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Deslizamento de encostas devido a ocupações irregulares / Slope slope due to irregular occupations

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761

Deslizamento de encostas devido a ocupações irregulares

Slope slope due to irregular occupations

DOI:10.34117/bjdv5n7-150

Recebimento dos originais: 14/06/2019 Aceitação para publicação: 17/07/2019

Rafael Mendonça Carvalhais

Mestre em Geotecnia pela Universidade Federal de Ouro Preto Instituição: Universidade Federal de Ouro Preto

Endereço: Morro do Cruzeiro, s/n - Bauxita, Ouro Preto - MG, Brasil Email: rmcarvalhais@gmail.com

Natália Araújo de Moraes

Graduada em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica Instituição: Pontifícia Universidade Católica

Endereço: Avenida Afonso Vaz de Melo, 1200 - Barreiro, Belo Horizonte - MG, Brasil Email:nataliamoraes26@gmail.com

Hione Ferreira Silva

Graduanda em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica Instituição: Pontifícia Universidade Católica

Endereço: Avenida Afonso Vaz de Melo, 1200 - Barreiro, Belo Horizonte - MG, Brasil Email:hionef@yahoo.com.br

Isabela Maria M. Bernardes

Graduanda em Engenharia Civil pela Pontifícia Universidade Católica Instituição: Pontifícia Universidade Católica

Endereço: Avenida Afonso Vaz de Melo, 1200 - Barreiro, Belo Horizonte - MG, Brasil Email:isabelammbernardes@gmail.com

RESUMO

A incidência de movimentos de massa ocorre devido ao deslizamento do solo e/ou rocha, na qual a gravidade e as características geométricas, como altura e declividade da encosta, são fatores significativos para instabilidade. Outros parâmetros que estão relacionados com a ruptura são os aspectos geotécnicos, tais como coesão, ângulo de atrito e peso especifico do solo. O presente artigo visa realizar uma análise bibliográfica relacionada às ocupações irregulares em encostas e apresentar métodos para recuperação dessas áreas, através do emprego de um sistema de drenagem superficial, retaludamento, vegetação de pequeno porte e obras de estrutura de contenção.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 ABSTRACT

The incidence of mass movements occurs due to soil and / or rock sliding, in which gravity and geometric characteristics, such as slope height and slope, are significant factors for instability. Other parameters that are related to the rupture are the geotechnical aspects, such as cohesion, angle of friction and specific soil weight. This article aims to perform a bibliographical analysis related to irregular occupations on slopes and present methods for recovery of these areas, through the use of a system of surface drainage, shrinkage, small vegetation and structures of containment.

Key words: Slope, instability, recovery. 1 INTRODUÇÃO

O processo de uso e ocupação do solo sem planejamento urbano influência nos desastres ambientais. O crescimento desordenado da sociedade e a desigualdade social geram ocupações inapropriadas, principalmente em beiras de rios e encostas íngremes. As intervenções antrópicas para apropriação destas áreas provocam problemas na instabilidade, associadas ao movimento de massas, desencadeadas por meio de cortes, retirada de vegetação, dentre outros. Um dos estados mais atingidos pelos desastres ambientais é Minas Gerais (IPT, 2007).

A precipitação intensifica o processo erosivo, parte da água escoa superficialmente e a outra parcela infiltra no solo. Quando a água encontra uma barreira (rocha impermeável) impedindo sua percolação pelo maciço terroso, há um confinamento do fluído, fazendo com que o solo fique saturado. Como consequência imediata deste processo de saturação, tem-se um aumento das tensões geostáticas e também uma redução na resistência ao cisalhamento do solo, proporcionando uma situação favorável de ruptura e movimento de massa.

Contudo, tratando de ruptura de encostas, sabe-se que várias regiões do país sofrem com este problema, principalmente em períodos chuvosos, o que ocasiona perdas materiais, econômicas, ambientais e em alguns casos, pode haver até a perda de vidas.

2 METODOLOGIA

O presente artigo fundamenta-se em estudos teóricos, para levantamentos bibliográficos, selecionando as informações necessárias para os métodos de recuperação de encostas. O levantamento leva em conta a análise da Defesa Civil e interpreta os desastres enfrentados por diversas famílias devido a problemas sociais evidenciados nos estudos.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 3 DESENVOLVIMENTO

Os agravantes relacionados à instabilidade de encostas são: remoção da vegetação que retira a proteção do solo, aumentando a desagregação das partículas; os cortes verticalizados que alteram o ângulo de repouso do talude, pois a inclinação incorreta, não suporta o peso das camadas. Outro problema é o material proveniente do corte, despejado encosta abaixo sem nenhum grau de compactação, tornando a área mais suscetível a deslizamentos.

Geralmente a execução de moradias em encostas não tem planejamento, nem projetos de drenagem, sendo assim, as águas pluviais e de uso próprio infiltram nos aterros realizados de forma incorreta, saturando o solo, reduzindo sua resistência e contribuindo para que o terreno não suporte o peso das camadas.

É fundamental entender a litologia, morfologia, drenagem e a extensão do deslizamento, para estabelecer medidas corretivas de modo que a reestruturação da encosta proporcione uma situação de estabilidade. Entretanto é necessária uma análise global, devido às vastas técnicas que podem ser de cunho superficial ou estrutural. As soluções para correção são:

3.1 PROTEÇÃO VEGETAL

A proteção vegetal é essencial para minimizar processos erosivos, pois funciona como um amortecedor que reduz os impactos da precipitação, dessa forma as folhas diminui a energia de desagregação das partículas, que ocasionaria o fenômeno splash. As raízes radiculares auxiliam na estruturação, visto que maximizam a resistência dos solos ao absorver o excesso de água, reduzindo a poropressão e aumentando a tensão efetiva. Existem algumas técnicas para implantar a cobertura vegetal, tais como:

A hidrossemeadura consiste na execução de uma revegetação, através de uma mistura composta por um mix de sementes, fertilizantes, substâncias aderentes e matéria orgânica. O tipo de mistura é determinado de acordo com as necessidades de correção encontradas no terreno, esta remediação protege o solo dos impactos provocados pela precipitação.

Outra técnica é o Capim Vetiver, que apresenta pequeno porte, raízes densas e de alta resistência, que contempla uma taxa de crescimento de aproximadamente 1,26 mm/dia, podendo alcançar até 3 metros de profundidade. O sistema radicular bloqueia a passagem de sedimentos devido à disposição do capim, deste modo estabelece obstáculos que reduzem

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 a velocidade de escoamento. Este método forma um grampeamento natural oferecendo a estabilidade da encosta.

Figura 1: Hidrossemeadura Figura 2: Instalação do Capim Vetiver

Fonte: Claudino Campos (2018) Fonte: Deflor Bioengenharia (2018)

3.2 RETALUDAMENTO

Essa técnica ajuda a suavizar a inclinação das encostas, aliviando as cargas e minimizando o gradiente hidráulico devido as bancadas de alívio. Esta medida deve ser acompanhada de dispositivos de drenagem para conduzir o escoamento de águas pluviais por meio de dissipadores de energia cinética, canaletas, entre outros.

Esse método modifica a geometria do talude através da terraplanagem, por meio de cortes e/ou aterros, intercalando os pesos, a fim de amenizar a carga da crista e acrescenta- los no pé do talude para garantir uma sobrecarga (berma), com finalidade de estabilização (MASSAD, 2003).

Figura 3: Retaludamento

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 3.3 SISTEMAS DE DRENAGEM

A água modifica alguns parâmetros do solo que estão relacionados com o volume de infiltração, tais como: peso específico, poropressão, tensão efetiva. As obras de drenagem devem ser instaladas para captação e direcionamento das águas, devendo também ser feito dispositivos para drenar a água do interior do maciço.

A drenagem externa é feita através de canaletas (de berma, transversal, de crista, de pé de talude), saída d’água, escada d’ água e caixa de transição/dissipação. A drenagem interna deve ser feita por meio de barbacãs, drenos horizontais profundos (DHP) e colchões drenantes.

Figura 4: Sistema de drenagem superficial Figura 5: DHP

Fonte: Pini (2011) Fonte: Engesol (2013)

3.4 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO DE TALUDES

As estruturas de contenção tendem a estabilizar um talude, promovendo resistência ao deslocamento e ruptura de terra, provocada por cortes irregulares. O tipo de estrutura de contenção vai depender das características do local de implantação, tais como cargas atuantes, condições geotécnicas, altura da encosta, entre outros. Existem diversas estruturas de contenção, alguns exemplos são:

4 MURO DE GABIÃO

Estrutura formada por gaiolas de fios metálicos, que são preenchidas com pedra de mão, formando um arranjo denso. O arranjo adequado e a forma irregular das pedras

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 melhoram o imbricamento do material que resiste aos esforços através do peso próprio. Uma das características importantes deste tipo de contenção é a alta permeabilidade permitindo a drenagem do fluxo de água contida no maciço.

5 MURO DE ARRIMO

Este muro forma uma parede vertical executada com blocos, que são apoiados sobre uma fundação. Para execução deste muro é necessário um sistema de drenagem eficiente para aliviar os empuxos hidrostáticos. O muro de arrimo pode ser classificado em: gravidade (utiliza o peso próprio para resistir os esforços solicitantes) e flexão (resiste os esforços solicitantes através do peso do maciço sobre o muro, equilibrando por intermédio de um par de forças, que formam um binário).

6 SOLO ENVELOPADO

Consiste na introdução de mantas geotêxteis ou grelhas em camadas de aterro compactado. Esse tipo de contenção resiste à esforços de tração, gerando maior sustentação do solo para evitar deslizamentos. A execução é feita de baixo para cima, e o método construtivo tem por objetivo aumentar a resistência do solo.

7 SOLO GRAMPEADO

Essa contenção consiste em inclusão de tirantes metálicos lineares, resistentes à flexão composta, com comprimento suficiente para ultrapassar a potencial superfície de ruptura e chegar ao solo firme. Os grampos são flexíveis permitindo a deformação do terreno, porém sua função é reduzir os deslocamentos através dos acréscimos internos, contrários ao sistema natural do solo (Silva, 1999) que ao se deformar cria tensões nos grampos devidas o atrito, ligando a zona ativa à passiva.

8 CORTINA ATIRANTADA

É um paramento vertical de concreto armado com tirantes protendidos que podem ser de fios ou cordoalhas de aço, que devem conter os empuxos do solo. Para definir o tamanho dos tirantes é necessário verificar a superfície de contato. Esse método construtivo depende da resistência do maciço, pois o solo deve ter estabilidade para a ancoragem dos tirantes.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O movimento de massas é um risco resultante da interferência das atividades humanas e dos eventos naturais, que geram uma serie de prejuízos de cunho econômico, patrimonial e ate mesmo perdas de vida.

Contudo é imprescindível executar medidas mitigadoras para minimizar os desastres. O presente artigo apresentou métodos de restauração, entretanto, existem diversas técnicas de recuperação eficazes. A melhor solução depende das verificações de parâmetros geotécnicos encontrados na área, a partir das analises e estudo das condições, é possível escolher uma técnica que atenda a problemática garantindo a segurança e o menor custo possível.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, P. A. S. Manual de Geotecnia: Taludes de rodovias: orientação para diagnóstico e soluções de seus problemas. São Paulo, 1991.

CAMPOS, Claudinho. Serviços de Hidrossemeadura, 2018. Disponível em: <

http://www.claudinocampos.com.br/hidrossemeadura/hidrossemeadura1/>. Acesso em: 20

mar. 2018.

DEFLOR, Bioengenharia. Deflor: produtos, 2018. Disponível em: < http://deflor.com.br/produtos-2/capim-vetiver/>. Acesso em: 20 mar. 2018.

IPT, Instituto Geológico, Secretaria do Meio Ambiente. Desastres Naturais: Conhecer para prevenir. Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1.ed. São Paulo, 2009.

LADEIRA, Josias Rossi. Geotecnia Ambiental. Material de apoio para aulas Ministradas na disciplina Geotecnia Ambiental. Belo Horizonte: Pontifícia Universidade Católica, 2017.

LIMA, A. P. Solo Grampeado. Rio de Janeiro. 2007. Disponível em: < https://www.maxwell.vrac.puc- rio.br/10979/10979_3.PDF>. Acesso em: 20 mar. 2018.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9765-9772 jul. 2019 ISSN 2525-8761 MASSAD, Faiçal. Obras de Terra: Curso básico de Geotecnia. 2.ed. São Paulo: Oficina de textos, 2003.

SILVA, J. C. da. Análise numérica de estruturas grampeadas, 1999. 149 f. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

PESCARINI, Tania. Infraestrutura urbana: projetos, custos e construção. PINI, 7. ed. Out. 2011. Disponível em: < http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/7/obras-de-retaludamento-235540-1.aspx>. Acesso em: 20 mar. 2018.

TECHNE. Tecnologia – Contenções. 2004. Disponível em: < http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/83/artigo286273-1.aspx>. Acesso em: 20 mar. 2018.

ZIRLIS, A. C.; VAL, E. C. do; NEME, P. A. Solo grampeado: projeto, execução e instrumentação, Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, Núcleo Regional de São Paulo. São Paulo, 1999.

Imagem

Figura 1: Hidrossemeadura  Figura 2: Instalação do Capim Vetiver
Figura 4: Sistema de drenagem superficial  Figura 5: DHP

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