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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO

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Academic year: 2021

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  PODER JUDICIÁRIO  TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO     APELAÇÃO CÍVEL  2007.39.02.000887­7/PA  Processo na Origem: 8870620074013902    RELATOR(A)  :  DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE  APELANTE  :  ESTADO DO PARA   PROCURADOR  :  ARY LIMA CAVALCANTI E OUTROS(AS) 

APELANTE  :  INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS        NATURAIS RENOVAVEIS ­ IBAMA  

PROCURADOR  :  ADRIANA MAIA VENTURINI  

APELANTE  :  INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA ­        INCRA   PROCURADOR  :  ADRIANA MAIA VENTURINI   APELANTE  :  MINISTERIO PUBLICO FEDERAL   PROCURADOR  :  NAYANA FADUL DA SILVA   APELADO  :  OS MESMOS   RELATÓRIO 

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE             

(RELATOR): 

Cuida­se de recursos de apelação interpostos contra sentença       

proferida pelo Juízo da Vara Federal da Subseção Judiciária de Santarém/PA, nos        autos de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal contra o        Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, o Estado do Pará e        o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ­        IBAMA, em que se busca a concessão de provimento judicial, no sentido de que        sejam declaradas inválidas as Portarias de criação de Projetos de Assentamento        (PA), Projetos de Assentamento Coletivo (PAC) e Projetos de Desenvolvimento       

Sustentável (PDS), editadas pela Superintendência Regional do INCRA, em       

Santarém, nos anos de 2005 e 2006, bem assim, a invalidação de quaisquer       

autorizações, licenças ou permissões de atividade de exploração florestal       

manejadas nos mencionados projetos, já emitidas pela Secretaria de Estado de        Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado do Pará – SECTAM e a abstenção       

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de que outras sejam emitidas, relativamente a projetos dessa natureza, na área        descrita nos autos. 

A pretensão deduzida nestes autos tem por suporte a alegação de que        os aludidos projetos de assentamento rural afigurar­se­iam irregulares, eis que        estariam localizados em áreas de Unidades de Conservação ou suas zonas de        amortecimento, havendo casos de sobreposição ao Parque Nacional da Amazônia        – unidade de conservação integral, onde é vedada qualquer ocupação humana –,        na região oeste do Estado do Pará, tendo sido implantados sem o regular        licenciamento ambiental, expedido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos        Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. 

Após rejeitar as preliminares suscitadas pelo Estado do Pará, o juízo        monocrático julgou procedente a demanda, para: 

1) Declarar inválidas todas as Portarias de criação dos Projetos de       

Assentamento (PA), Projetos de Assentamento Coletivo (PAC),       

Projetos de Desenvolvimento sustentável (PDS), publicadas nos anos        de 2005 e 2006, inclusive, pela Superintendência Regional do INCRA        em Santarém. 

2) Invalidar quaisquer autorizações, licenças ou permissões de       

atividades de exploração florestal manejada naqueles Projetos de       

Assentamento (PA), Projetos de Assentamento Coletivo (PAC),       

Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS),         ​pelo INCRA entre      2005 e 2006, inclusive, já emitidas pela SECTAM (atual SEMA). 

3) Indeferir os pedidos de desinterdição de Projetos de       

Assentamento.    

Foram interpostos recursos de apelação pelo Ministério Público       

Federal, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, pelo        Estado do Pará e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos        Naturais Renováveis – IBAMA. 

Em suas razões recursais, sustenta o Ministério Público Federal, em        resumo, que, a despeito do integral acolhimento do seu pleito ventilado na inicial,       

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na hipótese dos autos, em face da superveniente alteração da situação       

fático­jurídica que envolve a matéria, os assentamentos que obtiveram       

licenciamento ambiental, concedido pelo órgão estadual, após o ajuizamento da        demanda, deveriam ser excluídos do decreto sentencial, pugnando, assim, pela        reforma parcial da sentença recorrida (fls. 3383/3388vº). 

Por sua vez, insiste o Estado do Pará nas preliminares deduzidas        perante o juízo monocrático, sustentando, no mérito, que, na espécie, a Secretaria        Estadual do Meio Ambiente – SEMA disporia de competência para o licenciamento       

ambiental dos aludidos assentamentos, destacando que a matéria alusiva à       

alegada sobreposição de tais assentamentos a Unidades de Conservação de       

Proteção Integral reclamaria dilação probatória (fls. 3074/3098). 

De sua banda, suscita o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos        Recursos Naturais Renováveis – IBAMA a preliminar de nulidade do processo, sob        o fundamento de que, a despeito de ter sido admitida a emenda à inicial, para a        sua inclusão no pólo passivo da demanda e de ter sido ordenada a sua citação, tal        ato processual não chegou a ser concretizado, violando, assim, as disposições        legais de regência. No mais, sustenta a competência do órgão ambiental estadual,        para fins de concessão do licenciamento ambiental dos assentamentos descritos        nos autos, por força das alterações legislativas introduzidas ao Código Florestal        vigente, na época, pela Lei nº 11.284/2006 (fls. 3106/3119). 

Por fim, suscita o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária        – INCRA a preliminar de nulidade do processo, à míngua de regular citação do        IBAMA, na condição de litisconsorte passivo necessário. No mérito, sustenta a        regularidade dos assentamentos rurais em referência (fls. 3126/3174). 

Com as contrarrazões, subiram os autos a este egrégio Tribunal, por        força, também, da remessa oficial interposta, tida por interposta, pugnando a douta        Procuradoria Regional da República pelo provimento parcial dos recursos, para        reformar­se, em parte, a sentença recorrida, tão­somente, para excluir do julgado o        rol dos assentamentos já licenciados e aprovados pelo órgão ambiental estadual        (fls. 3938/3943). 

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APELAÇÃO CÍVEL  2007.39.02.000887­7/PA  Processo na Origem: 8870620074013902    RELATOR(A)  :  DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE  APELANTE  :  ESTADO DO PARA   PROCURADOR  :  ARY LIMA CAVALCANTI E OUTROS(AS) 

APELANTE  :  INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS        NATURAIS RENOVAVEIS ­ IBAMA  

PROCURADOR  :  ADRIANA MAIA VENTURINI  

APELANTE  :  INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZACAO E REFORMA AGRARIA ­        INCRA   PROCURADOR  :  ADRIANA MAIA VENTURINI   APELANTE  :  MINISTERIO PUBLICO FEDERAL   PROCURADOR  :  NAYANA FADUL DA SILVA   APELADO  :  OS MESMOS     VOTO   

O EXMO. SR. DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE             

(RELATOR): 

Examino, inicialmente, a preliminar de nulidade da sentença, suscitada        pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –        IBAMA, sob o fundamento de ausência de sua regular citação. 

Compulsando os elementos carreados para os presentes autos,       

verifica­se que esta ação foi proposta, inicialmente, contra o Instituto Nacional de        Colonização e Reforma Agrária – INCRA e o Estado do Pará, sobrevindo emenda        à petição inicial, em que o douto Ministério Público Federal pugnou pela inclusão        do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis –       

IBAMA no pólo passivo da demanda, postulando­se, em relação à referida       

autarquia, que seja reconhecida a sua competência para o licenciamento ambiental       

dos assentamentos descritos nos autos, bem assim, a sua condenação em       

obrigação de fazer tais licenciamentos, à luz da legislação de regência (fls.        755­764). 

Embora o juízo monocrático tenha deferido tal pleito e ordenado, em        duas ocasiões distintas, a citação da aludida autarquia, em nenhum momento, tal        ato se concretizou, tendo em vista que, após a prolação da decisão de fls.        2893/2894, onde fora determinada, pela segunda vez, a citação do IBAMA,       

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sobrevieram a veiculação de reiteradas petições formuladas pelo INCRA,        culminando na prolação da sentença monocrática, sem que tal ato processual        tenha sido praticado. 

Dispõe o art. 214 do CPC, “      para a validade do processo é            indispensável a citação inicial do réu          ”, sendo que o seu comparecimento        espontâneo supre eventual falta de citação (§ 1º), hipóteses não ocorridas, na        espécie. 

Sobre o tema, confiram­se, dentre muitos outros, os seguintes        julgados: 

 

PROCESSUAL  CIVIL.  EXECUÇÃO  POR TÍTULO JUDICIAL.      ARGÜIÇÃO DE NULIDADE DA CITAÇÃO NA FASE COGNITIVA,                PELA AUTORA­EXEQÜENTE. POSSIBILIDADE. NULIDADE PLENO          IURE. INTERESSE. RECURSO PROVIDO. 

I ­ A nulidade pleno iure deve ser apreciada pelo órgão julgador                        mesmo de ofício, não se sujeitando à coisa julgada, como é o caso do                            defeito de citação, salvo eventual suprimento, comunicando­se aos                atos subseqüentes. 

II ­ A citação, como ato essencial ao devido processo legal, à garantia                          e segurança do processo como instrumento de jurisdição,                deve  observar os requisitos legais, pena de nulidade quando não                  suprido o vício    , o qual deve ser apreciado mesmo no curso da                    execução da sentença. 

(REsp 100.998/SP, Rel. MIN. SALVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA,                QUARTA TURMA, julgado em 27/04/1999, DJ 21/06/1999, p. 158) –                    grifei. 

 

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. EXTINÇÃO LIMINAR              DO PROCESSO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. EXAME DO MÉRITO EM                  SEDE RECURSAL (CPC, ART. 515, § 3º). CERCEAMENTO DE                  DEFESA. NULIDADE DO JULGADO.  

I ­ Nos termos do art. 214, caput, do CPC, 'para a validade do                            processo, é indispensável a citação inicial do réu", hipótese não                    ocorrida, no caso concreto, do que resulta a nulidade do julgado que                        examinou, em sede de apelação, o mérito da pretensão deduzida nos                      autos.  

II ­ Anulação parcial do Acórdão, com determinação de retorno dos                      autos ao juízo de origem, para fins de regular instrução. 

(AC  0037276­07.2008.4.01.3400/DF,  Rel.  DESEMBARGADOR  FEDERAL SOUZA PRUDENTE, QUINTA TURMA, e­DJF1 p.110 de                01/08/2013) 

(7)

 

CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA                  DE IMÓVEL. RESOLUÇÃO. LEGITMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.              TERCEIROS  ADQUIRENTES.  LITISCONSÓRCIO  PASSIVO  NECESSÁRIO. CITAÇÃO DEFEITUOSA. NULIDADE.  

(...) 

II ­ A citação regular do promovido é ato indispensável à validade do                          processo (CPC, art. 214). A ausência, não justificada, da nota de                      ciente do promovido, no respectivo mandado citatório conduz à                  nulidade do ato, mormente quando daí decorra prejuízo para a parte,                      como no caso, em que lhe fora decretada a revelia.  

III ­ Apelação provida, em parte. Processo anulado, a partir da citação                        inicial. 

(AC 0001309­23.2003.4.01.3901 / PA, Rel. DESEMBARGADOR            FEDERAL SOUZA PRUDENTE, SEXTA TURMA, DJ p.103 de                05/12/2005) 

 

Assim posta a questão, não regularmente angularizada a relação        processual, como no caso, à míngua de citação válida Instituto Brasileiro do Meio        Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ­ IBAMA, impõe­se a anulação da        sentença, a fim de que seja retomada a instrução do feito, suprindo­se a omissão        em referência, sem prejuízo dos demais atos processuais que lhe antecederam,        inclusive, no que pertine à concessão da antecipação da tutela inicialmente        deferida pelo juízo monocrático, eis que presentes os pressupostos legais        necessários para a sua concessão, conforme bem acentuado na decisão de fls.        442/448. 

*** 

Com estas considerações,      acolho a preliminar veiculada pelo         

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ­        IBAMA, para   declarar a nulidade da sentença e determinar o retorno dos autos              ao juízo de origem, que deverá retomar a instrução processual, sem prejuízo dos        atos processuais antes praticados, inclusive, da decisão de fls. 442/448, em que        restou deferido o pedido de antecipação da tutela formulado na inicial, com       

(8)

observância da forma legal de regência, restando prejudicado o exame das demais        questões ventiladas nos recursos de apelação interpostos. 

Oficie­se, com urgência, via FAX, aos Srs. Presidentes da Fundação        Nacional do Índio – FUNAI e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos        Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, bem assim, ao Sr. Secretário de Meio        Ambiente do Estado do Pará – SEMA/PA, para fins de cumprimento deste julgado,        sob pena da multa coercitiva, no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por dia        de atraso, no cumprimento deste julgado mandamental, a contar de sua ciência,        sem prejuízo das demais sanções cabíveis, na espécie, nos termos do artigo 14,        inciso V e respectivo parágrafo único do CPC vigente. 

Este é meu voto. 

    

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