artigo 1105º da freguesia de Antas com o valor patrimonial de --- ----€ 3.060,00

9. RELAÇÃO PROVISÓRIA DE CREDORES

(ART. 154º CIRE)

Referências

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