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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761

Educação a distância: uma reflexão sobre os cursos de engenharia

distance education: a reflection on the engineering courses

Distance education: a reflection on engineering courses distance education:

a reflection on the engineering courses

DOI:10.34117/bjdv5n7-163

Recebimento dos originais: 28/06/2019 Aceitação para publicação: 19/07/2019

Juarez Ramos da Silva

Universidade Católica de Santos - UNISANTOS

Doutor em Engenharia e Tecnologia dos Materiais pela PUC RS Endereço: Av. Conselheiro Nébias, 300 – Santos – SP - Brasil

E-mail: juarez.silva@unisantos.br Irene Jeanete Lemos Gilberto

Universidade Católica de Santos – UNISANTOS Doutora em Letras pela Universidade de São Paulo – USP Endereço: Av. Conselheiro Nébias, 300 – Santos – SP – Brasil

E-mail: irene.gilberto@unisantos.br RESUMO

Vivenciamos uma grande transformação no campo da Educação onde a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação em processos cada vez mais rápidos e intensos, onde a Educação a Distância – EaD, ganha impulso, adeptos e críticos. É inegável a contribuição das tecnologias e seus ganhos e avanços em todos os campos de aplicação das ciências e do cotidiano das pessoas. Todavia, a preocupação como a qualidade do ensino, notadamente dos cursos das diversas modalidade das Engenharias, e a possível mercantilização dos mesmos, gera inquietações e alerta sobre um reducionismo mercadológico para ganhos fáceis em detrimento da qualidade dos cursos de Engenharia nessa modalidade.

Palavras-Chave: EaD. Cursos de Engenharia. COBENGE. Mercantilização do ensino. ABSTRACT

We are experiencing a great transformation in the field of Education where the didactic-pedagogical mediation in the teaching and learning processes occurs with the use of means and information and communication technologies in processes that are increasingly fast and intense, where Distance Education , impulse, adepts and critics. There is no denying the contribution of technologies and their gains and advances in all fields of application of the sciences and the daily life of people. However, concern about the quality of teaching, especially the courses of the various modes of Engineering, and the possible commercialization of them, generates concerns and warns about a reduction of marketing for easy gains to the detriment of the quality of Engineering courses in this modality.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 Keywords: Distance Education Engineering courses. COBENGE. Commodification of education.

1 INTRODUÇÃO

Tem-se como entendimento de Educação a Distância - EaD a modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos, (BRASIL. Decreto Nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005).

As inovações tecnológicas acentuaram a necessidade de novas posturas no processo de ensino e aprendizagem. O professor não é mais visto como o detentor e transmissor do conhecimento e nem o aluno como receptor passivo. O ensinar e o aprender começam a ser subsidiados (e não substituídos) pelo aparato tecnológico, que tem como uma de suas funções otimizar a construção de situações de aprendizagem significativas. Nesse novo contexto, a (co)construção do conhecimento envolvendo o professor e o aluno adquire grande relevância em uma relação bilateral de troca de saberes, intercâmbio de conhecimentos e desenvolvimento de práticas significativas.

Há uma década, quando os cursos de graduação a distância começaram a se popularizar no Brasil, uma série de categorias profissionais reagiu, alegando que a formação resultante não teria a mesma qualidade. Agora em 2019, enquanto 1,8 milhão dos 8,2 milhões de estudantes matriculados em cursos superiores no Brasil fazem uma graduação a distância, vários conselhos profissionais estão se mobilizando para barrar a concessão de registros formados nesse modelo.

Essa forma de ensino tem se popularizado principalmente devido a dois fatores que são criar sua própria rotina de estudos com horários flexíveis, tendo a comodidade de estudar onde ou em qualquer lugar que estiver, além de apresentar valor mais acessível com ensino de qualidade em grande parte das instituições que oferecem essa modalidade. Tendo em vista o cenário político e econômico do país, além das mudanças nos hábitos da sociedade em geral, a EaD se configura uma modalidade de ensino acessível para uma grande faixa da população. Quando se trata de Ciências Exatas, como é o caso dos cursos de Engenharia, há ainda certa resistência dos órgãos regulamentadores, como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), que alegam que a formação à distância ou semipresencial é deficitária, não tão completa como o ensino presencial (PATELLA, 2015). No entanto, os cursos de

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 Engenharia (Civil, Ambiental, de Produção e outros) já são uma realidade e possuem mais de 100 cursos em diversas Universidades e Centros Universitários, ofertados atualmente de acordo com dados da Associação Brasileira de Educação à Distância (2016). Neste respeito, é interessante notar o Decreto Nº 5.622/2005, o qual estabelece as diretrizes para a EaD, determina que para as avaliações presenciais, estágios obrigatórios, trabalhos de conclusão de curso e atividades relacionadas a laboratório de ensino, é impreterível, salvo em casos excepcionais, o acompanhamento presencial dos alunos.

Por si só, estas diretrizes já garantem que momentos imprescindíveis na formação do Engenheiro envolvendo atividades práticas sejam realizados presencialmente ou, em alguns casos, com a ajuda de ferramentas informatizadas, também conhecidas como Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), aplicadas à Educação, como é o caso dos laboratórios virtuais. Portanto, não deve haver grande preocupação quanto a se os alunos de Engenharia em EaD terão os instrumentos necessários à disposição para evoluir em sua formação profissional, estando eles matriculados em uma Instituição de Ensino Superior (IES) que é comprometida e que se atenta em cumprir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Entre as maiores dificuldades encontradas para se manter um curso de Engenharia na modalidade EaD, podem-se destacar a legislação para credenciamento das Instituições na EaD, o preconceito com essa modalidade de ensino e a estrutura necessária para ofertar cursos a distância (ABED, 2016). O Ministério da Educação (MEC) estabelece normas e diretrizes que devem ser seguidas para garantir que a educação fomente um modelo de sociedade mais justa, sustentável, participativa e igualitária, (INEP, 2014), tornando responsabilidade das instituições, ao definir as metodologias que serão utilizadas no Ensino, garantir que seus alunos tenham acesso ao conhecimento e formação de qualidade.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Conselho Federal de Odontologia (CFO) divulgou a resolução 197, informando que estudantes da modalidade a distância formados em Odontologia por instituições de ensino a distância não receberão registro profissional. Decisões parecidas foram adotadas recentemente por outros conselhos profissionais da área da saúde, como Farmácia, Veterinária e Enfermagem, e também pelo Conselho Federal de Arquitetura e Urbanismo. Os conselhos profissionais estão se assustando com a oferta dos cursos a distância porque, se tiver muito profissional formado em determinada área, a remuneração vai cair, denotando uma típica reserva de mercado e corporativismo de classe de algumas entidades, que devem sim lutar pela melhoria do ensino, independente do curso ser na modalidade presencial, híbrido ou a distância, lembrando que é inútil lutar contra os

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 avanços tecnológicos e os anseios da sociedade. A História está repleta de exemplos dessa natureza.

Será que a expansão das autorizações para realização de cursos de graduação com conteúdos na modalidade de ensino à distância, colocam em risco a qualidade da formação dos profissionais, de qualquer área do conhecimento e saber? Em reação, duas entidades, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (SEMESP) e a Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), notificaram judicialmente os conselhos que vetaram profissionais oriundos do ensino a distância.

O SEMESP ingressou em juízo contra os conselhos profissionais de diferentes áreas, notadamente de Saúde, Arquitetura e Engenharia, que desde o início de 2019 publicaram resoluções que proíbem a inscrição e o registro de alunos egressos de cursos da modalidade ensino a distância - EaD, notificando todos os conselhos, solicitando a revogação imediata das resoluções, e ingressaram em juízo contra os que mantiveram a publicação que impede o acesso ao registro profissional de profissionais devidamente formados. Polêmica para lá de oportuna, visto que o que está em jogo é a qualidade dos nossos futuros profissionais, das áreas de saúde e afins, e das áreas tecnológicas, na qual, os cursos de Engenharia encontram-se alinhados, lembrando que tecnologia de ponta se reverte em riquezas, geração de emprego e soberania nacional.

A Engenharia, tem suas complexidades e nuances próprias, é ciência, é a aplicação do conhecimento científico, econômico, social e prático, com o intuito de criar, desenhar, construir, manter e melhorar estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas, materiais e processos. Pode-se dizer que a história e evolução da humanidade é a história da Engenharia, guardadas as devidas proporções. Engenharia é também profissão em que se adquire e se aplicam conhecimentos matemáticos e técnicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades que realizem uma função ou objetivo. Competências estas que são obtidas em disciplinas que historicamente buscam a integração da teoria com a prática presencial supervisionada em laboratórios de ensino. É fato também, que o processo de ensino-aprendizagem discente passa, indissociavelmente, pela própria postura do docente em sala de aula, mas não cabe mais a discussão se as Tecnologias de Comunicação e Informação (TCIs) devem ou não ser aplicadas nos cursos de Engenharia, mas, apenas em que dosagem ou porcentual, as ferramentas interativas devem ser aplicadas. O uso das diversas tecnologias disponíveis e práticas pedagógicas atualizadas com nosso momento histórico, onde “tudo é

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 líquido” (Zygmunt Bauman, 2013), são pano de fundo para um novo momento da sociedade contemporânea. Tudo mudou, tudo muda de forma rápida e inexorável.

Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também (MORAN, 2017). Todavia, há uma justificada inquietação e preocupação dos professores do ensino superior quanto à qualidade e eficácia da educação a distância em cursos de Engenharia em disciplinas pontuais e significativas, ou mesmo essenciais ao pleno exercício profissional.

2 ABENGE E COBENGE: VALORIZANDO A EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA A ABENGE – Associação Brasileira de Educação em Engenharia, entidade com 45 anos de atuação, tem como Missão produzir mudanças necessárias para melhoria da qualidade do ensino de graduação e pós-graduação em engenharia e tecnologia no Brasil, contribuindo decididamente para a formação de profissionais cada vez mais qualificados e capacitados que levem o desenvolvimento e tecnologia a todos os pontos do país pelos benefícios que a engenharia pode proporcionar a toda população. Seu público-alvo são docentes e estudantes de graduação e pós-graduação dos cursos de engenharia do Brasil, dirigentes, reitores, bem como docentes da ASIBEI – Asociación Iberoamericana de Instituciones de Enseñanza de la Ingeniería e demais entidades congêneres.

A ABENGE tem por objetivos promover trocas de informações sobre as atividades e problemas de interesse comum, sobre as ideias ou planos que possam resultar em melhoramento geral da administração, do ensino, da pesquisa e da extensão; cooperação entre seus associados e órgãos externos, públicos ou privados, e comunidade acadêmica em assuntos de seu interesse; promover o aperfeiçoamento da organização administrativa e técnica das instituições, prestando esclarecimentos sobre a legislação vigente e intercedendo, junto às autoridades, no caso de revisão e proposta de legislação afetas ao ensino de engenharia e outros problemas de interesse geral; o apoio na obtenção de fundos e financiamento para o ensino, a pesquisa científica e tecnológica e a extensão, para o melhoramento de laboratórios, bibliotecas, métodos de ensino e outros; o intercâmbio com as indústrias e empresas interessadas em programas de ensino de engenharia, através de estágios para estudantes, de realização de pesquisas e serviços tecnológicos de interesse para a indústria e para a sociedade, e de outras atividades; a colaboração com outras entidades interessadas nos programas de ensino de engenharia, nos de pesquisa e de extensão, visando, inclusive, a possibilidade de

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 filiar-se a entidades nacionais e internacionais que tenham o mesmo objetivo entre outros de interesse ao bom desempenho da educação e ensino de Engenharia no Brasil.

O COBENGE – Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia é o mais importante fórum de discussão sobre a formação e o exercício profissional em Engenharia no Brasil. Trata-se de um evento de periodicidade anual que vem sendo realizado pela ABENGE desde 1973, e tem como missão produzir mudanças necessárias para a melhoria da qualidade do ensino de graduação e pós graduação em engenharia e tecnologia no Brasil, contribuindo decisivamente para a formação de profissionais cada vez mais qualificados e capacitados que levem desenvolvimento e tecnologia a todos os pontos do país pelos benefícios que a engenharia pode proporcionar a toda população.

O COBENGE vem, nos últimos anos, debatendo filosofias e paradigmas do processo de ensino e aprendizagem de Engenharia e Tecnologia. A Engenharia é uma área intimamente ligada à atualização contínua e à busca por inovações.

Inovações, tecnologias de ponta, Educação a Distância – EaD, práticas docentes diferenciadas, inteligência artificial, ensino híbrido, ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), metodologias ativas entre outros temas, são assuntos de interesse de muitos pesquisadores e professores, bem como dirigentes e gestores educacionais, refletindo preocupações legítimas sobre os rumos e caminhos da educação nas Engenharias, onde todos são unânimes na conclusão de que as novas TCIs são irreversíveis nos Cursos de Engenharia. As temáticas e abordagens tecnológicas da educação nos Cursos de Engenharia está muito presente nos eventos do COBENGE, e para tal, elencou-se alguns artigos selecionados e apresentados nos dois últimos eventos (2017 e 2018), demonstrando essas preocupações e inquietações, conforme Quadro 1 abaixo:

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761

Quadro 1 - Artigos sobre a tecnologia da Educação nos cursos de Engenharia, publicados no COBENGE em 2018 e 2017. Fonte: (Autores, 2019).

ANO TÍTULO PALAVRAS-CHAVE

2018

A educação a distância no ensino superior de engenharia e os desafios da

formação do engenheiro.

Educação a Distância. Cursos de Engenharia. Expansão do Ensino

Superior.

2018

Análise do desempenho acadêmico e da evasão no Curso de Engenharia da

Computação na modalidade EaD.

Computação. Modalidade EaD. Evasão. Desempenho.

2018

Ensino Híbrido como estratégia contemporânea para educação em

Engenharia.

Ensino Híbrido. Metodologias Ativas de Aprendizagem. Educação em Engenharia.

2018

Estudo de caso: uso do Google Classroom como tecnologia complementar no ensino presencial na

disciplina de sistemas digitais avançados na Universidade de

Fortaleza.

Google Classroom. Ambiente Virtual de Aprendizagem. Sistemas Digitais Avançados.

2018

Estudo de Oscilações com videoanálise: aplicações para o estudo de Física

Experimental nas Engenharias.

Ensino de Física. Ensino de Engenharias. Oscilações.Tracker

Vídeo Analysis.

2018

Mudança de Base: Integração de Registros Semióticos em uma

Abordagem Computacional.

Geometria Analítica. Mudança de Base. Registros de representações

semióticas. GeoGebra.

2018

Proposta de Plano de Execução BIM em uma Empresa Junior de Engenharia Civil: uma alternativa de introdução de

BIM na formação em Engenharia.

BIM. Implantação. Empresa Junior. Plano Executivo.

2018

Sistema de Seleção de Laboratórios de Acesso Remoto como Suporte a Ambientes de Aprendizagem de

Mecatrônica.

Seleção Automática. Laboratórios Mecatrônicos. Acesso Remoto.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 2017

Análise do Massive Open Online Course (MOOC) Aplicado ao Ensino e

Aprendizagem em Engenharia.

MOOC. Engenharia. Ensino. TIC.

2017

Estão os Graduandos dos Cursos de Engenharia Preparados para Realizar

um Curso a Distância?

Educação a Distância. Ambiente Virtual de Aprendizagem.

AutoCAD 2D.

2017

Influência das Mídias Digitais no Aprendizado das Disciplinas de Engenharia Civil, Elétrica e Ambiental

do Instituto Federal da Bahia, Campus Vitória da Conquista.

Educação. Mídias. Tecnologia. Digital. Pedagogia.

2017

Monitoria Virtual como Suporte para Aulas Presenciais dos Cursos de

Engenharia.

Ferramenta online. Curso Superior. Monitoria Virtual.

2017 PBL e Inteligência Artificial Aplicados na Inovação da Educação a Distância.

PBL. Inteligência Artificial. EaD. Ensino.

2017

Reflexões para Inovação e Uso das TIC para Aplicação da Educação Híbrida em

Engenharia.

Educação Híbrida. Inovação. Tráfego de dados. Educação do

Futuro.

2017

Uso de Softwares para Auxílio Educacional em Cursos de Engenharia

Civil no Brasil: Um Mapeamento Sistemático.

Educação. Engenharia Civil. Ensino. Mapeamento Sistemático.

Softwares.

Com visão crítica, apontando pontos positivos e negativos sobre tecnologias nos Cursos de Engenharia na modalidade EaD, os diversos e diferentes Artigos apresentados no COBENGE nas edições de 2017 e 2018, indicam claramente a irreversibilidade dessa metodologia por diferentes razões, notadamente pela facilidade de acesso, adequação aos horários disponíveis dos acadêmicos e, valores das mensalidades que se encaixam em seus orçamentos.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 Problemas existem, tanto nos cursos na modalidade EaD como nos presenciais. Zelar pela qualidade acadêmica dos programas e conteúdos dentro das boas práticas é tarefa de todos os envolvidos no amplo arco de atividades que propiciam o ensino e educação na Engenharia.

3 CONCLUSÕES

Com o advento da globalização e a necessidade cada vez maior de mão de obra qualificada e preparada para os desafios do século XXI, a expansão de cursos na modalidade a distância, principalmente em relação às universidades particulares, vem justificar a demanda reprimida e a oferta de um ensino de qualidade para todos. Após quase cinquenta anos de evolução do ensino superior privado, é nítida a expansão de cursos nas instituições particulares de ensino superior e o crescimento crescente da educação a distância, por seus inúmeros atrativos, custos e comodidade.

A educação a distância veio para ficar e ocupa um justo e relevante espaço na sociedade tecnológica e, no caso do Brasil, país com dimensões continentais e enorme deficiência e carência de carreiras técnicas, como as de Engenharia, é compreensível que haja preocupação quanto à qualidade dos cursos no que tange à qualificação e experiência dos professores, instalações adequadas e condizentes, notadamente de laboratórios e bibliotecas bem como o amparo ao discente, que requer atenção e acompanhamento em todas as fases do curso.

A questão é se o ensino superior pode ser reduzido apenas à lógica dos ganhos financeiros fáceis e vincular as questões acadêmicas àquelas voltadas para um nicho mercadológico atraente e promissor. Entende-se que educação não é negócio e espera-se, da parte dos grandes grupos econômicos à frente dos grupos educacionais e tecnológicos, responsáveis pela formação de milhares de engenheiros (apenas para ficar nesta área), mais atenção e rigor acadêmico na formação de profissionais de Engenharia. Consideramos que, sem educação séria e de qualidade, um país não se desenvolve e fica à mercê de potências estrangeiras, perdendo competitividade e até mesmo soberania, pois a Engenharia é fator preponderante de desenvolvimento, sustentabilidade e geração de riquezas de uma sociedade.

REFERÊNCIAS

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 7, p. 9958-9968 jul. 2019 ISSN 2525-8761 BAUMAN, Zygmunt. A cultura do mundo líquido moderno. Editora Zahar.1ª Edição. 2013. BRASIL. Decreto n º 5622, de 19 de dezembro de 2015. Regulamenta o art. 80 da lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes da educação nacional.

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https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/conselhos-barram-alunos-de-ead-preocupacao-com-qualidade-ou-reserva-de-mercado/. Gazeta do Povo. Acesso em 15/06/2019 às 20:00 horas.

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