GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ SECRETARIA DO ESTADO DE EDUCAÇÃO
A.O.S. DIOCESE DE ABAETETUBA EEEFM SÃO FRANCISCO XAVIER COMPONENTE CURRICULAR: LITERATURA
ANO/SÉRIE: 2º ANO PROFESSORES (AS) RESPONSAVEIS: Natália Vasconcelos e Valdir Negrão.
2º PERIODO – AULA 01
CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS DO ROMANTISMO
IDEAIS DO ROMANTISMO BRASILEIRO
CARACTERÍSTICAS CENTRAIS DO ROMANTISMO BRASILEIRO
TEMÁTICAS COMUNS VALE LEMBRAR PRINCIPAIS OBRAS ROMANCES URBANOS Lucíola (1862) Senhora (1875)
ROMANCES HISTORICOS A guerra dos Mascates (1873) ROMANCES INDIANISTAS O Guarani (1857) Iracema (1865) ROMANECES REIONALISTAS O Gaúcho (1870) O Sertanejo (1875) CARACTERÍSTICAS DO AUTOR
O poeta Antônio Gonçalves Dias nos deixou, através do indianismo, sua contribuição mais autêntica.
Os poetas românticos da Europa procuravam recuperar a memória histórica, voltando-se para suas raízes no elemento indígena, um índio idealizado, muito mais o "bom selvagem" do francês Jean Jacques Rousseau, filósofo que pregava a volta do homem ao estado primitivo (Segundo Rousseau, a civilização corrompera o homem, a sua redenção estava no retorno às origens: "O homem nasce bom. A sociedade o corrompe".). Na realidade, Gonçalves Dias, ao caracterizar o índio, faz o mesmo que o romântico europeu. O índio preserva, nesse escritor, a sua honra e altivez. Ele é, em síntese, o típico cavaleiro medieval, com todas as suas qualidades.
O canto do guerreiro I
Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar. II
Quem golpes daria Fatais, como eu dou? — Guerreiros, ouvi-me; — Quem há, como eu sou? III
Quem guia nos ares A frecha emplumada, Ferindo uma presa, Com tanta certeza, Na altura arrojada onde eu a mandar? — Guerreiros, ouvi-me, — Ouvi meu cantar. [...]
POESIA LÍRICO-AMOROSA - Suas composições líricas enquadram-se na visão de amor própria do homem romântico, com profundos traços de subjetivismo e visível influência de seus vários casos amorosos, principalmente de seu amor frustrado por Ana Amélia. A linguagem da poesia lírica amorosa é equilibrada, comedida, poucas vezes caiu no exagero adocicado de outros poetas românticos, sem, portanto, perder o brilho, a emoção de um poema de amor.
Leito de folhas verdes
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja. Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores. Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala. [...]
A BUSCA DO ETERNO POR MEIO DA RELIGIOSIDADE – No poema “Sofrimento” vemos a expressão da religiosidade como um refúgio diante das adversidades da vida.
Sofrimento
Meu Deus, Senhor meu Deus, o que há no mundo Que não seja sofrer?
O homem nasce, e vive um só instante, E sofre até morrer!
A flor ao menos, nesse breve espaço Do seu doce viver,
Encanta os ares com celeste aroma, Querida até morrer.
É breve o romper d'alva, mas ao menos Traz consigo prazer;
E o homem nasce e vive um só instante: E sofre até morrer!
[...]
PERSONIFICAÇÃO DA NATUREZA - Em Gonçalves Dias percebemos uma integração entre o homem e a natureza (panteísmo). Ele a conhecia profundamente, daí o conhecimento aliado ao seu talento poético nos proporciona uma bela página de nossa literatura. Afasta-se dos mitos greco-romanos dos poetas árcades e canta uma natureza que tem movimento, que participa da cena, bem diferente dos cenários estáticos (pastor - natureza - rebanho) do Arcadismo. A natureza romântica é viva, balança as folhas das árvores, ouve-se o barulho do mar, do vento, o canto dos pássaros.
Não me deixes!
Debruçada nas águas dum regato A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se mirava... “Ai, não me deixes, não!
"Mas não me deixes, não!"
E a corrente passava; novas águas Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte: "Ai, não me deixes, não!"
[...]
AULA 03
Em “O canto do Piaga” é retratada a postura do europeu colonizador em relação ao povo indígena nativo da América do sul. Postura esta marcada pela opressão a qual foram submetidos os índios pelos colonizadores.
O canto do Piaga [...]
Não sabeis o que o monstro procura? Não sabeis a que vem, o que quer? Vem matar vossos bravos guerreiros, Vem roubar-vos a filha, a mulher! Vem trazer-vos crueza, impiedade - Dons cruéis do cruel Anhangá; Vem quebrar-vos a maça valente, Profanar Manitôs, Maracá.
Vem trazer-vos algemas pesadas, Com que a tribo Tupi vai gemer;
Hão de os velhos servirem de escravos Mesmo o Piaga inda escravo há de ser! [...]
O Romantismo foi um movimento literário de grande repercussão na literatura ocidental, e, particularmente no Brasil, constitui uma etapa decisiva na formação de nossa literatura e vida cultural. Vale ressaltar que textos atuais também podem apresentar características muito semelhantes às características da poesia romântica da Primeira Geração.
e “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso, o que torna possível a intertextualidade entre poesias de Gonçalves Dias e textos contemporâneos.
SÍNTESE DAS CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO DA PRIMEIRA GERAÇÃO
INDIANISMO;
NACIONALISMO UFANISTA; SUBJETIVISMO;
RELIGIOSIDADE;
USO FREQUENTE DE TERMOS DO VOCABULÁRIO INDÍGENA (BRASILEIRISMO);
INDIVIDUALISMO;
SOFRIMENTO AMOROSO; EXALTAÇÃO DA LIBERDADE;
EXPRESSÃO DE ESTADOS DE ALMA, DE EMOÇÕES; EXALTAÇÃO DA NATUREZA;
ATIVIDADES
NOME DO ALUNO (A):_______________________________________ TURMA:__________
01. A natureza, nessa estrofe:
“Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala.” (Gonçalves Dias)
Obs.:
tamarindo = árvore frutífera; o fruto dessa mesma planta bogari = arbusto de flores brancas
(A) é concebida como uma força indomável que submete o eu lírico a uma experiência erótica instintiva.
(B) expressa sentimentos amorosos.
(C) é representada por divindade mítica da tradição clássica.
(D) funciona apenas como quadro cenográfico para o idílio amoroso. (E) é recriada objetivamente, com base em elementos da fauna e da flora nacionais.
LEIA OS POEMAS ABAIXO PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES 02 E 03: TEXTO A
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá,
As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques tem mais vida, Nossa vida mais amores.
[...]
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá;
Mais prazer eu encontro lá; Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras Onde canta o Sabiá.
(DIAS, G. Poesia e prosa completas. Rio de Janeiro: Aguilar, 1998) TEXTO B
Canto de regresso à Pátria Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar
Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase tem mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá
Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que eu veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo
(ANDRADE, O. Cadernos de poesia do aluno Oswald. São Paulo: Círculo do Livro. s/d.)
02. Os textos A e B, escritos em contextos históricos e culturais diversos, enfocam o mesmo motivo poético: a paisagem brasileira entrevista à distância. Analisando-os, conclui-se que:
(A) o ufanismo, atitude de quem se orgulha excessivamente do país em que nasceu, é o tom de que se revestem os dois textos.
(B) a exaltação da natureza é a principal característica do texto B, que valoriza a paisagem tropical realçada no texto A.
(D) o texto B, em oposição ao texto A, revela distanciamento geográfico do poeta em relação à pátria.
(E) ambos os textos apresentam ironicamente a paisagem brasileira. 03. No texto A vemos de forma mais evidente a seguinte característica da poesia de Gonçalves Dias:
(A) Religiosidade. (B) Sentimentalismo amoroso. (C) Exaltação da pátria (D) Egocentrismo. (E) Individualismo. 04. “Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. — Ouvi-me, Guerreiros, — Ouvi meu cantar.”
Os versos acima, de “O canto do Guerreiro”, de Gonçalves Dias, apresentam as seguintes características da primeira geração romântica: (A) Presença da temática indianista e valorização da natureza brasileira. (B) resistência aos exageros sentimentais e à forma de expressão subordinada às emoções; visão da poesia a serviço de causas sociais, como a escravidão.
(C) expressão preocupada com o senso de medida; “mal do século”; natureza como amiga e confidente.
(D) transbordamento na forma de expressão; valorização do índio como típico homem nacional; apresentação da natureza como refúgio dos males do coração.
(E) expressão a serviço da manifestação dos estados de espírito mais exagerados; sentimento profundo de solidão.
I. A primeira geração do Romantismo no Brasil foi marcada pela criação de um herói nacional na figura do índio.
II. A primeira geração do Romantismo no Brasil é chamada de ultrarromântica marcada pelo forte pessimismo.
III. A primeira geração do Romantismo no Brasil foi caracterizada pela poesia social e libertária.
Estão corretas as afirmações: (A) Apenas I
(B) Apenas II (C) I e II (D) II e III (E) I, II e III