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[Recensão a] Silvia Schroer; Thomas Staubli - Die Koerpersymbolik der Bibel Autor(es): Ramos, José Augusto M. URI:

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Academic year: 2021

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[Recensão a] Silvia Schroer; Thomas Staubli - Die Koerpersymbolik der Bibel

Autor(es):

Ramos, José Augusto M.

Publicado por:

Instituto Oriental da Universidade de Lisboa

URL

persistente:

URI:http://hdl.handle.net/10316.2/24412

Accessed :

17-Jun-2021 23:07:53

digitalis.uc.pt impactum.uc.pt

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CADMO

Revista do Instituto Oriental

Universidade de Lisboa

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RECENSÕES

SILVIA SCHROER / THOMAS STAUB LI, Die Koerpersymbolik der Bibel, Wissenschaftliche Buchgesellschaft, Darmstadt, 1998, 276 pp.

Os Autores deste livro são simultaneamente biblistas e professo- res de Antigo Testamento em instituições de ensino superior na Suiça e dedicam-se igualmente a tarefas de dinamização religiosa e cultural no mesmo âmbito. O livro pretende ser de síntese e de intenção prá- tica. Esta intencionalidade mais se depreende, se considerarmos que

0 essencial do livro se originou em palestras radiofónicas semanais, realizadas entre 1994 e 1996. O conjunto ficou, no entanto, bastante sugestivo de modo a ser assumido editorialmente pela Sociedade de Livros Científicos.

Este livro abre colocando em extra-texto inicial um mapa antropo- lógico dos lugares significativos do corpo, na sua expressão hebraica, e outro mapa das localizações corporais das funções psicossomáticas e simbólicas constantes na literatura bíblica. Nisto se antecipa uma síntese descritiva do conjunto de assuntos tratados.

A perspectiva natural do livro é a de uma antropologia da corpo- ralidade estudada na base bíblica, e ampliada com aberturas para a evolução e os compromissos ocorridos posteriormente, com ocasião de outros contactos culturais e de simples modificações da leitura contí- nua em que a Bíblia tem sido o livro-objecto, desde há mais de 2000 anos. Algumas perspectivas actuais de leitura da Bíblia dão vida a esta revisão, nomeadamente as perspectivas de leitura feminista. A primeira Autora é, aliás, uma conhecida exegeta na perspectiva feminista, que como tal contribuiu para um livro analisado noutra recensão deste mesmo número. A aproximação ao corpo marca natu- ralmente um reencontro com a mulher. Mas outras questões de actua- lidade se cruzam nestas coordenadas com igual naturalidade, como as perspectivas da teologia da libertação.

Esta simbólica é assumida como uma tarefa discipular dentro da escola de Othmar Keel, mestre dos Autores e ao qual o livro é dedi- cado. De facto, é na senda das metodologias daquele mestre do sim- bolismo oriental que este livro se constrói e se apresenta, recorrendo a numerosas representações imagéticas para completar as imagens literárias, com as quais se constrói a demonstração. A lista final da procedência das imagens demonstra quanto as recolhas efectuadas por O. Keel serviram para a ilustração deste livro.

Esta síntese de antropologia bíblica pela perspectiva das localiza- ções é apresentada em dez temas:

1. Um coração com entendimento (p. 45-60), sublinhando a expressividade antropológica do coração, enquanto localização do

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afeiçoar-se e do pensar, e ainda de interioridade e segredo, entendi­ mento e consciência. Esta perspectiva contrasta com a localização da dor, que em devoções e simbolismos como o do coração trespassado pela espada de dor, que posteriormente foram tão apreciados.

2. Da garganta à alma (p. 62-73). Aqui se encontra uma das mais explícitas localizações de conceitos antropológicos, concretamente a localização de nefesh que significa garganta-sopro-desejo-fome-vida- -alma, numa polissemia semântica directa e real e não de subtilezas rebuscadas. O desenvolvimento que comprometeu esta linguagem começou logo na traidora tradução para psyché, na Bíblia grega de Alexandria (os Setenta), iniciando uma bem visível e radical amputa­ ção do corpo.

3. Deus na barriga (p. 75-91). O fígado, os rins e genericamente as entranhas são localizações da interioridade, onde se testemunha a entrada e o encontro, tanto perscrutador como beatificante, do divino. Mas é o ventre, o útero, a localização do sentimento de misericórdia, definidor do mais profundo da solidariedade humana e da mais espe­ cífica característica de Deus. Tudo o que representa acolhimento e vida é um ventre materno. A imagem da divina mãe ( Theótokos), seja de filhos humanos ou divinos, aparece assim como uma imagem das mais ecuménicas do divino, até mesmo junto dos adeptos de um monoteísmo de versão rigorista, como é o do judaísmo e do islamismo. O livro de Oseias, sobretudo o seu capítulo 11, são uma excelente apresentação desta imagem uteral do divino.

4. A cabeça (p. 93-114). Muito grande é o conjunto de localiza­ ções simbólicas que se concentram na cabeça. Globalmente ela define o indivíduo, na sua dimensão exterior e social. Decapitá-lo é aniquilá-lo; e as imagens de guerra procedentes do Próximo Oriente Antigo dizem-no da maneira mais viva. A coroa e a dignidade; a face e o face a face, até com Deus; o pescoço/nuca, representando personali­ dade, persistência e orgulho; o nariz, de cólera e de paciência; o cabelo, de sensualidade, de capacidade sobre-humana (Sansão), de luto e penitência (rapados ou cobertos de cinza).

5. Os olhos (p. 115-135). É essencial a função do olho. Define um nível de funcionalidade elevado. Terem olhos e não verem é a primeira das verificações de inutilidade que tornam os ídolos realida­ des inúteis e absurdas. Se há função corporal que mais caracteriza o divino, tanto na Bíblia como por todo o Próximo Oriente Antigo, é a de ver. Todo o universo e mesmo o abscondito dos rins lhe está patente. Nos humanos, o olhar é a fonte do conhecimento e mesmo das certezas mais profundas: a fé decorre do ver.

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RECENSÕES

6. Os ouvidos ( p. 137-150). Assim como do ver decorre o conhe­ cer, do ouvido nasce o compreender, certamente porque o ouvir é o espaço da sabedoria, da meditação, da pedagogia, do discipulado. E a sabedoria. O ouvido é o órgão da escola, onde o distante se faz famili­ ar. Por isso, novo axioma acabou por se impôr: fides ex auditu. A ética do discurso bíblica assenta numa teologia do ouvir: o ouvir e o agir. Quanto a Deus, o ouvir exprime a sua atitude de acolhimento aos pedidos de quem se lhe dirige.

7. A boca ( p. 151-167). O essencial: comer, rir, beijar, falar. A arte e a sabedoria do falar: o bem e o mal pela boca e pela língua. Os matizes da palavra: corrupção, salvação, poder, louvor a Deus.

8. Mão/braço (p. 171-204). Mão é das palavras mais frequentes na Bíblia e é omnipresente o seu espaço simbólico: criação, protec­ ção, saudação, apotropismo, precedência, confrontação de planos e de poderes. Espaço privilegiado é a metáfora de libertação do Egipto com mão forte e braço estendido.

9. Os pés ( p. 205-229). Estar e andar. Ter os inimigos debaixo dos pés é a imagem imediata do poder por todo o Oriente antigo. Descalçar os pés é a expressão da fronteira e o lavar a outrem os pés, sinal de dependência e serviço. Os passos a seguir são o cami­ nho de discípulo.

10. Corporalidade: domínio do efémero (p. 231-249). É no corpo que se transportam os sinais denunciadores do carácter efémero, da quase sazonalidade do humano, que no tempo seguinte murcha como a erva do campo.

Na simplicidade do seu discurso, muito enriquecido de textos e de imagens provenientes do mundo oriental em geral, este livro é uma bela leitura sobre as paisagens da antropologia simbólica da cor­ poralidade, sobre a identidade do ser corpo.

José Augusto M. Ramos

RAFAEL JIMÉNEZ ZAMUDIO, Gramática de la lengua sumeria, Edi-

ciones Clásicas, Madrid, 1§ ed. 1998, 295 pp. I.S.B.N.: 84-7882-336-0. O Autor formou-se primeiramente em Línguas Clássicas em Sala­ manca, mas dedicou-se posteriormente ao Sumério e Acádico, sendo actualmente professor dessas línguas na Universidade Autónoma de Madrid.

A gramática que nos apresenta constitui um passo significativo no contacto de um público mais alargado com o sumério, língua que

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