Carlos Bernardo González Pecotche
RAUMSOL
EDITORALOGOSÓFICA2
Tomo
Nas entranhas
da América
gesta-se o futuro
da humanidade.
Logosofia
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OLETÂNEA DA
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“N
AS ENTRANHAS DAA
MÉRICA GESTA-
SE O FUTURO DA HUMANIDADE.”
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Intermedio Logosófico, 216 págs., 1950. (1)
Introducción al Conocimiento Logosófico, 494 págs., 1951.
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(1) (2) (4) (7)Colección de la Revista Logosofía (tomos I
(1), II
(1), III), 715 págs., 1980.
Colección de la Revista Logosofía (tomos IV, V), 649 págs., 1982.
(1) Em português. (2) Em inglês. (3) Em esperanto. (4) Em francês. (5) Em catalão. (6) Em italiano. (7) Em hebraico
Título do original
Colección de la Revista Logosofía
Carlos Bernardo González Pecotche RAUMSOL
Revisão da tradução José Dalmy Silva Gama Capa e projeto gráfico Carin Ades Produção Gráfica Adesign
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) González Pecotche, Carlos Bernardo, 1901-1963.
Coletânea da Revista Logosofia, tomo 2 / Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol) ;
[revisão da tradução José Dalmy Silva Gama]. --São Paulo : Logosófica, 2005.
Título original: Coleccíon de la Revista Logosofia ISBN 85-7097-060-9
1. Logosofia I. Título
05-5979 CDD-149.9
Índices para catálogo sistemático: 1. Logosofia : Doutrinas filosóficas 149.9
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Vide representantes regionais na última página.
Coletânea da Revista Logosofia
TOMO 2
Sumário 1. A amizade
(fevereiro–1941– pág.25) . . . .1 2. Definição de conceitos ante as diversas formas adotadas pelo
pensamento comum (abril–1941– pág.19) . . . .5 3. Um dilema de consciência: A liberdade como expressão de um
mundo civilizado (agosto–1941– pág.11) . . . .7 4. As diversas vidas do homem
(outubro–1941– pág.9) . . . .11 5. Conceito logosófico de "vontade"
(outubro–1941– pág.27) . . . .15 6. O poder dos estímulos
(novembro–1941– pág.3) . . . .17 7. Variações sintomáticas do temperamento humano: Movimentos
mentais que delineiam interessantes quadros psicológicos
(novembro–1941– pág.9) . . . .23 8. Caracteres peculiares da psicologia humana
(dezembro–1941– pág.13) . . . .27 9. A suscetibilidade: Estados temperamentais – Perturbações
psicológicas por ações reflexas (dezembro–1941– pág.17) . . . .31 10. O despotismo: Estudo crítico sobre a
intemperança humana (março–1942– pág.11) . . . .35 11. A verdade sobre a palavra "poder": Conceito logosófico
(abril–1942– pág.3) . . . .39 12. O que a Logosofia chama de campo experimental
(maio–1942– pág.3) . . . .45 13. A paciência como fator de êxito
(maio–1942– pág.17) . . . .49 14. A confiança em sua expressão ética
(maio–1942– pág.19) . . . .51 15. A inocência como fator de bem
(junho–1942– pág.7) . . . .55 V
16. Traços científicos sobre a psicologia humana
(setembro–1942– pág.3) . . . .59 17. O capital não existe:
Cotação do esforço e soma do produto humano para a
avaliação do trabalho (novembro–1942– pág.5) . . . .81 18. Conceito sobre a religião e os imperativos da consciência:
O Templo do Conhecimento
(fevereiro–1943– pág.9) . . . .89 19. Estudo sobre as perguntas e sobre o ato de perguntar
(março–1943– pág.3) . . . .95 20. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo "crer"
(abril–1943– pág.15) . . . .101 21. A quinta-essência do pensamento original:
Antes do Verbo foi a Mente (maio–1943– pág.9) . . . .105 22. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo "igualdade"
(maio–1943– pág.13) . . . .109 23. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo
"sensibilidade" (junho–1943– pág.15) . . . .115 24. O verbo logosófico e seu inconfundível caráter
(julho–1943– pág.5) . . . .119 25. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo "humildade"
(julho–1943– pág.9) . . . .123 26. Particularidades básicas de certas reações: O amor-próprio
(julho–1943– pág.13) . . . .127 27. A cultura – Suas três fases na vida do ser: superior, média e inferior
(agosto–1943– pág.3) . . . .131 28. De como todos os seres humanos podem ser profetas
(agosto–1943– pág.13) . . . .135 29. A dúvida. Seu equivalente moral e racional
(novembro–1943– pág.7) . . . .141 30. O divino e o humano
(novembro–1943– pág.15) . . . .145 31. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo "simpatia"
(novembro–1943– pág.15) . . . .149 32. A juventude no futuro dos povos
(dezembro–1943– pág.3) . . . .153 VI
33. Riquezas da natureza humana: As expressões do rosto
(abril–1944– pág.3) . . . .159 34. A arte de ensinar e a vontade de aprender
(maio–1943– pág.3) . . . .163 35. O poder de adaptação
(maio–1944– pág. 9) . . . .169 36. A personalidade ideal, o arquétipo e a edificação do conceito
(junho–1944– pág.9) . . . .171 37. O fatalismo: Reflexões que o conceito logosófico sugere
(junho–1944– pág.9) . . . .175 38. A vida interna e a vida de relação
(outubro–1944– pág.9) . . . .179 39. O verbo do espírito e o verbo da matéria
(novembro–1944– pág.7) . . . .183 40. Considerações sobre a palavra "anelo"
(março–1945– pág.25) . . . .185 41. Aspectos da psicologia humana: A simpatia
(março–1945– pág.31) . . . .187 42. A Lealdade
(março–1945– pág.33) . . . .189 43. Altas finalidades da observação
(abril–1945– pág.23) . . . .191 44. O espírito e o espiritual
(maio–1945– pág.3) . . . .195 45. Orientações sobre a experimentação do conhecimento logosófico:
A felicidade (maio–1945– pág.15) . . . .199 46. Concepção logosófica das palavras: Acepção do vocábulo "gratidão"
(junho–1945– pág.14) . . . .203 47. A liberdade, princípio e fundamento da vida
(julho–1945– pág.3) . . . .205 48. Duas tendências que fluem da psicologia humana
(julho–1945– pág.5) . . . .207 49. O sentimento, força existencial da natureza humana
(setembro–1945– pág.3) . . . .209 50. Verdade e sabedoria
(setembro–1945– pág.15) . . . .211 VII
VIII
51. A responsabilidade como expressão dos valores humanos
(outubro–1945– pág.3) . . . .213 52. A indecisão em oposição ao livre-arbítrio
(novembro–1945– pág.11) . . . .215 53. Deficiências do temperamento humano: Inclinação a incomodar-se
(dezembro–1945– pág.9) . . . .217 54. As duas razões
(março–1946– pág.25) . . . .219 55. A crise de conceitos – A verdade como norte
(abril–1946– pág.13) . . . .223 56. A gratidão
(maio–1946– pág.13) . . . .229 57. A colaboração, base de um futuro melhor
(agosto–1946– pág.3) . . . .233 58. Onde começa e onde termina o tempo
(setembro–1946– pág.3) . . . .235 59. A consciência, essência da vida
(outubro–1946– pág.3) . . . .239 60. Os valores reais do homem
(dezembro–1946– pág.15) . . . .241 61. Conceitos sobre política
(julho–1947– pág.7) . . . .245 62. Particularidades psicológicas: O senso crítico. Conhecimento marginal
(agosto–1947– pág.3) . . . .249 63. O descontentamento
1
A
AMIZADE
Amizade! Ó sublime palavra, ante cuja invoca-ção se desvanecem as sombras que isolam o espí-rito humano do diáfano esplendor que ilumina os afetos mais puros e santifica o sentimento que, pela força do vínculo, une as vidas na plenitude da confiança, do respeito e da indulgência mútua.
Excelsa expressão, que reafirma na consciência a maravilhosa concepção do princípio substancial que alenta nossa existência.
O homem que não rendeu culto à amizade pode-rá ter vivido como um ente bruto, mas nunca como um ser humano.
%
A amizade, tal como é no fundo e em sua singeleza, equivale ao
afe-to que, nascendo no coração dos seres humanos, emancipa-se de afe-toda
mesquinhez e interesse, enaltecendo e enobrecendo o pensamento e o
sentimento dos homens.
Não se poderia conceber a amizade se ela não fosse presidida pelo
ternário simpatia-confiança-respeito, indispensável para nutrir o
sen-tir que a constitui. Se admitimos que o ódio é movido por espíritos
em discórdia que as forças do mal aproveitam para ampliar sua
abo-minação, com maior convicção ainda deveremos admitir que a
ami-zade, encarnando o espírito de solidariedade pela compreensão do
afeto, pode mover forças muito mais potentes que as do mal, pois ela
é o grande ponto de apoio sobre o qual se concentram as maiores
es-peranças do mundo.
É pelo signo da amizade que se unem os homens, os povos e as
ra-ças, e é sob seus auspícios que há de haver paz na terra.
2
Se algo existe na natureza humana que demonstre de forma mais
pal-pável a previsão do Criador Supremo ao lhe infundir seu hálito de vida é,
sem dúvida alguma, a propensão de todo ser racional a estender seu
afe-to ao semelhante, já que nisafe-to, poderíamos dizer, se apóia a manutenção
ou perpetuação da espécie humana. A força que a amizade infunde
reci-procamente nos seres sustenta a vida através de todas as adversidades e a
perpetua, apesar dos cataclismos que o mundo já teve de suportar.
A amizade entre os homens consegue realizar o que nenhuma outra
coisa consegue, por maior que seja. Não seria ousado afirmar que ela é
um dos poucos valores de essência superior que ainda restam no
ho-mem, que o elevam e dignificam, tornando-o generoso e humanitário.
Quando este sublime sentimento deixa de existir como alavanca de
en-tendimento, a humanidade despenca pela ladeira da destruição. É o que
estamos vendo hoje no Velho Mundo*. A cólera com freqüência
costu-ma tocostu-mar seu lugar, se ela não for arraigada profundamente na alcostu-ma do
ser, consagrando-se como parte incorruptível de sua própria vida.
Quem profana uma amizade lealmente forjada no crisol das
múlti-plas e mútuas provas que levam o selo da sinceridade, comete um dos
maiores pecados que mais cedo ou mais tarde haverá de purgar com
merecidos castigos.
Não se violam impunemente os preceitos naturais que tornam
possí-vel a convivência humana. Toda amizade sincera é presidida pelo
pró-prio Deus; quem atraiçoa essa amizade comete, em conseqüência, uma
inqualificável ofensa ao Supremo Juiz de nossos atos.
Embora seja certo que nem todos podem inspirar e ainda professar
uma verdadeira amizade, por carecerem de sentimentos adequados que
não desvirtuem o significado que substancia seu inegável mérito, ou
por impedi-lo, geralmente, características mentais ou psicológicas
ad-versas, é de todo ponto de vista admissível que possam, superando
suas condições pessoais, alcançar a graça de uma amizade ou de
mui-tas. Os néscios, sinônimo de insensatos, os hipócritas, os vaidosos e os
cínicos só criam inimizades.
3
Mas uma coisa que não sabem os que destroem francas e nobres
amiza-des é que a corrente de afeto altruísta bruscamente cortada por quem
de-frauda seu semelhante encontra sempre sólidos pontos de apoio no
cora-ção dos demais, daqueles que mais próximos estiveram dessa amizade.
Em geral, os homens esquecem em que circunstâncias nasceu esse
sentimento e como foi aumentando gradualmente, até os limites do
maior apreço. Daí também que apareça, na alma dos que o truncam
sem justificativa alguma, o tão desprezível estigma da ingratidão.
Fácil será deduzir, pelo exposto, que a humanidade só deixará de
existir como tal se a amizade se extinguir por completo no coração
dos homens.
Carlos Bernardo González Pecotche