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Coordenador Geral de Pós-Graduação

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Academic year: 2019

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Palavra Digital

MBA em Gestão Estratégica de Negócios

Disciplina Economia e Mercados

Coordenador Lincon Lopes

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Chanceler

Ana Maria Costa de Sousa

Reitora

Leocádia Aglaé Petry Leme

Pró-Reitor Administrativo Antonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de Graduação Eduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de Extensão

Ivo Arcangêlo Vedrúsculo Busato

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação Luciana Paes de Andrade

Diretoria de Pós-Graduação e Extensão Diretor

Silvio José Cecchi

Gerentes de Pós-Graduação Vanessa Fabíola Pancioni Nogueira Patrícia Paiva

Coordenador Geral de Pós-Graduação Mario Luiz Nunes Alves

Coordenadora Geral de Pós-Graduação EAD Cláudia Regina Benedetti

Coordenadora Geral de Extensão Joise Sartorelli Melaré

Diretor da Anhanguera Publicações Luiz Renato Ribeiro Ferreira

Núcleo de Produção de Conteúdo e Inovações Tecnológicas

Diretora

Carina Maria Terra Alves

Gerente de Produção Rodolfo Pinelli

Coordenadora de Processos Acadêmicos Juliana Alves

Coordenadora de Ambiente Virtual Lusana Verissimo

Coordenador de Operações Marcio Olivério

Supervisão Editorial Juliana Cristina e Silva

© 2012 Anhanguera Publicações

Como citar esse documento:

GODOY, Edilson. Economia e Mercados.

Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012.

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

Esta disciplina trará a você a possibilidade de analisar o ambiente externo, compreendendo o setor público e o privado, que podem afetar o desenvolvimento de sua empresa.

O conhecimento dos conceitos econômicos permite aos profissionais da área de gestão elaborar

diagnósticos e efetuar a tomada de decisões que melhor se amoldem à situação econômica do

momento. Um exemplo da necessidade de se dominar o assunto foi a crise financeira mundial, que teve seu epicentro nos Estados Unidos, no mercado imobiliário.

A crise começou em 2006 e 2007, com o colapso dos contratos de financiamento imobiliários denominados subprime, que são financiamentos de segunda linha, ou seja, concedidos a pessoas

que não tem boa garantia.

O resultado disso, todos assistiram. Mas como os gestores de empresas podem interpretar estas situações, a fim de proteger os investimentos da empresa a que pertencem? Esse é o objetivo desse módulo. Definir o que o gestor deve observar na economia nacional e internacional, a fim de otimizar os resultados de sua empresa, proteger seu patrimônio e promover o sucesso de seu investimento. Será discutido como identificar, de forma segura, os fatos externos que podem influenciar o mercado de atuação de sua empresa, ou o segmento econômico em que atua.

Você estudará quais os movimentos estratégicos a serem praticados pelas empresas, em resposta ao ambiente econômico e ao desejo dos agentes econômicos estatais. Serão analisados, nas quatro aulas, os conceitos de inflação, taxa de juros, poupança interna, dívida pública, política fiscal, política monetária, economia internacional e estruturas de mercado e concorrência.

Ao final deste módulo, você, como profissional da era da globalização e da informação, estará apto a identificar as principais ocorrências na economia nacional e mundial e os seus reflexos no

mercado em que atua sua empresa. Também será capaz de analisar a melhor forma de utilização

dos recursos utilizados na atividade econômica em que atua (capital, trabalho, tecnologia e recursos

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Aula 1 – Introdução à Economia

Objetivos

O conhecimento da Economia, em seus vários segmentos, permite ao gestor de empresas a identificação dos cenários e ocorrências que afetam seu negócio. As decisões governamentais, as movimentações da concorrência, as ocorrências internacionais, os avanços tecnológicos, entre outros, influem diretamente no sucesso ou insucesso dos empreendedores.

Os atores do cenário econômico compõem o que se convencionou chamar de “mercado”, ou seja, ambiente no qual convivem compradores e vendedores de bens e serviços. A partir daí, há as designações de mercado regional, mercado nacional, mercado internacional, mercado global. Este módulo tem por objetivo capacitar os gestores, que fazem parte de um determinado mercado, para, além de conseguir manter a sobrevivência de seu negócio, definir as melhores estratégias para otimizar resultados. Como identificar as oportunidades e ameaças do mercado global? Como identificar os pontos fortes e fracos da empresa, através da comparação com os concorrentes? Para essa tarefa, é necessário saber como a Economia funciona e quais são seus efeitos nas empresas. A partir de uma análise do mercado, é necessário planejar as ações a serem implementadas em seu negócio e saber previamente quais serão os reflexos no seu resultado. Por exemplo, diante de um aumento na taxa de juros, determinada pelo governo, e que, por consequência, aumente o preço final de seu produto, quais seriam as implicações de um repasse desse custo? A decisão correta entre repassar todo o custo, repassar parte do custo ou não repassar o custo, depende da habilidade do gestor em efetuar os cálculos econômicos, para que se venha a adotar a melhor

alternativa possível.

Ou seja, o objetivo é tornar familiar as variações e ocorrências da Economia no dia a dia das

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1. Introdução

Alguns homens veem as coisas como são e perguntam: Por quê? Eu sonho com as coisas que nunca existiram e pergunto: por que não?

Bernard Shaw

Esses estudos serão iniciados com a definição de economia:

Ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os problemas referentes ao uso mais eficiente de recursos materiais escassos para a produção de bens; estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Sua preocupação fundamental refere-se aos aspectos mensuráveis da atividade produtiva, recorrendo para isso aos conhecimentos matemáticos, estatísticos e econométricos. De forma geral esse estudo pode ter por objetivo a unidade de produção (empresa), a unidade de consumo (família) ou então a atividade econômica de toda a sociedade. (SANDRONI,

1985, p. 127).

Glossário

Econometria

Ramo da Economia que cuida do estabelecimento de leis quantitativas para os fenômenos

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Na Grécia antiga (Aristóteles) já se falava de economia, em termos de administração familiar,

sendo que a administração pública denominava-se economia política. Porém, a Economia como ciência só aparece no final da Idade Média, quando se começa a gerar os excedentes de produção e inicia-se a ocorrência dos fenômenos econômicos, causados pela intensificação do comércio. A ciência econômica, enquanto ciência social, evolui na mesma velocidade que evoluem as demais ciências. A evolução do conhecimento, da tecnologia e das formas de produção tem reflexo direto na evolução econômica. A partir da Economia, desenvolvem-se os conceitos de países desenvolvidos,

em desenvolvimento e subdesenvolvidos.

Adam Smith (1985, p. 41), em sua fantástica

obra A Riqueza das Nações, já apontava a divisão do trabalho como causa do aprimoramento das forças produtivas do trabalho.

A revolução industrial foi um dos marcos no

desenvolvimento da ciência econômica, pois

foi capaz de transformar todos os conceitos de produção até então existentes.

No final do século passado e no início deste,

há a globalização e a internet como motores das mudanças na economia global. Daí o

desafio de compreender o que acontece na Economia, na velocidade determinada pela

Era da Informação.

1.1 O que é “Economia”? A que se destina o estudo da

Economia?

De acordo com Pinho e Vasconcelos (2004, p. 10), o estudo da Economia se destina ao melhor uso dos recursos escassos. Ou seja, estudar a melhor forma de produzir bens e serviços, dentro da escassez de recursos (terra, capital, trabalho, tecnologia) disponíveis.

Toda pessoa tem seus sonhos, mas os mais comuns podem ser resumidos em: família, bom emprego, casa, carro, roupas, equipamentos de som e imagem, viagens.

Em Economia, esses desejos são denominados bens. Nesse sentido, Pinho e Vasconcelos definem Aristóteles foi um dos maiores filósofos gregos, viveu entre os anos 384 a.C. a 322

a.C. Aristóteles desenvolveu estudos sobre

os mais variados assuntos e, entre eles, a

economia das famílias e do governo. Foi

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bem como sendo:

[...] tudo aquilo capaz de atender uma necessidade humana. Eles podem ser materiais – pois podem-se atribuir-lhes características físicas de peso, forma e dimensão. Por exemplo, automóvel, moeda, borracha, café, relógio; imateriais – são os de caráter abstrato, tais como a aula ministrada, a hospedagem prestada, a vigilância do guarda-noturno (em geral todos os serviços prestados são bens imateriais, ou seja, se acabam quase simultaneamente à sua produção). (PINHO; VASCONCELOS, 2004, p. 10).

Os bens econômicos têm diversas classificações, podendo ser destacadas a separação entre bens úteis e escassos, que são considerados pela ciência econômica, e os bens livres (o oxigênio, por exemplo), que se respira sem nenhum custo e, portanto, não é contabilizado.

Também é possível classificar os bens econômicos em: bens de consumo final (duráveis ou não duráveis), que são aqueles adquiridos pelo consumidor para atender suas necessidades, como

os alimentos (bens não duráveis) e os eletrodomésticos (bens duráveis); bens de consumo

intermediário ou insumos, que são bens em transformação, como, por exemplo, as matérias-primas utilizadas pelas indústrias; bens de capital, que compreendem as máquinas, os equipamentos e as instalações, e que, se utilizando dos bens de consumo intermediário, produzem os bens de consumo final. Também é possível encontrar a citação bens de produção, quando se fala conjuntamente dos

bens de consumo intermediário (matéria-prima e outros insumos) e dos bens de capital.

Atualmente, a economia global encontra-se diante de um dilema: qual a solução para a crescente necessidade humana, face à escassez de matérias-primas? No século passado, em decorrência dos avanços tecnológicos aplicados à produção, ocorreu a explosão do consumo de bens escassos ou esgotáveis, ou de difícil renovação.

A ciência econômica, aliada a outras áreas, deve tentar resolver esta questão. Por exemplo, como atender as necessidades de alimentação mundial, sem degradar ainda mais o meio ambiente? Como preservar as matas, os rios e demais ecossistemas, e manter o desenvolvimento das nações? Qual a estratégia a ser adotada pelas empresas que se utilizam de recursos hidrominerais ou vegetais?

Sabe-se que as empresas que não apresentam sustentabilidade em suas atividades estão fadadas ao insucesso.

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Sem esquecer os problemas causados pelo efeito estufa e pelos recursos esgotáveis do planeta, passa-se a analisar um exemplo estudado pela ciência econômica, com base na escassez de

recursos.

Imagine um produtor rural que deseja obter o máximo de lucro em sua atividade. Ele tem duas empresas que oferecem o melhor preço pela sua produção, sendo uma usina de álcool e uma empresa que processa suco de laranja. Portanto, ele pode utilizar suas terras para plantar cana-de-açúcar ou laranja. Ou seja, há apenas uma determinada área rural, que não é capaz de produzir as duas culturas no mesmo local. Deve-se escolher produzir apenas cana-de-açúcar, apenas laranja, ou uma parte de cada cultura?

Estabelecendo valores hipotéticos, considerando apenas a quantidade média produzida de cada bem, sem adentrar ao mérito do custo e do preço de venda.

É importante ressaltar que as alterações que normalmente ocorrem nos recursos afetam diretamente

a curva, como, por exemplo, o aumento da área disponível para produção, a evolução tecnológica que resulte em aumento de produtividade e outros. Nestes exemplos, a curva teria um deslocamento para a direita, pois resultaria em maior produtividade, qualquer que fosse a possibilidade de produção

escolhida.

Analise a Tabela 1.1:

Produto A B C D E F

Laranja 200 160 120 80 40 0

Cana-de-açúcar 0 160 320 480 600 720

Verifica-se, na Tabela 1.1, que à medida que diminui a produção de laranja, em razão da

diminuição da área plantada, aumenta a produção de cana-de-açúcar. Nos pontos extremos (A e F), há as produções máximas de cada produto e a ausência do outro. Nos pontos intermediários,

há o que se chama de mix de produção.

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Figura 1.1 – Curva de Possibilidades de Produção.

Daí também decorre o que se chama de custo de oportunidade, que é o custo daquilo que se escolheu não produzir; por exemplo, no ponto A escolheu-se produzir 200 toneladas de laranja e deixou-se de produzir 720 toneladas de cana-de-açúcar. Da mesma forma, no ponto F escolheu-se produzir 720 toneladas de cana-de-açúcar e deixou-escolheu-se de produzir 200 toneladas de laranja. Pode-se, também, exemplificar o custo de oportunidade com as escolhas pessoais, por exemplo, a escolha de se efetuar um curso de pós-graduação, ao invés de utilizar o tempo despendido em uma

atividade laboral remunerada.

A primeira divisão que se faz para o estudo da ciência econômica é a definição dos campos macro e microeconômicos. Essa divisão é efetuada para que o estudo dos fenômenos econômicos seja feito de forma mais racional, pois não se pode utilizar os mesmos critérios para a análise do mercado

global e a análise do mercado local sem incorrer em equívocos nas premissas utilizadas nas

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1.2 Macroeconomia e os agregados macroecônomico. As

medidas agregadas

De acordo com Sachs e Larrain:

Macroeconomia é o estudo do comportamento agregado de uma economia. Enquanto a vida econômica de uma nação depende de milhões de ações isoladas, realizadas por empresas, consumidores, trabalhadores e funcionários do governo, o foco da Macroeconomia é a análise das consequências globais dessas ações individuais. (SACHS; LARRAIN, 2006, p. 3).

Ainda de acordo com os autores citados acima, pode-se exemplificar os estudos macroeconômicos com as análises dos índices inflacionários, que são desenvolvidos através da análise de milhares de preços de produtos e serviços, de diversas empresas, em determinado território (o Brasil, por exemplo). Dessa forma, diversos preços sobem, outros baixam, mas há o comportamento geral dos

preços em determinado mercado.

Plano de negócios

É um documento pelo qual o empreendedor formalizará os

estudos a respeito de suas ideias, transformando-as num

NEGÓCIO. No Plano de Negócios estarão registrados o conceito

do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil da clientela, as

estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará o novo negócio; além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio para o empreendedor que procura sócio ou um investidor.

Fonte:

<http://www.sebraesp.com.br/QueroAbrirUmaEmpresa/

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Portanto, identificam-se as tendências gerais, e não apenas a evolução de preços de uma

determinada empresa.

As informações macroeconômicas são definidas a partir da coleta de dados microeconômicos, como o volume de produção, os preços dos produtos, as necessidades individuais de cada um. A partir daí, há as tendências gerais, que servem de base para as decisões governamentais e

empresariais.

Tome como exemplo um investidor que dispõe de certo montante de capital e deseja aplicar em bens de produção. Primeiramente, ele deverá escolher uma determinada atividade econômica ou ramo de atividade. A seguir, deve-se iniciar o plano de negócios, como visto em outras disciplinas.

As análises do ambiente externo se baseiam exatamente em indicadores macroeconômicos, como, por exemplo, o índice de crescimento do ramo de atividade, o comportamento médio dos preços, a situação dos produtos que se deseja produzir no mercado nacional e internacional, e assim por

diante.

Comece, então, os estudos das medidas agregadas. Um dos mais famosos indicadores econômicos

é o Produto Interno Bruto (PIB).

Veja a definição de PIB estabelecida por Sachs e Larrain:

Produto Interno Bruto (PIB) é o valor da produção atual de produtos e serviços finais obtida em território nacional, em um determinado período de tempo, normalmente um trimestre ou um ano. Uma economia produz milhões de bens diferentes (carros, geladeiras, lavadoras de louças, hambúrgueres, maçãs etc.) e serviços (cirurgias médicas, serviços bancários, serviços de advogados, cortes de cabelo etc.). O PIB soma tudo isso em uma única medida estatística da produção global de bens e serviços. Para somar todos esses itens, contudo, é preciso expressá-los em uma unidade comum de medida, que geralmente é uma unidade monetária. (SACHS; LARRAIN, 2006, 22).

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PIB, o comércio de veículos usados não entra, pois eles já foram computados quando eram novos. Dois são os métodos de se efetuar o cálculo. O primeiro é identificando-se o valor agregado gerado por cada setor, por exemplo, o valor gerado pela fabricação dos pneus, do aço, e demais peças utilizadas na fabricação de veículos. A seguir, identifica-se o valor gerado pelas montadoras (preço final do veículo, menos o valor das peças).

O segundo método apura somente o valor final dos produtos e serviços, desconsiderando o valor adicionado nas etapas intermediárias. Nos dois métodos, o resultado é o mesmo. O segundo método é o mais utilizado, pois através dele identifica-se o desempenho de cada setor da economia.

Fixados os conceitos sobre o PIB, veja a análise do denominado Produto Nacional Bruto (PNB), conforme Sachs e Larrain:

Um conceito fortemente relacionado com o PIB é o produto nacional bruto (PNB), valor total da renda que os residentes domésticos recebem em um determinado período de tempo. Em uma economia fechada – onde não há fluxos de comércio e capital com o exterior – o PIB e o PNB são iguais. Em todas as economias reais, contudo, as duas medidas são diferentes, nem que seja em um pequeno valor em algumas economias, porque na prática sempre haverá alguma parte da produção interna cuja propriedade é de estrangeiros e alguma produção no exterior que é renda de residentes domésticos. (SACHS; LARRAIN, 2006, p. 27).

Pode-se dizer, de forma simplificada, que o PIB mede toda a riqueza gerada em um país, em um determinado período, por exemplo, um ano, sem determinar qual a nacionalidade do proprietário da renda gerada. No caso do PNB, a medida alcança toda a riqueza gerada (em qualquer lugar do planeta) de propriedade de residentes em determinado país. Portanto, as receitas geradas no Brasil, pelas multinacionais de outros países, são contabilizadas no PIB, mas não no PNB, e sim no

do país sede da multinacional.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB brasileiro do ano de 2010 totalizou R$ 3,675 trilhões, tendo um crescimento anual, em relação ao PIB de 2009, de 7,5%

(sete e meio por cento). Isso demonstra que a economia brasileira está em crescimento. Para uma

avaliação mais aprimorada, deve-se utilizar o que se chama de série histórica, ou seja, o resultado de vários anos, como, por exemplo, de 2001 a 2010, para se ter uma ideia do comportamento do

PIB brasileiro em uma década.

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investimentos de propriedade internacional, não representa de forma adequada a situação da economia brasileira, que se concentra no território nacional. Situação contrária dos países desenvolvidos, que tem grandes investimentos em outros países. O PNB também é denominado

de Renda Nacional Bruta.

Quando se subtrai dos valores do PIB e do PNB os valores da depreciação dos bens de capital (com o uso, os imóveis, as máquinas e os equipamentos que geraram a produção perdem valor) e dos impostos indiretos (aqueles incidentes sobre a produção e não sobre o resultado das empresas), resta, respectivamente, o Produto Interno Líquido e o Produto Nacional Líquido.

Outra medida agregada é a Renda Nacional que, conforme Pinheiro:

Renda Nacional é a soma de todas as rendas – de propriedade de um país – auferidas pelos participantes – diretos ou indiretos – do processo produtivo, em determinado período de tempo – um ano geralmente – de tal modo que, em valor, se verifiquem as seguintes identidades:

O Produto Nacional Bruto (PNB) é igual à Renda Nacional Bruta (RNB), ou PNB = RNB.

O Produto Nacional Líquido (PNL) é igual à Renda Nacional Líquida (RNL), ou PNL = RNL. (PINHEIRO, 1983, p. 64).

Da mesma forma que se classifica o PIB e o PNB, Rendas Nacionais compreendem as Rendas de propriedade do país, geradas dentro e fora de seu território e as Rendas Internas são as geradas dentro de seu território, embora parte delas pertença a outros países.

Há, ainda, duas outras medidas agregadas, bastante usadas para se medir a formação de capital,

a poupança e o investimento.

De acordo com Pinho e Vasconcelos:

(15)

famílias, na forma de salários, juros, aluguéis e lucros, a parcela que não for gasta em consumo num dado período é a poupança agregada, não importando o que será feito posteriormente com ela (se é aplicada, se é transformada em investimentos e custos). Poupança é o ato de não consumir no período, deixando para consumo futuro.

Investimento Agregado (I) é o gasto com bens que foram produzidos, mas não consumidos no período, e que aumentam a capacidade produtiva da economia para os períodos seguintes. O Investimento (também chamado de taxa de acumulação do capital) é composto pelo investimento em bens de capital (máquinas e imóveis) e pela variação de estoques de produtos que não foram consumidos. Os bens de capital são chamados nas contas nacionais, de formação bruta de capital fixo. (PINHO; VASCONCELOS, 2004, p. 273).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é responsável pelo cálculo da Formação

Bruta de Capital Fixo no Sistema de Contas Nacionais (SCN).

1.3

A riqueza nacional: o cálculo do PIB e os indicadores

de desenvolvimento.

Como visto anteriormente, o cálculo do PIB demonstra o valor total de produtos e mercadorias gerados em um determinado período, em regra, um ano. Para sintetizar esse cálculo em um modelo de economia fechada (sem transações internacionais), separam-se dois blocos, denominados famílias e empresas. Pode-se dizer que se chama família os consumidores finais de produtos e serviços, e empresas os geradores de produtos e serviços.

Com estes dois elementos, pode-se determinar o que se chama de Fluxo Circular de Renda, como definido por Sachs e Larrain:

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juros sobre empréstimos e para ser guardada ou gasta como lucro. As duas últimas categorias – pagamento de juros e lucro – podem ser consideradas a receita obtida pelos proprietários de capital que a empresa usa, ou seja, pelos credores e proprietários da fábrica, das máquinas e do terreno. Portanto, se somarmos todas as empresas da economia, teremos o seguinte tipo de identidade:

Total de compras de consumidores domésticos = receita total das empresas = salários + rendimentos do capital + compras interempresas. (SACHS; LARRAIN, 2006, p. 26).

Pode-se, através desta simplificação, dizer que o fluxo circular de renda é composto pelo consumo doméstico da produção de bens e serviços gerados pelas empresas que, por sua vez, retornam às

famílias em forma de salários (funcionários) ou lucros (proprietários do capital das empresas).

Em uma economia aberta (com transações internacionais), tanto a produção como a renda podem

ter origem e destino em países distintos. O lucro das multinacionais vai para as famílias de outros

países, tal qual o pagamento das importações vai para empresas de outros países. O mesmo

ocorre com as exportações e com as empresas brasileiras sediadas no exterior.

O que gera o denominado valor adicionado é a produção e a venda de bens e serviços, que só podem ocorrer com os investimentos em capital. Nas palavras de Sachs e Larrain:

O capital de uma economia é o estoque acumulado de residências, máquinas, fábricas e equipamentos existentes em um determinado ponto de tempo que contribuem para a capacidade produtiva da economia. (SACHS; LARRAIN, 2006, p. 38).

Portanto, o que se investe, em um determinado período, na cadeia produtiva de um país, contempla o fluxo de investimento bruto. Quando se subtrai, do valor total investido em capital, o montante da depreciação ocorrida sobre o capital existente, há o fluxo de investimento líquido.

(17)

20.000,00 (vinte mil reais). Assim, a fortuna de uma nação é o valor de seus rendimentos, menos o

valor consumido.

No caso brasileiro, devido à

baixa renda per capita da população e ao histórico período

inflacionário, a poupança das famílias é bastante baixa, se

comparada com os países

asiáticos, por exemplo. Não havendo poupança, não se tem capital para investir, dificultando

assim o crescimento do país. A escassez de poupança também torna mais caro o custo do

dinheiro, daí uma justificativa para as altas taxas de juros

praticadas no país.

Portanto, não basta produzir riquezas, é necessário poupar

parte do que se ganha para

poder investir. Pode-se exemplificar a situação de uma forma bastante simples. Imagine que um determinado país gere riqueza no montante de 10 bilhões de dólares norte-americanos e gaste 5 bilhões no consumo de produtos e serviços nacionais e 5 bilhões em produtos e serviços importados. A sua poupança foi zero. Dessa forma, não haverá dinheiro para se efetuar os investimentos em capital e o país não terá crescimento. Considerando, ainda, a depreciação, esse país sofrerá uma

recessão. Foi o que aconteceu recentemente na Argentina, por exemplo.

Renda per capita é o nome de um indicador que auxilia o conhecimento sobre o grau de desenvolvimento de um país e consiste na divisão

do coeficiente da renda nacional (produto nacional

bruto subtraídos os gastos de depreciação do capital e os impostos indiretos) pela sua

população. Por vezes, o coeficiente denominado

produto interno bruto é usado.

Fonte: <http://www.infoescola.com/economia/ renda-per-capita/>. Acesso em: 21 ago. 2012.

3. Vamos Pensar?

Faça um resumo dos principais indicadores macroeconômicos e procure identificá-los com as

ocorrências do mercado privado.

4. Pontuando

A Economia faz parte da vida e do trabalho. Os indicadores macroeconômicos devem servir para guiar as decisões estratégicas.

(18)

5. Bibliografia

PINHEIRO, A. F. L. Elementos de Macroeconomia e Contabilidade Nacional. 4. ed. São Paulo: Nobel, 1983.

PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. SACHS, J. D.; LARRAIN, B. F. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2006.

SANDRONI, P. Dicionário de Economia. São Paulo: Nova Cultural, 1985. SMITH, A. A Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural, 1985. v. 1.

não tem mais limites territoriais. Através de uma simples página na internet, você é capaz de vender

para todo o mundo.

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Aula 2 - Políticas Macroeconômicas

Objetivos

Será dada sequência ao estudo da macroeconomia, e a partir de agora será abordada a atuação do governo, através das políticas fiscais e monetárias.

Assim, esta aula tem como objetivo capacitar o aluno a avaliar as medidas governamentais na área fiscal e monetária, os reflexos no mercado e as decisões e ações estratégicas a serem tomadas

pelos gestores empresariais.

As políticas macroeconômicas praticadas pelo governo objetivam regular o comportamento da economia, evitando as situações de estagnação da atividade econômica ou de hiperinflação.

As intervenções estatais no mercado ocorrem de forma a regular a oferta e a procura de bens e

serviços. Quando há dinheiro em abundância, a população é direcionada para o consumo. Porém, caso não haja bens e serviços suficientes para atender à demanda, os preços sobem, e o mercado desaquece. Pode-se fazer com que os preços subam aumentando o custo do dinheiro (juros), ou aumentando a tributação, tornando assim o bem ou serviço mais caro para o consumidor. O inverso também é válido: para baixar o preço, podem-se diminuir os juros ou a tributação.

Porém, existem outros fatores nessa equação. O governo necessita realizar investimentos em infraestrutura, nas áreas de saúde e educação, para que a economia funcione. Precisa construir estradas, ferrovias, hidrelétricas, entre outros. Para realizar essas obras, o governo necessita captar recursos, já que, normalmente, ele não é um gerador de riquezas como as empresas. A captação se

faz através de tributos e da colocação de títulos da denominada dívida pública interna. O governo

tem de ofertar títulos com juros que o mercado aceite, e a alta dos juros faz com que os detentores de capital deixem de aplicar na atividade econômica para aplicar em atividades financeiras.

Pelo que se observa, as políticas macroeconômicas influenciam no nível de juros e podem afetar o

desenvolvimento de um país.

2. Introdução

O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz.

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Neste estudo, serão abordadas a questão da necessidade de aplicação do dinheiro público, a forma de sua arrecadação e a consequência dos gastos públicos e da política de juros. Dessa forma, será introduzido o tema das dívidas interna e externa, pública e privada, examinando também o conceito de superávit/ déficit público e os índices gerais de preços.

O registro da situação macroeconômica do País é realizado através do Sistema de Contas Nacionais

(SCN), como na maioria dos demais países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), adotando a mesma metodologia, para fins de comparação.

Inflação

Inflação é um fenômeno econômico que tem como consequência, por um determinado período de tempo, a alta generalizada do nível de preços, os quais passam a aumentar em função da própria inflação.

As políticas macroeconômicas

objetivam aumentar o nível de empregos, controlar a inflação,

promover a melhor distribuição de renda entre a população e estimular

o crescimento econômico, através de

ações governamentais.

Os elementos macroeconômicos têm

diversas interações entre si, portanto,

a alteração de um pode resultar na

alteração de vários outros, como dito anteriormente. Por exemplo, o aumento da taxa de juros pode baixar

a inflação, diminuir o consumo e a arrecadação de impostos.

Assim, antes de discutir o tema das políticas monetária e fiscal, será realizada uma abordagem

sobre a variação de preços de uma economia e os índices que medem essa variação.

Primeiramente, é preciso estabelecer que toda economia tem o seu padrão monetário, ou, em outras palavras, a sua moeda (dólar, real, peso, libra, euro).

O padrão monetário tem várias funções, mas uma das mais importantes é a sua capacidade de intermediar as trocas de propriedades de bens e serviços. Dessa forma, através da moeda, precificam-se os bens e serviços para colocá-los no comércio. A moeda pode ser usada ainda como reserva de valor e como denominador comum monetário nas relações com outros países, ou na elaboração de demonstrações financeiras de empresas multinacionais.

Ocorre que o poder de compra da moeda não é estático, ou seja, o seu poder liberatório varia por diversas razões. Por exemplo, na época da safra de determinado produto agrícola, o seu preço diminui; porém, na entressafra, quando há escassez desse mesmo produto, o seu preço aumenta.

(21)

Em uma economia aberta, vários preços sobem e vários caem, enquanto outros permanecem estáveis. Esse é um processo normal, porém, o governo atua para que essa variação de preços não se transforme em um processo inflacionário, que traz diversos danos à economia, como ocorreu no

Brasil em passado recente.

Pinho e Vasconcelos (2004, p. 354) relatam que a persistência do processo inflacionário no Brasil

se deve à denominada correção monetária (ou atualização monetária) que era aplicada na correção

dos valores dos contratos. Esse processo de indexação impedia a estabilização dos preços, pois a inflação passada era transferida para os preços presentes e alimentava a inflação futura.

A variação negativa generalizada de preços caracteriza outro fenômeno monetário que traz danos à

economia, denominado de deflação. E o pior de todos é a ocorrência simultânea de alta generalizada de preços e diminuição da atividade econômica, denominado de estagflação.

Nem os atores empresariais nem o governo desejam ver a economia atingida por esses fenômenos econômicos, daí o estabelecimento de alguns índices que medem a variação dos preços em determinada economia, para que se possam tomar as medidas monetárias e fiscais cabíveis. No Brasil, os principais órgãos que calculam esses índices são o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Instituto de Pesquisas

Econômicas (FIPE).

Os índices mais utilizados são o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pela FIPE; o

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice de Preços ao Consumidor Amplo

(IPCA), calculados pelo IBGE; e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), calculado pela FGV.

Todos eles podem ser usados

em correção de contratos, porém, após o advento do Plano Real, essa correção só pode ser

aplicada por períodos superiores a um ano. Cada índice apresenta

uma metodologia diferente,

por isso a diferença entre os

resultados, mas em regra eles

medem a variação geral de preços. As diferenças ocorrem em razão dos produtos e serviços

escolhidos, da faixa salarial, do período de coleta de dados, do

tamanho da amostra e da região de coleta.

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Veja explicação detalhada no site do IBGE:

<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/

indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm>.

(22)

O controle da inflação é objeto de ações das políticas monetária e fiscal. O governo brasileiro utiliza como índice oficial o IPCA, do IBGE. A partir da variação desse índice, o governo decide sobre as medidas monetárias e fiscais que entende serem cabíveis. Você as estudará a seguir, pois têm influência direta na economia do País.

O acompanhamento dos índices de preços é imprescindível para qualquer gestor de negócios, pois

a política de preço adotada pelas empresas é uma das principais causas do sucesso ou insucesso

empresarial. A variação dos preços pode influenciar nas curvas de oferta e procura de determinado produto, afetando diretamente o resultado da empresa.

2.1 Introdução às políticas macroeconômicas

Como dito anteriormente, o controle da inflação é efetuado pelo governo através de instrumentos da política monetária e fiscal, que, por sua vez, acaba por produzir outros reflexos no setor econômico. Por exemplo, o aumento da taxa de juros (instrumento de política monetária) diminui as compras a prazo e desaquece o mercado, enquanto a diminuição de impostos (como a redução do IPI sobre

veículos) aumenta as vendas.

Com as políticas macroeconômicas, o governo objetiva melhorar o nível de empregos; manter a estabilidade da moeda e, por consequência, dos preços dos bens e serviços oferecidos à população; melhorar a distribuição de renda (que no Brasil é crítica) e, ainda, incentivar o crescimento econômico,

como forma de desenvolver o país.

Durante muitas décadas, as políticas macroeconômicas aplicadas no Brasil objetivavam o aumento do nível de atividade econômica, ocasionando, por via reflexa, a concentração de renda. O lema era “fazer o bolo crescer, para depois dividi-lo”. Atualmente, as políticas econômicas objetivam a

elevação do nível geral de vida da população e a redistribuição da renda.

O conjunto de políticas macroeconômicas é o responsável direto pelo desenvolvimento de um país e pelo sucesso do setor econômico. Por várias décadas, foi dito que o Brasil era o país do futuro. Atualmente, faz parte dos países emergentes, ou seja, aqueles que estão saindo do

subdesenvolvimento e se aproximando das nações desenvolvidas.

(23)

comparada aos serviços públicos disponibilizados à população), contida em um sistema caótico e ultrapassado, mas necessária para manter o alto custo da máquina estatal, um monstrengo arcaico, lento, burocrático, dispendioso e ineficiente.

A classe empresarial reclama há muito tempo a elaboração de uma reforma que torne menos

onerosa a carga tributária daqueles que atuam nas atividades econômicas, porém, essa alteração

não tem sinais de ser efetivada a curto prazo.

2.2 Políticas Fiscais. Os gastos do governo. O sistema

tributário do Brasil. O superávit primário e o resultado

fiscal.

De acordo com Pinho e Vasconcelos (2004, p. 315):

As políticas fiscais do governo se constituem nas suas despesas (G) e no seu sistema tributário (T), e seriam utilizadas com o objetivo de conduzir a demanda agregada ao nível de renda de pleno emprego da economia (Y).

No caso do hiato inflacionário, cabe ao governo adotar algumas políticas que podem ser tomadas de forma simultânea, tais como reduzir o montante de seus gastos (G); aumentar os tributos (T), o que comprimiria a renda disponível dos indivíduos e, consequentemente, o nível de consumo (C): aumentar a tributação sobre a rentabilidade dos investimentos, o que acabaria por desestimulá-los, reduzindo (I): elevar os tributos sobre as exportações (X) ou mesmo isentar das importações (M) os tributos.

[...]

No caso da redução do hiato deflacionário, as medidas são todas de natureza inversa das acima relacionadas.

Portanto, através dos instrumentos de política fiscal (gastos governamentais e tributação), o governo busca equilibrar a demanda e a oferta agregada, buscando o melhor resultado econômico com o

menor custo social.

(24)

diminuição da atividade econômica nos Estados Unidos produziu efeitos em todas as partes do

mundo, inclusive no Brasil.

Ocorre que a diminuição da atividade econômica mundial acabou por expor a situação caótica de várias

nações, que financiaram suas

despesas com investimento governamental através de empréstimos internacionais. Em função da queda da

atividade econômica, não

conseguem arrecadar recursos (via tributação) para

pagar esses empréstimos. É o

caso da Grécia, por exemplo. Além dessas ocorrências,

em razão da denominada

globalização, os empréstimos

internacionais da Grécia foram

realizados, em sua maior parte, junto a bancos alemães, que, por sua vez, têm suas operações asseguradas por operadoras norte-americanas. Mais uma vez, pode-se ter de volta uma crise no mercado financeiro mundial, com reflexos na economia de vários países que já se aproximam da

recessão.

O Brasil já se utilizou de empréstimos externos para financiar os gastos públicos aplicados nas mais diversas áreas. Hoje, porém, o financiamento dos gastos públicos está atrelado à dívida pública interna e à captação de recursos através de tributação. Porém, não é verdadeira a afirmação de

que o país não tem dívida externa. O montante da dívida externa brasileira em 2011 ultrapassa os

270 bilhões de dólares. Mas, se for comparado o que o Brasil tem aplicado no exterior (reservas em moeda estrangeira), com o que ele tem a pagar, o resultado é positivo, ou seja, o saldo é credor. Os gastos públicos são necessários para a manutenção de áreas estratégicas, como a defesa

nacional e outras áreas em que o setor privado não atua ou não consegue atender à demanda

de forma satisfatória. Os gastos públicos referem-se às despesas da União, dos Estados e dos

Municípios. Grande parte desse dispêndio é utilizada na folha de pagamento dos funcionários

públicos (concursados e em cargos de comissão e eletivos) e no pagamento dos juros da dívida

pública.

Hiato Inflacionário

Ocorre quando o montante de despesas ou demanda agregada (composta pelo somatório das despesas privadas em bens e consumo com as despesas governamentais e mais os investimentos) supera o montante de oferta agregada (montante de bens e serviços colocado em uma economia em um determinado período).

Hiato Deflacionário

É a situação inversa, quando a oferta agregada é maior que

(25)

Outros gastos são definidos de forma política, como as obras realizadas pela União, Estados e Municípios,

sem uma coordenação geral entre si.

Os setores de responsabilidade

do governo são saúde, educação, segurança, assistência social, infraestrutura urbana, serviços

públicos em geral. Como dito

anteriormente, as responsabilidades

são partilhadas entre os entes federados.

Na crise financeira mundial, o Brasil

se utilizou dos gastos governamentais

para ajudar a atenuar os efeitos na

economia, através de realização de grandes obras, contidas no denominado PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que tem como objetivo fornecer a infraestrutura necessária para o

país poder crescer de forma sustentada.

Pelo que se observa atualmente, o objetivo não foi atingido, pois a falta de estrutura é o problema mais grave para a realização dos dois maiores eventos esportivos do planeta: a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

A receita pública é formada basicamente pela arrecadação de tributos e demais receitas oriundas

de resultado de empresas estatais. Do outro lado, há as despesas públicas.

A diferença entre a receita e a despesa pública pode resultar em superávit ou déficit. Quando se exclui dessa conta os valores referentes ao pagamento do serviço da dívida (os juros), chega-se ao denominado superávit primário, que é o saldo a ser aplicado no pagamento da dívida pública. Quando se obtém receita suficiente para pagar toda a despesa pública (inclusive os juros da dívida pública), e ainda há algum resultado positivo, há o que se denomina superávit operacional.

Apurando-se déficit, o governo lança mão de instrumentos monetários para regularizar o resultado fiscal, emitindo moeda e/ou mais títulos da dívida pública, com juros altos, a fim de poder captar

mais recursos.

É por essa razão que tanto se apregoa a redução da máquina estatal e, por consequência lógica, a redução dos gastos públicos. Em outras palavras, a economia atual exige um Estado menor e mais eficiente.

De outro lado, a arrecadação se materializa através do denominado Sistema Tributário Nacional.

Recessão

É o processo de desaceleração da economia de um país por determinado período de tempo.

Essa situação econômica é catastrófica para o bem social do país, pois diminui a produção, a renda per capita, o nível de investimentos, o lucro das empresas, e aumenta, por consequência, as falências, o nível de desemprego e de

(26)

O sistema de arrecadação de tributos é extremamente complexo, acarretando diversos custos aos contribuintes, além do valor do tributo a ser pago.

Em razão do tamanho do País e da complexidade dos cálculos, os contribuintes têm de arcar com o atendimento de diversos deveres, denominados obrigações acessórias (Sistema Público de Escrituração Digital, Declarações Eletrônicas, Nota Fiscal Eletrônica e em papel, emissão de livros etc.), para facilitar o trabalho de conferência por parte do Fisco.

As espécies tributárias são cinco, cada uma com um objetivo específico, a saber: impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições sociais.

Os impostos têm função específica de arrecadação, tendo como causa uma situação jurídica ou uma situação de fato (ser proprietário de um imóvel ou auferir renda, por exemplo). Em regra, a arrecadação de impostos não tem vínculo com sua aplicação, cabendo às autoridades governamentais a administração do montante arrecadado. Os impostos podem ter efeitos extrafiscais, quando

utilizados para produzir correções na economia. Essa característica é comum no Imposto sobre

Importação de Produtos Estrangeiros (II), no Imposto de Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou Nacionalizados (IE), no Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou

Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF) e no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O aumento ou diminuição da alíquota desses impostos serve para controlar a oferta e a demanda

de determinados produtos. Por exemplo, quando a farinha de trigo aumenta muito e tem por reflexo o aumento do pão francês, o Governo Federal baixa ou zera a alíquota de importação de trigo, para evitar um aumento excessivo de preço. Quando há um excesso de liquidez, e as pessoas aumentam o consumo através de financiamentos, o governo aumenta a alíquota do IOF, tornando o empréstimo mais caro e, assim, diminuindo as compras a prazo. A redução do IPI foi utilizada para

manter o comércio de automóveis e materiais de construção.

Os impostos podem ser classificados em diretos e indiretos. Define-se como direto quando o ônus da tributação é suportado por aquele que deu causa à tributação, por exemplo, aquele que aufere renda paga IR (Imposto de Renda), aquele que possui um veículo paga IPVA (imposto sobre a propriedade de veículo automotor). Os impostos indiretos são os que mais oneram o setor produtivo, pois incidem diretamente sobre a atividade econômica, sem a necessidade de resultado positivo na operação. São eles o IPI, O ICMS e o ISSQN. Esses impostos têm seu ônus repassado para o consumidor final. Daí as reclamações da classe empresarial na grande parcela de tributos indiretos que compõem o preço final dos produtos.

Outra espécie tributária é a taxa. Este tributo tem duas modalidades distintas. A taxa do exercício do poder de polícia é cobrada em função das fiscalizações e controles exercidos pelas autoridades

governamentais ou agentes delegados. Normalmente, a cobrança da taxa é acompanhada da

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quando existe a fiscalização, por esse motivo se diz que é vinculado, e tem caráter de contraprestação, ou seja, as taxas remuneram os serviços de fiscalização.

Glossário

Poder de Polícia

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos

individuais ou coletivos. (Redação dada pelo Ato Complementar nº 31, de 28.12.1966)

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado

pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, tratando-sem abuso ou desvio de poder.

Fonte: SARAIVA. Lei Federal n° 5.172 de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. Vade Mecum. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

A outra modalidade de taxa é cobrada em razão de serviço público específico e divisível prestado

ao contribuinte ou colocado a sua disposição. Tem as mesmas características da taxa do exercício do poder de polícia.

A Contribuição de Melhoria é um tributo cobrado em razão da realização de uma obra pública que

ocasione acrescimento patrimonial a determinado número de pessoas. Por exemplo, a realização de asfalto em uma rua de terra faz com que o valor dos imóveis, ali localizados, aumente de preço. Em razão disso, o poder público pode cobrar o custo da obra (limitado ao valor do aumento patrimonial individual) de cada contribuinte beneficiado, limitada essa arrecadação ao valor total da obra. O empréstimo compulsório, como o próprio nome diz, é uma tributação que deverá ser devolvida ao contribuinte. Ela tem como objetivo prover o governo de recursos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, conforme preceitua o artigo 148 de nossa Constituição Federal.

(28)

categorias profissionais e econômicas específicas e a intervenção estatal na economia, conforme estabelece o artigo 149 da Lei Maior. Veja:

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (SARAIVA, 2007) Como visto, o Sistema Tributário Nacional é bastante complexo, assim como suas normas (mais de 60.000 artigos) sobre alterações diuturnas, dificultando e muito a atuação empresarial.

2.1 Políticas Monetárias. Instrumentos de política monetária:

os depósitos compulsórios e títulos da dívida pública. O

Copom e a taxa de juros Selic.

Comece, então, o estudo da política monetária. Para Pinho e Vasconcelos (2004, p. 326):

A política monetária se refere aos processos de oferta de moeda, aos instrumentos utilizados e aos mecanismos de transmissão de seus efeitos. A oferta de moeda é realizada tanto pelas autoridades monetárias, pela emissão de notas e moedas metálicas, quanto pelos bancos comerciais que, apesar de não poderem emitir, podem, no entanto, criar ou destruir moeda.

Os tipos de moeda existentes são: metálica, de papel e escritural ou bancária. No Brasil, a utilização de moeda metálica ou de papel é cada vez mais escassa, sendo utilizado largamente o cartão de débito ou de crédito. Mas não é apenas o dinheiro depositado nas instituições financeiras que tem influência no sistema de pagamentos. Os meios de pagamentos, de acordo com o Banco Central do Brasil, são compostos da seguinte forma, conforme sua liquidez:

M1 = papel moeda em poder do público + depósitos à vista.

(29)

instituições depositárias.

M3 = M2 + quotas de fundos de renda fixa + operações compromissadas registradas no Selic. M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez.

Portanto, a quantidade de meios de pagamentos existentes na economia é muito maior do que o

montante de papel moeda emitido pela Casa da Moeda.

Glossário

Casa da Moeda

Instituição Brasileira encarregada da fabricação da moeda. Atualmente, é uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda (SANDRONI, 1985, p. 126).

O Banco Central do Brasil é uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, e o principal

agente da política monetária do Governo Federal.

Os instrumentos de política monetária utilizados pelo Banco Central são: o controle de emissão de papel moeda; a definição dos depósitos compulsórios ou reservas obrigatórias das instituições financeiras; operações com o mercado aberto; operações de redesconto, além das operações

cambiais.

Glossário

Depósito Compulsório

Mecanismo oficial criado para diminuir o meio circulante: os bancos são obrigados a depositar no Banco Central uma porcentagem dos depósitos à vista (30% por exemplo). Desse modo, os

bancos são obrigados a restringir as aplicações dos depósitos à vista em empréstimos e títulos.

(SANDRONI, 1985, p. 126).

O depósito compulsório é o instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para

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outro lado, quanto maior o percentual do depósito compulsório, menor o montante à disposição dos bancos para realizar empréstimos, e mais segurança terá o sistema financeiro nacional.

Porém, é preciso saber a dose certa, pois, sem financiamento, o país diminui o seu investimento e consumo e cresce menos, diminuindo a geração de empregos, a renda e a arrecadação de tributos. Para poder financiar seu déficit público (resultado negativo entre o que se gasta e o que se arrecada), o governo pode emitir títulos públicos, que são papéis (cártulas) destinados a arrecadar fundos para poder honrar seus compromissos e ampliar seu poder de investimento. Trata-se, na verdade, de

um empréstimo na modalidade adesão. O governo diz o quanto quer pagar pelo

empréstimo, e quem aceita as condições do governo adquire esses papéis, com a

promessa de receber seu valor de face. Os títulos da dívida pública podem ser lançados no mercado nacional ou

internacional e, em regra, são adquiridos por instituições financeiras. A capacidade

de honrar os pagamentos desses títulos é analisada por agências de rating.

Veja na Figura 2.1 a classificação adotada

pelas agências de avaliação de risco

(rating):

Figura 2.1 – Escala de ratings globais das agências. Agência de Rating

(31)

Quanto maior a necessidade de captação de recursos, maior será a taxa de juros a ser oferecida aos possíveis adquirentes. Porém, essa combinação não é tão simples, pois há também o fator de risco. Quando se oferecem papéis com uma remuneração muito alta, corre-se um risco maior de tomar um calote, como ocorreu com os papéis da Argentina recentemente.

Como visto até aqui, a política monetária tem grande influência no desenvolvimento do país, e também no controle da inflação, sendo que esta última pode levar a economia de um país ao caos. No Brasil, a partir de junho de 1996, foi instituído um órgão do Banco Central, denominado Comitê de Política Monetária (Copom), com objetivo exclusivo de cuidar das metas e das políticas monetárias. O controle da inflação é tão importante para o País que o Banco Central tem como Missão (declaração estratégica que define por que a instituição existe e a que fim se destina): assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente.

De acordo com o Banco Central, os objetivos do Copom são:

“implementar a política monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o ‘Relatório de Inflação’”. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s.d.]).

Os membros do Copom pertencem à diretoria do Banco Central e realizam oito reuniões ordinárias

ao longo do ano, para definir a Taxa Selic, que será estudada mais adiante. As datas do ano de 2011 são: 18 e 19 de janeiro; 1º e 2 de março; 19 e 20 de abril; 7 e 8 de junho; 19 e 20 de julho; 30 e 31 de agosto; 18 e 19 de outubro e 29 e 30 de novembro.

Depois de realizadas as reuniões, o Copom emite uma Ata, divulgada na semana seguinte, com as informações e as justificativas para as metas estabelecidas. Essa Ata é de suma importância para as empresas, pois justifica as medidas adotadas pelo Copom.

Portanto, as metas inflacionárias e a aplicação dos instrumentos de política monetária são da

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estabelecidas, o presidente do Banco Central deverá elaborar uma carta ao Ministro da Fazenda

expondo os motivos do fracasso da política monetária.

Como já visto nas informações do Banco Central, o controle da política de juros é determinado pelo estabelecimento da meta da Taxa Selic, obtida através do Selic.

Glossário

Selic

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic), do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional,

bem como ao registro e à liquidação de operações com esses títulos.

Fonte: <http://www.bcb.gov.br/?SELICINTRO>. Acesso em: 21 ago. 2012.

Na verdade, os bancos podem influenciar, mas os mecanismos estabelecidos pelo Banco Central não permitem que instituições privadas determinem as taxas de juros livremente.

Nesse sentido, veja os comentários do Banco Central:

Do exposto podemos concluir que a taxa Selic se origina de taxas de juros efetivamente observadas no mercado.

As taxas de juros relativas às operações em questão refletem, basicamente, as condições instantâneas de liquidez no mercado monetário (oferta versus demanda de recursos). Estas taxas de juros não sofrem influência do risco do tomador de recursos financeiros nas operações compromissadas, uma vez que o lastro oferecido é homogêneo.

Como todas as taxas de juros nominais, por outro lado, a taxa Selic pode ser decomposta “ex post”, em duas parcelas: taxa de juros reais e taxa de inflação no período considerado.

A taxa Selic, acumulada para determinados períodos de tempo, correlaciona-se positivamente com a taxa de inflação apurada “ex post”. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s.d.]).

(33)

estabilidade do nível geral de preços e para o crescimento da economia do país.

3. Vamos Pensar?

Depois de analisar as informações desta aula, o patamar atual da Taxa Selic está correto, ou a manutenção das altas taxas de juros está prejudicando o desenvolvimento da economia brasileira?

4. Pontuando

Quando se observa as demonstrações financeiras das empresas, alguns pontos são destacados: o volume de vendas, o resultado ao final do período e a situação patrimonial.

A partir das informações colhidas nesta aula, você passará a olhar com mais atenção os níveis de endividamento das empresas e, a partir daí, seguir com mais atenção a política monetária.

5. Bibliografia

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Copom. Definição e Histórico. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?COPOMHIST>. Acesso em: 29 jun. 2011.

_________________________. Descrição da Taxa Selic. Disponível em: <http://www.bcb.gov. br/?SELICDESCRICAO>. Acesso em: 21 ago. 2012.

BRASIL. Constituição Federal, de 05 de outubro de 1988. Vade Mecum. 3. ed. São Paulo: Saraiva,

2007.

______. Lei Federal n° 5.172 de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional. Vade Mecum. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

PINHO, D. B.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Economia. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. SACHS, J. D.; LARRAI, F. B. Macroeconomia. São Paulo: Pearson, 2006.

(34)

Aula 3 - Princípios da Economia Internacional

Objetivos

Esta aula tem como objetivo apresentar os princípios que regem o comércio internacional e, por consequência, a evolução e o comportamento da economia internacional. Como é definida a taxa de câmbio e quais são suas influências no comércio internacional. Como a empresa exportadora ou importadora deve se portar diante das variações da taxa de câmbio.

Você estudará o que é e qual a importância do Balanço de Pagamentos para cada país e para suas empresas. Já tendo estudado o Sistema Financeiro Nacional, será analisado o Sistema Financeiro

Internacional.

Ao final desta aula, objetiva-se capacitar o aluno a compreender as atividades econômicas da

empresa que atuam com comércio exterior.

3. Introdução

Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprenderam a ler e não leem.

(Mário Quintana)

É muito comum aos iniciantes do estudo da economia internacional se imaginar longe das práticas

abrangidas por essa matéria. Porém, basta um olhar um pouco mais detido ao seu redor que essa

ideia mudará rapidamente.

Primeiramente, pode-se olhar para os alimentos. Quantos deles não são provenientes do Mercosul

(35)

Glossário

Mercosul

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é um amplo projeto de integração concebido por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Envolve dimensões econômicas, políticas e sociais, o que se pode inferir da diversidade de órgãos que ora o compõem, os quais cuidam de temas tão variados quanto agricultura familiar ou cinema, por exemplo. No aspecto econômico, o Mercosul assume, hoje, o caráter de União Aduaneira, mas seu fim último é constituir-se em verdadeiro Mercado Comum, seguindo os objetivos estabelecidos no Tratado de Assunção, por meio do qual o bloco foi fundado, em 1991.

Fonte: <http://www.mercosul.gov.br/perguntas-mais-frequentes-sobre-integracao-regional-e-mercosul-1/sobre-integracao-regional-e-mercosul/>. Acesso em: 21 ago. 2012.

E se olhar para as roupas, eletrodomésticos, eletrônicos, máquinas, ferramentas, veículos, quantos deles não são de fabricação estrangeira? Vá um pouco mais além, qual a dificuldade de se efetuar uma ligação internacional? Mas quem está prestando este serviço em outro país? Tudo isso sem

falar nas relações estabelecidas através da internet.

A globalização permite que veículos sejam montados em um determinado país, com peças provenientes de todas as partes do planeta. Com certeza, estas operações são feitas para baratear os produtos, melhorando o resultado final das empresas.

Portanto, para participar do mercado atual de trabalho é necessário ter-se um mínimo de compreensão

sobre a economia internacional e o comércio exterior.

A economia internacional evoluiu muito com a modernização dos meios de comunicação, principalmente a internet, e com a globalização.

Os princípios que permeiam a economia internacional são basicamente os mesmos de uma

economia local, porém, com algumas variáveis a mais, como, por exemplo, as diferentes moedas

de cada país.

Entretanto, economia internacional não é sinônimo de comércio exterior, sendo, este último, parte

daquela.

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Na sociedade do conhecimento ou informação, não é possível desenvolver atividade empresarial sem estar conectado com as alterações diárias no mercado internacional, bem como com as

transformações políticas e demais eventos divulgados na mídia. É necessária a capacidade de

traduzir as notícias em informações úteis ao planejamento e atuação das empresas.

3.1. Política cambial e a determinação da taxa de câmbio

Da mesma forma que se precisa de moeda para dinamizar as relações econômicas, que de outra forma seriam pautadas pelo escambo, como na antiguidade, o comércio internacional também se

utiliza de moeda para suas relações.

Porém, como já visto na Aula 2, a moeda tem várias funções, além de seu poder liberatório. Ela pode servir de denominador comum monetário, ou seja, ser um parâmetro para a definição de bens

e serviços em diversos países.

Por exemplo, o famoso lanche americano BIG MAC tem seu preço medido em dólar norte-americano em vários países, podendo assim, comparar seu preço em cada país.

De acordo com o Banco Central do Brasil, pode-se definir taxa de câmbio como:

Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é 2,00, significa que um dólar dos Estados Unidos custa R$ 2,00. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s. d.]).

(37)

Não se pode esquecer de que, antes de efetuar a comparação, no caso de importação, deve-se

acrescer o custo do transporte e dos tributos que incidem sobre a operação.

A taxa de câmbio oscila diariamente, em razão dos mais variados fatores e acontecimentos da economia, inclusive os especulativos. O que importa é que, através do câmbio, é possível comercializar com os Estados Unidos (em dólar), com a Europa (em euros), com o Japão (em ienes). Mas não é só o comércio exterior que movimenta a taxa de câmbio, há as operações que apostam na variação cambial como forma de faturamento. Por exemplo, uma instituição financeira compra determinada quantia de dólar à cotação de R$ 1,55 (um real e cinquenta e cinco centavos) e a revende no dia seguinte à cotação de R$ 1,65 (um real e sessenta e cinco centavos), obtendo, assim, um ganho de R$ 0,10 (dez centavos de real) por dólar vendido. Trata-se, aqui, do denominado mercado de câmbio.

De acordo com Krugman e Obstfeld:

Os principais participantes do mercado de câmbio são os bancos comerciais, as empresas que se envolvem com o comércio internacional, as instituições financeiras não bancárias – como as empresas de administração de ativos e as companhias de seguros – e os bancos centrais. Os indivíduos também podem participar do mercado de câmbio – um turista pode comprar moeda estrangeira na recepção do hotel, por exemplo –, mas tais transações em dinheiro representam uma fração insignificante das operações de câmbio. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010, p. 244).

Essas variações no mercado de câmbio podem ter grandes consequências nas atividades das empresas, em razão dos contratos de fornecimento serem realizados por períodos longos. Veja-se, por exemplo, as transações da Petrobrás na compra e venda de petróleo. Além das variações do preço do petróleo, ela deve calcular as possibilidades de variação do câmbio, sob pena de ter prejuízo em suas transações internacionais.

O mercado de câmbio também trabalha com taxas futuras, e essas operações também podem

trazer resultados positivos e negativos para seus operadores.

Para não serem surpreendidas com as variações do câmbio, em regra, as empresas trabalham com

(38)

Glossário

Swaps Cambiais

Um swap cambial é a venda, à vista, de uma determinada moeda, combinada com uma recompra futura dessa mesma moeda. Por exemplo, suponha que a montadora Toyota

acabou de receber $1 milhão referente a vendas norte-americanas e sabe que terá de pagar

essa quantia a um fornecedor na Califórnia, em três meses. O departamento de administração de ativos da empresa gostaria, nesse meio tempo, de investir o $1 milhão em títulos em euro. Um swap de dólares em euros, em três meses, pode resultar em taxas de corretagem menores do que as duas transações separadas – venda dos dólares pelos euros à vista e venda dos euros por dólares no mercado futuro. Os swaps constituem uma proporção significativa de todas as operações de câmbio. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010, 248).

Da mesma forma que nas políticas fiscal e monetária, o governo federal, neste caso especificamente através do Banco Central, também intervém no mercado de câmbio através de instrumentos de

política cambial.

Os atores do mercado de câmbio, como dito anteriormente, são aqueles que precisam de moeda

estrangeira (devedores em moeda estrangeira) ou aqueles que dispõem de moeda estrangeira

(credores em moeda estrangeira): as empresas que operam importação e exportação, aquele que adquiriu empréstimo no exterior, aquele que recebe capitais do exterior, aquele que envia capital ao exterior, e assim por diante.

Nesse fluxo de moeda estrangeira, pode-se adotar diversas formas de intervenção estatal, mas jamais haverá um fluxo puramente determinado pelo mercado, pois existem muitos especuladores que produziriam grandes estragos na economia, para ganharem fortunas de forma instantânea. Existem países que fixam as taxas de câmbio, outros mantêm artificialmente essas taxas, outros que determinam limites de variação (como as bandas cambiais, já adotadas anteriormente no Brasil, na edição do Plano Real) e outros que fazem intervenções pontuais, mas deixam o câmbio flutuar

de forma bastante livre.

Atualmente, o Brasil trabalha com flutuação livre, mas acompanhada de perto pelo Banco Central. O valor da taxa de câmbio é uma equação complexa e não é exata. Atualmente, há divergências no

federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.

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Figura 1.1 – Curva de Possibilidades de Produção.
Figura 2.1 – Escala de  ratings globais das agências.

Referências

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