Algumas Considerações sobre
Política Tributária, Sistema Tributário
e Administração Tributária
ALFREDO J. LAMAGRANGE * Tradução de Aluizio P. Valle
Fonte: "B o le tin de Ia Dirección General Im positiva", fev. 1971, Buenos Aires, Republica Argentina
INTRODUÇÃO
0 desenvolvim ento econôm ico cres cente e o increm ento dos níveis da receita no qual estão em penhados to - d°s os palses da A m érica Latina, ao c°n s e g u ir-s e aquele, Incid irá na ad m inistração trib u tá ria e com p lica rá o trabalho desta em de corrê ncia do au mento do núrr.ero de con tribu intes, em ra*ão do aum ento da riqueza da po- Pu|ação. Desenvolvim ento econôm ico A plica em increm ento do nlvel da re- ° eita, m aior e m elhor d istrib u içã o da queza, m aior núm ero de co n trlb u in - es> bem com o mais tarefas delicadas c°m plexas para a adm inistração tri- hutâria.
Estas preocupações tom aram form a, ^ agosto de 1961, ao firm ar-se a ( A r TA DE PUNTA DEL ESTE, estabe- 6cendo o objetivo, na respectiva "D e
claração aos Povos da Am érica de “ Reformar as leis tribu tá ria s para exi g ir mais de quem tem mais, castigar severam ente a evasão de impostos, re d is trib u ir a renda nacional pelas fa m ílias dos setores mais necessitados e, ao mesmo tem po, estim ular a in versão e reinversão de capitais e a poupança” .1 A meta principal, ao atenuar-se a evasão fiscal e tender-se para sua elim inação, ó o increm ento da arrecadação, dada a im portância que ela tem para qualquer po lítica fis cal que se projete. Portanto, a m elho ria da eficiê n cia geral da adm inistra ção trib u tá ria será proporcionada pelo aprim oram ento da arrecadação. Para que esta seja satisfatória, torna-se ne
1 . " A CARTA DE PUNTA DEL ESTE". Fo- lheto. D epartam ento de Inform ação P u b lica . União Panam erlcana — W ashington, D. o . . S e creta ria G eral da OEA.
P,0o O a u to r deste tra b a lh o , D r. A lfre do J u llo Lam aflranse, é o chefe do D epartam ento da a ®nias e Normas de F isca liza ção da DGI.
cessário controlar ao máximo a eva são. É útil destacar que a evolução fiscal, na prática, "está em grande parte sujeita aos meios técnicos da arrecadação e à eficiência e integri dade da administração pública” .2
A situação pela qual se manifesta o processo tributário em gerai com pre ende a seguinte trilogia: política
tri-trara t
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tribUtário e adminis- • tração tributária.Ias econom ias do setor privado e pú' blico que vivem em uma espécie de simbiose, o alcance dos objetivos co muns, de acordo com as decisões to madas em razão dos valores p rio ritá
rios que fixem , num momento histórico determ inado, os encargos de i n s p i r á -
la- isto não sig n ifica in d e p e n d ê n c ia
total das duas econom ias mas, ao con trário, harm onização, e a po lítica fls" cal deve adequar seus instrum entos volume dos gastos, flexibilid ade do 1 p m í r i f ' tribu to etc. — de acordo com a reali* A TRIBUTÁRIA dade econôm ica que se queira apücar'
tá ria 7 n , am pl0' a po litica Wbu-tar a mtegra-se na política fiscal, esta
esta úL T na POlítica eco"ô m ica e esta ultima na política geral
propria-ente dita. É necessário, em conse qüência, que fixemos critérios no que
a fim ''d o a í C° nCeitUaçâ0 d e ta i* idéias tão nan5, arm° S um esquema não “ o g®nerallzado das mesmas. Todas as Políticas citadas possuem ou de vem possuir um conteúdo
evidente-do ao '‘° rm.atiV° qUe 56 Sinteti2a quan- 0 ser luntamos o "deve ser” .
Interessa a nossos objetivos a cnn cepção da política c o J a ç S Ü
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duta de governo, desenvolvida c n m „s9eTaemD°ol(tn0 S6ntid0 maiS estrit0- Ou o que acaba s"°
T *'*0
arquitetônico, Portamento humano de chefesalT '
nantes ou estadistas f ’ 53 r" ganização ou direção da “ J o S es-G A S S E T 0 '* 0 n ° S H U S tra 0 R T E G A Y ‘ er idéia’
Z T ^ T e 7°""°* *
a Nação, a partir do
A política econôm ica tendo a h " » » * « . dentro dos
A política fiscal define-se co m o a que "se ocupa da planificação eficaz das rendas e dos gastos públicos, es" pecialm ente no que diz re s p e ito ao seu volume global, a fim de lograr-se variações favoráveis no nível geral da receita, dos preços e do em prego’ •'
Cabe destacar que, com re s p e ito a o -
países não desenvolvidos, a política fiscal tem com o propósito fundamen
ta l a form ação da poupança pública
destinada a fin a n cia r a in v e rs ã o Pu
blica exigida pelo mesmo dese nvo lv
mento econôm ico, in flu ir na taxa e na estrutura da inversão e no consum o
privados, de form a congruente com as metas globais e direcio na is de desen^ volvim ento. Adem ais, tem com o obJe tivo assegurar ao Estado os recurs^g necessários para o a te n d im e n to
seus gastos correntes.
pjg. 2 . DESAI, R ajanikant. " A C a p a c i d a d e , e 3 cal d o s Palses em D e s e n v o lv im e n to : uT r|hutá" de P o lític a T rib u tá ria ".' Em R e fo rm a j e ria para a A m é rica L a tin a : II. P r 0 conf® ' P o lític a Piscai. D ocum entos e A ta s o» « g /v — rê n c ia de Santiago d o C hile, dez. xa 96.
BID— CEPAL— União P a n a m e ric a n a , P0y'
1 9 6 4 - ' ifica
3 . Henry C. MURPHY em "Q u e . j £ s V realm ente P o lític a F is c a l” . "R e v . F‘ n% 7o — D e s a rro llo " . V o l. 7 — N .° 2 — J u n h o , Págs. 1 5 /2 2 ,
Com relação aos propósitos da p o ética fiscal e da tributação, JARACH 4 ,raça o seguinte esquema, colocando ênfase em que a finalidade prim ordial p o lítica fiscal é estruturar a eco nomia do setor pú blico de m aneira c°ngruente com os fins que se lhe atribuam, com o um sistem a de econo mia diferente da econom ia de m erca do ou seto r privado. Para alcançar 'sí°. a po lítica fiscal deve:
1 • adequar os instrum entos arre- cadadores aos crité rio s de ju stiça ou eqüidade predom inantes em cada país e no momento h istó rico ;
2- in flu ir na d istrib u içã o ou redis- tribuição da renda nacional e prom o- Ver “ a subdivisão de determ inadas fo r cas patrim oniais ou a m odificação das reformas de p r o p r ie d a d e ...” ;
3 - evitar as situações conjuntu- rais da econom ia que indiquem uma p°lític a de estabilização;
4 - prom over o desenvolvim ento ou escim ento econôm ico do país.
s e aceitam os o im posto com o um nômeno eco nô m ico-fin an ceiro cuja “ stância é econôm ica e cujo nasci- ^e nto in stitucional deve cara cte riza r- furidicam ente por meio da lei, com - ^ reenderemos então a im portância do ema trib u tá rio e a repercussão que sobre a adm inistração trib u tá ria a5ar-se uma po lítica de im postos
ravés do d ito sistema.
2. SISTEMA TRIBUTÁRIO
$ e rá ^ arn° S ^ ue um s ' stema trib u tá rio Cg ou deverá tender para ser, té cn i- 6 adm inistrativam ente, um conjun- nÍ2° r9ân,c° de im postos que se harmo- o$ n\ entre si e ao mesmo tem po com objetivos da po lítica trib u tá ria que
se determ ine. A citada harm onia deve ser intencional po r parte do legislador, cercada da máxima racionalidade que assegure a satisfação das necessida des públicas — gastos e inversões — tendo em consideração ao mesmo tem po todos os princípios fundam en tais dá im posição. REIG expressa que “ em m atéria trib u tá ria se deveria c ha mar sistem a tribu tá rio a um conjunto harm ônico de tribu to s que se nutrem em princípios econôm icos e políticos adequados a um meio econôm ico e social dados” . 5
Um sistem a trib u tá rio deficiente é uma das causas fundam entais da eva são fiscal e sua estrutura tem im p li cações econôm icas indesejáveis, des torce o sistem a de preços e se torna também ineficiente, em função do ren dim ento da receita pública. Tal de fi c iê ncia lim ita ainda o desenvolvim en to de uma po lítica fiscal que deveria servir de instrum ento de estím ulo ou desestím ulo para certas atividades econôm icas. Se o sistem a tribu tá rio tem pouca in fluê ncia no setor privado, as decisões de inverter ou deslnverter não o levam em consideração.
Se aceitarm os, com SCHMOLDER, que o con ceito de sistem a tribu tá rio im plica em certa harm onia dos diver sos im postos entre si e com os ob je tivos da im posição fiscal ou não fiscal e se aquela é conseguida por expressa intenção do legislador, encontram o-nos ante um sistem a de im postos denom i nado racional, isto indicando que os
4 . D ino JARACH. "Im p u e s to sobre e l Pa- trim o n io y Ias sucesiones y d on a ciones” . Co m unicação apresentada à C o n f. de P o lític a Fiscal para o Desenvolvim ento E conôm ico da A m é r i c a L a tin a . OEA— BID— C E P A t— C hile,
1962. • . M
5 . REIG, Enrique. "S is te m á tic a T rib u tá ria ". Anais da A ssociação A rg en tin a de D ire ito Fis ca l. B iên io 1968-1969 — Pág. 88.
tributos que o compõem perseguem fins políticos sustentados em uma sé ria teoria tributária. Se a consecução da dita harmonia é obtida por evolu ção histórica da sanção de diversos tributos e pela modificação periódica dos mesmos, encontramo-nos ante um
!£> X„sis,""a ',ib“ °
Esta última concepção pareceria adequar-se ao caso argentino, no pla no nacional. Modifica-se o sistema dentro de um esquema básico, compos to pelos impostos tradicionais, perio-
amente - anualmente _ £
•ais alterações signifiquem mudanças Profundas que configurem uma
verda-c a ç õ e r s T r TaÍS m odi,i'
danças de 6m 9eral’
anças de incremento ou marginais. Entretanto pareceria lógico
pensar-b u t á l POn‘ ° dS ViSta técn^ o tri- ma entre30 6XÍStÍria ° 0ntradiÇã°
algu-sistema h lt^ c o T raCi° " aÍS 6 05
com h e p p i ’ concordando-se
om n tG E L em que a ra?3^ a c <P'o da realidade, ou sela 1 ° Pnn'
3. a d m in is t r a ç a o t r ib u t a r ia CONCEITO E OBJETO Analisaremos, primeiramente a in „
r Su?geiÕdeoS debm t C° nCeÍt°
de C R 0c i<ETT, " O b s t S Í i o s ^ ^ 0
oSr a oe dCÍ8nte 2dm ini^ E de
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» do qual se aproveita a nar
cipação dos funcionários que sempenham na a d m in is tr a U fiscaT na elaboração de normas tribu tá ria * Considera-se que os técnicos que con feccionam as leis de impostos desco^nhecem, em m uitas oportunidades, as dificuldades reais da arrecadaçSo, apesar de que o sistem a tributário possa ser considerado "e xcele nte” , 0 que tais especialistas só têm em mira.
a) cob rar o máximo;
b) reduzir ao m ínim o 0 custo e 0
tem po dos serviços de arrecadação;
c ) assegurar o estrito c u m p r i m e n t o d a Lei d e I m p o s t o .
Esta concepção deixa entrever q uS existem outros fins que preocupam to* do organism o tribu tá rio , não c o n s i d e rados pelos encarregados ds formular tais normas. A este respeito opina Ma" rius FARIOLETTI 7 que “ o objetivo da A dm inistração T ribu tá ria é a cabal aP11 cação do sistem a trib u tá rio ” . Esta con cepção é mais am pla que a a n t e r i o r e sem dúvida mais com pleta. Em a[ gumas oportunidades todo sistema t r i butário prevê certos atos que não im plicam som ente nos enum erados an teriorm ente. Distingue este autor como propósitos visados por tal instituiÇ^0,
— A longo prazo: Elevar ao máximo as rendas arrecadáveis le g a lm e n ^ por conceito de im posto, com o min mo custo.
— A curto prazo: Elevar ao máximo as rendas arrecadáveis com os reC sos que o governo põe à d i s p o s ç do serviço adm inistrativo.
W i l h e l m GERLOFF, 8 r e f e r i n d o - s e princip al tarefa d a a d m i n i s t r a ç ã o r
Gene-6 . CROCKETT, Joseph. "O b stácu lo s |rT1- ralos a una e fic ie n te a dm ln istra ciô n ^ — puestos” . Conf. Buenos A ires *—
OEA-BID-CEPAL. Discussão: Pág. 19- Esta-7 . FARIOLETTI, M arius. " I n f o r m a c i ó n d ís tic a para el c o n tro l y m anejo do n istracló n T rib u ta ria ” . C onf. c it. Pâ9- g
c5-8 . GERLOFF, W ilhe lm . " D o c trln a de ^ ^ nom ia T rib u ta ria ” . No ponto 1, P 0ó.-ibllc9?, Tomo II do "T ra ta d o de Finanzas i"u _ , í l
de GERLOFF Y NEUMARK, 2 <°m°ToniO |l: ATENEO — Buenos Aires, 1961 —
butárla — a arrecadação de im postos . considera que procura a tin g ir a ,rês objetivos:
a) que se realiza em benefício de l °da a com unidade a fim de que o Estado obtenha os recursos necessá rios para alcançar os objetivos pre vistos;
b) que o Estado tem interesse em tenha êxito. Tal acontecim ento demonstra a exatidão e pouca com plexidade do dire ito im positivo. O que si9 nifica que a arrecadação, cuja fon- te é o sistem a tribu tá rio , seria um re mexo da efetividade deste;
c) que também se trata de am pa- rar o interesse do contribu inte, ao fi- car devidam ente protegido contra to da arbitrariedade fiscai quando c u m - Pre suas obrigações tributárias.
As idéias precedentes procuram in- c'uir na noçüo de arrecadação de im- Postos outras funções especificas de UrT1 organism o arrecadador. Existem opiniões no sentido de que a adm i- nistração trib u tá ria deve p a rtic ip a r atl- ^ n ie n te na form ulação da po lítica trl- l|tária. Assim sendo, alguns propósi- ° s do organism o arrecadador, citados anteriorm ente, deixariam de lado o c°nceito de “ p o litic a ” , tão im portante ^ uanto o de "a d m in is tra ç ã o ” . P recisa- Snte ao nível de A dm inistração po- surg ir inconvenientes se a legis- ?ao não estabelece perfeitam ente os *es de tais funções, sentindo-se o ^ ^ in ls tra d o r trib u tá rio em d iflc u ld a - s' algumas vezes, po r te r de exe- ar uma po lítica na qual ele não tüarti_c iP°u ou não foi consultado. A sl- Çao pode agravar-se quando se pro- ra im plantar uma reform a trib u tá ria VJQ tA l
r6 1 m agnitude que o organism o ar- Cadador não esteja ha bilitado para
adm inistrá-la em conjunto. John DUE escreve: "N enhum im posto pode har m onizar-se com padrões aceitáveis de eqüidade se não é possível adm inis- trá-lo com um alto grau de e fic iê n c ia ” .
Considera LIN D H O LM 10 que se a adm inistração trib u tá ria é de alta efi ciê n cia a capacidade do sistema tr i butário m aterializa-se ao a tin g ir os ob je tivos que se tiverem em conta ao estruturá-lo e sancionar-se sua vigên cia, de conform idade com a política fiscal traçada.
Distinguim os então duas funções com pletam ente diferentes. Na m edida da eficiê n cia de uma delas — adm i nistração de im postos — são alcan çados os fins da outra — po lítica fis cal. Esta últim a visa obter, segundo LINDHOLM, "um corre to nível de pre ços, consum o, em prego e distribuição da renda” . Tais níveis seriam afetados por uma atividade fis c a l deficiente, expressada por suposição através da despeza ou inversão pública, cujos fru tos não se manifestam para o c o n tri buinte com o verdadeiros benefícios ex ternos.
Se bem que possamos diferençar os problem as de ambas as esferas, onde aparentem ente as questões da po lítica trib u tá ria ficam fora do alcance da adm inistração tributária, Isto nem sem pre é tão simples. Em algum as op or tunidades, m edidas de cará te r técn ico im postas em nível adm inistrativo pelo organism o arrecadador, com o ob jetivo de assegurar-se o recebim ento dos tri
9. DUE, John F. "A n á lis e s Econôm ico de los Im p u e sto s". 1." Edição, El Ateneo — Buenos Aires, 1961 — Pág. 548 (C a p ítu lo 8 — págs. 141 e seguintes).
10. LINDHOLM, R ich a r W. “ In tro d u cció n a Ia P o lític a F is c a l". Rev. de O cidente S.A. M adri, 1968 — 287 págs. — La A d m lnistra- ción de Im puestos — pág. 248.
butos, podem influir sobre a conduta dos contribuintes e não com binar com o objetivo que uma determinada polí tica pode ter traçado. Por exemplo a adoçao de uma medida esclarecedora sobre informação que os bancos o fi ciais devem prestar nos casos em que o organismo arrecadador o solicite Pode influir para que os depositantes
et.rem seus saldos em tais instituições e busquem outros bancos privados. Isto interrom peria o desenvolvimento as entidades financeiras de tal ca ráter.
De acordo com o enunciado, pode mos descrever a Adm inistração T ri butária como um sistema adm inistra tivo destinado à justa aplicação de um regime tributário consentâneo com uma otermmada política fiscal. Em síntese,
a administração tribUtárÍa acab£> sendo lnstrumento da política fiscal. O conceito em itido não im plica na laboraçao de uma definição. Não pre tende ser rígido; trata-se de uma apro- ximaçao conceituai para tal atividade Se recordamos, além disto, que uma administração de impostos eficaz deve
para °os ^ ,aCÍIitar A r m a ç ã o Para os responsáveis nela Piah„
-Íab a lh tiCa-tribUtária' deduz’ se que^eu
m e ra m e n t^ ^ a s s iv o ^ S o b r6 ^
Mdade de se adm inistrar T s is te T a T z ' se necessária a opinião
ríl ,
trador tributário na form ulação d a T o iT t - de im p o s to , A opinião dos " e ' ponsáveis pela direção da adm iração tributária deve ser oh« !?' quando se sugerem m od ifica çõesT ara a m elhor fiscalização edos tributos. ecebimento
trac3Ó T P5S° Ci' M a Sobr8 “ « " ' * ■
traçao de «apostos procura latroduzl,
certos lim ites entre os setores men cionados, devendo-se destacar que seja
aplicada pelo organism o arrecadador, refere-se à interpretação de uma lei tribu tá ria ou a um m étodo adm inistra tivo para assegurar-se o recebimento do im posto, deverá ser compatível com a po lítica fiscal que trace o nível correspondente e ajustar-se à mesma, procurando in te rpre ta r os objetivos que o legislador pretendeu alcançar com a citada norma.
3.1 — A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA E s u a s AREAS PRINCIPAIS
É interessante destacar que em toda estrutura de organização pode-se dis tin g u ir três áreas perfeitam ente dife renciadas:
— Área planificadora, assessora e im plem entadora de recursos m ateriais e humanos.
— Área executiva ou operativa, que deve levar a cabo, de f ° r ma coordenada, a ação dU0 lhe determ inar o setor cita o precedentem ente.
— Área de avaliação e contro e do trabalho que realiza Prin^ cipalm ente o seto r operativ
efitOf e, em alguns casos,
o
p la n ifica d o r e implem enta oNa adm inistração de im postos, a ^rea operativa com preende a área de e cução da lei tribu tá ria . Nela se ref
0
perfeitam ente a relação fis c o -c ° n buinte, quer se trate da cobrança trib u to (arrecadação) ou da deter nação da verdadeira situação rela ^ a im postos dos sujeitos passivos relação trib u tá ria(fiscalização)-nizaçã° 0 Do ponto de vista da organi; adm inistração de um organism o
tribu-tário distinguem -se as atividades de arrecadação e execução da lei, enten dendo-se por esta últim a unicam ente a função de fiscalização. “ A execução de uma lei com preende os pro ced i mentos para a descoberta das fraudes, assim com o dos erros de bo a-fé. A execução da lei relaciona-se com to das as técn icas destinadas a elevar o nível do cum prim ento voluntário, por Parte do contribuinte, assim com o as que têm por ob je tivo assegurar que os contribuintes tenham realm ente pa- 9 ° o valor corre to do im posto” . 11
Com respeito à área da arrecadação, deu-se uma interpretação mais am pla de suas funções e elas abarcariam desde a individualização do c o n tri buinte, con tro le dos aspectos form ais de sua obrigação fiscal, até o cancela
mento de sua dívida com o fis c o ” . Em telação com a área de Fiscalização conceituou-se com o a ‘ ‘função de de
term inar-se o im posto declarado pelo c on tribu inte está de acordo com a nor ma le ga l” . 12 Em outras palavras, fis calização subentende o conjunto de procedim entos que têm por finalidade v e rific a r se o im posto pago pelo con trib u in te é o que corresponde à rea lidade dos fatos econôm icos sujeitos a tributação.
A função específica da adm inistra ção de im postos é dada pela área de operatividade que possua m aior pro porção de pessoal (mais de 75% ) e nesta é onde o c on tribu inte sente seu contato com o fisco, com o se pode observar no seguinte quadro:
QUADRO I
Area P lan ifica d o ra , As sessora e lm r'a n ie n ta - ora dg Elem entos umanos e MaterU-is
AREA OPERATIVA
A rre cadação Fiscalização
Como se poderá observar no quadro Precedente, tanto a DGI quanto o IRS Possuem m aior proporção de pessoal tado na área operativa — mais de
0/0 • Em “ Outras Á reas” incluiu-se o pessoal dos setores de assessoram en- °> de controle e mais o que integra a ^°tação do Sistem a de Processam ento Dados. O citad o processam ento ^°d e chegar a uma im portante pou- ança , je f orç a j g trabalho na área Perativa, no que se refere ao forne
cim ento de inform ação m últipla dos contribuintes, com especial destino ao setor fiscalizador. Q ualquer program a de au dito ria trib u tá ria para te r êxito deverá ser alim entado por um sistem a de Inform ação que guie o agente fis c alizador no sentido de cum p rir 0 seu encargo.
11. Veja-se “ M anual ds A d m in istra ció n dei Im puesto de R enda" do Program a >n*ern a cl°" nal de T rib utaçã o da Escola de Leis da Uiii- versidade de Harvard. Reprodução B orrador CICAP (1967).
QUADRO II
P ro p o rç ã o d o Pessoal da "D lrección General Im positiva” (Rep. Arg.) e do ___________ rna evenue S ervice" (USA) lotado no S etor Operativo
Localização
Total da repartição
Área operativa
a) Arrecadação
b) Fiscalização
c) Outros setores operativos
IRS 1967 65.122 50.321 29.497 20.824 100 77,27 45,29 31,98 DGI 1970 7.307 5 .5 6 2 2.0 49 1.785 1.728 100 76,11 28,05 2 4 , 4 6 23,60
Em noso pais, a "Direcclón General
r° 12; 927' ,em a seu cargo, em suiei- Ç o às leis e disposições respectivas
dos S t o ; reCebim em 0e,iSCalÍZaçâo dos tributos que enumera o art 2 » da Lei n? 11.683 (t 0 i q Rm
M » de outa, para
-J 2 ,
s “ ^mite o Poder Executivo pela decisão
de sua administração.
O artigo mencionado inclui três na- as que compreendem conceitos aparentemente distintos. No entanto o conteúdo da palavra aplicação é mais amplo do que os outros dois restan
es e segundo nosso critério poderia incluí-los. O legislador talvez houvesse esquecido os term os recebimento e fis calização, pois estariam im plicitam ente com preendidos no vocábulo aplicação Tal palavra implica, entre outros con ceitos, na execução da lei de impos tos, levada a cabo por procedimentos que lhe sao próprios para se consegui!
Treasury D epartm ent Personal — 1970. um determ inado fim . Com preende as técnicas destinadas a elevar o nível do cum prim ento voluntário por parte do contribuinte — arrecadação — assim com o os que têm por ob jetivo asse gurar qud este tenha term inado de fo r ma corre ta sua m atéria imponível tis calização. Supõe-se que tal c o n c e i t o
inclui tanto os procedim entos para descoberta das fraudes com o os u iizados para de sco b rir erros de boa-^
No modelo simples de a d m in is tr a ç ã o
tributária esquem atizado, tem os dest® cado a função de fiscalização que te como atividade especial verificar a lação imposto potencial-im posto
cla rad o. A diferença entre estes conceitos delineia uma das bre ch a s
12. P A V E S I, P e d ro F. " B a s e s Pa r® nunin te°- d e lo d e s is te m a fis c a l d e r e c a u d a c io - - n a ” . B o le tin D ir e c c ló n G e n e ra l Im p o » ^ a jo, B u e n o s A ire s — R e p ú b lic a A r g e n tin a
1968, págs. 4 4 0 /4 1 . PtJ1 s0ü 1 3 . P A V E S I, P e d ro F. — o b . c l ‘ * c 0 n trl- m o d e lo as trô s b re c h a s re s ta n te s sao- . c on- b u in te p o te n c ia l X c o n t r ib u in t e re g is tra ’ flp r e ' t r ib u in te I n d iv id u a liz a d o X c o n tr ib u in g o . s e n ta d o ; im p o s to d e c la r a d o X lm P 0S
do evasão. Seu ataque é tipicam ente recurso da área citad a e o mesmo re quer atitudes de uma elite de pessoal fiscalizador convenientem ente adestra do. é evidente que estes conceitos ex cluem a cibernética, com o elem ento fundamental do trabalho de fiscaliza ção, o qual deverá servir de apoio ^g ís tic o , mas não poderá s u b s titu ir a habilitação de elem entos humanos de alto nível.
4. CONCLUSÃO
No presente trabalho ficou dem ons trada a sig n ifica tiva relação e inter dependência existente na trilo g ia : po- lítlca, sistem a e adm inistração trib u tá rias.
No que se refere a sistem a trib u - t i r 'o, não nos parece tão aceiiável a distinção entre sistem a histó rico e sis tema racion al. As diferenças não se riam tão profundas e por certo não re c ita ria m con tra ditó rias, revestindo-se ° s sistemas em geral de ambas as características e, em m uitos casos, são Usados elem entos irra cion ais que se aiustam a uma verdadeira anti-siste- ^ I c a trib u tá ria .
Deixou-se estabelecido, contudo, e x - plicitamente, que não cabe à adm i- nistração trib u tá ria tra ç a r a po lítica de Postos, dando-se ênfase especial a " Ue a função daquela não se reveste eíTl tal contexto de um caráter m sra- ente passivo. O organism o arreca- ador e fiscalizador, em nossa opinião, everia pa rticip a r da elaboração de tal 0 ítica, em nível de consulta perm a- n*e. Ele se encontra em pleno con- 0 com a realidade econôm ica na al repousa o Im posto e, a este res- eit° . não só pode m in istrar valiosíssi- as Inform ações sobre o com porta
mento e efeitos de cada um dos tr i butos que compõem o sistema que adm inistra mas também oferecer a ex pe riê ncia acum ulada em sua função específica de in te rpre ta r as disposições das leis “ que estabelecem ou regem o recebim ento dos gravames a seu car g o ” (art. 8?, Lei n? 11.683, t. o. 1968). Noste sentido, a consulta se m ate ria liza ria em anteprojetos de m od ifica ção do sistem a que deveria adequar- se às pautas políticas que lhe forem ditadas com a devida antecipação. É bem possível que, neste aspecto, a adm inistração de impostos, interpre tando os delineam entos que lhe forem traçados, assim com o a intenção do le gislador, nas disposições que tenham vigência, em seus anteprojetos, c o n tri bua para aperfeiçoar as normas e fe cha r as brechas de evasão que em algum as oportunidades se produzem por dificuldades de técn ica legislativa ou por vigência de disposições que não puderam prever certos fenômenos que se produzem posteriorm ente a sua sanção.
Ao conceituar-se a conform ação da adm inistração trib u tá ria em geral, a grosso modo, e ao com parar-se as p rincip ais áreas, tendo em vista suas funções esp ecificas, assim com o o ma terial humano que as desenvolve, pode- se c o n c lu ir que tal adm inistração é um órgão em inentem ente operativo, com atribuições perfeitam ente delim itadas. Na D irección General Im positiva (Rep. Arg.) e no Internai Revenue Service (USA) m anifesta-se uma distribu ição de elem entos humanos em quantidade de relativa sem elhança, absorvendo a área essencialm ente operativa a m aior par te de seu pessoal.