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Educação em saúde com mulheres da atenção básica em vivência sexual durante o climatério / Health education with women from basic care in sexual experience during the climacteric period

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761

Educação em saúde com mulheres da atenção básica em vivência sexual

durante o climatério

Health education with women from basic care in sexual experience during the

climacteric period

DOI:10.34117/bjdv6n9-324

Recebimento dos originais: 11/08/2020 Aceitação para publicação: 15/09/2020

Isabela Furtado Vincensi

Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Endereço: Av. Dom Antônio Barbosa, 4155 - Vila Santo Amaro, Campo Grande - MS, 79115-898

E-mail: isabelavincensi@gmail.com

Renata Vidal Cardoso Gardenal

Mestre em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Graduada em Medicina pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul Docente titular da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul.

Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Endereço: Av. Dom Antônio Barbosa, 4155 - Vila Santo Amaro, Campo Grande - MS, 79115-898

E-mail: revidalgardenal@yahoo.com.br

Juliana Viana Câmara

Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Endereço: Av. Dom Antônio Barbosa, 4155 - Vila Santo Amaro, Campo Grande - MS, 79115-898

E-mail: julianavcamara@gmail.com

Nicole Okushiro Ayres

Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

Endereço: Av. Dom Antônio Barbosa, 4155 - Vila Santo Amaro, Campo Grande - MS, 79115-898

E-mail: ni_ayres@hotmail.com

Matheus Pereira Costa

Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS

Instituição: Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 79115-898

E-mail: maatheus.pcosta@gmail.com

RESUMO

O climatério é um fenômeno endócrino e fisiológico resultante do esgotamento dos folículos ovarianos que ocorre em todas as mulheres, geralmente entre os 35 e 65 anos, sendo determinado pela queda na produção de hormônios sexuais pelos ovários e que culmina na menopausa, podendo afetar a vivência sexual da mulher. O aumento da expectativa de vida é uma realidade demográfica, principalmente entre a população feminina, fato que tornou os estudos sobre o climatério e suas implicações biopsicossociais, como a sexualidade, temas de grande interesse, por estarem intimamente relacionados à melhoria de vida e saúde, fato que trouxe maior autonomia e liberdade às mulheres modernas. O conceito ampliado de saúde é definido como bem-estar físico, social e mental, abrangendo todas as esferas do indivíduo; sendo a educação em saúde uma forma de consolidar esse conceito, no intuito de promover a autonomia e controle social. Desse modo, a pesquisa além de explorar a fisiologia vivenciada, teve como objetivo aconselhar e auxiliar nos questionamentos e dificuldades enfrentadas pelo público feminino no climatério diante das associações entre vivência sexual e os modos de vida, proporcionando assim um envelhecimento mais sadio. O presente estudo foi conduzido por meio de projeto de extensão do curso de Medicina da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. O projeto teve duração de um ano, sendo realizado em Unidades Básicas de Saúde da Família do município de Campo Grande- MS que possuíam vínculo pré-estabelecido com a coordenação do curso de Medicina da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. Para tal, foram realizadas ações em saúde mensais de caráter participativo a partir da livre demanda do público incluído na amostra. Os temas desenvolvidos envolveram questionamentos comuns ao climatério, permitindo a interação das participantes por meio de palestras e rodas de conversa; com intuito de sanar dúvidas, permitir partilhas e minimizar anseios durante a fase vivenciada. Como resultado o projeto tornou evidente a falta de contato que muitas mulheres ainda apresentam com tal assunto, o que trouxe uma aproximação entre o público feminino e suas dificuldades diárias vivenciadas, assim como, uma melhora de seu conhecimento em saúde. Além disso, houve a participação integrativa das mulheres indígenas e não indígenas durante as atividades, o que permitiu identificar seus fatores particulares, atingindo uma ampla variedade de aspectos biopsicossociais e estilos de vida que pudessem interferir no período do climatério, trazendo de tal forma uma partilha de vivências pessoais e propostas para intervenção e melhorias na qualidade de vida durante o processo de climatério e envelhecimento.

Palavras-Chave: Educação em Saúde, Climatério, Saúde sexual. ABSTRACT

Climacteria are endocrine and physiological phenomena resulting from the exhaustion of ovarian follicles that occurs in all women, usually between 35 and 65 years of age, and is determined by the drop in the production of sex hormones by the ovaries, which culminates in menopause and can affect the sexual experience of women. The increase in life expectancy is a demographic reality, especially among the female population, a fact that has made the studies on climate and its biopsychosocial implications, such as sexuality, topics of great interest, because they are closely related to the improvement of life and health, a fact that has brought greater autonomy and freedom to modern women. The expanded concept of health is defined as physical, social and mental well being, covering all spheres of the individual; health education being a way to consolidate this concept, in order to promote autonomy and social control. Thus, in addition to exploring the physiology experienced, the research aimed to advise and assist in the questionings and difficulties faced by the female public in the climacteric, in face of the associations between sexual experience

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 and ways of life, thus providing a healthier aging. The present study was conducted through an extension project of the Medicine course of the State University of Mato Grosso do Sul. The project lasted one year and was carried out in Basic Family Health Units in the municipality of Campo Grande-MS that had a pre-established link with the coordination of the Medical course of the State University of Mato Grosso do Sul. For this purpose, monthly participative health actions were carried out based on the free demand of the public included in the sample. The themes developed involved questions common to the climate, allowing the interaction of participants through lectures and conversation wheels; in order to clear up doubts, allow sharing and minimize yearnings during the phase experienced. As a result, the project made evident the lack of contact that many women still have with this subject, which brought an approach between the female public and their daily difficulties experienced, as well as an improvement in their knowledge of health. In addition, there was the integrative participation of indigenous and non-indigenous women during the activities, which allowed the identification of their particular factors, reaching a wide variety of biopsychosocial aspects and lifestyles that could interfere with the climacteric period, bringing in such a way a sharing of personal experiences and proposals for intervention and improvements in the quality of life during the climacteric and aging process.

Keywords: Health Education, Climacteric, Sexual Health.

1 INTRODUÇÃO

Segundo Alves, et al. (2015) o climatério é um fenômeno endócrino e fisiológico normal do ciclo de vida da mulher, geralmente vivenciado entre os 35 e 65 anos de identidade, fato determinado fisiologicamente pelo esgotamento folicular ovariano e consequente queda na produção de hormônios sexuais, culminando na menopausa. Essa fase não está sempre associada a mudanças físicas e emocionais, mas quando surgem, esses fatores são influenciados por questões sociais, psicológicas e aspectos biológicos, como por exemplo, ondas de calor, fogachos, insônia, nervosismo, depressão e até mesmo alterações em sua sexualidade. Estima-se que durante este processo fisiológico, cerca de 50% a 70% das mulheres apresentem sintomas comuns, como ondas de calor, perturbações, ressecamento vaginal, perda da libido e estresse.

Muitos distúrbios possuem destaque na vida sexual feminina, dentre eles, encontra-se um dos mais importantes: a diminuição da libido, que está intimamente relacionada a diminuições fisiológicas de muco cervical e presença de atrofia vulvovaginal, principalmente atreladas as oscilações e queda do hormônio estradiol. O declínio estrogênico promove um adelgaçamento e enrijecimento da parede vaginal, que juntos a uma menor lubrificação, causam dispareunia e dificuldades no intercurso sexual, tornando-se um ciclo vicioso. Essas mudanças biológicas hormonais típicas são capazes de gerar alterações progressivas e funcionais do órgão genital, que além de resultar na diminuição da lubrificação, podem interferir na frequência e resposta orgástica, o que está ainda mais correlacionado a satisfação sexual pessoal feminina e de seus parceiros (ALMEIDA, et al, 2016).

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 Santos, et al (2016) aponta fato importante de que a vivência da sexualidade feminina no climatério possui influência dos padrões culturalmente construídos em torno da identidade feminina, que exclui o papel da mulher à satisfação do parceiro e à reprodução. Apesar de sofrer com os desdobramentos da vivência da sexualidade de forma insatisfatória, as mulheres não identificam estratégias de superação dessas dificuldades.

O climatério pode ter diferentes significados nas vivências pessoais femininas, sendo amplamente elencados pela literatura. Valença, Filho e Germano (2010) citam em sua revisão bibliográfica trabalhos que falam de populações que vinculam o ato de menstruar a diversas restrições, nessa perspectiva a menopausa é entendida como um evento libertador. Já para outras mulheres, inseridas em um outro contexto social, o climatério pode ainda ser analisado com pontos incômodos, exemplo disso é o culto midiático imposto socialmente e a supervalorização da juventude. Esses padrões contribuem para uma associação entre o envelhecimento a uma autoimagem negativa, fazendo as mulheres que se encontram nesse período questionarem acerca de sua sexualidade. Estudos ainda comprovam que, neste período, as mulheres estão mais predispostas à ansiedade e depressão, devido à redução da liberação de endorfinas cerebrais decorrentes das diminuições hormonais (CABRAL, 2012).

Uma vida sexual ativa e positiva durante o climatério pode ser explicada por fatores como bom relacionamento conjugal, novos parceiros sexuais, estabilidade financeira, dedicação, ausência de menstruação e consequente menor chance de gravidez, uma condição que oferece maior liberdade para a mulher poder expressar sua sexualidade. Estes fatores devem ser entendidos, considerando experiências, histórico, fator social, econômico e contexto cultural em que a mulher está inserida (ALMEIDA et al., 2016).

Podemos ainda verificar que muitas mulheres têm se preocupado com as mudanças que ocorrem em seu corpo e organismo, inclusive com o aspecto do prazer sexual a fim de melhorar sua qualidade de vida, assim, a assistência a essa mulher deve ser integral e abrangente, o que por diversas vezes, ainda não é visualizado na prática por meio de desenvolvimento de ações integrais. Epidemiologicamente, ficou evidenciado que mulheres com acesso às informações tendem a vivenciar a fase de uma forma melhor, assim, é de extrema importância uma compreensão de quais fatores garantem uma melhor ou pior concepção (ALVES et al, 2015).

Nesse ínterim, o projeto além de explorar a fisiologia vivenciada durante o climatério, pretendeu diante das associações entre vivência sexual e os hábitos de vida, aconselhar e auxiliar nos questionamentos e dificuldades enfrentadas pelo público feminino, proporcionando assim um envelhecimento mais sadio. Dessa forma, poderia minimizar os prejuízos na vida da mulher

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 moderna consequentes das más ou insuficientes informações sobre o período de extrema importância que é o climatério.

2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Aconselhar e auxiliar nos questionamentos e dificuldades enfrentadas pelo público feminino no climatério diante das associações entre vivência sexual e os modos de vida, proporcionando assim um envelhecimento mais sadio.

2.2 ESPECÍFICOS

2.2.1. Identificar os fatores biopsicossociais que podem interferir na vivência sexual no climatério

como doenças crônicas associadas, vivência sexual antes e depois da menopausa e hábitos de vida.

2.2.2. Identificar os diferentes estilos de vida e cultura das mulheres no Climatério e correlacionar

a influência dos mesmos na vida sexual da mulher menopausada.

2.2.3. Promover uma melhora no conhecimento da população feminina acerca das alterações

vivenciadas por elas no período de climatério.

3 METODOLOGIA

O presente estudo foi conduzido por meio de abordagem transversal, como forma de projeto de extensão vinculado ao curso de Medicina da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul. O projeto ocorreu no município de Campo Grande – MS, durante o período compreendido entre agosto de 2018 e agosto de 2019, em Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs).

Quanto a amostragem, o critério de inclusão adotado na amostra para a participação das palestras e rodas de conversa foi de mulheres com idade entre 35 e 65 anos que estivessem presentes nas UBSFs, tanto profissionais da unidade, quanto pacientes de população branca/indígena que se dispusessem a participar da ação, sem necessidade de exposição das envolvidas. Como critério de exclusão, foram excluídas da amostra somente as mulheres fora da faixa etária identificada como Climatério ou aquelas que não manifestaram interesse em participar da ação em saúde.

Quanto ao procedimento, foram adotadas ações de educação em saúde de caráter participativo com a população envolvida na amostra a partir da livre demanda. As ações foram realizadas preferencialmente em salas reservadas nas unidades de saúde, quando as mesmas apresentavam ambiente disponível. Para os casos de indisponibilidade de salas, os eventos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 ocorreram no saguão da unidade para as mulheres que tivessem interesse em participar das ações em saúde.

Foram realizadas palestras e rodas de conversa mensais, de acordo com a preferência e necessidade da população envolvida, na qual houvesse envolvimento de profissionais de saúde e mulheres da comunidade. Essa organização teve intuito de promover a discussão com representação de várias áreas do conhecimento sobre tema escolhido previamente, a fim de sanar possíveis dúvidas sobre o Climatério, discutir opiniões divergentes, minimizar anseios e trazer uma melhoria na fase vivenciada por este público. Ao final das reuniões, houve disponibilização de correio eletrônico para recebimento de possíveis críticas, sugestões e avaliações das participantes, a fim de promover melhorias na qualidade dos eventos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como resultado foram realizadas 9 ações em saúde, com participação aproximada de 20 mulheres por reunião, totalizando cerca de 180 participantes. Os temas elencados envolveram questionamentos comuns ao climatério, como: saúde sexual, dispareunia, hábitos de vida e saúde, depressão, alterações hormonais e reposição hormonal; que foram abordados ora por meio de palestras para explanação técnica e profissional, ora por rodas de conversa, a fim de permitir maior interação com as participantes. Além disso, o projeto permitiu maior facilidade no acesso à saúde para resolução de possíveis problemas identificados, já que o mesmo se encontrará dentro de unidades de saúde.

A diversidade de experiências encontradas ao permear das rodas de conversa permitiu um novo olhar ao público, assim como tornou a realidade mais evidente, visto que ainda há muita divergência na associação do conhecimento, o que interfere fortemente no modo com que cada mulher enfrenta/vivencia esse período, exigindo ainda mais dos profissionais de saúde para solucionar os anseios particulares. Este fator é bastante corroborado pela literatura, onde aponta-se o fato das mulheres terem apreaponta-sentado cada vez mais dúvidas e preocupações quanto as mudanças que ocorrem em seu corpo e organismo, incluindo o aspecto do prazer sexual, em busca de melhorias na qualidade de vida. Sabe-se atualmente que o aumento da expectativa de vida é uma realidade, portanto, espera-se que, nos próximos anos haja um aumento cada vez maior na procura dos serviços de saúde por mulheres com sintomas e questionamentos relacionados ao climatério (LORENZI et al., 2009). Sendo assim, fica clara a necessidade de assistência integral e abrangente ao público feminino, o que não é visualizado na prática devido à escassez de estudos

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p. 68378-68385, sep. 2020. ISSN 2525-8761 suficientes na área, capazes de identificar problemas que poderiam ser amenizados com ações preventivas (ALVES et al., 2015).

Foi constatado um grande desconhecimento por parte do público feminino na diferenciação entre os fenômenos fisiológicos e patológicos do climatério, além da dificuldade de expressar suas demandas. Isso foi exemplificado por meio da manifestação de muitas mulheres que apresentavam dispareunia, mas que desconheciam a correlação com a etiologia do processo fisiopatológico relacionado com o ressecamento e atrofia da mucosa vaginal. Entretanto, a literatura já discute alternativas terapêuticas no que cerne essa problemática.

Dor, ardor, desconforto e outros efeitos físicos e emocionais podem ser minimizados com o uso de Terapia de Reposição Hormonal, uma vez que, agem em aspectos gerais das mulheres e restauram a hidratação e lubrificação da mucosa vaginal e reduzem a sudorese, atrofia urogenital e quedas da libido. No entanto, essa ainda é uma opção controversa entre profissionais, uma vez que pode causar efeitos secundários. Dando assim, às mulheres, oportunidades de optar por soluções em suas relações médico-pacientes (ALMEIDA et al., 2016).

Além disso, foi notado em estudo, a integração multi e interdisciplinar do conhecimento dos profissionais participantes, que além de partilhar informações técnicas, estabeleceram vínculos e construíram correlações teórico-práticas a partir das vivências no climatério relatadas pelas pacientes. Durante as ações, foi explicitada a realidade da maioria das mulheres que ainda apresenta grande dificuldade de se informar, enfrentar e questionar acerca de um tema que abrange problemas fisiológicos vivenciados. Fato que despertou interesse, participação e troca. A assistência ao climatério tem passado por uma modificação de cenário, cobrando dos profissionais de saúde uma mudança postural extremamente importante para uma assistência mais qualificada e humanizada. Em virtude disso, o conhecimento das condições de saúde feminina, suas demandas por serviços médicos e necessidades psicossociais, tornou-se mais prioritário para a criação de políticas de saúde voltadas a um envelhecimento feminino mais sadio, menos custoso e com mais qualidade de vida (LORENZI et al., 2009).

Ademais, trabalhos encontrados na literatura aventaram outros questionamentos e demandas a respeito do climatério. Santos et al. (2019), por exemplo, expôs que as participantes envolvidas em sua pesquisa acreditaram não sofrer alterações no desejo sexual após a menopausa, apesar das sintomatologias vivenciadas. Além disso, também citou que as participantes negaram sentir a maternidade afetada após o período. O que demonstra a grande complexidade e multifatoriedade que abrangem o tema, exigindo atenção, cuidado e olhar dinâmico a este público.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O climatério é um período de grandes mudanças na vida da mulher, representando não apenas o fim da vida reprodutiva, mas também trazendo repercussões biológicas, comportamentais e sociais. Todavia, foi evidenciado um grande desconhecimento por parte da população a respeito do tema, o que exige maior capacitação dos profissionais de saúde a fim de atender de forma holística a essas demandas, visando um atendimento integral e humanizado a saúde da mulher.

A proposta foi atingir o público feminino em uma maneira de integrá-lo e atualizá-lo, levando informações acerca de melhorias no enfrentamento do climatério para encontrar um processo de envelhecimento mais sadio. Além de minimizar as dúvidas e até mesmo prejuízos consequentes dos diversos tabus envolvidos e das más informações sobre o climatério.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.A.B et al. Influências do climatério na atividade sexual feminina / Influences of climacteric in female sexual activity. Rev. Rene; v.17,n.3, pag. 422-426, maio.-jun. 2016.

ALVES, Estela Rodrigues Paiva; COSTA, Aurélio Molina da; BEZERRA, Simone Maria Muniz da Silva; NAKANO, Ana Marcia Spano; CAVALCANTI, Ana Márcia Tenório de Souza; DIAS,

Maria Djair. Climacteric: intensity of symptoms and sexual performance. Texto & Contexto -

Enfermagem, [S.L.], v. 24, n. 1, p. 64-71, mar. 2015.

CABRAL, Patrícia Uchôa Leitão et al. Influência dos sintomas climatéricos sobre a função sexual de mulheres de meia-idade. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2012. LORENZI, Dino Roberto Soares De et al. Assistência à mulher climatérica: novos paradigmas. Rev. bras. enferm., Brasília , v. 62, n. 2, p. 287-293, Apr. 2009.

SANTOS, Lídia da Silva; LEMOS, Matheus Dias; ZORZIM, Vivian Inácio. Mulheres

menopausadas e suas crenças sobre esta fase da vida. Brazilian Journal Of Development, [S.L.], v.

5, n. 6, p. 6892-6906, 2019.

SANTOS, Sheila Milena Pessoa dos; GOLÇALVES, Roberta Lima; AZEVEDO, Elisângela Braga de; PINHEIRO, Ana Karla Dantas; BARBOSA, Carolina Araújo; COSTA, Kamila Nóbrega

de França. A vivência da sexualidade por mulheres no climatério. Revista de Enfermagem da Ufsm,

v. 4, n. 1, p. 113-122, 10 jul. 2014. Universidade Federal de Santa Maria.

VALENÇA, Cecília Nogueira; NASCIMENTO FILHO, José Medeiros do; GERMANO, Raimunda Medeiros. Mulher no climatério: reflexões sobre desejo sexual, beleza e feminilidade. Saúde e Sociedade, v. 19, p. 273-285, 2010.

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