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Transferência de Tecnologia e Sócio-economia

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Transferência de Tecnologia e Sócio-economia

1. Resultados das unidades demonstrativas das cultivares de trigo da

Embrapa nos estados do Paraná, de São Paulo, de Santa Catarina e do Mato

Grosso do Sul, em 2007.

Tavares, L.C.1; Bassoi, M.C.1; Miranda, L.C.2; Fronza, V.1; Lima, D.2; Beckert, O.P.2; Campos, L.A.C.3; Dengler, R.U.4; Shioga, P.S.5; Riede, C.R.3; (1) Embrapa Soja, Rodovia Carlos João Strass - Acesso Orlando Amaral, C.P. 231, Distrito de Warta, 86001-970 Londrina, PR, tavares@cnpso.embrapa.br; (2) Embrapa Transferência de Tecnologia; (3) IAPAR/ Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária; (4) Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária; (5) IAPAR.

As ações do Projeto de Transferência de Tecnologia da Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional na utilização de cultivares de trigo adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas das regiões produtoras de trigo tem se constituído em um dos principais fatores responsáveis pela viabilização de novas cultivares de trigo demandadas pelo mercado. Para isso a Embrapa vem desenvolvendo cultivares com resistência às principais doenças, elevado potencial produtivo e boa qualidade industrial do grão. O conhecimento das principais características das cultivares e o manejo mais adequado para cada uma delas, por parte dos agricultores, contribuirá para que tenham sucesso com as mesmas. Para que o produtor passe a adotar com maior rapidez essas novas cultivares, é necessário estabelecer estratégias de difusão capazes de motivar a assistência técnica e os produtores. A observação, no campo, das novas cultivares pelos agricultores, com a orientação de pesquisadores e profissionais da assistência técnica, promove o debate, amplia os conhecimentos e favorece a adoção das mesmas. Para que esse objetivo seja atendido, estabeleceu-se uma estreita articulação com as entidades oficiais e privadas, empenhadas na difusão das tecnologias indicadas para a cultura do trigo.

Em 2007, a parceria entre a Embrapa Soja, a Embrapa Transferência de Tecnologia, o IAPAR e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária instalou, nas principais regiões tritícolas do Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul, 12 vitrines tecnológicas e 24 unidades demonstrativas (Tabela 1), sendo realizados 25 dias de campo (Tabela 2). A instalação e a condução das vitrines/unidades ficaram a cargo das cooperativas ou empresas produtoras de semente de cada local. Em palestras, cursos, visitas e debates técnicos, e nos dias de campo, foram abordados os seguintes temas: época de semeadura, tecnologias de produção, manejo e uso do solo, monitoramento de doenças, qualidade industrial, melhoramento genético e características agronômicas das cultivares. Nas vitrines e nas unidades demonstrativas foram apresentadas as seguintes cultivares da Embrapa: BRS 208, BRS 210, BRS 220, BRS 229, BRS 248 e BRS 249, bem como duas cultivares em lançamento: BRS Pardela e BRS Tangará.

As médias de rendimento das cultivares da Embrapa nas diferentes regiões de ensaios de VCU (valor de cultivo e uso), utilizadas para a indicação de cultivares, estão apresentadas nas Tabelas 3 a 7. A cultivar BRS 220 foi destaque nas regiões 6 e 9 (Tabelas 3 e 7) e, juntamente com a BRS 208, na região 8 (Tabela 5). Na região 7 o rendimento das cultivares foi semelhante, com exceção da BRS 248 (Tabela 4). Na região 4 destacaram-se as cultivares BRS 220, BRS 208 e BRS 249 e, na região 5, BRS 208 e BRS 249 (Tabela 6). Na região 11 destacou-se a BRS 210 (Tabela 7). Com relação às novas cultivares BRS Pardela e BRS Tangará, que não participaram de todos os locais, o seu desempenho foi semelhante nas regiões 6, 7 e 8 (Tabelas 3, 4 e 5), e nas regiões 5

(2)

(Tabela 6) e 11 (Tabela 7) a BRS Tangará teve desempenho pouco melhor que a BRS Pardela. De maneira geral, estas duas cultivares estiveram entre as mais produtivas nos locais em que participaram, com exceção de Guarapuava (Tabela 5), notadamente prejudicadas por mancha de solo, e de Itaberá (Tabela 7).

O público atingido foi de 5.805 participantes, composto por profissionais da assistência técnica pública e privada, cooperativas, produtores rurais, agroindústrias, associação de produtores e outros clientes da Embrapa (estudantes e professores).

Tabela 1. Vitrines Tecnológicas e Unidades Demonstrativas instaladas pela

Embrapa, IAPAR, Fundação Meridional e parceiros em 2007, nos estados do

Paraná, de Santa Catarina, de São Paulo e do Mato Grosso do Sul.

Estados Vitrines Tecnológicas Unidades Demonstrativas

Paraná Cambará, Cascavel, Guarapuava, Londrina (IAPAR e CNPSo), Luiziana, Palotina, Pato Branco, Ponta Grossa e Sabaúdia.

Assaí, Cafelândia, Cambé, Campo Mourão, Cornélio Procópio, Coronel Vivida, Goioerê, Ivaiporã, Mangueirinha, Maringá, Mauá da Serra, Realeza, Rolândia, Santo Antônio do Sudoeste, Toledo, Tibagi e Ubiratã.

Santa Catarina Abelardo Luz. Campo Erê, Campos Novos, Mafra e Xanxerê.

São Paulo Itaberá.

-Mato Grosso do Sul - Dourados, Maracaju e Ponta Porã.

Tabela 2. Dias de campo de trigo realizados pela Embrapa e parceiros nos estados do Paraná, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, em 2007.

Parceiros Local Parceiros Local

Agrária/FAPA Guarapuava-PR Emater-PR Sabáudia-PR

Camisc Mariópolis-PR Embrapa/IAPAR/Fundação

Meridional

Londrina e Ponta Grossa-PR, Dourados-MS

Cereagro Mafra-SC Integrada Assaí-PR

Coagru Ubiratã-PR I.Riedi Cascavel-PR

Coamo Campo Mourão e Mangueirinha-PR Irmãos Bocchi Realeza-PR

Cocamar Maringá-PR IAPAR/Lavoura/Sementes

Guerra

Pato Branco-PR

Coopavel Cascavel-PR Sementes Mauá Mauá da Serra-PR

Copacol Cafelândia-PR Procopense Cornélio Procópio-PR

Copercampos Campos Novos-SC Sementes Lagoa Bonita Itaberá-SP

Corol Rolândia-PR Sementes Prezzotto Xanxerê-SC

C.Vale Palotina-PR Solotécnica Cambé-PR

Tabela 3. Médias de rendimento (kg/ha), das cultivares de trigo da Embrapa, nas unidades demonstrativas conduzidas na região 6 de VCU do estado do Paraná, em 2007.

Locais Cultivares Londrina (CNPSo)* Londrina (IAPAR)* Maringá* Mauá da

Serra Rolândia Assaí*

Cornélio

Procópio* Cambé Média

BRS 208 3160 3608 2419 5000 3020 1757 2344 3645 3119 BRS 210 3922 4671 2398 - 2812 2017 2647 - 3078 BRS 220 2940 4382 2517 5000 3310 2220 3616 3282 3408 BRS 229 3634 3873 2194 - 2462 1656 2163 3421 2772 BRS 248 2406 3583 2017 4370 2081 1955 2120 3272 2726 BRS 249 3903 4177 2337 5188 3620 1797 2519 - 3363 BRS Pardela 4050 4420 - - - 4235 BRSTangará 4572 3888 - - - 4230

(3)

Tabela 4. Médias de rendimento (kg/ha), das cultivares de trigo da Embrapa, nas unidades demonstrativas conduzidas na região 7 de VCU do estado do Paraná, em 2007.

Locais Cultivares Campo Mourão (C.Verde) Campo Mourão (Coamo)

Palotina* Ubiratã* Cascavel (I.Riedi)*

Cascavel

(Coopavel)Ivaiporã

Cafe-lândiaTibagi* Rea-leza Média BRS 208 3811 3558 2480 2866 3672 3204 5596 3883 4556 3011 3664 BRS 210 5596 2794 2616 2825 - 3214 4870 3605 4795 2375 3632 BRS 220 4144 3060 2505 3261 3473 3700 4416 3512 4422 3414 3591 BRS 229 4598 2876 2851 2562 - 3403 4961 3983 4224 3124 3620 BRS 248 2783 2733 2418 3081 3480 2995 3539 3395 3674 3011 3111 BRS 249 3297 4077 2591 2598 4090 3566 5445 3657 4423 3222 3697 BRS Pardela - 3581 - - 4159 - - - 3870 BRS Tangará - 3777 - - 3893 - - - 3835

* Média de duas épocas de semeadura.

Tabela 5. Médias de rendimento (kg/ha), das cultivares de trigo da Embrapa, nas unidades demonstrativas conduzidas na região 8 de VCU do estado do Paraná, em 2007.

Locais

Cultivares Guarapuava* Ponta Grossa* Pato Branco* Mariópolis* Mangueirinha Média

BRS 208 4586 3788 4143 4080 2760 3871 BRS 220 4459 2941 3278 4200 3311 3638 BRS 229 4398 2126 3229 4020 2936 3342 BRS 248 4017 1971 3710 3480 3395 3315 BRS 249 4545 2755 3796 3540 3131 3553 BRS Pardela 3915 3460 - - - 3688 BRSTangará 3696 4016 - - - 3856

* Média de duas épocas de semeadura.

Tabela 6. Médias de rendimento (kg/ha), das cultivares de trigo da Embrapa, nas unidades demonstrativas conduzidas nas regiões 4 e 5 de VCU do estado de Santa Catarina, em 2007.

Região 4 Região 5

Cultivares Abelardo Luz* Xanxerê* Média Campos Novos* Mafra Média

BRS 208 2765 4150 3458 4200 3960 4080 BRS 220 2937 4040 3489 3624 4149 3887 BRS 229 3186 3400 3293 3473 4334 3904 BRS 248 2281 3930 3106 4105 3715 3910 BRS 249 2616 3530 3458 4021 4047 4034 BRS Pardela - - - 3948 - 3948 BRSTangará - - - 4427 - 4427

* Média de duas épocas de semeadura.

Tabela 7. Médias de rendimento (kg/ha), das cultivares de trigo da Embrapa, nas unidades demonstrativas conduzidas nas regiões 9 (Mato Grosso do Sul) e 11 (São Paulo) de VCU, em 2007.

Região 9 Região 11 Cultivares Maracaju-MS Itaberá-SP

BRS 208 3274 3732 BRS 210 3207 4896 BRS 220 3437 4337 BRS 229 3054 4031 BRS 248 2201 3625 BRS 249 - 3909 BRS Pardela - 3677 BRSTangará - 3944

(4)

2. Transferência de tecnologia para cultivares de trigo desenvolvidas pela

parceria Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional.

Tavares, L.C.1; Bassoi, M.C.1; Miranda, L.C.2; Fronza, V.1; Dengler, R.U.3; Campos, L.A.C.4; Beckert, O.P.2; Lima, D.2; Oliveira, W.J.S3; (1) Embrapa Soja, Rodovia Carlos João Strass - Acesso Orlando Amaral, C.P. 231, Distrito de Warta, 86001-970 Londrina, PR; (2) Embrapa Transferência de Tecnologia; (3) Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária; (4) IAPAR/Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária.

A Embrapa Soja, a Embrapa Transferência de Tecnologia, o IAPAR e a Fundação Meridional de Apoio à Pesquisa Agropecuária, enquanto agentes tecnológicos ligados à pesquisa, à transferência de tecnologia, e à produção e comercialização de sementes, possuem interesses complementares. Eles têm relação com a evolução da cultura do trigo nas regiões em que exercem as suas atividades, através de um programa de melhoramento que atenda às demandas do triticultor e da indústria moageira. Além disso, as cultivares obtidas necessitam de outras tecnologias que lhes dêem suporte. Paralelamente, é fundamental a transferência dessas tecnologias para os agricultores obterem resultados práticos. Por essa razão, a Embrapa Soja, a Embrapa Transferência de Tecnologia e o IAPAR estabeleceram parceria com a Fundação Meridional para efetuar ações relacionadas a esses interesses.

O objetivo foi desenvolver cultivares de trigo e também efetuar todo o processo de transferência de tecnologia (TT) relacionado com essas novas cultivares. O trabalho de TT foi desenvolvido nas safras de 2001 a 2007 nos estados do Paraná, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul e de Santa Catarina, com o objetivo de mostrar aos agricultores e técnicos as características agronômicas dessas cultivares de trigo bem como as tecnologias indicadas para o seu manejo. Foi utilizada metodologia sistêmica e contínua e que se caracteriza pelo envolvimento efetivo de pesquisadores e técnicos nas fases de planejamento, instalação, condução e acompanhamento das unidades demonstrativas, realização de dias de campo e avaliação e divulgação dos resultados obtidos (Figura 1), conforme citado por Domit et al. (2007).

Também foram elaborados e impressos materiais técnicos contendo informações sobre as cultivares desenvolvidas pela Embrapa e indicadas para esses Estados nesse período (Embrapa, 2007). Pelos dados apresentados no Quadro 1, percebe-se que foram realizados, em média, 27 dias de campo por ano, contando com a participação média anual de 6.500 técnicos e produtores.

Pela Figura 2 observa-se que a participação das sementes de cultivares da Embrapa, no Paraná, era de 27% em 2001, com diminuição gradativa até 17% na safra 2003. A partir desta safra se iniciou um processo de crescimento, passando para 39,6% na safra 2007 e, nesta safra de 2008, para 44,5%. O decréscimo ocorrido deve-se, principalmente, pela saída do mercado da cultivar BRS 49 e logo depois houve a retomada de mercado com as cultivares novas lançadas que atendem os interesses dos agricultores e moageiros. Na Figura 3 é mostrada a evolução das cultivares de trigo da Embrapa, por ordem de lançamento, quanto à força de glúten (W). Percebe-se que apenas duas cultivares não apresentam valor médio de W superior a 250, mínimo exigido pela indústria para panificação, e que é um dos objetivos do programa de melhoramento genético da Embrapa Soja.

Com base nesses resultados, podemos concluir que projetos bem estruturados de TT são fundamentais para que as novas cultivares cheguem rapidamente ao mercado e nos produtores de trigo. Entretanto, essas novas cultivares necessitam ter características que atendam as principais demandas desses agricultores e da indústria moageira.

(5)

Referências Bibliográficas

DOMIT, L.A.; PIPOLO, A.E.; MIRANDA, L.C.; GUIMARÃES, M. de F. Transferência de tecnologia para cultivares de soja desenvolvidas pela Embrapa Soja para o Paraná. Revista Brasileira de Sementes, Pelotas, v.29, n.2, p.01-09, 2007.

BASSOI, M.C.; BRUNETTA, D.; TAVARES, L.C.V.; MIRANDA, L.C.; BECKERT, O.P.; SCHEEREN, P.L.; MIRANDA, M.Z. de; RIEDE, C.R.; CAMPOS, L.A.C.; SHIOGA, P.S.; SCHOLZ, M.B. dos S.; OKUYAMA, L.A.; POLA, J.N.; AZAMBUJA, J.R.S. de Cultivares de Trigo Embrapa e Iapar. Londrina: Embrapa Soja, 2007. 68p. (Embrapa Soja. Documentos, 282).

Tabela 1. Total de dias de campo realizados e número de participantes, no período de 2001 a 2007, nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.

Safras

Indicadores 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Média

Dias de campo realizados 26 20 32 33 34 25 24 27

Nº de participantes 5.552 3.780 6.828 7.851 8.645 6.697 5.805 6.451

Figura 1. Esquema operacional da metodologia de transferência de tecnologia do projeto desenvolvido pela Embrapa Soja. Fonte: Domit et al. (2007).

1. Planejamento 2. Instalação e condução de UD/UO/VT 3. Dia de campo 4. Avaliação e Divulgação

(6)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 An os p o rc e n ta g e m ( % ) EMBRAPA IAPAR COODETEC OR FECOTRIGO INDUSEM IAC ICA CIMMYT OUTRAS

Figura 2. Evolução da participação das empresas no mercado de sementes de trigo, no estado do Paraná, no período de 1991 a 2008.

Figura 3. Evolução da força de glúten de cultivares de trigo desenvolvidas pela Embrapa para o estado do Paraná.

100

150

200

250

300

350

400

W

(

1

0

- 4

J

o

u

le

s

)

BRS 193 BRS 208 BRS 210 BRS 220 BRS 229 BRS 248 BRS 249 BRS Tang ará BRS Par dela

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3. Resultados do projeto transferência de tecnologias de cultivares de trigo

da Embrapa, do IAPAR e da Fundação Meridional nos estados de Santa

Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

CAMPOS, L.A.C.1; TAVARES, L.C.V.2; SHIOGA, P.S.3; BASSOI, M.C.2; FRONZA, V.2;RIEDE, C.R.3; BECKERT, O.P.4; DENGLER, R.U.1; MIRANDA.L.C.4; OLIVEIRA, W.J.S. de.1; AZAMBUJA, J.R.S. de.5;(1) Fundação Meridional, Av. Higienópolis,1100-4º andar-sala 41, CEP 86.020-911, Londrina-PR, campos@fundacaomeridional.com.br (2) Embrapa Soja; (3)Instituto Agronômico do Paraná; (4)Embrapa Transferência de Tecnologia; (5)I.Riedi Ltda;

A Fundação Meridional conta com a participação de empresas produtoras de sementes dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, tendo como um dos objetivos dar apoio à Embrapa Soja e ao IAPAR em seus programas de desenvolvimento de cultivares de trigo, bem como implementar em conjunto com a Embrapa Transferência de Tecnologia o Projeto de Transferência de Tecnologias de Cultivares de Trigo.

Para que ocorra a adoção mais rápida das novas cultivares e de outras tecnologias indicadas para a cultura do trigo, é necessário que se estabeleça uma estratégia de transferência de tecnologias capaz de motivar os técnicos e produtores. Com esta finalidade a Embrapa Soja, o IAPAR, a Embrapa Transferência de Tecnologia e a Fundação Meridional coordenam desde 2001, o planejamento, a instalação e a condução de Vitrines de Tecnologias e Unidades Demonstrativas de Trigo, bem como a organização dos eventos e dos Dias-de-Campo.

O Projeto de Transferência de Tecnologias de Cultivares de Trigo, implementado através de Planos Anuais de Trabalho, visa mostrar para os técnicos e produtores, as cultivares desenvolvidas pela Embrapa e pelo IAPAR, com o apoio da Fundação Meridional; transferir as tecnologias indicadas para a cultura do trigo nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina; propiciar contato direto entre os técnicos, produtores e pesquisadores; validar regionalmente os resultados e indicações da pesquisa; criar demanda pelas cultivares desenvolvidas pela parceria Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional e promover o marketing institucional destas instituições.

Foram envolvidos em 2007, 38 colaboradores com 43 Unidades Demonstrativas (UD, VT e VTT), instaladas em uma ou duas épocas e realizados 25 eventos (Dias-de-Campo). Nesta safra, mesmo com a ocorrência de condições climáticas adversas, realizaram-se 25 eventos, com um público de 8.308 participantes no total. Na Tabela 1, é mostrado um resumo dos eventos de Dias-de-Campo realizados pelos colaboradores da parceria Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional, no período de 2001 a 2007, totalizando 194 eventos com a presença de 45.158 participantes. Na Tabela 2, são apresentadas as produtividades médias de cultivares mais expressivas, obtidas no âmbito deste trabalho, na Região 4 (Abelardo Luz, Mafra, Xanxerê); Região 5 (Campos Novos); Região 6 (Assaí, Cambé, Cornélio Procópio, Londrina, Maringá, Mauá da Serra e Rolândia); Região 7 (Cafelândia, Campo Mourão, Cascavel, Ivaiporã, Palotina, Realeza, Tibagi, Toledo e Ubiratâ); Região 8; (Guarapuava, Mangueirinha, Mariópolis, Pato Branco e Ponta Grossa), Região 9 (Maracaju) e Região 11 (Itaberá). A cultivar com rendimento de grãos, em destaque (negrito), indica que a mesma foi superior ou igual à média da região.

Expresse-se aqui agradecimento especial aos colaboradores das empresas parceiras da Fundação Meridional que conduziram e enviaram seus resultados: Agrária, Batavo, Camisc, C.Vale, Cereagro, Coagru, Coamo, Cocamar, Coopavel, Copacol, Copercampos, Corol, Embrapa Soja, Embrapa Transferência de Tecnologia, Fundação

(8)

MS, IAPAR, I. Riedi, Integrada, Irmãos Bocchi, Lavoura, Procopense, Sementes Campo Verde, Sementes Guerrra, Sementes Lagoa Bonita, Sementes Mauá, Sementes Prezzotto, Solotécnica e Sperafico.

Tabela 1. Resumo geral dos Dias de Campo de trigo realizados pelos Colaboradores da Embrapa, Fundação Meridional e IAPAR – Período de 2001 a 2007.

Estado Nº de Eventos Nº de Participantes

Mato Grosso do Sul 7 633

Paraná 164 42.302

Santa Catarina 15 184

São Paulo 8 1.039

Total 194 44158

Tabela 2. Produtividade de grãos, em kg.ha-1, obtida no Projeto de Transferência de Tecnologias de Cultivares de Trigo desenvolvidas pela Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional em 2007 nas Regiões 4 e 5 de Santa Catarina, 6, 7 e 8 do Paraná, 9 de Mato Grosso do Sul, e 11 do estado de São Paulo. Embrapa, IAPAR e Fundação Meridional 2007

.

Cultivar R4 e R5 R 6 R 7 R 8 R 9 R 11 Média % Média

BRS 208 3741 2941 3479 3984 3274 3732 3525 104 BRS 210 - 3102 3469 3207 - 4895 3668 108 BRS 220 3621 3303 3446 3608 3437 4337 3625 107 BRS 229 3493 2743 3402 3308 3054 4031 3339 98 BRS 248 3478 2606 3063 3284 2201 3625 3043 90 BRS 249 3483 3189 3527 3581 - 3908 3538 104 BRS Pardela 3948 4235 3955 3501 3677 3863 114 BRS Tangará 4427 4230 3939 3735 - 3944 4055 119 IPR 85 3515 2844 3144 2852 3688 3209 94 IPR 110 2712 - 3113 3309 3059 4229 3284 97 IPR 118 2975 3008 2799 3322 3468 3754 3221 95 IPR 128 3166 3015 3784 - 2803 4311 3416 100 IPR 129 2617 3131 2984 3364 2823 3546 3078 91 IPR 130 - 3306 3373 - 2943 4251 3468 102 IPR 136 - 3075 3123 2809 3033 3787 3165 93 IPR 111 4402 4004 5176 3837 3625 4209 124 Média 3384 3190 3306 3539 3013 3964 3399 100

(9)

4. Transferência de tecnologia em trigo de duplo propósito pela Embrapa e

pela Emater no Rio Grande do Sul, safras 2003 e 2004

Acosta A.1; Fontaneli, R.2; Ferreira Filho, A.3; Del Duca, L.3; Lange, A.4; Doro, C.5; Bonfada, F.5; Garcia, T.5; Righi, V.5; Bossle, W.5; Alves, F.6; Gausmann, E.6; Germano, D.6

(1)

analista, Embrapa Transferência de Tecnologia, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo RS, (2)pesquisador, Embrapa Trigo; (3)pesquisador aposentado da Embrapa Trigo; (4)analista aposentado da Embrapa Transferência de Tecnologia; (5)Emater/RS;

(6)aposentado da Emater/RS.

No inicio da década, as propriedades de economia familiar representavam aproximadamente 90% dos estabelecimentos, 43% da área cultivada na Região Sul e respondiam por 49% do trigo e 80% do leite produzidos na região (FAO/INCRA, 2000).

Nessas propriedades, ante a limitação de área cultivada, ações que permitissem a combinação entre produção de forragem e grãos no inverno assumiriam papel relevante. Primeiro, pela importância da produção de forragem para conservação do solo e alimentação de animais (Nabinger, 1999). Segundo, porque a semeadura antecipada no inverno contribuiria para a cobertura vegetal permanente após as culturas de verão (Del Duca et al., 1995). Terceiro, porque cereais de inverno com ciclo apropriado poderiam favorecer a integração lavoura-pecuária, necessária ante o avanço da produção leiteira na região.

Assim, atividades de transferência de tecnologia em propriedades familiares foram realizadas, conjuntamente entre Embrapa e Emater/RS, para validar conceitos de uso e práticas agronômicas associadas ao trigo de duplo propósito, como semeadura antecipada e produção de forragem para pastejo, seguida de produção de grãos, nas safras de 2003 e 2004, no Rio Grande do Sul.

Foram instaladas unidades de validação em propriedades familiares selecionadas pela Emater-RS, amplamente distribuídas no estado, utilizando-se a cultivar BRS Figueira. Na safra 2003, foram 12 locais, com mini lavouras de 5.000 m2. Na safra 2004, foram 26 locais, com mini lavouras de 1.000 m2. Foram empregados para plantio, condução e colheita das lavouras a tecnologia e os equipamentos disponíveis nas propriedades.

A transferência deu-se sob a forma de visitas técnicas para a extensão rural e dias de campo para agricultores. Além dos resultados do manejo para forragem e colheita de grãos, obtiveram-se avaliações qualitativas de agricultores e assistentes técnicos.

Na Tabela 1 verifica-se que, em algumas unidades, não foi possível aproveitar integralmente as melhores indicações para potencializar o rendimento de grãos e forragem, particularmente quanto à época e forma de semeadura, o que era esperado no processo de transposição de uma tecnologia para as condições dos produtores. Verificou-se que mais de 80% das lavouras foram estabelecidas em época adequada no ano de 2003, contra menos de 30% no ano de 2004, como resultado do aumento no número de unidades e das restrições advindas dos sistemas dos produtores, como retardamento da colheita de milho e alternância entre estiagens e chuvas.

Com referência a formas de condução das unidades de validação, cerca de 40% foram instaladas em semeadura convencional ou cultivo mínimo, contra 60% sob semeadura direta, o que, de certa forma, pode ter limitado o desempenho respectivo ante os inegáveis benefícios desse sistema. No entanto, considerou-se adequada a fertilização das lavouras em validação, em face do uso predominante da adubação mineral, na base e em cobertura.

(10)

Na Tabela 2, dos fatores que demandaram controle, o principal foi a ocorrência de doenças em ambas as safras, seguido de plantas daninhas e de pragas, sendo a ocorrência conjunta dos três fatores proporcionalmente maior em 2004 que em 2003. Foram também relatadas anormalidades climáticas em metade das lavouras, em ambas as safras.

Na Tabela 3 verifica-se que, quando não pastejada, a cultivar BRS Figueira apresentou rendimento próximo de 2.500 kg/ha e 2.300 kg/ha em 2003 e 2004, respectivamente, com maior variação no último ano. Sob pastejo, a média de ambos os anos foi de cerca de 2.000 kg/ha. Porém o peso hectolítrico, avaliado somente em 2004, esteve em torno de 74, abaixo da faixa adequada à comercialização de grãos.

Quando comparada com a aveia preta, a cultivar BRS Figueira foi mais produtiva para grãos, com ou sem manejo para pastagem, e produziu massa verde no mínimo equivalente, na média das lavouras avaliadas.

Avaliações qualitativas realizadas pelos agricultores e assistentes técnicos em ambas as safras mostrou que adaptação ao pastejo, perfilhamento e rendimento de forragem foram pontos positivos destacados. Quanto à sanidade, particularmente manchas foliares e ferrugem e a desuniformidade na maturação decorrente do manejo para pastejo foram pontos negativos destacados pelos produtores e técnicos, porém contornáveis à medida que novas cultivares com características de dupla aptidão fossem ofertadas.

No entanto, foram predominantemente favoráveis ao emprego da cultivar BRS Figueira em percentual de 87%, confirmando que a usariam na propriedade, caso dos agricultores, como a indicariam a assistidos, caso dos técnicos. Isso se verificou tanto entre os que realizaram o manejo para pastagem quanto entre os que a destinaram somente para produção de grãos, limitados pela época de semeadura.

Referências Bibliográficas

DEL DUCA, L. de J.A.; FONTANELI, R.S. Perspectives for an alternative wheat eco-ideotype to achieve the sustainability of agro-ecosystems in the southern regions of Brazil. In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON FACULTATIVE AND DOUBLE PURPOSE WHEATS, 1995, La Estanzuela, Colonia, Uruguay. La Estanzuela: INIA / CIMMYT, 1995. p.77-91.

FAO/ INCRA. Novo retrato da agricultura familiar – o Brasil redescoberto. 2000. 18p. Disponível em: < http://www.incra.gov.br/sade/documentos.asp >.Acesso em 25 jul. 2005

NABINGER, C., MARASCHIN, G.E., MORAES, A. Pasture related problems in beef cattle production in southern Brazil. In Moraes, A., et. al. (eds.) Anais do Simpósio Internacional“Grassland Ecophysiology and Grazing Ecology” Curitiba, PR, Brazil, 1999. pp. 23-48.

(11)

TABELA 1 – Uso de fatores promotores do rendimento de grãos em unidades de validação de trigo de duplo propósito, cultivar BRS Figueira, Rio Grande do Sul, 2003 e 2004.

Safra

Locais

(no) Época de semeadura (%) Sistema de plantio (%)

Adubação de base (%) Adubação de cobertura (%) Adequada para o manejo (1) Não adequada

para o manejo (2) Direto

Convencional/ mínimo Adubo Mineral Quantidade (kg/ha) Uréia Quantidade (kg/ha) 2003 12 83 17 58 42 92 Média: 191 DP(3): 100 100 Média: 76 DP(3): 33 2004 26 27 73 61 39 89 Média: 262 DP(3): 77 97 Média: 115 DP(3): 73 (1)

entre 20 dias antes até o inicio do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola.

(2) entre a metade e o fim do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola. (3)

Desvio padrão.

TABELA 2 – Ocorrência de fatores redutores do rendimento de grãos em unidades de validação de trigo de duplo propósito, cultivar BRS Figueira, Rio Grande do Sul, 2003 e 2004.

Safra

Locais (no)

Necessidade de controle (%) Anormalidades climáticas (%)

Doenças

Plantas daninhas

Pragas Todas

Estiagem Excesso de chuva

2003 12 33 33 17 17 17 Desenvolvimento Vegetativo – 17 33 Desenvolvimento Vegetativo – 8 Colheita – 25 2004 26 65 46 46 35 54 Emergência – 4 Perfilhamento – 12 Elongação – 15 Desenvolvimento Vegetativo – 23 Zero

TABELA 3 – Médias e desvios padrão do rendimento de grãos e de massa verde de trigo, cultivar BRS Figueira e de aveia preta em unidades de validação de trigo de duplo propósito, Rio Grande do Sul, 2003 e 2004

Safra Rendimento de grãos de BRS Figueira (kg.ha-1) Rendimento de massa verde de BRS Figueira (kg.ha-1) Rendimento de grãos de aveia preta

(kg.ha-1) Rendimento de massa verde de aveia preta (kg.ha-1)

Sem pastejo Com pastejo Sem pastejo Com pastejo

2003 Média: 2.507 DP(1): 790 Média: 2.043 DP(1): 473 Média: 9.392 DP(1): 3.875 Média: 1.317 DP(1) : 528 Média:1.218 DP(1) : 414 Média: 9.292 DP(1) : 5.268 2004 Média: 2.309 DP(1) : 1.106 Média: 2.054 DP(1) : 683 Média: 9.966 DP(1) : 6.458 PH: 74,0 DP(1) 2,5 (1) Desvio padrão.

(12)

5. Unidades de observação de cultivares e linhagens de trigo da Embrapa,

safra 2004, no RS, SC e PR - percepções de técnicos e agricultores

Acosta, A.

1

; Lunardi, L.

2

; Lhamby, J.

3 (1)

analista, Embrapa Transferência de

Tecnologia, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo Fundo RS;

(2)

analista,

Embrapa Trigo;

(3)

pesquisador aposentado da Embrapa Trigo.

O trigo é cultura de ampla importância, particularmente na Região Sul do Brasil, pois cumpre papel essencial na ocupação de solos no inverno e nos sistemas de sucessão e rotação de culturas, permitindo distribuir melhor a utilização da terra, máquinas e mão-de-obra, diluindo custos fixos de produção nas propriedades agrícolas.

Empresas obtentoras de cultivares de trigo têm desenvolvido e ofertado um número crescente de novas cultivares, buscando atender aos diferentes segmentos de produtores e elos da cadeia produtiva do cereal. Com a Lei de Proteção de Cultivares novos lançamentos ocorrem a cada ano, resultando em cerca de 60 cultivares indicadas na safra 2005. No entanto, apenas algumas cultivares são semeadas em grande parte da área.

Assim, para contribuir com o adequado posicionamento das cultivares, obtentores e empresas de sementes podem utilizar critérios complementares, percebidos pelos agricultores, além dos dados de ensaios.

Este trabalho relata ações executadas pela Embrapa Trigo e Embrapa Transferência de Tecnologia na safra 2004, sob a ótica de desenvolvimento de produtos, com os seguintes objetivos: captar e sistematizar informações agronômicas e percepção de agricultores sobre novas cultivares e linhagens em pré-lançamento, obter dados referentes ao composto mercadológico do produto para elaboração de planos de marketing de cultivares e buscar informações para auxiliar o trabalho dos melhoristas da Embrapa. Foram avaliadas unidades de observação (UOs) com cultivares de trigo em seis locais no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, cujas datas de semeadura estão na Tabela 1.

Foi realizada avaliação qualitativa pela coleta de dados diretamente nas unidades, consistindo na aplicação de questionário aos produtores. As questões propostas foram de natureza qualitativa relacionadas ao tipo agronômico, acamamento, uniformidade, reação a doenças foliares e de espiga e potencial produtivo.

Para tabulação dos dados foi formatada base de dados, em planilhas, cujas linhas foram constituídas pelos agricultores respondentes, um a um, e as colunas foram constituídas pelas variáveis obtidas a partir das respostas aos questionários. Foi realizada comparação de médias pela aplicação do teste t entre locais e cultivares e a média geral, para cada variável.

Cruzamentos entre variáveis foram submetidos ao teste do Qui-quadrado e, em caso de dependência, foram aplicadas análises fatoriais de correspondência (Escofier & Pagès, 1992).

Os resultados refletiram a variação entre ambientes e características avaliadas (Tabela 2). Notas elevadas foram obtidas nas UOs de Abelardo Luz, Guarapuava e Santa Rosa. Notas inferiores foram obtidas em São Borja e Vacaria, onde a unidade achava-se fortemente afetada por mosaico.

Nas características avaliadas, notas melhores para acamamento predominaram. Um segundo grupo foi composto por tipo agronômico, uniformidade e potencial produtivo. Mais abaixo, estiveram as doenças, tanto de espiga como foliares. Cultivares e linhagens

(13)

percebidas como de bom tipo agronômico também o foram como de bom potencial produtivo (Figura 1).

De 16 cultivares comerciais avaliadas, entre 19 e 31% delas foram classificadas como superiores à média, considerando todas as unidades e características avaliadas, proporção semelhante às consideradas inferiores, entre 19 e 25%, exceto para doenças foliares, percebidas como a principal limitação das cultivares comerciais, com 44% de notas inferiores.

Por outro lado, de 14 linhagens avaliadas, apenas duas mostraram superioridade na maioria das características, sendo uma delas para todas as características e 25% delas para a característica que mais limitou a avaliação das cultivares comerciais, doenças foliares. Proporção semelhante a das cultivares comerciais foi constatada para as linhagens em pré-lançamento quanto a notas inferiores à média em todos os ambientes avaliados.

Concluiu-se que: havia boa proporção de cultivares comerciais atendendo critérios percebidos pelos avaliadores; as linhagens avaliadas estavam sendo eficientes em atender a principal limitação percebida das cultivares comerciais, que eram doenças foliares; uma das linhagens mostrava-se altamente promissora para lançamento comercial, em virtude do desempenho marcadamente superior na maioria dos quesitos avaliados.

Referências bibliográficas

ESCOFIER, B. & PAGÈS, J. Análisis factoriales simples y multiples – objetivos, métodos e interpretación. Bilbao: Universidad del Pais Vasco, 1992. 285p.

Tabela 1 – Locais, datas de semeadura e rendimento de grãos de unidades de

observação conduzidas pela Embrapa Trigo, safra 2004.

Locais Abelardo Luz Guarapuava São Borja Santa Rosa Vacaria Datas de

semeadura

07/07/04 13/07/04 11/05/04 20/05/04 21/07/04

Tabela 2 – Média de notas (1 a 5) para tipo agronômico, acamamento,

uniformidade, doenças foliares, doenças de espiga e potencial produtivo de

cultivares e linhagens de trigo, segundo diferentes locais, em unidades de

observação conduzidas no sul do Brasil, safra 2004.

Local Tipo

Agronômico

Acamamento Uniformidade Doenças foliares Doenças de espiga Potencial produtivo Abelardo Luz 4,21 A 4,38 A 4,20 A 3,60 A 3,64 A 3,81 A Guarapuava 3,94 A 4,24 A 3,88 A 3,73 A 3,87 A 3,89 A São Borja 3,54 B 3,97 3,62 2,84 B 3,43 3,50 Santa Rosa 3,93 A 4,08 3,79 A 3,21 4,01 A 4,05 A Vacaria 3,16 B 3,58 B 2,82 B 2,54 B 1,93 B 2,33 B Média 3,69 4,00 3,59 3,11 3,32 3,46

(14)

Dependência altamente significativa pelo teste de Qui2 a 1%.

Figura 1 – Associação entre notas de tipo agronômico (cor branca) e potencial produtivo (cor cinza) de cultivares e linhagens de trigo em unidades de validação, no sul do Brasil, safra 2004.

Tabela 3 – Número de cultivares e linhagens de trigo superiores e inferiores à

média para as características avaliadas, segundo conjunto de dados de unidades

de observação conduzidas no sul do Brasil, safra 2004.

Características Tipo Agronômico

Acamamento Uniformidade Doenças

foliares Doenças de espiga Potencial produtivo Total de cultivares 16 16 16 16 16 16 Superiores 4 5 6 3 3 5 Inferiores 4 4 4 7 1 3 Total de Linhagens 14 14 14 14 14 14 Superiores 2 2 2 4 2 1 Inferiores 3 3 3 2 2 4 Eixo 1 (60.6%) Eixo 2 (27.5%) 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5

(15)

6. Unidades demonstrativas de cultivares de trigo e outros cereais de

inverno da Embrapa Trigo, safra 2007, no Rio Grande do Sul

Ferreira, P.E.P.1; Acosta, A. 2; Eichelberger, L. 1; Carvalho, O.S. 2; Pereira,

F.T.F2; Vieira, O.V.1 (1)Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo

Fundo, RS; (2)Embrapa Transferência de Tecnologia, Passo Fundo, RS.

A Embrapa Trigo, a Embrapa Transferência de Tecnologia, a Emater-RS, cooperativas de produção, escolas agrotécnicas, escritórios de assistência técnica e planejamento e empresas de insumos agrícolas realizaram, na safra de inverno, uma série de ações visando aproximar novas tecnologias aos produtores de trigo. Essas ações foram realizadas em unidades demonstrativas, onde ocorreram visitas técnicas e dias de campo, em que foram apresentadas tecnologias de manejo e cultivares. As unidades demonstrativas foram instaladas nos municípios de Lagoa Vermelha, Sananduva, Passo Fundo, Sertão, Getúlio Vargas, Almirante Tamandaré, Vitor Graeff, Campos Borges, Ibirubá, Campo Novo e Três de Maio. Foram demonstradas as cultivares de trigo BRS Guamirim, BRS Timbaúva, BRS Louro, BRS 208, BRS Guabiju, BRS Umbu e BRS Tarumã e as cultivares de triticale BRS Minotauro, BRS Ulisses, BRS 203 e Embrapa 53, além das cultivares de centeio BRS Serrano e BR1 e a cultivar de aveia preta Embrapa 139. As épocas de semeadura usadas seguiram o Zoneamento Agrícola para cada local e o manejo empregado nas unidades demonstrativas foi de acordo com as indicações técnicas para as culturas. Foram realizados dias de campo e palestras técnicas sobre cultivares, práticas associadas, à cultura do trigo e outras culturas de inverno. Na colheita foi realizada avaliação do rendimento de grãos. Algumas unidades demonstrativas não foram colhidas por problemas de granizo e de dificuldades com equipamentos. Apesar da amplitude geográfica e de problemas localizados nas unidades demonstrativas colhidas o rendimento de grãos de 66% das parcelas superaram 2.500 kg/ha e, destas, 25% superaram 3.000 kg/ha, predominantemente a cultivar BRS Guamirim. Para as demais culturas de inverno, os rendimentos de triticale oscilaram entre 2.000 e 3.500 kg/ha, com destaque para BRS Ulisses e os rendimentos de centeio situaram-se entre 1.300 e 1.800 kg/ha bem como os rendimentos de aveia preta situaram-se entre 1.400 e 2.000 kg/ha.

(16)

7. Unidades de observação de trigo na Embrapa Trigo, safra 2007

Eichelberger, L.1; Acosta, A. 2; Ferreira, P.E.P.1.; Carvalho, O.S. 2; Pereira,

F.T.F2; Vieira, O.V.1 (1)Embrapa Trigo, Caixa Postal 451, CEP 99001-970 Passo

Fundo, RS; (2)Embrapa Transferência de Tecnologia, Passo Fundo, RS.

Observação e validação são essenciais quando se busca ampliar critérios que sejam complementares ao adequado posicionamento de novas cultivares, além dos dados de ensaios. Unidades de observação (UO) possibilitam aos obtentores complementar a avaliação do desempenho de linhagens promissoras, em situações de parcelões ou mini-lavouras, usando cultivares e práticas de manejo comumente adotadas pelos agricultores, além de obter informações técnicas pontuais em condições reais do ambiente de cultivo. Este trabalho relata os resultados de rendimento de grãos das unidades de observação de linhagens e cultivares de trigo executadas pela Embrapa Trigo. Foram implantadas unidades de observação em Passo Fundo (RS). Foram avaliadas 6 cultivares e 14 linhagens de trigo promissoras para lançamento, em duas épocas de semeadura, 21/6 e 05/07. Os parcelões mediram 200m2. Com sementes tratadas com fungicida e inseticida, a densidade de semeadura foi de 330 sementes aptas/m2, e a distância entre linhas de 20 cm. A adubação de base utilizada foi de 300 kg/ha da fórmula 05-25-25 e a cobertura de N foi entre 60 e 90 kg/ha, conforme a linhagem ou cultivar. Todos os parcelões foram tratados com 3 aplicações de fungicida. Foi realizada avaliação do rendimento de grãos. Cultivares e linhagens foram comparadas com a média, 2.772 kg/ha, pela aplicação de um desvio padrão, 346 kg/ha, sendo consideradas superiores quando o rendimento de grãos tenha superado a média acrescida de um desvio padrão, médias quando tenha permanecido entre os desvios e inferiores quando tenha se apresentado abaixo da média subtraída de um desvio padrão. Assim, BRS Guamirim e BRS Camboatá foram testemunhas consideradas superiores nesta unidade de observação juntamente com uma das linhagens. Outras 12 linhagens apresentaram desempenho satisfatório, dentro da média e superando pelo menos uma das testemunhas.

(17)

8. Uso de tecnologias nas lavouras de trigo tecnicamente assistidas do

estado do Paraná, safra 2007.

DE MORI, C.1; IGNACZAK, J. C. 1; MAURINA, A. C. 2; FERREIRA FILHO, A. 3; (1) Embrapa Trigo, Caixa Postal 461, CEP 99001-970 Passo Fundo, RS. cdmori@cnpt.embrapa.br (2) Emater-PR, Curitiba, PR. (3) Ex-pesquisador da Embrapa Trigo.

A Embrapa Trigo e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER/PR, com a colaboração de seus escritórios regionais e municipais, de cooperativas, de escritórios de assistência técnica e de planejamento, de empresas de insumos agrícolas e de prefeituras municipais, realizaram pesquisa de diagnóstico de uso de tecnologias em lavouras de trigo cultivadas na safra 2007, assistidas tecnicamente por estas instituições.

A pesquisa foi realizada através de preenchimento de formulário feito pelos técnicos das instituições parceiras nas áreas de abrangência das mesmas. O levantamento contempla dados de manejo e tecnologia usados pelos produtores, além de dados sobre a ocorrência de pragas e doenças, informações sobre os principais problemas que interferiram no sucesso da cultura, sucessão de culturas e sugestões para a pesquisa e a assistência técnica. As principais tecnologias avaliadas referem-se à correção do solo, ao manejo do solo, à adubação de base e de cobertura, ao tratamento de sementes, às cultivares plantadas e ao uso de fungicidas. Cada formulário corresponde a informações referentes a um grupo de produtores assistidos pela instituição responsável pelo seu preenchimento. Após verificação preliminar de correto preenchimento, os dados foram digitalizados e analisados através da aplicação de estatística descritiva. As informações sobre os problemas que afetam a cultura e as sugestões à pesquisa são sistematizadas e sintetizadas para possibilitar uma melhor interpretação e entendimento dos resultados.

O presente estudo contemplou dados referentes a 590.091 hectares de trigo, semeados por 38.357 produtores, distribuídos em 117 municípios pertencentes as nove zonas tritícolas do estado (IAPAR, 2002). O cultivo de trigo representou 26,9% da área de culturas de inverno semeada pelo grupo de produtores incluídos na pesquisa e a zona C representou 56,5% da área total de trigo abrangida pelo levantamento. A produtividade média das lavouras de trigo variou entre 1.862 kg/ha (zona F) e 3.046 kg/ha (zona D) e foi de 2.232 kg/ha na área total abrangida pelo levantamento (Tabela 1).

O percentual da área com calagem foi de 80% da área levantada, sendo que em 80% da área corrigida o calcário foi aplicado na superfície.

A semeadura direta sobre a palha predominou como método de manejo na lavoura de trigo, sendo utilizado em 93% da área total (Tabela 2). O menor índice de utilização desta tecnologia foi de 87%, verificado na zona tritícola D. O uso de preparo mínimo e plantio convencional observados foram de 6% e 1%, respectivamente.

A adubação de base mais utilizada foi na faixa de 150 a 200 kg/ha de adubo, aplicada em 51% da área total levantada. O percentual de área com adubação de base acima de 200 kg/ha foi de 46%. Destacam-se as zonas tritícolas D e H, onde o em mais de 70% da área o nível de adubação de base foi superior a 250 kg/ha. A faixa de adubação de cobertura mais utilizada foi a 50-100 kg/ha de N, utilizada em 50% da área estudada. Em 30% da área cultivada não houve uso de adubação de cobertura, com destaque para a zona E onde este percentual foi de 43,9%.

A utilização de sementes certificadas abrangeu 80% da área, enquanto que o uso de sementes tratadas atingiu 59% da área total. Nas zonas A1, E, G e H observou-se que o uso de tratamento de semente foi superior a 90% da área de cultivo. Do total de área de

(18)

cultivo com uso de semente tratada, o tratamento somente com fungicida, com fungicida e inseticida e somente com inseticida corresponderam a 24%, 17% e 12% da área de trigo cultivada, respectivamente.

A ferrugem da folha ocorreu em 68% da área, as manchas foliares em 65% e o oídio em 42%. Destaque para zona A1 e para a zona F, onde o registro de ocorrência de ferrugem da folha e oídio foi de 92% e 83%, respectivamente. A praga de maior ocorrência foi a lagarta, constatada em 82% da área total estudada, com destaque para a zona C onde este percentual foi de 93%. O percentual de área com ocorrência de pulgões e percevejos foi de 77% e 41%, respectivamente. (Tabela 2).

Na Tabela 3 são apresentados os percentuais de área tritícola ocupados pelas dez cultivares de trigo mais plantadas na área total de abrangência do levantamento. No geral, as cultivares mais usadas foram BRS 208 (23,9%), CD 104 (20,6%) e BRS 220 (18,1%), que juntas representaram mais de 60% da área estudada. Do ponto de vista institucional, as cultivares da Embrapa ocuparam 48,4% da área total avaliada, as da COODETEC, 26,9%, as da OR Sementes, 9,1% e as do IAPAR, 6,6%.

As seqüências de culturas mais usadas foram milho/trigo/milho/trigo/milho/trigo (14,5%) e soja/trigo/soja/trigo/soja/trigo (12,1%). As culturas mais semeadas no inverno foram o milho safrinha (33,4%), a aveia de cobertura (31,4%) e o trigo (26,9%).

Estresse hídrico (seca/estiagem/distribuição irregular de chuvas), a geada e a ocorrência de ferrugem foram os fatores mais citados como problemas para a cultura do trigo na safra em avaliação. A criação de cultivares resistentes a seca, citada por 15% dos colaboradores, foi a sugestão à pesquisa com maior índice de citação, seguida pelas sugestões de criação de cultivares resistentes à doenças (11%) e à ferrugem da folha (10%).

Referências Bibliográficas

IAPAR. Informações técnicas para a cultura do trigo no Paraná – 2002. Londrina, 2002, 181 p. (IAPAR, Circular, 122).

Tabela 1 – Área (ha), relação entre área cultivada com trigo e área cultivada no inverno (tr/Inv.%), número de produtores abrangidos pelo levantamento e produtividade obtida dentro de cada zona tritícola. Paraná, safra 2007.

ZONA A1 A2 B C D E F G H Geral

Área (ha) 7.165 59.732 43.861 333.554 17.115 8.949 44.379 63.489 11.847 590.091

tr/Inv.(%) 52,7 61,4 18,0 21,5 48,5 33,3 67,9 53,0 31,0 26,9

Num.prod. 212 1.735 4.295 22.676 303 480 5.986 2.079 591 38.357

(19)

Tabela 2 – Percentual de área com adoção de Plantio Direto e/ou Semeadura direta e percentual de área de trigo com adoção de tecnologias com maior frequência relacionados a adubação de base e de cobertura, uso de semente certificada e tratada e ao controle de doenças fúngicas. Paraná, safra 2007.

ZONA Sem. Direta (%)* Adubação de base 150-200 kg/ha (%) Adubação cobertura 50-100 kg/ha de N (%) Semente certificada (%) Semente tratada (%)** Ferrugem da folha (%) Manchas foliares (%) Pulgão (%) Lagarta (%) A1 95 25 39 79 91 92 19 69 81 A2 98 19 59 86 46 65 62 69 70 B 94 24 48 82 39 67 49 40 59 C 92 76 53 77 41 60 72 87 93 D 87 14 19 77 49 72 24 60 81 E 98 29 26 75 96 77 34 81 34 F 97 36 54 86 79 84 65 91 52 G 94 5 46 86 92 92 68 43 79 H 97 3 14 84 100 77 60 76 77 Total (ha) 548.200 300.431 290.706 474.581 324.498 399.026 384.876 452.122 483.899 % 93 51 50 80 59 68 65 77 82

* Abrange a soma de Plantio direto + Semeadura direta

** Uso de semente tratada (com fungicida, com inseticida e com fungicida + inseticida).

Tabela 3 – Percentual de área ocupada pelas cultivares mais plantadas por zona tritícola e no geral.

Zonas tritícolas Área geral

Cultivar A1 A2 B C D E F G H ha % BRS 208 10,7 7,2 14,1 31,5 22,1 19,9 3,9 10,5 34,8 140.899 23,9 CD 104 55,4 64,3 40,0 15,7 5,9 33,5 4,4 1,6 5,2 121.755 20,6 BRS 220 18,1 9,3 16,1 21,9 3,4 15,1 8,2 4,2 18,2 106.575 18,1 IPR 85 0,0 1,9 6,6 5,8 0,4 12,3 1,2 0,2 0,0 33.416 5,7 CD 111 0,7 2,7 1,2 5,8 0,0 1,3 7,6 0,0 3,9 22.873 3,9 BRS 210 0,0 0,8 0,2 5,4 0,5 0,0 26,8 0,0 0,0 20.184 3,4 ONIX 0,0 0,1 0,3 2,8 3,9 0,0 6,8 9,6 19,8 18.705 3,2 SAFIRA 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 1,8 5,6 24,0 4,7 16.070 2,7 OR 1 2,8 0,0 0,0 0,0 37,3 0,0 5,9 2,1 0,0 7.940 1,3 SUPERA 1,4 0,8 0,0 0,0 0,0 0,0 3,6 7,9 0,0 5.723 1,0 Área (ha) 7.165 59.732 43.861 333.554 17.115 22.447 44.379 63.489 11.847 498.928 84,6

Referências

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