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GREEN SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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Academic year: 2021

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GREEN SUPPLY CHAIN MANAGEMENT:

UMA REVISÃO DE LITERATURA

Marcela Marçal Alves Pinto [Voluntário] 1, Rui Tadashi Yoshino [orientador] 2

1

Coordenação de Eletrônica / UTFPR - COELE

2

Depto. de Pós-Graduação de Engenharia de Produção / UTFPR - PPGEP Campus Ponta Grossa

Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Av. Monteiro Lobato km 4, Jardim Carvalho mar_marcal@hotmail.com, prof.rui.yoshino@gmail.com

Resumo – O presente artigo apresenta uma revisão de literatura sobre Green Supply Chain Management, assunto

que está cada vez mais presente nas empresas. São apresentadas as metodologias encontradas nos artigos analisados para a realização dos mesmos, mostrando assim, as possibilidades para a realização de um novo artigo. Meio ambiente e economia estão diretamente relacionadas, fatores que descrevem um programa de Green Supply Chain Management. As barreiras encontradas na implementação de Green Supply Chain Management são muitas e devem ser evitadas para o desenvolvimento de um programa de sucesso.

Palavras-chave: Green Supply Chain Management; meio ambiente; economia; metodologias; barreiras.

Abstract – The current paper shows a review of literature about Green Supply Chain Management, a subject

which is increasingly present in companies. The methodologies found in the analyzed articles will be showed to achieve the same, showing so, the opportunities for the realization of a new article. Environment and economy are directly related, factors which describe a program of Green Supply Chain Management. The obstacles encountered in implementing Green Supply Chain Management are many, and should be avoided for the development of a successful program.

Keywords: Green Supply Chain Management; environmental; economy; methodology; obstacles.

INTRODUÇÃO

Com o crescimento do conceito de meio ambiente nos dias de hoje, devido à gradativa escassez de seus recursos, as empresas estão investindo cada vez mais em proteção ambiental, sendo que as que não investem acabam perdendo espaço no mercado. Com isso, o interesse de pesquisadores e profissionais na área de Green Supply Chain Management (GSCM) aumentou significativamente [1].

GSCM é uma tática que está presente em todas as fases do ciclo de vida do produto, desde a produção da matéria-prima até o descarte do mesmo pelo consumidor. O conceito de GSCM pode ser entendido como a união de estratégia, logística e meio ambiente [2].

Através da colaboração de empresas, GSCM tem como objetivo elaborar um desenvolvimento sustentável tanto da sociedade como da empresa, minimizando assim seu impacto negativo [1]. Trabalhar com fornecedores e clientes, analisar operações e processos

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internos, considerações ambientais no processo de desenvolvimento do produto e uma boa administração em todo o seu ciclo de vida, é o foco de uma cadeia de suprimentos verde [3].

GSCM está baseada na demanda dos clientes, que estão optando cada vez mais por produtos que são ambientalmente sustentáveis e tenham sido produzidos por processos que não agridam o meio ambiente [4].

O presente artigo enquadra-se em uma pesquisa classificada como básica, pois tem como objetivo gerar conhecimento para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Em relação à forma de abordagem, a pesquisa é qualitativa, apresentando a interpretação das relações de significados dos fenômenos, como referido pelas pessoas.

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, considera-se uma pesquisa bibliográfica, pois foi elaborada a partir de material já publicado, como artigos de periódicos atualmente disponibilizados na internet.

METODOLOGIA

Com o intuito de realizar uma revisão de literatura, o Google Scholar foi a ferramenta utilizada para a busca de artigos, através da base de dados da Université du Québec à Montréal – UQAM, Téluq [5]. Foram utilizadas como palavras-chaves “Green Supply Chain Management”, em um período de tempo de 2006 à 2012, onde foram encontrados 3180 artigos. Destes, foram selecionados 420 artigos, que encontravam-se dentro dos padrões desejados, os quais foram baixados e estudados. Após análise criteriosa, foi feita uma seleção com os 14 artigos mais relevantes, de diferentes jornais, para uma inicial revisão de literatura.

Com estes 14 artigos escolhidos, um banco de dados foi criado no Excel. Estes artigos foram classificados em diferentes categorias: a metodologia utilizada, as dimensões do desenvolvimento sustentável (tree botton line), a questão tática, estratégica ou operacional, e framework.

Tratando-se das metodologias utilizadas para o desenvolvimento dos artigos analisados, ficou claro que a maioria deles apresenta uma abordagem quantitativa, sendo que apenas um entre os 14 artigos apresenta uma abordagem totalmente qualitativa, como mostra o quadro abaixo:

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Quadro 1. Metodologias utilizadas nos artigos analisados METODOLOGIA ARTIGO Qualitativa/Quantitativa Estudos teóricos-conceituais Estudo de caso Surveys Modelagem Revisão de literatura Software [1] Quantitativa X X Structural Equation Modelling (SEM) X [2] Quantitativa X X X [3] Quantitativa X X [4] Quantitativa X structural equation modeling techniques X LISREL 17.0 [5] Quantitativa Programação inteira-linear mista (MIP) AMPL [6] Quantitativa X X X [7] Quantitativa X X [8] Quantitativa X X [9] Quantitativa X [10] Qualitativa X X [11] Qualitativa / Quantitativa two-level supply chain model X Excel-Solver [12] Qualitativa X X [13] Qualitativa / Quantitativa X multi-objective linear model X [14] Quantitativa X

É perceptível que quase todos os artigos apresentam uma revisão de literatura, mesmo não sendo seu foco principal; o artigo [9] é o único que apresenta somente esta metodologia. Uma revisão de literatura é essencial para o início de uma pesquisa para analisar os principais pontos do assunto estudado e poder determinar o caminho a seguir em futuras pesquisas.

Muitos são os trabalhos que apresentam Surveys também. Esta metodologia é muito interessante e mostra muitos resultados para a pesquisa, porém, é uma metodologia que pode acabar sendo cara e arriscada. Muitas vezes os questionários entregues para as entrevistas não voltam, ou então as pessoas respondem de qualquer maneira, sem muitas vezes falarem a verdade.

Em GSCM muitos problemas são resolvidos a partir de diversos modelos matemáticos, podendo utilizar diferentes softwares para a execução dos mesmos, como mostra no quadro. Além destes softwares apresentados, temos também o Vensim, que é um

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programa contido por diagramas casuais ou diagramas de fluxo, que lhe permite analisar, simular e desenvolver os modelos criados por Sistemas Dinâmicos.

O estudo de caso é uma excelente metodologia para o assunto em questão, apesar de aparecer apenas três entre os artigos analisados. Talvez o fato desta metodologia não ser visível em mais artigos de GSCM deva-se ao fato de o assunto ser relativamente novo. Com um estudo de caso é possível ter uma visão do que realmente acontece nas empresas, podendo extrair descobertas e soluções importantes para determinados problemas.

Analisando o banco de dados criado, foi possível destacar o fato de que todos os artigos apresentam o aspecto ambiental e econômico, fatores estes que caracterizam GSCM. Nove destes 14 artigos apresentam também o aspecto social, ou seja, além de explanarem questões de Green Supply Chain Management, descrevem também sobre a sustentabilidade. AS DIMENSÕES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: OS ASPECTOS AMBIENTAIS E ECONÔMICOS

Na era da revolução industrial, a minimização de resíduos não foi por razões ambientais, mas sim por razões econômicas. Resíduos significa maior perda econômica [9]. Na atualidade, essa definição continua válida, não somente por razões econômicas, mas também pela preocupação com o meio ambiente.

Essa preocupação com o meio ambiente está fazendo com que as empresas de todo o mundo busquem soluções para um novo desafio, sendo necessário a mudança de conceitos até então ignorados. Este desafio está em explorar maneiras nas quais o desenvolvimento das indústrias acompanhe a proteção ambiental [6].

A gestão ambiental não só traz benefícios ao meio ambiente, como também é uma questão estratégica com um impacto duradouro. E cada vez mais as empresas estão percebendo isto. Um exemplo é a grande quantidade de empresas que têm implementado o ISO 14001, o qual é uma norma internacionalmente conhecida que define o que deve ser feito para estabelecer um Sistema de Gestão Ambiental efetivo [8].

As práticas que estão relacionadas com questões ambientais estão em constante busca de aperfeiçoamento e só conseguirão uma devida sustentabilidade com a colaboração de todas as empresas. A prevenção da poluição, a reciclagem de resíduos e de produtos usados, a extração de recursos e matérias-primas e a captura de poluentes nocivos seguidos de eliminação adequada são exemplos de atitudes que além de contribuírem com o meio ambiente, aumentam a economia da empresa [14].

GSCM está em uma profunda relação com o desempenho ambiental e econômico. A relação com fornecedores que possuem mentalidade de sustentabilidade faz com que o ambiente fabril apresente um grande desempenho ambiental [4].

Os aspectos econômicos são apresentados em diversas literaturas, e em sua maioria as soluções tomadas por pesquisadores são as técnicas de modelagens matemáticas, as quais buscam uma função objetiva a fim de minimizar gastos ou maximizar lucros [13].

O desempenho econômico está altamente ligado com a capacidade de uma empresa produzir mais reduzindo seus custos com materiais comprados, diminuindo consumo de energia, tratamento de resíduos, e até com a redução de multas por acidentes ambientais [4]. BARREIRAS NA IMPLEMENTAÇÃO DE GSCM

Diversas barreiras podem existir para a implementação de GSCM, e é de extrema importância saber quais são esses problemas que podem ocorrer e precisam ser considerados para assegurar uma cooperação eficaz em uma base inter-organizacional.

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Segundo o estudo de casos de Thun (2009), um dos principais problemas que se tem é “o fato de que as empresas as quais atuam globalmente são confrontadas com diferentes regulamentos e atos ambientais em diferentes países”. Dessa maneira a racionalização de uma cadeia de suprimentos internacional pode ser impedida.

Empresas tornaram-se mais dependentes de menos fornecedores, pois poucos são os distribuidores de produtos verdes; fator desanimador para empresas que desejam implementar GSCM. Porém esse é um fator que já está diminuindo gradativamente, pois cada vez mais empresas estão optando em implementar uma estratégia GSCM, e dessa maneira, cada vez mais existirão fornecedores adaptados para tal mudança [12].

Muitas empresas exigem consciência ambiental de seus fornecedores, mas não incorporam essa questão pois estão mais preocupadas na qualidade da compra, preço e prazo de entrega [12].

Além dessas barreiras, há de se considerar também as barreiras internas que devem ser analisadas para que não prejudiquem o sucesso do programa. Pode-se citar como exemplo dessas barreiras internas a falta de aceitação e a ignorância de funcionários para as questões ambientais [6]. Outro exemplo é de algumas empresas acharem que a preocupação ambiental pode trazer aumento de custos, ao invés da redução do mesmo [12].

Elting (2009) enfatiza as barreiras em pequenas e médias empresas, e diz que a falta de motivação e cultura de empresas não tão bem sucedidas é uma das principais barreiras para a implementação de práticas ambientais. Talvez alguns membros da empresa percebam a necessidade da preservação do ambiente, mas essa iniciativa deve vir de um gestor, que de maneira estratégica deve levar os funcionários e membros da equipe a apoiar o desenvolvimento de uma atitude solidária.

Outras barreiras preocupantes que devem ser eliminadas, são os elevados custos de produtos ecologicamente corretos, a falta de tempo de espera para proporcionar soluções ambientais amigáveis, questões tecnológicas, especificações de compras existentes e falta de proteção da inovação [12].

CONCLUSÃO

Investir na cadeia de suprimentos verde traz benefícios ao meio ambiente, à sociedade e à empresa. A economia de uma indústria está diretamente ligada aos aspectos ambientais, e isso deve ser de conhecimento de todos os gestores, pois nem todos preocupam-se com o meio ambiente, mas com certeza todos querem lucros para as suas empresas. Esta mentalidade deve ser mudada, e a colaboração de todos é essencial para uma mudança significativa em nossa sociedade.

Pelo fato de o meio ambiente ser um assunto que está em evidência, é extremamente grande a quantidade de artigos e autores que explanam sobre Green Supply Chain Management. Na base pesquisada foram encontrados 3180 artigos a respeito do mesmo, número relativamente alto pelo fato de ser um assunto novo. Um exemplo que mostra que GSCM é atual, é fazendo uma pesquisa na mesma base onde foram encontrados esses artigos e com um mesmo período de tempo, porém entre os anos 1990 e 1996. Neste período somente 13 artigos são apresentados.

Após analisados o artigos encontrados, e estudado os selecionados, ficou clara a importância de uma boa revisão de literatura, tendo assim uma excelente base para pesquisas futuras. Motivo este que fez com que fosse realizada esta revisão.

Ficou evidente a quantidade de barreiras apresentadas e a dificuldade que elas trazem para a execução de um programa de GSCM de sucesso. Soluções devem ser apresentadas para o fim deste problema, fazendo assim com que as empresas motivem-se cada vez mais a implementar um programa tão necessário em suas empresas como este. Esta questão das

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barreiras pode trazer um futuro artigo, onde a partir de estudos realizados, pode-se encontrar soluções para as mesmas.

REFERÊNCIAS

[1] DAN, Liu; SONGZHENG, Zhao; WEIYANG, Jiang. An Empirical Study for Green Supply Chain Management: Relationship between Collaboration and Extended supply chain performance. Management And Service Science, Xi’an, 2010.

[2] LUTHRA, Sunil et al. Green Supply Chain Management Issues: A Literature Review Approach. Journal Of Information, Knowledge And Research In Mechanical Engineering. p. 12-20. Nov. 2009.

[3] MOLLENKOPF Diane; STOLZE Hannah; TATE Wendy L.; UELTSCHY Monique. Green, lean, and global supply chains. International Journal of Physical Distribution & Logistics Management, Vol. 40 Iss: 1 pp. 14 – 41. 2010

[4] GREEN Kenneth W.; ZELBST Pamela J.; MEACHAM Jeramy; BHADAURIA Vikram S.. Green Supply Chain Management Practices: Impact on Performance. Supply Chain Management: An International Journal, Vol. 17 Iss: 3 pp. 5 – 5. 2012

[5] GENG, Xiaoqing; WANG, Yu; SUN, Cui. A Distribution Reverse Logistics Model Design Based on Green Supply Chain Management. Industrial Engineering And Engineering Management, Tianjin, 2009.

[6] THUN, Jörn-henrik; MÜLLER, Andrea. An Empirical Analysis of Green Supply Chain Management in the German Automotive Industry. Business Strategy And The Environment, Manheinn, p. 119-132. 23 jan. 2009.

[7] HOLT, Diane; GHOBADIAN, Abby. An empirical study of green supply chain management practices amongst UK manufacturers. Journal Of Manufacturing Technology Management, Belfast, p. 933-956. fev, 2009.

[8] A, Qinghua Zhu; SARKIS, Joseph. An inter-sectoral comparison of green supply chain management in China: Drivers and practices. Journal Of Cleaner Production, China, p. 472-486. 16 maio 2006.

[9] SARKIS, Joseph; ZHU, Qinghua; LA, Kee-hung. An Organizational Theoretic Review of Green Supply Chain Management Literature. International Journal Of Production Economics, Ago, 2011.

[10] JABBOUR Ana Beatriz L.S.; JABBOUR Charbel J.C.. Are supplier selection criteria going green? Case studies of companies in Brazil. Industrial Management & Data Systems, Vol. 109 Iss: 4 pp. 477 – 495. 2009

[11] SAADANY, A.m.a. El; JABER, M.y.; BONNEY, M.. Environmental performance measures for supply chains. Management Research Review. 1202-1221. 2010.

[12] ELTING, Jens. Green Supply Chain Management in Manufacturing Companies in New Zealand: A Comparative Case Study Analysis. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado) - Unitec, New Zealand, 2009.

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[13] RAMUDHIN, Amar; CHAABANE, Amin; PAQUET, Marc. On the Design of Sustainable, Green Supply Chains. Computers & Industrial Engineering. p. 979-984. 2009. [14] VACHON, Stephan; KLASSEN, Robert D.. Extending green practices across the supply chain: The impact of upstream and downstream integration. International Journal Of Operations & Production Management. p. 795-821. 1 jan. 2006.

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