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Sequência didática. Eixo: Ler e apreciar. Leitura para apreciar contos de fada. literatura

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Academic year: 2021

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(1)

Sequência

didática

Eixo: Ler e apreciar

(2)

Leitura para

apreciar contos

de fada

Eixo: Ler e apreciar

4 e 5 anos

Apresentação das obras

Branca de Neve

Maria Heloísa Penteado e Irmãos Grimm Ilustração: Anastassija Archipowa

Editora Ática

Número de páginas: 16

Em Branca de Neve, quando o espelho mágico revela à rai-nha que a menina “de pele branca como a neve, corada como sangue e de cabelos negros como o ébano” é mais bonita do que ela, a soberana resolve que essa garota deve morrer. Os três volumes da Coleção Contos de Grimm reúnem quatro contos tradicionais, dois deles mais conhecidos pelo público: Branca de Neve e Cinderela; e mais dois que am-pliam o repertório dos leitores: O ganso de ouro e Os dozes caçadores do rei.

Cinderela

Maria Heloísa Penteado e Irmãos Grimm Ilustração: Anastassija Archipowa

Editora Ática

Número de páginas: 16

Cinderela narra a história da personagem que dá título à

obra, assim chamada porque estava sempre suja de cinzas do fogão. Sua madrasta e suas meias-irmãs não cansavam de maltratá-la, mas o destino dessa moça começa a mudar quando o príncipe anuncia que vai realizar um baile para es-colher sua futura noiva.

(3)

O ganso de ouro / Os doze caçadores do rei

Maria Heloísa Penteado e Irmãos Grimm Ilustração: Anastassija Archipowa

Editora Ática

Número de páginas: 16

O terceiro volume apresentado reúne dois contos de fada imortalizados pelos irmãos Grimm: O ganso de ouro e Os

doze caçadores do rei. No primeiro, um rapaz, que todos

achavam bobo, é recompensado por sua generosidade ao dividir seu lanche com um mago disfarçado. O segundo nar-ra a história de um príncipe muito apaixonado por uma prin-cesa, mas que teve de prometer se casar com outra mulher.

Introdução

A leitura realizada em voz alta pelo profes-sor na Educação Infantil alimenta o imaginário das crianças, amplia seu repertório literário e também o repertório de possibilidades para as brincadeiras de faz de conta. O adulto atua como modelo de leitor conforme nos diz Delia Lerner1:

Realmente, para comunicar às crianças

os comportamentos que são típicos do

leitor, é necessário que o professor os

encarne na sala de aula, que

propor-cione a oportunidade a seus alunos de

participar em atos de leitura que ele

mesmo está realizando, que trave com

eles uma relação de “leitor para leitor.

(LERNER, 2002, p. 95)

Os momentos de leitura para apreciar obras e conhecer pouco a pouco parte do vasto legado literário é uma das situações fundamentais que a Educação Infantil deve proporcionar às crianças.

As conversas depois das leituras realizadas possibilitam troca de opiniões e interpretações, ampliam os conhecimentos, porque uns alimen-tam os saberes dos outros e garantem o espaço da fruição. As crianças pequenas estão atentas ao que esses momentos podem oferecer, e a qualidade das experiências leitoras terão grande influência na construção do percurso leitor. 1 Pesquisadora argentina que investiga a didática da

leitura e da escrita, assim como da matemática. Além disso, é professora de graduação e de mestrado nas universidades de Buenos Aires e La Plata e consultora de diversos projetos.

Por meio desses contos, que encantam a humanidade há tantos anos, podemos conver-sar com as crianças sobre aspectos como aban-dono, morte, vingança, inveja, ciúmes, finais felizes, entre outros. Essas conversas podem ajudar a fazer ponderações sobre os impactos causados pelos contos e comparações a assun-tos próximos da vida real.

Por acreditarmos tanto no valor desse gêne-ro literário, o foco da sequência é conhecer novos contos de fada, e com as propostas sugeridas pretendemos trabalhar comportamentos leito-res, tais como:

— Comentar e indicar leituras;

— Confrontar as interpretações dos colegas sobre o que foi lido;

— Distanciar-se do texto para apreciá-lo, para verificar se concordamos ou não com o que foi escrito;

— Conhecer diferentes gêneros para sele-cionar os preferidos;

— Atentar para algumas características re-correntes nos contos de fada.

— Apreciar contos de fada e comparar di-ferentes versões de uma mesma história, observando semelhanças e diferenças entre elas, bem como variações no trata-mento da linguagem.

(4)

BNCC

A proposta desta sequência abrange o desenvolvimento das seguintes habilidades específicas previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC):

(EI03EF01) Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da linguagem

oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras formas de expressão.

(EI03EF03)  Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e tentando

identificar palavras conhecidas.

(EI03EF08) Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adulto e/ou para

sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela memó-ria, pela leitura das ilustrações etc.).

a turma. Caso as crianças não iniciem o levan-tamento dos títulos, dê dicas do que costuma aparecer com frequência nos contos de fada para que compreendam a qual tipo de histó-rias está se referindo.

>

Conhecem aquelas histórias nas quais

aparecem bruxas, magos, castelos, reis, rainhas, príncipes, princesas, fadas, duen-des, gnomos, ogros, poções mágicas, fei-tiços, encantamentos, etc.? Lembram de alguns títulos?

É importante que você, professor, conheça e procure mais informações sobre os contos de fada. Vejam o que Maria Tatar2 diz na

introdu-ção do livro Contos de Fadas: ediintrodu-ção comenta-da e ilustracomenta-da:

Os contos de fadas são íntimos e

pesso-ais, contando-nos sobre a busca de

ro-mance e riquezas, de poder e privilégio

e, o mais importante, sobre um caminho

para sair da floresta e voltar à proteção

e segurança de casa. Dando um caráter

terreno aos mitos e pensando-os em

termos humanos em vez de heroicos, os

contos de fadas imprimem em efeito

fa-miliar às histórias no arquivo de nossa

imaginação coletiva.

(TATAR, 2004, p.9) 2 Maria Magdalene Tatar é professora de Línguas e

Literaturas Germânicas na Universidade de Harvard John L. Loeb. Considerada autoridade em literatura infantil, escreveu para o The New York Times, entre outras publicações, e é autora de muitas obras so-bre o tema, como Off with Their Heads!: Fairy Tales and the Culture of Childhood e The Hard Facts of the

Grimms: Fairy Tales. 1- Repertório de contos de fada conhecido e

leitura apreciativa de Branca de Neve – pri-meira parte

>

Organização do espaço: Organize os

alunos em roda na própria sala de aula, se possível, próximo de local destinado ao canto de leitura e/ou perto dos livros que ficam à disposição da turma.

>

Duração: De 40 a 50 minutos.

>

Materiais: Uma folha de cartolina ou um

pedaço de papel com dimensões seme-lhantes, canetão, fita-crepe, o exemplar do livro Branca de Neve (Coleção Contos de Grimm – Editora Ática), um pedaço de tecido de aproximadamente 1 m x 2,5 m e outros livros de contos de fada do acer-vo da sala e/ou da escola.

A primeira proposta tem como objetivo fazer um levantamento do repertório de con-tos de fada conhecido pelas crianças e ler a primeira parte do livro Branca de Neve. Suge-rimos que prepare e tenha à mão todo o mate-rial de que vai precisar para este momento. O grupo pode ser organizado em roda, de modo que as crianças possam ficar à vontade para a conversa inicial sobre quais contos de fada já ouviram e conhecem. Durante esse levanta-mento, é possível anotar em forma de lista os títulos conhecidos em um cartaz para ser co-locado na parede da sala, à altura das crianças e bem próximo ao canto dos livros ou onde as rodas de leitura costumam acontecer. Explique que na lista escreverão também os contos de fada que forem se tornando conhecidos para

(5)

Feito o levantamento e a listagem, pegue o livro Branca de Neve e mostre a capa para as crianças. Pergunte se, pela imagem que é retra-tada, elas sabem qual é a história do livro e se elas a conhecem. Questione:

>

Como é a versão que conhecem? O que

acontece na história?

>

Quais feitiços usados pela bruxa

apare-cem na versão conhecida por vocês? Va-mos ver quais aparecem nesta?

Compartilhe com os alunos a proposta de ler a história em três partes: uma neste dia e as outras duas nos dias seguintes. Se avaliar que seu grupo acompanhará a leitura de metade do texto, você pode optar por dividi-la em duas partes.

Leia e mostre onde estão escritos: o título da história, o nome da coleção, da autora da versão em português, da ilustradora e da editora. Essas são informações que os livros oferecem e fazem os leitores proficientes conhecer mais o universo dos livros.

Em seguida leia o título da história que nova-mente aparece na página 1 e mostre a ilustração.

Combine com a turma que você lerá toda a primeira parte e que depois mostrará as ilustrações.

É muito importante que a leitura seja prepa-rada com antecedência. Dessa forma será pos-sível determinar o ritmo da leitura ao longo do texto de acordo com as passagens apresentadas, fazer uso de diferentes entonações, selecionar partes que merecem destaque e em qual pon-to pretende parar a leitura para criar suspense. O domínio do texto possibilita realizar a leitura de forma mais segura e promove uma experiência leitora de maior qualidade às crianças.

Por exemplo, é possível dar uma entonação diferente para a rainha quando pergunta ao espe-lho mágico se ela é a mais bela do reino. A forma como o espelho responde também pode ganhar um jeito diferente de ser pronunciado; se quiser, de forma mais lenta e com um tom mais grave.

Durante a leitura, não é necessário fazer substituições de palavras supostamente compli-cadas ou desconhecidas pelas crianças por sinô-nimos ou fazer uma interrupção para explicar o sentido de algumas delas. Muitas vezes o con-texto da história ajuda na compreensão, e esse é um comportamento leitor que queremos que as crianças aprendam.

A sugestão é que a leitura seja interrompida na página 6 logo após os anões encontrarem Bran-ca de Neve dormindo em uma das sete Bran-camas:

E o sétimo anão, de olhos arregalados ao

lado de sua cama, chamou:

— Venham ver!

Conforme o combinado, mostre as ilus-trações referentes à primeira parte da história, abrindo espaço para que as crianças comentem.

Sugere-se deixar um local preparado, que pode ser um espaço dentro da sala de aula. Outra possibilidade é, com a ajuda das crianças, orga-nizar uma exposição de livros variados de contos de fada com obras que façam parte do acervo da escola ou que sejam emprestadas pelas famílias. Estenda o tecido no chão e sobre ele coloque os livros com o exemplar que acabou de ser lido. Dê tempo para que as crianças possam apreciá-los.

2- Os Grimm e leitura apreciativa de Branca

de Neve – segunda parte

>

Organização do espaço: Organize os

alunos em roda.

>

Duração: Entre 30 e 40 minutos.

>

Materiais: Livro “Branca de Neve” e

ima-gens impressas dos irmãos Grimm para afixar em um mural com a lista de títulos de contos de fada.

Neste segundo momento, o objetivo é apresentar os compiladores das histórias da co-leção, retomar a primeira parte do livro “Branca de Neve” e ler a segunda parte.

Com as crianças sentadas em roda, relembre a leitura realizada no encontro anterior. Mostre a capa do livro e leia o nome da coleção. Pergunte se já ouviram falar dos irmãos Grimm.

Leia o texto da quarta capa:

Jacob e Wilhelm Grimm, grandes

pes-quisadores da cultura alemã,

eterniza-ram narrativas populares em seus

escri-tos. A coleção Contos de Grimm é uma

seleção dos mais belos contos recolhidos

por eles, com texto em português de

Maria Heloísa Penteado e ilustrações de

Anastassija Archipowa.

Explique que fez uma pesquisa nos livros e na internet e encontrou algumas informações e ima-gens dos irmãos Grimm.

(6)

Não é preciso ler todos os textos exposi-tivos encontrados. Sugere-se contar algumas curiosidades e ler alguns trechos selecionados previamente.

Algumas informações:

Os irmãos Grimm Jacob (mais velho) e Wi-lhem (mais novo) nasceram na Alemanha e atu-avam como filólogos, folcloristas e estudiosos da mitologia daquele país. O desejo deles era de que as histórias não fossem esquecidas, pois acreditavam que elas faziam parte da cultura ale-mã. A primeira publicação dos contos de fada compilados por eles foi em 1812.

Nas pesquisas, eles conseguiram reunir al-gumas histórias dos livros já existentes, mas também procuraram os contadores de histórias entre amigos e conhecidos. Uma pessoa que contribuiu muito para a coleção dos Grimm foi Dorothea Pierson Viehmann, cujo pai era dono de uma pousada popular perto de Kassel, lugar onde eles viviam. Ela compartilhou as muitas his-tórias que os viajantes lhe contavam.

Apresentar todo esse contexto para as crianças permite que elas percebam que essas histórias são muito antigas e viajaram com as pessoas de um lugar para outro, passando de geração para geração.

>

Vocês observaram que na capa está

es-crito: Texto em português de Maria Helo-ísa Penteado? Mas quem afinal escreveu essa história: ela ou os irmãos Grimm? É importante explicar que Maria Heloísa é uma autora brasileira e escreveu em português a versão da história produzida pelos Grimm. As imagens da escritora e também da ilustradora russa Anastassija Archipowa se encontram no fi-nal do livro com textos informativos sobre ambas.

Em seguida, peça à turma que relembre a parte da história que foi lida e mostre novamente as imagens presentes na capa até a página 6.

Retome a leitura da página 6 até a 12 onde está escrito: “Quando a menina viu a campone-sa comendo com tanto gosto a sua metade da maçã, não resistiu à tentação: estendeu a mão e pegou a metade envenenada. E foi só dar-lhe uma mordida, caiu morta no chão.”

Mostre as imagens pertencentes à segunda parte lida, deixe que observem e depois pergunte:

>

No livro há trechos que se destacam

pela forma que foram escritos e pelo

que eles causam em nós, pelo que nos fazem sentir. Vejamos:

— Páginas 12-13

Então a maldosa rainha lançou-lhe um

olhar terrível e deu uma gargalhada

di-zendo:

— Branca como a neve, corada como

san-gue, cabelos negros como ébano... Agora

os anões não vão poder ressuscitá-la!

Alguém pode mostrar como imaginou a rai-nha nessa parte do texto?

— Página 13 - Após envenenar Branca de Neve, no texto encontramos:

Só então o invejoso coração da rainha

ficou tranquilo. Tão tranquilo quanto

pode ficar um coração invejoso.

O que isso quer dizer?

>

Os feitiços que vocês comentaram antes

da leitura foram os mesmos que apaceram no livro? (Este é o momento de re-cuperar quais feitiços foram comentados na conversa inicial.)

>

Será que Branca de Neve morreu

mes-mo? Ou será que mais uma vez escapará da situação?

Permita aos alunos que façam comentários. Não se preocupe se as crianças contarem o final da história. Peça apenas para que algumas nar-rem o final que conhecem, de preferência, finais que tenham algum detalhe diferente. Não é pre-ciso que todas falem, caso contrário a proposta poderá se tornar cansativa.

3- Leitura apreciativa de Branca de Neve – ter-ceira parte e apresentação dos demais títulos que serão lidos

>

Organização do espaço: Leve as

crian-ças para o espaço externo, que pode ser um quintal, um parque ou o pátio da es-cola, desde que esteja silencioso e sem grandes movimentações.

>

Duração: Entre 20 e 30 minutos.

>

Materiais: Livro Branca de Neve e os dois

exemplares com os contos: Cinderela e O

ganso de ouro / Os doze caçadores do rei.

Solicite às crianças que recuperem as duas partes do conto lido nos dois encontros anteriores.

(7)

Mostre as imagens até a página 12. Pergunte à turma:

>

Se vocês fossem a Branca de Neve,

te-riam aberto a porta nas três situações que a história conta? (Recupere as três si-tuações em que a rainha aparece disfar-çada: na primeira vez, para a vendedora das faixas de seda; na segunda vez, tam-bém para a vendedora que lhe entrega o pente; e, na terceira, para a camponesa que lhe dá a maçã.)

O que vocês fariam?

>

Por que será que ela abriu a porta todas

as vezes?

A leitura será retomada até a página 18, e em seguida serão apresentadas as imagens das pá-ginas finais.

Lance uma pergunta:

>

Na história dos irmãos Grimm vocês

en-contraram algumas partes que conside-raram cruéis? Quais?

Caso as crianças não falem, você pode dar como exemplos o fato de a madrasta mandar matar Branca de Neve ou a dança final com os chinelos de ferro em brasa.

Neste momento há a possibilidade de ex-plicar que antigamente essas histórias eram contadas para os adultos e por isso as versões originais são mais trágicas e agressivas, como acontece em alguns filmes para as pessoas mais velhas. Com o tempo, as histórias foram sendo modificadas para ficarem mais apropriadas ao público infantil.

É muito importante que nessa conversa as informações anteriores possam ser comentadas com as crianças, considerando a capacidade de compreensão do mundo, que se modifica com o tempo. Novamente citando Délia Lerner:

Ler é entrar em outros mundos

possí-veis. É indagar a realidade para

compre-endê-la melhor, é se distanciar do texto

e assumir uma postura crítica frente ao

que se diz e ao que se quer dizer, é tirar

carta de cidadania no mundo da cultura

escrita... (LERNER, 2002, p. 73)

Para finalizar, mostre a quarta capa, expli-cando que há uma relação de outros títulos dos irmãos Grimm. Você pode ler e perguntar se co-nhecem alguns que devam ser acrescentados na

lista da sala. Enfatize que, para ser acrescentado à lista, é preciso conhecer o conto, isto é, saber contá-lo, e não apenas reconhecer o título.

Explique que alguns exemplares possuem apenas uma história, enquanto outros são com-postos de duas.

Conheça todos os títulos:

— A Bela Adormecida / Mãe Nevada — A casa da floresta

— A guardadora de gansos — Branca de Neve

— Chapeuzinho Vermelho / O Príncipe-Rã ou Henrique de Ferro

— Cinderela — João Felizardo

— O ganso de ouro / Os doze caçadores do rei

— O Gato de Botas / Rumpelstichen — Os músicos de Bremen

— Os seis criados do príncipe — Rapunzel / Os sete corvos

Depois, mostre para o grupo os dois outros exemplares que serão lidos: Cinderela e O ganso

de ouro / Os doze caçadores do rei.

4- Leitura apreciativa de Cinderela – primeira parte e informações catalográficas

>

Organização do espaço: Explique aos

alunos que será realizada uma brincadeira de caça ao tesouro. Diga-lhes que preci-sam encontrar uma imagem que vai reve-lar qual história será iniciada naquele dia. Espalhe cinco pistas da caça ao tesouro pela escola. A imagem a ser encontrada pode ser a de um sapato feminino de sal-to pintado na cor dourada ou amarela.

>

Duração: Aproximadamente 50 minutos.

>

Material: Livro Cinderela.

Deixe o desenho do sapatinho dourado em um local agradável da escola, debaixo de um ta-pete ou um tecido. A roda da história será nesse espaço. A conversa pode ser iniciada contando-se que, no encontro do dia, será feita a leitura de

Cinderela, que pertence à mesma coleção do

pri-meiro livro da sequência – Contos de Grimm, da editora Ática.

Nesse momento vale mostrar algumas informações que estão na contracapa, com a

(8)

ficha catalográfica. Explique que nessa parte são encontradas algumas informações sobre a obra, por exemplo, ano em que foi lançada pela primeira vez.

Vejamos algumas informações que podem ser destacadas e lidas para as crianças:

História traduzida da versão integral da 7ª edição de Kinder-und Hausmärchen, nar-rativas recolhidas da tradição oral alemã pelos irmãos Wilhelm e Jacob Grimm. Tradução de Nilce Teixeira. Texto final de Maria Heloísa Penteado.

Explique:

>

A história que será lida foi traduzida da

versão integral da 7ª edição do livro

Kin-der-und Hausmärchen (Contos

Maravi-lhosos Infantis e Domésticos).

>

Como já dissemos, as narrativas foram

recolhidas das histórias que os irmãos Grimm ouviram das pessoas.

>

O texto passou pela tradução da Nilce e

depois foi trabalhado pela Maria Heloí-sa. Vejam quantas pessoas contribuíram para essa história chegar até nós!

>

Todos os livros recebem um ISBN, algo

como o RG do livro.

>

Vejam, o livro traz um selo: Papel

produ-zido a partir de fontes responsáveis. Sa-bem o que significa? Que o papel usado para fazer este livro foi feito com maté-ria-prima de árvores que são plantadas especialmente para a produção de papel.

Se quiser, poderá ler o pequeno parágrafo que fica no final da página e perguntar o que en-tenderam dele.

Importante: Ao comprar um livro você re-munera e reconhece o trabalho do autor e o de muitos outros profissionais envolvidos na produção editorial e na comercialização das obras: editores, revisores, diagrama-dores, ilustradiagrama-dores, gráficos, divulgadiagrama-dores, distribuidores, livreiros, entre outros. Aju-de-nos a combater a cópia ilegal! Ela gera desemprego, prejudica a difusão da cultura e encarece os livros que você compra.

É importante conversarem sobre a não re-produção de livros, o quanto isso empobrece a qualidade do material e a necessidade de os pro-fissionais responsáveis serem remunerados pelo trabalho que fizeram. Conversas como essa tam-bém contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes. Mas precisa ser de uma forma gostosa, interessante.

Se apresentamos com frequência infor-mações como essas encontradas nos livros, as crianças passarão a procurá-las e a usá-las quando necessário.

Comente com a turma que a leitura dessa obra também será realizada em três partes.

Antes de começar a leitura, sugere-se per-guntar quem já conhece esse conto de fada e so-licitar que façam uma retomada geral da história de Cinderela.

Na apresentação da capa, pergunte:

>

Qual parte da história essa ilustração

re-trata?

>

Essa é a passagem que você pediria ao

ilustrador para colocar na capa do livro? Por quê?

Aproveite para mostrar todas as imagens até a página 5, dando tempo para que observem os detalhes. Em seguida lance o desafio de fica-rem atentos aos aspectos que fofica-rem diferentes da versão que acabaram de contar.

(9)

A primeira parte da leitura seguirá até a pá-gina 5, quando a madrasta diz:

— Está bem. Eu despejei nas cinzas do

fo-gão um tacho cheio de lentilhas. Se você

conseguir catá-las todas em duas horas,

poderá ir.

Ao encerrar essa primeira parte, é possível provocar o grupo:

>

O que será que Cinderela vai fazer? Será

que vai pedir ajuda para alguém? Quem? Afinal, antecipar os acontecimentos e o de-senrolar das histórias é outro comportamento leitor que desejamos que as crianças desenvol-vam com os encontros de leitura.

5- Características da personagem principal e lei-tura apreciativa de Cinderela – segunda parte

>

Organização do espaço: Neste dia o

en-contro precisa ser na sala.

>

Duração: Aproximadamente 50 minutos.

>

Materiais: Livro Cinderela e

aproximada-mente cinco ou seis ilustrações da perso-nagem Cinderela de livros antigos ou ex-traídas de sites de pesquisa. As imagens podem ser projetadas, já separadas em arquivo, ou impressas para serem organi-zadas em uma pequena exposição.

Inicie o encontro apresentando algumas imagens de ilustrações antigas e outras mais atu-ais da personagem Cinderela. Para isso é possível fazer uma busca em livros e sites. A ideia é am-pliar a discussão sobre as características físicas e comparar as diferentes produções feitas pelos ilustradores. Dessa forma, sugere-se buscar ima-gens variadas e evitar os estereótipos.

Algumas perguntas podem servir como nor-teadoras da discussão sobre as imagens selecio-nadas por você:

Se conseguir uma imagem da Cinderela per-to da lareira, pergunte:

>

Que personagem é esta e onde ela está?

Qual parte da história está sendo retratada? Se conseguir imagens nas quais aparece a Cinderela experimentando os sapatinhos:

>

Estas outras imagens representam qual

cena?

>

A próxima ilustração foi extraída do livro

que estamos lendo. Vejam como o vesti-do vesti-do baile é representavesti-do na ilustração.

A ideia é promover uma conversa na qual as crianças possam verificar como Cinderela foi re-presentada ao longo do tempo. Para enriquecer a proposta, sugere-se que a turma faça uma pes-quisa na biblioteca ou na internet, com o auxílio do professor, para saber quando Cinderela sur-giu e por qual razão recebeu esse nome.

Cinderela é um dos contos de fada mais fa-mosos. A versão mais antiga é originada na China por volta de 860 a.C., e a mais conhecida foi cria-da pelo escritor francês Charles Perrault, em 1697, baseada em um conto popular italiano La gatta

cenerentola, em português A gata borralheira.

Quando a protagonista da história terminava seus afazeres domésticos impostos pela madras-ta, sentava-se em um canto junto da lareira, no meio das cinzas, da borralha.

No dicionário de Língua Portuguesa (FER-REIRA, 2010, p. 113):

Borralheira

Substantivo feminino

Lugar onde se acumula borralho.

Borralheiro

Adjetivo

Que gosta de ficar junto ao borralho, na co-zinha. Que sai pouco de casa.

Borralho

Substantivo masculino

Braseiro coberto de cinzas ou quase apaga-do. Cinzas quentes.

Em inglês, cinder quer dizer “cinza”.

Para exemplificar as informações encontra-das nos dicionários, releia o trecho da página 2 do livro:

Cinderela – Coleção

Contos de Grimm – Editora Ática

(10)

À noite, exausta de tanto trabalhar, ela

não tinha onde dormir e era obrigada a

deitar sobre as cinzas do fogão. E, como

andasse sempre suja e cheia de cinza, só

a chamavam de Cinderela.

Para iniciar a leitura da segunda parte do conto, recomenda-se fazer uma retomada dos principais acontecimentos da parte anterior. Per-gunte aos alunos o que lembram da história e, se for necessário, releia o parágrafo no qual a leitura foi interrompida.

Em seguida, leia da página 5 a 11, até:

Mandou buscar um machado e

derru-bou a pereira. Mas não encontraram

ninguém na galharia.

Pergunte:

>

Nesta história, quando Cinderela corre

para casa, não deixa na escadaria o sapa-tinho de cristal. Como será que o prínci-pe vai encontrá-la?

6- Leitura apreciativa de Cinderela – terceira parte

>

Organização do espaço: Organize os

alunos em roda.

>

Duração: Entre 40 e 50 minutos.

>

Material: Livro Cinderela.

O encontro será iniciado com o grupo re-contando a segunda parte que foi lida, que vai desde quando a madrasta pede para Cinderela catar as lentilhas no fogão até ela sair do baile e conseguir se esconder do príncipe.

Depois de relembrarem juntos, você pode explicar que, para apreciar uma obra, também é possível observar as passagens bem escritas e o uso de palavras escolhidas pelo autor. Esse pode ser um bom desencadeador para a conver-sa desta aula.

Você pode questionar se eles repararam no uso de palavras diferentes no texto da história, na forma bonita como é escrito. Para tanto, po-derá reler alguns trechos:

E entraram pela janela duas pombas

brancas; a seguir vieram as rolinhas e,

por último, todos os passarinhos do céu

chegaram numa revoada, e pousaram

sobre as cinzas. (p. 5)

>

Vejam como é bonito dizer que “todos os

passarinhos do céu chegaram numa re-voada”. O que significa?

E, quando chegaram em casa,

encontra-ram Cinderela com suas roupas sujas,

dormindo nas cinzas à luz mortiça de

uma lamparina. (p. 9-10)

>

E essa outra palavra, “mortiça”? O que será

que significa? Vou ler novamente a frase para ver se desse modo conseguem dizer o que entenderam, o que imaginaram.

>

E, neste próximo trecho, quais palavras

ou expressões vocês acham bonitas, di-ferentes, deixando o texto bem escrito? Caso as crianças não falem, você pode res-saltar algumas. Veja as que estão em negrito:

Porém a jovem inesperadamente

en-trou no quintal atrás da casa e, ágil como

um esquilo, subiu pela galharia de uma

frondosa pereira carregada de frutos.

(p. 10-11)

Note que os termos destacados são, em sua maioria, pouco empregados em uma conversa co-tidiana, como é o caso de “galharia”, e conferem be-leza por serem usados dessa forma no texto. Além disso, há também o uso de uma figura de lingua-gem, a comparação, “ágil como um esquilo”, que permite ao leitor fazer relações entre o movimento rápido de um esquilo e a ação da personagem.

Depois da leitura do conto e com algumas conversas feitas em torno dos principais aconte-cimentos da história, a proposta é organizar no-vamente um espaço para discutir as impressões pessoais das crianças e ajudá-las a aprofundar a compreensão leitora. Como existem muitas ver-sões e adaptações dos contos de fada, conversar sobre as semelhanças e as diferenças entre versões pode ser uma possibilidade de discussão. Algumas perguntas podem ser feitas nesse momento:

>

Vocês conheciam outras versões desse

conto?

>

Se sim, quais são as semelhanças?

>

E em que se diferem?

>

Qual versão preferem: esta que

acaba-mos de ler ou a que vocês conheciam? O que tem na narrativa escolhida que a tornou preferida?

(11)

7- Leitura apreciativa de O ganso de ouro – primeira parte

>

Organização do espaço: É possível criar

uma tenda muito simples na sala, mas que causará um efeito diferente. A ideia é amarrar alguns barbantes em um can-to da sala, contando com o apoio de ma-çanetas, cantos de armários, puxadores de janelas e esticar um tecido por cima das amarrações.

>

Duração: De 20 a 30 minutos.

>

Material: Livro O ganso de ouro / Os doze

caçadores do rei, tecido e barbante.

Se for possível, marque essa leitura para depois de um intervalo e, se puder contar com a ajuda de alguém para acompanhar o grupo até a sala, esteja preparado(a), sentado(a) debai-xo da tenda, esperando as crianças chegarem. Conte a elas que nesse livro há duas histórias dos irmãos Grimm: “O ganso de ouro” e “Os doze caçadores do rei”. Sugere-se que haja uma conversa inicial:

>

Vocês conhecem estas histórias? Vamos

olhar a capa.

Leia e mostre onde estão escritos: os títulos das histórias, o nome da coleção, da autora da versão em português, da ilustradora e da editora. As crianças provavelmente se lembrarão de que a autora e a ilustradora são as mesmas dos ou-tros exemplares da coleção.

>

Esta ilustração deve pertencer a qual

conto? O que aparece nela?

A discussão sobre a ilustração possibilitará que as crianças falem da presença de um castelo ao longe, um rapaz com um ganso amarelo (“de ouro”), três moças, dois homens vestidos como padres e dois lenhadores.

>

Olhem para as roupas que eles vestem.

Parecem atuais? São diferentes das que usamos hoje? De que época será?

Mostre a próxima ilustração que apresenta os três irmãos da história.

>

Quem serão estes homens? O que

pare-ce que estão fazendo? Vamos ver? Leitura até a página 4, quando o velho diz:

Está vendo aquela árvore ali adiante?

Entre suas raízes, encontrará um

pre-sente meu que o fará muito feliz —

as-sim falando, desapareceu.

Nesse momento da leitura, é possível fazer uma pausa e perguntar:

>

Que presente será esse que João Bocó

ganhou?

Abra espaço para que as crianças respon-dam. Siga a leitura até a página 6, no trecho:

E todos os sete, trotando atrás de João

Bocó chegaram enfim a uma cidade

onde vivia uma princesa tão séria e

car-rancuda que jamais alguém a viu sorrir.

>

E agora, o que será que vai acontecer?

>

Por que será que as pessoas ficavam

gru-dadas umas às outras?

Novamente, a proposta é ouvir as ideias das crianças e criar um clima de suspense para a lei-tura continuar no encontro seguinte.

Há também a possibilidade de promover uma discussão:

>

Vocês observaram que em uma parte da

história está escrito assim?

— Mas o que é isso, moças? Não têm

vergonha? Onde já se viu correr assim

atrás de um rapaz!

>

O que acham disso?

>

Atualmente, nas brincadeiras, meninos

correm atrás de meninas; meninas, atrás de meninos; meninos correm atrás de meninos e meninas atrás de meninas. Tanto faz, não é mesmo? Por que será que isso aparece nesta história?

É importante fazê-los compreender que as histórias são datadas e muitas se referem a épo-cas e lugares com determinados valores e costu-mes. Explique que, nas histórias mais contempo-râneas, o papel da mulher vem se modificando. Elas são fortes, determinadas, cheias de iniciativa e heroínas também.

Selecionar partes para serem comentadas é um trabalho a ser feito antecipadamente pe-lo(a) docente a fim de elaborar perguntas que realmente possam contribuir com as reflexões

(12)

das crianças sobre os contos e seus enredos. Como nos diz Cecília Bajour3:

É um exercício estimulante esboçar

per-guntas que instiguem a discussão sobre

os livros: nessa prática, relemos nossas

próprias teorias sobre esses livros e

achamos possíveis modos de destacar

aquilo que nos interessa que os

leito-res carreguem consigo como

conhe-cimento ou como pergunta.

(BAJOUR, 2012, p.28)

8- Leitura apreciativa de O ganso de ouro – segunda parte

>

Organização do espaço: Organize os

alunos em roda na primeira proposta e em pequenos grupos na segunda.

>

Duração: Aproximadamente 20 minutos

na primeira proposta e 30 minutos na se-gunda.

>

Material: Livro O ganso de ouro / Os doze

caçadores do rei.

Primeira proposta

Termine a leitura do conto, de preferência, no dia seguinte após a leitura da primeira parte, para facilitar a retomada da história. Releia o úl-timo parágrafo, pergunte aos alunos o que lem-bram, quais foram os principais acontecimentos e dê continuidade à leitura em voz alta.

Pergunte aos alunos:

>

O que acharam da história? Já ouviram

alguma outra que tem partes parecidas com a que a que acabamos de ler? Por exemplo, conhecem alguma história que começa com três irmãos e que o mais novo é considerado o mais bobo? Já ou-viram uma história em que aparece uma galinha dos ovos de ouro? Conhecem uma história na qual um rapaz pobre e considerado bobo tem que vencer desa-fios para se casar com a princesa?

Este pode ser um bom momento para con-versarem como as histórias viajam o mundo com 3 Formada em Letras pela Universidade de Buenos

Ai-res e Máster em Livros e Literatura para Crianças e Jovens pela Universidade Autônoma de Barcelona e Banco do Livro da Venezuela (FGSR). Crítica literária de livros para crianças e jovens, também atua na for-mação de professores e mediadores de leitura. 

as pessoas e acabam se misturando. Também é uma boa possibilidade para apresentar mais his-tórias ao final desta sequência, tanto da Coleção Contos de Grimm – Editora Ática como de outras:

— O Gato de Botas; — João Preguiça; — João e o pé de feijão; — Couro de Piolho.

Segunda proposta:

Em seguida, peça às crianças que se divi-dam em pequenos grupos (aproximadivi-damente de quatro crianças) para discutir sobre palavras e expressões diferentes que aparecem no texto. O levantamento de palavras, frases ou expressões pode ser feito pelas crianças ou por você. A pro-posta é que entregue uma frase, faça a pergunta e dê alguns minutos para as crianças discutirem em pequenos grupos. Depois de conversarem, propõe-se a abertura de um espaço coletivo para socializarem o que foi discutido.

>

Vamos retomar um trecho:

Ora, acontecia que a dona da hospedaria

tinha três filhas, três mocinhas

abelhu-das que, mal viram o ganso de ouro,

de-cidiram que, custasse o que custasse,

haveriam de ter algumas de suas

peni-nhas tão lindas.

(p. 4)

>

Vocês repararam nas expressões

“moci-nhas abelhudas” e “custasse o que cus-tasse”? O que entenderam?

Finalmente, com passos de lã, chegou a

mais moça.

(p. 4)

>

Vocês imaginam como são “passos de lã”?

Um padre que vinha vindo, ao ver

pas-sar aquela estranha procissão, parou

boquiaberto. (p. 5)

>

Sabem o que é uma procissão? Por que

está escrito “estranha procissão”? E a palavra “boquiaberto”? Como explica o modo como o padre ficou?

Diante de tal sucesso, João Bocó não

ti-tubeou em reclamar a mão da princesa.

(p. 6)

>

O que fez João Bocó? O que significa

di-zer que ele não titubeou em reclamar a mão da princesa?

(13)

Procure ressaltar o sentido diferente do que as crianças estão acostumadas a ouvir.

A ideia não é fazer uma competição, mas criar um espaço menor de discussão para que mais crianças possam participar e dar contribui-ções. Não se trata, portanto, de conhecer apenas o significado de novas palavras, e sim pensar em como elas são usadas nos textos e quais sentidos atribuem a cada passagem da história.

Outro comportamento leitor que mere-ce nossa intencionalidade: Comentar a história, fundamentando impressões pessoais e compar-tilhando-as com os colegas.

9- Leitura apreciativa de Os doze caçadores

do rei – primeira parte

>

Organização do espaço: Leve as

crian-ças para um local da área externa, mas que esteja silenciosa e calma.

>

Duração: Aproximadamente 20 minutos.

>

Materiais: Livro O ganso de ouro / Os

doze caçadores do rei e canetão para

es-crever na lista de títulos de contos de fada. Compartilhe com as crianças que agora será lido outro conto, Os doze caçadores do rei, que consta no mesmo livro do conto anterior. Releia os títulos da lista de contos de fada conhecidos e escreva na frente do grupo os dois títulos con-tidos neste livro, caso já não tenham sido citados pelas crianças no início desta sequência.

Se alguma criança já conhece o conto, peça para que guarde segredo e não revele o enredo aos colegas.

Faça a leitura até a página 11, no trecho:

— Paizinho, será que poderia me

arran-jar onze moças iguaizinhas a mim? Com

a minha altura, o meu tipo?

>

Por que será que a filha do rei precisa

de onze moças iguais a ela? O que pre-tende fazer?

Sugere-se que somente depois dos comen-tários das crianças você mostre a ilustração que vem com o título da história e as seguintes (pá-ginas 10 e 11, na qual aparecem algumas moças vestindo roupas de caçador) e dê alguns instan-tes para que observem e façam comentários.

Continue mantendo suspense até o encon-tro seguinte!

Opinar sobre as obras lidas e escutar a opi-nião dos colegas é sem dúvida um importante comportamento leitor.

10- Leitura apreciativa de Os doze caçadores

do rei – segunda parte e encerramento da

sequência

>

Organização do espaço: Organize os

alunos perto do canto da sala de aula, destinado aos livros.

>

Duração: Entre 30 e 40 minutos.

>

Materiais: Livro O ganso de ouro / Os doze

caçadores do rei, uma cartolina ou pedaço

grande de papel, canetão e fita-crepe. Mostre as imagens presentes nas páginas 12 e 13 e pergunte para as crianças se sabem o que representam. São imagens de ferramentas utili-zadas para a fiação, muito antes da criação das máquinas industriais, chamadas de rocas de fiar

ou roda de fiar. São usadas para transformar o

algodão em fios de linha. Até hoje são utilizadas por alguns grupos que mantêm a tradição de fiar e tecer. Conte às crianças que as rocas aparece-rão na segunda parte da história.

Há vídeos na internet que demonstram o funcionamento dessas ferramentas. Pode ser in-teressante selecionar o trecho de um vídeo para apresentar ao grupo.

Peça às crianças que retomem os pontos principais da primeira parte da história e depois leia o último parágrafo do conto, no qual a leitura foi interrompida. Leia até a página 14, quando o rei tira a luva da princesa:

O rei correu em sua ajuda e, querendo

reanimá-la, tirou-lhe a luva.

Você pode parar e perguntar:

>

Ao retirar a luva da princesa, o que o rei viu?

>

E agora, o que vai acontecer? Vamos ver!

Terminada a leitura, abra espaço para que as crianças façam seus comentários. Para fomentar as participações, seguem algumas questões:

>

Vocês conhecem outras histórias com

animais falantes, companheiros de um dos personagens, que ajudam a resolver os problemas ou lhe dão conselhos? Temos algumas histórias com essa caracterís-tica: em “O Gato de Botas”, o gato ajuda o filho mais novo. Na história “Ivan e o pássaro de fogo”, o cavalo ajuda Ivan nos desafios impostos pelo czar.

(14)

>

Vocês acham que as mulheres espalha-riam mais ervilhas ao pisar sobre elas do que os homens? Acham também que as mulheres olhariam mais para as rocas do que os homens?

Novamente, vale destacar algumas carac-terísticas de antigas histórias que costumavam apresentar as mulheres como seres mais frágeis e com gostos muito distintos dos gostos dos homens. Ressalte, porém, que hoje há homens que tecem, por exemplo. Essas características e tarefas destinadas aos homens ou às mulheres mudaram bastante com o passar do tempo.

A seguir algumas propostas para encerrar a sequência de contos de fada. Ao longo do cesso de desenvolvimento da sequência e na pro-posta de fechamento, é importante observar se:

— Passaram a fazer comentários mais com-plexos nas conversas após a leitura; — Confrontaram, nas conversas sobre

leitu-ras, opiniões e interpretações a respeito do que foi lido – se sabem explicar do que gostam, com o que não concordam, o que apreciam ou não;

— Conseguiram, nas propostas de aprecia-ção do texto escrito, distanciamento para fazer reflexões e explicaram do melhor jeito o que entenderam;

— Observaram ou aprofundaram a obser-vação das características recorrentes nos contos de fada;

— Compararam diferentes versões e repa-raram nas semelhanças e diferenças; — Levaram em consideração o conteúdo

das histórias e as características do grupo ao qual fizeram indicações de leitura. Faça uma retomada de todos os contos lidos. Pergunte ao grupo:

>

O que descobriram com as leituras que

realizamos?

Valem muitas respostas para a primeira per-gunta, desde falar que descobriram que as histó-rias são muito antigas, viajaram no tempo e pelo mundo, que os irmãos Grimm escreveram his-tórias que ouviram das pessoas, que as hishis-tórias trazem valores e tradições do lugar e da época até dizer se gostaram ou não dos contos lidos.

>

O que costuma aparecer nos contos de

fada?

A ideia é fazer um levantamento do que apareceram nas histórias – podem anotar tudo em uma cartolina ou folha grande para colocar próximo dos títulos das histórias lidas: elementos encantados, magia, animais falantes, príncipes, princesas, reis, rainhas, madrastas malvadas, ir-mãos competidores, camponeses, castelos, de-safios, finais felizes, etc.

>

Vocês indicariam as histórias que não

co-nheciam para alguma turma da escola? Qual história e para qual grupo? Vamos escrever um texto a esse grupo indicando a história e contando um pouco do que vão encontrar na leitura para que eles fi-quem com vontade de ler? Mas não po-demos contar o final, senão perde a graça! Você pode escrever na lousa ou folha gran-de afixada na paregran-de, garantindo que todos pos-sam ver o texto sendo produzido. Saber ditar um texto requer a transformação da linguagem oral para a escrita, e isso sem dúvida se aprende. As boas situações comunicativas são muito apro-priadas para que as crianças possam fazer isso com sentido, nesse caso, indicar uma leitura para um grupo de amigos.

>

Convide as crianças a continuarem a

pesquisar histórias recolhidas e escritas pelos irmãos Grimm. A informação é que eles registraram aproximadamente 200 histórias. Há muito ainda a descobrir!

Referências Bibliográficas

BAJOUR, Cecília. Ouvir nas entrelinhas: o valor da escuta nas práticas de leitura. Tradução de Alexandre Morales. São Paulo: Editora Pulo do gato, 2012.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional

Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017.

Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_ site.pdf. Acesso em: 2 jun 2020.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini

Aurélio: o dicionário de Língua Portuguesa - 8ª.

edição – Curitiba: Positivo, 2010.

LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real o possível e o necessário. Tradução de Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002.

TATAR, Maria. Contos de Fadas: edição comen-tada e ilustrada. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2004.

Referências

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