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lanei no Rio Ribeirão (Paranaguá, Paraná, BR)

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(1)

KARlN

HOCH FEHLAUER

Estrutura da População e Táticas Reprodutivas de

Characidium

lanei

no Rio Ribeirão (Paranaguá, Paraná, BR)

fd'::~\~(;:'

Monográfj[il; apresentada ao curso de graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, como requisito para obtenção do grau de Bacharel.

(2)

ÍNDICE Agradecimentos Resumo Introdução Área de Estudo Materiais e Métodos Resultados

I. Período 1 (Março/1995 a Fevereiro/1997)

1. Estrutura populacional

1.1 Estrutura em tamanho

1.2. Proporção sexual

1.3. Relação pesol comprimento

2. Táticas reprodutivas

2.1. L50 e LlOO

2.2. Índice gonadossomático (IGS)

2.3. Freqüência de estádios de reprodução

2.3 .1. Indivíduos reprodutivos 2.3.2. Indivíduos não reprodutivos

2.4. Índice gonadal (IG ou M<)

2.5. Época reprodutiva

11. Período 2 (Agosto/200 1 a Julho/2002)

A. Amostra total

3. Estrutura populacional

3.1. Estrutura em tamanho

3.2. Proporção sexual

3.3. Relação pesol comprimento

4. Táticas reprodutivas

4.1. L50 e LlOO

4.2. Índice gonadossomático (IGS)

4.3. Freqüência de estádios de reprodução

4.3.1. Indivíduos reprodutivos 4.3.2. Indivíduos não reprodutivos

4.4. Índice gonadal (IG ou M<)

4.5. Época reprodutiva

B. Comparação entre os 3 pontos amostrais

5. Estrutura populacional em tamanho

Discussão Referências Bibliográficas 111 lV 1 5 6 11 13 13 13 15 15 16 16 17 17 17

...

18 18 18 24 24 24 24 24 26 27 27 27 27 27 28 28 33 33 33 35 39 ii

(3)

Agradecimentos

Ao professor Marcelo Aranha, pela orientação, paciência nas minhas horas de "surto" e

amizade. À Márcia Menezes, pela ajuda indispensável!

Aos colegas de laboratório Jean, Marcelinho, Almir e Juliana, pelo auxílio e realização das coletas.

A Fábio, Ana e Bianca, meus amigos. Ao Fábio, pela ajuda nas coletas e no processamento do material. Ao trio, pela grande amizade dedicada, paciência para ouvir minhas

reclamações e tempo disponibilizado para "a hora do cafezinho" e para um bate- papo no corredor.

Ao pai, à mãe e ao Gui, minha família querida, que sempre me apoiou e incentivou nos estudos de Biologia e em todos os aspectos da minha vida. Obrigada pelo amor e pela dedicação ...

Aos meus avós Carolina e Carlos, que me assistem desde pequena e sempre tiveram muito carinho para me dar. Obrigada pelo interesse constante e entusiasmo pelo o que eu

desenvolvi ao longo de minha graduação.

Finalmente, ao professor Amoldo, grande amigo que foi. Nunca me esquecerei do seu

carisma, companheirismo e pensamento positivo com relação à profissão do biólogo.

Obrigada pelos conselhos, sorrisos e amizade. Obrigada por sempre acreditar em mim. O nosso desentendimento não foi nada perto da saudade que eu e muitos alunos da Biologia sentimos de você.

(4)

Resumo

A flexibilidade nas estratégias bionômicas é uma característica importantíssima para peixes em riachos, pois lhes permite adaptarem-se melhor a um ambiente geralmente instável. Dentre estas estratégias, a reprodução tem papel fundamental na manutenção e dinâmica de uma população. Neste estudo, foram observadas a estrutura populacional e as táticas reprodutivas utilizadas por Characidium lanei em um riacho litorâneo do estado do Paraná.

Foram realizadas coletas em 2 períodos. No primeiro período (P 1) as coletas foram mensais de março/1995 a março/1996 e bimestrais, de maio/1996 a fevereiro/1997 e no segundo (P2) mensais de ago sto120 O 1 ajulho/2002. O método de captura utilizado para Pl foi o da

pesca elétrica. Para P2, foram utilizadas uma rede de arrasto e peneiras, ambas com malha fina (2mm). A cada coleta foram capturados, em média, 15 exemplares de C. lanei para

cada ponto. Os indivíduos de P 1 foram fixados e.tn car.npo utilizando formalina 10%, para posterior manuseio no laboratório. Para P2, os organismos foram congelados em campo e assim permaneceram em laboratório, pois foram analisados em poucos dias após cada coleta. Em laboratório, os exemplares foram medidos em comprimento total (com precisão de O,lcm) e pesados (com precisão de O,OOlg). Cada exemplar foi dissecado, identificado quanto ao sexo e avaliado o estádio de desenvolvimento gonadal: imaturo, adulto em reprodução (maduro e esvaziado), adulto não reprodutivo (em maturação, em recuperação e recuperado). As gônadas foram retiradas e pesadas (com precisão de O,OOlg). Foram calculados para cada período o L50, o LlOO, o IGS e o IG médios mensais para ambos os sexos. Também foram estimadas as épocas reprodutivas e analisadas a estrutura da população em relação ao tamanho, proporção sexual e relação pesol comprimento para cada

sexo.

(5)

Introdução

A reprodução é uma das características da história natural dos organismos de extrema importância, assim como o crescimento e a alimentação. O sucesso de uma determinada população no ambiente depende, dentre outros fatores, do modo de reprodução utilizado nas condições em que ela se encontra. Ambientes instáveis, tais como os riachos litorâneos, exigem das populações que os habitam um conjunto de táticas reprodutivas com considerável plasticidade. A plasticidade fenotípica refere-se à habilidade de um único genótipo produzir uma gama de fenótipos, quando exposto a um conjunto de ambientes, que diferem em um ou mais importantes aspectos (BAKER & FOSTER, 2002), ou a um ambiente instável. Segundo estes autores, quando um organismo está exposto a um ambiente que não apresenta nível ótimo em algum aspecto importante, as táticas adotadas por ele estão sujeitas a mudanças, as quais podem ocorrer via dois mecanismos fundamentalmente diferentes: plasticidade adapt;tivaou resposta inevitável de estresse. Entretanto, é di:ficil discernir se alguma característica observada sob condições não-ótimas é uma mudança adaptativa ou simplesmente o resultado de estresse (BAKER & FOSTER, op cit.).

Peixes de água doce têm demonstrado grande capacidade em adaptar sua dinâmica populacional às condições ambientais locais (e.g. KRAMER, 1978;

LOBON-CERvIÁ, MONTANES & SOSTOA, 1991), sendo que estas podem variar tanto sazonalmente

(e.g. BRAIN, FINN & BOOKE, 1988, SCHLOSSER, 1985) quanto em escala temporal mais

longa (e.g. HOROWITZ, 1978). KRAMER (op cit.) cita que a sazonalidade reprodutiva pode

ser controlada por diversos fatores, dentre os quais: a disponibilidade de alimento para ad\lltos ou jovens, a competição interespecífica por comida entre juvenis e a competição por locais de desova. Ainda KRAMER (op cit.) sugere que a sazonalidade poderia ser um mecanismo para o isolamento reprodutivo (apesar de refutar esta hipótese, pois as espécies já diferem na morfologia e no tamanho) ou um reflexo de evolução recente de

especializações para desova sob condições particulares.

(6)

tamanho e natureza dos gametas, estádio de desenvolvimento gonadal, organização do comportamento reprodutivo e, em algumas espécies, características como mudança de sexo

(WOOTTON,Op cit.).

Segundo V AZZOLER (1992), o sucesso alcançado pelos peixes deve-se à enorme gama de estratégias reprodutivas desenvolvidas pelo grupo, que englobam diversas táticas. Acredita-se que os peixes devam valer-se de táticas reprodutivas que variam de acordo com o meio no qual as espécies se encontram (WOOTTON, 1984). Para VAZZOLER (op. cit.), embora os peixes apresentem diferenças nas táticas reprodutivas em função da variação ambiental, algumas táticas não se alteram, pois são conservativas. As condições oscilantes dos ambientes de água doce devem ter desempenhado um papel determinante na seleção de características flexíveis para que as populações que vivem nesses sistemas pudessem ajustar-se à instabilidade do meio (MANN et aI., 1984), instabilidade esta que é marcante nos riachos litorâneos.

Além da estratégia reprodutiva, a ";'estnitura populacional é um importante aspecto a ser analisado na biologia dos peixes porque, junto com outros, caracteriza a estratégia de vida adotada por uma espécie (T AKEUTI, VERANI, ARANHA & MENEZES, 1999).

A região costeira brasileira, desde a região nordeste até o Rio Grande do Sul, é cortada por várias drenagens de rios que nascem na Serra do Mar e escoam diretamente no Oceano Atlântico, conhecidas como Bacia do Leste (MENEZES, 1972). Extensa área desta região costeira do Brasil era coberta no passado pela Floresta Atlântica que está hoje restrita a apenas 3% de sua área original, sendo que grande parte desta área está concentrada na região que compreende o litoral norte de Santa Catarina, o litoral do Paraná e o litoral sul de São Paulo. Atualmente, a maior concentração de áreas de preservação e conservação da Floresta Atlântica encontra-se no litoral do Paraná, e com isso existem diversas drenagens de rios costeiros parcialmente ou integralmente protegidos, tomando a região importantíssima para o estudo e a compreensão da estrutura e dinâmica destas comunidades. No sul do Brasil, as condições ambientais dos ecossistemas de água doce podem depender consideravelmente das mudanças no nível da água (AMARAL, ARANHA & MENEZES, 1998), pois as cheias que ocorrem nas estações chuvosas durante o verão conferem instabilidade aos riachos costeiros da Floresta Atlântica (ARANHA, 2000).

(7)

Os estudos desenvolvidos nestes ambientes têm sido de grande valia e

apresentado resultados de grande contribuição à ictiologia Particularmente em riachos

litorâneos do Paraná, diversos estudos foram desenvolvidos no Laboratório de Ecologia de

Rios, os quais contribuíram com vários artigos (AMARAL, ARANHA & MENEZES, 1998;

AMARAL, ARANHA & MENEZES, 1999; ARANHA, GOMES & FOGAÇA, 2000; ARANHA,

TAKEUTI & YosHIMURA, 1998; MENEZES, TAKEUTI, ARANHA & VERANI, 2000; TAKEUTI,

VERANI, ARANHA & MENEZES, 1999), duas teses de doutorado (ARANHA, 2000; MENEZES,

2000) uma dissertação de mestrado (T AKEUTI, 1997) e duas monografias de graduação (AMARAL, 1997; FOGAÇA, 1999). No entanto, como muitos destes riachos pennitem acesso somente a um ponto da sua drenagem, a questão sobre a representatividade dos dados para a drenagem como um todo gerou a necessidade da avaliação da dinâmica destas populações em diferentes trechos dos rios. O rio Ribeirão nasce na Serra da Prata, corre diretamente para a Baía de Paranaguá e permite amostragens em mais de um ponto na sua bacia de drenagem .

..

Apesar de estudos preliminares terem indicado elevada riqueza de espécies nos

rios da região (e.g. ARANHA, T AKEUTI & YosHIMURA, 1998), várias destas são raras e há

elevada dominância de poucas (ARANHA, 2000). No entanto, algumas espécies podem ser

consideradas abundantes na maioria dos rios litorâneos do Paraná e, dentre elas, Characidium

lanei é uma das espécies mais abundantes e constantes (ARANHA, 2000).

O gênero Characidium pertence à fàmília Crenuchidae e é composto de 67

gêneros (FISHBASE, 2000). O conhecimento sobre sua biologia é relativamente escasso. Recentemente foram publicados somente 9 artigos para o gênero, sendo deste total 3 de

cito genética (MAIsTRO, MATA & OLNElRA, 1998; VENERE, MIYAZAWA & GALETTI, 1999,

CENTOFANTE, BERTOLLO & MORElRA, 2001), 2 de biologia envolvendo alimentação e habitat

(ARANHA, TAKEUTI & YosfllMURA, 1998; ARANHA, GOMES & FOGAÇA, 2000), 3 de

sistemática e biogeografia (BUCKUP, 1992; BUCKUP & REIS, 1997; BucKUP & HAHN, 2000) e

1 de parasitologia (BOEGER, DOMINGUES & KRITSKY, 1997). Não há nenhum de reprodução,

somente uma tese de doutorado ainda não publicada (MENEZES, 2000). Tais dados

demonstram a necessidade de um maior conhecimento da biologia de Characidium.

O presente trabalho tem como objetivos gerais analisar a estrutura da

(8)

Os objetivos específicos são:

• analisar estrutura populacional em tamanho, a proporção sexual e a relação peso/ comprimento;

• estimar o comprimento médio de primeira maturação e o comprimento médio em que todos os indivíduos estão aptos à reprodução;

• definir a época reprodutiva pela freqüência de estádios de maturidade, variação do Índice Gonadossomático e do Índice Gonadal;

(9)

Área de Estudo

o

clima na região é tropical, superúmido, sem estação seca e isento de

geadas (KOEPPEN in lAP AR. 1978). A temperatura média anual varia de 17°C a 21°C

(MAACK, 1 98 J ).

O Rio Ribeirão (25°35'S~ 48°37'0) pertence à Bacia do Leste (estado do

Paraná) e nasce a 766m de altitude em relação ao nível do mar, na Serra da Prata (Figura 1).

Este rio é caracterizado por água clara, variado sombreamento pela vegetação marginal,

correnteza moderada e substrato composto por areia, folhiço e cascalho. Fonna uma bacia

isolada e deságua diretamente na baía de Paranaguá (T AKEUTl, 1 997).

Paranaguá

-1

Figura I: Mapa esquemático da bacia do Rio Ribeirão, Bacia do Leste, Paranaguá, Paraná.

Situa-se em uma região bem conservada da Floresta Atlântica com as

nascentes no Parque Nacional Saint- Hilaire/Lange. Apesar de ser utilizado

esporadicamente para recreação e de um dos trechos situar- se próximo a uma rodovia, a

(10)

Matel;ais e Métodos

Foram utilizados exemplares coletados em dois penodos. O ponto amostrado no primeiro penodo (PI) situa-se em um trecho intermediário do rio, caracterizado por fundo com predomínio de areia (ocorrendo folhiço na margem esquerda), margem direita parcialmente sombreada, com arbustos e árvores e margem esquerda com gramíneas em parte submersas (T AKEUTI, 1997) (Figura 2).

No segundo penodo foram amostrados três pontos, sendo o primeiro em um

tributário do Rio Ribeirão (R I) (Figura 3), o segundo em um trecho intermediário do próprio riacho (R2) (Figura 4) e o terceiro à jusante com relação ao segundo (R3) (Figura

5). O ponto superior RI possui fundo arenoso (com ocorrência de cascalho) e margens direita e esquerda com gramíneas em parte submersas e trechos bastante sombreados~

devido à presença de árvores e alguns arbustos. No ponto R2 predomina fundo de cascalho. com ocorrência de areia e folhiço. A margem direita é composta por gramíneas e a margem

esquerda por árvores e arbustos. O sombreamento é parcial. No ponto R3 o fundo é arenoso

e ambas as margens possuem predomínio de gramíneas~ com ocorrência de árvores (e

conseqüente sombreamento). O ponto amostraI do primeiro período situa-se entre os pontos R2 e R3 do segundo período (Figura 1).

(11)

Figura 3: Ponto R I de coleta durante o segundo período P2 (agosto/2001 ajuJho/2002)

(12)
(13)

No primeiro período as coletas foram mensais de março/1995 a março/1996 e bimestrais, de maio/1996 a fevereiro/1997 e no segundo mensais de agosto12001 a julho12002 (exceto em setembro, devido à ocorrência de fortes chuvas que causaram grandes cheias no riacho, impossibilitando a coleta). O método de captura utilizado para P 1 foi o da pesca elétrica. Para P2, foram utilizadas uma rede de arrasto e peneiras, ambas com malha fina (2mm).

A cada coleta foram capturados, em média, 15 exemplares de C. lanei para

cada ponto. Entretanto, os indivíduos de P1 foram fixados em campo utilizando formalina 10%, para posterior manuseio no laboratório. Para P2, os peixes foram congelados em campo e assim permaneceram em laboratório, pois foram analisados em poucos dias após cada coleta.

Os dados bióticos retirados das amostragens foram analisados com relação ao comprimento (O,lcm) e peso (O,OOlg) totais. As gônadas foram identificadas com auxílio de microscópio estereoscópio, quanto a~ sexo e estádio de desenvolvimento e pesadas (O,OOlg). Para sua descrição, foram utilizadas características como: forma, turgescência, cor, transparência, volume ocupado na cavidade abdominal, evidência da lmgação sangüínea e, nos ovários, a presença, o tamanho e a quantidade de ovócitos visíveis.

A estrutura populacional foi analisada quanto à freqüência de jovens e adultos, proporção sexual bimestral e total. A composição em tamanho foi verificada ao longo dos dois anos para Pl e ao longo do ano e em cada ponto amostraI para P2. Para esta análise, os exemplares foram agrupados em classes de tamanho definidas segundo a formulação de Sturges (SILVA & SOUZA, 1987).

Foram estimadas as equações da relação peso/comprimento para os sexos juntos e separados, as quais foram comparadas pelo método descrito em Takeuti et ai.

(1999). Por este método, foi verificado se a retas obtidas para cada sexo estariam contidas no intervalo de confiança da reta obtida para dados de todos os exemplares juntos. Caso estivessem, as retas de ambos os sexos seriam consideradas iguais. Por outro lado, caso não estivessem inteiramente contidas, as retas dos machos e das fêmeas seriam consideradas distintas.

(14)

Para a análise das táticas reprodutivas, foram estimados o comprimento médio de primeira maturação (L50) e o comprimento em que todos os indivíduos estão aptos à reprodução (LlOO), segundo V AZZOLER (1996).

A determinação da época de desova foi feita pela freqüência de estádios reprodutivos e pelas variações do índice gonadossomático e do índice gonadal (IG ou ~),

conforme proposto em VAZZOLER (op cit.).

(15)

Resultados

Foram realizadas análises macroscópicas de 674 gônadas. A partir do reconhecimento de cada sexo, foram estabelecidos 6 estádios de desenvolvimento gonadal para machos (Tabela I) e 7 para remeas (Tabela lI) (adaptado de T AKEUTI, 1997).

Tabela I: Estádios de desenvolvimento gonadal para machos de Characidium lanei

Estádios Características Macroscópicas das Gônadas

Imaturo dificil visualização

ocupação de 1 % a 5% na cavidade abdominal incolores e translúcidas

Filiformes

vasos sangüíneos nao visíveis

Em maturação ocupação de 5% a 15% na cavidade abdominal

brancas e opacas Saciformes

vasos sangüíneos evide..!ltes

Maduro ocupação de 15% a 40% na cavidade abdominal

brancas e opacas Saciformes

vasos sangüíneos evidentes Túrgidas

Esgotado ocupação de 10% a 20% na cavidade abdominal

brancas com áreas avermelhadas Tubulares

vasos sangüíneos arrebentados Flácidas

Em recuperação ocupação de 5 % a 10% na cavidade abdominal

brancas translúcidas Filiformes

vasos sangüíneos não visíveis Flácidas

Recuperado ocupação de 1 % a 5% na cavidade abdominal

incolores e translúcidas Filiformes

vasos sangüíneos não visíveis Flácidas

(16)

Tabela TI: Estádios de desenvolvimento gonadal para fêmeas de Characidium lanei

Estádios Características Macroscópicas das Gônadas

Imatura dificil visualização

ocupação de 1 % a 5% na cavidade abdominal incolores e translúcidas

Saciformes

vasos sangüíneos não visíveis

poucos ovócitos, muito pequenos e de mesmo tamanho

ovócitos não visíveis a olho desarmado (visualização possível com líquido de Bouin)

Em maturação ocupação de 5 a 25% na cavidade abdominal

amare\o-. alaranjadas Saciformes

vasos sangüíneos evidentes

vários ovócitos, pequenos e de mesmo tamanho gônada preenchida de maneira uniforme

Madura ocupação de 25% a 80% da cavidade abdominal

amare\o- escuras Saciformes

vasos sangüíneos evidentes Túrgidas

muitos ovócitos grandes e de mesmo tammmo

Semi- desovada ocupação de 15% a 30% da cavidade abdominal

amare\o- escuras com áreas avermelhadas Saciformes

vasos sangüíneos arrebentados Flácidas

vários ovócitos de diferentes tamanhos ovócitos esparsos

Desovada ocupação de 10% a 15% na cavidade abdominal

amarelo- escuras com áreas avermelhadas Sacitormes

vasos sangüíneos arrebentados Flácidas

poucos ovócitos, de diterentes tamanhos gônada praticamente vazia

Em recuperação ocupação de 5% a 10% da cavidade abdominal amarelo- alaranjadas

Saciformes

vasos sangüíneos não visíveis Flácidas

poucos ovócitos, pequenos e de mesmo tamanho ovócitos esparsos

Recuperada ocupação de 1 % a 5% da cavidade abdominal

incolores e translúcidas Saciformes

vasos sangüíneos não visíveis Flácidas

poucos ovócitos, muito pequenos e de mesmo tamanho

ovócitos não visíveis a olho desarmado (visualização possível com líquido de Bouin)

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BIBLIOTECA DE CI~NCIAS BIOlÓGICAS I UFPR

I. Período 1 (Março/1995 a Fevereilro/1997)

1. Estrutura populacional

Foram coletados 269 exemplares de Characidium lanei no Rio Ribeirão,

durante o primeiro período.

1.1 Estrutura em tamanho

Foram estipuladas 13 classes de comprimento de amplitude de 0,3 cm (Tabela 1lI). Characidium lanei ocorreu da classe 2,4- 2,6 cm à classe 6,0- 6,2 cm durante o

I

primeiro período. Machos foram mais freqüentes nas classes de tamanho 3,6- 3,8 cm (17,9%), 3,9- 4,lcm (17,9%) e 4,2- 4,4 cm (29,8%) e fêmeas nas classes 3,3- 3,5 cm (16,6%) e 3,9- 4,1 cm (17,8%). Juvenis foram mais frê'qüentes nas classes de tamanho 3,0-3,2 cm (28,6%) e 3,3- 3,5 cm (32,1 %) (Figura 6). Fêmeas apresentaram maior amplitude de comprimento (2,4-6,2 cm) em relação aos machos (3,0- 5,2 cm).

Tabela IIl: Amplitude das classes de comprimento (em) para Characidium lanei

Classes Amplitude (cm) 1 2,4-2,6 2 2,7-2,9 3 3,0-3,2 4 3,3-3,5 5 3,6-3,8 6 3,9-4,1 7 4,2-4,4 8 4,5-4,7 9 4,8-5,0 10 5,1-5,3 11 5,4-5,6 12 5,7-5,9 13 6,0-6,2

Analisando bimestralmente a ocorrência de juvenis e adultos para o período, foi verificado que os juvenis ocorreram apenas nos bimestres maio-junhoI1995,

(18)

julho-agosto/1995, janeiro-fevereiro/1996 e marçol1996, sendo predominantes somente em março/1996 (63%). Adultos ocorreram ao longo de todo o período (Figura 7).

33,0 .---.---;~---.---.---, 27,5 + n -., "g 22,0 - j - - - \

;g.

16,5 + - - - 1

J:

11,0 + - - -... ---1 5,5 +---1 0.0 -f-L..l-_,-'--__ -,-.L-.,;. '" t!- 0\ o N N N C"iN M"'('fj'" o on .., (i"'l"'M"

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.., .,;. '" t!- 0\ o N MM

'"

..,;- ..,;- ..,;- ... ..,;- ..,;-on' on' .,) '1")" '1')'" .,) on' ",3' \c)'" Classes de Comprimento

IOJuvenis .Fêmeas mlMachos I

n=269 Figura 6: Distribuição da freqüência de ocorrência das classe~de cçmprimento de machos, remeas e juvenis no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 O IlIjuveniS liilIadu~os I 'o g-rJ5 ~ 0\ "-N ;. "

i

B ~

2

n=269 Figura 7: Distribuição da freqüência de ocorrência de juvenis e adultos de Characidiurn lanei no Rio Ribeirão,

para o Primeiro Período

(19)

1.2. Proporção sexual

F êmeas foram estatisticamente predominantes na amostra total (X2= 19,27,

p<0,05). Ao longo dos bimestres, esta diferença ocorreu em março-abril/1995 (X2= 10,53,

p<0,05), maio-junho/1995 (X2

=

14,24, p<0,05) e setembro-outubrol1995 (X2

=

4,84, p<0,05) (Figura 8). 10 0,0 o 75,00 50,00 25,00 0,00

I

l i %fêmeas Im%machos

I

Figura 8: Variação bimestral e total da proporção sexual de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período

1.3. Relação peso/ comprimento

As retas obtidas na relação Ln pesol Ln comprimento para remeas e machos de Characidium lanei separadamente não estão contidas no intervalo de confiança estimado

para os dados grupados. Assim, foram estimadas as expressões matemáticas desta relação para remeas (Figura 9) e machos (Figura 10) separadamente.

(20)

y = 0,00~1X3,37J6 R2 = 0,8949 2 3 4 comprimento total (cm) 5 6 7 n=269

Figura 9: Relação peso/ comprimento para remeas de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período

H~r---~~--~

O , i i O Y = O, 006x3, 1084 R2

=

0,9182 2 3 4 comprimento total (cm) 5 6 7 n=269

Figura 10: Relação peso/ comprimento para machos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período

2. Táticas reprodutivas

\)

O comprimento médio de primeira maturação (L50) encontrado para fêmeas e machos foi aproximadamente o mesmo (3,1 em e 3,2 em, respectivamente). O

comprimento em que todos os indivíduos estão aptos à reprodução (L 100) estimado para as

fêmeas foi menor (3,9 cm) em relação ao estimado para os machos (4,2 em).

(21)

2.2. Índice gonadossomático (IGS)

Os maIOres valores médios mensais de IGS, encontrados para remeas e machos, foram de agostol1995 a janeiro/l 996 e novembro/1996 a fevereirol1997, com picos em outubrol1995, dezembrol1995 e novembro/l 996 para ambos os sexos (Figura 11). O maior valor de IGS individual encontrado para as reme as foi no mês de abril/1995 (26,67%) e para machos, no mês de dezembro/1995 (9,44%).

2.3. Freqüência de estádios de reprodução

2.3 .1.Indivíduos reprodutivos

Fêmeas maduras ocorreram em agosto/1995 a janeiro/1996 e novembro/1996 a janeiro/1997. Fêmeas semi~esovadas e desovadas ocorreram em março/1995 a maio/1995, outubro/1995 a novembro/1995, maio/1996 e janeirol1997 a fevereiro/1997 (Figura 12). Machos maduros ocorreram em agostol1995 a janeirol1996, novembro/1996 a dezembro/1996 e fevereiro/1997. Machos esgotados ocorreram somente em maio/1996 (Figura 13). 10,50

.

8,00

.

9,00 7,00 6,00 7,50 5,00 6,00 4,00 4,50 3,00 3,00 2,00 1,50 1,00 0,00 0,00 ~ ~

~

i

~ ~

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I-

--

- -

-Fêmeas Machos

I

Figura 11: Variação mensal de valores médios de IGS para remeas e machos de Characidium lanei no Rio

(22)

2.3.2. Indivíduos não reprodutivos

Fêmeas imaturas ocorreram em junho/1995, julho/1995, fevereiro/1996 e março/1996. Fêmeas em maturação ocorreram ao longo de todo o período, com exceção dos meses de julho/1995 e marçol1996. Fêmeas em recuperação e recuperadas ocorreram em março/1995 ajunho/1995 e fevereiro/1996 ajulho/1996 (Figura 14). Machos imaturos ocorreram em maio11995, fevereiro/1996 e março/1996. Machos em maturação ocorreram em quase todos os meses (exceto em junho/1995, setembrol1995, dezembrol1995, janeiro/1996, março/1996 e maio/1996). Machos em recuperação e recuperados ocorreram em março/1995, abri1l1995,junho/1995, julho/1995, maio/1996 e julho/1996 (Figura 15).

2.4. Índice gonadal (lG ou M<.)

Os maiores valores do índice gonadal encontrados para as remeas foram de agostol1995 ajaneirol1996 e novembro/1996 aj~eiro/1997 (Figura 16). Para os machos, os maiores valores encontrados foram em maiol1995, agostol1995 a fevereirol1996 e de novembro/1996 a fevereiro/1997 (Figura 17).

2.5. Época reprodutiva

Com base nos valores de IGS e deM<. e na freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal, foram encontradas duas épocas reprodutivas para a população de

Characidium lanei no Rio Ribeirão, durante o primeiro período: setembro/1995 a

janeiro/1996, com pICOS nos meses de outubro e dezembro, e outubro/1996 a fevereiro/1997, com picos nos meses de novembro e janeiro.

(23)

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Figura 12: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para remeas reprodutivas de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período (* = meses sem coleta)

(24)

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Figura 13: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para machos reprodutivos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período (*= meses sem coleta)

(25)

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(26)

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Figura 15: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para machos não reprodutivos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período (*= meses sem coleta)

(27)

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Figura 16: Variação mensal de valores médios de IG para têmeas de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período 0,000500 ---1 0,000450 + - - - ' l f - - - j 0,000400 + - - - j 4 - - - j 0,000350 + : A t + -0,000300 + - - - j l L - \ - f - - - - \ - - - " - - - j 0,000250 +---:---f~---1l-I_--"f__---___=i 0,000200 + - - * - - / - - - \ f - - t - - - + - i 0,000 150 +---jf-+--+----=--+---,~~"___1 0,000 100 +---+--1r---f---'f---/--~~~ 0,000050 +:.:;,,_..---'h""---\---...----7JI---j O,

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Figura 17: Variação mensal de valores médios de IG para machos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Primeiro Período

(28)

lI. Período 2 (Agosto/2001 a Julho/2002)

A. Amostra total

3. Estrutura populacional

Foram coletados 405 exemplares de Characidium lanei no Rio Ribeirão, durante o segundo

período.

3.1 Estrutura em tamanho

Foram estipuladas 13 classes de comprimento de amplitude de 0,3 cm (Tabela III). Characidium lanei ocorreu da classe 2,4- 2,6 cm à classe 6,0- 6,2 cm durante o segundo período. Machos foram mais freqüentes nas classes de tamanho 3,9- 4,1 cm (21,4%), 4,2- 4,4 fcm (20,4%) e 4,5- 4,7 cm (23,3%) e reme as nas classes 3,9- 4,1 cm (15,0%),4,5- 4,7 cm (25,0%) e 5,1- 5,3 cm (16,3%). Juvenis foram mais freqüentes nas classes de tamanho 3,0- 3,2 cm (24,7%), 3,3- 3,5 cm (18,8%) e 3,6- 3,8 (24,0%) (Figura 18). Fêmeas apresentaram maior amplitude de comprimento (3,1 -6,2 cm) em relação aos machos (3,3- 5,5 cm).

Analisando bimestralmente a ocorrência de juvenis e adultos para o período, verificou- se que juvenis e adultos ocorreram ao longo de todo o período (Figura 19). Juvenis foram predominantes apenas no bimestre abril- maio/ 2002 (64%).

3.2. Proporção sexual

Fêmeas foram estatisticamente predominantes (X2= 6,67 p<0,05). Ao longo do bimestres,

esta diferença ocorreu apenas em fevereiro- março 2002 (X2= 5,16p<0,05) (Figura 20).

(29)

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Figura 18: Distribuição da freqüência de ocorrência das classes de comprimento de Characidium lanei para machos, fêmeas e juvenis no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 O

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Figura 19: Distribuição da freqüência de ocorrência de juvenis e adultos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

(30)

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[ • %fêmeas m %machos [

Figura 20: Variação bimestral e total da proporção sexual de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

3.3. Relação pesol comprimento

As retas obtidas na relação Ln pesol Ln comprimento para remeas e machos de

Characidium lanei separadamente estão contidas no intervalo de confiança estimado para

os dados grupados. Assim, foi estimada a equação desta relação para os sexos juntos (Figura 21). 2,5 - - - . - . - -.. - - . - - - - . - - . - - . - - ; - - , o 2 § 1,5 -;;; É

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comprimento total (em)

5 6 7

n=405

Figura 21: Relação peso/ comprimento para têmeas e machos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

26

(31)

4. Táticas reprodutivas

o

comprimento médio de primeira maturação (L50) encontrado para fêmeas

e machos foi o mesmo (3,7 em). O comprimento em que todos os indivíduos estão aptos à

reprodução (LlOO) estimado para as fêmeas foi maior (5,lcm) em relação ao estimado para

os machos (4,9 em).

4.2. Índice gonadossomático (IGS)

Os maiores valores médios mensais de IGS encontrados para fêmeas foram de outubro/200 1 a dezembro/200 1 e, para machos, de novembro/200 1 a dezembro/200 1,

com picos em outubro/2001 para fêmeas e dez~mbro/2001 para machos (Figura 22). O

maior valor de IGS individual encontrado para as fêmeas e machos foi no mês de novembro12001 (13,84% e 5,87%, respectivamente).

4.3. Freqüência de estádios de reprodução

4.3.1.Indivíduos reprodutivos

Fêmeas maduras ocorreram em outubro1200 1 a dezembro/200 1 e julhol2002. Fêmeas semi- desovadas e desovadas ocorreram em outubro12001 e dezembro/2001 a fevereiro12002 (Figura 23). Machos maduros ocorreram em outubro/200 1 a dezembro/200 1 e julho/2002. Machos esgotados ocorreram em dezembro/200 1 a fevereiro/2002 (Figura 24).

(32)

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1- - - -

Fêmeas Machos I

Figura 22: Variação mensal de valores médios de IGS para remeas e machos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

4,3,2, Indivíduos não reprodutivos

Fêmeas imaturas ocorreram ao longo de todo o período, com exceção do mês de dezembro/200 1, Fêmeas em maturação também ocorreram ao longo de todo o período, com exceção do mês de fevereiro/2002, Fêmeas em recuperação e recuperadas ocorreram em quase todos os meses (exceto em outubro1200 1, abril/2002 e maiol2002) (Figura 25). Machos imaturos ocorreram ao longo de todo o período, com exceção do mês de novembro1200 1, Machos em maturação também ocorreram ao longo de todo o período, com exceção do mês de março/2002, Não foram encontrados machos em recuperação, Machos recuperados ocorreram em agosto/200l, outubro1200 1 e fevereiro/2002 a julho/2002 (Figura 26),

4.4, Índice gonadal (IG ou MZ)

Os maIOres valores do índice gonadal encontrados para as fêmeas e os machos foram de outubro1200 1 a dezembro1200 1 e julho12002 (Figura 27),

(33)

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Figura 23: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para fêmeas reprodutivas de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período (*= meses sem coleta)

(34)

50 40 30 20 10 O 80 60 40 20 O

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Figura 24: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para machos reprodutivos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período (*= meses sem coleta)

(35)

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Figura 25: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para remeas não reprodutivas de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período (*= meses sem coleta)

(36)

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Figura 26: Distribuição mensal da freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal para machos não reprodutivos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período (*= mês sem coleta)

(37)

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Figura 27: Variação mensal de valores médios de IG para fêmeas e machos de Characidium lanei no Rio Ribeirão, para o Segundo Período

4.5. Época reprodutiva

Os valores de IGS e do ~K e a freqüência de estádios de desenvolvimento gonadal demonstraram que a época reprodutiva para a população de Characidium lanei no Rio Ribeirão, durante o segundo período, ocorreu entre outubro12000 1 e dezembro/200 1.

B. Comparação entre os 3 pontos amostrais

4. Estrutura populacional em tamanho

As classes de tamanho mais freqüentes em R 1 distribuíram-se nas classes 3,9- 4,1 em a 5,1- 5,3 em (84,62%), em R2 nas classes 3,0- 3,2 em a4,8- 5,0 em (81,71%) e em R3 nas classes 2,4- 2,6 em a 4,5- 4,7 em (90,91 %) (Figura 28).

(38)

Distribuição de classes de tamanho para o ponto I ~ ':R

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Distribuição de classes de tamanho para o ponto 2

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Distribuição de classes de tamanho para o ponto 3

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Figura 28: Distribuição das freqüências de classes de tamanho para os 3 pontos amostrais, para o Segundo Período

(39)

Discussão

Os dados obtidos para o primeiro (Pl) e segundo (P2) períodos indicam o predomínio de adultos em quase a totalidade das amostragens. Em P 1 ,juvenis ocorreram de maio a agosto/ 1995 e janeiro a março/ 1996. Em P2, ocorreram em todos os bimestres. No entanto, o predomínio de exemplares juvenis foi somente significativo em março/ 1996 e abril-maio/ 2002, provavelmente devido à entrada de novos indivíduos na população, provenientes de atividades reprodutivas anteriores. O predomínio significativo de adultos nas amostras pode estar associado ao critério utilizado para as coletas. As classes de tamanho mais freqüentes encontradas no trecho superior do rio (ponto RI, P2) correspondem a 100% de indivíduos considerados adultos (com valores de comprimento total acima do comprimento médio de primeira maturação). As classes mais freqüentes encontradas nos trechos médios (ponto R2, P2, médio-superior; P 1, médio-inferior) correspondem a indivíduos de tamanho variadoS, porém com predomínio de adultos. As classes mais freqüentes encontradas no trecho inferior do rio (ponto R3, P2) também possuem indivíduos de tamanhos variados não havendo, no entanto, predomínio de jovens ou adultos. Desta forma, o critério de amostragem adotado (15 indivíduos por ponto) acarretou naturalmente na predominância de indivíduos adultos, pois a cada coleta, no segundo período, foram amostrados 45 indivíduos, 30 de locais com predomínio de adultos e 15 em local com adultos ejovens. KRAMER (1978) também encontrou diferenças na estrutura populacional em relação a diferentes trechos amostrados. Segundo KRAMER (op

cit.), os peixes menores pertencentes ao gênero Bryconamericus foram em grande parte

coletados em rios temporários, enquanto que no rio principal, onde foram coletados os adultos, a ocorrência de juvenis foi muito pequena. Para Hyphessobrycon, os peixes

menores foram coletados em águas calmas e até mesmo em piscinas isoladas do rio principal (KRAMER, op cit.).

Ao comparar entre os dois períodos a freqüência de ocorrência de cada sexo nas classes de tamanho, verificou-se que remeas, machos e juvenis em P 1 (correspondentes ao trecho médio-inferior do rio) foram mais freqüentes nas classes de tamanho ligeiramente menores em relação a P2 (correspondentes aos trechos inferior, médio-superior e superior).

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proporção entre jovens e adultos, machos e fêmeas para exemplares de Corydoras carlae.

Apesar de seus dados não permitirem inferir as causas dessas diferenças, eles sugerem uma distribuição diferenciada da população ao longo do rio amostrado.

Para Pl, as retas obtidas na r~lação peso/ comprimento para fêmeas e machos não estão integralmente dentro do intervalo de confiança da reta obtida para os dados dos sexos grupados, permitindo inferir que machos e fêmeas apresentaram um padrão de crescimento individual diferenciado. Para P2, as retas obtidas para os dados de fêmeas e machos estão integralmente contidas no intervalo de confiança da reta obtidas para os dados dos sexos grupados, indicando que o padrão de crescimento individual não esteve relacionado ao sexo, sendo semelhante para toda a população. MENEZES (2000), ao trabalhar com Characidium lanei em riachos geograficamente próximos do Rio Ribeirão

(Rios Mergulhão, Cabral e das Pombas), com amostragens equivalentes à periodicidade de P1, observou que o padrão de crescimento individual para a população foi igual para machos e fêmeas.

A maior amplitude do comprimento total e os maIOres indivíduos encontrados corres ponderam às fêmeas, tanto para o primeiro como para o segundo período. T AKEUTI, VERANI, ARANHA & MENEZES (1999) referem-se ao maior tamanho corpóreo das fêmeas como uma vantagem em relação à fecundidade individual e para a população como um todo. NIKOLSKY (1963) comenta que a característica de machos apresentarem maior amplitude de comprimento e serem freqüentes em classes de tamanho maior costuma ser comum em peixes onde o macho protege a desova. No entanto, não existem dados com relação ao comportamento reprodutivo e à fecundidade de C. lanei que permitam caracterizar os resultados obtidos como uma tática reprodutiva.

Com relação à proporção sexual, no primeiro período, as fêmeas foram estatisticamente predominantes em três bimestres. No segundo período, foram predominantes em apenas um. Para o restante, não houve predomínio de nenhum sexo (tanto para P1 com para P2), embora as fêmeas tenham apresentado maior ocorrência na maioria dos bimestres em Pl e em todos em P2, o que acarretou em um predomínio estatisticamente significativo para este sexo nas amostras totais. MENEZES, ARANHA &

CARAMASCffi (1998) encontraram predomínio significativo de fêmeas de Hartia loricariformis nos meses de maior intensidade reprodutiva. No presente estudo não foi

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possível estabelecer uma relação direta entre o predomínio significativo de remeas e a época de reprodução da espécie. MENEZES (2000) registrou predomínio significativo de remeas de C. lanei em um dos três riachos amostrados, durante o período de março/1995 a

fevereirol1997. No entanto, nos outros dois, o predomínio significativo foi de machos. Tais resultados demonstram que a proporção sexual de C. lanei também pode variar em escala

temporal, entre diferentes trechos amostrados e entre diferentes ambientes, apesar da proximidade geográfica.

Os maiores valores médios mensaIS encontrados para o Índice Gonadossomático (IGS), o Índice Gonadal (IG) e a alta freqüência de machos e remeas reprodutivas permitiram definir as épocas reprodutivas de Characidium lanei, nos períodos

amostrados, como setembrol1995 a janeirol1996, outubro/1996 a fevereirol1997 e outubro/200 1 a dezembro1200 1. Apesar da época reprodutiva em P2 ter sido mais curta, as três ocorreram entre os meses de primavera e verão, indicando clara sazonalidade associada aos meses mais quentes e à maior precipitação. Mesmo padrão de sazonalidade foi encontrado por MENEZES (2000) para a espécie e por T AKEUTI (1997), AMARAL, ARANHA

& MENEZES (1998) e MENEZES, ARANHA & CARAMASCHI (1998) para outras três espécies

(Pseudotothyris obtusa, Pimelodella pappenheimi e Hartia loricarifàrmis, respectivamente)

de peixes de rios da Floresta Atlântica, pertencentes à Bacia do Leste.

Para o primeiro período, os valores encontrados para o comprimento médio de primeira maturação (L50) e para o comprimento médio em que todos os indivíduos estão

aptos a reproduzir-se (LIOO) foram mais baixos em relação ao segundo período. Isto pode

estar associado aos diferentes trechos amostrados, à resposta da espécie com relação às condições ambientais e/ou a variações em escala temporal. MENEZES (2000) e MENEZES, FEHLAUER & ARANHA (2001, 2002) encontraram valores diferenciados de L50 e LIOO para

indivíduos de C. lanei. Estes resultados permitem inferir que a população investe com

intensidade variada em seu crescimento somático, antes de iniciar o processo reprodutivo. Foi estipulado um número igual de classes de tamanho com a mesma amplitude para os dois períodos, demonstrando que as diferentes metodologias utilizadas (pesca elétrica para Pl e redes e peneiras de malha fina para P2) apresentaram a mesma eficiência qualitativa e que diferenças encontradas neste estudo estiveram então relacionadas aos diferentes trechos amostrados. A plasticidade com relação ao ambiente e

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ao habitat pode ter se originado de uma experiência evolutiva de condições flutuantes, com a condição de um genoma apresentar grande variação na expressão fenotípica (BALON, 1984). Desta forma, espécies de sucesso em ambientes heterogêneos ou relativamente instáveis (características marcantes dos riachos da Bacia do Leste) são aquelas que possuem plasticidade fenotípica (STEARNS & CRANDALL, 1984). Assim, conclui-se que Characidium

lanei pode ser caracterizada como uma espécie típica de ambientes instáveis, perante às

variações encontradas em suas táticas reprodutivas e na estrutura populacional.

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