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Relatório sobre as contas anuais da Empresa Comum Europeia para o ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão relativas ao exercício de 2013

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EUROPÄISCHER RECHNUNGSHOF EUROOPA KONTROLLIKODA ΕΥΡΩΠΑΪΚΟ ΕΛΕΓΚΤΙΚΟ ΣΥΝΕΔΡΙO

EUROPEAN COURT OF AUDITORS COUR DES COMPTES EUROPÉENNE

CÚIRT INIÚCHÓIRÍ NA HEORPA

EUROPSKI REVIZORSKI SUD CORTE DEI CONTI EUROPEA EIROPAS REVĪZIJAS PALĀTA EUROPOS AUDITO RŪMAI I

TRIBUNAL DE CONTAS EUROPEU CURTEA DE CONTURI EUROPEANĂ

EURÓPSKY DVOR AUDÍTOROV EVROPSKO RAČUNSKO SODIŠČE EUROOPAN TILINTARKASTUSTUOMIOISTUIN

EUROPEISKA REVISIONSRÄTTEN

Relatório sobre as contas anuais da

Empresa Comum Europeia para o ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão relativas ao exercício de 2013

(2)

ÍNDICE

Pontos

Introdução 1 - 3

Informações em apoio da declaração de fiabilidade 4

Declaração de fiabilidade 5 - 15

Opinião sobre a fiabilidade das contas 10

Opinião sobre a legalidade e a regularidade das operações

subjacentes às contas 11

Ênfase 12 - 14

Observações sobre a gestão orçamental e financeira 16 - 17

Apresentação das contas 16

Execução do orçamento 17

Observações sobre os controlos-chave dos sistemas de

supervisão e de controlo da Empresa Comum 18 - 22

Adjudicação de contratos operacionais e subvenções 19 - 20 Controlo e acompanhamento global dos contratos

operacionais e das subvenções 21 - 22

Outras questões 23 - 32

Atrasos no pagamento das contribuições dos membros 23

Quadro jurídico 24

Direitos de propriedade intelectual e política industrial 25 - 27

Conflitos de interesses 28

Relatório Anual de Atividades 29 - 30

Seguimento dado às observações anteriores 31 - 32

Acordo com o Estado anfitrião 31

(3)

1. A Empresa Comum Europeia para o ITER INTRODUÇÃO

1 e o Desenvolvimento da

Energia de Fusão (F4E) foi instituída em março de 20072

2. As atribuições da Empresa Comum são as seguintes

por um período de 35 anos. As principais instalações de fusão deverão ser implantadas em Cadarache (França), mas a Empresa Comum está sedeada em Barcelona.

3

a) fornecer a contribuição da Euratom para a Organização Internacional de Energia de Fusão ITER

:

4

b) fornecer a contribuição da Euratom para as "Atividades da Abordagem mais Ampla" (atividades de investigação complementares no domínio da energia de fusão) com o Japão para fins de uma concretização rápida da energia de fusão;

;

c) preparar e coordenar um programa de atividades tendo em vista a preparação da construção de um reator de fusão de demonstração e de instalações conexas, incluindo a Instalação Internacional de Irradiação de Materiais de Fusão.

1 ITER: Reator Termonuclear Experimental Internacional (International

Thermonuclear Experimental Reactor).

2 Decisão 2007/198/Euratom do Conselho, de 27 de março de 2007, que institui a

Empresa Comum Europeia para o ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão e que lhe confere vantagens (JO L 90 de 30.3.2007, p. 58).

3 O anexo indica sucintamente as competências, as atividades e os recursos

disponíveis da Empresa Comum, sendo apresentado a título informativo.

4 A Organização Internacional de Energia de Fusão ITER foi instituída em outubro

de 2007 por um período inicial de 35 anos com o objetivo de executar o projeto ITER, que visa demonstrar a viabilidade científica e tecnológica da energia de fusão. Os membros são a Euratom, a República Popular da China, a República da Índia, o Japão, a República da Coreia, a Federação da Rússia e os Estados Unidos da América.

(4)

3. Os membros da Empresa Comum são a Euratom, representada pela Comissão Europeia, os Estados-Membros da Euratom e países terceiros que tenham concluído com a Euratom acordos de cooperação no domínio da fusão nuclear controlada e que tenham exprimido o desejo de se tornar membros (em 31 de dezembro de 2013: Suíça).

4. O método de auditoria adotado pelo Tribunal inclui procedimentos de auditoria analíticos, testes das operações ao nível da Empresa Comum e uma avaliação dos controlos-chave dos sistemas de supervisão e de controlo, completados por provas resultantes dos trabalhos de outros auditores (quando pertinentes) e por um exame das tomadas de posição da gestão.

INFORMAÇÕES EM APOIO DA DECLARAÇÃO DE FIABILIDADE

5. Em conformidade com o disposto no artigo 287º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE), o Tribunal auditou:

DECLARAÇÃO DE FIABILIDADE

a) as contas anuais da Empresa Comum ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão, que são constituídas pelas demonstrações

financeiras5 e pelos relatórios de execução orçamental6

b) a legalidade e regularidade das operações subjacentes a essas contas. relativos ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2013;

5 As demonstrações financeiras são constituídas pelo balanço e conta dos

resultados económicos, pela demonstração dos fluxos de caixa, pela

demonstração da variação dos ativos líquidos, bem como por uma síntese das políticas contabilísticas significativas e outras notas explicativas.

6 Os relatórios de execução orçamental são constituídos pelos relatórios em si e

(5)

Responsabilidade da gestão

6. Nos termos dos artigos 39º e 50º do Regulamento Delegado (UE) nº 1271/2013 da Comissão7

a) a responsabilidade da gestão relativa às contas anuais da Empresa Comum consiste em conceber, executar e manter um sistema de controlo interno relevante para a elaboração e adequada apresentação de

demonstrações financeiras isentas de distorções materiais, devidas a fraudes ou erros, selecionar e aplicar políticas contabilísticas adequadas, com base nas regras contabilísticas adotadas pelo contabilista da

Comissão

, a gestão é responsável pela elaboração e adequada apresentação das contas anuais da Empresa Comum e pela legalidade e regularidade das operações subjacentes:

8

b) a responsabilidade da gestão relativa à legalidade e regularidade das operações subjacentes e à conformidade com o princípio da boa gestão financeira consiste em conceber, executar e manter um sistema de controlo interno eficaz e eficiente, incluindo uma supervisão e medidas

e elaborar estimativas contabilísticas razoáveis conforme as circunstâncias. O Diretor aprova as contas anuais da Empresa Comum após o seu contabilista as ter elaborado com base em todas as

informações disponíveis e redigido uma nota, que acompanha as contas, na qual declara, entre outros aspetos, ter obtido uma garantia razoável de que essas contas dão uma imagem verdadeira e fiel da situação

financeira da Empresa Comum em todos os aspetos materialmente relevantes;

7 JO L 328 de 7.12.2013, p. 42.

8 As regras contabilísticas adotadas pelo contabilista da Comissão inspiram-se nas

Normas Internacionais de Contabilidade do Setor Público (IPSAS) emitidas pela Federação Internacional de Contabilistas ou, quando pertinente, nas Normas Internacionais de Contabilidade (IAS)/Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) emitidas pelo Conselho das Normas Internacionais de Contabilidade.

(6)

adequadas para prevenir irregularidades e fraudes e, se necessário, processos judiciais para recuperar fundos pagos ou utilizados

indevidamente.

Responsabilidade do auditor

7. Compete ao Tribunal, com base na sua auditoria, fornecer ao Parlamento Europeu e ao Conselho9

8. A auditoria implica a execução de procedimentos visando obter provas de auditoria relativas aos montantes e às informações das contas, bem como à legalidade e regularidade das operações subjacentes. A escolha dos

procedimentos depende do juízo profissional do auditor, que se baseia numa avaliação dos riscos de as contas conterem distorções materiais e de não conformidade significativa das operações subjacentes com os requisitos do quadro jurídico da União Europeia, devidas a fraudes ou erros. Ao avaliar estes riscos, o auditor examina os controlos internos aplicáveis à elaboração e adequada apresentação das contas, bem como os sistemas de supervisão e de controlo utilizados para garantir a legalidade e regularidade das operações subjacentes e concebe procedimentos de auditoria adequados às

circunstâncias. A auditoria implica ainda apreciar se as políticas contabilísticas uma declaração sobre a fiabilidade das contas

anuais, bem como sobre a legalidade e regularidade das operações subjacentes. O Tribunal efetua a sua auditoria em conformidade com as normas internacionais de auditoria e os códigos deontológicos da IFAC e as Normas Internacionais das Instituições Superiores de Controlo da INTOSAI. Estas normas exigem que o Tribunal planeie e execute a auditoria de modo a obter uma garantia razoável de que as contas anuais da Empresa Comum estão isentas de distorções materiais e de que as operações subjacentes são legais e regulares.

9 Artigo 107º do Regulamento Delegado (UE) nº 1271/2013 da Comissão

(7)

são adequadas e as estimativas contabilísticas razoáveis, bem como avaliar a apresentação das contas no seu conjunto.

9. O Tribunal considera que as provas de auditoria obtidas são suficientes e adequadas para constituírem uma base das opiniões a seguir apresentadas.

Opinião sobre a fiabilidade das contas

10. Na opinião do Tribunal, as contas anuais da Empresa Comum refletem fielmente, em todos os aspetos materialmente relevantes, a sua situação financeira em 31 de dezembro de 2013, bem como os resultados das suas operações e fluxos de caixa relativos ao exercício encerrado nessa data, em conformidade com as disposições do seu regulamento financeiro e com as regras contabilísticas adotadas pelo contabilista da Comissão.

Opinião sobre a legalidade e a regularidade das operações subjacentes às contas

11. Na opinião do Tribunal, as operações subjacentes às contas anuais da Empresa Comum relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2013 são, em todos os aspetos materialmente relevantes, legais e regulares.

Ênfase

12. Sem colocar em causa as opiniões expressas nos pontos 10 e 11, o Tribunal chama a atenção para a questão exposta em seguida. Nas suas conclusões adotadas em 7 de julho de 201010

10 Conclusões do Conselho relativas ao ponto da situação sobre o ITER de

7 de julho de 2010 (Ref.11902/10).

, o Conselho aprovou uma contribuição de 6,6 mil milhões de euros (a valores de 2008) da Empresa Comum para a fase de construção do projeto ITER. Este montante, que duplicou os custos inicialmente orçamentados para esta fase do projeto, não

(8)

incluía a soma de 663 milhões de euros proposta pela Comissão Europeia em 2010 para cobrir eventuais imprevistos11

13. O valor da contribuição da Empresa Comum para a fase de construção do projeto ITER corre significativos riscos de aumento, resultantes principalmente de alterações nas prestações previstas no projeto e do calendário atual, que é considerado irrealista

.

12. Em novembro de 2013, a Empresa Comum estimava

que o défice ("contingência negativa") até à conclusão da fase de construção do projeto se eleve a 290 milhões de euros13

14. Em relação a estes riscos, a Empresa Comum ainda não instituiu, ao nível dos contratos, um sistema de acompanhamento regular dos desvios dos custos nem atualizou a valorização da sua contribuição para o projeto ITER após a conclusão de fase de construção

. No momento da auditoria (abril de 2014), a Empresa Comum calculava que o atraso desta fase de construção seria de, pelo menos, 30 meses.

14

11 Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e ao Conselho, de 4 de maio

de 2010, intitulada "Ponto da situação sobre o ITER e opções para o futuro" (COM(2010) 226 final).

.

12 Conclusões do Serviço de Auditoria Interna da Comissão sobre o procedimento

de diálogo concorrencial para a adjudicação do lote 03 do concurso (Edifícios Tokamak). Ver igualmente observações constantes do relatório "Potential for Reorganization within the ITER project" de 2013, realizado pela empresa Ernst & Young a pedido do Parlamento Europeu, sobre o risco significativo que corre a contribuição da Empresa Comum para o projeto com os níveis atuais de imprevistos

(http://www.europarl.europa.eu/meetdocs/2009_2014/documents/cont/dv/study_g eier/study_geieren.pdf); ver ainda a Comunicação da Comissão ao Conselho da União Europeia, de 14 de fevereiro de 2013 (5852/13 RECH 21 ATO 19),

sublinhando as preocupações existentes sobre o avanço do projeto, em especial a contenção dos custos e os atrasos de calendário.

13 Este valor representa um desvio de 4,39% em relação ao valor aprovado pelo

Conselho em 2010 (Relatório sobre os progressos realizados pela Energia de Fusão ao Conselho da Competitividade de novembro de 2013).

14 O total dos recursos indicativos considerados necessários para a Empresa

Comum ao longo dos seus 35 anos de duração foi determinado em conformidade com o nº 1 do artigo 4º da Decisão do Conselho relativa à Fusão para a

(9)

15. As observações que se seguem não colocam em questão as opiniões do Tribunal.

Apresentação das contas

OBSERVAÇÕES SOBRE A GESTÃO ORÇAMENTAL E FINANCEIRA

16. Nas notas às demonstrações financeiras, o quadro e as informações incluídos na rubrica 4.3.1.1 "Acordos de adjudicação de contratos com a Organização Internacional ITER" refletem os acordos assinados (coluna 3) e os acordos creditados até à data (coluna 4). Porém, o quadro não mostra o grau de adiantamento dos trabalhos em curso, contendo apenas uma estimativa limitada nessa matéria. Estas informações são essenciais para indicar a situação das atividades efetuadas até à data pela Empresa Comum no que se refere aos acordos de adjudicação de contratos assinados com a Organização Internacional ITER.

Execução do orçamento

17. O orçamento definitivo de 2013 disponível para execução era constituído por dotações de autorização no valor de 1 297 milhões de euros e dotações de pagamento no valor de 432,4 milhões de euros. As taxas de execução das dotações de autorização e de pagamento foram, respetivamente, de 100% e de 89,8%. No entanto, a taxa de execução das dotações de pagamento indicada no orçamento inicial de 2013 era de apenas 57,8%15

Produção de Energia de 27 de março de 2007, tendo sido estabelecido em

9 653 milhões de euros. Apenas a contribuição da Empresa Comum para a fase de construção do projeto, no princípio estimada em 2,7 mil milhões de euros, foi revista em 2008, tendo resultado no dobro da estimativa inicial.

. No que respeita

15 As dotações de pagamento disponíveis no orçamento inicial adotado em

11 de dezembro de 2012 elevavam-se a 677,2 milhões de euros. Foram depois reduzidas para 432,4 milhões de euros nos orçamentos retificativos de 27 de junho e de 10 de dezembro de 2013, devido sobretudo aos atrasos registados na execução das atividades relacionadas com o capítulo orçamental da construção do ITER.

(10)

às dotações de autorização, dos 1 254 milhões de euros disponíveis para atividades operacionais, 61,7% foram executados através de autorizações individuais diretas e os restantes 38,3% através de autorizações globais.

18. O Tribunal de Contas referiu anteriormente que os sistemas de controlo interno da Empresa Comum não tinham sido completamente estabelecidos. Embora se tenham alcançado progressos significativos em 2013, é ainda necessário aplicar várias medidas:

OBSERVAÇÕES SOBRE OS CONTROLOS-CHAVE DOS SISTEMAS DE SUPERVISÃO E DE CONTROLO DA EMPRESA COMUM

- em consequência do exercício realizado em 2013 para atualizar a estimativa de custos da contribuição da UE para a fase de construção do projeto, o processo de gestão dessa estimativa ao nível do sistema está agora instituído. No entanto, é necessário desenvolver mais o processo de gestão da referida estimativa ao nível dos contratos16

- os resultados da auditoria à aplicação da estratégia global de controlo e de acompanhamento das subvenções e dos contratos operacionais

;

17

- à exceção do plano de ação para a gestão dos contratos de peritos, os outros planos de ação adotados pela Empresa Comum em resposta às auditorias internas

da Empresa Comum ainda não estavam disponíveis quando da auditoria do Tribunal;

18

16 Até este processo estar instituído, o portal local integrado para comunicação de

informações (DWH) não pode realizar uma reconciliação eficaz entre o sistema contabilístico e o sistema de gestão dos projetos. Assim sendo, não fornece as informações necessárias para um acompanhamento regular dos desvios de custos (ver igualmente nota de rodapé 12 do relatório do Tribunal relativo ao exercício de 2012).

não tinham sido totalmente aplicados à data da

17 Pontos 15 e 23 do relatório do Tribunal relativo ao exercício de 2012.

18 Os planos de ação em resposta às auditorias internas relativas aos circuitos

(11)

auditoria.O Serviço de Auditoria Interna da Comissão Europeia

concluiu, no seu exame do procedimento de diálogo concorrencial para a adjudicação do lote 03 do concurso (Edifícios Tokamak), que tinham sido realizados progressos no sentido da aplicação dos princípios básicos da adjudicação de contratos públicos, mas salientou que o lote auditado continha incertezas consideráveis em termos de custos, associadas principalmente à possível evolução da conceção e planeamento do projeto ITER. Referia igualmente que uma parte substancial dos dados solicitados à Organização ITER, que a Empresa Comum deveria utilizar para a redação do caderno de encargos do concurso, não estava disponível no momento devido;

- o sistema de gestão de riscos de empresa não identificou novos riscos em 2013. Em relação às ações adotadas em resposta aos principais riscos identificados anteriormente19, 12 estavam executadas, 19

estavam em curso e 6 não tinham sido iniciadas em novembro de 201320

operacionais prévias à adjudicação de contratos, à adjudicação de contratos relativos aos edifícios da Empresa Comum, à seleção e recrutamento, bem como ao exame do procedimento de diálogo concorrencial para a adjudicação do lote 03 do concurso (Edifícios Tokamak). Os relatórios da auditoria interna ao processo orçamental da Empresa Comum (Plano anual de auditoria da Estrutura de Auditoria Interna para 2012) e ao acompanhamento da execução dos

contratos respeitantes aos edifícios ITER (Plano anual de auditoria da Estrutura de Auditoria Interna para 2013) ainda não estavam disponíveis quando da auditoria do Tribunal.

.

19 O sistema de gestão de riscos de empresa foi apresentado ao Conselho de

Administração em julho de 2012.

20 Alguns dos principais riscos classificados como muito elevados pela Empresa

Comum tiveram um impacto especial na execução do orçamento de 2013, designadamente: a baixa taxa de execução orçamental das dotações de pagamento em comparação com o plano inicial; a falta de concorrência ou concorrência muito reduzida em alguns procedimentos operacionais e em subvenções; incertezas quanto ao alcance final dos acordos de adjudicação de contratos durante a definição dos cadernos de encargos dos concursos ou durante a execução do contrato; atrasos na receção de dados técnicos da

(12)

Adjudicação de contratos operacionais e subvenções

19. Os procedimentos por negociação representaram 44% dos

41 procedimentos de adjudicação de contratos operacionais lançados em 2013 (40% em 2012). A Empresa Comum deve aumentar o caráter concorrencial dos procedimentos de adjudicação e reduzir o recurso aos procedimentos por negociação. No que se refere às subvenções, o número médio de propostas recebidas foi de apenas uma por convite.

20. Foram auditados cinco procedimentos de adjudicação de contratos operacionais. Identificaram-se as seguintes insuficiências:

- num procedimento de adjudicação, a Empresa Comum não procedeu à publicidade do contrato através da publicação de um anúncio de informação prévia, para aumentar a visibilidade e a concorrência; - num procedimento de adjudicação, registou-se um aumento de 32%

em relação à estimativa de custos inicial. Em dois outros

procedimentos, foi complicado reconciliar a diferença entre o valor do contrato final e o valor inicial estimado dada a natureza das

informações disponíveis no processo21

- num procedimento de adjudicação, a Empresa Comum não dispunha de orientações e procedimentos específicos para garantir que as prestações fornecidas por terceiros utilizadas como documentos de base nos procedimentos de adjudicação eram sistematica e

;

21 Esta situação foi particularmente relevante no lote 04 do concurso para o

fornecimento e instalação do complexo Tokamak e edifícios circundantes. A estimativa de custos inicial, a valores de 2008, ascendia a 186,6 milhões de euros. O contrato assinado elevou-se a 537,3 milhões de euros. A diferença ficou em parte a dever-se a pedidos significativos de alteração da conceção por parte da Organização ITER, a elementos adicionais e imprevistos, à evolução no alcance dos trabalhos e à transferência de atividades de outros lotes.

(13)

uniformemente revistas e formalmente aceites pela Empresa Comum22

- num procedimento de adjudicação, as alterações aos contratos iniciais resultaram num aumento do valor do contrato de 15% em comparação com o valor inicial. As informações disponíveis no processo não eram suficientes para concluir que tinha sido realizada uma avaliação da materialidade das alterações, como exigido pelos procedimentos internos da Empresa Comum

;

23

- a Empresa Comum ainda não instituiu um procedimento aplicável aos funcionários implicados em procedimentos de adjudicação; por

conseguinte, em dois procedimentos de adjudicação, os funcionários da Empresa Comum que prestavam aconselhamento técnico durante a avaliação das propostas a pedido da comissão de avaliação não

tinham sido formalmente nomeados, pela entidade competente para proceder a nomeações, como membros da comissão de avaliação ou como peritos que prestavam aconselhamento técnico à comissão

;

24

22 Esta observação foi igualmente formulada pelo Serviço de Auditoria Interna da

Comissão Europeia no seu relatório relativo ao lote 03 do concurso (procedimento de diálogo concorrencial para os edifícios Tokamak).

; num procedimento de adjudicação, o gestor orçamental nomeou uma equipa para conduzir um diálogo com os candidatos selecionados na sequência do convite à manifestação de interesse. Porém, a equipa não dispunha de um mandato formal que estabelecesse a estratégia

23 As informações disponíveis não incluíam decisões formais sobre a classificação

das alterações como não significativas e a respetiva fundamentação.

24 No entanto, todos os funcionários implicados tinham assinado declarações de

(14)

do diálogo, os objetivos a alcançar e os parâmetros técnicos, financeiros e contratuais das negociações25

- em outro procedimento de adjudicação, a fase de diálogo foi concluída quatro meses depois do previsto e as condições finais do contrato, bem como a versão técnica atualizada do caderno de encargos foram enviadas apenas em fevereiro de 2013. O prazo para o envio das propostas finais foi abril de 2013 (embora inicialmente estivesse previsto outubro de 2012). O contrato foi assinado quatro meses depois do prazo pretendido.

;

Controlo e acompanhamento global dos contratos operacionais e das subvenções

21. A Empresa Comum dispõe de um sistema para realizar auditorias26 ao

nível dos contratantes com o objetivo de verificar o cumprimento dos requisitos de garantia da qualidade27

22. Os resultados das auditorias ex post às subvenções e das verificações financeiras e de conformidade à execução dos contratos, que foram realizadas em consequência da aplicação da estratégia global de controlo e de

acompanhamento, não estavam disponíveis quando da auditoria do Tribunal (abril de 2014).

.

25 Esta observação foi igualmente formulada pelo Serviço de Auditoria Interna da

Comissão Europeia no seu relatório sobre o lote 03 do concurso (procedimento de diálogo concorrencial para os edifícios Tokamak).

26 Das 26 auditorias de qualidade realizadas em 2013, 22 estavam encerradas em

abril de 2014. As auditorias identificaram 35 situações de não conformidade com os procedimentos e 201 domínios a melhorar.

27 As auditorias abrangeram o plano de qualidade, situações de não conformidade,

controlo das compras e gestão da subcontratação, gestão da documentação e dos dados, gestão das alterações e dos desvios, plano de controlo da qualidade de obras de construção civil, calendário pormenorizado do projeto, gestão do risco de contrato e plano de controlo da qualidade dos trabalhos técnicos.

(15)

Atrasos no pagamento das contribuições dos membros

OUTRAS QUESTÕES

23. O pagamento das contribuições anuais28

Quadro jurídico

de 2013 por sete membros, num total de 2,2 milhões de euros, registou atrasos que variavam entre 3 e 48 dias.

24. O novo Regulamento Financeiro aplicável ao orçamento geral da União29 foi adotado em 25 de outubro de 2012, com efeitos a partir de 1 de janeiro de 201330. Contudo, o regulamento financeiro quadro aplicável aos organismos31

Direitos de propriedade intelectual e política industrial

referidos no artigo 208º do novo Regulamento Financeiro entrou em vigor em 8 de dezembro de 2013. A regulamentação financeira da Empresa Comum ainda não foi alterada para refletir estas alterações.

25. Em 27 de junho de 2013, o Conselho de Administração adotou a decisão sobre a aplicação da política industrial e da política relativa aos direitos de propriedade intelectual e de difusão da informação da Empresa Comum para a Energia de Fusão. No entanto, a Empresa Comum deve ainda adotar e aplicar medidas específicas para atenuar determinados riscos relacionados com a proteção dos direitos de propriedade intelectual e a difusão dos resultados de investigação.

28 Contribuições dos membros à exceção da Comissão Europeia e de França,

enquanto Estado-Membro de acolhimento.

29 Regulamento (UE, Euratom) nº 966/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho,

de 25 de outubro de 2012, relativo às disposições financeiras aplicáveis ao orçamento geral da União e que revoga o Regulamento (CE, Euratom) nº 1605/2002 (JO L 298 de 26.10.2012, p. 1).

30 Artigo 214º do Regulamento (UE, Euratom) nº 966/2012, com as exceções

referidas.

(16)

26. A Empresa Comum oferece aos contratantes direitos exclusivos de exploração da propriedade intelectual que produzam em domínios que não sejam a fusão e direitos não exclusivos no domínio da fusão. Esta oferta pode expor a Empresa Comum a um risco no que respeita à obrigação de esta reter o direito de acesso aos plenos direitos de propriedade intelectual

(conhecimentos preexistentes e novos conhecimentos) implicados nas contribuições europeias em espécie e poder transferir esse direito de acesso para a Organização ITER, se necessário.

27. A Empresa Comum deverá controlar a aplicação da cláusula contratual que obriga os contratantes a não procederem a qualquer divulgação dos resultados de investigação até que seja tomada uma decisão sobre a sua possível proteção.

Conflitos de interesses

28. A Empresa Comum adotou regras específicas para evitar eventuais conflitos de interesses dos membros do Conselho de Administração, do Comité Executivo, do Comité de Auditoria e dos seus peritos. Porém, deve ainda adotar regras aplicáveis ao pessoal e criar uma base de dados das declarações de interesses de caráter geral.

Relatório Anual de Atividades

29. No Relatório Anual de Atividades relativo a 2013, o Presidente do Conselho de Administração da Empresa Comum menciona os atrasos dos projetos e a necessidade de procurar economizar os custos e o Diretor refere os riscos associados a uma potencial insuficiência orçamental até 2020, principalmente relacionada com o âmbito mais alargado dos edifícios do projeto ITER e ao calendário atual, que está a ser revisto (ver ênfase nos pontos 12-14).

30. A declaração de fiabilidade do Diretor faz referência aos progressos alcançados em 2013 ao nível do ambiente de controlo global da Empresa

(17)

Comum, embora reconheça que algumas partes têm ainda de alcançar plena maturidade (ver ponto 18).

Seguimento dado às observações anteriores

Acordo com o Estado anfitrião

31. Em conformidade com o acordo de anfitrião assinado com o Reino de Espanha em 28 de junho de 2007, deveriam ter sido disponibilizadas instalações permanentes à Empresa Comum em junho de 2010. À data da auditoria (abril de 2014) esse ainda não era o caso.

Normas de execução do Estatuto dos Funcionários

32. A Empresa Comum ainda não adotou todas as normas de execução32 do

Estatuto dos Funcionários.

O presente relatório foi adotado pela Câmara IV, presidida por Milan Martin CVIKL, Membro do Tribunal de Contas, no Luxemburgo, na sua reunião de 21 de outubro de 2014.

Pelo Tribunal de Contas

Vítor Manuel da SILVA CALDEIRA Presidente

32 No que se refere, nomeadamente, ao recrutamento de agentes temporários, à

classificação no grau e no escalão por ocasião do recrutamento, ao trabalho a tempo parcial, à avaliação do diretor e às disposições alteradas relativas à licença familiar, à licença parental e aos direitos de pensão.

(18)

Empresa Comum Europeia para o ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão (Barcelona) ANEXO Competências e atividades Domínios de competência da União segundo o Tratado (Artigos 45º e 49º do Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica

Capítulo 5, sobre as "Empresas Comuns", do Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica, em especial:

Artigo 45º

"As empresas que sejam de importância fundamental para o desenvolvimento da indústria nuclear na Comunidade podem ser constituídas como Empresas Comuns, na aceção do presente Tratado, em conformidade com o disposto nos artigos seguintes..."

Artigo 49º

“As Empresas Comuns são constituídas por decisão do Conselho. As Empresas Comuns têm personalidade jurídica.” Competências da Empresa Comum (Decisão 2007/198/Euratom do Conselho) Objetivos

− Fornecer a contribuição da Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom) para a Organização Internacional de Energia de Fusão ITER;

− fornecer a contribuição da Euratom para Atividades da Abordagem mais Ampla com o Japão com vista à concretização rápida da energia de fusão;

− preparar e coordenar um programa de atividades tendo em vista a preparação da construção de um reator de fusão de demonstração e de instalações conexas, incluindo a Instalação Internacional de Irradiação de Materiais de Fusão (IFMIF).

Atribuições

− Supervisionar a preparação do local de implantação do projeto ITER;

− fornecer componentes, equipamentos, materiais e outros recursos à Organização ITER; gerir modalidades de adjudicação de contratos face à Organização ITER e, em

especial, procedimentos associados de garantia da qualidade;

− preparar e coordenar a participação da Euratom na exploração científica e técnica do projeto ITER;

− coordenar as atividades de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico de apoio à contribuição da Euratom para a Organização ITER;

− fornecer a contribuição financeira da Euratom para a Organização ITER;

− diligenciar no sentido de serem disponibilizados recursos humanos para a Organização ITER;

− estabelecer a ligação com a Organização ITER e realizar quaisquer outras atividades para a prossecução do acordo ITER.

Governação Conselho de Administração, Diretor e outros órgãos

O Conselho de Administração é responsável pela supervisão da Empresa Comum na prossecução dos seus objetivos e assegura uma colaboração estreita entre a Empresa Comum e os seus Membros na realização das suas atividades. Juntamente com o Conselho de Administração e com o Diretor, que é o mais alto responsável pela gestão corrente da Empresa Comum, sendo igualmente o seu representante legal, a Empresa Comum possui diversos órgãos:

Mesa, Painel Técnico Consultivo, Comité Executivo, Comité Administrativo e Financeiro, Comité de Auditoria.

Auditoria interna: Estrutura de Auditoria Interna e Serviço de Auditoria Interna (SAI) da Comissão Europeia desde 01/01/2012.

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Autoridade de quitação: Parlamento Europeu sob recomendação do Conselho. Meios colocados à disposição da Empresa Comum em 2013 Orçamento

431,6 milhões de euros de receitas definitivas (dotações de pagamento), dos quais 69% financiados por contribuição da Comunidade.

Efetivos em 31 de dezembro de 2013

262 lugares de funcionários e agentes temporários previstos no quadro do pessoal, dos quais 234 estavam ocupados;

142 lugares de agentes contratuais ocupados. Atividades e serviços

fornecidos em 2013 Para mais informações sobre as atividades e serviços fornecidos em 2013, queira consultar o sítio Internet da Empresa Comum F4E: http://www.fusionforenergy.europa.eu/ Fonte: Empresa Comum Europeia para o ITER e o Desenvolvimento da Energia de Fusão

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Ponto. Observações da Empresa Comum Energia de Fusão

16. Os quadros referidos refletem o crédito ganho pela Empresa Comum Energia de Fusão (Empresa Comum) com base nas etapas completadas do programa de concessão de crédito (CAS) acordadas com a Organização Internacional ITER no sentido da conclusão do contrato em causa. É isto que a

Organização Internacional ITER reconhece oficialmente no que respeita aos progressos. No entanto, o perfil do valor das etapas do CAS não representa corretamente os progressos reais dos trabalhos (i.e. aumenta à medida que o contrato avança, pelo que o reconhecimento através dos créditos é

enviesado). A Empresa Comum encetou, em 2014, as medidas necessárias para instituir um Relatório de Valor Ganho que permita que a Empresa Comum disponibilize as informações corretas

relativamente aos progressos dos trabalhos. Deve referir-se que, todos os anos, a Empresa Comum elabora um relatório anual sobre os progressos realizados que, em conjunto com o Relatório Anual de Atividades, apresenta informações adicionais sobre o progresso geral da contribuição europeia para o projeto ITER. Além disso, a Empresa Comum incluiu nas contas anuais relativas ao exercício de 2013 uma estimativa preliminar grosseira da percentagem de trabalhos concluídos, com base no montante das despesas relacionadas com acordos de adjudicação de contratos incorridas até à data,

comparando-o com o valor estimado da contribuição em espécie para o projeto.

17. No que respeita às taxas de execução das dotações de pagamento, o projeto ITER sofreu atrasos de calendário adicionais com um consequente atraso na assinatura de importantes contratos, o que impossibilitou a execução do pré-financiamento planeado. Esta situação foi provocada, principalmente, pelos atrasos na transmissão de dados pela Organização Internacional ITER e pelas demoras superiores ao previsto nas negociações com empresas visando a redução de custos em favor de uma melhor contenção de custos.

18. Foram realizados progressos significativos durante o ano de 2013 no que diz respeito ao sistema de controlo interno, envidando-se presentemente esforços adicionais no sentido de reforçar o ambiente de controlo da Empresa Comum. Conforme explicado abaixo mais detalhadamente, a execução das ações identificadas pela auditoria está já bastante adiantada:

Estimativas dos custos

A Empresa Comum concluiu uma atualização da base de referência de custos no nível 4 (acordos de adjudicação de contratos - nível de acordos de adjudicação de contratos) do regime de decomposição de trabalhos e uma estimativa preliminar aquando da conclusão, também no nível 4 do regime de decomposição de trabalhos tendo em conta as datas dos projetos disponíveis atualmente. Os dados serão alvo de atualização, especialmente assim que a implementação da planificação realista ao nível do projeto esteja concluída. A abordagem descendente em termos de determinação de custos adotada pela Empresa Comum permite agora que a organização expanda a realização da determinação de custos ao nível 6 do regime de decomposição de trabalhos (nível dos contratos). Este processo é longo e também moroso devido à necessidade constante de ajustar a informação já recolhida através da análise da evolução do projeto. Isto irá permitir à organização estabelecer uma base mais detalhada para a análise de custos, não obstante o facto de os dados já disponíveis no nível 4 do regime de

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Resultados da auditoria

Ver a nossa resposta ao ponto 22. Planos de ação

O estado geral da execução apresentou melhorias significativas desde o Comité de Auditoria de novembro de 2013 e encontra-se agora a 80 % (informação divulgada ao Comité de Auditoria de maio de 2014).

Sem tomar em consideração os dois relatórios de auditoria mais recentes publicados em finais de 2013 (Seleção e Recrutamento e Exame do Procedimento de Diálogo Concorrencial para a adjudicação do lote 03 do concurso - TB03), a taxa de execução equivale a 89 %. Os planos de ação relacionados com as auditorias relativas aos Circuitos Financeiros, Gestão de subvenções e Contratos de peritos foram implementados na íntegra.

Riscos empresariais

A Empresa Comum apresentou os riscos empresariais atualizados ao Comité de Auditoria em maio de 2014. Importa notar que, devido à falta de recursos, o Conselho de Administração concordou com a proposta de que a Empresa Comum realizasse apenas o acompanhamento regular e detalhado dos riscos classificados como muito elevados. O plano de ação proposto em resposta a tais riscos é prioritário, não esquecendo que algumas das ações são propostas de acordo com um espírito de aperfeiçoamento contínuo e nunca podem ser consideradas como estando concluídas.

19. A Empresa Comum concorda em parte com a observação de que a maioria dos procedimentos por negociação reportados pela auditoria encontram-se abaixo do limiar dos 50 000 euros indicado pelo regulamento da Empresa Comum, razão por que não devem ser considerados excecionais. Além disso, devido ao seu baixo valor médio, os procedimentos por negociação representam 44 % dos

procedimentos de adjudicação de contratos operacionais lançados durante o ano, mas menos de 15 % das autorizações anuais da Empresa Comum. A este propósito, o recurso a procedimentos por

negociação que envolvem valores reduzidos permite à Empresa Comum concentrar os limitados

recursos internos nos contratos de elevado valor e elevado risco, com um efeito benéfico de atenuação dos riscos. No que respeita ao muito baixo número de propostas recebidas no âmbito dos convites à apresentação de propostas, este facto deve-se a dois fatores principais. Por um lado, o carácter extremamente especializado das subvenções da Empresa Comum implica que a natureza do trabalho apenas tenha interesse para um número muito limitado de candidatos na Europa. Por outro, o sucesso do programa de fusão europeu no que respeita à criação de um espaço europeu de investigação sobre fusão com duplicação mínima dos esforços e estreita colaboração entre equipas com atividade em determinada área faz com que consórcios pan-europeus estejam na base da maioria das propostas em resposta aos convites à apresentação de propostas da Empresa Comum.

20. Relativamente às insuficiências identificadas, a Empresa Comum assinala que medidas encontram-se já em processo de implementação com vista à correção dessas insuficiências, conforme explanado abaixo.

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de emitir um anúncio de informação prévia para contratos de valor elevado (valor estimado dos contratos superior a 10 milhões de euros) e para contratos que o gestor orçamental considere

fundamentais. O procedimento de adjudicação de contratos referidos pela auditoria foi lançado antes da aprovação deste procedimento.

Estimativa dos valores dos contratos

A respeito do procedimento de adjudicação de contratos, que verificou um aumento de 32 % relativamente à estimativa de custos inicial, a Empresa Comum entregou aos auditores uma

reconciliação pormenorizada do aumento, principalmente devido a dois fatores: o tempo necessário para implementar o âmbito inicial foi reavaliado, o que provocou uma ampliação do tempo e a inclusão no contrato do alargamento do âmbito.

A respeito dos dois outros procedimentos de adjudicação de contratos, todos as informações relativas às diferenças de custos foram entregues aos auditores. Relativamente aos outros procedimentos, particularmente no que diz respeito ao contrato de adjudicação do lote 04 do concurso (TB 04), a Empresa Comum concorda que a reconciliação foi tornada mais complexa por razão dos documentos contidos no ficheiro de adjudicação de contratos. Isto deve-se principalmente à natureza,

complexidade e montantes implicados no contrato, o que, por sua vez, origina enormes volumes de documentação no ficheiro, não se devendo tanto a informação em falta ou incompleta.

Prestações fornecidas por terceiros utilizadas nos procedimentos de adjudicação de contratos

Com vista a garantir a aceitação adequada de prestações fornecidas por terceiros dando assistência na adjudicação de contratos e a assegurar a coerência e a conformidade com o quadro regulamentar, a Empresa Comum irá preparar uma lista de verificação relativa aos aspetos formais e qualitativos que carecem de implementação de forma a garantir a utilização correta de informações de terceiros. Alterações aos contratos

O facto de o gestor orçamental da Empresa Comum ter aprovado a alteração contratual sem lançar o novo procedimento de adjudicação de contratos conforme o artigo 100.º, n.º 2, alínea f) ou g), das normas de execução da Empresa Comum constitui prova de que as alterações contratuais foram consideradas não substanciais. Contudo, para que não haja dúvidas, a Empresa Comum incluirá o seguinte no formulário de pedido de alteração que acompanha o pedido efetivo de alteração aos contratos entregue ao gestor orçamental: (i) uma descrição do decurso do contrato com particular incidência nas alterações anteriores e (ii) uma avaliação específica da substancialidade da proposta de alteração ao contrato inicial tendo em vista eventuais alterações prévias.

Membros do pessoal implicados em procedimentos de adjudicação e mandato de negociação

Embora seja verdade que alguns membros do pessoal deram o seu contributo durante a avaliação das propostas a pedido da comissão de avaliação sem que tenham sido nomeados pela entidade

competente para proceder a nomeações, tanto na qualidade de membros da comissão de avaliação, como de peritos prestando aconselhamento sobre determinados aspetos das propostas, tal não apresentou um impacto negativo. Conforme referido pelo Tribunal, todos os membros do pessoal implicados assinaram as declarações de confidencialidade e ausência de conflito de interesses, regem-se pelo Estatuto dos Funcionários e apenas contribuíram factualmente com baregem-se no pedido da

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orçamental para o comité de negociação estabelecendo os limites que podem ser explorados. Atrasos na conclusão do diálogo concorrencial

Conforme reconhecido pelo Serviço de Auditoria Interna no Exame do Procedimento de Diálogo Concorrencial para a adjudicação do lote 03 (TB03) do concurso, a Empresa Comum é pioneira, no seio das instituições europeias, na utilização deste tipo de procedimentos de adjudicação de contratos, os quais são mais adequados para mercados complexos como o lote 04 (TB04) do concurso. O atraso na finalização e emissão do caderno de encargos do concurso após a conclusão das negociações reflete o processo de decisão necessário tendo em conta o âmbito do contrato em termos de complexidade e preço, e é necessário ainda ter em consideração o facto de que esse período abarcou as férias de Natal. Relativamente ao tempo para celebração de contratos, tal poderá resultar dos factos acima

mencionados, porém resulta geralmente do atraso acumulado no que diz respeito a outros contratos de construção da Organização Internacional ITER.

21. A Empresa Comum não tem observações a acrescentar.

22. Em termos de subvenções, existem efetivamente resultados da auditoria final em 2013 que foram já implementados. Mesmo sendo uma única auditoria, cobriu 21 % do montante total de contribuições pagas pela Empresa Comum para subvenções para o período de 2010 a 2013. O relatório final da empresa de auditoria externa foi disponibilizado ao beneficiário e os resultados foram já

implementados. Relativamente às três auditorias a realizar em 2014, a empresa de auditoria externa possui um número relevante de trabalhos em atraso e a Empresa Comum ainda não recebeu nenhum relatório (nem sequer o relatório preliminar que, segundo o contrato, deverá ser entregue após a conclusão do trabalho de campo).

No que diz respeito aos contratos públicos, em 2013, a estrutura de auditoria interna avaliou os

aspetos relacionados com finanças, conformidade, qualidade e desempenho de cinco contratos geridos pela Equipa do Projeto Responsável pelas Instalações, Edifícios e Fornecimento Energético. A primeira versão provisória do relatório foi entregue ao Diretor em 28 de março de 2014. Tendo em conta o procedimento contraditório e a elevada complexidade técnica e legal de alguns aspetos identificados pela estrutura de auditoria interna, foi entregue uma redação final ao Diretor em 30 de setembro de 2014. Porém, gostaríamos de ressalvar o facto de que diversas insuficiências identificadas pela estrutura de auditoria interna estão já em processo de saneamento.

23. É com satisfação que a Empresa Comum constata os progressos relacionados com o prazo de pagamento da contribuição dos membros, não obstante os incidentes apontados pelo Tribunal. Isto reflete-se no facto de que, tendo em conta a contribuição no valor de 2,2 milhões de euros sujeita a atraso, 1,7 milhões de euros, correspondentes às contribuições de dois membros, foram recebidos apenas com um atraso equivalente a um dia útil.

24. A Empresa Comum salienta que não ocorreram atrasos indevidos. O novo Regulamento Financeiro Quadro entrou em vigor em 8 de dezembro de 2013. A Empresa Comum avaliou as alterações trazidas pelo novo Regulamento Financeiro Quadro e a necessidade de derrogações, fulcrais para a organização dadas as suas necessidades operacionais específicas. Com base nessa avaliação, a Empresa Comum

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Conselho de Administração reúne-se duas vezes por ano e esta foi a primeira reunião após a entrada em vigor do Regulamento Financeiro Quadro na qual a Empresa Comum pôde apresentar uma proposta. Com base no disposto no artigo 5.º da Decisão 2007/198/Euratom do Conselho, a Empresa Comum aguarda agora que a Comissão emita um parecer prévio sobre o Regulamento Financeiro da Empresa Comum, uma vez que apenas após uma avaliação do parecer da Comissão se poderá apresentar uma versão final das normas ao Conselho de Administração para a próxima reunião de dezembro de 2014.

25. A Empresa Comum procurou o maior nível de compreensão e apoio possíveis por parte da indústria relativamente à execução dessa política. Em resultado disso, foi implementado um processo de consulta durante 2013 de forma a obter o parecer e, se possível, o acordo da indústria em relação a diversas soluções práticas. Importa destacar que, ao adotar as medidas para a aplicação funcional da política de propriedade intelectual, as cláusulas contratuais que serão usadas nas atividades

contratuais da Empresa Comum foram também adotadas. Isto foi intencional para permitir que a Empresa Comum aplicasse a política sem que seja necessário qualquer outra execução ou medidas regulamentares. De qualquer das formas, a fim de facilitar a integração da nova política nas práticas da Empresa Comum e garantir o seu cumprimento, foram realizados alguns ajustes no processo de decisão da Empresa Comum.

26. A Empresa Comum gostaria de salientar que o risco residual associado aos direitos exclusivos de exploração em domínios que não o da fusão propostos a contratantes da Empresa Comum é

efetivamente atenuado pelo facto de que a Empresa Comum retém, na qualidade de regra inabalável, o direito não exclusivo e transmissível de utilizar a propriedade intelectual desenvolvida no domínio da fusão. Não existem quaisquer conflitos entre a exclusividade concedida a aplicações em domínios que não o da fusão e os direitos partilhados pedidos para aplicações de fusão. Assim, esta diferenciação não implica riscos adicionais. A Empresa Comum irá tomar especial atenção à definição de limites em

relação ao que será considerado aplicação de fusão (o que, no mínimo, incluirá todos os sistemas, subsistemas e componentes abrangidos pelo acordo ITER), de forma a assegurar, no que diz respeito aos contratantes, a máxima clareza e transparência.

Além disso, a Empresa Comum considera que esta abordagem aos direitos de propriedade intelectual fomenta a concorrência, uma vez que as condições contratuais são mais atrativas para os contratantes, o que contribui para a contenção de custos e para a expansão da nossa presença na Europa.

27. A Empresa Comum gostaria de salientar que os proprietários dos ativos de propriedade intelectual estão, por definição, bastante interessados em assegurar que qualquer atividade de disseminação não impeça a proteção dos ativos. Este é especialmente o caso se o contratante tiver direitos exclusivos de exploração nos respetivos domínios principais que não o da fusão. A possibilidade de implementar um serviço de vigilância para invocar o incumprimento das condições contratuais caso um contratante realize uma publicação não autorizada não se afigura proporcional às dimensões dos riscos residuais e, na prática, a sua execução seria difícil.

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de adoção iminente. A base de dados específica das declarações de interesses de carácter geral está em processo de elaboração.

29. A Empresa Comum não tem observações a acrescentar. 30. A Empresa Comum não tem observações a acrescentar.

31. O acordo com o Estado anfitrião assinado em 2007 entre a Empresa Comum e o Reino de Espanha prevê efetivamente a disponibilização à Empresa Comum, pela Espanha, de instalações definitivas o mais tardar três anos após a assinatura do acordo. O acordo prevê ainda que, entretanto, e antes de disponibilizadas as instalações definitivas, a Espanha disponibilize instalações temporárias.

Uma vez que a Espanha ainda não disponibilizou as instalações permanentes previstas no acordo com o Estado anfitrião e se recusou a disponibilizar espaço adicional para as instalações temporárias, este aspeto foi levado à atenção do Conselho de Administração em dezembro de 2013. Nas suas conclusões, o Conselho de Administração da Empresa Comum:

• reconheceu a situação complicada que a Empresa Comum e o respetivo pessoal enfrentam nas atuais instalações temporárias e a importância da posse de um edifício exclusivo permanente para o desenvolvimento e bom funcionamento da Empresa Comum.

• instou a Espanha a cumprir as obrigações especificadas no acordo com o Estado anfitrião relacionadas com a disponibilização de instalações permanentes para a Empresa Comum assim que possível e decidiu solicitar ao Presidente do Conselho de Administração que escrevesse às autoridades espanholas com o intuito de expressar as preocupações do Conselho.

• instou a Espanha a providenciar, gratuitamente, escritórios temporários adicionais para a Empresa Comum proporcionais ao aumento acordado do pessoal da Empresa Comum até que as instalações permanentes estejam disponíveis.

As conclusões do Conselho de Administração foram transmitidas às autoridades espanholas, pedindo-lhes que prestem urgentemente atenção ao emitente e informem o Conselho de Administração da Empresa Comum acerca das ações que pretendem implementar de forma a cumprir as respetivas obrigações. As autoridades espanholas responderam afirmando que já disponibilizaram todo o espaço previsto no acordo com o Estado anfitrião, não sendo por isso possível disponibilizar espaço adicional. Para além das instalações permanentes, referiram também os debates realizados em 2010 e 2011 acerca de um eventual edifício na área, tendo sido posteriormente ignorado pela Espanha e pela Empresa Comum, indicando finalmente a existência de um processo em curso para a escolha de um local para o novo edifício, facto de que a Empresa Comum seria informada em breve. Não obstante as declarações feitas pelas autoridades espanholas no que diz respeito os progressos relativos à decisão sobre as instalações permanentes, é necessário sublinhar que a Empresa Comum não recebe notícias há mais de um ano. O relatório do grupo de trabalho que a Espanha refere foi finalizado em setembro de 2013 e não foram empreendidas ações desde então. A recente missiva do Secretário de Estado espanhol não apresenta nenhum elemento que leve a crer que foram realizados progressos

relativamente a esta questão. Conforme mencionado, por diversas vezes, às autoridades espanholas e ao Conselho de Administração, o espaço de trabalho disponível atualmente para a Empresa Comum é insuficiente e os problemas com ele relacionados vêm aumentando, o que impede que a Empresa

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Comum, as condições do espaço de trabalho foram consideradas uma das principais fontes de dificuldades e preocupações.

32. A Empresa Comum adotou já a maioria das normas de execução mencionadas pelo Tribunal: licença parental, licença familiar, direitos de pensão, avaliação do diretor, classificação no grau e trabalho a tempo parcial. No que diz respeito às normas sobre agentes temporários, estas foram apresentadas em inícios de 2013 para aprovação à Comissão, a qual não deu resposta, impossibilitando assim a

apresentação ao Conselho de Administração para aprovação em conformidade com o artigo 110.º do Estatuto dos Funcionários. Sucedeu o mesmo em relação a determinado número de normas de execução provisórias adicionais apresentadas à Comissão para aprovação em 2013. Entretanto, a reforma do Estatuto dos Funcionários entrou em vigor em 1 de janeiro de 2014, tornando necessários novos ajustes. A Empresa Comum tomou já as medidas necessárias e apresentou ao Conselho de Administração diversas normas da Comissão para que sejam aplicadas por analogia, incluindo disposições atualizadas sobre o trabalho a tempo parcial e classificação no grau, necessárias após a reforma. Além disso, encontram-se em curso os processos de consulta ao Comité do Pessoal acerca de outras normas, conforme estabelecido no novo artigo 110.º. Assim, esperamos continuar a progredir durante o presente ano, desde que a Comissão responda com um atraso razoável aos pedidos de derrogações da Empresa Comum. Finalmente, no que respeita a algumas normas (em particular a utilização e o recrutamento de agentes temporários, utilização e recrutamento de agentes contratuais, avaliação e reclassificação, licença sem vencimento para agentes contratuais e temporários), acordou-se com a Comissão a utilização de modelos de decisão comuns atualmente em elaboração por parte do Grupo de Trabalho Permanente composto por representantes das Agências e da Comissão.

Referências

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