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A CONSTITUIÇÃO DE SABERES E PRÁTICAS DOCENTES NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE ARTE DA UFU. Comunicação - Relato de Experiência

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Academic year: 2021

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INICIAL DE PROFESSORES DE ARTE DA UFU

Rafaela Celestina Zanette Secretaria Municipal de Educação de Uberlândia Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU rafaelazanette@yahoo.com.br Teresa Cristina Melo da Silveira Secretaria Municipal de Educação de Uberlândia Núcleo de Pesquisa em Ensino de Arte – NUPEA/UFU teca.ensinodearte@centershop.com.br

Comunicação - Relato de Experiência

Resumo: Este artigo apresenta uma experiência de formação inicial de professores de Arte vivenciada no Departamento de Artes Visuais da Universidade Federal de Uberlândia, em 2008. Com proposições teórico-práticas dentro da disciplina de Projeto Integrado em Prática Educativa I do Curso de Licenciatura, as autoras desenvolveram algumas ações visando fundamentar a construção do conhecimento em Arte e sua contextualização em diferentes espaços educativos, numa integração conjunta com a disciplina de Fundamentos da Educação em Arte. Para tanto, elaboraram um plano de trabalho que contemplasse não apenas estudos teóricos acerca de algumas abordagens metodológicas do ensino de Arte, mas que também objetivasse suas possibilidades de desenvolvimento em espaços formais e não formais de educação. Aos discentes foi propiciada a percepção de aspectos culturais e educacionais existentes em nossa cidade, por meio de visitações em espaços culturais de Uberlândia e do contato direto com alguns professores de Arte no pleno exercício de suas funções, objetivando conhecer os seus projetos educativos, compreender melhor como o Currículo de Artes é trabalhado, quais as metodologias e estratégias de ensino por eles utilizadas e como é realizada a avaliação nessa área do conhecimento. A experiência evidenciou o quanto é importante nutrir o repertório conceitual do aluno na sua formação docente inicial e alargar seus olhares sobre o ensino de Arte na contemporaneidade. Dentre outros procedimentos, foi realizada a elaboração de registros textuais, imagéticos e audiovisuais na avaliação processual das experiências vividas dentro e fora da sala de aula, o que corroborou para o entendimento de um resultado positivo no que tange aos objetivos inicialmente traçados.

Palavras-chave:Saberes e Práticas docentes. Formação de professores. Ensino de Arte.

O presente artigo relata uma experiência de formação inicial docente vivenciada pelas autoras no Departamento de Artes Visuais/DEART da Universidade Federal de Uberlândia/UFU, no ano de 2008.

Refletindo sobre a sociedade contemporânea em sua complexidade e tendo em vista a dinâmica da educação de um modo geral, é possível afirmar que a discussão sobre saberes e

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práticas docentes, formação de professores, currículos, metodologias e avaliação em Artes, torna-se um território fecundo para a ampliação de conhecimentos cada vez mais contextualizados. De tal modo, norteadas por este pensamento e com proposições teórico-práticas dentro da disciplina de Projeto Integrado em Prática Educativa I (PIPE 1), as autoras desenvolveram, junto aos alunos do 1º período do Curso de Licenciatura em Artes Visuais, algumas ações visando fundamentar a construção do conhecimento em Arte e sua contextualização em diferentes espaços educativos.

Na ocasião, Rafaela Celestina Zanette atuava como professora substituta do DEART e sua disciplina estava diretamente vinculada à de Fundamentos da Educação em Arte, ministrada pela professora Heliana Ometto Nardin, numa proposição de ações que buscava articular os fundamentos teóricos do ensino de Arte com sua contextualização em diferentes espaços educativos. Para tanto, convocaram Teresa Cristina Melo da Silveira para participar de algumas aulas como professora convidada, já que esta havia exercido recentemente o cargo de professora substituta do núcleo de Licenciatura no mesmo departamento e que se encontrava em pleno exercício docente na Rede Municipal de Educação, desenvolvendo projetos de ensino de Arte que correspondiam diretamente aos intentos de suas disciplinas.

Portanto, numa integração conjunta entre essas duas matérias do currículo do Curso de Artes Visuais, as autoras desse artigo elaboraram um plano de trabalho que contemplasse não apenas estudos teóricos acerca de abordagens metodológicas do ensino de Arte – embasadas principalmente em Barbosa (1991); Duarte Jr. (1983); Martins (1998); Silveira (2006, 2007, 2008a e 2008b) e Uberlândia (2003) – mas que também objetivasse suas possibilidades de desenvolvimento em espaços formais e não formais de educação – alicerçadas ainda em Martins (2007); Silveira e Machado (2007); Silveira e Mendes (2007).

Este projeto interdisciplinar conseguiu abarcar ações diversas, contemplando visitas a diferentes espaços onde aconteciam processos de ensino-aprendizagem em Artes; produção e apresentação de registros escritos e imagéticos desses lugares; palestras com arte-educadores que pudessem relatar suas experiências na escola regular; criação de trabalhos artísticos a partir das situações vivenciadas nas aulas, dentre outras estratégias.

Para tanto, as autoras proporcionaram aos discentes do PIPE 1 não apenas a percepção de aspectos culturais e educacionais existentes em nossa cidade, como também o contato direto com exitosos projetos educativos que oportunizavam uma compreensão mais ampla acerca de como o currículo de Artes é trabalhado, quais as metodologias e estratégias de ensino por eles utilizadas e como é realizada a avaliação nessa área do conhecimento.

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A primeira aula realizada no PIPE 1 foi uma visita monitorada ao Centro de Fiação e Tecelagem de Uberlândia, momento em que foi proposto aos alunos a produção de textos escritos e também imagéticos, enfocando o conhecimento construído naquele espaço cultural. Alguns alunos optaram pelo desenho com grafite, outros pela fotografia, e houve uma aluna que trabalhou com poesia em um suporte diferenciado, recortando e colando o papel onde estava escrita de tal modo que se transformou numa trama.

Nas proposições seguintes, de volta às salas de aula do DEART, os alunos apresentaram seus trabalhos plásticos para uma apreciação coletiva entre si, juntamente com a professora Rafaela. A discussão sobre as imagens produzidas durante a visita feita ao Centro de Fiação e Tecelagem foi permeada por valores estéticos, narrativos e simbólicos, pois tanto na fala dos alunos como na sua produção artística foi possível resgatar a memória do lugar visitado, o carisma das tecelãs que ali se encontravam e principalmente destacar o olhar particular de cada discente sobre o mesmo acontecimento.

No decorrer do semestre algumas aulas de PIPE 1 também foram ministradas no auditório do Museu Universitário de Arte/MUnA, vinculado ao DEART, momento em que os alunos puderam usufruir desse espaço cultural de nossa cidade, visitando as exposições vigentes e participando de palestras e oficinas artísticas sobre os assuntos estudados naquele período.

A primeira palestra apresentada aos discentes no MUnA (Foto 1) foi acerca de um projeto de ensino sobre tecelagem, realizado com crianças da terceira série do Ensino Fundamental em uma escola municipal da cidade de Uberlândia.

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Tal projeto, intitulado Tecendo Fios e Formas, aconteceu nas aulas de Artes da professora Teresa Cristina Melo da Silveira (Teca), na E. M. Prof. Oswaldo Vieira Gonçalves, durante o ano letivo de 2006.

A principal intenção em apresentar esse projeto de ensino aos alunos do Curso de Artes Visuais foi dar-lhes a oportunidade de vislumbrar algumas possibilidades bem sucedidas no ensino da tecelagem como técnica artística, realizada em um espaço de educação formal, além de oportunizar a difusão do patrimônio cultural coletivo de nossa região e promover seu reconhecimento e preservação.

Além da apresentação expositiva os alunos do Curso de Artes Visuais também puderam conhecer e manusear alguns dos tecidos que foram produzidos pelas crianças no decorrer desse projeto de ensino e compreender um pouco melhor o processo criativo infantil na execução de seus trabalhos artísticos.

Depois da apresentação do projeto Tecendo fios e formas e da observação dos trabalhos realizados pelas crianças, os alunos de PIPE 1 puderam realizar algumas experimentações plásticas para a confecção de tecidos em teares de papelão, nas oficinas de criação artística do MUnA (Foto 2), sob a orientação das duas professoras.

Foto 2 – Alunos PIPE 1 nas oficinas de criação plástica no MUnA / Fonte: Arquivo pessoal.

As aulas subseqüentes, de volta às salas do DEART, deram continuidade aos ensinamentos sobre a tecelagem como técnica artística desencadeadora de projetos educacionais para alunos do Ensino Fundamental. Nessa mesma oportunidade, as professoras orientaram mais uma vez a elaboração de novas criações plásticas pelos alunos de PIPE 1 por meio da tecelagem (Foto 3).

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Foto 3 – Oficina de criação plástica em tecelagem nas salas do DEART / Fonte: Arquivo pessoal

E oportunizando ainda mais a contextualização da Arte nos diferentes espaços educativos, acessível a pessoas de diferentes idades e classes sociais, a professora Teresa Cristina apresentou ainda alguns projetos realizados em 2006 e 2007 por seus alunos da Prática de Ensino, destacando mini-cursos de tecelagem promovidos nos Estágios Supervisionados da Licenciatura do DEART sob a sua coordenação. Naquela ocasião seus alunos puderam ministrar oficinas para crianças e adultos, tanto do Ensino Fundamental como da Universidade, permitindo a construção do conhecimento em Arte por meio da tecelagem manual e possibilitando a produção de trabalhos plásticos inovadores, ricos na materialidade das composições e extremamente originais. A partir disso, foram propostas aos discentes de PIPE 1 novas produções plástico-visuais com materiais multicoloridos diversificados, o que resultou em trabalhos bem resolvidos e de ótima qualidade estética (Fotos 4 e 5).

Foto 4 – Algumas produções feitas por alunos do PIPE 1 nas oficinas de criação plástica em tecelagem. Fonte: Arquivo pessoal

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Foto 5– Outras produções feitas por alunos do PIPE 1 nas oficinas de criação

plástica em tecelagem / Fonte: Arquivo pessoal

Ao término da disciplina de PIPE 1, os discentes explicitaram no seu portfólio individual os relatos acerca dos estudos, experimentações e vivências oportunizadas no decorrer do semestre letivo e puderam relatar textual e plasticamente como foi prazeroso e enriquecedor o processo de ensino-aprendizagem percorrido em cada aula, enfatizando a técnica da tecelagem na própria diagramação de seus trabalhos e agregando os conhecimentos construídos durante as aulas à sua produção artística. Alguns alunos deram continuidade aos trabalhos com a tecelagem levando-os para uma esfera maior da sua própria poética, fazendo dessa técnica parte principal de sua produção artística.

A experiência aqui relatada pode evidenciar o quanto é importante nutrir o repertório conceitual do aluno na sua formação docente inicial e alargar seus olhares sobre o ensino de Arte na contemporaneidade. Dentre outros, foram utilizados procedimentos como a elaboração de registros textuais, imagéticos e audiovisuais na avaliação processual das experiências vividas dentro e fora da sala de aula, o que vem corroborar para o entendimento de um resultado positivo no que tange aos objetivos inicialmente traçados. A partilha de idéias, experiências e saberes entre alunos e docentes, destacou-se não apenas nos relatos escritos, mas especialmente na visualidade das produções plástico-visuais resultantes dos estudos realizados durante o semestre.

Como autoras e proponentes das estratégias de ensino aqui expostas − realizadas na formação inicial de professores de Arte da Universidade Federal de Uberlândia − firmamos ainda que as convicções construídas sobre a importância do comprometimento dos Arte-educadores com sua prática docente são fundamentais na realização de projetos bem-sucedidos, que possam nortear novas pesquisas e novos meios de se ensinar e aprender Arte.

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Sob nossa perspectiva, é de fundamental importância que os docentes, na sua formação inicial e continuada, levem em consideração suas raízes culturais para embasar suas escolhas sobre o que e como ensinar Arte. Torna-se imprescindível a todos nós ponderar sobre o que fazemos, refletir sobre quem somos e onde vivemos. Nesse sentido, idealizamos a formação docente do aluno universitário como uma rede de interações entre múltiplas estratégias, em meio a ações e reflexões, estudos e pesquisas, experimentações e vivências, construídas gradativamente nas particularidades de cada aula, de cada turma, de cada aluno e de cada procedimento de ensino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA, Ana Mae. A imagem no Ensino de Arte. São Paulo: Perspectiva, 1991. DUARTE JR, João Francisco. Porque arte-educação? Campinas: Papirus, 1983.

MARTINS, Mirian Celeste F. D. et. al. Didática do Ensino da Arte: A Língua do Mundo: Poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.

MARTINS, Valéria Cristina de Paula. Tecelagem o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: falas/pistas para reflexão. In: MACHADO, Maria Clara Tomaz; ABDALA, Mônica Chaves (Orgs.). Caleidoscópio de saberes e práticas populares. Uberlândia: EDUFU, 2007, p. 131-139. (Catálogo da Produção Cultural do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba)

SILVEIRA, Teresa Cristina Melo da. A Arte na educação: saberes e práticas educativas em uma área de conhecimento integrada às outras. Caderno de Pedagogia. Ribeirão Preto, ano 11, n. 11, p. 90-104, 2006.

______. Ensino de arte na Rede Municipal de Uberlândia. Festival de Arte INTERNO/EXTERNO. Uberlândia, 2007. 1 CD-ROM.

______. Conquistas do Ensino de Arte na Rede Pública de Educação. Digital Art&. ISSN 1806-2962, ano VI, n. 09, abr. 2008. Disponível em: <http://www.revista.art.br/>. Acesso em: 03 out. 2008a.

______. Constituição de saberes e práticas docentes em e sobre um grupo de professores de arte. Disponível em: <http://www.nupea.fafcs.ufu.br/dissertacao08.htm>. Acesso em: 15. mar. 2008b.

SILVEIRA, Teresa Cristina Melo da; MACHADO, Edivânia Pereira. A construção do conhecimento em arte: possibilidades vivenciadas no HCU. Festival de Arte INTERNO/EXTERNO. Uberlândia, 2007. 1 CD-ROM.

SILVEIRA, Teresa Cristina Melo da; MENDES, Maria Gisele. O congado e o ensino da arte: transformando pré-conceitos em conceitos. Festival de Arte INTERNO/EXTERNO. Uberlândia, 2007. 1 CD-ROM.

UBERLÂNDIA. Secretaria Municipal de Educação. Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais. Diretrizes Curriculares para o Ensino de Arte. 2003.

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