Digital, para que
te quero…
Painel
Turismo e Património Cultural: Inovação e tecnologia. Estado da Arte
Casa das Artes, Porto 30 de Março de 2017
Objetivos / Questões a debater
1. Qual o panorama global no que respeita à introdução de inovações
tecnológicas nos setores do Turismo e Património Cultural?
2. Áreas que se têm destacado em matéria de inovação?
3. Custo versus benefício?
Questão prévia…
1. Inovações tecnológicas
Diversidade, intensidade e concentração
A formação da tomada de decisão do visitante
• Processo chave:
gestão dos clientes / organização / mediação / defesa
• Consciência
• Consideração
• Preferência
• Compra
• Experiência
• Fidelidade
O jogo…
E-turismo (Buhalis, 2003)
• “O E-turismo é a digitalização de
todos os processos e cadeias de
valor nos setores de turismo,
viagens, hotelaria e restauração
que permitem às organizações
maximizar sua eficiência e
2. Áreas de destaque
Características do turismo
• Intangível (difícil de manipular fisicamente ou inspecionar antes da
compra)
• Separação entre compra e consumo
• Inventário perecível (ou é usado ou perdido – espaço/tempo)
• Alto risco (psicológico e financeiro)
• Atividade baseada no uso intensivo de informação
• Dominada por pequenas empresas (dispersa, complexa e dinâmica)
• Tradição de cadeias de valor complexas, baseadas em comissões
• Fornecedores de produtos, revendedores, intermediários, agentes, operadores, representantes, líderes de opinião, consumidores, …
Recurso a tecnologia (Séc. XX)
• Sistemas de reservas centrais (CRS, Central Reservation Systems)
• Introduzidos pelas companhias aéreas (a partir de 1960…)• Os hotéis aderiram progressivamente a este sistema (posteriormente também aluguer de viaturas…)
• Sistemas de reservas de companhias aéreas que se tornaram globais (GDS,
Global Distribution Systems)
• Incorporam um leque alargado de serviços e produtos de toda a industria de turismo (Amadeus, Sabre, Galileo,…)
• O sistema cobra comissões e taxas de participação (retirando margem de manobra aos pequenos operadores)
• A partir de 1995, apareceram os sistemas de gestão de destinos (DMS,
Destination Management Systems)
• Sistemas com informação sobre oferta local de produtos e atrações
• Suportam a gestão de problemas de sazonalidade e de equilíbrio de capacidade e procura
Recurso a tecnologia (Séc. XXI)
• A partir de 2005, surgem as plataformas digitais orientadas para o utilizador
final (o visitante), por via do uso da World Wide Web
• Orientadas para a oferta de alojamento (exemplos: Hotels.com, Booking.com, …)
• A partir de 2010, surgem as plataformas digitais de companhias aéreas de
low cost, orientadas para o utilizador final
• Orientadas para a oferta de viagens e destinos (exemplos: www.ryanair.com,
www.easyjet.com, …)
• A partir de 2014, surgem os agregadores de preços que possibilitam a
comparação de cotações para ofertas de viagens e alojamento
• Orientadas para o alojamento ou para viagens ou ambos (exemplos: www.trivago.pt,
www.momondo.com, www.skyscanner.pt, …)
• A partir de 2016, emergem as plataformas digitais que ligam o pequeno
operador ao utilizador final
• Orientadas para a criação de mercados de relação entre oferta e procura (exemplos:
3. Custo versus benefício
Benefícios da tecnologia (I)
• Permite aos pequenos negócios competir internacionalmente
• Projetar o negócio, via Web e ser o seu próprio operador
• Disponibilizar inventário não pretendido ou a alienar
• Como as oportunidades de última hora (exemplo: www.lastminute.com)
• O utilizador final pode criar o seu próprio produto
• Requer algum esforço e risco pois existem, em muitos casos, agentes e mediadores e situações sem garantia
• Mudou a estrutura da indústria do turismo
• Muitos dos intermediários desapareceram ou foram absorvidos por via da
Benefícios da tecnologia (II)
• A Internet constitui um ótimo meio para o reforço de marca, para o seu
desenvolvimento e expansão
• O excesso de informação e a falta de estrutura da Internet, constituem problemas
• Permite o estabelecimento do preço em tempo real, promovendo a gestão
da procura
• Tem desenvolvido meios avançados de modificação de preços
• Proporciona um meio sofisticado de gestão para maximização do lucro
• Envolve todos os produtos e ofertas de valor (das viagens às ofertas locais deprodutos e experiências, passando pelo alojamento)
• Permitem plataformas sofisticadas para previsão e satisfação das
necessidades de consumidores
• Potencia a maior complexidade de produtos e a sua diferenciação para grupos de clientes
• Desenvolve a gestão de relacionamento e as práticas de marketing (exemplo: programas de fidelização)
Desafios da tecnologia
• Os preços online em comparação com os canais tradicionais
• Exemplo: as companhias aéreas que usam os agregadores (online) ou os intermediários (canais tradicionais) para vender lugares com desconto, de modo a proteger a marca
• Criação de pacotes turísticos
• Antes um papel desempenhado por intermediários, realizado agora por consumidores
• A questão da sobrevivência dos agentes de viagens
• As comissões versus custo de serviço
• Informação turística e guias turísticos
Desafios da tecnologia
• Locais Web e motores de pesquisa
• Permitem uma grande personalização e resposta a preferências dos consumidores
• Crescimento de influência, número e multiplicidade de blogues e
outros meios de divulgação de informação
• Conteúdos gerados pelo consumidor
• As redes sociais e o seu impacto
• Como gerir comunidades, perceções, estados de espirito e serviço num meio com escala pouco humana
• A questão da realidade virtual e das visitas virtuais
• Complemento ou substituição da relação tradicional de espaço e tempo
Equilíbrio possível?
4. Resultados esperados
Gerir impactos nos ativos de turismo e património
cultural
• Reduzindo o volume do turismo
• Acesso • Tempo • Oferta de facilidades • Competências, serviço e equipamentos • Tempo de estada • Número de visitantes • Barreiras • Tamanho de grupos
• Modelar comportamentos do turismo
• Tipos de atividades • Frequência de uso • Deslocações
• Guias
• Informação e educação
• Estudos de avaliação do impacto • Polícia municipal
• Condições de uso
Sustentabilidade: gerir os limites
Qual a capacidade que permite ainda uma boa experiência?
• Dimensões
• Ecológica
• Social
• Cultural
• Económica
• Psicológica
• Física
• Turística
• Desafios
• Minimizar o impacto e pressão das visitas
• Limites aceitáveis para a mudança • Gerir a atividade do visitante
• Oferta e integração de experiências • Proteção de recursos • Qualidade e manutenção de serviços • Perceção de segurança e qualidade
International Council of Monuments and Sites
(ICOMOS Charter)
1. Usufruto responsável
e entendimento da cultura e património imaterial
2. Preservação
para as futuras gerações da cultura e património por via de
uma exploração turística responsável e sustentável
3. Assegurar que a
experiência
do visitante seja significativa, satisfatória e
gratificante
4. A comunidade local e as forças vivas do território devem ser envolvidas
no
planeamento
da cultura e património
5. As atividades de turismo e de conservação devem beneficiar a
população
local
6. A
promoção
do turismo e sua oferta deve proteger e melhorar as
caraterísticas da cultura e património
A emergência do travel buddy
• Alguém que ajuda a decidir, marcar, organizar e maximizar
experiências de descoberta
• Associados a programas de fidelização
• Mediadores que atuam localmente e de forma muito personalizada • Possuem grande conhecimento e recorrem a meios digitais
• Constituem os operadores do Século XXI
• O limite do auto serviço…
Outras propostas...
A emergência de sistemas inteligentes e autónomos
• Co criação de propostas e produtos turísticos por fornecedores e turistas• Produção de conteúdos de forma colaborativa para a formação da marca de um produto turístico
• Associar conteúdos e localizações para permitir contar estórias e partilhar experiências
• Redefinir experiência conjuntas por via de mecanismos de colaboração digital (exemplo: famílias em férias)
• Criação de jogos temáticos e de descoberta de locais e património cultural
• A realidade aumentada como um novo paradigma para experiências turísticas • Informação para associar pessoas e locais por via das redes sociais e dispositivos
móveis
• Sistemas de recomendação e de avaliação, distribuídos, inteligentes e multimédia • Sistemas de criação e melhoria de experiências memoráveis, promovendo a
Algumas questões onde o
digital pode ajudar
7 recomendações para uma interpretação efetiva
da cultura e património (ICOMOS)
1. Acesso
e entendimento
2. Fontes
de informação
3. Contextualizar
e configurar
4. Autenticidade
(respeitar as funções sociais)
5. Sustentabilidade
6. Inclusão e envolvimento dos
stakeholders
7. Inovar, treinar e avaliar
1. DIGITAL –
Informação
2. DIGITAL –
Informação
3. DIGITAL –
Informação
4. A tecnologia são as
PESSOAS
5. Plataformas digitais –
Dados
6. Plataformas digitais –
Dados
Os dados são o novo capital
• Descobrir e manter um histórico da oferta cultural e de património
que permita saber, a cada momento, um conjunto de indicadores:
• Relevância (de uma dada oferta)
• Credibilidade (da informação e fiabilidade dos dados)
• Clareza (entendimento pelos utilizadores)
• Fiabilidade (na obtenção de informação e sua análise)
• Comparabilidade (entre ofertas e com outras origens)
• A
gestão da informação
e a
exploração de dados
exige
interoperabilidade, plataformas digitais e um esforço colaborativo
• Dimensão operacional (quem faz e de que atividades) • Dimensão legal (privacidade e proteção de dados)
• Dimensão analítica (quem explora e quem beneficia)